Projeto de Ensino - o Brincar e Sua Importancia Na Educação Infantil

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

NOME DO CURSO

FABIANA RODRIGUES PEREIRA

O BRINCAR E SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Divinópolis
2019
FABIANA RODRIGUES PEREIRA

O BRINCAR E SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho de conclusão de curso


apresentando a Faculdade Unopar de
Divinópolis, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Pedagogia.

Orientador: Mas. Glauber Menezes Pena


forte

Divinópolis
2019
PEREIRA, Fabiana Rodrigues. O BRINCAR E SUA IMPORTÂNCIA NA Educação INFANTIL.
Ano/ 2019. 31 pg. Projeto de Ensino (Graduação em Pedagogia) – Centro de Ciências Exatas e
Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Divinópolis,2019.

RESUMO

O objetivo deste projeto é analisar a importância do brincar na educação infantil.


Percebendo que o brincar é essencial na educação dos pequenos pois irá
proporcionar o desenvolvimento motor e mental da criança. O estudo nos revela que
brincar é lazer, mas é simultaneamente fonte do conhecimento e é esta dualidade que
leva o professor a considerar o brincar como parte integrante da atividade
educativa.Os principais autores embasamento teórico foram: Ariès (1981) Vygotsky
1984), Piaget(1978), Kishimoto (2002) entre outros, que abordam o ato de brincar na
Educação Infantil. Ao profissional da Educação Infantil compete proporcionar aos seus
educandos um ambiente rico em atividades lúdicas, já que estas são responsáveis por
um desenvolvimento integral da criança. Quando brinca, a criança estimula atividade
mental, social, e psicomotora. Exercita sua capacidade de construção e atenção, cria
um mundo de possibilidades, de situações criadoras que levam a autonomia, diminui a
agressividade, exercita a criatividade e aumenta a integração, promovendo
socialização. Ao final deste trabalho concluí que cabe aos educadores, preocupados
em garantir uma Educação de qualidade, recuperar a Ludicidade Infantil de nossos
alunos.

Palavras-Chave: Brincar, professor, Educação Infantil,


SUMÁRIO

1 Introdução.......................................................................................................04
2 Revisão Bibliográfica .....................................................................................06
4 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino.....................................20
4.1Tema e linha de pesquisa.............................................................................20
4.2 Justificativa..................................................................................................20
4.3 Problematização..........................................................................................21
4.4 Objetivos......................................................................................................21
4.5 Conteúdos....................................................................................................21
4.Processo de desenvolvimento........................................................................21
4.7 Tempo para a realização do projeto............................................................22
4.8 Recursos humanos e materiais...................................................................22
4.9 Avaliação.....................................................................................................23
5 Considerações Finais.....................................................................................24
Referências........................................................................................................26
4

1 INTRODUÇÃO

Abordaremos neste texto considerações de diversos autores referentes


ao histórico da educação infantil, visando darmos maior explanação ao tema,
uma vez que a educação infantil surgiu quando as mulheres precisaram buscar
seu espaço no mercado de trabalho. Para tanto analisaremos a importância do
brincar na educação infantil, sendo que a educação de crianças de 0 a 6 anos
desempenha um forte papel social.
Percebe-se que a inserção da mulher no mercado de trabalho,
acarretou-se em várias mudanças na organização da composição familiar, a
partir de então veio a preocupação do acolhimento dos filhos dessas mulheres,
que seriam crianças de 0 a 6 anos, ou seja, um local apropriado para o
atendimento de seus filhos. Portanto, a sociedade se tornou mais consciente
da importância das experiências na primeira infância, assim ocorreu o
movimento com a preocupação do cuidado com as crianças, esse movimento
passou a ser aprovado pela constituição em 1988.
Enfatizaremos um breve histórico sobre a educação infantil, sendo a
expansão da educação no Brasil e no mundo tem ocorrido de forma crescente
nas últimas década, acompanhando a intensificação da urbanização, a
participação da mulher no mercado de trabalho e as mudanças na organização
e estrutura das famílias. Por outro lado, a sociedade está mais consciente da
importância das experiências na primeira infância, o que motiva demanda por
uma educação institucional para crianças de zero a seis anos.
No segundo capítulo vamos explanar sobre o conceito de brincar,
intensificando que o brincar está presente em qualquer contexto histórico e
social que a criança está inserida, ou seja em diferentes tempos e lugares. Que
a brincadeira é recriada com seu poder de imaginação e criação. Sendo
transmitida de forma expressiva de geração a geração, ou aprendendo nos
grupos infantis, ou seja, nas brincadeiras de rua, nos parques, escolas e festas.
De tal modo, responder essas questões, no terceiro capítulo utilizamos
como critérios da metodologia, o método quanti-qualitativo. Sendo assim, essa
pesquisa emergiu-se do interesse em pesquisarmos e analisarmos as
determinadas problemáticas no contexto da educação infantil, as dificuldades e
a realidades dentro da sala de aula quanto o ato do brincar.
5

Enfim, sabemos que no mundo moderno perdeu-se consideravelmente o


conceito do brincar, pois, as crianças da nova era estão viciadas cada vez mais
em brincadeiras eletrônicas, fazendo com que não se movimentem deixando-
as estáticas e com isso vão ficando sedentárias e obesas, tornando-se adultos
muitas vezes, tristes e solitários. As razões para brincar são inúmeras, pois,
fazem com que as crianças se movimentem a todo tempo, gastando energia e
dando liberdade para criar proporcionando alegria e prazer.
6

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Um breve histórico da compreensão social da formação e


desenvolvimento dos sentimentos da infância.
Segundo o historiador Ariés (1981), na sociedade medieval que tomamos
como ponto de partida, o sentimento da infância não existia o que não quer
dizer que as crianças fossem negligenciadas, abandonadas ou desprezadas.
As crianças misturavam-se com os adultos assim que eram
consideradas capazes de dispensar a ajuda das mães ou das amas,
aproximadamente aos sete anos de idade. A partir desse momento,
ingressavam imediatamente na grande comunidade dos homens, participando
com seus amigos jovens ou velhos dos trabalhos e dos jogos de todos os dias.
Na Idade Média, a criança era considera um adulto porém em miniatura.

Por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não


tentava representa-la. É difícil ou não crer que essa ausência se deve
a incompetência ou a falta de habilidade. É mais provável que não
houvesse lugar para a infância, nesse mundo. (ARIÉS, 1981. p.51).

No fim do século XVII, as condições gerais de higiene e saúde eram


muito precárias. A fragilidade das crianças pequenas eram muito grande, de tal
maneira que essas morriam facilmente. Seus pais não deixavam de ficar
penalizados, mas viam sua morte como fenômeno natural. A criança morta
poderia ser substituída por outra recém – nascida. Ao longo de sua vida as
mulheres davam a luz muitos filhos, tendo como certo que muitos deles não
sobreviveriam a primeira infância.
A escola substituiu a aprendizagem como o meio de educação. Isso
quer dizer que a criança deixou de ser misturada aos adultos e de aprender a
vida diretamente, mediante o contato com eles. A criança foi separada dos
adultos e mantida a distância numa espécie de quarentena antes de ser solta
no mundo. Essa quarentena foi a escola, o colégio. Começou então um longo
processo de enclausuramento das crianças que se estenderia até nossos dias,
7

e ao qual se dá o nome de escolarização. Essa separação deve ser


interpretada logo após o movimento de moralização dos homens, que foi
promovido pelos católicos e protestantes.
Logo após o movimento de moralização, definiram-se novos rumos
para a educação, visavam primeiramente corrigir as crianças, levando as
mesmas para o caminho do bem, pois acreditavam que as crianças nasciam
com pecados.
No século XVIII, via-se a criança como um ser primitivo irracional, não-
pensante. Era preciso educá-lo para desenvolver nela o carácter e a razão
traço que estavam fora dela, nos adultos.
Na época medieval a vida era basicamente rural, e apenas a
aristocracia o clero que cuidava da manutenção da vida espiritual e religiosa
tinham acesso à cultura e à educação, com a expansão do comercio e a
formação de uma outra classe social os comerciantes as coisas começaram a
mudar.
A expansão do comércio fez com essa classe fosse conquistando
cada vez mais o poder político, opondo-se à aristocracia. Esse movimento
culminou com a Revolução Francesa, quando as pessoas do povo e os
comerciantes tomaram de assalto as instituições aristocráticas. O marco desse
movimento é a Queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789.A classe social que
realizou esse movimento é a que chamamos de burguesia.
Para os burgueses, a educação dos filhos tornou-se muito importante,
na medida em que, sem formação e sem conhecimentos adequados, os futuros
adultos não poderiam levar à frente os estabelecimentos comerciais que
deveriam herdar, nem poderiam conseguir posições sociais mais favoráveis,
caso os pais não as tivessem.
As escolas assumiram então o papel de ponte o futuro, de etapa
preparatória para a vida e o trabalho, preparando a criança para assumir
funções adultas.
Essa preparação estava vinculada ao lugar que cada criança ocuparia
na sociedade para os filhos dos burgueses, que ocupariam cargos de técnicos,
administradores, legisladores e intelectuais destinavam-se um ensino mais
longo e aprofundado. Para os filhos dos trabalhadores braçais, que viriam a ser
mão-de-obra da sociedade, destinava-se apenas uma educação básica.
8

No século XIX com a Revolução industrial e ou crescimento das


cidades ,tornou cada vez maior a necessidade de mão- de -obra para trabalhar
nas indústrias .Um grande número de mulheres ,que anteriormente morava nos
campos e dedicava-se a casa e aos cuidados com as crianças ,passou ter de
trabalhar nas cidades ,fora de casa ,nas indústria .A sociedade encarregou-se
do cuidado comas crianças ,que permaneciam o dia em creches ou instituições
de cunho assistencialista .Foram essas instituições ,destinadas à guarda dos
filhos das mulheres que trabalhavam fora de casa ,que deram origem à pré
escola dos dias atuais.
Embora como vimos a escolaridade destinada às crianças fosse
diferenciada de acordo com a classe social a que elas pertenciam, a escola em
geral partia de uma concepção de infância única. Essa concepção
pressupunha um padrão médio único e abstrato de comportamento e
desempenho infantil as crianças das classes sociais dominadas são
consideradas como carentes inferiores à medida que não corresponde ao
padrão estabelecido.
Faltaram a estas crianças, privadas culturalmente determinados
atributos, atitudes ou conteúdo que deveriam ser nelas incutidos. A fim de
suprir as deficiências de saúde e nutrição as escolares, ou as do meio
sociocultural em que vivem as crianças. São propostos diversos programas de
educação pré-escolar de cunho compensatório.
(...) o conceito de educação compensatória, enfatizado como um antidoto
para a privação cultural, ter-se ia originado no pensamento de Pestalozzi e
Froebel, sendo mais tarde expandido por Montessori e McMillan. Froebel
iniciando os jardins de infância nas favelas alemãs (Berlim),em pleno
surgimento da Revolução Industrial Montessori ,ao final do século XIX e início
deste século ,desenvolvendo trabalhos de educação pré-escola voltados para
crianças pobres de favelas italianas McMillan ,contemporânea de Montessori,
enfatizando a necessidade de assistência médica e dentária ,bem como de
estimulação cognitiva ,para compensar as deficiências das crianças .A pré-
escola era encarada, por esses educadores como uma forma de superar a
miséria ,a pobreza ,a negligências das famílias .
9

Após a Segunda Guerra Mundial que diferentes fatores se


combinaram, acarretando a valorização e a expansão da pré-escola, já com
nítidas características de programas compensatórios.
Com o grande avanço das teorias ligadas à psicologia do
desenvolvimento, a partir do início do século XX, e a influência das teorias
psicanalítica a atenção de professores se voltava para as necessidades
afetivas da criança e para o papel que o professor deveria assumir (...) Crescia
o interesse de estudiosos da aprendizagem pelo conhecimento dos aspectos
cognitivos do desenvolvimento, pela evolução da linguagem e pela interferência
dos primeiros anos de vida da crianças no seu desempenho acadêmico
posterior.

2.1.2 A Educação Infantil no Brasil

A expansão da educação no Brasil e no mundo tem ocorrido de forma


crescente nas ultimas década, acompanhando a intensificação da urbanização,
a participação da mulher no mercado de trabalho e as mudanças na
organização e estrutura das famílias. Por outro lado, a sociedade está mais
consciente da importância das experiências na primeira infância, o que motiva
demanda por uma educação institucional para crianças de zero a seis anos.
O movimento da sociedade civil e de órgãos governamentais para o
atendimento às crianças de zero a seis anos fosse reconhecido na Constituição
Federal de 1998.A partir de então, a educação infantil em creches e pré-
escolas passou a ser, ao menos do ponto de vista legal, um dever do Estado e
um direito da criança (artigo 208, inciso IV). O Estatuto da Criança e do
Adolescente, de 1990, destaca também o direito da criança a este atendimento.
Segundo Kelman, (2003, p.469):

Pode-se falar de Educação Infantil em um sentido bastante amplo,


envolvendo toda e qualquer forma de educação da criança na família,
na comunidade, na sociedade e na cultura em que viva. Mas há outro
significado, mais preciso e limitado, consagrado na Constituição
Federal de 1988, que se refere à modalidade específica das
instituições educacionais para a criança pequena, de 0 a 6 anos de
idade. Essas instituições surgem durante a primeira metade do século
XIX, em vários países do continente europeu, como parte de uma
série de iniciativas reguladoras da vida social, que envolvem a
crescente industrialização e urbanização.
10

Percebe-se, que a primeira etapa da educação básica no Brasil é a


educação infantil. Esta etapa as crianças estão na busca de uma ação
integrada em creches e pré-escolas, agrupando atividades educativas,
cuidados e brincadeiras que elas precisam.
Segundo a LDB número 9.394/96 (p. 302; art. 208, inciso IV) “O dever
do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de (...)
atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade”.
Intensifica-se que de tal maneira as creches, são propostas ao atendimento à
criança de 0 a 3 anos, e para a pré-escola, é destinada ao atendimento à
criança de 4 a 6 anos, essas instituições são destinadas à Educação Infantil,
diferindo apenas na classificação da faixa etária.
Analisando os aspectos afetivos, emocionais, sociais e cognitivos da
criança de 3 a 5 anos, segundo o RNC’S Vol. I (1998, p. 15),

A qualidade das experiências oferecidas que podem contribuir para o


exercício da cidadania, baseia-se nos seguintes princípios: • O
respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas
suas diferenças individuais, como: social, cultural, religiosa, etc.;
• o direito de brincar da criança, como forma particular de expressão,
pensamento, comunicação e interação infantil;
• a socialização da criança, participada das diversas práticas sociais,
sem discriminação;
12 • o atendimento aos cuidados essenciais, garantindo sua
sobrevivência e o desenvolvimento de sua identidade .

Sabe-se que a criança tem um jeito especial de demostrar o que


pensa, o que sente no mundo que está a sua volta, das brincadeiras que
manifesta suas condições de vida, anseios e desejos. Desse modo, crianças
inseridas na Educação infantil é individuo de direito, que se insere no ambiente
familiar e na sociedade, é sujeito social, pois possui uma história e uma cultura.
Conforme se diz no RCN’S (Vol. I):

No processo de construção do conhecimento, as crianças se utilizam


das mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que
possuem de terem ideias e hipóteses originais sobre a quilo que
querem desvendar. Nessa perspectiva as crianças constroem o
conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras
pessoas e com o meio em que vivem. O conhecimento não se
constitui em uma cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso
trabalho de criação, significação e ressignificação. (RCN’S VOL I,
1998, p. 21 e 22).
11

Compreendemos que na Educação Infantil deve-se trabalhar


elementos culturais, que possam enriquecer seu desenvolvimento e inserção
social. Oferecendo a elas condições para aprendizagens por meio de
brincadeiras, situações pedagógicas intencionais e aprendizagens ocorridas
por meio de supervisão de um adulto, sempre integrado no processo de
desenvolvimento infantil. A prática da educação infantil deve ser organizada de
forma que as crianças desenvolvam uma imagem positiva de si, que possibilite
a sua atuação de forma independente, confiando em suas capacidades e
percebendo suas limitações.
Percebemos, que a criança deve descobrir e conhecer seus potenciais
e seus limites, valorizar seus costumes, aprender a cuidar da sua saúde e bem
estar. O vínculo afetivo entre o adulto e a criança deve ser instituído,
fortalecendo assim a autoestima e fazendo com que melhore a comunicação e
interação social de cada ser. Assim, pode-se explorar o ambiente, com
brincadeiras onde cada criança possa expressar suas emoções, sentimentos,
pensamentos e desejos. É através, da exploração dos sentimentos que a
criança, poderá utilizar-se diferentes linguagens (corporal, musical, plástica,
oral e escrita), podendo compreender e ser compreendida no processo de
construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade
expressiva.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p.32)
relata:

Cabe ao professor individualizar as situações de aprendizagem


oferecidas às crianças, considerando suas capacidades afetivas,
emocionais, sociais, cognitivas assim como os conhecimentos que
possuem dos mais diferentes assuntos e suas origens socioculturais
diversas. Isso significa que o professor deve planejar e oferecer uma
gama variada de experiências que responda, simultaneamente, às
demandas do grupo e as individualidades de cada criança.

Portanto, pode-se considerar que as crianças são diferentes entre si,


que cada uma possui um ritmo de aprendizagem. Assim, o professor deve
estar preparado para propiciar às crianças uma educação baseada na condição
de aprendizagem de cada uma, considerando-as singulares e com
características próprias.
12

3 UMA BREVE DEFINIÇÃO DO TERMO BRINCAR

Ao longo de toda a história foram inúmeros os autores que se


interessaram, pela questão do brincar na educação infantil.
De acordo com Oliveira (2000) o brincar não significa apenas entreter,
mas sim desenvolver-se integralmente. Caracterizando-se como uma das
formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e
com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas que se
estabelecem durante toda vida. Todavia, através do brincar a criança pode
desenvolver capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação,
a imaginação, ainda propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da
personalidade como afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e
criatividade.
Assim, fundamenta-se que os jogos e as brincadeiras sempre
estiveram presente na vida do homem. Naquela época o “caçar” estava
relacionada com a natureza, assim podia dominar a fala, descobrir a roda e o
fogo, foram através destes atos que surgiram os jogos e as brincadeiras, que
fazem parte da relação da humanidade.
Constitui-se que o brincar está presente em qualquer contexto histórico
e social que a criança está inserida, ou seja em diferentes tempos e lugares.
Assim, percebe-se que brincadeira é recriada com seu poder de imaginação e
criação. É transmitida de forma expressiva de geração a geração, ou
aprendendo nos grupos infantis, ou seja, nas brincadeiras de rua, nos parques,
escolas e festas. Tal brincadeira é incorporada pelas crianças de forma
espontânea respeitando a cultura de cada um, pode-se mudar a forma de
brincar, mas não o conteúdo da brincadeira. Nota-se que as brincadeiras torna-
se parte do patrimônio lúdico cultural, respeitando valores, costumes, formas
de ensinamento e pensamentos.
Conforme o autor Winnicott (1975, p. 139), “o lugar em que a
experiência cultural se localiza está no espaço potencial existente entre o
indivíduo e o meio ambiente (originalmente, o objeto)”. Para o autor a
experiência criativa começa quando se prática essa criatividade que é o
brincar, é isso que se manifesta primeiro através da brincadeira.
13

Para Vygotsky (1984, apud WAJSKOP, 2007), o mesmo afirma que, é


na brincadeira que a criança consegue vencer seus limites e passa a vivenciar
experiências que vão além de sua idade e realidade, fazendo com que ela
desenvolva sua consciência. É através da brincadeira que se pode propor à
criança desafios e ações que a façam refletir, aludir soluções e decisões de
problemas.
Vimos, que a criança constrói o seu conhecimento através de
experiências, atividades, jogos e brinquedos. É brincando, que as crianças
podem desenvolver sua imaginação, a confiança, a autoestima, o autocontrole,
pode também criar e respeitar princípios de organização e convivência, pois é
no futuro, que serão utilizadas para compreender a realidade na qual estão
inseridas.
Podemos notar que a brincadeira permite também o desenvolvimento
do autoconhecimento, propiciando o desenvolvimento da linguagem, da
socialização e da criatividade. Assim, podemos entender que o brincar é
importante para o desenvolvimento da criança Vygotsky (2007). Para o autor o
brincar é uma atividade que estimula a aprendizagem pois cria uma zona de
desenvolvimento proximal. Determina dois níveis de desenvolvimento: o real,
representando o que a criança já consegue realizar sozinha, e o potencial, que
significa aquelas atividades que a criança tem capacidade de realizar, mas
ainda não faz.

[...]No brinquedo, a criança sempre se comporta além do


comportamento habitual de sua idade, além do seu comportamento
diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que ela é na
realidade. Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo
contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma
condensada, sendo ele mesmo uma grande fonte de
desenvolvimento. (VYGOTSY, 2007, p.134).

Enfim, segundo Vygotsky (2007), é no brinquedo que acontecem as


maiores aquisições de uma criança, e são elas que se tornarão, no futuro, seu
nível básico de ação real e moralidade.
Para o autor Kishimoto (1998) o mundo do lúdico e onde a criança está
em constante exercício. É o mundo da fantasia, da imaginação, do faz de
conta, do jogo e da brincadeira.
14

Segundo Piaget (1978) pode-se aprende mais sobre uma pessoa em


uma hora de brincadeira do que uma vida inteira de conversação. Segundo o
autor as brincadeiras e os jogos são as principais atividades físicas da criança.
Além de propiciar o desenvolvimento físico e intelectual, promove saúde e
maior compreensão do esquema corporal.
E jogando que a criança aprende a respeitar regras, limites esperar a
vez e aceitar resultados. O brincar e o jogo, de acordo com Kishimoto (2002),
para a criança não e apenas um passatempo ou simples diversão, mas um
momento sério, pois está aprendendo o que ninguém pode lhe ensinar.
O brincar e uma criação humana, tanto quanto a linguagem e a escrita.
Segundo Brougère (1997) o brincar é algo inerente do ser humano e que,
através dele a criança não apenas se diverte, mas também se desenvolve
enquanto pessoa, enquanto se social, uma vez que o brincar não é
simplesmente um mato comum, mas um ato extremamente complexo,
carregado de valores, de finalidades éticas, os quais vão não apenas contribuir,
mas também determinar o desenvolvimento da personalidade da criança, de
sua identidade, o sucesso de seu relacionamento social, de sua convivência
com aas conquistas, com as realizações bem como os quais nos deparamos a
todo instante no nosso dia a dia durante toda a nossa existência.

3.1 Definições dos seguintes termos:

3.2.1 JOGO

Conforme Câmera (2005) o jogo de regras é importante, porque


quando a criança aprende a lidar com a delimitação em um espaço no tempo,
no tipo de atividade ela começa a entender o que pode e o que não pode fazer
naquele momento, grande certa regularidade que organiza a ação tornando
natural.
Segundo Bertoldo(2004) o jogo traz oportunidade para o preenchimento de
necessidades irrealizáveis e também a possibilidade para exercitar-se no
domínio do simbolismo. Quando a criança é pequena, o jogo, e o objetivo que
determina sua ação.
15

Os jogos tem diversas origens e culturas que são transmitidas pelos


diferentes jogos e formas de jogar. Este tem função de construir e desenvolver
uma convivência social entre as crianças estabelecendo regras, critérios e
sentidos, possibilitando assim, um convívio mais social e democrata, porque
“enquanto manifesta espontânea da cultura popular, os jogos tradicionais tem
função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência
social’’ (KISHIMOTO,2002, p.15).
O jogo e o mais complexo pelo fato de impor regras, limites, e resultar em
um vencedor e um perdedor.
E nesse espaço que a criança vai brincar e sonhar, e nesse sonho que
vai criar, e com essa criação que vai se divertir: e é com essa divisão que vai
organizar suas ideias e seus pensamentos, o ambiente influi muito para esses
fatores.
O ambiente de jogo da criança passa a adquirir um espaço e um tempo
organizado mentalmente, que vai ganhando pessoas e objetos, à medida que
sua brincadeira proporciona espaço de crescimento.
Segundo (KISHIMOTO,1999) hoje a tendência adotada pelos
educadores e a de elaborar jogos que exijam raciocínios lógicos, que
desenvolvam as habilidades motoras e sensoriais estimulando –as a raciocinar,
ou seja, jogos de construção, para que elas parem de usar somente jogos
prontos que não resultam aprendizado, e por isso que: ‘’ os jogos de
construção são considerados de grande importância por enriquecer a
experiência sensorial, estimula a criatividade e desenvolver habilidades de
criança.

3.2.2 BRINCADEIRA

Sabemos que é brincando que a criança aprende que, quando se perde


no jogo, o mundo não se acaba, pelo contrário, pois em cada oportunidade de
brincar vai surgir também uma oportunidade de descoberta do mundo a sua
volta, isso quando se der conta das coisas mais simples que aprendeu no jogo.
Nas brincadeiras crianças vivencia as representações do mundo que ela
própria cria, transformando sentimentos, em emoções e interligando –se do
mundo real, quando seus comportamentos são entendidos como um pedido de
16

ajuda. Pois o modo como ela brinca revela o seu mundo interior, o que está
sentindo. Podemos notar a relação dessa brincadeira com sua realidade, mas
para isso ‘’ A criança, na brincadeira, experimenta papeis (re) construindo sua
realidade, vivenciando sentimentos, comportamentos e fazendo
representações do mundo exterior (BERTOLDO,2004, p.07).
Assim, o brincar é formidável, satisfatório e prazeroso, e o prazer é
ponto fundamental na formação do ser humano. Porém, a ludicidade é uma
necessidade interior, tanto da criança quando ao adulto. Por consequência a
necessidade de brincar e do próprio desenvolvimento. Assim, tanto o jogo
quanto a brincadeira pode ser englobados em um modo geral.

De acordo com o autor, Bertoldo a brincadeira:

Não significa simples entreter-se apesar de ser a forma mais


completa que a criança encontra de comunicar-se com ela própria e
com o mundo. Nesse entretenimento permanece o diálogo,
pensamento, o movimento, abrindo caminhos de comunicação (2004,
p.12).

Segundo Oliveira (1989) as crianças ensinam que uma das maiores


qualidades do brinquedo e a sua não seriedade. O brinquedo não e serio para
as crianças porque permite a elas fazer fluir sua fantasia, sua imaginação.
Justamente por não ser sério, ele se torna importante. E a não –seriedade que
da seriedade ao brinquedo.
As crianças nos mostram que os brinquedos podem ser importantes em
seu crescimento emocional, porque quando as mesma brincam mostram uma
das principais qualidades do brinquedo que e a sua não-seriedade na vida real
da criança, ou seja, ao mesmo tempo em que ele ajuda a criança a expor suas
‘’ vontades imaginarias ‘’ ele também ajuda em seus ‘’ sentimentos reais”.

3.2.3 Brinquedo

O brinquedo e o objeto que propicia uma relação construtiva e lúdica com


a criança, através de estimulo e da afetividade com que a criança se relaciona.
Além disso, o brinquedo gera um sentimento intimo que algumas vezes nem
um amigo consegue construir. Tornando –se melhor amigo que fala, ouve e
17

sente. Pois a criança vive um mundo de imaginações onde seus brinquedos de


ficção acabam ganhando vida e sentimento.
De acordo com KISHIMOTO (1999) o brinquedo e outro termo
indispensável para compreender este campo. Diferido do jogo, o brinquedo
supõe uma relação intima com a criança e uma indeterminação quando ao uso
ou seja a ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização.
Por intermédio de brinquedos educativos podemos construir um elo entre
aprendizado e brincadeira, dessa forma tornando os aprendizados mais
dinâmicos, lúdicos e proveitosos. Por se tratar de uma brincadeira todas as
crianças vão sentir um espontâneo interesse em participar, e colocar em
pratica os conhecimentos já adquiridos.
Coletivos de Autores (1992) Jogos e Brincadeiras são ações culturais cuja
intencionalidade e curiosidades resultam em um processo lúdico, autônomo,
criativo, possibilitando a (re) construção de regras, diferente modos de lidar
com o tempo, lugar, materiais e experiências culturais, isto é o imaginário.

3.2 O BRINCAR E O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR

O brincar é um recurso é psicomotor acessível, que proporciona leveza


ao processo terapêutico ou educacional, facilitando o aprendizado, porém deve
estar sempre fundamentado pela psicomotricidade, por meio de estimulação
neurofuncional, para que seja verdadeiramente um instrumento psicomotor
eficaz. O brincar acrescenta qualidade ao desenvolvimento psicomotor, pois
explora habilidades, aprendizagem práticas de conceitos, a oportunidade de
escolha, respeitando o ritmo e interesse de cada criança.
Para Velasco (1996, p. 27) o
desenvolvimento motor obedece à estruturação de três condutas:
_ Condutas motoras de base:
- Equilíbrio: começa a ser elaborada na medida em que a criança
muda sua posição corporal da horizontal para a vertical. Nas
brincadeiras há a estimulação para o equilíbrio, que acompanha a
atenção e a concentração.
- Coordenação dinâmica geral: para dominar esta maturação motora,
acriança precisa dominar suas sensações e percepções: visual,
auditiva, cenestésica e tátil.
18

- Respiração consciente: a criança oxigena a seu organismo


adequadamente (salva por doenças respiratórias), é esta respiração
que energiza a criança motoramente, daí sua agitação.
- Coordenação motora fina: começa a ser elaborada quando a criança
brinca com objetos pequenos, jogos de encaixe, sobreposição e
quebra cabeças, exigindo delas movimentos de preensão e pinça que
são a base pra essa coordenação.
_ Condutas neutro-motoras:
- Esquema corporal: é através das relações com o meio, com objetos
e pessoas, que a criança reconhece as partes do corpo.
- Controle psicomotor: para que o controle psicomotor se desenvolva
é necessário que haja, além da interação orgânica e neurológica, a
interação
Motora da criança em relação ao meio ambiente. Os estímulos
representam
Grande importância nas respostas motoras e psicomotoras.
- Lateralidade: o brincar oferece a possibilidade de experimentação
global do corpo da criança.
_ Condutas perceptivo-motoras:
- Orientação corporal: é uma conduta perceptiva motora que surge na
criança por volta dos 5 anos, pois primeiro ela sente, depois usa e
somente mais tarde controla o seu corpo.
- Orientação espacial: é através do movimento que dá ao objeto e ao
seu corpo que a criança descobre o espaço a sua volta.
- Orientação temporal: é pelo ritmo dos acontecimentos, num contexto
de rotina, que a criança adquire a noção temporal necessária para
conviver com a antes e depois, com passado, presente e futuro.

Para que o brincar tenha tantos benefícios psicomotores, é necessário o


conhecimento da psicomotricidade e o uso do bom senso, inclusive na
orientação dos pais sobre o brincar em casa, muitas crianças trocam
experiências com amigos e atividades educativas por celulares, jogos em
videogames, computadores etc. Essas atividades, devem ser utilizadas como
recursos complementares para lazer da criança visto que proporcionam pouca
experiência que levam a mesma a construir algum conhecimento especifico.

4 A importância do brincar no que tange o ensino-aprendizagem na


educação infantil
19

Nos dias atuais, as escolas de educação infantil veem se tornando, um


lugar onde as crianças passam a maior parte do tempo, desse modo, esse
tempo está destinado ás atividades propostas pelos educadores, fazendo com
que a criança enxergue a escola como um ambiente só de atividades e de
aprendizagem esquecendo da essência do brincar.
Sabemos que as crianças pequenas experimentam desejos
impossíveis de serem realizados, para resolver essa tensão, a criança envolve-
se no mundo da imaginação, podendo assim realizar todos os seus desejos. O
brincar da criança seria, então, a imaginação em ação. Assim Vygotsky (1984),
do seu ponto de vista, o jogo traz para a criança vantagens sociais, cognitivas e
afetivas.
No Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL,
1998), o mesmo apresenta objetivos, conteúdos e orientações didáticas para
os profissionais que trabalham com crianças de 0 a 6 anos, contemplando a
importância do lúdico para a construção do conhecimento. Percebendo que a
brincadeira, pode permitir para a criança a criação, a imaginação de
representar a sua realidade e as suas experiências adquiridas no decorrer do
tempo.
Percebe-se que é através das brincadeiras, que as crianças
transformam os conhecimentos que já possuíam em conceitos com os quais se
brinca. Pode se dar o exemplo, de quando uma criança assumi um
determinado papel em algum brincadeira, primeiro a criança conhece alguma
característica dessa brincadeira. Esse conhecimento se dá através de imitação
de alguém ou de um adulto, ou até mesmo de cenas vistas na televisão, etc.
Assim, é no ato de brincar que a criança adquiri os diferentes vínculos entre
características do papel assumido, suas competências e as relações que
possuem com outros papéis, tomando consciência disso e generalizando para
outras situações. (BRASIL,1998).
De acordo com Almeida (2005, p. 5):

A brincadeira se caracteriza por alguma estruturação e pela utilização


de regras. A brincadeira é uma atividade que pode ser tanto coletiva
quanto individual. Na brincadeira a existência das regras não limita a
ação lúdica, a criança pode modificá-la, ausentar-se quando desejar,
20

incluir novos membros, modificar as próprias regras, enfim existe


maior liberdade de ação para as crianças.

Assim, percebemos que a prática da brincadeira na escola promove


aspectos diversos na criança que serão de suma importância para o seu
desenvolvimento biopsicossocial, sendo imprescindível para uma formação
sólida e completa.
Sabemos que os jogos são bons para desenvolver o raciocínio lógico, e
também para o desenvolvimento físico, motor, social e cognitivo das crianças, e
atualmente a aplicação desta nova maneira de transmissão de conhecimento é
até mais fácil pelos recursos e metodologias disponíveis para o professor.
Sendo assim, o brincar vai desde a sua prática livre, ou uma atividade dirigida,
com regras e normas. Segundo Vygotsky, o mesmo afirma que a brincadeira
proporciona aprendizado fazendo com que a criança se relacione com o outro,
entenda as relações humanas, seu papel nelas, construindo sua identidade.
A criança brincando na escola, para o professor, a mesma vai permitir
o seu desenvolvimento no processo de aprendizagem e também criar situação
em que a criança constitui tanto para a assimilação dos papéis sociais e
compreensão das relações afetivas que ocorre em seu meio, como para a
construção do conhecimento. Cabe aos professores não deixar de utilizar
brincadeiras pedagógicas e que estimulam a imaginação da criança.
É na pré-escola que a criança consegue lidar com a reprodução.
Portanto, é neste momento que começam as brincadeiras de faz de conta, ou
seja aparecer às brincadeiras envolvendo a imaginação, onde uma lata de leite
em pó pode ser um tambor, ou um pedaço de madeira pode ser um microfone,
dependendo da imaginação que a criança está envolvida.
Observamos que a sala de aula é um lugar de brincar, se o professor
conseguir conciliar o objetivo pedagógico com o desejo dos alunos. Assim,
brincar é essencial na educação infantil, pois irá proporcionar o
desenvolvimento motor e mental da criança. O professor pode utilizá-lo como
recurso pedagógico. Nesta interação com o brincar, o professor estrutura a
criança para o conhecimento físico, com o lógico, então começa a
compreendê-los, incorporando-os num quadro de relação com os alunos.
Brincar é lazer, mas é simultaneamente fonte do conhecimento e é estar
21

dualidade que leva o professor a considerar o brincar como parte integrante da


atividade educativa.
O educador deve estar profissionalmente capacitado para saber estimular
a criatividade da criança, como também ser especialista na modalidade em
educação infantil, conforme a LDB, de nº 9394/96, no Art. 62.

Art. 62. A formação de docente para atuar na educação básica far-


se-á em nível superior, em
curso de licenciatura, de graduação plena, em
universidades e institutos superiores de3 educação, admitida, como
formação mínima para o exercício do magistério na educação
infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a
oferecida em nível médio, na modalidade Normal.

Assim, o brincar utilizado como recurso pedagógico não deve ser


dissociado da atividade lúdica que o compõe, sob o risco de descaracterizar-
se. A vida escolar regida por normas e tempos determinados, por si só já
favorece este processo de descaracterização, fazendo do brincar na escola um
brincar diferente das outras ocasiões.
22

5 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO

5.1 Tema e linha de pesquisa

O presente projeto de ensino tem por finalidade nos levar a uma reflexão
sobre a “importância do brincar na escola” e tem como tema principal
“Educação Infantil: que espaço é esse?”. Tendo em vista a importância do
brincar para o desenvolvimento da criança, que segundo Madalena Freire
(1999) “quando uma criança brinca, joga ou desenha, ela está desenvolvendo a
capacidade de representar, de simbolizar. É construindo suas representações
que as crianças se apropriam da realidade”;
O tema está relacionado aos eixos estudados nas disciplinas durante o
curso de pedagogia.

5.2 Justificativa

O principal objetivo deste estudo é proporcionar uma visão sobre o


brincar, visando principalmente a aplicação na nossa prática pedagógica. Desta
forma, busca-se a compreensão das concepções que sustentam as políticas
apresentadas dentro do âmbito educacional. Visando apresentar o assunto de
forma sintética, abordaremos as concepções de Vygotsky e Piaget sobre o
valor do brinquedo e do brincar e o significado que esses teóricos atribuem ao
tema.
Procuramos explicar a compreensão do brincar no cotidiano de cada um
e valorizá-lo em função e em proporção ao processo de seu desenvolvimento
social e, posteriormente, confirmar a influência da ludicidade no processo de
aprendizagem e conhecimento.
Enfim, o brinquedo influência significativamente o desenvolvimento
infantil. Nota-se que as crianças mesmo estando em idade escolar, ainda
apresentam motivação para brincar. Por meio das atividades lúdicas adquirem
melhor conhecimento dos conteúdos apresentados em sala de aula. Piaget
(1975) enfatiza que o sinônimo de infância é o brinquedo, o brincar e a
brincadeira, como também cita a atividade lúdica como sendo o berço
obrigatório das atividades intelectuais da criança, tornando-se assim,
23

indispensável à prática educativa.

5.3 Problematização

Qual a importância do brincar? Como o brincar pode levar ao aprendizado


das crianças? Há como trabalhar todas as disciplinas com jogos e
brincadeiras? Essas questões nos leva a pensar se os professores de
educação infantil tem trabalhado de forma lúdica, pois é através desta que a
criança desenvolve o cognitivo, o afetivo, o social e cultural.

5.4 Objetivos

Objetivo Geral:

 Incentivar o brincar que dá oportunidade à criança de se socializar;

Objetivos Específicos:

 Desenvolver a socialização e a criação de vinculo,


 Instigar a criatividade e o raciocínio;
 Respeitar regras e normas,
 Estimular o trabalho em grupo;

5.5 Conteúdos

Português, Matemática, Artes.

5.6 Processo de desenvolvimento

1º momento: Utilizaremos o Bingo das Letras –

Como brincar: As cartelas devem conter letras variadas. Algumas


podem conter só letras do tipo bastão; as outras, somente cursivas; e outras,
letras dos dois tipos, misturadas.
24

2º momento: Usaremos o dado com letras e números para promover


atividades lúdicas como a amarelinha das letras.

3º momento: Boneco de massa

Como brincar: As crianças brincam em duplas. Uma criança deverá ser


o boneco de massa e a outra o modelador. O modelador deverá modelá-lo
fazendo as posições que quiser, movimentando o corpo do outro. Depois
trocam se as posições quem era o boneco vira o modelador e o modelador vira
o boneco. Poderá ser feito um concurso de quem modela o boneco mais
bonito.

4º momento: Brincar de Prender pregadores na beira da caixa.

Como brincar: escrever as letras do alfabeto ou números para as


crianças encontrarem os iguais, ou pintar com diferentes cores e fazer o
mesmo; e ir prendendo o prendedor.

5º momento: Brincadeiras livre com bolas e lego para promover a


socialização.

5.7 Tempo para a realização do projeto

Atividades Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro


Escolha do Tema X
Levantamento X
Bibliográfico
Pesquisa na Internet X X
Elaboração do Projeto X X X
Normas da ABNT X
Digitação do Projeto X
Execução do Projeto X
Organização da Pasta X
e Portfólio
25

5.8 Recursos humanos e materiais

Para o desenvolvimento do projeto foi necessário diversas pesquisas em


acervos da internet, e livros diversos. Para a execução do projeto o professor
deverá organizar o seu material, bem como a elaboração do mesmo através de
sucatas, ou os materiais oferecidos pela escola.

5.9 Avaliação

Avaliação será através da observação se a cada nova atividade se


houve concentração e interação com os colegas e professores.
 Examinar como foi a exploração dos gestos e materiais utilizados.
 Compreender se houve cooperação e solidariedade para com o grupo.
26

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não tenho a pretensão de esgotar a discussão acerca do tema, mas


elucidá-la como uma das grandes discussões da contemporaneidade. Visto
que o ato de brincar na educação infantil exercita a criança em sua capacidade
de concentração e atenção, fazendo com que as mesmas crie um mundo de
possibilidades, de situações que a levam à autonomia, desenvolvendo suas
habilidades motoras, aumentando sua integração, promovendo a para o seu
crescimento intelectual e social.
Assim, com esta pesquisa foi possível observar a importância do
brincar na educação infantil, a criança quando brinca estimula sua imaginação,
capacidade de raciocínio, melhora seu convívio social e emocional além de ser
um recurso eficaz para a construção do conhecimento. A brincadeira é uma
linguagem natural da criança e além de ser fonte de lazer é parte integrante da
atividade educativa, pois facilita o processo de aprendizagem. Quando brinca a
criança tem o domínio da linguagem e a brincadeira é uma linguagem infantil,
onde as crianças são capazes de recriar e repensar os acontecimentos diários.
Foi possível observar como o brincar é capaz de influenciar o desenvolvimento,
a criatividade, a autonomia, personalidade e o convívio social da criança. As
brincadeiras são fonte de lazer e também de conhecimento, portanto devem
ser aplicadas como parte integrante da atividade pedagógica.
A utilização do brincar como recurso pedagógico deve ser vista, com
cautela, visto que, brincar é uma atividade essencialmente lúdica; Incluir o jogo
e a brincadeira na escola tem como hipótese, o duplo sentido de servir ao
desenvolvimento da criança, enquanto indivíduo, e a construção do
conhecimento. Para o professor o brincar também tem função informativa, pois
ao observar as crianças e seus interesses, o educador é capaz de perceber o
nível de realização em que elas se concentram, suas habilidades e
possibilidade de interação e conduzi-los da melhor forma de acordo com seus
comportamentos.
Os jogos e brincadeiras, são importantes na escola e na vida, é de
extrema importância que a criança tenha oportunidade de se desenvolver
utilizando esse recurso, visto que possibilita a ampliação das habilidades
27

motoras, sociais e emocionais.


Percebe-se que o lúdico faz a criança criar um mundo de ilusão e de
imaginação, como forma de satisfazer seus desejos. Assim é primordial que o
professor crie espaços, ofereça materiais e que participe das brincadeiras
estimulando a construção do conhecimento das crianças.
Uma vez que, a brincadeira e o jogo para a criança não são apenas um
passatempo ou somente uma diversão, porém, um momento sério, pois esta
aprende o que ninguém pode lhe ensinar, descobrir o mundo e as pessoas que
o cercam. Assim, a escola, sendo o centro da informação, configura-se em um
local adequado para essa aprendizagem, daí a necessidade das instituições de
educação infantil inserir as brincadeiras e os jogos nas suas atividades
pedagógicas, pois assim, as crianças irão aprender e se desenvolver com
maior prazer.
Assim, o professor deve ser o mediador, possibilitando assim a
aprendizagem de maneira criativa e social. O docente é aquele que media as
estratégias sociolinguísticas e cognitivas no contexto educativo, fornecendo
elementos para a construção do conhecimento, servindo-se do brincar.
Ressalta-se que este estudo nos fez ter uma reflexão sobre a
importância do brincar na Educação Infantil, sendo possível desvendar que o
lúdico é de suma importância para o desenvolvimento integral da criança, pois
o brincar é viver.
Portanto, as professoras precisam resgatar as brincadeiras buscando
as origens, o que foi ensinado nos tempos dos avós, pais e que deve estar
presente nos dias atuais, pois fazer as crianças brincarem é tirá-las da frente
da TV, dos vídeos games e até mesmo dos computadores. Os professores
precisam ter consciência que o brincar é estimular à criança que não tem nada
em casa, e que pode reviver a aprendizagem de uma maneira muito mais
satisfatória.
Confio que esta pesquisa seja uma referência a todos educadores que
atuam com a Educação Infantil, contribuindo de forma significativa para uma
pratica pedagógica consciente da importância do brincar na educação infantil.
Dessa forma, pode-se afirmar, que é por meio das brincadeiras e dos jogos que
se encontra uma das principais atividades físicas para a criança, uma vez que
as mesmas veem se desenvolver seus aspectos físico e intelectual. E é através
28

dos jogos que a criança aprende a respeitar regras, limites, esperar a vez e
aceitar resultados.
29

REFERÊNCIAS

_____ A brincadeira e suas implicações nos processos de aprendizagem


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Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal de Santa Catarina.
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