Universidade de Ribeirão Preto Centro de Ciências Exatas, Naturais e Tecnologias Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental
Universidade de Ribeirão Preto Centro de Ciências Exatas, Naturais e Tecnologias Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental
Universidade de Ribeirão Preto Centro de Ciências Exatas, Naturais e Tecnologias Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental
RIBEIRÃO PRETO
2019
Adriana Carvalho de Menezes Dendena
Ribeirão Preto
2019
Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Processamento
Técnico da Biblioteca Central da UNAERP
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se
plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de
afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz...”
Eclesiastes 3:1-8
Solid waste from the furniture industry makes it possible to verify the inefficiency of the
production process, directly and indirectly affecting people, society and the environment.
Residues of logging consist of pieces of wood, sawdust, among others, which end up having an
inadequate destination, often due to the lack of knowledge of people in the industry. Therefore,
the objective of this work was to obtain indicators, through the characterization and
quantification of wood residues generated from cutting pieces in micro and small furniture
industries, using demolition wood and other wood in the process of manufacturing rustic
furniture , aiming at reducing environmental and health impacts, using the city of Passos, MG,
as a model city. The use of personal protective equipment and the risks inherent to the furniture
activity, such as the unhealthiness of the sector, are factors that demand joint attention with the
ergonomic evaluation and microbiological analyzes of the wood used in the production process.
The methodology used was the case study, with data collection and analysis tools for direct
observation, photographic record of the production process, interviews and mapping of the
residues. The indicators obtained in this study (quantity of pieces of furniture produced and
waste generated in the process, as well as the time and quantity of wood used) were innovative
in the furniture sector, since several studies on the subject did not present this data. The
indicators showed that for the production of a chair, it takes 2 hours of work, 0,016 mᶾ of wood,
generating 1.2 kg of stumps of wood and 500 grams of sawdust. These data supports that the
management and reduction of waste generated in the process of manufacturing rustic furniture
using demolition timbers causes many unnecessary losses. Environmental and health losses, as
well as the health of workers in the sector are at constant risk, whether by the proliferation of
saw dust in the factories causing health risks, the lack of use of PPE (personal protective
equipment) and inadequate ergonomics of people involved, cause damage for the company and
especially for the worker in the sector. With the use of the OWAS tool, it was identified that
the sector in general needs future corrections, due to the activities that operators use, with the
inclined posture with both arms below shoulders and legs of the upright operators, with a lower
loading effort to ten kilograms are factors that impair ergonomics, causing damage to the health
of people involved in the furniture industry. In this way, one must take breaks of five minutes
each one hour worked and the elaboration of work gymnastics, according to the criteria
recommended by a physiotherapist. The microbiological analysis of wood, stumps and sawdust
identified a predominance of contamination of anemophilous filamentous fungi in all samples,
being these fungi of low clinical importance as infectious agent. Despite the species of
Cryptococcus spp. are reports growing on decomposing wood, it can’t be said that wood
residues present risks of contamination by Cryptococcus spp., since these species were not
found in the samples. Finally, wood residues do not have an adequate destination and many
losses could be avoided. The benefits of this study were environmental and economic as well
as sustainability, since the losses and the indicators reached, besides the awareness of people
involved, resulted in the reduction of waste and the safety of workers in this sector.
Keywords: Furniture industry; Solid Waste; Risk factors; Ergonomics; PPE; Cryptococcus.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Indicação de medidas e instrumentos de gestão que podem ser adotados nas unidades
de processo das organizações para a redução de geração de resíduos....................................... 23
Figura 10 – Balança utilizada nas pesagens dos resíduos nas empresas pesquisadas..............65
Figura 12 - Máquina modelo serra de fita utilizada para o corte de madeira na Empresa A ,
localizada na cidade de Passos-MG...................................................................................................70
Figura 13- Máquina modelo - Esquadrejadeira utilizada para o corte de madeira na Empresa B,
localizada na cidade de Passos-MG............................................................................................ 71
Figura 14 - Máquina modelo furadeira para o corte de madeira na Empresa C, localizada na cidade
de Passos-MG ........................................................................................................................... 71
Figura 15 - Mesa pronta, com acabamento em pintura, fabricada pela Empresa A localizada na
cidade de Passos-MG ................................................................................................................ 72
Figura 16 - Banco de jardim pronto fabricado pela Empresa B, localizada na cidade de Passos-
MG. ........................................................................................................................................... 72
Figura 18 - Caixa utilizada para armazenamento da água para reuso na Empresa A, localizada
na cidade de Passos-MG .......................................................................................................... 73
Figura 44 - “Caixa”: local onde a serragem fica separada para posterior coleta na EMPRESA B,
em Passos – MG........................................................................................................................97
Figura 45 - Tocos de madeira que serão doados e/ou vendidos, acondicionados em tambores na
EMPRESA B na cidade de Passos – MG...................................................................................97
Figura 53 - Fotos de placas com predomínio de fungos anemófilos nas amostras de madeiras
das EMPRESAS A, B e C........................................................................................................103
Figura 54 - Cultura em ASD das leveduras isoladas da amostra SB-2 - Colônias (isolado SB-
2.2) de leveduras pálidas, à esquerda, e colônias (isolado SB-2.3) de leveduras levemente
rosadas à direita......................................................................................................................104
Figura 55 - Cultura em ASD das leveduras isoladas da amostra SC-2: Colônias (isolado SC-
2.1) de leveduras róseo, à esquerda, e colônias (isolado SC-2.2) de leveduras pálidas à direita
....................................................................................................................................................................104
Tabela 8 – Tipos e quantidades de móveis produzidos no mês de maio de 2018 pelas EMPRESAS
A, B e C......................................................................................................................................94
Tabela 9 - Quantidade de resíduos gerados na produção de cadeiras no mês de maio de 2018 nas
EMPRESAS A, B e C.................................................................................................................95
LISTA DE QUADROS
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 18
2. OBJETIVOS ........................................................................................................ 21
2.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 21
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 21
3. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 22
3.1 RESÍDUOS SÓLIDOS .......................................................................................... 22
3.2 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................... 23
3.3 INDÚSTRIA MOVELEIRA ................................................................................. 32
3.4 RESÍDUOS DA INDÚSTRIA MOVELEIRA .......................................................38
3.5 DESDOBRO DA MADEIRA E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA
INDÚSTRIA MOVELEIRA ........................................................................................... 46
3.6 FATORES DE RISCO ...........................................................................................49
4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................ 60
4.1 QUANTIFICAÇÃO DO NÚMERO DE EMPRESAS DE MÓVEIS RÚSTICOS
DA CIDADE DE PASSOS, MG..................................................................................... 60
4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE MÓVEIS, TIPOS DE MADEIRA E A
FORMA DO PROCESSO DO CORTE E FABRICAÇÃO DOS MÓVEIS NAS
EMPRESAS SELECIONADAS .................................................................................... 61
4.3 MAPEAMENTO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DOS MÓVEIS EM
RELAÇÃO AOS TIPOS, QUANTIDADE E TEMPO DE PRODUÇÃO ..................... 63
4.4 ANÁLISE DO USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÕ INDIVIDUAL (EPIs)
E A ERGONOMIA DO SETOR..................................................................................... 63
4.5 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DE FABRICAÇÃO DE UM MÓVEL .................. 64
4.6 QUANTIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DA GERAÇÃO E DA DESTINAÇÃO
DOS RESÍDUOS GERADOS NA FABRICAÇÃO DOS MÓVEIS .............................. 65
4.7 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DAS SERRAGENS, TOCOS E MARAVALHAS
NO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DOS MÓVEIS.......................................................66
4.8 PROPOSTA DE MELHORIAS DESDE A GERAÇÃO ATÉ A DESTINAÇÃO
DOS RESÍDUOS GERADOS.........................................................................................67
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................................68
5.1 QUANTIFICAÇÃO DO NÚMERO DE EMPRESAS DE MÓVEIS RÚSTICOS
DA CIDADE DE PASSOS, MG......................................................................................68
5.2 IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE MÓVEIS, TIPOS DE MADEIRA E A
FORMA DO PROCESSO DE CORTE E FABRICAÇÃO DOS MÓVEIS NAS
EMPRESAS SELECIONADAS .................................................................................... 70
5.3 MAPEAMENTO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DOS MÓVEIS EM
RELAÇÃO AOS TIPOS, QUANTIDADE E TEMPO DE PRODUÇÃO...................... 76
5.4 ANÁLISE DO USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
(EPIs) E A ERGONOMIA DO SETOR ..........................................................................79
5.5 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DE FABRICAÇÃO DE UMA CADEIRA............ 84
5.6 QUANTIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DA DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS
GERADOS NA FABRICAÇÃO DOS MÓVEIS ...........................................................95
5.7 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DAS SERRAGENS, TOCOS E MARAVALHAS
NO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DOS MÓVEIS.......................................................99
5.8 PROPOSTA DE MELHORIAS E ADEQUAÇÃO DESDE A GERAÇÃO ATÉ A
DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS GERADOS ............................................................ 108
6. CONCLUSÕES.......................................................................................................112
7. TRABALHOS FUTUROS....................................................................................115
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 116
APÊNDICE 1 ............................................................................................................... 126
APÊNDICE 2 ............................................................................................................... 135
APÊNDICE 3 ............................................................................................................... 137
APÊNDICE 4................................................................................................................141
20
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
3. REVISÃO DE LITERATURA
Um dos marcos legais para a gestão de resíduos sólidos no Brasil, foi a publicação da
Lei Federal 12.305/10, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e sua
regulamentação pelo Decreto Federal 7.404/10.
A PNRS dispõe sobre princípios, objetivos e instrumentos, bem como as diretrizes
relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo os perigosos.
Além disso determina as responsabilidades dos geradores e do poder público e os
instrumentos econômicos aplicáveis, conforme veremos no próximo tópico (BRASIL,2010).
É importante a distinção entre resíduo sólido e rejeito. Resíduo sólido é todo
material, substância ou objeto descartado resultante de atividades humanas da sociedade. Eles
podem estar nos estados sólidos ou semissólidos, bem como gases contidos em recipientes
e líquidos. Suas particularidades tornam inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos
ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis
face da melhor tecnologia disponível (COELHO et al, 2011). Enquanto rejeitos são resíduos
sólidos descartados, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação
por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra
possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada.
Caetano (2017) afirma que, frente a algumas limitações técnico-ambientais e
econômicas, a não geração de resíduos sólidos e em última instância de rejeitos tem sido um
desafio para as organizações, que reconhecem que perdas de seus processos produtivos são
recursos desperdiçados, que se não inseridos em algum fluxo de materiais, representarão
também perdas financeiras e mais uma preocupação com sua disposição ambiental adequada
até o fim de seu ciclo de vida.
Segundo a WBCSD, 2002 (World Business Council for Sustainable Development),
rejeito zero significa uma economia 100% eficiente em termos de recursos, onde como
natureza, os fluxos de materiais são cíclicos e tudo é reutilizado ou reciclado sem causar danos
de volta à sociedade ou a natureza. Nesse conceito a palavra rejeitos deixa de existir, porque
tudo será visto como recurso. Desta forma, inúmeros programas e instrumentos de gestão
ambiental são utilizados para que os processos 100% eficientes possam ser atingidos e se não
atingidos sejam controlados e seus rejeitos gerenciados em acordo com boas práticas e
legislações aplicáveis (SILVA; SILVA;SOUZA,2007).
25
Para que uma organização alcance uma meta de geração de rejeitos nula ou mesmo
que reduza de forma significativa os resíduos sólidos que origina, é importante que se faça
uma avaliação completa de seu processo e atividades para identificação de melhorias
(OLIVEIRA; ALVES,2007).
Desta forma deve-se utilizar ferramentas para que o objetivo de geração nula de
resíduos seja atingido ou até a viabilização de um tratamento de resíduos sólidos para que se
preserve os aspectos ambientais, econômicos e técnicos do processo. A Figura 1 revela alguns
instrumentos de gestão que podem ser adotados para a redução de geração de resíduos.
Figura 1 - Indicação de medidas e instrumentos de gestão que podem ser adotados nas unidades de processo das
organizações para a redução de geração de resíduos
O Art. 3º, inciso “X” define o gerenciamento de resíduos sólidos como sendo o
conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas d e coleta,
transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos
resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo
com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de
gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei.
Art. 7º, inciso “II” define os objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos,
que trata da não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos
sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos
(BRASIL,2010).
Esta lei é de suma importância, pois além de definir diretrizes para uma gestão
integrada e o gerenciamento dos resíduos sólidos, também busca responsabilizar os geradores
e o poder público quanto ao destino ambiental correto do resíduo gerado. No Brasil, o setor
de resíduos sólidos passou a ocupar recentemente posição de destaque nas políticas públicas,
com a aprovação da PNRS. Entre suas disposições, a mesma define no inciso XVI de seu artigo
3º:
Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de
atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe
proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem
como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem
inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou
exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor
tecnologia disponível (BRASIL, 2010).
Segundo a Norma Brasileira – NBR 10.004/04 os resíduos sólidos são definidos como:
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dependem do tipo de produto manufaturado devendo, portanto, serem estudados caso a caso.
Incluem nesse, os resíduos de madeira, objeto de estudo desta pesquisa, que será abordado de
no próximo tópico (DUTRA,NASCIMENTO,NUMAZAWA; 2005).
Segundo a PNRS, existem ainda os resíduos ditos como especiais, em função de suas
características diferenciadas, nos quais se inserem os pneus, as pilhas e baterias e as lâmpadas
fluorescentes.
Segundo Cabral (2015), dentre as tipologias de resíduos existentes, os RSU se
destacam em especial, visto que compreendem importante parcela do total de resíduos gerados.
Argumenta, ainda, que conhecer as fontes de origem e os tipos gerados, através de sua
composição e de sua taxa de geração, é a ferramenta básica para o gerenciamento dos
resíduos sólidos. Já no contexto ambiental, a destinação final utilizada tem papel mais
importante sobre a determinação dos eventuais impactos dos RSU sobre o meio ambiente.
A Figura 2 apresenta a classificação dos resíduos sólidos quanto à origem, de acordo
com o artigo 13 da PNRS. Os resíduos urbanos são aqueles que englobam os resíduos
domiciliares (originários de atividade domésticas e residências urbanas) e os resíduos de limpeza
urbana (originados da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de
limpeza urbana). Os resíduos industriais são aqueles gerados nos processos produtivos e
instalações industriais. Os resíduos de serviços de saúde são os gerados nos serviços de saúde,
conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA
(Sistema Nacional de Meio Ambiente) e do SNVS (Sistema Nacional de Vigilância Sanitária).
Os resíduos da construção civil são os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições
de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para
obras civis. Os resíduos agrossilvopastoris são os gerados nas atividades agropecuárias e
silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades. Os resíduos de
serviços de transportes são os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários,
rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira. Os resíduos de mineração são os gerados na
atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios.
No entanto, a disposição correta e adequada dos resíduos sólidos é uma
dificuldade, pois encontrar locais apropriados para a construção de aterros nas grandes cidades
do país é uma dificuldade crescente. Além disso, sabe-se que os aterros são fontes importantes
de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), como o metano (CH4), responsáveis pela
intensificação do aquecimento global. Como forma de se tentar reduzir tais emissões, a
aplicação de tecnologias de recuperação e queima do metano gerado nos aterros foi
incentivada nas últimas décadas, principalmente através dos créditos de carbono (KOCH,
30
M.,2012).
resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos” (BRASIL, 2010).
Conforme observado pela ABRELPE, 2012 essa hierarquização pode ser
simplificada na seguinte sentença: “todos os resíduos deverão ser reaproveitados e/ou tratados
e somente os rejeitos destes processos poderão ser dispostos em aterros sanitários. ”
Para que este seja o mais eficiente possível, a PNRS também estabelece uma ordem
de prioridade no gerenciamento de resíduos sólidos. O ponto de maior atenção é o de não
geração, seguido da redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. A ordem de prioridade é lógica, quanto
menos for gerado, menos será descartado, porém aplicá-la já é um pouco mais complicado e
exige muito, tanto dos gestores quanto das empresas. Quando todas as possibilidades forem
esgotadas e o resíduo não possuir nenhuma forma de reaproveitamento, ele deverá ser
descartado, mas sem prejudicar o meio ambiente. As formas mais conhecidas para o despejo
desses rejeitos são os lixões, os aterros sanitários e os aterros controlados. No Brasil, os aterros
sanitários são os únicos ainda dentro da Lei. São menos prejudiciais por possuírem proteção
contra a contaminação do solo, ar e água, além de promoverem o tratamento dos gases e
chorume provenientes da decomposição do lixo (BRASIL,2010).
Apesar de sua grande evolução, está claro que o cumprimento dessas metas,
independentemente do nível de prioridade da ação, é uma tarefa bem complicada. A área de
gestão e gerenciamentos de resíduos, não somente os sólidos, é extremamente vasta e, muito
importante para o futuro do planeta. Com o aumento da conscientização e da quantidade
de informação a qual a população tem acesso, a área tem ganhado força, porém tem muito
a avançar.
A PNRS, em seu artigo 3º, inciso VII, define a destinação final ambientalmente
adequada como:
Destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a
recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos
órgãos competentes do SISNAMA, do SNVS e do SUASA, entre elas a disposição
final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à
saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos
(BRASIL, 2010).
A Figura 3 ilustra a hierarquia das ações para o gerenciamento dos resíduos sólidos.
O terceiro nível, por sua vez, inclui os processos de reciclagem e transformação dos
resíduos em insumos e novos produtos, os quais incluem a compostagem.
De acordo com o artigo 3º, inciso XIV, da PNRS, a reciclagem é definida como:
motores.
Já o resíduo florestal é definido como todo e qualquer material resultante da colheita
ou do processamento da madeira e/ou de outros recursos florestais que permanece sem
utilização definida ao longo do processo, por limitações tecnológicas ou de mercados, sendo
descartado durante a produção (ULIANA, 2005).
Resíduos industriais florestais são definidos como os subprodutos decorrentes do
desdobro primário e secundário como também da utilização da madeira (ARAUJO, 2003).
Quirino (2004) define como resíduo das indústrias de base madeireira as sobras que ocorrem
no processamento mecânico, físico ou químico, os quais não são incorporados ao produto final.
Tais resíduos apresentam diversas classificações. Os resíduos da colheita florestal
podem ser compostos por galhos, copa, casca, raiz, árvores mortas, árvores abatidas
acidentalmente, cepas, cipós, outras espécies não arbóreas danificadas e/ou abandonadas. Os
resíduos do processamento mecânico da madeira podem conter costaneira, pó, serragem,
maravalha, cavaco, tocos, pontas e aparas; contaminados ou não por produtos químicos do
tratamento da madeira, cola, tinta e verniz (ULIANA, 2005).
Corroborando com Uliana (2005) com relação aos resíduos madeireiros, Quirino
(2004) enfatiza que os resíduos das madeireiras são genericamente classificados como: cascas,
aparas, cepilhos, serragem, cavacos e cinzas produzidos ao longo do processo de produção.
Segundo Fontes (1994), com base nas suas características morfológicas, os resíduos
dessas indústrias são classificados como:
a) Cavacos - partículas com dimensões máximas de 50 × 20 mm, em geral provenientes
do uso de picadores.
b) Maravalhas - resíduo com menos de 2,5 mm; serragem - partículas de madeira com
dimensões entre 0,5 e 2,5 mm, provenientes do uso de serras.
c) Pó - resíduos menores que 0,5 mm; lenha - resíduos de maiores dimensões,
composto.
Dobrovolski (1999) e Dutra; Nascimento (2005), classificaram os resíduos da
indústria madeireira como:
a) Serragem – resíduos originados da operação de serras, encontrados em todos os tipos
de indústrias madeireiras e moveleiras, com exceção das laminadoras de toras.
b) Cepilho – também muito conhecido por maravalha, resíduos gerados pelas plainas
nos processos de serrarias ou marcenarias. Após certos processos que também serão
aplainados, a madeira será utilizada na fabricação de móveis, portas, janelas, pisos, forros,
e estruturas para telhados.
42
c) Lenha – típico dos resíduos de maiores volumes e com uma tendência em gerar novos
produtos de menores dimensões. São gerados em todas as madeireiras, e compostos da lenha:
costaneiras, aparas, refilos, topos de toras e restos de laminados.
Segundo Brito (1995), a lenha é o tipo de resíduo de maior representatividade,
correspondendo a 71% da totalidade dos resíduos, seguido pela serragem que corresponde
a 22% do total e, finalmente, os cepilhos, correspondendo a 7% do total.
Os resíduos são gerados ao longo de toda a cadeia produtiva. A quantidade e os tipos
gerados variam com as características da floresta, da espécie, da natureza da matéria prima, do
produto, do grau de processamento e da eficiência do processo de transformação. Além de
variarem também de acordo com os tipos de máquinas empregadas pela indústria, número de
operações do processamento e qualificação da mão-de-obra (ULIANA, 2005).
A maior quantidade de resíduos gerados é uma consequência do desdobro primário
e secundário das toras. O volume de resíduos gerados pode-se expressar como a diferença
entre o volume de madeira em toras que entra na serraria e o volume de madeira serrada
produzida. Considerando-se os resíduos gerados pelo processo produtivo, como cascas,
costaneiras, refilos, aparas e serragem, seria irracional não promover o aproveitamento máximo
desses subprodutos do beneficiamento primário da madeira. Tais resíduos, em um primeiro
momento, são tidos como rejeitos no processo, mas seguramente podem sair da serraria como
matéria-prima para produção de pasta e celulose e chapas de composição, bem como
promover a autossuficiência energética da própria indústria (FONTES, 1994).
Segundo Machado et al (2011), com a sanção da Política Nacional de Resíduos
Sólidos, todos que trabalham no setor das indústrias de madeiras precisam dar uma destinação
final ambientalmente adequada para seus resíduos. Seja qual for a solução técnica adotada por
essas empresas, ela deve obedecer a ordem de prioridade no gerenciamento de resíduos
estabelecida pela Lei 12.305/2010 Art. 9°, que diz:
ao meio ambiente e passar a gerar lucro para a empresa que o produz, além de apresentar
alternativas, como matéria-prima para diversos outros produtos. Com isso, pode-se diminuir
o preço dos produtos feitos com ele, e reduzir a exploração da madeira virgem (LIMA,
SILVA,2005).
A indústria moveleira possui poucos estudos que indiquem a quantificação de
resíduos gerados em seu processo produtivo, necessitando de mais aprofundamento sobre o
tema.
Todo processo de transformação da madeira gera resíduos, em menor ou maior
quantidade, sendo que somente 40 a 60% do volume total da tora é aproveitado de acordo com
os dados levantados por Fontes (1994) e Olandoski (2001), com base na Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.
Segundo Olandoski (2001), um fator relacionado ao desperdício é a qualidade do
processo, como problemas no maquinário e com os funcionários.
De acordo com Gonçalves (2001), existem vários fatores que influenciam a
formação de cavacos no processamento da madeira, como tipo e superfície da madeira a ser
trabalhada, afiação e ângulos de saída das ferramentas de corte, e o teor de umidade da
madeira processada.
Apesar de serem considerados como de baixo nível poluidor, a estocagem de resíduos
de madeira ocupa espaço, o que gera problemas. Se forem queimados a céu aberto, ou em
queimadores sem fins energéticos, vão liberar gases para o ambiente, tornando-se potenciais
poluidores.
Os resíduos podem ser reutilizados pela própria indústria que os produz,
principalmente como energia, ou podem ser vendidos para outras empresas e aplicado em usos
diversos. Se isto for feito, os resíduos deixam de ser um problema e passam a ser um subproduto
da empresa em questão, podendo até gerar lucro. De acordo com Olandoski (2001), o preço
pago pelo resíduo depende do tipo e do teor de umidade.
Existem diversas aplicações que podem ser dadas aos resíduos de madeira:
a) Energia - os resíduos são muito utilizados para gerar energia devido a sua
capacidade calorífica. A geração de energia por resíduos é bastante vantajosa, pois
economiza outras fontes de energia. No entanto, os resíduos usados para este fim não
devem possuir nenhum elemento químico adicional, caso contrário, podem emitir
poluentes causando danos ambientais.
b) Chapas de partículas e fibras - os resíduos podem ser utilizados para confecção de
chapas de fibras ou partículas como o aglomerado, chapas duras e MDF. Inclusive
45
SOBRAS DE
TOCOS TORAS CAVACOS MADEIRA
Fonte: WIECHETECK,2009.
corte (WIECHETECK,2009).
classificação e sem uma definição exata de um modelo de corte para cada classe diamétrica.
Tal condição, na maioria das vezes, induz a um baixo aproveitamento da tora, propiciando
uma maior geração de subprodutos, muitas vezes considerados resíduos do processo
(ROCHA,2002).
O Brasil ainda possui um grande número de serrarias que utilizam o sistema
convencional de desdobro, em que as toras são desdobradas de acordo com critérios escolhidos
pelo operador da máquina principal, ou seja, é ele quem define a melhor maneira de se
desdobrar uma tora. Dessa maneira, podem ocorrer elevadas perdas de matéria-prima, devido
à ausência de tecnologias apropriadas para o desdobro das toras, encarecendo o processo, em
função de que há a necessidade de se consumir maior volume de matéria-prima para produzir
a mesma quantidade de produto serrado, (ROCHA, 2002).
A eficiência técnica e econômica dos processos de transformação do recurso florestal
em produtos é fator básico para a sobrevivência da indústria madeireira. A indústria de
transformação da madeira que não estiver preocupada em melhorar seus rendimentos e,
consequentemente, viabilizar seus custos de produção, dando uma utilização total aos resíduos
gerados no processo, assume um sério risco de perder em competitividade e paralisar as suas
atividades (BIASI, 2007).
Os métodos utilizados em serrarias, no desdobro da madeira, podem comprometer os
lucros desejados e o baixo custo em outras etapas da cadeia produtiva, que é resultado de sua
melhor dinâmica e desempenho. Devido a isso, o processo de desdobro deve ser
cuidadosamente analisado, sendo de grande importância que cada operário tenha sua função
bem definida, pois em processos não-otimizados, a produtividade e o rendimento irão
depender de seu nível de especialização. Estudos sobre o aproveitamento em serraria
demonstram que decisões sobre o ótimo aproveitamento das toras e o processamento de
madeira podem levar ao aumento de 10% a 25% no rendimento da madeira processada
(VALÉRIO et al., 2007).
O resíduo madeireiro é todo material lenhoso, que em função de limitações
tecnológicas ou de mercado, é descartado nas operações de colheita florestal ou na
transformação da madeira em produtos acabados e/ou no fim de sua vida útil (pós-consumo,
como por exemplo, resíduos de madeira de construção civil e embalagens) (ULIANA, 2005;
NOLASCO; ULIANA, 2014).
A indústria de processamento mecânico da madeira é geradora de grande
diversidade e quantidade de resíduos madeireiros resultantes principalmente de seu
processamento mecânico na usinagem e eliminação de defeitos da madeira (ULIANA, 2005).
51
Silveira et al. (2013) apontam que empresas de menor porte possuem maior
dificuldade de sincronia entre a capacidade dos processos e a atividades da produção. Com o
mesmo ponto de vista, Slack et al. (2007) destacam fatores como a escala de operações e a
disponibilidade de tecnologia como limitadores de controle de produção e mão de obra
especializada.
Brant e Melo (2001) ressaltam que o trabalho pode gerar condições que favoreçam
tanto a saúde quanto o adoecimento. Além da patologia oncológica, também podem ser
consideradas doenças profissionais neste setor: dermatite; urticária; conjuntivite; rinite; asma;
pneumonite por hipersensibilidade; e alveolite alérgica intrínseca (SANTOS, ALMEIDA,
2016).
A Norma Regulamentadora 9 (NR 9) referente ao Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE, 2016a) classifica os riscos
ocupacionais como sendo os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes
de trabalho, que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de
exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. Em uma análise sistêmica,
questões ergonômicas e mecânicas também podem ser consideradas.
Além disso, a norma supracitada estabelece a obrigatoriedade da elaboração e
implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, buscando a
antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos
ambientais existentes ou que venham a existir (MTE, 2016a). Contudo, por questões de
desconhecimento, condições econômicas ou mesmo a falta de recursos humanos
especializados, muitas empresas não adotam programas de análise e prevenção de riscos.
Para os profissionais de segurança, medicina e higiene do trabalho primeiramente se
visa a prevenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores concentrando seus esforços
para medidas de prevenção para que seja adotada em todos os ambientes da empresa,
consequentemente por todos os trabalhadores.
Um ambiente saudável e seguro é necessário desenvolver medidas de acordo com as
exigências da legislação vigente, sendo necessário investimentos e preparo profissional, os
quais nem sempre estão incluídos nos requisitos de qualificação dos gestores, muito comum em
empresas de pequeno e médio porte. Onde as fiscalizações em relação ao cumprimento da
legislação não são tão constantes, possibilitando que os trabalhadores submetam a desenvolver
as atividades de qualquer maneira e sem utilizar os requisitos mínimos de segurança, como
também sem investigação de doenças ocupacionais que o trabalho pode desenvolver nesses
53
colaboradores (DINIZ,2005).
Segundo Venturoli (2002) , deve-se ainda ser levado em conta a falta de conhecimento
dos colaboradores em relação aos riscos existentes nesse ambiente de trabalho, consequência
das causas dos acidentes e doenças ocupacionais. Ressaltando que os trabalhos de uma
marcenaria oferecem riscos com grandes dimensões, devido a realização de operações e
utilização de equipamentos que oferecem elevados perigos, é fundamental estar em consonância
com a legislação vigentes.
Diniz (2005), diz que a segurança do trabalho consiste em uma ciência, a qual utiliza
técnicas, que facilitam estudar os acidentes do trabalho e suas causas, com objetivo de ajudar
na prevenção e garantir a integridade física e psicológica do colaborador em suas atividades
laborais no chão de fábrica.
Para Venturoli (2002), as atividades realizadas por um marceneiro estão expostos a
diversos riscos, comprometendo a saúde a longo ou curto prazo. A exposição dos empregados
a elevados riscos ambientais, pode ocasionar períodos de afastamento, implicando em prejuízos
tando para o empregado quanto para a empresa, gerando atrasos na entrega de pedidos devido
a falta de mão de obra qualificada que possa substituir o empregado acidentado (MORAIS et
al, 2011).
Para grantir um ambiente de trabalho seguro, deveriam existir para as marcenarias ações
que combatessem qualquer agente nocivo no ambiente laboral, com a finalidade de reduzir os
índices de acidentes de trabalho e possíveis danos a saúde do colaboradores.
Desta forma, a ergonomia dos trabalhadores em seu ambiente de trabalho muitas vezes
é ignorada prejudicando não só o trabalho a ser executado, mas também a saúde e bem-estar do
trabalhador. Sendo assim é importante compreender que a ergonomia, tem como ponto de
partida em suas atividades o estudo das características do trabalhador sendo conceituada como
o estudo da adaptação do trabalho ao homem. Para que isso ocorra é necessário realizar o projeto
do trabalho que o trabalhador será capaz de executar, ajustando este projeto às suas capacidades
e limitações, preservando, com isso, a sua saúde (IIDA, 2005).
Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), a ergonomia tem como
objetivo intervenções e projetos que destinam-se a melhoria da segurança, do conforto, do bem
estar e da eficácia das atividades humanas, devendo essa melhoria ocorrer de forma integrada.
Esse objetivo se dá por meio do estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a
organização e o ambiente (IIDA, 2005).
Cruz et al (2015) consideram que a ergonomia é normalmente conhecida como o estudo
da relação entre homem e seu respectivo ambiente de trabalho. Podemos dizer que a aplicação
54
proteção são para a face, o crânio, a auditiva, a respiratória, a do tronco e a dos membros
superiores.
Os marceneiros e carpinteiros estão expostos a inúmeros riscos e fatores de risco, devido
ao contato com as partículas derivadas da madeira, bem como os agentes químicos e
eventuais alterações oncológicas, respiratórias, imunoalérgicas e dermatológicas, cargas e
eventuais lesões musculoesqueléticas (LMEs), queda de objetos e ao mesmo nível ( e
eventuais entorses ou fraturas), postura de pé mantida, utilização de máquinas perigosas ( quer
pela probabilidade e gravidade de acidente, quer pelo ruído e vibrações produzidas), entrada de
partículas a nível ocular, e em alguns casos, eventual desconforto térmico e baixa iluminação
(SANTOS,ALMEIDA,2016).
O setor das marcenarias tem diversificada produção. Dentro desse ramo algumas
empresas se dedicam a montagem de materiais de madeira com finalidade de suprir outras
empresas ou comércio, como é o caso das fábricas de embalagens de madeira que fazem
caixas, carretéis e paletes.
O terceiro maior coeficiente de frequência de acidentes de trabalho fatais no Brasil é
da indústria da madeira, perdendo apenas para extração mineral e para construção civil
(SOUZA; BLANK; MARINO CALVO, 2002).
Desta forma, Costa, Oliveira, Bandim (2018) enfatizam a necessidade e importância na
utilização dos EPIs nas atividades das madeireiras, pois a utilização constante de equipamentos
e máquinas, podem causar mutilação ao trabalhador quando mal conservadas ou manejadas
incorretamente. A falta de capacitação e de treinamentos específicos além da falta de proteções
adequadas, caso dos equipamentos de segurança coletiva e, principalmente individual acarretam
alto número de acidentes de trabalho. O EPIs se tornam extremamente importantes na garantia
da integridade física dos trabalhadores em marcenarias.
O Quadro 1 indica o tipo de proteção que deve ser utilizada para cada parte do corpo,
bem como a finalidade e o equipamento indicado aos profissionais da indústria moveleira, para
dessa forma evitar acidentes e prevenir os riscos do setor, sendo que os proprietários das
marcenarias são obrigados a oferecer o equipamento aos seus funcionários e os mesmos devem
utiliza-los corretamente.
Os acidentes são os maiores e mais frequentes problemas de saúde na indústria da
madeira em todos seus ramos produtivos. Geralmente são casos simples, porém podem
ocorrer casos graves como perda de membros, lacerações, infecção secundária e até óbito. Os
jovens e trabalhadores com menor prática são mais vulneráveis a traumas. As partes mais
afetadas com os acidentes são as mãos, ombros e olhos. Quase todos os acidentes poderiam
56
ser evitados com treinamento adequado, proteção de máquinas e EPIs como luvas e óculos
(OIT, 1998).
Máquinas que produzem pó de madeira devem ser equipadas com sistemas coletores
de poeira. Um respirador pode ser necessário aos empregados expostos a máquinas que
não permitam adequada exaustão da poeira. O pó de madeira é considerado carcinogênico
do Grupo 1 para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC).
Também é lesivo para os olhos, pele e vias aéreas, sendo algumas madeiras causadoras de
destruição pulmonar e envenenamento (OIT, 1998).
Uma parte da poeira fina não é aspirada pelo sistema de exaustão formando uma
pequena camada sobre as superfícies, podendo causar explosões e sérios incêndios se não
57
removida por limpeza frequente. No processo de acabamento são utilizados solventes com
uma variedade de compostos orgânicos voláteis (VOPs) para dispersar pigmentos que
representam sério risco de explosão. As colas que liberam formaldeído ou solventes
orgânicos são mais propensas a causar intoxicações e lesões de pele (OIT, 1998).
Máquinas rotadoras são amplamente utilizadas na indústria da madeira, podendo
funcionar por mecanismos pneumáticos ou hidráulicos ou até pela força do homem através de
pedais. Elas funcionam por um mecanismo de correia que mantém as engrenagens funcionando
como no caso das serras e algumas plainas. As máquinas rotadoras apresentam o risco adicional
de poder puxar e esmagar partes que ela tenha contato, como roupas, ferramentas ou até um
membro (OIT, 1998).
As plainas são outro grupo de equipamentos importantes nas marcenarias, sendo
máquinas difíceis de serem limpas do pó de serra e, geralmente, produzem muito ruído.
Essas máquinas são responsáveis por fazer uma superfície uniforme e lisa sobre uma face da
tábua de madeira. Os controles dessas máquinas devem ficar em locais onde não existem
riscos aos empregados, pois essas máquinas podem trabalhar com grandes peças de madeira,
podendo atingir acidentalmente o trabalhador pelo mau funcionamento da própria máquina ou
por alguma empilhadeira que possa colidir. Os empregados devem estar treinados e atentos
para utilizar essas máquinas, pois elas podem ter duas entradas de madeira e no caso de
colocar a matéria prima do lado oposto ela pode ser lançada contra o trabalhador, sendo
esta a forma mais frequente de acidente com as plainas (OIT, 1998).
Um trabalho realizado no Chile mostra que as hipoacusias e doenças músculo
esquelética são as mais frequentes doenças ocupacionais no ramo madeireiro. Serras elétricas
e maquinário industrial são os maiores responsáveis pelas perdas auditivas induzidas pelo
ruído (PAIR). As dermatites e doenças mentais são as que levam maior número de dias de
trabalho perdido por diagnóstico. A Associação Chilena de Seguridade determinou que as
empresas do ramo da madeira têm uma taxa de acidentes do trabalho de 11,3% — acidente
em um ano pelo número de trabalhadores — enquanto os outros setores da economia têm
taxa de 6,9% (MORENO MATURANA; ACKERKNECHT IHL, 2005).
Os efeitos causados pelo pó de serra são proporcionais ao tempo de exposição,
quantidade e tamanho das partículas. Esses efeitos são minimizados pela exaustão das
partículas, roupas e máscaras de proteção e boa higiene pessoal. O pó da madeira pode causar
irritação nasofaríngea podendo levar a infecções frequentes como sinusites. Alguns estudos
mostram que pode ocorrer uma diminuição do volume expiratório forçado (FEV1) e
capacidade vital forçada (FVC) ajustado pela idade, peso e hábito de fumar. Asma, crises de
58
bronquite e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) também são mais frequentes nessa
população (GÓMEZ- YEPES; CREMADES, 2010). Algumas madeiras, como a teca, são
mais propensas a causar dermatite alérgica e irritativa. Pinus e eucalipto são madeiras que
estão relacionadas com a asma, dermatite e conjuntivite (OIT, 1998).
As árvores podem ser classificadas como gymnospermas que são as madeiras leves e
angiospermas que são as madeiras duras. O tipo da madeira utilizada depende da região e do
produto final. As madeiras leves representam 2/3 dessas commodities no mundo. O pó de
madeira é produzido por diversas etapas do processamento da madeira. Madeiras duras
costumam produzir partículas menores o que explica o potencial carcinogênico. Apenas o
lixamento produz de maneira significativa partículas menores de 10μm que podem chegar
aos alvéolos (BAHIA, 2001).
O carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma são os tipos mais frequentes
de câncer de seios nasais existindo associação com o lixamento de madeiras duras para
produção de móveis. A IARC considera as movelarias carcinogênicas para humanos (grupo
1), enquanto as serrarias e indústria do papel não podem ser classificadas quanto sua
carcinogenicidade para humanos (grupo 3). A exposição a poeira de madeira também é
associada a câncer de nasofaringe, laringe, pulmão e doença de Hodgkin (BAHIA, 2001).
As atividades exercidas no ramo marceneiro representam uma sobrecarga
ergonômica. Os trabalhadores passam quase toda jornada de trabalho em pé, carregando
ferramentas e alimentando máquinas. Os danos mais frequentes são na coluna e pernas pelas
posturas adotadas para o levantamento e deposição de peças geralmente alocadas no piso da
fábrica (FIEDLER, 2003).
Os estudos demonstram que a exposição ocupacional ao ruído é frequentemente alta
nos diversos ramos da indústria. O setor madeireiro é particularmente ruidoso devido às muitas
máquinas utilizadas. O PAIR e os efeitos ditos não auditivos, como hipertensão arterial e
infarto do miocárdio, são bem relatados pela literatura especializada. A medida primária de
corrigir essa situação é a instalação do programa de controle auditivo (PCA). O PCA
envolve monitoração de ruído, determinação de áreas de risco, controle audiométrico e uso
de EPIs. A manutenção de máquinas e o enclausuramento são medidas fundamentais para
reduzir o ruído ambiental (DAVIES, 2009).
Estudos brasileiros mostram que a subnotificação de acidentes de trabalho no ramo
madeireiro é muito importante, podendo chegar a 80% em alguns estados (PIGNATI;
MACHADO, 2005). Esses autores realizaram uma pesquisa que incluia mapas de risco de
5.292 máquinas durante a pesquisa e verificou-se que 69% estavam sem proteção adequada.
59
Nas empresas que apenas beneficiam a madeira 52% das máquinas estavam sem a devida
proteção. O ruído nas fábricas beneficiadoras se encontrava acima de 85dB em 22% das
medidas, entre 86 e 95dB em 58% dos casos, entre 96 e 105dB em 18,5% e acima de
105dB em 2,5% das medidas (PIGNATI; MACHADO, 2005).
Considera-se que os riscos ocupacionais são importantes causas de agravos a saúde
d o s trabalhadores da indústria da madeira, e que acidentes e doenças ocupacionais no
ramo madeireiro se destacam pela incidência e pelo caráter mutilatório de injúria causado
ao indivíduo (COSTA, OLIVEIRA, BANDIM, 2018). Os marceneiros e os carpinteiros são
os dois grupos profissionais mais expostos às partículas derivadas da madeira, sobretudo
devido às máquinas que utilizam, geralmente em ambientes fechados e/ou com ventilação
desadequada. As áreas com maior risco são a da construção e a de fabrico de móveis; pois a
exposição na exploração florestal e construção naval é mais discreta. O impacto na saúde
dependerá sobretudo do tipo de madeira e produtos químicos nela utilizados, bem como
da intensidade e cronicidade da exposição. Para além disso, máquinas totalmente
automatizadas trabalham geralmente a uma velocidade superior, pelo que geram e dispersam
mais poeiras, ainda que existam menos trabalhadores expostos na proximidade
(SCHULUNSEEN, V. et al,2008).
A poeira resultante da madeira é uma mistura complexa constituída por celulose,
polioses (mistura de polímeros e polissacarídeos de baixa massa molecular) e linhanos; estas
substâncias passam a constituir um problema médico quando conseguem circular via aérea e
depositar-se no nariz, orofaringe ou outras áreas do aparelho respiratório (REKHADEVI, P.
et al, 2009). A concentração em ambientes fechados estará correlacionada com a ventilação,
métodos de limpeza e a evicção do uso de ar comprimido. Um estudo brasileiro, por exemplo,
estimou que apenas 12% das empresas estudadas tinham funcionários específicos para a
limpeza, ou seja, na generalidade dos casos esta era executada pelos marceneiros e ajudantes
(SCHULUNSSEN,V.et al,2008; SILVA, K. SOUZA, A. MINETI, L.2002).
O contato com partículas orgânicas pode causar sintomas irritativos e/ ou alérgicos;
após a inalação as partículas podem ser depositadas nas vias respiratórias, em função do seu
diâmetro, agregação/ aglomeração e comportamento no ar. As atividades de modelagem e lixagem
estão associadas a níveis mais elevados de exposição (devido às partículas produzidas terem
menor dimensão) por sua vez, os processos que envolvem o corte da madeira já produzem
partículas maiores; para além disso, o tipo e a quantidade de partículas produzidas
também depende da densidade da madeira (AMARAL,A. 2012). Segundo Osman;Pala, (2009)
na realização das provas de função respiratória é frequente encontrar diminuição de alguns
60
parâmetros, sobretudo nos profissionais mais expostos e à medida que o turno progride.
A diminuição da capacidade pulmonar associa-se à irritação mecânica e/ ou química do tecido
pulmonar, tendo como consequência a diminuição do calibre das vias r e s p i r a t ó r i a s e
diminuição da concentração de oxigênio. Alguns autores defendem até a possibilidade de, a longo
prazo, existir probabilidade aumentada de surgir uma doença pulmonar crônica obstrutiva
(APRAJUTA, M.; PANWAR, N. 2013).
Em alguns setores da indústria da madeira são utilizados solventes (tintas, vernizes,
colas e lacas); que contêm tolueno, benzeno e/ou xileno. Para além disso, podem ser
adicionados à madeira alguns produtos, para dar resistência aos microrganismos e maior
durabilidade, como é o caso do arsénio, crómio, cobre, creosoto, pentaclorofenol, formaldeído
e fenol. As principais consequências na saúde humana são cognitivas, neurológicas e
emocionais, ou seja: diminuição da memória, anosmia (alteração no olfato), cefaleia, vertigem,
alterações nos reflexos, palpitações, bem como eventual euforia e ansiedade. Outros
investigadores defendem também a existência de um efeito carcinogênico em algumas situações
(SRIPAIBOONKIJ,P.; PHANPRASIT, W.; JAAKKLOLA, M. 2009; AMARAL, A.2012).
Conforme relatos de Amaral, A. (2012); Osman; Pala (2009) e Kalliny, M. et al
(2008), a madeira pode conter microrganismos (como fungos) e/ ou as respetivas toxinas,
sobretudo na casca, originando a síndrome tóxica associada a poeiras orgânicas. O risco aumenta
durante o processamento da madeira, quando estes elementos passam a circular via aérea.
Costa, Oliveira e Bandim (2018), afirmam que as tarefas destes profissionais são
executadas de pé e geralmente num contexto mais estático que dinâmico, podendo ter
consequências músculo-esqueléticas e/ou vasculares.
Segundo Fiedler, Venturolli e Minetti (2006), a generalidade dos marceneiros inicia a
sua atividade profissional como ajudante, aprendendo informalmente com colegas mais
velhos, ou seja, poucos têm a oportunidade de receber cursos de formação especializados.
Alguns investigadores da área realçam a necessidade de consciencializar os empregadores
relativamente à importância dos benefícios da saúde ocupacional e respectiva formação
associada. Aliás, num estudo brasileiro, estimou-se que 94,1% das marcenarias estudadas nunca
tinha disponibilizado cursos de segurança no trabalho, devido ao custo e/ ou à falta de
informação sobre que instituições os poderiam organizar. Amaral, A. (2012) destaca o uso de
máscara com filtro adequado, luvas, óculos, fato/ farda, calçado com reforço superior de aço e
proteção auricular.
Para além da patologia oncológica, também podem ser consideradas doenças
profissionais neste setor a dermatite, urticária, conjuntivite, rinite, asma, pneumonite por
61
4. MATERIAL E MÉTODOS
Para a realização da pesquisa foi necessária uma visão geral a respeito das
Indústrias Moveleiras, englobando além dos aspectos relacionados ao meio ambiente aqueles
que se referem à indústria de móveis. Desta forma foi necessário um levantamento
bibliográfico, entrevistas estruturadas e semiestruturadas, questionários e observação pessoal.
Toda a pesquisa foi feita de forma transparente e com a concordância das partes
envolvidas: pesquisadora e proprietários das empresas, dentro da conduta que levam em
consideração a preservação das identidades das empresas. É importante ressaltar essa conduta
a fim de conduzir-se pela ética e resguardar a imagem das empresas. A Figura 8 representa o
fluxograma com as atividades inicialmente desenvolvidas.
Fonte: autora,2019.
Na segunda visita à empresa que ocorreu no mês de maio (de 2 a 31 de maio de 2018)
agendada previamente com o proprietário ou gerente da empresa foi acompanhado a fabricação
67
de um móvel. Essa visita foi feita na parte da manhã, de 8 às 12 horas, onde foi acompanhado
o processo de fabricação desde a escolha, separação da madeira até o acabamento final. Nesse
processo, os registros de cada etapa que envolvia a fabricação do móvel puderam ser feitos
por meio de fotografias digitais e anotações acerca da madeira, dos resíduos gerados e do
tempo da fabricação do móvel.
Fonte: autora,2019.
68
formando uma suspensão com o pó de madeira. Posteriormente, a suspensão foi transferida para
um Erlenmeyer de 100 ml esterilizado, onde foram agitados em vortex por 5 minutos e mantidos
em repouso durante 30 minutos.
Após esse período, foram aliquotados 10 ml do sobrenadante, separado pela deposição
do pó de madeira, e transferidos para um tubo de ensaio. Os tubos foram centrifugados por 5
minutos e 9 ml do sobrenadante foram descartados. O volume restante foi homogeinizado, e
0,5 ml foi transferido para duas placas de ágar niger, onde foi espalhado através da semeadura
por espalhamento nas 8 direções.
As placas semeadas foram incubadas em temperatura ambiente (25oC) por até cinco
dias, em aerobiose na presença de luz. Apesar das espécies de Cryptococcus formarem colônias
com pigmento acastanhado na superfície do ágar níger, foram investigadas todas as colônias
lisas, de bordas bem delimitadas, com textura cremosa, típicas de fungos leveduriformes.
Para a diminuição dos resíduos foi feito um relatório propondo melhorias para as
empresas minimizando assim o impacto ambiental englobando o planejamento da compra das
madeiras e o fluxograma de corte das mesmas para minimizar os resíduos gerados durante
todo o processo.
70
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quadro 2 - Número de funcionários e a classificação das empresas da pesquisa de acordo com o SEBRAE
NÚMERO DE
EMPRESAS CLASSIFICAÇÃO
FUNCIONÁRIOS
A 12 MICRO
B 33 PEQUENA
C 6 MICRO
Fonte: Autora, 2019.
Figura 12 - Máquina modelo serra de fita utilizada para o corte de madeira na Empresa A, localizada na cidade de
Passos-MG
Fonte: Autora,2018.
Além dessas máquinas, uma série de outras ferramentas e acessórios são usadas nas
fábricas de móveis rústicos como: bancada; graminho; limas e grosas; formão; serrote comum
e serrote de costas; martelo de orelha; plaina manual; furadeira; lixadeira de cinta; lixadeira
orbital; serra circular portátil; serra tico-tico; tupia portátil; serra de fita; serra circular
esquadrejadeira de carrinho; serra circular de tampo fixo; desempenadeira; desengrossadeira;
73
entre outros.
Figura 13 - Máquina modelo - Esquadrejadeira utilizada para o corte de madeira na Empresa B, localizada na cidade
de Passos-MG
Fonte: Autora,2018.
Figura 14 - Máquina modelo furadeira para o corte de madeira na Empresa C, localizada na cidade de Passos-MG
Fonte: Autora,2018.
Observou-se nas visitas “in loco” que as três empresas utilizavam as mesmas
74
ferramentas de trabalho, entretanto o que difere umas das outras é a quantidade de maquinário
que cada uma possui. A EMPRESA B por ser uma empresa maior possui mais máquinas que as
EMPRESAS A e C.
A pergunta 8 do questionário (APÊNDICE 2) aplicado “in loco” abordou os tipos de
móveis produzidos nas empresas moveleiras. Verificou-se que as 3 empresas produzem todos
os tipos de móveis (bancos, cadeiras, mesas, cristaleiras, aparadores, etc.) e que o processo de
fabricação também é muito semelhante. As Figuras 15, 16 e 17 ilustram alguns desses móveis
fabricados pelas EMPRESAS A; B e C.
Figura 15 - Mesa pronta, com acabamento em pintura, fabricada pela Empresa A localizada na cidade de Passos-
MG
Figura 18 - Caixa utilizada para armazenamento da água de chuva para reuso na Empresa A, localizada na cidade
de Passos-MG
Fonte: Autora,2018.
76
provenientes de demolição das casas de madeiras. Além das madeiras de demolição, também
se utilizavam as madeiras como a Peroba, Eucalipto e Canafístula.
A captação dos clientes das EMPRESAS A; B e C era por meio de indicação e
participação em feiras de móveis rústicos, venda de produtos para lojista, redes sociais e site
próprio. A tabela de preço dos móveis era feita por metro quadrado de madeira utilizada para
a fabricação de uma mesa ou cadeira ou qualquer outro tipo de móvel.
Fonte: Autora,2018.
79
Figura 23: Madeiras de demolição na EMPRESA B separadas por tamanho (tábuas maiores), localizada em Passos-
MG
Fonte: Autora,2018.
Figura 24 - Madeiras de demolição na EMPRESA B separadas por tamanho (tábuas médias), na cidade de Passos-
MG
Fonte: Autora,2018.
Figura 25 - Madeiras de demolição na EMPRESA B separadas por tamanho (tábuas menores), na cidade de Passos-
MG
Fonte: Autora,2018.
produto que estava sendo produzido, o dia que iniciou a produção e o dia de finalização do
móvel.
No local de produção dos móveis da EMPRESA C, detectou-se que a fábrica tinha 5
funcionários na linha de produção e 1 funcionário na área comercial, totalizando 6 funcionários.
Toda madeira utilizada na fabricação dos móveis (cadeiras, mesas, bancos, etc.) da EMPRESA
C vinham do Paraná, de casas demolidas, mas também utilizavam a Peroba e Canafístula. O
pedido da madeira dependia da demanda e de qual tipo de madeira o cliente iria querer não
existindo um controle de quantas peças eram fabricadas por mês.
A EMPRESA C apresentou um ambiente sem uma separação das madeiras e dos tocos
provenientes da produção dos móveis. Além disso, os maquinários ficavam bem próximos um
do outro dificultando a locomoção dos funcionários e as madeiras eram dispostas
aleatoriamente no ambiente.
A Figura 26 ilustra as madeiras que poderiam ser utilizadas na confecção dos móveis
dispostas juntamente com as madeiras que seriam descartadas e a serragem. O ambiente tinha
pouca ventilação natural e limpeza.
Fonte: Autora,2018.
Fonte: Autora,2019
Fonte: Autora,2019.
84
Figura 29 - Funcionário da EMPRESA B, utilizando a ferramenta Respingadeira durante a fabricação dos móveis
rústicos ,na cidade de Passos-MG
Fonte: Autora,2019.
Foi feito uma análise ergométrica (Figura 30), utilizando a ferramenta OWAS que
detectou que o funcionário durante a fabricação do movél estava com a postura das costas
inclinada e torcida, os dois braços posicionados abaixo dos ombros e o trabalho era feito em pé
com ambas as pernas esticadas, forçando a postura durante todo o processo de fabricação dos
móveis além do esforço ser com uma carga menor que 10 kg.
Figura 30: Avaliação ergométrica do funcionário da EMPRESA B , utilizando o Método OWAS, na cidade de
Passos-MG
Fonte: Autora,2019
85
Fonte: Autora,2019.
Foi feito uma análise utilizando a ferramenta OWAS que detectou que o funcionário
estava com a postura das costas inclinada, os dois braços posicionados abaixo dos ombros e o
trabalho era feito em pé com ambas as pernas esticadas, forçando a postura durante todo o
processo de fabricação de móveis, além do esforço ser com uma carga menor que 10 kg (Figura
32).
Figura 32: Avaliação ergométrica do funcionário da EMPRESA C , utilizando o Método OWAS, na cidade de
Passos-MG
Fonte: Autora,2019.
86
Figura 33 - Madeiras separadas para serem utilizadas na fabricação de móveis rústicos da EMPRESA A, em Passos-
MG
O tempo de produção de cada peça varia muito, de dois a cinco dias, nas três
87
empresas do estudo. As EMPRESAS A, B e C não fazem uma peça de cada vez, eles fazem
várias peças para que o processo de produção seja otimizado e ágil na produção dos móveis. Ou
seja, quando uma cadeira é confeccionada ela é feita por etapas: primeiramente é feito os pés –
são feitos por exemplo pés para 20 cadeiras. Depois é feito o encosto da cadeira – são feitos 20
encostos de cadeiras. A seguir é feito o tampo (banco) de 20 cadeiras. Depois monta-se as 20
cadeiras e as mesmas vão para o acabamento final para finalmente as 20 cadeiras ficarem
prontas. Dessa forma demora-se de 2 a 5 dias para que as 20 cadeiras fiquem prontas. Porém se
fosse feita uma cadeira desenvolvendo todo o processo até na finalização do acabamento, o
tempo de produção levaria em média quatro horas e a fabricação completa de uma mesa um
tempo de seis horas.
Considerando a produção de cadeiras, na EMPRESA A, inicialmente o marceneiro
separava as madeiras que seriam utilizadas na produção da cadeira. O tempo de produção de
uma cadeira era de aproximadamente 2 horas, desde a separação da madeira, corte, montagem
e acabamento. Eram utilizados 0,016 mᶾ de madeira para a produção de uma cadeira, sendo
que ao final do processo os resíduos gerados eram 500 gramas de serragem e 1,2 kg de
tocos/pedaços de madeira.
O modelo da cadeira que era confeccionada pela EMPRESA A dependia do pedido
do cliente. Normalmente o cliente enviava uma foto do modelo e as dimensões desejadas.
O corte da madeira era feito baseado nas dimensões pré-estabelecidas. Era feito os pés, o encosto
e o banco da cadeira. Em seguida eram feitos os ajustes necessários para o encaixe das peças
já confeccionadas e a montagem da cadeira. Em seguida iniciava-se o acabamento, onde
primeiramente a cadeira era lavada para retirar a sujeira e depois era lixada para que o verniz
ou cera pudesse ser aplicado, dependendo do acabamento solicitado pelo cliente.
Os dados observados nas Tabelas 2, 4 e 6, foram obtidos através da colaboração
dos funcionários das três empresas (marceneiros, ajudantes, gerente e proprietário da
empresa). Desta forma, o dia da coleta desses dados f o i escolhido por eles para não atrapalhar
o processo de produção dos móveis na fábrica. Os dias escolhidos foram as quartas-feiras e
terças-feiras e o processo funcionava da seguinte forma: na quarta-feira, o marceneiro iniciava
a confecção das cadeiras e a serragem e os tocos eram colocados em um local na fábrica para
que na terça feira da semana seguinte fossem pesados os resíduos gerados e contados a
quantidade de cadeiras fabricadas na semana. Esse processo se repetiu durante todas as quartas
e terças-feiras do mês de maio, exceto na última semana que foram coletados os dados de
apenas dois dias (30 e 31 de maio) para finalização do acompanhamento. Foi relatado pelos
funcionários das 3 EMPRESAS que esse controle não era feito na fábrica, pois segundo relato
88
Tabela 2 - Quantidade de cadeiras e geração de resíduos para a produção de cadeiras na EMPRESA A, no mês de
maio de 2018
Quantidade de
Serragem Tocos
Período cadeiras
(unidades) (kg) (kg)
02/05/2018 a
20 10,53 20,68
08/05/2018
09/05/2018 a
15 7,43 9,54
15/05/2018
16/05/2018 a
30 15,42 20,49
22/05/2018
23/05/2018 a
20 11,34 13,66
29/05/2018
30/05/2018 a
5 2,5 6,73
31/05/2018
Total 90 47,23 71,10
Fonte: Autora, 2018.
Fonte: Autora,2018.
89
Fonte: Autora,2018.
Fonte: Autora,2018.
2018 e foram escolhidos os seis tipos de móveis (cadeiras, mesas, cristaleiras, bancos de jardim,
camas e aparadores) que mais eram vendidos nas três empresas do estudo. Nos dias de
terça-feira de cada semana que envolveu este estudo, eram pesados os resíduos gerados (a
serragem e os tocos), e além disso contava-se a quantidade de móveis produzidos neste mesmo
período.
A Tabela 3 apresenta a produção total dos seis tipos de móveis fabricados no mês de maio
de 2018 pela EMPRESA A.
Cadeiras 90
Mesas 20
Cristaleiras 15
Bancos de jardim 9
Camas 5
Aparadores 10
Total 149
Fonte: Autora,2018.
Tabela 4 - Quantidade de cadeiras e de geração de resíduos para a produção de cadeiras da EMPRESA B, no mês
de maio de 2018
Quantidade de
Serragem Tocos
cadeiras
Período
(unidades) (kg) (kg)
02/05/2018 a
81 41,64 77,56
08/05/2018
09/05/2018 a
78 36,57 59,65
15/05/2018
16/05/2018 a
94 46,33 66,32
22/05/2018
23/05/2018 a
89 43,29 52,24
29/05/2018
30/05/2018 a
38 19,72 26,53
31/05/2018
Total 380 187,55 282,30
Fonte: Autora, 2018.
Cadeiras 380
Mesas 75
Cristaleiras 65
Bancos de jardins 180
Camas 55
Aparadores 145
Total 900
Fonte: Autora, 2018.
Figura 37 - Corte da madeira para a confecção de uma cadeira na EMPRESA B, na cidade de Passos-MG
As peças de madeira separadas para a montagem das cadeiras pela EMPRESA B podem
ser observadas na Figura 38.
Figura 38 - Peças de madeiras separadas para a montagem das cadeiras na EMPRESA B na cidade de Passos-
MG
Fonte: Autora,2018.
Cadeiras 30
Mesas 4
Cristaleiras 3
Bancos de jardins 7
Camas 3
Aparadores 6
Total 53
Fonte: Autora, 2018.
Tabela 8 - Tipos e quantidades de móveis produzidos pelas EMPRESAS A,B e C no mês de Maio de 2018
EMPRESA A EMPRESA B EMPRESA C
MÊS DE MAIO 2018 MÊS DE MAIO 2018 MÊS DE MAIO 2018
Tabela 9 - Quantidade de Resíduos gerados na produção de cadeiras no mês de Maio de 2018 nas EMPRESAS
A, B e C.
Cadeiras Resíduos Serragem Resíduos Tocos
Empresas
(unidades) (Kg) (Kg)
A 90 47,23 71,1
B 380 187,55 282,3
C 30 16,32 25,97
Total 500 251,10 379,37
Fonte: Autora,2018
Tabela 10 - Quantidade de madeira e resíduos gerados na produção de uma cadeira pelas EMPRESAS A, B e C e
o tempo de produção em horas.
PRODUÇÃO DE 1 CADEIRA
O gasto médio de produção de uma cadeira variou entre 2 a 3 horas, gastando em média
5 a 6 m² de madeira gerando em torno de 500 a 600 gramas de serragem e 1,2 a 1,5 kg de tocos
no processo de produção e uma cadeira.
Na EMPRESA A, a limpeza da fábrica era feita em dois a três dias, mesmo assim o
ambiente tinha muito pó de serragem, poeira e tocos (Figura 43).
98
Fonte: Autora,2018.
Figura 44 - “Caixa”: local onde a serragem fica separada para posterior coleta na EMPRESA B, em Passos – MG.
Fonte: Autora,2018.
Figura 45 - Tocos de madeira que serão doados e/ou vendidos, acondicionados em tambores na EMPRESA B na
cidade de Passos – MG
100
Fonte: Autora,2018.
A fábrica da EMPRESA B era um local que apresentava muita poeira, mesmo com a
limpeza diária relatado pelos funcionários. Dessa forma, observou-se durante a visita “in loco”
que não era possível sair de lá sem poeira devido ao acúmulo de pó de serragem.
Fonte: Autora,2018.
Fonte: Autora,2018.
Esses resíduos eram descartados apenas quando um caminhão buscava a serragem e a
madeira que era usada como lenha ou outros fins. Esse recolhimento ocorria quinzenalmente.
A limpeza da fábrica da EMPRESA C era feita semanalmente, porém mesmo assim
observou-se a presença de muito resíduo acumulado dentro da fábrica, provocando um
ambiente insalubre para o trabalho.
Detectou-se também um espaço na EMPRESA C reservado para a realização dos
acabamentos dos móveis fabricados, local onde envernizava ou encerava os móveis.
Foi relatado pela proprietária da EMPRESA C que os ratos e os escorpiões apareciam
no interior da fábrica como também na parte externa da mesma. Não existe uma separação
adequada dos tipos de resíduos na EMPRESA C, como mostra a Figura 48, ficando a
serragem e os tocos de madeira no mesmo local. Os resíduos são doados de 15 em 15 dias e
não se sabe quanto é gerado de resíduos. Os tipos de resíduos gerados pela EMPRESA C
são: maravalha, serragem, tocos de madeira, água, tinta, verniz, cera.
Figura 50 - Madeiras de demolição em diversos tamanhos para serem separadas e utilizadas na fabricação de
móveis rústicos na EMPRESA B, em Passos – MG
104
Fonte: Autora,2018.
Fonte: Autora,2018.
Figura 53 - Fotos de placas com predomínio de fungos anemófilos nas amostras de madeiras das EMPRESAS A,
B; C
A B
Figura 54 – Cultura em ASD das leveduras isoladas da amostra SB-2 - Colônias (isolado SB-2.2) de leveduras
pálidas, à esquerda, e colônias (isolado SB-2.3) de leveduras levemente rosadas, à direita
107
Enquanto que da amostra SC-2 foram isoladas outros dois tipos morfológicos de
colônias de leveduras: uma de coloração rósea (SC-2.1) e outra branca (SC-2.2) (Figura 55).
Figura 55 – Cultura em ASD das leveduras isoladas da amostra SC-2: Colônias (isolado SC-2.1) de leveduras
róseo, à esquerda, e colônias (isolado SC-2.2) de leveduras pálidas, à direita
Figura 56 – Células leveduriformes não encapsuladas do isolado SB-2.2: Células leveduriformes do isolado SB-
2.2 não capsuladas coradas com tinta nanquim. Microscopia óptica (400x)
SB-2.2
108
Figura 57 – Células leveduriformes não encapsuladas da colônia SB-2.3: Células leveduriformes do isolado SB-
2.3 não capsuladas coradas com tinta nanquim. Microscopia óptica (400x)
SB-2.3
Figura 58 – Células leveduriformes não encapsuladas do isolado SC-2.1 : Células leveduriformes do isolado SC-
2.1 não capsuladas coradas com tinta nanquim. Microscopia óptica (400x)
SC-2.1
SC-2.2
109
SB-2.2
SB-2.3
110
SC-2.1
SC-2.2
blastoconídeos em gemulação e
SB-2.2 negativo negativo positivo
pseudohifas
SB-2.3 negativo negativo negativo blastoconídeos em gemulação
SC-2.1 negativo negativo positivo blastoconídeos em gemulação
SC-2.2 negativo negativo negativo blastoconídeos em gemulação
Fonte: Autora, 2019.
utilidade doméstica e também comercial. Seus móveis são vendidos para todo o Brasil.
Após estudo das três empresas, observa-se que as mesmas têm potencial para melhorias
no quesito ambiental e com a saúde e bem-estar dos trabalhadores.
Observou-se também um alto índice de padronização nos processos produtivos dessas
empresas, com relação aos tipos de maquinário, matéria prima, segmento produtivo e
arranjo físico. Ou seja, as três empresas concentram sua atuação produtiva em galpões, com
pouca ventilação e o armazenamento da matéria prima e dos resíduos gerados não adequados.
Nas três empresas pôde-se observar que o fator experiência no ramo de móveis foram
um dos incentivos para que os proprietários decidissem investir no negócio, porém é
necessária uma melhor qualificação da mão de obra e, portanto, um treinamento específico
para essa área.
Com relação aos problemas ambientais, as três empresas enfrentam várias
dificuldades com relação a:
1- Matéria prima: a madeira de demolição e outras madeiras (canafístula, peroba)
são as utilizadas na confecção dos móveis rústicos. A manipulação da madeira,
com relação ao corte para a produção de peças gera desperdício e geração de
resíduos;
2- Resíduos gerados: serragem, tocos de madeira, maravalhas. O destino dos mesmos
ainda é um grande problema, visto que é difícil a venda e depende de as pessoas
buscarem. Muitas vezes quando acumula e ninguém busca, os mesmos são
queimados ou jogados no lixo comum.
3- Saúde ocupacional: Os trabalhadores das fábricas estão em constante riscos
com relação a quantidade de acúmulo de resíduo e a inalação da poeira gerada
por eles. A falta de conscientização dos trabalhadores com relação ao uso de
EPIs e da ergonomia adequada gera riscos e doenças ocupacionais que poderiam
ser evitadas.
Inicialmente deve-se separar as madeiras por tamanhos e tipos, para que desta forma
evite-se o desperdício das mesmas. Devem ser colocadas em locais arejados e cobertos,
separadas por tamanhos, facilitando o seu manuseio na fabricação dos móveis. Um funcionário
na fábrica deverá ficar responsável por essa separação, visto que os marceneiros não possuem
tempo disponível. Com isso, mesmo as madeiras que sobram do corte das peças poderão ser
reaproveitadas. As peças devem ser cortadas na medida certa, evitando o desperdício. Deve-se
utilizar as madeiras separadas para a confecção das peças.
A Figura 64 ilustra a proposta de melhorias para as EMPRESAS A, B, e C com relação
113
a matéria prima principal utilizada na fabricação dos móveis que é a madeira de demolição. A
organização da mesma é fundamental para a otimização e redução dos resíduos gerados no
processo de fabricação dos móveis.
Figura 64 – Proposta de melhorias para as EMPRESAS A, B e C com relação à organização da matéria prima
Fonte: Autora,2018.
Figura 65 – Separação dos resíduos de madeiras resultante da fabricação dos móveis rústicos em Passos/MG
114
Fonte: Autora,2018.
Figura 66 –Melhorias para a Saúde Ocupacional dos funcionários da fábrica de móveis rústicos
ERGONOMIA
Fonte: Autora,2018.
115
6. CONCLUSÕES
empresa B para produzir 380 cadeiras gera 188 kg de serragem e 282 kg de tocos de madeira.
A empresa C para produzir 30 cadeiras gera 17 kg de serragem e 26 kg de tocos de madeiras. Ou
seja, a geração de resíduos na produção de uma cadeira nas EMPRESAS A, B e C
foi de 1.600 Kg de serragem, 3,9 Kg de tocos, sendo gastos no processo 0,048 mᶾ de madeira
para confeccionar três cadeiras, sendo uma cadeira para cada empresa.
Para a produção dos móveis nas três empresas, foi feito a separação da madeira a ser
utilizada para um determinado móvel. Depois o corte das peças, por exemplo de uma cadeira, as
partes são feitas separadamente (pés, encosto, tampo e braços) para depois montar. Quando as
cadeiras estão montadas é feito uma lavagem nas mesmas para a retirada de toda a sujeira e
posteriormente o acabamento com verniz ou cera.
Os indicadores da geração dos resíduos sólidos das indústrias moveleiras foi o
diferencial desse trabalho, visto que os dados do setor com relação a resíduos gerados nas
indústrias moveleiras no Brasil e no mundo são escassos, não sendo possível fazer um
comparativo com essa pesquisa. Futuras pesquisas devem ser feitas para obter mais dados do
setor.
Com relação à análise microbiológica das madeiras utilizadas na fabricação de móveis
rústicos, houve predomínio de contaminação de fungos filamentosos anemófilos em todas as
amostras, sendo estes fungos de baio impacto salutar como agentes infecciosos. Algumas
leveduras podem ser disseminadas pelos resíduos de madeira, mas essas oferecem baixo risco
à saúde humana, já que estão em menores quantidades.
Apesar das espécies de Cryptococcus spp. serem relatas crescendo em madeira em
decomposição, não se pode afirmar que os resíduos de madeira ofereçam riscos de
contaminação por Cryptococcus spp., uma vez que essas espécies não foram encontradas nas
amostras testadas neste estudo.
Na análise da demanda das EMPRESAS A, B e C e na utilização da ferramenta
OWAS, pôde-se identificar que o setor em geral necessita de futuras correções. As atividades
desenvolvidas pelos operadores demonstram que a postura inclinada com ambos braços abaixo
dos ombros e pernas dos operadores eretas, com um esforço de carga inferior a dez quilogramas,
compromete a ergonomia; além de posicionarem inclinados durante todo o período de trabalho.
Como sugestão de correção para as atividades que os operadores ficam inclinados, uma
adaptação nas máquinas em uma altura em que o operador não precise se inclinar para operá-la
seria muito benéfico. Pausas de cinco minutos a cada uma hora trabalhada e a elaboração de
ginástica laboral, de acordo com os critérios recomendados por um fisioterapeuta seriam ideais
para a preservação da saúde dos trabalhadores, reduzindo riscos e acidentes no trabalho.
117
7. TRABALHOS FUTUROS
Com esta pesquisa, percebeu-se que as atividades ligadas à indústria moveleira são
muito importantes, porém esse setor é um grande gerador de resíduos e os impactos
ambientais ocasionados pela gestão inadequada deles (ou falta de gestão) são graves e
merecem atenção. O setor moveleiro ainda necessita de aprofundamento de estudos na área
uma vez que o impacto ambiental e salutar deste setor é bastante significativo.
Um dos aspectos que merecem atenção e sugestão de pesquisas são os riscos inerentes
a inalação da serragem no processo de fabricação dos móveis, sendo necessário um estudo
sobre a parte aérea do setor levando em consideração a questão da respiração dessas partículas
e a exposição ao pó de madeira pelos profissionais do setor.
Recomenda-se um estudo abrangendo um número maior de empresas participantes,
visto que não foi possível no estudo em questão, pois poucas empresas aceitaram participar.
Isso ajudaria a coletar mais dados sobre o setor para a proposição de soluções inovadoras. A
questão do lay out nas fábricas de madeiras seria relevante um estudo sobre esse arranjo físico
facilitando os processos de corte, montagem e acabamento dos móveis. Desta forma o
processo seria otimizado com menos perdas, mais agilidade e planejamento adequado.
Outro ponto de destaque a ser levado em consideração para pesquisas futuras é com
relação aos resíduos gerados no processo de fabricação de móveis, principalmente na etapa de
corte e separação das madeiras. Notou-se que as perdas e a falta de destino adequado para os
resíduos acarretam maiores desperdícios, pois muitas vezes são feitos cortes em madeiras que
poderiam ser utilizadas que se encontram nas fábricas em algum lugar. Sugestões de uma
gestão eficiente relacionada aos resíduos sólidos da indústria moveleira poderia corroborar
para o crescimento do setor gerando menos resíduos e maior aproveitamento dos mesmos.
Embora pesquisas que utilizam o estudo de caso como metodologia de pesquisa não
permitam generalizar os resultados alcançados, elas podem proporcionar um ponto de partida
para a busca de soluções. Além de identificar possíveis fatores de influência, servem como
base para outros estudos.
Neste trabalho, as experiências vivenciadas pelas empresas estudadas e as melhorias
propostas poderão ser úteis a outras indústrias do segmento de móveis, bem como a
pesquisadores interessados.
119
REFERÊNCIAS
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de Gestão Ambiental – Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT.
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APÊNDICE 1
1 Mercado dos Móveis Rústicos LTDA Av: Com. F. Avelino Maia 1829
2 Osalvo Valadão e Osmar dos Santos Rod: MG 050 835 Serra das Brisas
6 Roseli dos Santos Cardoso Av: Chafariz 2477 Serra das Brisas
11 MARCENARIA - Roberto Silveira Coelho Av: Chafariz 2846 Serra das Brisas
12 MARCENARIA - Sebastião Paulo Vilela e Outro(s) Av: Chafariz 2855 Serra das Brisas
13 Sebastião Paulo Vilela e outros Av: Chafariz 2855 Serra das Brisas
14 Sebastião Paulo Vilela e outros Av: Chafariz 2859 Serra das Brisas
15 Erica Pereira Costa e outra Av: Chafariz 2869 Serra das Brisas
16 Israel Ferreira dos Reis Av: Chafariz 2902 Serra das Brisas
18 Irene Alves dos Santos Av: Chafariz 2659 Serra das Brisas
44 Cruz e Souza indústria e Comercio de Móveis Av: José C.de Andrade 595
54 CARPINTARIA - Jose Sebastião Rosa Av: Paineiras 2453 Serra das Brisas
56 Distribuidora de Beb Nabi Migu Av: Pinheiro 860 Serra das Brisas
58 INDUSTRIA MOVEIS - Rosana Ferreira de Lima Bonfim Av: Pinheiro 1235 Serra das Brisas
60 Neri Mariade Moraes Camargo Av: Pinheiro 2013 Serra das Brisas
62 MARCENARIA - José Ronaldo Vicente Av: Pinheiro 2127 Serra das Brisas
65 Simone Aparecida Costa Silveira Av: Pinheiro 2287 Serra das Brisas
68 Paulo Bruno Pereira Vilela Av: Pinheiro 2393 Serra das Brisas
131
70 INDUSTRIA MOVEIS - Mirian Louffler Vidal Av: Pinheiro 2461 Serra das Brisas
72 FÁBRICA DE MÓVEIS - Wellington Muniz Av: Pinheiro 2461, 2471, 2481 Serra das Brisas
74 Arte Velha Móveis Rústicos Rua Carlos Suhadolnick 107 Distrito Industrial II
78 MARCENARIA A1,C1 -Launio Freire de Castro Junior Pça. Jornalista Antonio Faria 851 Centro
93 Maria Aparecida Campos Lemos ME (Metalferr) R: Alecrim 345 Serra das Brisas
97 Enio Francisco Pereira- ME ( Milênio Móveis) R: Alecrim 441 Serra das Brisas
99 Marcos dos Reis Bonfim ME ( Móveis Tapera) R: Alecrim 465 Serra das Brisas
100 MARCENARIA - Marcos dos Reis Bonfim R: Alecrim 465 Serra das Brisas
104 MARCENARIA - Independência Moveis Ltda R: Antonio Dias Machado Lote 3/4 Distrito Industrial II
132
120 MARCENARIA - Marcio Ismael de Paula R: Balsamo 123 Serra das Brisas
122 Móveis Rústicos São Francisco R: Balsamo 227 Serra das Brisas
123 Silvia Nara dos Reis Daher R: Balsamo 230 Serras das Brisas
129 Marcenaria Santa Ines LTDA-ME R: Buenos Aires 881 Dos reis
135 FÁBRICA DE MÓVEIS - Elane Cristina Vilela Oliveira R: Cerejeira 105 Serra das Brisas
136 Zelia Martins Castro Av: Chafariz 2579 Serra das Brisas
137 Matos e Faria Auto Eletrica LT Av: Chafariz 2663 Serra das Brisas
154 MARCENARIA - Paulo Cesar Lage Guerra R: dos Fazendeiros 177 Mons. Messias Bragança
157 MARCENARIA - Etore Marcelo Rodrigues R: Farid Esper Kallas 279 Vila Romana
171 MARCENARIA - Joaquim Afonso Pereira R: Isaura Prado Kallas 261 Vila Romana
177 Antonio Sebastião Costa e outros R: Jacarandá 142 Serra das brisas
195 Dayane Talita Alves dos Reis R: Limoeiro 47 Serra das Brisas
206 Madeireira - Benedito Alves Ferreira R: Paineiras 2513 Serra das Brisas
217 INDUSTRIA MOVEIS - Najylla Cecilia Pereira Costa R: Palmeiras 503 Serra das Brisas
225 Benedito Roberto dos Reis R: Palmeiras 633 Serra das Brisas
237 Móveis Rústicos Melinho R: Rio Grande do Sul S/N Bela vistall
252 MARCENARIA - Dalva Ferreira da Cunha R: Vereador Joaquim de P Lemos 359 Centro
253 MARCENARIA - J.B. Conte do Brasil e Cia Ltda Rod: MG 050 103 Loteament N. Horizonte
254 COMERCIO DE MOVEIS - J.B. Conte Cia Ltda Rod: MG 050 200 N.Sra.Graças
256 MOVEIS RUSTICOS - Claudio Pimenta Mattar Rod: MG 050 662 Serra das Brisas
257 Joao Deodato Filho Rod: MG 050 693 Serra das Brisas
259 Edson Esper Pimenta Rod: MG 050 763 Serra das Brisas
260 Madeireira e Marcenaria Santa Clara Rod: MG 050 782 serra verde
262 Jose Maria de Carvalho Rod: MG 050 805 Serra das Brisas
265 INDUSTRIAL 1,-2 - Martins e Valadão Rod: MG 050 835 Serra das Brisas
267 Osvaldo Martiniano Ferreira Rod: MG 050 849 Serra das Brisas
268 Base Vieitz Admin de Bens Rod: MG 050 855 Serra das Brisas
269 Jaqueline Apareciida Martins Rod: MG 050 855 Serra das Brisas
270 João Moreira da Cunha Rod: MG 050 865 Serra das Brisas
271 MARCENARIA - José de Fátimo Alves Maia Rod: MG 050 870 Serra das Brisas
272 INDUSTRIA MOVEIS - Muradas Ltda Rod: MG 050 885 Serra das Brisas
273 Juarez Francisco Duarte e outros Rod: MG 050 895 Serra das Brisas
274 MARCENARIA - Braz Assis dos Santos Rod: MG 050 904 Serra das Brisas
275 FÁBRICA DE MÓVEIS - Braz Assis dos Santos Rod: MG 050 904 Serra das Brisas
278 Julio Cesar Lemos Rod: MG 050 975 Serra das Brisas
279 G.G Móveis rústicos LTDA Rod: MG 050 1001 Serra das Brisas
280 João Freitas Campos Rod: MG 050 1001 Serra das Brisas
281 Jose Benedito de Melo Rod: MG 050 1015 Serra das Brisas
283 Branco Moveis Rusticos Rod: MG 050 1034 Serra das Brisas
284 ACP Móveis Rústicos Rod: MG 050 1048 Serra das Brisas
137
285 Ponta da Serra Empreendimentos Rod: MG 050 1051 Serra das Brisas
286 Ponta da Serra Empreendimentos Rod: MG 050 1067 Serra das Brisas
287 Ponta da Serra Empreendimentos Rod: MG 050 1079 Serra das Brisas
288 Tome Nivaldo Santos Vilela Rod: MG 050 1101 Serra das Brisas
289 Moveis Rústicos Tora Bombeiro Antonio Adelino Gomes Rod: MG 050 S/N saída p/furnas
294 Móveis Rústicos Stylo Ltda. Genaro joele 140 Distrito Industrial I
295 G & A Móveis Rústicos Rod: MG 050 722 Serra das Brisas
APÊNDICE 2
Objetivo da pesquisa:
Caracterização dos resíduos de madeira gerados a partir de sobras do corte de peças nas
indústrias moveleiras da cidade de Passos, que utilizam de madeira de demolição na fabricação
dos móveis.
Notas:
Não serão divulgados nomes das empresas pesquisadas;
As informações solicitadas neste questionário têm por objetivo o gerenciamento do
volume gerado de resíduos moveleiro oriundos do processo do corte de peças para
fabricação de móveis.
Os resultados da pesquisa serão divulgados a todas as participantes pesquisadas através
da disponibilização da tese final.
FORMULÁRIO:
10.Volume de produção por peças: quantidade de: ____ cadeiras; _____ mesas; por mês ou
por semana.
13.Os profissionais do setor de produção fizeram quais cursos na área? (Marque a quantidade
de profissionais que fizeram algum curso e a quantidade de funcionários que não fizeram): ( )
Possuem curso na área; ( )Não possuem curso na área.
19.Qual a porcentagem (%) dos resíduos gerados na empresa são descartados corretamente?
(Porcentagem aproximada) _______________________________
20. Como é feito o descarte das sobras das madeiras vindas das atividades do corte? ( )As
madeiras são separadas conforme o tamanho para serem reaproveitadas; ( )As madeiras são
reunidas num recipiente e depois vendidas; ( ) As madeiras são reunidas num recipiente e
doados a comunidade externa; ( ) A serragem é recolhida por uma empresa; ( ) Outros (citar):
23.Algum funcionário já foi picado por escorpião ou adquiriu doenças relacionadas ao trabalho?
140
APÊNDICE 3
1 Mercado dos Móveis Rústicos LTDA Av: Com. F. Avelino Maia 1829
5 MARCENARIA - Roberto Silveira Coelho Av: Chafariz 2846 Serra das Brisas
6 MARCENARIA - Sebastião Paulo Vilela e Outro(s) Av: Chafariz 2855 Serra das Brisas
14 Cruz e Souza indústria e Comercio de Móveis Av: José C.de Andrade 595
19 CARPINTARIA - Jose Sebastião Rosa Av: Paineiras 2453 Serra das Brisas
21 INDUSTRIA MOVEIS - Rosana Ferreira de Lima Bonfim Av: Pinheiro 1235 Serra das Brisas
22 MARCENARIA - José Ronaldo Vicente Av: Pinheiro 2127 Serra das Brisas
23 INDUSTRIA MOVEIS - Mirian Louffler Vidal Av: Pinheiro 2461 Serra das Brisas
25 FÁBRICA DE MÓVEIS - Wellington Muniz Av: Pinheiro 2461, 2471, 2481 Serra das Brisas
26 Arte Velha Móveis Rústicos Rua Carlos Suhadolnick 107 Distrito Industrial II
27 MARCENARIA A1,C1 -Launio Freire de Castro Junior Pça. Jornalista Antonio Faria 851 Centro
36 Enio Francisco Pereira- ME ( Milênio Móveis) R: Alecrim 441 Serra das Brisas
37 Marcos dos Reis Bonfim ME ( Móveis Tapera) R: Alecrim 465 Serra das Brisas
38 MARCENARIA - Marcos dos Reis Bonfim R: Alecrim 465 Serra das Brisas
40 MARCENARIA - Independência Moveis Ltda R: Antonio Dias Machado Lote 3/4 Distrito Industrial II
47 Silvia Nara dos Reis Daher R: Balsamo 230 Serras das Brisas
56 FÁBRICA DE MÓVEIS - Elane Cristina Vilela Oliveira R: Cerejeira 105 Serra das Brisas
62 MARCENARIA - Paulo Cesar Lage Guerra R: dos Fazendeiros 177 Mons. Messias Bragança
63 MARCENARIA - Etore Marcelo Rodrigues R: Farid Esper Kallas 279 Vila Romana
71 MARCENARIA - Joaquim Afonso Pereira R: Isaura Prado Kallas 261 Vila Romana
86 INDUSTRIA MOVEIS - Najylla Cecilia Pereira Costa R: Palmeiras 503 Serra das Brisas
100 MARCENARIA - J.B. Conte do Brasil e Cia Ltda Rod: MG 050 103 Loteament N. Horizonte
101 COMERCIO DE MOVEIS - J.B. Conte Cia Ltda Rod: MG 050 200 N.Sra.Graças
143
103 MOVEIS RUSTICOS - Claudio Pimenta Mattar Rod: MG 050 662 Serra das Brisas
104 Madeireira e Marcenaria Santa Clara Rod: MG 050 782 serra verde
105 INDUSTRIAL 1,-2 - Martins e Valadão Rod: MG 050 835 Serra das Brisas
107 MARCENARIA - José de Fátimo Alves Maia Rod: MG 050 870 Serra das Brisas
108 INDUSTRIA MOVEIS - Muradas Ltda Rod: MG 050 885 Serra das Brisas
109 FÁBRICA DE MÓVEIS - Braz Assis dos Santos Rod: MG 050 904 Serra das Brisas
110 G.G Móveis rústicos LTDA Rod: MG 050 1001 Serra das Brisas
112 Branco Moveis Rusticos Rod: MG 050 1034 Serra das Brisas
113 ACP Móveis Rústicos Rod: MG 050 1048 Serra das Brisas
114 Moveis Rústicos Tora ? Bombeiro Antonio Adelino Gomes Rod: MG 050 S/N saída p/furnas
119 Móveis Rústicos Stylo Ltda. Genaro joele 140 Distrito Industrial I
120 G & A Móveis Rústicos Rod: MG 050 722 Serra das Brisas
144
APÊNDICE 4
TOTAL DE
FUNCIO- PRODUÇÃO
EMPRESAS NÁRIOS PORTE DA EMPRESA MÓVEIS (peças) TIPO DE MADEIRA TIPOS DE RESÍDUOS
Peroba, eucalipto e
EMPRESA 1 30 Grande Todos 100 demolição Serragem e Toco
Peroba, eucalipto, cedro e Serragem, toco, água, tinta,
EMPRESA 2 33 Grande Todos 900 canafistula verniz e cera
Peroba, eucalipto, Serragem, toco, água, tinta,
EMPRESA 3 15 Micro empresa Todos 70 demolição e canafístula verniz e cera
Peroba, eucalipto, Serragem, toco, água, tinta,
EMPRESA 4 9 Pequeno Todos 60 demolição e canafístula verniz e cera
Peroba e madeira de Serragem, toco, água, tinta,
EMPRESA 5 6 Pequeno Todos 30 demolição verniz e cera
EMPRESA 6 7 Pequeno Todos 250 Peroba e canafístula Serragem, toco, agua e cera
Peroba, eucalipto e Serragem, toco, água, tinta,
EMPRESA 7 7 Pequeno Todos 160 garapeira verniz e cera
Serragem, toco, água, tinta,
EMPRESA 8 5 Pequeno Todos 30 Peroba e Demolição verniz e cera
Peroba, eucalipto, Serragem, toco, água, tinta e
EMPRESA 9 4 Pequeno Todos 100 canafístula e cedro verniz
EMPRESA 10 4 Pequeno Todos 200 Peroba Serragem e toco
Serragem, toco, água, tinta,
EMPRESA 11 3 Pequeno Todos 150 Peroba e canafístula verniz e cera
Peroba, eucalipto,
EMPRESA 12 13 Micro empresa Todos 150 demolição e canafístula Serragem, toco e tinta
EMPRESA 13 8 Micro empresa Todos 200 Peroba Serragem, toco, água e verniz
EMPRESA 14 14 Micro empresa Todos 700 Peroba e demolição Serragem, toco, verniz e cera
Peroba, canafístula e
EMPRESA 15 12 Micro empresa Todos 120 demolição Serragem e toco
144
Continuação
RELEVÂNCIA
COMPRA
QDE DE EPIs DA % DE
QUE MADEIRA RESÍDUOS
EMPRESAS UTILIZAM (*) GERADOS ANIMAIS
EMPRESA 1 2a4 2;3;1 100% Raramente
EMPRESA 2 2a4 1;2;3 90% às vezes
EMPRESA 3 2a4 3;2;3 100% Sim
Sem
EMPRESA 4 2a4 3;2;3 conhecimento Sim
Sem
EMPRESA 5 2a4 2;2;2 conhecimento Sim
EMPRESA 6 1e3 3;3;2 100% Sim
Sem
EMPRESA 7 2a4 1;2;3 conhecimento Sim
Sem
EMPRESA 8 2a4 1;2;1 conhecimento Sim
EMPRESA 9 2a4 2;3;1 0% às vezes
EMPRESA 10 2a4 1;2;3 50% Não
Sem
EMPRESA 11 2a4 2;1;3 conhecimento Raramente
EMPRESA 12 2e4 2;1;3 100% Sim
EMPRESA 13 2a4 1;2;3 100% Sim
Sem
EMPRESA 14 2a4 2;1;3 conhecimento Sim
EMPRESA 15 2a4 1;2;3 15% Sim
(*)
1 - PREÇO
2 - QUALIDADE
3 - QUESTÕES AMBIENTAIS