Direito Constitucional II - Organização Do Estado e Dos Poderes
Direito Constitucional II - Organização Do Estado e Dos Poderes
Direito Constitucional II - Organização Do Estado e Dos Poderes
Organização do Estado
e dos Poderes
Prof. Rodrigo Flores Fernandes
Prof.ª Rosana Maria de Moraes e Silva Antunes
Prof.ª Maytê Ribeiro Tamura Meleto Barboza
Prof. Pablo Rodrigo Bes
Indaial – 2020
1a Edição
2020
Elaboração:
Prof. Rodrigo Flores Fernandes
Prof.ª Rosana Maria de Moraes e Silva Antunes
Prof.ª Maytê Ribeiro Tamura Meleto Barboza
Prof. Pablo Rodrigo Bes
Conteúdo produzido
Copyright © Sagah Educação S.A.
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Apresentação
Olá Caro Acadêmico!
Bons estudos!
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
LEMBRETE
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VI
Sumário
UNIDADE 1 – DO ESTADO.....................................................................................................................1
TÓPICO 3 – DA INTERVENÇÃO.........................................................................................................25
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................25
2 INTERVENÇÃO FEDERAL VERSUS INTERVENÇÃO ESTADUAL........................................25
3 PRESSUPOSTOS MATERIAIS E FORMAIS DA INTERVENÇÃO...........................................28
4 JURISPRUDÊNCIA DAS CORTES SUPERIORES ACERCA DA HIPÓTESE DE
INTERVENÇÃO.....................................................................................................................................30
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................33
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................34
VII
UNIDADE 2 – DOS PODERES DO ESTADO....................................................................................45
VIII
TÓPICO 2 – O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E O SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA.....................................................................................................................107
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................107
2 COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIAS..............................................................................................107
2.1 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL...................................................................................................... 107
2.2 SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA..........................................................................................110
3 SÚMULA VINCULANTE E REPERCUSSÃO GERAL................................................................112
4 RECURSOS EXTRAORDINÁRIO, ESPECIAL E ORDINÁRIO................................................116
4.1 RECURSO EXTRAORDINÁRIO..................................................................................................... 116
4.2 RECURSO ESPECIAL....................................................................................................................117
4.3 RECURSO ORDINÁRIO................................................................................................................117
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................122
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................123
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................159
IX
X
UNIDADE 1
DO ESTADO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 1 –
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO
ESTADO
TÓPICO 3 – DA INTERVENÇÃO
1
CHAMADA
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A organização político-administrativa do Estado é de suma importância
para que se possa entender as formas possíveis, o que é federação e federalismo,
bem como quais são as modificações previstas no ordenamento jurídico em
relação aos entes federativos.
• unitário puro;
• unitário descentralizado administrativamente;
• unitário descentralizado administrativa e politicamente.
3
UNIDADE 1 | DO ESTADO
DICAS
• confederação;
• união pessoal;
• união real.
4
TÓPICO 1 | DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO
5
UNIDADE 1 | DO ESTADO
• federalismo orgânico;
• federalismo de integração;
• federalismo de equilíbrio;
• federalismo de segundo grau.
Art. 18 [...]
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de
Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado
por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia,
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei (BRASIL, 1988, documento on-line).
8
TÓPICO 1 | DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO
Assim, nos casos dos municípios, havia um certo cuidado com as autono-
mias alcançadas com sua criação:
9
UNIDADE 1 | DO ESTADO
UNI
10
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
11
AUTOATIVIDADE
2 Assinale a alternativa correta no que tange à formação dos Estados quanto aos
requisitos estabelecidos constitucionalmente para a forma desmembramento/
formação:
12
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A Constituição Federal de 1988 distribui, entre os entes federados, o
que compete a cada um, seja de forma exclusiva ou concorrente. Assim, restam
estabelecidas as competências da União, dos estados, dos municípios e do
Distrito Federal.
13
UNIDADE 1 | DO ESTADO
• administrativas;
• legislativas;
• tributárias.
14
TÓPICO 2 | DAS COMPETÊNCIAS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
DICAS
15
UNIDADE 1 | DO ESTADO
16
TÓPICO 2 | DAS COMPETÊNCIAS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
17
UNIDADE 1 | DO ESTADO
18
TÓPICO 2 | DAS COMPETÊNCIAS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
Incumbe à União estabelecer normas gerais. Porém, caso a União não legisle
sobre isso, podem os Estados e o Distrito Federal legislar sobre as peculiaridades
da sua realidade, conforme o art. 24, § 3º, da Constituição Federal: “Art.24 [...] § 3º
Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades” (BRASIL, 1988, documento
on-line). Mas, se houver, edição de norma geral por parte da União e as normas
editadas pelos estados e pelo Distrito Federal forem incompatíveis, estas têm a
sua eficácia suspensa, conforme o art. 24, § 4º, da Constituição Federal: “Art. 24
[...] § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia
da lei estadual, no que lhe for contrário” (BRASIL, 1988, documento on-line).
19
UNIDADE 1 | DO ESTADO
20
TÓPICO 2 | DAS COMPETÊNCIAS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
Competência
Competência legislativa (vertical)
legislativa (horizontal)
FONTE: o autor
21
UNIDADE 1 | DO ESTADO
UNI
22
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
23
AUTOATIVIDADE
2
Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
24
UNIDADE 1
TÓPICO 3
DA INTERVENÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988 especifica
quais são os seus entes federativos e as respectivas competências de cada um
deles, demonstrando, assim, a autonomia político-administrativa existente entre
União, estados e municípios brasileiros. Nesse sentido, podemos perceber que a
intervenção é ato excepcionalíssimo, pois infringe essa autonomia.
25
UNIDADE 1 | DO ESTADO
lei aos entes federativos. Portanto, existem casos legalmente previstos em) que
é possível que um ente federativo adentre a competência de outro ente com o
objetivo de intervir.
26
TÓPICO 3 | DA INTERVENÇÃO
27
UNIDADE 1 | DO ESTADO
• Defesa do País, nos termos do art. 34, I e II: “[...] I — manter a integridade
nacional; II — repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em
outra” (BRASIL, 1988, documento on-line);
• Defesa do princípio federativo, conforme o art. 34, II a IV:
28
TÓPICO 3 | DA INTERVENÇÃO
Fundamento Forma
29
UNIDADE 1 | DO ESTADO
DICAS
Tal decisão teve por base a jurisprudência do STF que considera determi-
nado caráter político-administrativo e, nesse sentido, há, na decisão do Chefe
do Poder Executivo, certa discricionariedade em expedir ato interventivo. A
jurisprudência que fundamentou essa tese conta com a seguinte ementa:
30
TÓPICO 3 | DA INTERVENÇÃO
31
UNIDADE 1 | DO ESTADO
32
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
33
AUTOATIVIDADE
a) Deixar de ser paga, por motivo de força maior, por dois anos consecutivos,
a dívida fundada.
b) Tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção
e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
c) Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos
de saúde.
d) O Tribunal de Justiça der provimento à representação para assegurar a
observância de princípios indicados na Constituição Estadual e para prover
a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
e) Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por um ano, a dívida
fundada.
34
UNIDADE 1
TÓPICO 4
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1 INTRODUÇÃO
Nos seus arts. 37 e 38, a Constituição Federal de 1988 expressa disposições
gerais acerca da Administração Pública e, nos arts. 39 e 40, aborda a questão dos
servidores públicos e das particularidades deles, com destaque para o regime
jurídico único que recai sobre esse grupo.
• legalidade;
• impessoalidade;
• moralidade;
• publicidade;
• eficiência.
35
UNIDADE 1 | DO ESTADO
36
TÓPICO 4 | DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
37
UNIDADE 1 | DO ESTADO
38
TÓPICO 4 | DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
39
UNIDADE 1 | DO ESTADO
DICAS
40
TÓPICO 4 | DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1. agentes políticos;
2. servidores públicos;
3. militares;
4. particulares em colaboração com o Poder Público.
41
UNIDADE 1 | DO ESTADO
Com base nesses conceitos, podemos afirmar que há uma distinção entre
os servidores estatutários, que são todos os que ocupam cargo público efetivo, ou
seja, que foram aprovados em concurso público de provas ou de provas e títulos
(art. 37, II, da Constituição) e têm por regime previdenciário o regime jurídico
único. Vejamos o disposto no art. 40 da Constituição Federal:
42
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
43
AUTOATIVIDADE
44
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em quatro tópicos. Em cada um deles você
encontrará diversas atividades que o(a) ajudarão na compreensão das
informações apresentadas.
45
CHAMADA
46
UNIDADE 2
TÓPICO 1
DO PODER EXECUTIVO
1 INTRODUÇÃO
Para aprendermos com a devida profundidade o processo de impeach-
ment previsto na Constituição Federal de 1988, é necessário compreendermos
também os principais sistemas de governo que adotam a divisão entre os Três
Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), pois somente assim alcançaremos
as razões que justificam a instauração do processo contra o Chefe do Executivo.
2 SISTEMAS DE GOVERNO
Inicialmente, é importante destacarmos que, dentre os sistemas de governo
existentes em todo o mundo, neste capítulo consideraremos somente os que se
fundamentam na divisão dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário),
ou seja, os que são utilizados nas democracias ocidentais contemporâneas,
conforme retratado pelo jurista Ferreira Filho (2012, p. 133):
47
UNIDADE 2 | DOS PODERES DO ESTADO
48
TÓPICO 1 | DO PODER EXECUTIVO
49
UNIDADE 2 | DOS PODERES DO ESTADO
50
TÓPICO 1 | DO PODER EXECUTIVO
I a III). Todavia, esse rol de capacidades não é taxativo, como podemos inferir
a partir do disposto no art. 84, XXVII, segundo o qual o Presidente poderá
“[...] exercer outras atribuições previstas nesta Constituição” (BRASIL, 1988,
documento on-line).
51
UNIDADE 2 | DOS PODERES DO ESTADO
DICAS
4 PROCEDIMENTO DE IMPEACHMENT
No seu texto, a Constituição Federal de 1988 não faz uso do
vocábulo de origem inglesa impeachment, que pode ser traduzido como
“impedimento” ou “impugnação”. No seu art. 85, esse diploma legal menciona
a “responsabilidade do Presidente da República” e prevê quais são os ditos
crimes de responsabilidade (BRASIL, 1988).
52
TÓPICO 1 | DO PODER EXECUTIVO
53
UNIDADE 2 | DOS PODERES DO ESTADO
54
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
55
AUTOATIVIDADE
56
b) celebrar tratados, convenções e atos internacionais, estando estes sujeitos a
referendo do Congresso Nacional.
c) dispor, mediante decreto, sobre: extinção de funções ou cargos públicos,
quando ocupados.
d) dispor, mediante decreto, sobre: organização e funcionamento da
administração federal; isso quando houver aumento de despesa, ou criação
e extinção de órgãos públicos.
57
58
UNIDADE 2 TÓPICO 2
DO PODER LEGISLATIVO
1 INTRODUÇÃO
Dentre os Três Poderes do Estado, o Legislativo é um órgão independente
cujas funções típicas são legislar e fiscalizar e que, de modo atípico, exerce função
administrativa e julgadora.
2 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO
Na divisão de funções entre os Poderes da República, cabem ao Poder
Legislativo, que é independente, as tarefas precípuas de legislar e fiscalizar.
Contudo, ele também pode exercer funções atípicas, como você pode ver
a seguir (BRASIL, 1988):
59
UNIDADE 2 | DOS PODERES DO ESTADO
• A Câmara dos Deputados é a casa que representa o povo e conta com membros
eleitos pelo sistema proporcional em cada estado e no Distrito Federal cujos
mandatos vigoram por quatro anos.
• O Senado Federal é composto por três representantes de cada estado e do
Distrito Federal, que são eleitos pelo sistema majoritário e cujos mandatos
vigoram por oito anos.
ATENCAO
DICAS
ATENCAO
61
UNIDADE 2 | DOS PODERES DO ESTADO
Representante dos
Composição estados e do Distrito Representante do povo
Federal
Proporcional à população
Sistema de eleição Majoritário de cada Estado e do
Distrito Federal
FONTE: o autor
62
TÓPICO 2 | DO PODER LEGISLATIVO
63
UNIDADE 2 | DOS PODERES DO ESTADO
4 OBJETO
Os objetos da CPI são a apuração e a reunião de dados e informações
para o exercício das funções constitucionais conferidas ao Parlamento. Trata-se
de fatos e acontecimentos de relevante interesse para a vida pública e a ordem
constitucional, legal, econômica e social do País. Logo, uma CPI não pode ser
instaurada para apurar fato exclusivamente privado ou de caráter pessoal e ela
também não dispõe de poderes universais, uma vez que os seus poderes são
limitados a fatos determinados. Além disso, é possível que existam quantas CPIs
forem necessárias para realizar as investigações recomendáveis, posto que fatos
inicialmente imprevistos podem surgir.
64
TÓPICO 2 | DO PODER LEGISLATIVO
5 PRAZO
A CPI é temporária e, portanto, conta com um prazo fixo. De acordo com
o regimento interno da Câmara dos Deputados, ela pode acontecer durante o
recesso parlamentar, cujo prazo é de 120 dias, prorrogáveis até a metade do prazo
mediante deliberação do Plenário.
6 PODERES
As CPIs dispõem dos poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais, além de outros previstos nos regimentos internos de cada casa. Para
Lenza (2014), elas realizam verdadeira investigação, materializada no inquérito
parlamentar. Os poderes instrutórios que lhes são conferidos assemelham-se aos
juízos de instrução.
constitucional da jurisdição, o que significa que a CPI não pode praticar atos
propriamente jurisdicionais. Dessa forma, são vedadas à CPI as diligências de
busca domiciliar, interceptação telefônica e ordem de prisão, salvo no caso de
flagrante delito, como sucede na hipótese de falso testemunho.
Por fim, atentemos ao fato de que a CPI deve motivar todas as suas deli-
berações sob pena de ineficácia, da mesma maneira que se exige das decisões
judiciais (BRASIL, 1988, art. 93, IX, da Constituição Federal). A CPI não pode
impor penalidades ou condenações.
DICAS
7 IMUNIDADE PARLAMENTAR
Imunidade parlamentar é um conjunto de prerrogativas conferidas aos
parlamentares para garantir o exercício dos seus mandados em liberdade. A
Constituição Federal determina que durante o mandato os deputados e senadores
não podem ser presos, à exceção de flagrante de crime inafiançável. Nesse caso,
a decisão de prisão do congressista fica a cargo da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal, dependendo de qual casa o político pertence.
66
TÓPICO 2 | DO PODER LEGISLATIVO
67
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
68
AUTOATIVIDADE
69
70
UNIDADE 2 TÓPICO 3
DO PROCESSO LEGISLATIVO
1 INTRODUÇÃO
Em suma, podemos afirmar que um processo é a concatenação de vários
atos que se destinam a um determinado fim conjuntamente. Até mesmo as leis
devem obedecer a um processo legislativo no momento da sua criação, sendo que
ele é definido previamente pela Constituição Federal de 1988. Nesse sentido, cada
uma das espécies normativas estabelecidas pelo art. 59 do Texto Constitucional
deve obedecer ao processo legislativo, pois, do contrário, será considerada
inconstitucional. Portanto, essa é uma matéria de extrema importância, tendo em
vista que raras vezes compreenderemos o contexto de algo sem conhecermos a
sua formação e, logo, a sua evolução ao longo do tempo. Assim, ao estudarmos
o processo legislativo no âmbito do Direito Constitucional, faz-se necessário
aprendermos como as leis se originam — ou, pelo menos, como devem ser
originadas — para que possamos distinguir se estamos frente a uma situação
inconstitucional ou não.
71
UNIDADE 2 | DOS PODERES DO ESTADO
72
TÓPICO 3 | DO PROCESSO LEGISLATIVO
O art. 60, I a III, bem como os seus §§ 2º, 3º e 5º, informam as limitações
formais ou procedimentais relativas à emenda constitucional (LENZA, 2011). Os
incisos I, II e III desse dispositivo se referem à iniciativa de propor uma emenda
à Constituição, que é privada, pois apenas as pessoas elencadas possuem a
73
UNIDADE 2 | DOS PODERES DO ESTADO
Até o presente momento, em síntese estudamos que, para que haja uma
emenda à Constituição, ela deve ser proposta pelas pessoas que possuem iniciativa
privativa e concorrente. Em seguida, acontece a deliberação acerca do assunto, a
votação e, caso seja aprovada em dois turnos de votação em cada Casa, é enviada
para promulgação. Posteriormente, o Congresso publica a emenda.
UNI
Não podem ser objeto de emenda constitucional por serem cláusulas pétreas:
74
TÓPICO 3 | DO PROCESSO LEGISLATIVO
DICAS
A hipótese de iniciativa geral abarca o disposto no art. 61, caput, que elenca
as seguintes pessoas como competentes para instaurar um processo legislativo:
“[...] qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo
75
UNIDADE 2 | DOS PODERES DO ESTADO
Então, é nessa fase que o projeto de lei toma forma, é discutido por ambas
as Casas do Congresso Nacional, assume caráter de objeto de votação e, após a
deliberação parlamentar, ainda passa pelo crivo da deliberação executiva, que
ocorre por meio da sanção ou do veto. A sanção nada mais é que a concordân-
cia do Presidente da República em relação a um projeto de lei aprovado pelo
Congresso. Se houver manifestação favorável do Chefe do Poder Executivo em
até 15 dias úteis, diz-se que a sanção é expressa. Do contrário, se houver silêncio
durante esse período, a sanção será tácita. Também é possível que seja total ou
parcial, de acordo com a concordância ou não com todo o projeto aprovado pelo
Congresso. O veto, por sua vez, é a discordância do Presidente com o projeto de
lei aprovado pelos parlamentares em até 15 dias úteis, a contar do momento em
que ele recebe o projeto de lei, excluindo-se o dia inicial e incluindo-se o dia do
término (MORAES, 2014).
76
TÓPICO 3 | DO PROCESSO LEGISLATIVO
77
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
78
AUTOATIVIDADE
a) Residual e formal.
b) Substancial e residual.
c) Material e formal.
d) Substancial e material.
e) Formal e convencional.
79
80
UNIDADE 2
TÓPICO 4
DO PODER JUDICIÁRIO
1 INTRODUÇÃO
Neste unidade, você vai ler sobre o Poder Judiciário, um dos três Poderes da
União, independentes e harmônicos entre si, conforme o art. 2º da Constituição
Federal. Trata-se de um Poder indispensável e demasiadamente importante
em todo Estado Democrático de Direito. Tal Poder é incumbido de atribuições
altamente relevantes, como, por exemplo, a própria guarda da Constituição
Federal.
81
UNIDADE 2 | DOS PODERES DO ESTADO
82
TÓPICO 4 | DO PODER JUDICIÁRIO
O art. 95 dispõe sobre as garantias dos juízes, que, basicamente, são três
(BRASIL, 1988):
• vitaliciedade;
• inamovibilidade;
• irredutibilidade de subsídio.
• dos tribunais;
• do STF;
• dos Tribunais Superiores;
• dos Tribunais de Justiça.
83
UNIDADE 2 | DOS PODERES DO ESTADO
Art. 95 [...]
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I — exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função,
salvo uma de magistério;
II — receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em
processo;
III — dedicar-se à atividade político-partidária;
IV — receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições
de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as
exceções previstas em lei;
V — exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes
de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração (BRASIL, 1988, documento on-line).
3 QUINTO CONSTITUCIONAL
O art. 94 da Constituição Federal diz respeito ao quinto constitucional. É
uma inovação trazida pela Carta Magna de 1988 e possui o seguinte enunciado:
DICAS
84
TÓPICO 4 | DO PODER JUDICIÁRIO
4 SÚMULA VINCULANTE
Abordaremos, agora, a súmula vinculante. O art. 103-A da Constituição
Federal versa a respeito da função exercida pela súmula:
Podemos dizer que as súmulas vinculantes têm força de lei. Tal tema foi
regulamentado pela Lei nº. 11.417, de 19 de dezembro de 2006.
85
UNIDADE 2 | DOS PODERES DO ESTADO
DICAS
5 RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL
A reclamação constitucional é um instrumento jurídico que visa
resguardar a competência do STF, de forma a garantir a supremacia de suas
decisões. Existem três hipóteses de cabimento, sendo que as duas primeiras são
(BRASIL, 2014):
86
TÓPICO 4 | DO PODER JUDICIÁRIO
UNI
6 PRECATÓRIO JUDICIAL
O precatório judicial está disposto no art. 100 da Constituição Federal,
que já foi alterado algumas vezes por meio de algumas emendas constitucionais.
O caput do art. 100 disserta que:
Art. 100 Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal,
Esta- duais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária,
far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação
de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
adicionais abertos para este fim (BRASIL, 1988, documento on-line).
87
UNIDADE 2 | DOS PODERES DO ESTADO
O precatório é, portanto, a forma que o Poder Público tem para ver os seus
débitos cobrados. Além disso, é preciso respeitar a ordem mencionada ao realizar
seu pagamento.
• o STF;
• o CNJ;
• o STJ;
• o Tribunal Superior do Trabalho;
• os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
• os Tribunais e Juízes do Trabalho;
• os Tribunais e Juízes Eleitorais;
• os Tribunais e Juízes Militares;
• os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
Ou seja, além dos órgãos de superposição, que são o STF e o STJ, existem
também as demais justiças, que, a seu turno, subdividem-se em comum e especial.
A Justiça Comum é composta por (LENZA, 2011):
• Justiça Federal;
• Justiça do Distrito Federal e territórios;
• Justiça Estadual Comum.
• Justiça do Trabalho;
• Justiça Eleitoral;
• Justiça Militar da União;
• Justiça Militar dos estados, do Distrito Federal e territórios.
89
UNIDADE 2 | DOS PODERES DO ESTADO
Porém, foi a partir da Lei Federal nº. 9.099, de 26 de setembro de 1995, que
os Juizados Especiais foram estendidos a todo o território nacional. De acordo
com o art. 2º da referida lei: “Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da
oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade,
buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação”.
90
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
91
AUTOATIVIDADE
a) Para que o membro do Ministério Público seja indicado para compor a lista
sêxtupla, deve ter mais de cinco anos de exercício na função.
b) Para que um advogado seja indicado para compor a lista sêxtupla, deve ter
mais de dez anos de atividade profissional, não sendo necessário que tenha
conduta ilibada.
c) Quem escolhe os três nomes que irão compor a lista tríplice é o Chefe do
Executivo.
d) O Presidente do Tribunal é o responsável por escolher, a partir da lista
tríplice, o nome do membro a ser nomeado.
e) O Chefe do Executivo é o responsável por escolher, a partir da lista tríplice,
o nome do membro a ser nomeado.
92
UNIDADE 3
INSTANCIAS SUPERIORES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em quatro tópicos. Em cada um deles você
encontrará diversas atividades que o(a) ajudarão na compreensão das
informações apresentadas.
TÓPICO 2 –
O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E O SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
93
CHAMADA
94
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A Constituição Federal de 1988 traz um sistema normativo e as disciplinas
de funcionamento de todo o território brasileiro. Os estados e municípios
brasileiros possuem as suas leis próprias, que devem estar em consonância com a
Constituição Federal. Com o passar do tempo e a evolução da sociedade brasileira,
as normas devem se adaptar às questões sociais, por meio de legislações novas ou
de decisões judiciais que dão aplicações diferentes à legislação.
95
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
Art. 9º [...]
I. [...]
Paragrapho único. [...]
b) quando a validade de uma lei ou acto de qualquer Estado seja
posta em questão como contrário á Constituição, aos tratados e ás leis
federais e a decisão tenha sido em favor da validade da lei ou acto;
c) quando a interpretação de um preceito constitucional ou de lei
federal, ou da clausula de um tratado ou convenção, seja posta em
questão, e a decisão final tenha sido contraria, á validade do título,
direito e privilégio ou isenção, derivado do preceito ou clausula
(BRASIL, 1890, documento on-line).
Assim, percebemos que, nos exemplos citados, o STF era a última palavra,
em grau de recurso, quando algum tribunal ou juízes dos estados julgavam, de
forma contrária, à Constituição Federal ou quando uma interpretação de um
preceito constitucional puder levar à perda de direitos.
96
TÓPICO 1 | SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
DICAS
Assim:
97
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
98
TÓPICO 1 | SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Hesse, uma vez que elevou o Texto Constitucional a um dever-ser para sociedade,
quando em trabalho. A força normativa da Constituição Federal dispõe:
DICAS
99
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
DICAS
100
TÓPICO 1 | SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
• originárias;
• recursal ordinária;
• recursal extraordinária.
101
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
102
TÓPICO 1 | SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
102 [...]
II — julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o
mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais
Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político (BRASIL, 1988, documento on-line);
102 [...]
III — julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em
única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta
Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental,
decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal
Federal, na forma da lei. (Transformado em § 1º pela Emenda
Constitucional nº 3, de 17/03/93) § 2º As decisões definitivas de mérito,
proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade
produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos
termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso,
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus
membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
103
RESUMO DO TÓPICO 1
104
AUTOATIVIDADE
105
106
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
O Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ)
são dois importantíssimos órgãos pertencentes ao Poder Judiciário brasileiro. A
função desses tribunais é dar o mandamento final em termos de interpretação
das normas: no caso do STJ, nos termos das leis infraconstitucionais, e, no caso do
STF, nos termos da própria Constituição Federal. Cabe a eles, portanto, a última
palavra na interpretação legal do ordenamento jurídico brasileiro.
Nesta unidade, você vai ler sobre como são estruturados os referidos
órgãos, os requisitos para ser ministro e as suas competências. Você também
vai ler sobre a súmula vinculante e a repercussão geral, com as suas definições,
finalidades e os seus critérios. Por fim, serão tecidas algumas considerações a
respeito dos recursos extraordinário, especial e ordinário.
2 COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIAS
A seguir, veremos como são estruturados o STF e o STJ.
107
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
O art. 12, § 3º, do Texto Constitucional, por sua vez, destaca os cargos
privativos de brasileiro nato, já o inciso IV enumera o cargo de ministro do STF.
Desse modo, podemos depreender os seguintes requisitos para que se possa
ocupar tal cargo (BRASIL, 1988):
108
TÓPICO 2 | O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
UNI
• o Presidente da República;
• o Vice-Presidente;
• os membros do Congresso Nacional;
• seus próprios Ministros;
• o Procurador-Geral da República.
109
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
UNI
110
TÓPICO 2 | O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Percebemos que, nesse caso, qualquer brasileiro, seja ele nato ou natura-
lizado, pode ser nomeado, desde que preencha os demais requisitos — como a
idade, o notável saber jurídico e a reputação ilibada — e se enquadre na divisão
pré-estabelecida constitucionalmente, conforme analisado.
ATENCAO
Para ser ministro do STF, o indivíduo nomeado deve ser, necessariamente, brasileiro
nato. Para ser ministro do STJ, porém, pode ser tanto brasileiro nato quanto naturalizado.
Podemos dizer que o STJ é um guardião das leis federais (JANNIS, 2017).
A sua função precípua é assegurar que as leis federais sejam cumpridas em
todo o território nacional, proporcionando uma uniformização das decisões dos
tribunais inferiores.
UNI
111
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
Como visto, o STF pode aprovar, rever ou, ainda, cancelar súmula
vinculante. Isso pode ser feito por iniciativa própria ou dos que vierem a ser
estabelecidos por lei, de acordo com o § 2º do art. 103-A da Constituição Federal.
Segundo Paulo e Alexandrino (2015), a Carta Magna confere legitimação àqueles
que podem propor ação direta de inconstitucionalidade, elencados no art. 103,
I a IX, da Constituição Federal, além daqueles autorizados, futuramente, por
lei. Ademais, a Lei nº. 11.417, de 19 de dezembro 2006, art. 3º, estabeleceu como
legitimados:
112
TÓPICO 2 | O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
• matéria constitucional;
• reiteradas decisões do STF sobre tal matéria;
• controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre estes e a Administração
Pública;
• controvérsia gerar grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de
processos sobre questão idêntica.
113
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
• critério subjetivo — diz que haverá repercussão geral sempre que se apresente
relevância do ponto de vista econômico, social, político ou jurídico, que
ultrapassem os interesses subjetivos da referida causa.
DICAS
114
TÓPICO 2 | O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Pode ser que o STF reconheça que determinado processo não goze
de repercussão geral. Nesse caso, poderá reconhecer a inexistência de repercussão
geral, desde que haja manifestação de dois terços de seus ministros nesse
sentido (ao menos oito dos 11 ministros). Também é importante salientar que,
antes que o processo vá para o Pleno, para que seja analisado, deve passar por
uma verificação prévia de repercussão geral, realizada por uma de suas turmas
(cinco ministros) (LENZA, 2011).
Ou seja, para que determinado processo deixe de ser analisado pelo STF
por falta de repercussão geral, é necessária a manifestação nesse sentido de,
ao menos, oito dos 11 ministros, o que equivale a dois terços dos ministros da
referida corte.
115
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
116
TÓPICO 2 | O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
117
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
De acordo com Didier Jr. e Cunha (2016), como o próprio nome sugere,
trata-se de um recurso realmente ordinário, embora se dirija ao STF e ao STJ. Em
geral, apenas recursos extraordinários e especiais são dirigidos a esses tribunais,
o que faz haver requisitos a serem admitidos ou que se atenham à matéria de
fato, entre outros detalhes. Porém, nesse caso, os referidos tribunais superiores
exercem competência recursal sem a necessidade de se limitarem à matéria fática.
STF (art. 102 da Constituição Federal) STJ (art. 105 da Constituição Federal)
118
TÓPICO 2 | O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
STF (art. 102 da Constituição Federal) STJ (art. 105 da Constituição Federal)
119
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
STF (art. 102 da Constituição Federal) STJ (art. 105 da Constituição Federal)
120
TÓPICO 2 | O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
STF (art. 102 da Constituição Federal) STJ (art. 105 da Constituição Federal)
Competência em recurso
Competência em recurso especial
extraordinário
121
RESUMO DO TÓPICO 2
122
AUTOATIVIDADE
123
124
UNIDADE 3
TÓPICO 3
DA ORDEM SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
A ordem social vem disposta no Título VIII da Constituição Federal, que
abrange importantes capítulos, como é o caso, por exemplo, da seguridade social,
da educação, da cultura e do desporto. Tendo em vista a relevância dessa matéria
constitucional, esta unidade se destina a analisá-la.
125
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
• saúde;
• previdência social;
• assistência social.
126
TÓPICO 3 | DA ORDEM SOCIAL
127
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
Art. 18 [...]
II — quanto ao segurado:
a) aposentadoria por invalidez;
b) aposentadoria por idade;
c) aposentadoria por tempo de contribuição;
d) aposentadoria especial;
e) auxílio-doença;
f) salário-família;
g) salário-maternidade;
h) auxílio-acidente;
II — quanto ao dependente:
a) pensão por morte;
b) auxílio-reclusão (BRASIL, 1991b, documento on-line).
A lei ainda menciona outros dois, relativos tanto aos segurados quanto
aos seus dependentes, que são “[...] o serviço social e a reabilitação profissional”
(art. 18, III, da Lei nº. 8.213/1991) (BRASIL, 1991b, documento on-line).
129
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
ATENCAO
• empregado;
• empregado doméstico;
• trabalhador avulso;
• segurado especial;
• contribuinte individual.
130
TÓPICO 3 | DA ORDEM SOCIAL
Todo aquele que exerce atividade lícita remunerada deve contribuir para
a Previdência Social. O segurado facultativo, de acordo com o art. 14 da Lei nº
8.212/1991 (possuindo redação idêntica o art. 13 da Lei nº. 8.213/1991), é “[...] o
maior de 14 (quatorze) anos de idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência
Social, mediante contribuição, na forma do art. 21, desde que não incluído nas
disposições do art. 12” (BRASIL, 1991b, documento on-line).
ATENCAO
131
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
132
TÓPICO 3 | DA ORDEM SOCIAL
De acordo com o art. 208, dos 4 aos 17 anos de idade, a educação básica
deve ser ofertada pelo Estado de forma gratuita a todos que, inclusive, não tiveram
a oportunidade de cursá-la na idade apropriada. Os parágrafos do mesmo artigo
ainda afirmam:
ATENCAO
O art. 211, por sua vez, versa a respeito de um regime de colaboração entre
os sistemas de ensino, que deve ser organizado pela União, pelos estados, pelo
Distrito Federal e pelos municípios. Os arts. 212 e 213 tratam, respectivamente,
sobre a receita que deve ser aplicada pela União (nunca menos de 18% da receita
resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências), pelos
Estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios (nunca menos de 25% da
receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências) na
manutenção e no desenvolvimento do ensino (BRASIL, 1988).
O art. 214 diz que a lei abordará o plano nacional de educação, que possui
duração decenal, e deve buscar atingir os seguintes objetivos:
DICAS
A Lei nº. 8.313, de 23 de dezembro de 1991, mais conhecida por Lei Rouanet,
instituiu o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) e é o principal mecanismo de
fomento à cultura em nosso País. Foi criada pelo então secretário Nacional de Cultura, o
diplomata Sérgio Paulo Rouanet. A legislação dispõe sobre as normativas para o Governo
Federal deve destinar recursos para a realização de projetos artístico-culturais. A lei,
originalmente, foi elaborada com três mecanismos:
O Ficart, porém, nunca foi implementado, embora o incentivo fiscal, também conhecido
como mecenato, tenha vigorado, chegando a ser, inclusive, confundido com a própria lei
(BRASIL, 1991a).
135
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
UNI
136
TÓPICO 3 | DA ORDEM SOCIAL
137
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
[...]
I — política nacional de telecomunicações;
II — política nacional de radiodifusão;
III — serviços postais, telecomunicações e radiodifusão;
IV — políticas nacionais de pesquisa científica e tecnológica e de
incentivo à inovação;
V — planejamento, coordenação, supervisão e controle das atividades
de ciência, tecnologia e inovação;
VI — política de desenvolvimento de informática e automação;
VII — política nacional de biossegurança;
VIII — política espacial;
IX — política nuclear;
X — controle da exportação de bens e serviços sensíveis; e
XI — articulação com os Governos dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, com a sociedade civil e com órgãos do Governo
federal para estabelecimento de diretrizes para as políticas nacionais
de ciência, tecnologia e inovação (BRASIL, 2019, documento on-line).
UNI
138
RESUMO DO TÓPICO 3
139
AUTOATIVIDADE
140
UNIDADE 3
TÓPICO 4
EMPREENDEDORISMO SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
As ações do empreendedorismo social têm aumentado consideravel-
mente nas últimas décadas, associadas ao próprio crescimento do terceiro
setor e da consciência de cidadania que a sociedade vem desenvolvendo na
contemporaneidade. No contexto atual, frente à impossibilidade do Estado de
prover as múltiplas demandas sociais, em função da redução de investimentos
públicos nessas áreas, o empreendedorismo social acabou sendo impulsionado,
assumindo hoje grande importância no contexto nacional e internacional.
141
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
DICAS
142
TÓPICO 4 | EMPREENDEDORISMO SOCIAL
• Aquilo que faz: o empreendedor social não tem como foco a produção de
bens e serviços para serem postos à venda simplesmente, mas para que
essas operações possam solucionar os problemas sociais abrangidos pelo seu
trabalho.
• Quem é atendido: os esforços dos empreendimentos sociais, ao contrário dos
empreendimentos capitalistas ou de negócios, não são direcionados para o
mercado, mas sim para situações de alto risco social em que a população se
encontre. Esses segmentos populacionais normalmente envolvem situações
de exclusão social, pobreza e risco de vida.
143
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
UNI
1. dimensão psicossocial;
2. dimensão cultural;
3. dimensão econômica;
4. dimensão política;
5. dimensão ambiental;
6. dimensão regulatória/institucional.
144
TÓPICO 4 | EMPREENDEDORISMO SOCIAL
DICAS
Uma das formas de empreender um negócio social que tem sido amplamente
utilizada no Brasil é a constituição de cooperativas que busquem abranger algum aspecto
da vida social de uma comunidade, trazendo benefícios mútuos. Uma cooperativa é
formada pela associação de pessoas que possuem um objetivo comum e que aderem de
forma voluntária à finalidade das suas ações, de acordo com as suas necessidades, sejam
elas econômicas, sociais ou culturais. As cooperativas são reguladas pela Lei nº. 5.764, de
16 de dezembro de 1971; mais recentemente, as cooperativas de trabalho tiveram atenção
especial na sua regulação a partir da Lei nº. 12.690, de 19 de julho de 2012.
3 AS CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDORISMO
SOCIAL
Você já aprendeu que o empreendedorismo social se diferencia do
empreendedorismo comercial em alguns aspectos, como a finalidade da sua
atuação e o público a quem se destina. Você vai agora aprender um pouco mais
sobre as suas características (PARENTE et al., 2011):
145
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
• maior conhecimento;
• conscientização;
• autoestima;
• autossuficiência;
• participação;
• novas ideias e valores;
• sentimento de conexão;
• novo papel exercido pela população local — de mão de obra barata a proprietária
e gestora dos empreendimentos locais.
146
TÓPICO 4 | EMPREENDEDORISMO SOCIAL
ATENCAO
147
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
148
TÓPICO 4 | EMPREENDEDORISMO SOCIAL
149
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
DICAS
Dessa forma, para conhecer algumas das ações que envolvem o empre-
endedorismo social, podemos retomar o conceito de inovação, uma vez que
uma ideia socialmente transformadora em geral envolve alto grau de inovação
e costuma ser central e essencial para que o empreendedorismo social tenha
sucesso. Os autores Melo Neto e Fróes (2002, p. 49) fornecem alguns exemplos
de ideias socialmente empreendedoras, que podem ser desenvolvidas de forma
comunitária ou por organizações sociais:
150
TÓPICO 4 | EMPREENDEDORISMO SOCIAL
Você pode perceber que, embora ambas sejam entendidas como ações
de empreendedorismo social, elas possuem aspectos particulares que devem ser
considerados. Ao referir-se aos empreendimentos comunitários, Singer e Souza
(2000, p. 254) destacam que “[...] tais empreendimentos constituem a base da
economia solidária, cuja característica marcante é a autogestão. E o seu modelo
predominante é o trabalho cooperativado”.
151
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
É claro que, para haver uma ideia empreendedora e para que esta possa
ser institucionalizada, organizada e estruturada dentro de um formato eficiente e
que atenda aos objetivos da comunidade, transformando a sua condição social a
partir da participação dos seus membros, é necessário que haja um suporte. Esse
suporte e essa orientação também são possíveis com o trabalho de organizações
sociais que tenham como objetivo desenvolver o empreendedorismo social e as
suas formas de gestão. Elas investem no capital humano local e buscam ampliá-lo;
como consequência, elevam também o capital social existente nessas comunidades
a fim de construir uma sociedade mais justa e sustentável.
DICAS
152
TÓPICO 4 | EMPREENDEDORISMO SOCIAL
UNI
153
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
DICAS
Denominação Características
154
TÓPICO 4 | EMPREENDEDORISMO SOCIAL
Reunião de empreendimentos
Redes de Intercâmbio comunitários que se ajudam mutuamente
e, coligados, obtêm viabilidade econômica.
155
UNIDADE 3 | INSTANCIAS SUPERIORES
UNI
https://qrgo.page.link/56y4
UNI
156
RESUMO DO TÓPICO 4
CHAMADA
157
AUTOATIVIDADE
158
REFERÊNCIAS
AGRA, W. M. Curso de direito constitucional. 9. ed. Belo Horizonte: Fórum,
2018.
159
BRASIL. Lei nº 12.562, de 23 de dezembro de 2011. Regulamenta o inciso III
do art. 36 da Constituição Federal, para dispor sobre o processo e julgamento
da representação interventiva perante o Supremo Tribunal Federal. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12562.htm.
Acesso em: 28 jan. 2020.
160
BRASIL. Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001. Dispõe sobre o sigilo
das operações de instituições financeiras e dá outras providências. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp105.htm. Acesso em: 28
jan. 2020.
BRASIL. Lei nº. 8.212, de 24 de julho de 1991. 1991b. Dispõe sobre a organização da
Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ LEIS/L8212cons.htm. Acesso em: 28
jan. 2020.
161
e dá outras providências. Disponível em: http:// www2.camara.leg.br/legin/fed/
declei/1960-1969/decretolei-200-25-fevereiro-1967-376033-publicacaooriginal-1-
pe.html. Acesso em: 28 jan. 2020.
162
LAZZARATO, M. As revoluções do capitalismo: a política do império. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
163
SCALABRIN, F.; SANTANNA, G. Lições de Direito Constitucional: controle de
constitucionalidade de acordo com a Emenda Constitucional nº. 96/2017. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2018.
164