Ficha Formativa 1 Geologia 11º

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FICHA FORMATIVA 1 GEOLOGIA 11º

Sedimentação e rochas sedimentares


Magmatismo e rochas magmáticas
Deformação de rochas
Metamorfismo e rochas metamórficas
Exploração sustentada de recursos geológicos

SEDIMENTAÇÃO E ROCHAS SEDIMENTARES


Ocupação antrópica e problemas de ordenamento

Bacias hidrográficas:
 Leito do rio (aparente) – terreno ocupado, normalmente, pelas águas.
 Leito de cheia (inundação) – espaço ocupado pelas águas em época de cheias, quando a pluviosidade é
muito abundante.
 Leito de seca (estiagem) – zona ocupada pelas águas quando a quantidade destas diminui, por exemplo,
durante o verão.
 Margens – faixas de terreno contíguas ao leito do rio.

Os rios incluem-se em:


 Redes hidrográficas: conjunto de todos os cursos de água, confluentes, de uma determinada região.
 Bacias hidrográficas: área drenada por uma determinada rede hidrográfica.

Atividade geológica dos rios:


 Erosão - remoção de materiais resultantes da alteração das rochas do leito do rio e das
margens. A erosão é devida à pressão que a água exerce sobre as saliência do leito de das margens.
 Transporte - deslocamento, pela corrente, dos detritos removidos por erosão.
Carga sólida de um curso de água:
 Materiais dissolvidos
 Materiais em suspensão
 Materiais que sofrem tração (materiais mais pesados e grosseiros):
 Arrastamento
 Rolamento
 Saltação
 Sedimentação - deposição dos materiais, ao longo do leito e das margens, quando diminui
a capacidade de transporte do rio. A deposição dos materiais nas margens é principalmente importante
quando ocorrem cheias. Na planície de inundação formam-se aluviões (depósitos de sedimentos) que tornam
as margens mais férteis.
A sedimentação é influenciada pelas dimensões e peso dos detritos e pela velocidade da corrente. Os
materiais mais densos e pesados são os primeiros a depositar-se, depositando-se mais para montante (na
direção da nascente) e os detritos mais leves depositam-se mais a jusante (na direção da foz).

Prevenção de danos relacionados com cheias:


 Regulamentação da construção e ocupação de leitos de cheia.
 Construção de barragens e canalizações.

BARRAGENS:
Vantagens:
- Regularizam o caudal, evitando cheias
- Provocam retenção de água (formam albufeiras a montante da barragem, que regularizam o caudal a
jusante da barragem )
- Água acumulada pode ter várias utilizações:
 Produção de energia hidroelétrica
 Abastecimento de populações
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 Atividades de recreio
 Irrigação de terrenos agrícolas

Desvantagens:
- Deposição de materiais no fundo da albufeira (redução da capacidade de armazenamento de água; redução
da quantidade de detritos debitada no mar.)
- Período de vida útil após o qual provocam problemas de segurança.
- Impacto negativo nos ecossistemas terrestres e aquáticos.

CANALIZAÇÕES: regularização, aprofundamento, alargamento e remoção de obstáculos em zonas do


leito do rio.

Extracção de inertes:
Consequências:
- Desaparecimento de praias fluviais
- Descalçamento de pilares de pontes, podendo originar a sua queda
- Alterações das correntes
- Redução na quantidade de sedimentos que chegam ao mar

Zonas costeiras
 Faixa litoral: zona de transição do continente para o oceano.
 Arribas: costas altas e escarpadas, constituídas por material rochoso consolidado e com escassa cobertura
vegetal.
 Praias: zonas baixas onde ocorre a acumulação de sedimentos, de dimensões variadas, a grande maioria
dos quais de origem fluvial.

A faixa litoral sofre abrasão marinha – desgaste provocado pelo rebentamento das ondas nas rochas. Esta é
particularmente intensa quando as ondas transportam partículas que são atiradas contra as rochas.
Plataformas de abrasão – são superfícies relativamente planas e próximas do nível do mar onde se
encontram sedimentos de grandes dimensões resultantes do desmoronamento das arribas. (situam-se na base
das arribas)

O litoral é uma zona dinâmica que evolui naturalmente mas também é forçado a modificar-se devido a
factores antrópicos, como:
 Ocupação da faixa litoral com construções
 Diminuição da quantidade de sedimentos, devido à construção de barragens e/ou exploração de inertes
nos rios
 Destruição de defesas naturais, como dunas e vegetação costeira

Combate à erosão do litoral:


 Construção de obras transversais como os esporões e obras paralelas à linha de costa como os paredões,
que são obras aderentes, ou destacadas como os quebra-mares
 Estabilização de arribas
 Alimentação artificial das praias com inertes
 Recuperação de dunas

A proteção conferida pelos paredões, esporões e quebra-mares é limitada no tempo e no espaço, uma vez
que se verifica a acumulação de sedimentos transportados pelo mar num dos lados da estrutura e a sua
erosão do lado oposto. Outras medidas como a recuperação de dunas e a alimentação artificial de praias
permitem uma proteção mais eficiente e prolongada.

Zonas de vertente
 Zonas de vertente: zonas de declive acentuado.

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 Movimentos em massa: deslocamentos bruscos de uma grande massa de materiais sólidos em terrenos
inclinados.
Fatores naturais envolvidos nos movimentos em massa:
 Gravidade
 Inclinação dos terrenos
 Tipo e características das rochas (disposição no terreno, orientação, grau de alteração) 
Quantidade de água no solo
 Acontecimentos bruscos, como sismos ou tempestades

Ações humanas que favorecem os movimentos em massa:


 Destruição da cobertura vegetal dos terrenos, com consequente aumento da erosão do solo
 Remoção descontrolada de terrenos para urbanização ou construção de estradas
 Saturação do terrenos por excesso de irrigação

Prevenção dos movimentos em massa:


 Elaboração de cartas de ordenamento do território, com definição das áreas adequadas para
diferentes atividades humanas
 Elaboração de cartas de risco geológico
 Remoção ou contenção dos materiais geológicos que possam constituir perigo, através de muros
de suporte, redes e pregagens

MINERAIS
 Mineral – sólido cristalino, natural, inorgânico, formado por processos geológicos, com uma composição
química fixa ou variável dentro de limites definidos e uma estrutura interna específica.
 Estrutura cristalina dos minerais – caracteriza-se por um arranjo regular, repetitivo e tridimensional dos
átomos que o constituem.

Podemos então afirmar que a matéria cristalina é constituída por partículas dispostas ordenadamente e que a
matéria vítrea é constituída por partículas dispostas de forma desordenada.

ROCHAS SEDIMENTARES

Sedimentogénese – formação de sedimentos


 Sedimentos detríticos ou clastos: fragmentos de dimensões variadas, provenientes da meteorização física
de outras rochas.
 Sedimentos de origem química: resultantes da precipitação de substâncias dissolvidas na água.
 Sedimentos biogénicos: sedimentos compostos por restos de seres vivos, como conchas ou peças
esqueléticas, fragmentos de plantas, pólen etc.

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A meteorização é o conjunto de processos físicos e químicos que alteram as características de uma rocha à
superfície da Terra, ou perto dela. Pela erosão, as partículas são removidas do local.
A meteorização física leva à fragmentação das rochas em pedaços cada vez mais pequenos, mas que
mantêm as características do material original.
Fatores que causam a meteorização física das rochas:
 Expansão das rochas à superfície como consequência da diminuição da pressão
 Dilatações e contrações térmicas
 Congelamento de água em fendas, o que provoca o seu alargamento devido ao aumento de volume

A meteorização química leva à decomposição química dos minerais constituintes das rochas, podendo
verificar-se remoção ou introdução de elementos. Os seres vivos podem intervir nestes processos, daí que
este tipo de meteorização possa também ser chamado meteorização bioquímica.

Mecanismos de meteorização química:


 Carbonatação (as águas acidificadas (resultantes, por exemplo, da interação da água com o dióxido de
carbono atmosférico) podem reagir com minerais, formando produtos solúveis. No caso em que o ácido
carbónico reage com o carbonato de cálcio, são removidos, em solução, iões cálcio e iões
hidrogenocarbonato)
 Hidrólise (verifica-se quando os iões H+ substituem outros na estrutura dos minerais, o que altera a sua
composição química e rompe a sua estrutura atómica. Os iões H+ podem ter origem na água ou num ácido
(normalmente o ácido carbónico – H2CO3))
 Oxidação (Muitos minerais contêm ferro na sua composição, que pode ser facilmente oxidado. O oxigénio
combina-se com esses minerais, formando, por exemplo, a hematite. A meteorização dá origem a
sedimentos que podem ser partículas sólidas soltas ou partículas dissolvidas na água, que vão ser
transportadas e depositadas.)
 Transporte - movimento dos sedimentos por agentes como a água, o vento (…), durante o qual os
sedimentos sofrem arredondamento, devido aos choques entre si, e granotriagem, ou seja, são separados de
acordo com o seu tamanho, forma e densidade.
 Sedimentação – verifica-se quando o agente transportador perde energia e os sedimentos se depositam.
Pode ocorrer em ambientes terrestres, mas é mais importante e frequente em ambientes aquáticos. A
sedimentação dá-se, em regra, segundo camadas sobrepostas, horizontais e paralelas. Às camadas originadas
dá-se o nome de estratos, que quando se formam, comprimem as camadas inferiores. Às superfícies de
separação de estratos dá-se o nome de juntas de estratificação. Cada estrato fica entre dois outros, sendo o de
cima denominado por teto e o de baixo, muro. Existem também casos de estratificação entrecruzada, que
revela uma variação na intensidade da força ou da direção do agente transportador.

Diagénese
A diagénese é um conjunto de processos físico-químicos que ocorrem após a sedimentação e pelos quais os
sedimentos se transformam em rochas sedimentares coesas.
 Compactação e desidratação – novas camadas vão-se sobrepondo a outras, durante a sedimentação, o que
vai aumentar a pressão a que as camadas inferiores ficam sujeitas. Devido ao peso dos sedimentos que se
sobrepõem, a água incluída nos interstícios dos materiais é expulsa, e as partículas ficam mais próximas,
diminuindo o volume da rocha, que se torna mais compacta e mais densa.
 Cimentação – os espaços vazios entre os detritos são preenchidos por um cimento que precipita entre eles.

Diversidade de rochas sedimentares


 Minerais herdados - minerais provenientes de rochas preexistentes.
 Minerais de neoformação – minerais novos, formados durante o processo de sedimentogénese ou de
diagénese.

Identificação de minerais

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 Cor – Existem minerais idiocromáticos (apresentam uma cor característica e própria) e minerais que não
apresentam cor constante, chamados minerais alocromáticos.
 Risca ou traço – cor do mineral quando este é reduzido a pó.
 Brilho ou lustre - consiste no efeito produzido pela qualidade e intensidade da luz reflectida numa
superfície de fratura recente do mineral. O brilho pode ser metálico ou não metálico (sedoso, vítreo,
adamantino, nacarado, resinoso, ceroso, gorduroso).
 Clivagem e fratura - A clivagem é a tendência de um mineral se dividir segundo superfícies planas e
brilhantes, em determinadas direções. A fratura consiste na desagregação de um mineral em superfícies mais
ou menos irregulares, revelando que as todas as ligações são igualmente fortes.
 Densidade
 Dureza – consiste na resistência que o mineral oferece ao ser riscado por outro mineral ou determinados
objetos.

Classificação das rochas sedimentares


 Rochas sedimentares detríticas - são predominantemente constituídas por detritos de outras rochas.
 Rochas sedimentares quimiogénicas - são formadas por precipitação de minerais em solução.
 Rochas sedimentares biogénicas - resultam da consolidação de restos de seres vivos.

Rochas sedimentares detríticas

Não consolidadas:
 Balastros
 Areias
 Siltes
 Argilas

Consolidadas:
 Conglomerados – formados pela união de sedimentos de dimensões variadas. São
sedimentos de maiores dimensões cimentados ou unidos com sedimentos mais pequenos como areias e
argilas.
 Arenito - formados pela união de areias.
 Siltitos – formadas por sedimentos de silte.
 Argilitos – formados pela união de grãos de argila, que resultam da meteorização química
das rochas.

Rochas sedimentares quimiogénicas


A precipitação de materiais dissolvidos, pode ocorrer devido à evaporação da água ou devido à alteração de
condições da solução, como por exemplo, a variação da pressão ou da temperatura.
As rochas formadas por cristais que precipitam durante a evaporação da água têm textura cristalina e
designam-se por evaporitos.

Calcários de precipitação
Os calcários são rochas constituídas essencialmente por calcite (mineral de carbonato de cálcio), que
resultam da precipitação desse mineral. As águas acidificadas provocam a meteorização química dos
calcários. Em resultado desta reação surgem sulcos e cavidades, constituindo, à superfície, um modelado
característico conhecido por lapiás. Podem também formar-se grutas. O gotejar do teto de uma gruta,
provoca a acumulação sucessiva de carbonato de cálcio, dando origem às estalactites. Este gotejar contínuo,
sobre o solo da gruta, provoca a formação de estalagmites. Na água que flui sobre o chão da gruta pode
ainda haver precipitação, formando uma rocha calcárias chamada travertino.
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Rochas salinas – evaporitos
 Gesso – quimicamente é sulfato de cálcio di-hidratado (CaSO4.2H2O), formando cristais
transparentes ou massas brancas, de aspecto sedoso, fibroso ou granular.
 Sal-gema – É constituído, essencialmente por halite, cloreto de sódio (NaCl). O salgema é pouco
denso e muito plástico. Os depósitos profundos deste evaporito, quando sob pressão, podem ascender
através de zonas frágeis da crosta, formando grandes massas de sal, chamadas domas salinos ou diapiros.

Rochas biogénicas Os sedimentos que constituem as rochas biogénicas podem ser constituídos por detritos
orgânicos ou por materiais resultantes de uma acção bioquímica. Alguns autores denominam estas rochas
por rochas quimiobiogénicas.

Calcários biogénicos
Muitos organismos aquáticos fixam carbonatos. Após a morte, esses seres depositam-se no fundo do mar,
formando um sedimento biogénico. A parte orgânica normalmente é decomposta e as conchas acabam por
ser cimentadas, evoluindo para calcários consolidados.

São calcários biogénicos:


 Calcários numulíticos – com origem em fósseis marinhos que se assemelham a moedas de 5mm,
ou mais, de diâmetro)
 Calcário conquífero – formados pela acumulação de conchas de moluscos, posteriormente
cimentadas.
 Calcário recifal – formado a partir de recifes de coral.

Carvões
Forma-se em ambientes continentais pantanosos, ou zonas de difícil drenagem de água. Nestas zonas,
a parte inferior dos musgos e outras plantas herbáceas transforma-se, devido à acção de microrganismos
anaeróbios, num produto carbonoso, rico em matérias voláteis, chamado turfa. A evolução do carvão a partir
da turfa designa-se por incarbonização e processa-se através dos estádios de lignito, carvão betuminoso e
antracito.
No processo de incarbonização, o material vegetal da turfa sofre transformações bioquímicas, por
ação de microrganismos. O aprofundamento do material vegetal leva a alterações das condições de pressão e
temperatura e dão início a transformações geoquímicas, em que se verifica a perda de água e substâncias
voláteis, diminuição da porosidade e o aumento da concentração de carbono.

Petróleo
Forma-se a partir de matéria orgânica de origem aquática. A morte dos organismos leva à deposição
de matéria orgânica no fundo de um ambiente sedimentar onde sofre decomposição parcial, pelo facto de o
ambiente ser anaeróbio ou de o material ser rapidamente coberto por sedimentos. A continuação da
sedimentação leva ao afundimento da matéria orgânica que é sujeita ao aumento da temperatura e da
pressão. As propriedades físicas e químicas da matéria orgânica vão sendo alteradas e esta é
convertida em hidrocarbonetos líquidos, como o petróleo, alguns gasosos, como o gás natural e outros
sólidos, como os betumes ou asfaltos. (Figura seguinte- Armadilha petrolífera)
Esta evolução ocorre na rocha-mãe, que é uma rocha de
granulometria fina. A baixa densidade dos hidrocarbonetos
faz com que migrem da rocha-mãe, acumulando-se numa
rocha-armazém que é porosa e permeável. Sobre esta, existe
outra rocha, pouco permeável, que impede a progressão do
petróleo até à superfície, designando-se por rocha-cobertura.
As armadilhas petrolíferas são estruturas geológicas
favoráveis à acumulação de petróleo, que impedem a sua
migração até à superfície.

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ROCHAS SEDIMENTARES, ARQUIVOS HISTÓRICOS DA TERRA
As rochas sedimentares são, normalmente, estratificadas e contêm a maioria dos fósseis. A
estratificação reflete as alterações que ocorreram na Terra e os fósseis contam a história da evolução da vida
e dão informações acerca dos ambientes do passado (paleoambientes).
Nas juntas de estratificação, ocorrem frequentemente marcas que testemunham a existência de
pausas ou de interrupções na sedimentação:
 Marcas de ondulação (ripple marks) – as marcas de ondulação que se observam em
praias atuais aparecem preservadas em alguns arenitos antigos, dando-nos informação sobre o ambiente
sedimentar em que a rocha se gerou, sobre a posição original das camadas e sobre a direção das correntes
que as produziram.
 Fendas de dessecação ou fendas de retração – estas fendas, que frequentemente se
observam em terrenos argilosos atuais, aparecem muitas vezes conservadas em rochas antigas.
 Marcas das gotas da chuva – muitas vezes patentes em rochas antigas, com aspeto
idêntico ao que acontece na atualidade.
 Pegadas, pistas de reptação, fezes fossilizadas – fornecem informações sobre ambientes
sedimentares do passado e sobre hábitos dos animais, tipos de alimentação, etc.

Todas estas características tornam as rochas sedimentares fundamentais na reconstituição da História da


Terra, aplicando o princípio das causas atuais ou princípio do atualismo.

OS FÓSSEIS E A RECONSTITUIÇÃO DO PASSADO


Os fósseis são vestígios de seres vivos ou da sua atividade que, num determinado momento, viveram
no nosso planeta. A existência de partes duras nos organismos e a sua inclusão imediata em sedimentos finos
são fatores que favorecem a fossilização.
Os fósseis que permitem datar as rochas ou estratos em que estão presentes designam-se fósseis de
idade. Estes fósseis pertencem a organismos que viveram à superfície da Terra, durante um período
relativamente curto e definido do tempo geológico, e que tiveram uma grande área de dispersão.
Quando os fósseis permitem inferir o ambiente de formação da rocha em que se encontram,
designam-se por fósseis de fácies.

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Datação relativa das rochas
 Princípio da sobreposição – Numa sequência estratigráfica sedimentar não deformada, os estratos
mais antigos são os que localizam por baixo e os mais recentes são os que se localizam por cima.
 Princípio da continuidade (lateral) – Um estrato sedimentar permanece lateralmente igual a si
próprio ou varia de um modo contínuo.
 Princípio da identidade paleontológica – Admite que os grupos de fósseis aparecem numa
ordem definida e que se pode reconhecer um período do tempo geológico pelas características dos fósseis.
Estratos que apresentem fósseis idênticos são da mesma idade. Estes são fósseis de idade, correspondentes a
seres vivos que viveram durante intervalos de tempo curtos e que tiveram uma grande área de dispersão.
 Princípio da intersecção e princípio da inclusão – Toda a estrutura que intersecta outra é mais
recente do que ela.

MAGMATISMO – rochas magmáticas

Diversidade de magmas:
As rochas magmáticas formam-se pelo arrefecimento e pela cristalização do magma. O magma é rocha
fundida, normalmente rica em sílica, com gases dissolvidos e alguns cristais. Origina-se da fusão parcial da
porção inferior da crosta ou da porção superior do manto. A formação de rochas magmáticas está
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relacionada com a mobilidade da litosfera e ocorre, em regra, nos limites convergentes e divergentes das
placas litosféricas. São estes movimentos associados a determinadas condições de pressão e temperatura que
condicionam a fusão das rochas. Por consolidação do magma, são formadas rochas intrusivas, ou plutonitos,
e rochas extrusivas ou vulcanitos.

 Magmas basálticos (pobres em sílica) – dão origem, por consolidação, aos fundos oceânicos.
São expelidos principalmente em riftes e pontos quentes, tendo-se originado a partir de rochas do manto –
peridotito. Se estes magmas solidificam em profundidade, dão origem a gabros.
 Magmas andesíticos (composição intermédia) – formam-se nas zonas de subducção e
relacionam-se com zonas altamente vulcânicas. A composição destes magmas depende da quantidade e tipo
de material subductado. Quando solificam em profundidade, dão origem a dioritos; quando solidificam à
superfície ou perto dela dão origem a andesitos.
 Magmas riolíticos (ricos em sílica) – formam-se a partir da fusão parcial da crosta continental e
tendem a ser muito ricos em gases, em zonas de convergência de placas. Em profundidade, dão origem a
granitos; à superfície ou perto dela formam riólitos.

Consolidação de magmas
Os principais fatores que influenciam a cristalização são: a temperatura, o tempo, a agitação do meio,
o espaço disponível e a natureza do próprio material.
A estrutura cristalina implica uma disposição ordenada dos átomos ou iões, que formam uma rede
tridimensional que segue um modelo geométrico característico de cada espécie mineral. A rede é constituída
por unidades de forma paralelepipédica que constituem a malha elementar ou motivo cristalino, que se
repetem. Num cristal, os nós correspondem às partículas elementares, as fiadas são alinhamentos de
partículas e os planos reticulares são planos definidos por duas fiadas não paralelas.
Por vezes, as partículas não chegam a atingir o estado cristalino. A textura fica desordenada,
designando-se a matéria, nestas condições, por textura amorfa ou vítrea.

Silicatos – principais constituintes das rochas


A estrutura básica mais comum de todos os silicatos é o tetraedro (SiO4) 4- . Os tetraedros não são
eletricamente neutros e os tetraedros vizinhos tendem a unir-se entre si por uma série de catiões, ou seja, têm
tendência de se polimerizar.

Isomorfismo e polimorfismo
 Isomorfismo
verifica-se quando ocorrem variações ao nível da composição química dos minerais sem, contudo, se
verificarem alterações na estrutura cristalina. Substâncias com estas características designam-se por
substâncias isomorfas. A um conjunto de minerais como estes chama-se série isomorfa ou solução sólida e
os cristais constituídos designam-se por cristais de mistura, misturas sólidas ou misturas isomorfas. Um
exemplo de minerais que constituem uma série isomorfa é o das plagióclases, que são silicatos em que o
Na+ e o Ca2+ se podem intersubstituir.
 Polimorfismo
Verifica-se quando os minerais têm a mesma composição química , mas estruturas cristalinas diferentes.

Diferenciação magmática
Um só magma pode dar origem a diferentes tipos de rochas, visto ser constituído por uma mistura complexa
que, ao solidificar, forma diferentes associações de minerais. Um dos processos envolvidos na diferenciação
magmática é a cristalização fracionada.
Quando o magma arrefece, minerais diferentes cristalizam a temperaturas diferentes, numa sequência
definida que depende da pressão e da composição do material fundido. A fracção cristalina separa-se do
restante líquido, por diferenças de densidade ou efeito da pressão, deixando um magma residual diferente do
magma original. Assim, um mesmo magma pode originar diferentes rochas.
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Série Reaccional de Bowen
Série que traduz a sequência pela qual os minerais cristalizam num magma em arrefecimento. Segundo
Bowen, existem duas séries de reacções que se designam, respectivamente, por série dos minerais
ferromagnesianos (ramo descontínuo) e série das plagióclases (série contínua).
No ramo descontínuo, à medida que se verifica o arrefecimento, o mineral anteriormente formado
reage com o magma residual, dando origem a um mineral com uma composição química e uma estrutura
diferente, e que é estável nas novas condições de temperatura. No ramo contínuo, verifica-se uma alteração
nos iões da plagióclase, sem que ocorra alteração da estrutura interna dos minerais.

São várias as formas pelas quais os


cristais originados podem ser separados
do líquido residual. Se a pressão
comprime o local onde se formam os
cristais, o líquido residual tende a
escapar por pequenas fendas, enquanto
que os cristais ficam no local da sua
génese. Se os cristais são mais densos ou
menos densos do que o líquido residual,
eles deslocam-se para o fundo ou para o
cimo da câmara magmática,
respetivamente. Acumulam-se por
ordem da sua formação e das suas
densidades – diferenciação gravítica.
As últimas frações do magma, constituídas por água com voláteis e outras substâncias em solução
constituem as soluções hidrotermais e podem preencher fendas das rochas, dando origem a filões.

Diversidade de rochas magmáticas

Composição mineralógica: A classificação da rocha é feita com base na percentagem de cada um dos
minerais presentes.
Minerais como o quartzo, feldspatos e moscovite são minerais de cores claras e pouco densos, chamando-se
minerais félsicos. A biotite, as piroxenas, as anfíbolas e a olivina, por serem ricas em ferro e magnésio,
apresentam cores escuras e são designadas por minerais máficos. Quando há predominância de minerais
félsicos numa rocha, normalmente ácida, esta diz-se leucocrata. Se os minerais predominantes forem
máficos, a rocha é básica e designa-se por melanocrata. Se tiver coloração intermédia, denominam-se por
mesocratas.

Textura
É o aspeto geral da rocha resultante das dimensões, da forma e do arranjo dos minerais constituintes.
 Granular – as dimensões dos cristais têm 1mm ou mais de diâmetro. Durante o arrefecimento
lento do magma, a matéria organiza-se formando cristais relativamente desenvolvidos. Este tipo de textura é
característico de rochas intrusivas.
 Agranular – a maioria dos cristais têm dimensões microscópicas. Esta textura é característica de
rochas resultantes da consolidação de magmas que ascendem rapidamente à superfície terrestre.

DEFORMAÇÕES DAS ROCHAS – DEFORMAÇÃO FRÁGIL E DÚCTIL.


É a mobilidade da litosfera e o peso das camadas suprajacentes que provocam, ao longo dos tempos, tensões,
ou seja, forças aplicadas por unidade de área que vão originar deformações nas rochas.
 Tensões compressivas – conduzem à redução do volume da rocha na direcção paralela à actuação
das forças e ao seu alongamento na direcção perpendicular. Podem também provocar fractura da rocha.

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 Tensões distensivas – conduzem ao alongamento da rocha, na direcção paralela à actuação das
forças, ou à sua fractura.
 Tensões de cisalhamento – causam a deformação da rocha por movimentos paralelos em sentidos
opostos.
 Deformação elástica – a deformação é reversível e proporcional ao esforço aplicado, desde que
não seja ultrapassado o limite de elasticidade.
 Deformação plástica – acima do limite de elasticidade, o material fica deformado
permanentemente, sem rotura, se não for ultrapassado o limite de plasticidade. A deformação é chamada
deformação contínua, quando não se verifica descontinuidade entre partes contíguas do material deformado.
 Deformação por rotura – quando é ultrapassado o limite de plasticidade, a rocha cede e entra em
rotura. Essas deformações podem ser consideradas deformações descontínuas.
 Comportamento frágil – as rochas fracturam facilmente quando são sujeitas a tensões, em
condições de baixa pressão e baixa temperatura. Este comportamento relaciona-se com a formação de falhas.
 Comportamento dúctil – as rochas sofrem alterações permanentes de forma e/ou volume, sem
fracturarem, em condições de elevada pressão e elevada temperatura.

Este comportamento relaciona-se com a formação de dobras. Factores que condicionam a deformação das
rochas:
 Tensão confinante ou litostática – é a tensão resultante do peso das camadas suprajacentes.
Aumenta a ductilidade da rocha, aumentando a resistência à rotura.
 Tensão não litostática ou dirigida – ocorre quando um corpo está sujeito a forças de intensidade
diferente nas diversas direcções.
 Temperatura – aumenta a plasticidade. Aumenta com a profundidade.
 Conteúdo em fluidos – faz aumentar a plasticidade das rochas
 Tempo de actuação das forças – faz com que as rochas sejam mais plásticas.
 Composição e estrutura da rocha – certos aspectos, como a xistosidade, fazem aumentar a
plasticidade.

FALHAS
Uma falha é uma superfície de fractura ao longo da qual ocorreu movimento relativos dos blocos
fracturados. Podem resultar da actuação de qualquer tipo de tensão em rochas com comportamento frágil.
Elementos que caracterizam uma falha:
 Plano de falha – superfície de fractura.
 Tecto – bloco que se sobrepõe ao plano de falha.
 Muro – bloco que se situa abaixo do plano de falha.
 Rejecto – menor distância entre dois pontos que estavam juntos antes da fractura e do respectivo
deslocamento.
 Escarpa de falha – ressalto topográfico produzido pela falha.
 Direcção – ângulo formado por uma linha horizontal do plano de falha com a linha N-S
 Inclinação – ângulo formado pelo plano de falha com um plano horizontal que intersecta o plano
de falha.

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DOBRAS
São deformações nas quais se verifica o encurvamento de superfícies originalmente planas. As dobras
resultam da atuação de tensões de compressão, em rochas com comportamento dúctil.

Elementos que caracterizam uma dobra:


 Charneira – linha que une os pontos de máxima curvatura da dobra.
 Flancos da dobra – vertentes da dobra; situam-se de um e de outro lado da charneira.
 Superfície axial ou plano axial – plano de simetria da dobra, que a divide em dois flancos
aproximadamente iguais.
 Eixo da dobra – linha de intersecção da charneira com a superfície axial.

Tendo em conta a idade relativa das rochas:


 Anticlinal – dobra em que o núcleo da antiforma é ocupado pelas rochas mais antigas.
 Sinclinal - dobra em que o núcleo da sinforma é ocupado pelas rochas mais recentes.

METAMORFISMO – ROCHAS METAMÓRFICAS


O metamorfismo é a alteração das rochas que tem lugar no interior da Terra. Essa alteração pode
verificar-se ao nível da composição mineralógica, da textura, ou de ambas e ocorre sem que haja fusão das

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rochas. Ocorre em condições de temperatura e pressão elevadas e ocorre ao nível das zonas de subducção e
em zonas de formação de cadeias montanhosas.

Agentes de metamorfismo
 Temperatura – A temperatura a que uma rocha está exposta é tanto maior quanto maior for a
profundidade a que se encontra. No entanto, o contacto com intrusões magmáticas pode submeter a rocha a
temperatura elevadas a baixas profundidades. Por acção do calor, certos minerais podem-se tornar instáveis
e reagir com outros minerais, formando combinações que são estáveis nas novas condições. Assim, verifica-
se a quebra de ligações químicas na esturutra cristalina dos minerais e a formação de novas ligações, dando
origem a uma estrutura cristalina diferente.
 Tensão – Tensão litostática – é o resultado do peso da massa de rocha suprajacente e é aplicada
igualmente em todas as direcções. Tem como consequência a redução do volume e aumento da densidade da
rocha. Tensão não litostática – caracteriza-se por ter diferente intensidade em diferentes direcções. Pode ser
compressiva, distensiva ou de cisalhamento e está, geralmente, associada a movimento tectónicos. Este tipo
de tensão causa a deformação da rocha e o alinhamento dos minerais ou foliação.
 Fluidos – Os fluidos que circulam entre os grãos de minerais dissolvem iões de certos minerais e
transportam-nos para outros locais onde podem reagir com outros minerais.
 Tempo – Todos os fenómenos relacionados com o metamorfismo ocorrem ao longo de grandes
períodos de tempo

Recristalização e minerais de origem metamórfica


A recristalização é a reorganização dos elementos de um mineral original numa combinação mais
estável, nas novas condições de tensão, temperatura e fluidos envolventes.
Existem minerais que se formam apenas numa gama restrita de condições, permitindo inferir as
condições em que a rocha que os contém se formou. Estes designam-se por minerais índice. O aumento
progressivo das condições de pressão e temperatura relaciona-se com diferentes graus de metamorfismo,
sendo considerados o metamorfismo de baixo grau, o metamorfismo de grau intermédio e o metamorfismo
de alto grau.

Tipos de metamorfismo

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