Matrizes Material de Apoio - Unidade IV

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 26

A primeira tópica

▪Os três registros do aparelho psíquico:


▪O Consciente (Cs.) - No Cs. estariam as representações
psíquicas das quais estamos plenamente conscientes no
momento, a todo momento novas representações
psíquicas estão se tornando conscientes e deixando de
ser consciente.
▪O Pré-Consciente (Pcs.) - No Pcs. se localizariam aquelas
representações que podem vir a ser conscientes, mas
que no momento não estão em nossa consciência.
▪O Inconsciente (Ics.) - No Ics. estariam as representações
que já estiveram no consciente e/ou no pré-consciente,
mas que de lá foram expulsas por causarem muita
angústia. 1
• A Segunda Tópica do Aparelho Psíquico
Insatisfeito com o “modelo topográfico”, porquanto
esse não conseguia explicar muitos fenômenos
psíquicos, em especial aqueles que emergiam na
prática clínica, Freud vinha gradativamente
elaborando uma nova e definitiva concepção do
aparelho psíquico, conhecido como modelo estrutural
(ou dinâmico).
A palavra “estrutura” significa um conjunto de
elementos que separadamente tem funções
específicas, porém que são indissociados entre si,
interagem permanentemente e influenciam-se
reciprocamente.
Essa concepção estruturalista foi apresentada em “O
Ego e o id” (ESB, XIX, 1923).

2
• Motivos que levaram à Segunda Tópica
A divisão do psíquico entre o que é
consciente e o que é inconsciente
constitui a premissa fundamental da
psicanálise.
O estudo da histeria conduziu à hipótese
do recalque como função psíquica
(defesa).
A hipótese do recalque conduziu a uma
representação da mente incluindo duas
partes (modelo topográfica):
Uma parte reprimida = parte inconsciente
e outra parte repressora = parte consciente
3
Este esquema simples fundamenta todas as
primeiras ideias teóricas de Freud:
– Do ponto de vista funcional tem-se:
uma pulsão recalcada esforçando-se em
abrir caminho até a atividade, e sendo
mantida sob controle por uma força
recalcadora.
– Do ponto de vista estrutural tem-se:
o ego como sede da consciência se opõe ao
inconsciente.
O ego controla e supervisiona as ações do
indivíduo.
Do ego procedem também o recalque.
4
– Na situação clínica da análise quando
exigimos a associação livre do paciente, ele
entra em dificuldades; as suas associações
falham quando deveriam estar-se
aproximando do recalcado.
– O analisando está dominado por uma
resistência, mas ele se acha inteiramente
inconsciente deste fato e não sabe o que é
nem de onde vem essa resistência.
– A fonte da resistência é a mesma do recalque
ou seja o ego.
– Assim, existe algo no próprio ego que é
inconsciente, que funciona a despeito da
vontade do analisando e produz efeitos sem
que ele próprio esteja consciente.
5
– A existência de uma parte inconsciente no
ego, tornou impossível afirmar uma
identidade do ego com a consciência.
– Por esse motivo Freud foi obrigado a revisar
as relações entre consciente e inconsciente
formuladas na primeira tópica.
– Contudo, a primeira e a segunda tópica não
são modelos excludentes, ao contrário, são
complementares no sentido de que
descrevem os fenômenos psíquicos sob
perspectivas diferentes.

6
Segunda Tópica do aparelho psíquico

Id ou Isso

Ego ou Eu

Supergo ou Supereu

7
O Isso (Id)
George Grodeck – usou o termo “Es” (cuja tradução
para o latim seria “Id”) para fazer referência a uma
espécie de força vital que condicionaria toda a nossa
existência.
O termo Id, conceituado por Freud a partir do
pronome da terceira pessoa do singular (Es),
designa “o que há de não pessoal no nosso
ser”.
O id (isso) é concebido como um conjunto de
conteúdos de natureza pulsional e de ordem
inconsciente.
O id constitui o pólo pulsional da
personalidade. 8
As características atribuídas ao sistema Ics na
primeira tópica são de um modo geral
atribuídas ao Id na segunda tópica.
Se na primeira tópica o conceito de
Inconsciente é utilizado em forma substantiva
para designar um “lugar” do aparelho
psíquico,
Na segunda tópica, o termo inconsciente é
usado na sua forma descritiva (adjetiva) e
relaciona-se ao conjunto de conteúdos não
presentes no campo atual da consciência.

9
Do ponto de vista “econômico”, o id é, para
Freud, o reservatório inicial da energia psíquica.
Do ponto de vista “dinâmico”, ele abriga e
interage com as funções do ego e com o
superego, com os quais quase sempre entra em
conflito.
Do ponto de vista “funcional”, ele é regido pelo
princípio do prazer; logo pelo processo
primário.
Não há razão no Id. A racionalidade é um modo de
funcionamento psíquico a ser conquistado pelo ser
humano.

10
Ego ou Eu
É um termo empregado na filosofia e na
psicologia para designar a pessoa humana
como consciente de si e objeto do pensamento.
Na teoria freudiana, esse termo designou na
primeira tópica a sede da consciência. Mas na
segunda tópica o ego tornou-se em grande
parte, inconsciente.
Assim, na segunda tópica, o ego é mais vasto
do que o sistema pré-consciente/consciente, na
medida em que as suas operações defensivas
são em grande parte inconscientes.

11
Do ponto de vista tópico, o ego está numa relação de
dependência tanto para com as reivindicações do id,
como para com os imperativos do superego e
exigências da realidade.

Do ponto de vista dinâmico, o ego representa, no


conflito neurótico, o pólo defensivo da personalidade;
ativa uma série de mecanismos de defesa, estes
motivados pela percepção de um afeto desagradável
(sinal de angústia).

Do ponto de vista econômico, o ego surge como um


fator de ligação dos processos psíquicos.

12
Contudo, embora se situe como mediador,
encarregado dos interesses da totalidade da
pessoa, a sua autonomia é apenas relativa.
Freud compara o ego com um empregado diante
de três patrões (id, superego, realidade).
o ego é ameaçado por três perigos:
- um proveniente do mundo exterior,
- o outro da libido do id e
- o terceiro da severidade do superego.

13
A teoria psicanalítica procura explicar a gênese do
ego em dois registros distintos:
– vendo o ego como um aparelho adaptativo,
diferenciado a partir do contato do id com a
realidade exterior,
• - O ego constitui-se por uma diferenciação de
uma parte do id por influência do mundo
exterior.
• - O mundo externo impõe à criança proibições
que provocam o recalcamento e a busca de
uma satisfação substitutiva para as pulsões.
• - O princípio de realidade “substitui” o princípio
de prazer.
– o ego é definido como o produto de identificações
que levam à formação no seio da pessoa de um
objeto de amor investido pelo id.
14
Superego ou Supereu

Essa entidade fora objeto de uma primeira


elaboração em 1914, na “Introdução ao narcisismo”.
➢ Freud dava então o nome de ideal do eu a uma
função do eu.
➢ Nesse momento, o ideal do eu é concebido como
herdeiro do narcisismo primário.
Depois, em 1921, em Psicologia das massas e
análise do eu, a função transformara-se numa
instância, conservando o mesmo nome.
➢ Na perspectiva inaugurada em 1921, a ênfase é
colocada na problemática da identificação.
1923 agora aparece um novo termo, o supereu,
considerado equivalente ou sinônimo do ideal do eu.
15
Na 33a. conferência de introdução à psicanálise,
Freud define o Superego como um censor, por
delegação das instâncias sociais, junto ao ego.
Freud considera dois tempos na formação do
superego e de suas funções:
1. Num primeiro tempo, o superego é representado
pela autoridade parental que dirige evolução
infantil, alternando as provas de amor com as
punições.
2. Num segundo tempo, as proibições externas são
internalizadas. Esse é o momento em que o
superego vem substituir a instância parental por
intermédio de uma identificação.
o superego é um caso bem-sucedido de identificação
com a instância parental.
16
o supereu é concebido como o “representante
das exigências éticas do homem”.
Freud sublinhou também que o superego não se
constrói segundo o modelo dos pais, mas
segundo o que é constituído pelo superego dos
pais.
A transmissão dos valores e das tradições
perpetua-se, dessa maneira, por intermédio dos
superegos, de uma geração para outra.

17
▪Além da função do Superego como censor e
representante das instâncias éticas junto ao ego.
Freud utiliza-se desse conceito para tentar explicar os
seguintes fatos clínicos:
▪a observação da culpa na neurose obsessiva (onde as
compulsões, muitas vezes, são formas de expiar a culpa por
uma ação que não deveria ter realizado).
▪Os delírios persecutórios. onde Freud vai reconhecer que a
instância persecutória dos delírios dos paranóicos e
esquizofrênicos se faz presente na mente de todo mundo,
não só dos psicóticos.

▪ "Os Arruinados pelo Êxito“ - A observação de que


determinadas pessoas não se permitem vencer na vida.
▪algumas pessoas que sofrem de um imenso sentimento de
culpa para o qual não consegue conceber razão alguma.
2a. Tópica do Aparelho Psíquico

Príncipio de
realidade
Polo defensivo
presonalidade REALIDADE

Ética
Imperativos Morais
Crítica
ID SUPEREGO
Polo EU
Pulsional

Princípio de
prazer

19
As tensões conflituosas que se produzem entre o
ego, o id e o superego, cujas exigências são
contraditórias, têm uma influência duradoura sobre
a formação da personalidade: esta última é a
resultante de forças respectivas presentes e de
seu equilíbrio dinâmico.

20
O funcionamento psíquico

21
• O Ego — Ao defrontar-se com as imposições do
mundo externo, a criança precisa gradualmente
redirigir os impulsos do id, de modo que estes sejam
satisfeitos dentro das possiblidades impostas pela
realidade.
• Desenvolve-se, então, um outro princípio: o
princípio da realidade.
• Isto significa que o indivíduo deve suportar as
condições apropriadas para alcançar o prazer e
para isso deve renunciar a um prazer imediato,
mas que poderá ter como consequência o
sofrimento.
• No entanto, ambos os princípios visam o
mesmo fim — alcançar a satisfação e evitar a
dor. 22
• Pode-se considerar o princípjo da realidade
como o princípio do prazer modificado pelas
imposições do mundo externo e o desen-
volvimento da razão.
• O Ego tem como principal função agir como
intermediário entre o id e o mundo externo.
• controlar as demandas dos impulsos e seus
modos de satisfação.
• proteger-se dos estímulos percebidos como
perigosos,
• aproveitar os estímulos favoráveis e
• realiza modificações no meio, que possam
resultar em benefício da própria pessoa.
23
• O Superego — À medida que se desenvolve, a
criança descobre que certas demandas do ambiente
social persistem sob a forma de normas e regras.

• O ego tem que lidar repetidamente com problemas e


aprender a encontrar para estes soluções
socialmente aceitas.

• As regras e normas impostas pelo mundo externo


vão se incorporar na estrutura psíquica, constituindo
o superego.

• O superego representa a herança sócio-cultural.


24
• Id, Ego e Superego são interdependentes. O ego
desempenha papel de integrador lidando
simultaneamente com as demandas do id, do
superego e do mundo externo.
• O id incita uma ação imediata e irrefletida buscando
de forma indiscriminada o prazer.
• O superego atua de forma imediata impondo uma
regra e críticando automaticamente.
• O Ego tenta decide:
• o que fazer,
• quando e
• de que forma,
• visando sempre o bem estar integral da pessoa.
25
• O ego é (espera-se que seja) a parte do aparelho
psíquico que:

• busca um equibíbrio, entre as forças dos impulsos


primitivos e irracionais do id e as forças das
exigências do superego e imposições do mundo
externo, considerando os aspectos individuais e o
contexto social em que o indivíduo está inserido,

• O superego incorporou-se ao ego como um controle


automático devido às exigências impostas pelo
mundo externo.
26

Você também pode gostar