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OPERAÇÕES TURÍSTICAS
E HOTELEIRAS
ÍNDICE
01 | Introdução histórica 4-6
04 | Conceito de PMS 11
“Property Management System”
06 | Segmentação em hotelaria 28 - 29
08 | Serviço de andares 32 - 36
09 | Departamento de andares e 37 - 42
suas atribuições de serviço
10 | Abreviaturas e símbolos 43 - 44
10 | Bibliografia 46
01
INTRODUÇÃO
HISTÓRICA
BREVE HISTÓRIA, DESENVOLVIMENTO E TENDÊNCIAS DO ACOLHIMENTO NA
INDÚSTRIA DA HOSPITALIDADE
Muito se tem escrito acerca da história da hospitalidade e seu desenvolvimento ao
longo dos tempos, no entanto o turismo e como sua consequência a hospitalidade
têm marcos importantes de referência que a história não deixa de relatar, criando
pontos críticos importantes de desenvolvimento até aos dias de hoje.
Mais tarde, durante a vigência do Império Romano, existiram os hostellum, que eram
uma espécie de casas senhoriais, utilizadas por nobres, quando se encontravam em
4 5
deslocação, onde o luxo e os serviços eram uma realidade. A tendência para o ser-
viço de qualidade neste registo já era uma vertente importante, em que os serviços
prestados oferecidos aos clientes variavam de hostellum para hostellum.
Podemos concluir que as preocupações com a qualidade dos serviços já eram uma
mais-valia nesta altura e o conceito básico de oferta de serviços uma preocupação
em bem acolher e fazer melhor que o concorrente mais próximo, se bem que as pro-
ximidades nesta altura seriam por exemplo a cidade mais próxima.
Em 1407, foi criada então a primeira lei para registo de hóspedes, com o intuito de
aumentar a segurança nas hospedarias, mas só em 1561, já nos meados do século
XVI, mais uma vez França regulamenta as tarifas das hospedarias ou estalagens, exi-
gindo maior conforto para os hóspedes.
Em Inglaterra, durante o decorrer da revolução industrial já no século XIX, as esta-
lagens são substituídas pelos famosos inns, que depressa ganham a boa reputação
dos melhores hospedeiros daquela época. Foram desenvolvidos na cidade de Lon-
dres e arredores, onde os innkeepers valorizavam todos os serviços, passando a ser
vistos como alto padrão de limpeza e óptima alimentação.
Como se pode constatar pelo conhecimento histórico, esta fase da revolução indus-
trial foi bastante profícua para a edificação dos centros urbanos, a composição da
grande cidade tal qual a conhecemos hoje em dia, desenvolvendo assim a indústria
da acomodação. O crescimento dos hotéis nos grandes centros urbanos, o desenvol-
vimento dos caminhos-de-ferro e a construção de estradas que ligavam as grandes
cidades portuárias foram o grande motor do desenvolvimento de toda a hotelaria
em geral, sobretudo na Europa.
Por volta de 1870 surge César Ritz, com a construção do seu primeiro hotel em Paris,
que actuou como um marco de desenvolvimento da hotelaria, pois foram inseridos
neste seu primeiro hotel alguns conceitos de conforto que não existiam até então, e,
a partir desta altura, começam a ser copiados pelo mundo inteiro, onde se destaca
a casa de banho privativa inserida den-
tro do quarto, prática utilizada até aos
dias de hoje. Também podemos salien-
tar que César Ritz insere o conceito de
restauração de grande qualidade dentro
do hotel, além da uniformização dos
empregados, entre outras inovações.
Mas o grande desenvolvimento da hos-
pitalidade não ficaria por aqui. Em terras
do Tio Sam, assistimos ao grande desen-
volvimento desta indústria, onde os ho-
téis foram abertos a toda a comunidade
e não só para aristocracia, como era o
modelo europeu de então, visões de de-
senvolvimento diferentes. A democracia
americana criou a classe média, com há-
bitos de consumo muito próprios, pos-
sibilitando assim o usufruto do luxo e do
conforto desta nova hotelaria.
6 7
Front office
02
FRONT OFFICE
Front Office ou linha de frente são acti-
vidades de uma empresa que tem alto
contacto com o cliente. As empresas de
prestação de serviço têm um nível de
contacto com o cliente bem alto, mas
isso não quer dizer não existam activi-
dades ocorrendo longe dos olhos do
cliente 1 (p. 30).
As empresas neste contexto definem de forma clara quais irão ser as actividades e
qual o tempo que realmente é necessário ao contacto com o cliente, conseguindo
assim administrar a sensação de satisfação do cliente de forma planeada, pois foi
definida a forma de abordagem e tratamento de problemas.
É evidente que estas definições são bastante académicas, mas na sua essência resu-
mem bastante bem as actividades que estão implícitas ao Front Office de um hotel,
pois é aqui que se dá o primeiro contacto com o cliente quando este entra no Hotel,
e é também daqui que parte a primeira imagem que o cliente irá ter da unidade
hoteleira.
1 INTERNATIONAL LABOUR OFFICE - Tasks to jobs: developing a modular system of training for hotel occupations.
Geneva: International Labour Organization, 1979. ISBN 978-92-2-102148-3
2 ABBOTT et al., 1999, p.1
-
bano e urbano.
O tamanho está relacionado com o número de
quartos do hotel e também o volume de negócios
que pode gerar:
considera-se médio, entre 100 e 299 quartos grande e partir de 300 quartos
muito grande.
Front Office
8 9
de negócios;
desportivos.
Como se pode constatar, o tamanho do Front Office vai de certeza variar de acordo
com o número de quartos, bem como os serviços que estão relacionados e até o tipo
de clientela, pois o Front Office para um hotel de homens e mulheres de negócios
diferencia-se necessariamente do de um hotel para turismo de lazer, na tipologia
de serviços que pode oferecer, não querendo dizer-se com isto que o serviço seja
melhor ou pior, é simplesmente diferente.
Assim podemos definir que o Front Office engloba vários serviços que juntos fazem
o conjunto de serviços anteriormente referenciados, tais serviços são:
5 Pessoa encarregada de manter relações com os clientes, sobretudo os VIP (Very Important Person).
Assim, à Recepção cumpre apenas uma parte do serviço prestado pelo FO 6, sendo
os primeiros contactos com o cliente feitos por qualquer das secções enunciadas
anteriormente. Muitas vezes confunde-se recepção com FO, devido ao facto de nos
hotéis mais pequenos estas secções serem concentradas no mesmo sítio, o que é
completamente diferente nos hotéis de maior dimensão.
6 Front Office.
Convém também referir que, hoje em dia, com a polivalência de serviços exigida a
todos os funcionários de um hotel e nomeadamente no FO, assiste-se a uma com-
pleta interiorização dos diferentes tipos de serviços enunciados por parte de todos
os funcionários. Assim os recepcionistas muitas vezes também são caixas e ao mes-
mo tempo telefonistas, não querendo com isto desvirtuar as competências de cada
uma destas secções; mas a actividade hoteleira e os custos que lhes estão associados
com o pessoal não permitem por vezes tantos funcionários para estas secções como
foram descritos anteriormente.
03
O FRONT OFFICE COMO PONTO
DE VENDAS
O alojamento é o principal ponto de venda do Hotel, representando entre 50% a
70% do total da facturação (receitas). O serviço de alojamento deve, por essa razão,
ser alvo de especial atenção para que o seu contributo se mantenha elevado. É, por
isso, importante que este departamento se mantenha a par das tendências e exigên-
cias de clientes cada vez mais atento e informado.
O front office como ponto de vendas
Assim sendo, a equipa que trabalha no Front Office deve estar orientada para o
cliente e para a venda, direccionando-se para os clientes potenciais - que ainda não
frequentam os serviços do hotel – em relação aos quais é necessário desenvolver e
implementar estratégias de divulgação do hotel e seus serviços, de forma a persua-
dí-los a utilizarem-nos, mostrando-lhes as vantagens da sua opção e a diferença face
à concorrência.
Mais do que informar sobre tarifas o pessoal deve interiorizar o seu papel enquanto
vendedor e criar condições para que o cliente entenda, aceite e compre o valor dos
produtos e serviços.
Contudo convém lembrar que influenciar o cliente não significa pressionar ou inco-
modar. A abordagem ao cliente deve ser feita com a elegância, rigor e honestidade
necessários para que se traduza na prestação dum serviço de qualidade.
São vários os serviços que um hotel pode disponibilizar aos clientes dos quais se
enumeram os mais comuns: restaurantes, bares, cafetaria, aluguer de salas, eventos
(congressos, reuniões, etc.), lavandaria, Health club, SPA, entre outros.
04
CONCEITO DE PMS
“Property Management System”
Nos dias de hoje, a gestão de um hotel sentiu com o avanço tecnológico necessida-
des de administração dos seus recursos e de operacionalidade muito particulares.
Assim o FO não foge à regra e existe cada vez mais a necessidade de gestão inte-
grada, que permita saber em qualquer momento como vai a saúde financeira da
empresa em conjunto com a operacionalidade.
7 Back of the House, actividades que estão fora do circuito dos clientes mas que são essenciais aos serviços a prestar.
Assim, comparando com o ponto 2, temos aqui identificados alguns dos módulos
que enunciámos anteriormente no tocante à aplicação informática utilizada e que
fazem parte de um ciclo normal do cliente em que se baseia todo o serviço de FO.
Contudo, faltam ainda alguns módulos, como por exemplo a portaria ou os tele-
fones, que estão também inseridos no ciclo do cliente, e podem operar separada-
mente, e embora sejam um complemento de serviço muito importante, havendo a
necessidade de estarem presentes para uma correcta prestação de qualidade.
Como é sabido, todo o negócio de um hotel se apoia na venda dos serviços existen-
tes que estão à disposição do cliente. Assim os quartos são uma das grandes fontes
de receita dos hotéis e o processo de reserva, um dos meios mais importantes para
garantir a sua boa ocupação.
Aceitar uma reserva implica alguns procedimentos que muito resumidamente ire-
mos enumerar:
escrito, fax, email ou carta, e reconfirmação posterior por parte do hotel; este
processo depende da maneira como é pedida a reserva. As reservas normal-
mente chegam através de telefone, fax ou email, sendo os procedimentos
um pouco diferentes, para um caso e para outro;
pois, se feito dentro dos prazos estabelecidos, terá de ser imediatamente al-
terado o registo no sistema, libertando assim o quarto e como consequência
obtendo uma nova disponibilidade para aquela data.
vários motivos não interessam ao hotel, como por exemplo clientes que
saíram sem pagar, ou comportamentos indesejáveis dentro do hotel, ou
mesmo agentes de viagens ou empresas que enviaram clientes e no final
não efectuaram o pagamento, ou pagaram fora dos prazos tidos como ra-
zoáveis e inicialmente contratados.
fig1
Um possível modelo é o ilustrado na figura (fig1), com vários campos de detalhe de
informação. Quanto mais informação se reunir acerca do cliente melhor será para a
prestação de serviço.
Garantias de reservas:
16 17
Voucher de agência de viagens;
Overbooking
O conceito de overbooking é sem dúvida uma das técnicas utilizadas pela maioria
dos hotéis de modo a permitir uma ocupação mais perto dos 100%. Funciona de
maneiras diferentes de hotel para hotel, mas deve ser sempre apoiada nos históricos
de reservas, cancelamentos e no-shows. Fazer um overbooking significa aceitar para
determinada data reservas em valor superior ao número de quartos disponíveis na
unidade hoteleira.
RECEPÇÃO
14 Cliente com reserva garantida que não apareceu à data contratada da reserva.
15 Walk-in, cliente que não tem reserva e faz toda a negociação ao balcão com o recepcionista.
Encontram-se muitas técnicas de venda e tudo irá depender da política do hotel para
este assunto, mas existem conceitos básicos que todas as unidades hoteleiras professam:
Vender o quarto ao melhor preço, não só para o hotel mas também para o cliente!
Vender ao melhor preço indica entre várias técnicas fazer face às instruções de preço
emanadas pela secção competente, neste caso o departamento comercial através
do departamento de reservas, que estabelece os preços do dia de acordo com vários
parâmetros e dentro do intervalo de preço estabelecido, para as diferentes tipolo-
gias de quarto.
A técnica usada consiste na venda do preço mais alto para o mais baixo, cabendo ao
profissional que está a efectuar a venda observar as reacções do cliente no tocante
ao preço e procurar adaptar o melhor possível o preço ao cliente, ganhando neste
caso as duas partes envolvidas.
Para os clientes que fazem a sua contratação ao balcão, teremos de pedir também
algumas garantias de pagamento; a mais utilizada hoje em dia é a garantia com car-
tão de crédito, podendo ir até ao pagamento antecipado, caso o cliente não traga
qualquer bagagem. Normalmente para os clientes habituais que chegam ao balcão
sem reserva não é exigida qualquer garantia.
A venda de serviços implica sempre uma atitude correcta por parte de quem vende,
neste caso o vendedor, a saber:
(check-in)
Convém referenciar que este formulário é produzido de forma automática pelo sis-
tema, no dia anterior ou na manhã da chegada, de acordo com as reservas existen-
18 19 tes. No caso dos clientes que já estiveram hospedados no hotel, o mesmo terá um
perfil histórico do cliente, informação disponível no acto de check-in, dando assim
ao recepcionista mais informação de pormenores ligados às estadas do cliente, que
facilitam o acolhimento.
Para o caso de o cliente ser um walk-in, o mesmo terá de ser preenchido presen-
cialmente no acto de entrada, pelo recepcionista, sendo que o cliente preencherá
alguns dados necessários do mesmo formulário de registo para posterior introdução
no sistema; a tarefa de entrada fica completada depois da assinatura do cliente e
entrega do cartão de hóspede (Key-pass) 16, juntamente com a chave do quarto, um
cartão com banda magnética “chave electrónica”.
Estes documentos são elaborados pelo sistema durante o fecho do dia anterior e
abertura do dia seguinte, permitindo assim uma melhor adaptação do trabalho de
chegada dos clientes e facilitando todas as tarefas de atribuição de quartos.
Existe também um recurso muito importante para todo este trabalho que é o Livro
de Ocorrências, onde estão inscritos todos os acontecimentos mais relevantes que
se produziram durante o dia e que são passíveis de estar referenciados, facilitando
muito o trabalho de passagem de serviço entre recepcionistas nos diferentes turnos
e ajudando na atribuição correcta de quartos no dia.
Lista de chegadas
O modelo da lista de saídas é igual ao de entradas, mudando apenas o seu título.
De referir, também, que estes documentos são normalmente o resultado das ne-
cessidades internas de organização, e os seus traçados feitos de acordo com as ne-
cessidades e os modelos de gestão da unidade hoteleira. Porém, com as aplicações
existentes no mercado para FO, e já que são produzidos automaticamente, os seus
traçados não variam assim tanto.
ocupações, para não se atribuirem quartos que não estão ainda preparados para tal.
Room report
20 21
Podemos ainda ter as conjugações de quarto ocupado mas sujo, quando o quarto
está ocupado mas ainda não foi limpo, e quarto vago mas sujo, por exemplo quando
o quarto está livre mas ainda não foi feita a limpeza para entrada de novo cliente.
Neste relatório aparece um campo para a hora, pois, como se referiu anteriormente,
estes relatórios por vezes são tirados de hora a hora, para podermos consultar a evo-
lução das disponibilidades dos quartos do hotel.
CAIXA E FACTURAÇÃO
A guarda de valores hoje em dia é feita através do cofre que o hotel disponibiliza
em todos os quartos, ficando assim a recepção mais liberta deste procedimento, já
que os cofres do quarto são configuráveis pelo próprio cliente; no entanto algumas
recepções também guardam valores dos clientes, havendo nestes casos uma neces-
sidade de um controlo de todos os movimentos registados.
Para cada um dos casos existem cuidados essenciais a ter com cada uma das tran-
sacções, por isso o caixa deve ser conhecedor de todos os procedimentos no recebi-
mento de qualquer uma destas formas de pagamento.
e
omparar a assinatura com a do boletim de entrada
Cheques / pagamento onferir a data que deve ser a do dia
de contas por cheque
o
rtão é legível
Cartões de crédito / pagamento omparar a assinatura do cliente com documento de
de contas com cartão de crédito
pagamento
Nas grandes unidades hoteleiras os serviços desta secção têm uma complexidade
elevada, sendo as suas tarefas bastante abrangentes; assim sendo, são atribuições
desta secção todo o tipo de reservas em diversos serviços exteriores ao hotel em
questão, tais como:
rent-a-car 18
Estas chaves são mais fáceis de manusear, se o cliente a levar, por distracção, o seu
custo é mais baixo do que o de uma chave tradicional, é mais fácil de transportar e
sobretudo mais prático.
Para que um hotel possa ter este sistema deverá possuir uma aplicação própria, que
consiste num dos módulos de FO, inserido no módulo de Portaria para o efeito, em
Operações de Front Office
que o princípio básico assenta num sistema simples de codificação da banda, aquan-
do do check-in, possibilitando ao cliente abrir a porta do seu quarto durante toda a
sua estada. No final e na altura do check-out, esse mesmo código é retirado, ficando
assim a chave electrónica pronta para nova recodificação, para outro novo hóspede
e para qualquer outro quarto.
24 25
da porta;
Este processo de auditoria nocturna é feito em várias fases, e só pode ser começado
depois de todos os outros utilizadores terem saído do sistema.
Deste modo o processo assenta nos seguintes procedimentos:
19
Muito sumariamente foi descrito o processo de auditoria nas suas tarefas mais importantes.
Correspondendo o saldo anterior aos valores que vêm em acumulado do dia ante-
rior, os débitos a tudo o que foi recebido de clientes e os créditos a tudo o que foi
pago no dia pela unidade hoteleira, sendo o saldo actual então o acumulado para
o dia seguinte.
É evidente que este trabalho hoje em dia é bastante facilitado pelas aplicações in-
formáticas, mas mesmo assim não exclui um trabalho minucioso de conferência de
tudo, antes de ser dada a ordem final ao programa para efectuar o fecho do dia - não
26 27 se pode iniciar um fecho de dia se existirem discrepâncias nos movimentos.
É através do Front Office que o cliente contacta o hotel pela 1ª vez. É a esses mesmos
serviços a quem recorre em caso de reclamações, pedidos especiais ou sugestões de
funcionamento. Pode-se dizer que o Front Office é o pulsar do hotel: recebe, trata e
transmite informações entre as diferentes secções. Serve de interface, isto é, de elo
de ligação e intermediária entre o cliente e os diversos serviços.
Com a direcção do hotel deverá trocar informações sobre questões relativas ao fun-
cionamento corrente, de forma a facilitar uma resposta rápida e atempada às ques-
tões que se colocam.
Para além, disso deve fornecer informações que apoiem as decisões de gestão (rela-
tórios sobre a actividade diária; sugestões reclamações; listas de hóspedes, relatórios
de vendas, de receitas, estatísticas entre outros).
As restantes secções, como por exemplo, Restaurante/Bar, Cafetaria/ Room Service
e Cozinha, deverão ser informadas pelo Front Office quanto ao número diário de
hóspedes, se a estadia inclui ou não refeições, se existem pedidos ou serviços espe-
ciais, (banquetes, refeições para grupos, etc.) ou outros serviços que envolvam estas
secções - Welcome drinks, Welcome gifts (cestos de fruta, garrafa de vinho do Porto,
bombons, entre outros), clientes com tratamento VIP, jantares temáticos e refeições
do pessoal.
Esta troca de informações culmina com a saída do cliente, momento em que deverá
existir uma extraordinária coordenação e colaboração entre o Front Office e as vá-
rias secções do hotel no sentido de que sejam cobrados os consumos ou despesas
efectuados.
Aos Serviços Técnicos, deverá o Front Office comunicar a existência de avarias tanto
nas zonas públicas como nas dos hóspedes. Por sua vez estes deverão informar se
existem quartos que, por estarem em manutenção, não poderão ser vendidos.
Entre o Serviço de Andares e Lavandaria e o Front Office deve se mantida uma troca
permanente de informações sobre o tratamento da roupa, solicitações especiais dos
clientes e sobre o estado dos quartos.
06
SEGMENTAÇÃO EM HOTELARIA
É essencial conhecermos a segmentação normalmente utilizada pela hotelaria que
em geral é feita por tipos de negócio e como consequência originando tipos de
clientes diferentes.
Assim temos dois grandes segmentos, individuais e grupos. Por sua vez, cada uma
destas segmentações tem diferentes tipologias. Normalmente considera-se grupo
as reservas efectuadas em bloco para mais de 15 quartos.
Frequente Independente;
28 29
pertencentes à indústria turística;
22 On request, contrato efectuado com empresas e/ou agentes de viagens garantindo apenas o preço.
Os grupos normalmente dividem-se da seguinte forma:
Podemos ainda referir que no período anterior as reservas de lugares de avião eram
feitas apenas entre companhias aéreas nos aeroportos ou nas suas filiais.
Os hotéis debatem-se neste momento com uma tarefa complicada e algo trabalhosa
de manter esta informação muito actualizada, diria mesmo actualizada ao dia, e no
fundo com uma triagem correcta da informação de modo a fornecer a melhor possí-
vel e sempre melhor do que a concorrência disponibiliza. Não há dúvida que a Web
acaba por ser o grande fenómeno de comunicação dos nossos dias, tornando mais
fácil a todos o trabalho e a rapidez de respostas em todos as vertentes que a nossa
imaginação possa chegar.
Para ter acesso a todo este negócio e poder receber reservas directamente através
deste sistema, os hotéis deverão estar ligados a estes terminais e sobretudo a todos
os GDS que possam eventualmente interessar ao negócio.
QUARTOS
Os quartos são sem dúvida um elemen-
to importantíssimo em qualquer unida-
32 33 de hoteleira.
Nesta outra ilustração 26 abaixo, podemos observar outra tipologia de quarto, uma
SUITE, uma célula habitacional com mais uma divisão, além do quarto de dormir
neste caso uma sala. No seu conceito os princípios básicos são os mesmos, uma an-
tecâmara, casa de banho, quarto de dormir e mais uma divisão, a sala.
Salientamos mais uma vez que os hotéis devido à concorrência optam, sempre, por
ter quartos com níveis diferentes de conforto, decoração e área para satisfazer as di-
ferentes necessidades dos seus clientes, sendo tipos base os quartos DUPLOS, TWIN
& DOUBLE e SUITE; os quartos SINGLE deixaram praticamente de ser incluídos nas
configurações de projecto dos hotéis, tendo todos os quartos uma lotação para duas
pessoas, mas podendo ser apenas ocupado por uma pessoa, aí terá a designação de
ocupação SINGLE.
Contudo, existem camas de casal e individuais com medidas extra; para camas de
casal temos a cama KING-SIZE, em que a largura chega até aos 2,00m e para as camas
individuais temos as QUEEN-SIZE, que têm uma largura de 1,60m.
Em qualquer hotel os funcionários não entram pela porta principal, mas por uma
porta com a designação de porta de serviço, que deverá estar situada fora da facha-
da principal, onde existe um controlo apertado de entradas e saídas de funcionários
e respectivo controlo e segurança. É também aqui que se encontra o mecanismo de
relógio de ponto, hoje em dia substituído por cartões com banda magnética.
Junto desta entrada, existe por vezes uma outra, que é a entrada de mercadorias
com todo o equipamento necessário ao controlo.
Ainda neste sector temos também os cuidados com a roupa dos clientes, pois cada
vez mais utilizam este serviço. No caso dos clientes de hotel de cidade, mais direc-
cionado para o mercado de negócio, o tratamento da roupa pessoal é uma realida-
de, pois este mercado utiliza bastante este serviço, tanto lavagem de roupa como
limpeza a seco. Assim este serviço, disponibilizado por todos os hotéis de categoria
superior, tem de ser efectuado correctamente e dentro de moldes e parâmetros de
qualidade elevados, que vão deste a escolha de produtos de lavagem da melhor
qualidade até à especial atenção para não haver trocas de roupa, bem como a pre-
servação da qualidade das peças após a lavagem. Como se constata, este sector re-
quer também especificações técnicas por parte dos funcionários e características
profissionais adequadas, que vão desde a identificação do tipo de roupa, das tem-
peraturas adequadas de lavagem, do tipo de produto de lavagem que se pode ou
não utilizar.
09
DEPARTAMENTO DE ANDARES E
SUAS ATRIBUIÇÕES DE SERVIÇO
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NOS QUARTOS
Cada hotel terá a sua organização e distribuição de tarefas específicas e de acordo
com o seu modelo de gestão, no entanto existem elementos na distribuição de tare-
fas que são comuns à maior parte das unidades hoteleiras.
Por sua vez, a limpeza pode ser feita de diferentes maneiras, por exemplo, num piso
de hotel, um bloco de funcionários desloca-se e de quarto em quarto e executa as
mesmas tarefas em todos os quartos consecutivamente, tais como:
Outra possibilidade será um conjunto de funcionários, dois ou quatro por piso, faze-
rem todas as tarefas descritas anteriormente, mas quarto a quarto.
Cada empregada(o) de andares em média faz entre 10 a 15 quartos, e por vezes
mais, dependendo das exigências de serviço; daí que o tempo disponível para fazer
as limpezas, ou seja, a saída dos clientes e a entrada de novos, irá ser objecto de
um cálculo por parte do responsável, bem como a quantidade necessária de cola-
boradores que precisa para a execução de todas estas tarefas. O número de saídas
do dia e o número de entradas previstas irão ser de certeza objecto de uma análise
por parte do(a) responsável, para assim poder fazer as distribuições da maneira mais
adequada pelos pisos do hotel.
Ainda dentro dos critérios de limpeza e arrumação dos quartos, apresentamos em
seguida um inventário, com as rotinas mais importantes a efectuar:
Departamento de andares e suas atribuições de serviço
amenities 28
38 39
28 Amenities, produtos de oferta disponibilizados ao cliente para sua higiene pessoal.
o mais simples de todos, tem como objectivo ajudar a dissolver a maioria da sujidade, contu-
do a água sem qualquer agente misturado não limpa nem desinfecta, embora utilizar água
com pressão seja um excelente método de limpeza, pois facilita a remoção de sujidade mais
profunda.
é um agente feito de gorduras, de várias fontes, tais como óleo de palma, peixe ou outra fonte
sempre misturado com soda cáustica 29, que é usado juntamente com água produzindo uma
emulsão, que dissolve a sujidade. No entanto, os restos acumulados do sabão são uma fonte de
desenvolvimento de bactérias, havendo necessidade de as superfícies lavadas com este produ-
to serem muito enxaguadas. Daí que o sabão não deve ser usado para limpeza de superfícies
mas sim na limpeza pessoal.
normalmente designados multiusos, são sem dúvida os mais comuns; são constituídos por
substâncias alcalinas e ácidos fracos, sendo seguros para qualquer utilização, que vai da lava-
gem de loiça até limpeza de pó.
conhecidos como detergentes para superfícies difíceis, são também designados por agentes
desengordurantes; são constituídos por substâncias alcalinas mais do que as neutras, por isso
o seu uso deve ser criterioso e seguir sempre as instruções do fabricante.
usados para limpar casas de banho, para remover pedaços de estuque ou cimento e também
para remoção de manchas deixadas por calcário. Existem em diferentes graus, consoante o
tipo de ácido usado, sendo prejudiciais para a pele e outras texturas; seguir sempre as instru-
ções de manuseamento do detergente e sobretudo nunca misturar com outros agentes que
possam levar a reacções químicas nocivas e bastante perigosas.
são uma solução de um líquido com água e outros aditivos; em limpeza solvente é um líquido
que dissolve grandes quantidades de gordura e óleo que a água só por si não consegue; são
muito utilizados para remoção de nódoas e limpeza a seco.
designados como agentes corrosivos, são muito utilizados na limpeza de acessórios sanitá-
rios ou superfícies de esmalte. É preciso muito cuidado com o uso destes agentes pois são os
mais prejudiciais para quase todas as superfícies. Aplicados continuadamente podem estra-
gar as superfícies, por isso o seu uso deve ser criteriosamente controlado. São classificados
numa escala de 1 a 10, onde o talco é 1 e o diamante é 10.
Roupa, constituída por panos de algodão, com Aspiradores, sendo estes de vários tipos,
várias texturas para diferentes utilizações cilíndricos, verticais, em forma de caixa de metal,
todos com utilidades diferentes
Roupas descartáveis, uma alternativa bastante Máquinas de escovas rotativas para limpeza de
usada hoje em dia pavimentos
Vassouras
Esfregonas
Escovas
40 41 Limpadores de carpetes
Carrinhos de limpeza
AMENITIES
Tudo é negócio como sabemos, mas se o cliente tiver acesso a produtos de elevada
qualidade, e ao mesmo tempo com a possibilidade de testar fragrâncias, qualidades
terapêuticas entre outras possibilidades, teremos então uma indústria extremamen-
te produtiva neste sector e com resultados enormes nas vendas destes produtos. Daí
cada vez mais os grandes grupos hoteleiros, e não só, apostarem cada vez mais nesta
realidade, onde, e de acordo com as novas tendências do mercado, as emoções co-
meçam a ser tratadas de maneira mais actuante e ao mesmo tempo retirando todos
os dividendos de receita necessários para o negócio, deixando o cliente com uma
sensação, ao nível da experiência, de que foi única e exclusiva.
O que começou com um simples sabonete há uns anos atrás, evoluiu neste sentido,
sendo quase uma obrigatoriedade de cada hotel possuir estes elementos tão impor-
tantes no conforto dos seus hóspedes.
É evidente que cada hotel adoptará as suas quantidades, mas nunca esquecer os
pormenores dos tempos de lavagem, a qualidade dos materiais que compõem essa
mesma roupa, tendo em atenção a qualidade do serviço a implementar. A cor branca
da maior parte da roupa dos hotéis deve-se ao facto de a mesma apresentar mais
durabilidade, não desbotando, no entanto algumas unidades de maior categoria uti-
lizam roupa de cor e muita vezes com os logótipos do hotel. Nestes casos o stock de
roupa terá de ser ainda maior.
Como é natural só referenciamos neste manual a roupa dos quartos, mas não é apenas
42 43
esta que existe em grande número, teremos de contar com as restantes secções.
Abreviaturas e símbolos
A secção dentro dos andares que tem a seu cargo todo este trabalho é a Lavandaria/
Rouparia que obriga a um controlo rigoroso de todas as peças a uso, e que são mi-
lhares, mas também todo o controlo da armazenagem e inventários.
10
ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
A lista que a seguir se apresenta tem algumas das simbologias utilizadas nas secções
de Front Office, Andares e na hotelaria na sua generalidade. Estes símbolos muitas
vezes fazem parte dos relatórios internos, que são elaborados maioritariamente pelo
Front Office e consultados por todos os funcionários, ajudando na organização de
todas as tarefas.
Abreviaturas / S bolos
PAX Pessoa
# Quarto
BL Quarto Bloqueado
SUI Suite
O Quarto ocupado
V Quarto vago
AI QUINTAS, Manuel, Tratado de Hotelaria, Instituto Nacional de Formação Turística, Lisboa, 1988.
COLUMBO, C., ROSSI, F., ZANCHI, F., Laboratorio dei Servici di Ricevimento, Markes, Casa Editrice, S.R.L.
DUARTE, Valdir Vieira, Administração de Sistemas Hoteleiros, Conceitos Básicos, Senac, Editora,
São Paulo, 1966.
FROIDEVAUX, J., TRACHESEL, F., Pratique, Guide La Réception d’Hôtel, École Hôtelière
Lausanne, E. Ruckstuhi S.A., Lausanne.
INTERNATIONAL LABOUR OFFICE, Tasks to jobs: developing a modular system of training for
hotel occupations, International Labour Organization, Geneva, 1979.
MATA, Américo, Front Office, Operação e Gestão, Prefácio, Lda, Lisboa, 2003.
VALLEN, G. K., Check-in, Check-out: Gestão e Prestação de Serviços e Hotelaria, Bookman, Porto
Alegre, 2003.
- Volume 1
Autores: Paulo Campos
Coordenação Editorial: Paulo Revés
Revisão Técnica: António Araújo
Revisão de textos: W design
W design
Capa: W design
Paulo Campos, Paulo Baptista
Impressão e Acabamento: Gráfica Maia Douro, S.A.
Depósito legal:
ISBN:
Editor: Turismo de Portugal, I.P.
Rua Ivone Silva, lote 6
1050-124 Lisboa
1ª Edição: Fev.2010
O Editor fez todos os esforços possíveis para obter as autorizações pertinentes de todo o material reproduzido neste manual.
Se se verificou alguma omissão, pedimos que nos façam chegar a reclamação correspondente a fim de se corrigir o erro em posteriores edições.
Agradecimento especial aos Hotéis Heritage, pelas facilidades concedidas, e à Drª Edna Tomar pelo contributo para a melhoria do manual.