Projeto Integrado Maria Finalizado

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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ - UNOPAR

GERONTOLOGIA

MARIA DAS DORES AGRIPINO DE SOUZA

PROJETO INTEGRADO:
Doença de Alzheimer e a Gerontologia

Mariana
2022
MARIA DAS DORES AGRIPINO DE SOUZA

PROJETO INTEGRADO:
Doença de Alzheimer e a Gerontologia

Produção Textual Individual apresentado como requisito


parcial para aprovação do semestre.

Orientador: Prof. Dr. João Paulo Manfré dos Santos

Mariana
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................4
2. DESENVOLVIMENTO..............................................................................................6
3. CONCLUSÃO............................................................................................................9
REFERÊNCIAS...........................................................................................................10

.
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1. INTRODUÇÃO

A doença de Alzheimer advém do psiquiatra e neuropatologista alemão Alois


Alzheimer – 1906 – ao realizar uma autopsia, observou no encéfalo morto lesões
anormais. A mesma foi descrita que as células cerebrais do hipocampo, a parte do
cérebro associada à aprendizagem, são frequentemente as primeiras a serem
danificadas pela doença de Alzheimer. É por isso que a perda de memória,
especialmente a dificuldade em lembrar informações aprendidas recentemente, é
frequentemente o primeiro sintoma da doença.
De acordo com BVSMS (Biblioteca Virtual em Saúde Ministério da Saúde,
2011) a doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema
nervoso central começa a dar errado. Surgem, então, fragmentos de proteínas mal
cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles. Como
consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas
regiões do cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral,
essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos
sensoriais e pensamento abstrato.
Entre os fatores de risco da doença de Alzheimer estão a vulnerabilidade e/ou
suscetibilidade genética devido a polimorfismos entre certos grupos. Por outro lado,
há uma história de outros elementos que aumentam a probabilidade da mesma se
desenvolver como trauma crânio-cefálico, uma dieta rica em gordura, alterações na
homeostase do colesterol, deficiência de vitamina B12, infecções, entre outros.
Nenhuma das opções acima parece ser um fator causal direto, mas sim atuar como
sinais de danos nas terminações nervosas (MORALES; FARÍAS; MACCIONI, 2010;
SEKLER et al., 2008)
Por se tratar de uma doença neurodegenerativa é também explicitada como
incurável. O tratamento paliativo é retardar a evolução e preservar por mais tempo
possível as funções intelectuais. Os melhores resultados são obtidos quando é
iniciado nas fases mais precoces. Portanto, o auxilio da reabilitação geriátrica nestes
casos é imprescindível para favorecer o envelhecimento saudável e funcional,
diminuir o impacto das doenças crônicas na funcionalidade do indivíduo .
Mediante as informações apresentadas, o presente projeto integrado
funcionará como uma forma de observação de como todos os assuntos abordados
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no semestre estão ligados entre si. Em especial os conceitos de reabilitação


geriátrica, senilidade e senescência, eustress e distress. Além de relacionar teoria e
prática, a fim de proporcionar embasamento para atuação em atividades
extracurriculares e promover a aplicação da teoria e conceitos para a solução de
problemas práticos relativos à profissão.
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2. DESENVOLVIMENTO

A Doença de Alzheimer é caracterizada por uma série de


alterações neuropatológicas, que resultam em perda de memória, confusão,
afetação do julgamento, desorientação e problemas na expressão. Dentre essas
alterações, destacam-se a atrofia do hipocampo e do córtex cerebral, envolvendo
principalmente o córtex Fronto temporal combinado. A atrofia deve-se à dilatação
dos ventrículos laterais, principalmente do corno temporal. (FERNANDEZ,
COUTINHO, 1993, apud BITENCOURT et al, 2018)
Para Silva (2012) A tríade de Alzheimer envolve a produção de agregados
amiloides. Formação de placas senis, emaranhados neurofibrilares, causados por
esta hiperfosforilação e morte nervosa.
A deposição de emaranhados beta-amiloides e neurofibrilares pode levar à
perda de sinapses e neurônios, resultando em atrofia completa das áreas afetadas
do cérebro, geralmente começando no lobo temporal medial. O cérebro desencadeia
uma série complexa de eventos que culminam em morte celular neuronal, perda de
sinapse neuronal e deficiência progressiva de neurotransmissores; todos esses
efeitos contribuem para os sintomas clínicos da demência. (HUANG,2021)
Sendo a reabilitação geriátrica um conjunto de medidas que ajudam a manter
o funcionamento ideal e a interação com o meio ambiente (prevenção) e maximizar
o funcionamento diante de uma deficiência. A doença de Alzheimer por ser
neurodegenerativa as memórias dos idosos vão se apagando a cada estágio da
doença, com a reabilitação geriátrica pode ser utilizada em junção com a terapia de
reminiscência, tendo como objetivo estimular o resgate de informações por meio de
figuras, fotos, músicas, jogos e outros estímulos relacionados à juventude dos
pacientes. Além de organizar seus medicamentos e os mesmos serem ingeridos no
horário correto.
O envelhecimento é um processo fisiológico onipresente no ser humano.
Caracteriza-se por uma diminuição progressiva das reservas corporais, aumento do
risco de doença e declínio da capacidade física e mental. Embora comum, varia de
pessoa para pessoa, portanto, os termos senilidade e senescência advém deste
processo.
De acordo com o geriatra Wilson Jacob Filho, da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo, “A senescência abrange todas as alterações
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produzidas no organismo de um ser vivo – seja do reino animal ou vegetal – e que


são diretamente relacionadas a sua evolução no tempo, sem nenhum mecanismo de
doença reconhecido, já a senilidade é um complemento da senescência no
fenômeno do envelhecimento. Sendo condições que acometem o indivíduo no
decorrer da vida baseadas em mecanismos fisiopatológicos.”
Todos que chegam à velhice experimentam as alterações fisiológicas
(normais) desse processo, o que denominamos senescência. Por exemplo, temos a
leve perda auditiva (presbiacusia), diminuição da visão (presbiopia), leve alteração
da memória, entre outras mudanças que não caracterizam doenças.
Diferentemente da senescência, o termo senilidade abrange processos
patológicos (doenças) “típicos da velhice” que podem acometer alguns indivíduos,
como doença do coração, câncer, demências (por exemplo, a Doença de
Alzheimer), depressão etc.
Nessa situação, a participação no cuidado torna-se necessário, pois quando
um familiar adoece, o equilíbrio no sistema familiar é alterado. Portanto, a doença
tem um impacto significativo na saúde mental do cuidador, que na maioria das vezes
culmina em estresse por parte dele.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (2019) O estresse é a
resposta do organismo a determinados estímulos que representam circunstâncias
súbitas ou ameaçadoras. Para se adaptar à nova situação, o corpo desencadeia
reações que ativam a produção de hormônios, entre eles a adrenalina. Isso deixa o
indivíduo em “estado de alerta” e em condições de reagir.
O estresse pode ser negativo (distress) ou positivo (eustress), e o corpo
produz ambos diariamente em resposta às emoções e situações vivenciadas. O
eustress é uma manifestação eufórica de satisfação e felicidade que pode esgotar o
indivíduo, especialmente se vier acompanhado de ansiedade e o distress faz a
pessoa resistir, relutar e remoer as situações, entrando em ciclo vicioso de
desequilíbrio que causa esgotamento físico e mental.
As medidas de segurança e apoio para a doença de Alzheimer são as
mesmas que para todas as formas de demência. Por exemplo, o ambiente deve ser
claro, alegre e familiar, e deve ser projetado para melhorar a orientação (por
exemplo, colocar grandes relógios e calendários no ambiente). Devem ser tomadas
medidas para garantir a segurança do paciente (por exemplo, sistemas de
monitoramento de sinais para pacientes errantes). Porém é indicado fármacos para
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tratar a doença de Alzheimer, dentre eles, os inibidores da colinesterase melhoram


moderadamente a função cognitiva e a memória em alguns pacientes.
Seu uso baseia-se no aumento da disponibilidade sináptica de acetilcolina,
através da inibição das enzimas acetilcolinesterase e butirilcolinesterase (BChE).
(LIMA,2008)
Um deles é a donepezila é um inibidor reversível da AChE de duração longa,
o que é responsável pelo seu benefício de administração única diária. Comumente é
utilizado também o uso da memantina na doença de Alzheimer está baseado nos
seus efeitos sobre a neurotransmissão glutamatérgica um antagonista do receptor
Nmetildaspartato (NMDA), parece melhorar a capacidade funcional e cognitiva dos
pacientes com doença de Alzheimer moderada a grave. (HUANG, 2021)
O autor Huang (2021) também relata o aducanumabe, um anticorpo
monoclonal antiamiloide IgG1 humano específico para oligômeros beta-amiloides
implicados na fisiopatologia da doença de Alzheimer. Galantamina e Rivastigmina
são indicados de acordo com o possível benéfico para sintomas comportamentais
que outros fármacos.
Em resumo, diante deste cenário, surge o papel do cuidador, elemento
fundamental na assistência domiciliar, responsável em cuidar do sujeito doente,
prover sua subsistência, realizar/auxiliar as atividades da vida diária e, ainda, cuidar
de si mesmo e muitas vezes dos outros membros da família, como filhos, esposa,
netos entre outros. Nota-se o desafio de lidar com uma pessoa com doença de
Alzheimer.
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3. CONCLUSÃO

Em síntese o Alzheimer é uma doença progressiva que destrói a memória e


outras funções mentais. Sendo que as conexões das células cerebrais e as próprias
células se degeneram e morrem, eventualmente destruindo a memória e outras
funções mentais importantes. Perda de memória e confusão são os principais
sintomas.
Não existe cura, mas os medicamentos e as estratégias de controle podem
melhorar os sintomas temporariamente. Além de alternativas para estimular a
memória e o humor e Intervenções comportamentais.
Por ser considerada um tipo de demência, ela requer cuidados especiais e
redobrados, neste momento o profissional da gerontologia entra com seu papel para
trazer bem-estar ao idoso e a família em geral. Visando contemplar o PL 4364/2020,
a Política Nacional de Enfrentamento à Doença de Alzheimer e Outras Demências,
de construção e monitoramento participativo, articulando áreas como saúde,
assistência social, direitos humanos, educação, inovação e tecnologia.
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REFERÊNCIAS

BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE MINISTÉRIO DA SAÚDE, BVSMS. Doença de


Alzheimer. Doença de Alzheimer, Biblioteca Virtual em Saúde, p. 1-2, 2011. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/doenca-de-alzheimer-3/. Acesso em: 14 set. 2022.

MORALES, I; FARIAS, G.; MACCIONI, R. La neuroinflamación como factor


detonante del desarrolo de la enfermedad de Alzheimer. Revista chilena de
neuro- psiquiatria, Santiago, 48(1): 49-57, 2010.

BITENCOURT, Eduarda Machado et al. DOENÇA DE ALZHEIMER: ASPECTOS


FISIOPATOLÓGICOS, QUALIDADE DE VIDA, ESTRATEGIAS TERAPÊUTICAS DA
FISIOTERAPIA E BIOMEDICINA. FISIOPATOLOGIA E ETIOLOGIA, Revista Inova
Saúde, v. 8, ed. 2, p. 5-20, 2 jul. 2018. Disponível em:
https://periodicos.unesc.net/ojs/index.php/Inovasaude/article/view/3573/4550. Acesso em: 25
set. 2022.

SILVA, Tamires Alves Bizerra da. FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA DE


ALZHEIMER. Fisiopatologia, VI Mostra de Trabalhos Acadêmicos – UNILUS, p. 1-1,
2012. Disponível em: file:///C:/Users/willi/Downloads/96-299-1-PB.pdf. Acesso em: 25 set.
2022.

HUANG, Juebin. Doença de Alzheimer. Fisiopatologia, Department of Neurology,


University of Mississippi Medical Center, p. 1-15, 2021. Disponível em:
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/
delirium-e-dem%C3%AAncia/doen%C3%A7a-de-alzheimer#:~:text=Fisiopatologia%20da
%20doen%C3%A7a%20de%20Alzheimer&text=A%20deposi%C3%A7%C3%A3o%20e
%20emaranhados%20neurofibrilares,no%20mesial%20do%20lobo%20temporal. Acesso em:
25 set. 2022.

FILHO, Wilson Jacob. Senescência e senilidade – qual a diferença. Senescência e senilidade,


Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, p. 1-1, 1 fev. 2020. Disponível em:
https://www.sbgg-sp.com.br/senescencia-e-senilidade-qual-a-diferenca/. Acesso em: 25 set.
2022.

SAÚDE, Secretaria de Estado de. Estresse. Conceito, Governo do Estado de Goiás, p. 1-1,


2019. Disponível em: https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7598-estresse#:~:text=Descri
%C3%A7%C3%A3o%3A%20%C3%89%20a%20resposta%20do,e%20em%20condi
%C3%A7%C3%B5es%20de%20reagir. Acesso em: 25 set. 2022.

LIMA, Daniele A. Tratamento Farmacológico da Doença deAlzheimer. Tratamento


medicamentoso sintomático da doença de Alzheimer, Revista do Hospital Universitário
Pedro Ernesto, UERJ, p. 78-87, 2008. Disponível em:
https://bjhbs.hupe.uerj.br/WebRoot/pdf/194_pt.pdf. Acesso em: 25 set. 2022.

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