Protocolo de Manejo Nutricional Na Alergia Às Proteínas Do Leite de Vaca para Crianças Menores de 2 Anos de Idade
Protocolo de Manejo Nutricional Na Alergia Às Proteínas Do Leite de Vaca para Crianças Menores de 2 Anos de Idade
Protocolo de Manejo Nutricional Na Alergia Às Proteínas Do Leite de Vaca para Crianças Menores de 2 Anos de Idade
3- Justificativa
A Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, desde 2004, possui o
Programa de Terapia Nutricional Enteral Domiciliar (PTNED), regulamentado atualmente
pela Portaria SES/DF nº 478 de 06 de setembro de 2017, cuja versão compilada, com as
alterações posteriores, pode ser verificada no site de Sistema Integrado de Normas
Jurídicas do DF (http://www.sinj.df.gov.br/sinj/). A finalidade do Programa é o fornecimento
de fórmulas para fins especiais a pacientes em domicílio, o qual contempla, entre outras
doenças, pacientes portadores de APLV até completarem 2 (dois) anos de idade.
Além de ser um Programa de fornecimento de fórmulas especiais, este protocolo
enfoca no estímulo à manutenção da amamentação às crianças com APLV, até
completarem 2 anos de idade ou mais, devido aos grandes benefícios bem reconhecidos a
essa prática, em consonância às políticas de saúde pública do Ministério da Saúde,
Organização Mundial da Saúde (OMS) e demais autoridades nacionais e internacionais em
defesa do direito de amamentar.
6- Critérios de Inclusão
Serão incluídas neste protocolo as crianças até vinte e quatro meses de idade que:
7- Critérios de Exclusão
Serão excluídos da obrigação do seguimento deste protocolo as crianças com
suspeita de APLV, até vinte e quatro meses de idade, que apresentem comorbidades que
não permitam a realização de TPO, como crianças em uso de sondas para alimentação
enteral e/ou com outra patologia associada que possa agravar/comprometer o quadro clínico
do paciente.
A criança até 2 anos de idade com indicação de uso de fórmula infantil especial
deverá ser cadastrada no PTNED, junto à GESNUT e acompanhada a cada 3 meses pelo
nutricionista e 6 meses pelo médico da rede SES/DF quanto à evolução nutricional da
fórmula prescrita (Anexo 5) e necessidade de suplementação de Cálcio e Vitamina D.
O cadastro no PTNED até a dispensação aos pacientes, segue um fluxo
estabelecido na Portaria 478/2017, cujo Manual do PTNED, disponibilizado recentemente,
detalha de forma mais didática todas as etapas necessárias, disponível no site
https://www.saúde.df.gov.br/alimentação-e-nutricao/.
9- Benefícios Esperados
A aplicação do presente protocolo às crianças com suspeita e confirmação do
diagnóstico de APLV, objetiva:
Incentivar a manutenção do aleitamento materno;
Reduzir o diagnóstico falso positivo ou falso negativo;
Evitar a restrição alimentar sem necessidade, pois interfere na qualidade
de vida da família e da criança, e ainda pode colocar a criança vulnerável
às complicações sociais e nutricionais que envolvem o dia a dia do
alérgico;
Melhorar o atendimento aos pacientes acometidos/suspeitos de APLV no
DF;
Garantir a alocação adequada dos recursos destinados aos alimentos
especializados, no caso das fórmulas infantis específicas à APLV;
Prevenir internações e aumento de custos desnecessários ao erário.
10- Monitorização
No Anexo 2, em complementação ao fluxograma de encaminhamento e diagnóstico,
segue a monitoramento da APLV, detalhado a seguir:
11 - Acompanhamento Pós-tratamento
TPO Diagnóstico
2. Manifestações atópicas precisam estar sob controle (se necessário, otimizar tratamento
antes do TPO).
3. Não realizar TPO na vigência de febre, infecções (de qualquer natureza). Questionar os
pais sobre queixas constitucionais (febre, adinamia, anorexia), nasais, respiratórias,
cutâneas e gastrointestinais;
5. Suspender anti-histamínicos 7 dias antes do TPO – e corticoide oral (se precisou usar
recentemente provavelmente o paciente não está bem) - Listar medicações em uso e
usadas no dia.
Alguns fatores devem ser avaliados e caso presentes, deve-se considerar adiar o
TPO, como descritos na Tabela 1.
Tempo desde o último TPO com reação >2 a 3 anos <1 ano
Composição do TPO:
Para lactentes: fórmula infantil polimérica adequada para idade sem lactose.
Para crianças maiores: leite de vaca sem lactose.
Aferição dos sinais vitais pela Equipe de Enfermagem:
Frequência Cardíaca (FC)
Frequência Respiratória (FR)
Saturação de Oxigênio (STO2)
Pressão Arterial (PA)
Etapas do TPO
A oferta do leite deve ocorrer em intervalos de 20 minutos entre cada etapa, com
volumes crescentes (10, 30, 60 e 100 ml), com observação por 2 horas após etapa final (100
ml).
Entre cada etapa, todos os sinais vitais são checados, sintomas relatados são
verificados e todas estas anotações permanecem descritas na Ficha de TPO. Os pacientes
e familiares recebem suporte psicológico para compreender melhora a importância do teste
e orientações nutricionais adequadas. A psicóloga também realiza suporte específico para
cada caso.
Após período de observação por duas horas, o paciente é liberado para domicílio
com dietas progressivas de leite de vaca sem lactose conforme as seguintes possibilidades:
6. TPO na FPIES
Nesta etapa será realizado o TPO com alimento causador da FPIES com os seguintes
critérios de indicação:
1. História vaga, pouca probabilidade de ser FPIES
2. Confirmação de aquisição de tolerância – somente após 12 a 18 meses após a
última reação
Não se deve realizar TPO em caso de FPIES com tempo inferior a um ano da última
reação e em caso de não concordância dos pais em assinar o TER.
Preparo pré-teste:
- Coleta de hemograma no laboratório
Todo paciente deve ser orientado, ao chegar, a dirigir-se ao laboratório para realizar
uma coleta, um hemograma prévio ao início do teste.
- Amostra de fezes
Todo paciente deve ser orientado a trazer uma amostra de fezes no dia do TPO para
realização da coprologia funcional.
A oferta do TPO será de 0,3 g/kg dividido em 3 fases, com intervalos de 30 minutos
entre cada etapa (Figura 1) e observação por 4 horas após etapa final.
Critério maior:
Vômitos no período de 1 a 4 horas após a ingestão do alimento suspeito e ausência de
sintomas IgE mediados clássicos (pele ou respiratórios).
Critérios menores:
1. Letargia
2. Palidez
3. Diarreia 5-10 h depois de comida ingestão
4. Hipotensão
5. Hipotermia
6. Contagem aumentada de neutrófilos de > 1500 neutrófilos acima da contagem de
linha de base
TPO positivo:
Critério maior e > 2 critérios menores.
Observações:
- Com o uso rápido da ondansetrona, vômitos repetitivos, palidez e letargia podem ser
evitados.
- Nem sempre é possível realizar contagens de neutrófilos no momento do teste. Portanto, o
médico assistente pode decidir que apenas o principal foi cumprido. Entretanto, nos desafios
realizados para fins de pesquisa, os pesquisadores devem aderir aos critérios rigorosos para
concluir positividade do desafio.
Em geral, os sintomas não são graves, ocorreram há alguns meses ou anos e o paciente
tem sido exposto acidentalmente sem ocorrência de reações.
O paciente comparece à UTE (Unidade de Terapia Endovenosa) para realização do
TPO diagnóstico. Realiza exame físico e preenche o TER para ingestão do alimento
suspeito.
No caso de APLV, o volume ideal a ser atingido é 200 ml de leite de vaca, que deve ser
administrado em doses fracionadas (Figura 3), com intervalos de 20 em 20 minutos, e
observação de 2 horas após etapa final.
Entre cada etapa, todos os sinais vitais são checados pela equipe de enfermagem
(Tabela 1). Os sintomas relatados são verificados e todas estas anotações permanecem
descritas na Ficha de TPO. Os pacientes e seus familiares recebem suporte psicológico
para compreender melhor a importância do teste e as orientações nutricionais adequadas.
8. Tratamento da anafilaxia
Se o paciente apresentar reação anafilática, o tratamento deve seguir as
recomendações descritas na Tabela 10. Na alta, o paciente deverá receber as orientações
descritas na Tabela 2.
Hora:
Volume:
Reações:
Sinais
Vitais:
Assinatura:
Sintomas: __________________________________________________________
GESNUT
Manter
acompanhamento na 2 semanas 8 semanas
(Manifestações gerais) (Enteropatia grave)
rede SES/DF
4 semanas
(Manifestações gastrointestinais
e dermatite atópica)
Alta do PTNED
e/ou
volta à dieta habitual
NÃO SIM
TEVE INTERCORRÊNCIAS NA TRIMESTRE: (1º) (2º) (3º)
GRAVIDEZ? QUAIS?
DOENÇA PRÉVIA? QUAL?
DOR CRÔNICA? QUAL?
USO DE MEDICAÇÃO CRÔNICA? QUAL?
USOU SUPLEMENTOS NA QUAL?
GRAVIDEZ?
USOU SUPLEMENTOS NA QUAL?
LACTAÇÃO?
INTERCORRÊNCIAS NO PARTO? ( ) HEMORRAGIA
( ) DHEG
( ) ANTIBIÓTICO
( ) OUTROS _____________
NÃO SIM
SE JÁ TEVE OUTRO BEBÊ, O OUTRO BEBÊ
JÁ TEVE APLV?
COMO FOI TRATADO
VOCÊ FAZ ALGUMA RESTRIÇÃO
ALIMENTAR?
VOCÊ TEM INTOLERÂNCIA OU ALERGIA QUAL?
ALIMENTAR?
VOCÊ TEM DISTENSÃO ABDOMINAL? QUAL?
NÃO SIM
CONTATO PELE A PELE NA PRIMEIRA
HORA DE VIDA?
ODOR FÉTIDO DO MECÔNIO?
HISTÓRICO DE ASSADURA NO BEBÊ?
USO DE MEDICAÇÕES PELO BEBÊ QUAIS?
USO DE POLIVITAMINAS E MINERAIS PELO QUAIS?
BEBÊ
MANEJO DA AMAMENTAÇÃO
DATA: _____/_____/______
CONDUTA:
REAVALIAÇÃO EM _____/_____/______
DATA: _____/_____/______
Suspeita de Anafilaxia, FPIES, Esofagite eosinofílica, Síndrome IgE mediada (Tabela 1) Não IgE mediada ou mista
de Heiner, Enteropatia com desnutrição ou Alergia múltiplas (Tabela 1)
Acompanhamento no Remissão dos sinais e Manutenção ou piora dos Manutenção ou piora dos Remissão dos sinais e
serviço especializado sintomas sinais e sintomas sinais e sintomas sintomas
para TPO/Justificativa
até 2 anos de idade
FAA
Dieta de restrição de 2 a 8 semanas com a fórmula que estabilizou os sinais e sintomas Positivo:
Não IgE mediada:
Mantém FEH
*Na impossibilidade da amamentação (leite materno), oferecer fórmula infantil de acordo com a recomendação do pediatra ou nutricionista.
** Essa quantidade serve como uma referência, devendo ser observada as características individuais de cada criança.
GRUPOS DE
EXEMPLOS DE ALIMENTOS
ALIMENTOS
CEREAIS, RAÍZES E Arroz branco, arroz integral ou arroz parabolizado; Macarrão, Quinoa, Batata Inglesa, Batata Baroa, Batata
TUBÉRCULOS doce, Mandioca (conhecida como aipim ou macaxeira), Inhame, Cará, Milho, Aveia, Centeio, Trigo.
FEIJÕES Feijão carioca, Feijão preto, Feijão branco, Feijão fradinho, Feijão rajado, Feijão vermelho, Feijão de corda,
Ervilha torta (natural), Lentilha, Grão de bico.
Chuchu, Abobrinha, Quiabo, Brócolis, Couve, Espinafre, Jiló, Maxixe, Repolho, Vagem, Mostarda, Chicória,
LEGUMES E Almeirão, Abóbora ou Jerimum, Berinjela, Beterraba, Couve-flor, Repolho, Cenoura, Rabanete, Tomate,
VERDURAS Gueroba, Jurebeba, Pepino, Pimentão, Acelga, Agrião, Alface, Almeirão, Beldroega, Catalonha, Cebola,
Jambu, Major-gomes, Ora-pro-nóbis, Taioba.
CARNES E OVOS Carne bovina, Carne de frango, Carne suína, Carne de cordeiro, Ovo, Peixe, Miúdos.
Abacate, Abacaxi, Mamão, Mexerica (tangerina ou bergamota), Laranja, Melancia, Manga, Banana, Goiaba,
FRUTAS Maçã, Pêra, Caju, Melão, Uva, Caqui, Abiu, Açaí, Acerola, Ameixa, Amora, Araçá, Cajá, Caqui, Carambola,
Cereja, Cupuaçu, Figo, Graviola, Jabuticaba, Jaca, Jenipapo, Lima, Mangaba, Maracujá, Melão, Morango,
Pequi, Pêssego, Pitanga, Pomelo, Romã, Umbu.
CASTANHAS E NOZES Castanha-de-caju, castanha de barú, castanha-do-brasil, castanha-do-pará, nozes, amêndoas, amendoim.
Consentimento pós-esclarecido
Tendo em vista os itens apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto meu
consentimento em participar da pesquisa. Declaro que recebi cópia deste termo de consentimento, e
autorizo a realização da pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo, desde que não
conste o nome do paciente.
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo médico e ter entendido o que me foi
explicado, consinto em autorizar o menor supracitado a participar do teste.
Consentimento pós-esclarecido:
Tendo em vista os itens apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto meu
consentimento em participar da pesquisa. Declaro que recebi cópia deste termo de consentimento, e
autorizo a realização da pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo, desde que não
conste o nome do paciente.
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo médico e ter entendido o que me foi
explicado, consinto em autorizar o menor supracitado a participar do teste.