Matrizes Material de Apoio - Unidade IV
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• Motivos que levaram à Segunda Tópica
A divisão do psíquico entre o que é
consciente e o que é inconsciente
constitui a premissa fundamental da
psicanálise.
O estudo da histeria conduziu à hipótese
do recalque como função psíquica
(defesa).
A hipótese do recalque conduziu a uma
representação da mente incluindo duas
partes (modelo topográfica):
Uma parte reprimida = parte inconsciente
e outra parte repressora = parte consciente
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Este esquema simples fundamenta todas as
primeiras ideias teóricas de Freud:
– Do ponto de vista funcional tem-se:
uma pulsão recalcada esforçando-se em
abrir caminho até a atividade, e sendo
mantida sob controle por uma força
recalcadora.
– Do ponto de vista estrutural tem-se:
o ego como sede da consciência se opõe ao
inconsciente.
O ego controla e supervisiona as ações do
indivíduo.
Do ego procedem também o recalque.
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– Na situação clínica da análise quando
exigimos a associação livre do paciente, ele
entra em dificuldades; as suas associações
falham quando deveriam estar-se
aproximando do recalcado.
– O analisando está dominado por uma
resistência, mas ele se acha inteiramente
inconsciente deste fato e não sabe o que é
nem de onde vem essa resistência.
– A fonte da resistência é a mesma do recalque
ou seja o ego.
– Assim, existe algo no próprio ego que é
inconsciente, que funciona a despeito da
vontade do analisando e produz efeitos sem
que ele próprio esteja consciente.
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– A existência de uma parte inconsciente no
ego, tornou impossível afirmar uma
identidade do ego com a consciência.
– Por esse motivo Freud foi obrigado a revisar
as relações entre consciente e inconsciente
formuladas na primeira tópica.
– Contudo, a primeira e a segunda tópica não
são modelos excludentes, ao contrário, são
complementares no sentido de que
descrevem os fenômenos psíquicos sob
perspectivas diferentes.
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Segunda Tópica do aparelho psíquico
Id ou Isso
Ego ou Eu
Supergo ou Supereu
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O Isso (Id)
George Grodeck – usou o termo “Es” (cuja tradução
para o latim seria “Id”) para fazer referência a uma
espécie de força vital que condicionaria toda a nossa
existência.
O termo Id, conceituado por Freud a partir do
pronome da terceira pessoa do singular (Es),
designa “o que há de não pessoal no nosso
ser”.
O id (isso) é concebido como um conjunto de
conteúdos de natureza pulsional e de ordem
inconsciente.
O id constitui o pólo pulsional da
personalidade. 8
As características atribuídas ao sistema Ics na
primeira tópica são de um modo geral
atribuídas ao Id na segunda tópica.
Se na primeira tópica o conceito de
Inconsciente é utilizado em forma substantiva
para designar um “lugar” do aparelho
psíquico,
Na segunda tópica, o termo inconsciente é
usado na sua forma descritiva (adjetiva) e
relaciona-se ao conjunto de conteúdos não
presentes no campo atual da consciência.
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Do ponto de vista “econômico”, o id é, para
Freud, o reservatório inicial da energia psíquica.
Do ponto de vista “dinâmico”, ele abriga e
interage com as funções do ego e com o
superego, com os quais quase sempre entra em
conflito.
Do ponto de vista “funcional”, ele é regido pelo
princípio do prazer; logo pelo processo
primário.
Não há razão no Id. A racionalidade é um modo de
funcionamento psíquico a ser conquistado pelo ser
humano.
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Ego ou Eu
É um termo empregado na filosofia e na
psicologia para designar a pessoa humana
como consciente de si e objeto do pensamento.
Na teoria freudiana, esse termo designou na
primeira tópica a sede da consciência. Mas na
segunda tópica o ego tornou-se em grande
parte, inconsciente.
Assim, na segunda tópica, o ego é mais vasto
do que o sistema pré-consciente/consciente, na
medida em que as suas operações defensivas
são em grande parte inconscientes.
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Do ponto de vista tópico, o ego está numa relação de
dependência tanto para com as reivindicações do id,
como para com os imperativos do superego e
exigências da realidade.
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Contudo, embora se situe como mediador,
encarregado dos interesses da totalidade da
pessoa, a sua autonomia é apenas relativa.
Freud compara o ego com um empregado diante
de três patrões (id, superego, realidade).
o ego é ameaçado por três perigos:
- um proveniente do mundo exterior,
- o outro da libido do id e
- o terceiro da severidade do superego.
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A teoria psicanalítica procura explicar a gênese do
ego em dois registros distintos:
– vendo o ego como um aparelho adaptativo,
diferenciado a partir do contato do id com a
realidade exterior,
• - O ego constitui-se por uma diferenciação de
uma parte do id por influência do mundo
exterior.
• - O mundo externo impõe à criança proibições
que provocam o recalcamento e a busca de
uma satisfação substitutiva para as pulsões.
• - O princípio de realidade “substitui” o princípio
de prazer.
– o ego é definido como o produto de identificações
que levam à formação no seio da pessoa de um
objeto de amor investido pelo id.
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Superego ou Supereu
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▪Além da função do Superego como censor e
representante das instâncias éticas junto ao ego.
Freud utiliza-se desse conceito para tentar explicar os
seguintes fatos clínicos:
▪a observação da culpa na neurose obsessiva (onde as
compulsões, muitas vezes, são formas de expiar a culpa por
uma ação que não deveria ter realizado).
▪Os delírios persecutórios. onde Freud vai reconhecer que a
instância persecutória dos delírios dos paranóicos e
esquizofrênicos se faz presente na mente de todo mundo,
não só dos psicóticos.
Príncipio de
realidade
Polo defensivo
presonalidade REALIDADE
Ética
Imperativos Morais
Crítica
ID SUPEREGO
Polo EU
Pulsional
Princípio de
prazer
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As tensões conflituosas que se produzem entre o
ego, o id e o superego, cujas exigências são
contraditórias, têm uma influência duradoura sobre
a formação da personalidade: esta última é a
resultante de forças respectivas presentes e de
seu equilíbrio dinâmico.
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O funcionamento psíquico
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• O Ego — Ao defrontar-se com as imposições do
mundo externo, a criança precisa gradualmente
redirigir os impulsos do id, de modo que estes sejam
satisfeitos dentro das possiblidades impostas pela
realidade.
• Desenvolve-se, então, um outro princípio: o
princípio da realidade.
• Isto significa que o indivíduo deve suportar as
condições apropriadas para alcançar o prazer e
para isso deve renunciar a um prazer imediato,
mas que poderá ter como consequência o
sofrimento.
• No entanto, ambos os princípios visam o
mesmo fim — alcançar a satisfação e evitar a
dor. 22
• Pode-se considerar o princípjo da realidade
como o princípio do prazer modificado pelas
imposições do mundo externo e o desen-
volvimento da razão.
• O Ego tem como principal função agir como
intermediário entre o id e o mundo externo.
• controlar as demandas dos impulsos e seus
modos de satisfação.
• proteger-se dos estímulos percebidos como
perigosos,
• aproveitar os estímulos favoráveis e
• realiza modificações no meio, que possam
resultar em benefício da própria pessoa.
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• O Superego — À medida que se desenvolve, a
criança descobre que certas demandas do ambiente
social persistem sob a forma de normas e regras.