Regulamentação Laboral (Tacógrafos) - Ok

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Índice

Introdução........................................................................................................................................... 2
A – Tempos de Condução e Repouso.................................................................................................. 3
1. Período de condução ...................................................................................................................... 3
1.1 Tempo máximo de condução diária .............................................................................................. 4
1.2 Tempo máximo de condução contínua......................................................................................... 5
1.2.1 Derrogação dos limites feita pelo condutor .............................................................................. 5
1.3 Período máximo de condução consecutiva em 2 semanas .......................................................... 7
2. Repouso Diário ................................................................................................................................ 8
2.1 Repouso diário regular .................................................................................................................. 8
2.1.1 Repouso Diário – Fraccionamento ............................................................................................. 8
2.1.2 Repouso Diário tripulação múltipla ........................................................................................... 9
2.1.3 Repouso Diário – Transportes Combinados - Ferry Boat ou Comboio ...................................... 9
2.2 Repouso Semanal ........................................................................................................................ 10
3. Responsabilidade da empresa de transporte ............................................................................... 10
4. AETR .............................................................................................................................................. 11
B - Aparelho de controlo metrológico .............................................................................................. 12
1.1 Veículos que devem possuir tacógrafo ....................................................................................... 12
1.2. Veículos Excluídos ...................................................................................................................... 12
1.3. Tacógrafo – Homologação e Instalação ..................................................................................... 13
2. (Tacógrafo analógico).................................................................................................................... 14
2.1 Folhas de Registo ........................................................................................................................ 14
2.1.1. Utilização e conservação das folhas de registo ....................................................................... 16
2.1.2 O Empregador .......................................................................................................................... 17
2.2 Procedimentos ............................................................................................................................ 18
3. Tacógrafo Digital ........................................................................................................................... 20
3.1 A empresa de transportes deve: ................................................................................................. 21
3.2 Entrada em vigor ......................................................................................................................... 21
3.3 Cartões de Controlo .................................................................................................................... 21
3.3.1 Cartão de motorista ................................................................................................................. 21
3.3.2 Cartão de empresa ................................................................................................................... 22
3.3.3 Cartão de centro de ensaio ...................................................................................................... 22
3.3.4 Cartão de controlo ................................................................................................................... 23
4. Utilização do Tacógrafo Digital ..................................................................................................... 23
4.1 Impressão da actividade ............................................................................................................. 24
5 – Declaração por ausência de registos ........................................................................................... 26
C – Registo por trabalhador móvel não sujeito a aparelho de controlo ........................................... 28
Bibliografia Consultada ..................................................................................................................... 31
Regulamentação Laboral

Introdução

A maioria dos motoristas que actualmente conduz no território da Comunidade exerce a sua
profissão unicamente com base na carta de condução, nos conhecimentos que foi adquirindo na sua
própria experiência e na troca de impressões com outros profissionais do ramo.
Todos os dias, porém, o mercado evolui não só ao nível tecnológico como também ao nível
social. As novas exigências decorrentes da evolução do mercado dos transportes rodoviários também
vão sendo plasmadas na regulamentação comunitária e é de todo o interesse que todos os motoristas
que exerçam a sua actividade como condutores, a conheçam.
Além disso, a modernidade do emprego de motorista deveria suscitar nos jovens o interesse
por esta profissão, contribuindo assim para o recrutamento de novos motoristas.
Embora ainda não exista uma formação específica e obrigatória para o exercício da profissão
(encontra-se em face de implementação), o Código do Trabalho impõe, para a generalidade dos
trabalhadores um número mínimo de horas de formação por trabalhador.
Formação essa que, a existir, deverá versar sobre conteúdos funcionais dos trabalhadores para
que estes possam tirar proveito da formação.
A regulamentação relativa aos tempos de condução e repouso deverá aplicar-se ao transporte
rodoviário efectuado exclusivamente no interior da Comunidade ou entre a Comunidade, a Suíça e os
países signatários do Acordo sobre o Espaço Económico Europeu.
Com a entrada em vigor do Regulamento (CE) nº 561/2006 do Parlamento Europeu e do
Conselho de 15 de Março de 2006, houve modificações nos tempos de condução e repouso dos
motoristas e foi tornado obrigatório a instalação, nos veículos novos, de um aparelho de controlo
digital.
Se nos períodos de condução não houve alterações o mesmo se não pode dizer dos períodos de
descanso e repouso, uma vez que deixou de haver a obrigação de compensar a redução dos períodos de
descanso diários e passou a haver apenas repouso semanal regular e repouso semanal reduzido, para
além de outras alterações.
O aparelho de controlo digital, já previsto em anteriores regulamentos e em uso nalguns
veículos afectos ao transporte de mercadorias e passageiros cujo objectivo é, à semelhança do aparelho
de controlo analógico, registar os tempos de condução e repouso, velocidades e distâncias percorridas
dos motoristas, necessita, para o seu funcionamento da utilização de cartões de controlo e o
conhecimento prévio de algumas das suas funcionalidades.
Através deste manual pretende-se que o formando possa adquirir conhecimentos que lhe
permitam, não só fazer uma leitura dos dados extraídos mas, também, uma melhor utilização do
aparelho, utilizando as ferramentas disponíveis de acordo com a legislação em vigor e uma actualização
dos conhecimentos relativos aos tempos de condução e repouso.

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A – Tempos de Condução e Repouso

O regulamento (CE) n.º 561/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho de 15 de Março de 2006,


publicado no Jornal Oficial da União Europeia (JO L 102 de 11/04/2006) veio disciplinar a aplicação
homogénea, em todos os países membros da Comunidade, de algumas disposições comuns em matérias
de natureza sócio-laboral, designadamente:
- Idade mínima de condução;
- Tempo de condução;
- Tempos de repouso;

Pretende-se através da sua aplicação conseguir três objectivos:


- Melhorar a segurança da circulação rodoviária;
- Favorecer a melhoria das condições de trabalho e de via dos transportes;
- Harmonizar as condições de concorrência entre empresas de transporte rodoviário.

Estarão obrigados à instalação e utilização do aparelho de controlo previsto no referido


regulamento, a generalidade dos veículos pesados de mercadorias (aqueles cujo peso bruto incluindo o
dos reboques ou semi-reboques exceda 3,5 t) e de passageiros (aqueles que por construção ou
adaptados se destinem a transportar mais do que nove passageiros incluindo o condutor).
Estão, contudo, isentos da utilização do aparelho, entre outros, veículos da Policia, dos
Bombeiros e os utilizados no âmbito da Protecção Civil, bem como aqueles cuja velocidade máxima
autorizada não ultrapasse os 40 km/h; veículos de pronto-socorro num raio de 100 km; Veículos ou
conjuntos de veículos com massa máxima autorizada não superior a 7,5 toneladas, utilizados em
transportes não comerciais de mercadorias, entre outros.

O controlo do cumprimento de algumas das disposições do Regulamento é efectuado pelo


registo no aparelho de controlo (Tacógrafo), pelo que abordaremos os vários temas aliados às várias
definições.

1. Período de condução

É «o período de condução acumulado a partir do momento em que o condutor começa a


conduzir após um período de repouso ou uma pausa, até gozar um período de repouso ou uma pausa. O
período de condução pode ser contínuo ou não.» (Artigo 5º alínea q))
Daqui resulta que o período de condução se há-de situar entre dois períodos em que o
condutor não pode conduzir, isto é, contados entre dois períodos de repouso ou entre um período de
repouso e uma pausa.

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1.1 Tempo máximo de condução diária

A duração máxima da condução diária (entre dois repousos diários) não pode exceder 9horas.
Pode no entanto ser elevada a 10horas duas vezes por semana.

Exemplo de condução a 9 horas diárias:

Condução Pausa Condução


4,30 horas 45 minutos 4,30 horas

Condução Pausa Condução Pausa Condução


2 horas 45 minutos 4,30 horas 45 minutos 2,30 horas

Exemplo de Condução de 10 horas diárias

Condução Pausa Condução Pausa Condução


4,30 horas 45 minutos 4,30 horas 45 minutos 1 hora

Condução Pausa Condução Pausa Condução


2 horas 45 minutos 4,30 horas 45 minutos 3,30 horas

O condutor pode fazer 10 horas de condução diária, duas vezes por semana. Para esse efeito é
necessário ter presente que a semana começa às 00H00 de Segunda-feira e termina às 24H00 de
Domingo e pode não ter a ver com a semana de trabalho do condutor.

A semana de trabalho do condutor é medida, como refere o regulamento, nos seis dias (no
máximo) após o fim de um período de repouso semanal.
«O período de repouso semanal deve começar o mais tardar no fim de seis períodos de 24 horas
a contar do fim do período de repouso semanal anterior» (artigo 8º nº 6)
Desta forma, um condutor pode numa semana fazer dois dias a 10 horas e fazer outros dois
dias a 10 horas, na semana seguinte sem que, entre estes períodos de 10 horas tenha havido um
repouso semanal desde que cumpra com os limites estabelecidos para um período de duas semanas
consecutivas.

Nota: Tempo de condução inclui qualquer tempo que se conduza em estrada fora do domínio público,
durante a jornada de trabalho se o resto dessa jornada for feita numa auto-estrada ou estrada pública.
As jornadas realizadas na totalidade em zonas fora do domínio público devem ser consideradas outros
trabalhos.
Assim, por exemplo, qualquer tempo gasto a conduzir em zona privada entre o parque/ zona de repouso
e o local de carga antes da viagem numa estrada pública, constitui tempo de condução, no entanto,
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pode ser registado como outros trabalhos se toda a carga for feita e depositada na mesma zona privada
sem utilizar a estrada pública.

1.2 Tempo máximo de condução contínua

Após um período de condução de 4h30m, o condutor gozará uma pausa ininterrupta de pelo
menos 45 minutos, a não ser que goze um período de repouso.

Condução Pausa
4,5 horas 45 minutos

Condução Outros trabalhos Condução Pausa


2,5 horas 1 hora 2 horas 45 minutos

A interrupção pode ser substituída por 2 pausas sendo uma de, pelo menos 15 minutos e a
outra de pelo menos 30 minutos, repartidos pelo período.

Condução Pausa Condução Pausa


2 horas 15 minutos 2,5 horas 30 minutos

Condução Pausa Condução Pausa


2 horas 35 minutos 2,5 horas 30 minutos

“Pausa” período durante o qual o condutor não pode efectuar nenhum trabalho de condução ou outro
e que é exclusivamente utilizado para a recuperação

1.2.1 Derrogação dos limites feita pelo condutor

O regulamento, porém deixa a possibilidade de derrogar (não respeitar) estes limites: «Desde
que tal não comprometa a segurança rodoviária e com o objectivo de atingir um ponto de paragem
adequado, o condutor pode não observar os limites relativos aos tempos de condução, pausa e períodos
de repouso, na medida do necessário para garantir a segurança das pessoas, do veículo ou da carga. O
condutor deve mencionar manualmente na folha de registo do aparelho de controlo, numa impressão
dos dados do aparelho de controlo ou no seu registo de serviço, o mais tardar à chegada ao ponto de
paragem adequado, o motivo de tal inobservância» (artigo 12º)
«O artigo 12.º contém disposições que permitem ao condutor desrespeitar as exigências mínimas de
repouso e os tempos máximos de condução previstos nos artigos 6.º a 9.º para poder encontrar um
local de paragem adequado. Este artigo não autoriza o condutor a derrogar do regulamento por razões
conhecidas antes do começo da viagem. O seu objectivo é permitir aos condutores lidar com situações

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em que inesperadamente se torne impossível cumprir o regulamento no decurso da viagem, ou seja, em


situações de dificuldade anormal, alheias à vontade do condutor e aparentemente inevitáveis, que não
possam ser previstas, mesmo que se tomem todas as precauções. A derrogação também tem por
objectivo garantir a segurança das pessoas, do veículo e da sua carga e a satisfação da exigência de que
a segurança rodoviária seja, em qualquer caso, tida em conta.

As três partes têm determinadas obrigações no que respeita a tais situações:

1) A empresa de transportes deve planear cuidadosamente a viagem segura do condutor, prevendo,


por exemplo, engarrafamentos regulares, as condições meteorológicas e o acesso a parques de
estacionamento adequados, ou seja, deve organizar o trabalho de tal modo que os condutores possam
cumprir o regulamento e deve certificar-se de que serão respeitadas as exigências dos carregadores e
das seguradoras no que respeita ao estacionamento seguro.

2) O condutor deve cumprir rigorosamente as regras e não infringir os limites do tempo de condução,
excepto se surgir algo inesperado que torne impossível o cumprimento do regulamento sem pôr em
perigo a segurança rodoviária ou a segurança das pessoas, do veículo ou da sua carga. Se um condutor
decidir que é necessário derrogar do regulamento e que, ao fazê-lo, não prejudicará a segurança
rodoviária, deve indicar a natureza e a razão da derrogação manualmente (em qualquer língua
comunitária, na folha de registo ou numa impressão dos dados do aparelho de controlo ou no seu
registo de serviço) mal chegue ao ponto de paragem.

3) O agente da autoridade deve exercer ponderadamente o seu poder discricionário ao controlar o


condutor e ao avaliar se a inobservância dos limites do tempo de condução se justifica.

Na avaliação da legitimidade da inobservância com base no artigo 12.º, o agente da autoridade deve
examinar cuidadosamente todas as circunstâncias, nomeadamente:
(a) o historial dos registos de condução do condutor, para determinar o seu padrão de desempenho e
verificar se cumpre normalmente as regras em matéria de tempo de condução e de repouso e se o
incumprimento é excepcional;
(b) se o incumprimento dos limites do tempo de condução é recorrente ou se foi causado por
circunstâncias excepcionais, tais como: grandes acidentes rodoviários, más condições meteorológicas,
desvios forçados, falta de espaço no parque de estacionamento, etc. (Esta lista de possíveis
circunstâncias excepcionais é meramente indicativa. O princípio que deve presidir à avaliação é que o
motivo do eventual desrespeito dos limites do tempo de condução não seja conhecido nem mesmo
possível de prever antecipadamente);
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(c) o respeito dos limites diários e semanais do tempo de condução, não devendo o condutor conseguir
"ganhos de tempo" ultrapassando o limite de tempo de condução à procura de um local para
estacionar;
(d) se o desrespeito das regras relativas ao tempo de condução teve como resultado uma redução das
pausas ou do repouso diário e semanal.»
(cfr. Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias, Processo C-235/94)

1.3 Período máximo de condução consecutiva em 2 semanas

A duração total de condução não pode ultrapassar 90 horas por cada período de duas semanas
consecutivas.

Segunda 9 horas de condução


Terça 9 horas de condução
Quarta Repouso semanal reduzido
56 horas
Quinta 10 horas de condução
(1ª semana)
Sexta 10 horas de condução
Sábado 9 horas de condução 58 horas entre
90 horas
Domingo 9 horas de condução períodos de repouso
Período de
Segunda 10 horas de condução semanal
2 semanas
Terça 10 horas de condução
Quarta Repouso semanal
34 horas
Quinta Repouso semanal
(2ª semana)
Sexta Compensação
Sábado 5 horas de condução
Domingo 9 horas de condução

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2. Repouso Diário

O condutor deve gozar períodos de repouso diário e semanal

2.1 Repouso diário regular

Em cada período de 24 horas o condutor deve gozar um repouso diário de pelo menos de 11
horas
Período de 24 horas
Condução + outros trabalhos + pausas = 13 horas Repouso diário regular = 11 horas

O período de repouso diário pode ser reduzido para 9 horas consecutivas 3 vezes, no máximo, entre
cada dois períodos de repouso semanal
Período de 24 horas
Condução + outros trabalhos + pausas = 15 horas Repouso diário reduzido = 9 horas

2.1.1 Repouso Diário – Fraccionamento

Nos dias em que o repouso diário não seja reduzido a um mínimo de 9 horas, pode ser gozado
em dois períodos, devendo o primeiro dos quais ter uma duração ininterrupta de, pelo menos, 3 horas e
o segundo um período ininterrupto de, pelo menos, 9 horas.

Período de 24 horas
8 horas 3 horas 4 horas 9 horas
Condução + outros Repouso Condução + outros Repouso diário
trabalhos + pausas trabalhos + pausas

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2.1.2 Repouso Diário tripulação múltipla

«Tripulação múltipla»: a situação que se verifica quando, durante qualquer período de condução
efectuado entre dois períodos consecutivos de repouso diário ou entre um período de repouso diário e
um período de repouso semanal, há pelo menos dois condutores no veículo para conduzir. A presença de
outro ou outros condutores é facultativa durante a primeira hora de tripulação múltipla, mas
obrigatória no resto do período;» (Artigo 4º alínea o))

O condutor de um veículo com tripulação múltipla deve gozar um novo período de repouso diário de
pelo menos 9 horas nas 30 horas que se sigam ao termo de um período de repouso diário ou semanal.

1 Condutor 2 Condutores
Repouso Repouso
Outros Trabalhos 1 hora Repouso (ausente do veículo) 1 hora
Condução 4,5 horas Disponibilidade 4,5 horas
Período de 30 horas

Pausa + disponibilidade 4,5 horas Condução 4,5 horas


Condução 4,5 horas Pausa + disponibilidade 4,5 horas
Pausa + disponibilidade 4,5 horas Condução 4,5 horas
Condução 1 hora Pausa + disponibilidade 1 hora
Pausa + disponibilidade 1 hora Condução 1 hora
Repouso 9 horas Repouso 9 horas

O veículo é conduzido por mais do que um condutor. Quando o segundo condutor está disponível para
conduzir se necessário, está sentado ao lado do condutor do veículo e não está activamente envolvido
na prestação de assistência à condução do colega, um período de 45 minutos do seu "período de
disponibilidade" pode ser considerado "pausa".
(cfr. Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias, Processos C-76/77 e C-297/99)

2.1.3 Repouso Diário – Transportes Combinados - Ferry Boat ou Comboio

O repouso diário regular (de 11 horas), no caso dos transportes combinados com ferry-boat ou caminho-
de-ferro, pode ser interrompido no máximo duas vezes por outras actividades que, no total, não
ultrapassem uma hora. Durante o referido repouso diário regular, o condutor deve dispor de uma cama
ou de um beliche.

Condução (entrar no Condução (sair do


Repouso Repouso (no barco) Repouso
barco) Barco)
2 horas 7 horas 2 horas
30 minutos 30 minutos

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2.2 Repouso Semanal

O Repouso semanal regular é de 45 horas consecutivas.

«Semana»: período entre as 00h00 de segunda-feira e as 24h00 de domingo;

O período de repouso semanal deve começar o mais tardar no fim de seis períodos de 24 horas
a contar do fim do período de repouso semanal anterior.

Em cada período de duas semanas consecutivas (semanas regulares como tal definidas de 2ª a
Domingo), o condutor deve gozar pelo menos:
— dois períodos de repouso semanal regular, ou
— um período de repouso semanal regular e um período de repouso semanal reduzido de, no mínimo,
24 horas.
Nota: O repouso semanal reduzido deve ser compensado por um repouso equivalente gozado na
totalidade antes do fim da 3.ª semana seguinte àquela em que a redução tenha tido lugar.

Qualquer período de repouso, gozado a título de compensação das reduções de um período de repouso
semanal reduzido, deve ser ligado a um outro período de repouso de, pelo menos, 9 horas

3. Responsabilidade da empresa de transporte

É proibido remunerar os condutores assalariados, mesmo sob a forma de concessão de prémios


ou de suplementos de salário, em função das distâncias percorridas ou do volume das mercadorias
transportadas, se essa remuneração for de natureza tal que comprometa a segurança rodoviária ou
favoreça a violação do presente regulamento.
As empresas de transportes devem organizar o trabalho dos condutores de modo a que estes
possam cumprir os períodos de condução e repouso. Estas devem dar instruções adequadas aos
condutores e efectuar controlos regulares, para assegurar o cumprimento das normas relativas aos
períodos de condução e repouso.
É da responsabilidade das empresas de transportes qualquer infracção cometida pelos
condutores da empresa, ainda que essa infracção tenha sido cometida no território de outro Estado-
Membro ou de um país terceiro.

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4. AETR

O Acordo Europeu relativo ao Trabalho das Tripulações de Veículos que Efectuam Transportes
Internacionais Rodoviários, de 1 de Julho de 1970 («AETR»), aprovado por ratificação, pelo Decreto-Lei
nº 324/73 de 30/06, aplica-se aos transportes internacionais com destino ou provenientes de países
terceiros, ou entre dois países terceiros em trânsito no território de um Estado Membro.
As regras relativas aos tempos de condução são semelhantes às reguladas pelo regulamento
561/2006; contudo as relativas aos tempos de repouso não sofreram alterações, pelo que, no
preâmbulo do Regulamento (CE) n.º 561/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho, se afirma que o
AETR «deverá continuar-se a aplicar ao transporte rodoviário de mercadorias e passageiros por veículos
matriculados num Estado-Membro ou num país signatário do AETR, sobre a totalidade do percurso, caso
este se efectue entre a Comunidade e um país terceiro que não seja a Suíça nem os países signatários do
Acordo sobre o Espaço Económico Europeu ou através do território desse país. É essencial alterar o AETR
o mais rapidamente possível, preferentemente no prazo de dois anos a contar da data de entrada em
vigor do presente regulamento, de forma a conciliar as suas disposições com as do presente
regulamento.»
Assim no âmbito do AETR, ao fim de 4:30 horas de condução o condutor deve fazer uma pausa
de 45 minutos ou pode, em alternativa substituir aquele período em dois ou três períodos não podendo,
nenhum deles ser inferior a 15 minutos.
A condução diária não pode ultrapassar as 9 horas ou, duas vezes por semana as 10 horas.
O repouso semanal deve acontecer ao fim de seis períodos de condução diária e deve ser de 45
horas. No entanto, pode ser de 36horas na sede da empresa ou de 24 horas se for em viagem.
Sempre que haja redução deste período de repouso semanal, a diferença deve ser gozada antes
do final da terceira semana e deve ser ligada a um período de repouso de pelo menos oito horas (no
âmbito do AETR)
Também, neste âmbito, o período de repouso diário se mantém inalterado, isto é, em cada
período de 24 horas cada condutor deve beneficiar de um repouso diário de pelo menos 11 horas. No
entanto, três vezes por semana pode apenas gozar apenas 9 horas consecutivas, desde que compense a
diferença antes do final da semana seguinte.
Em alternativa, ainda pode substituir o período das 11 horas por dois ou três períodos, nas 24
horas, guardando um período mínimo consecutivo de pelo menos 8 horas, podendo o restante período
ser gozado em dois ou três períodos que não podem ter uma duração inferior a 1 hora. Neste caso, o
condutor em vez das 11 horas deverá gozar 12 horas de repouso diário.

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B - Aparelho de controlo metrológico

Com vista a controlar e a registar os tempos de condução e repouso das tripulações dos veículos de
transportes rodoviários de mercadorias nacionais e internacionais o Regulamento CEE n.º 3821/85 de 20
de Dezembro, introduziu um aparelho de controlo também conhecido por TACÓGRAFO.

É um aparelho de controlo destinado a ser instalado a bordo de veículos automóveis para indicação
e registo automático ou semi-automático de dados: velocidade, tempos de condução e repouso,
distâncias percorridas, assim como certos tempos de trabalho e de descanso dos seus condutores.

1.1 Veículos que devem possuir tacógrafo

Deverão ter tacógrafo instalado:

- Os veículos pesados destinados aos transportes rodoviários de passageiros com mais de 9


passageiros;
- Os veículos de mercadorias com peso bruto superior de 3.5 Ton. incluindo o dos reboques e semi-
reboques.

1.2. Veículos Excluídos

Todos os referidos no artigo 3º do Regulamento (CE) n.º 561/2006 do Parlamento Europeu e do


Concelho, além daqueles que cada Estado-Membro por excluir, em circulação no seu território. Em
Portugal é a Portaria n.º 1078/92 que estabelece excepções. Nos termos do artigo 3º do Regulamento,
estão isentos da instalação e utilização de Tacógrafo:

a) Veículos afectos ao serviço regular de transporte de passageiros, cujo percurso de linha não
ultrapasse 50 quilómetros;

b) Veículos cuja velocidade máxima autorizada não ultrapasse 40 km/hora;

c) Veículos que sejam propriedade das forças armadas, da protecção civil, dos bombeiros ou das
forças policiais ou alugados sem condutor por estes serviços, quando o transporte for efectuado
em resultado das funções atribuídas a estes serviços e estiver sob o controlo destes;

d) Veículos, incluindo aqueles utilizados em operações não comerciais de transporte de ajuda


humanitária, utilizados em situações de emergência ou operações de salvamento;

e) Veículos especializados afectos a serviços médicos;

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f) Veículos especializados de pronto-socorro circulando num raio de 100 km a partir do local de


afectação;

g) Veículos que estejam a ser submetidos a ensaios rodoviários para fins de aperfeiçoamento
técnico, reparação ou manutenção, e veículos novos ou transformados que ainda não tenham sido
postos em circulação;

h) Veículos ou conjuntos de veículos com massa máxima autorizada não superior a 7,5 toneladas,
utilizados em transportes não comerciais de mercadorias;

i) Veículos comerciais com estatuto histórico de acordo com a legislação do Estado-Membro em


que são conduzidos, que sejam utilizados para o transporte não comercial de passageiros ou de
mercadorias.

1.3. Tacógrafo – Homologação e Instalação

Os tacógrafos devem ser homologados por um


Estado Membro, de acordo com as normas
comunitárias, sendo que a sua instalação,
montagem e reparação só pode ser efectuada por
empresas e oficinas autorizadas para o efeito.

Os aparelhos de controlo devem ser colocados


nos veículos de forma a que, por um lado, o condutor possa vigiar facilmente, do seu lugar, o indicador
de velocidade, o contador totalizador e o relógio e que, por outro lado, todos os seus elementos,
incluindo os de transmissão, estejam protegidos contra qualquer dano fortuito.
Após a verificação aquando da primeira instalação, é fixada no veículo a chapa de instalação, bem
visível, na proximidade do aparelho ou sobre o próprio aparelho. Após cada intervenção de um
instalador ou de uma oficina aprovada que necessite uma alteração da regularização da instalação
propriamente dita, deve ser colocada uma nova chapa em substituição da anterior.

Em caso de avaria ou de funcionamento defeituoso do aparelho, o empregador deve, assim que as


circunstâncias o permitam, promover a sua reparação por instaladores ou oficinas aprovadas.
A reparação será efectuada no percurso, se o regresso às instalações de empresa só
se puder efectuar decorrido um período superior a uma semana, a partir do dia da
avaria ou da verificação do funcionamento defeituoso.

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2. (Tacógrafo analógico)

Aparelho de controlo conforme anexo I ao Regulamento. nº 3821/85 CEE


O registo do tacógrafo analógico é feito por agulhas localizadas no
interior do aparelho onde se coloca a folha de registo. Existem três
agulhas distintas que registam: a velocidade, distância percorrida e
actividades do condutor. A parte interior é usada pelo condutor para
registar os detalhes do seu nome, local de início e fim da jornada, data
e leitura do conta-quilómetros.

2.1 Folhas de Registo

As folhas de registo devem ser de uma qualidade tal que não impeçam o funcionamento normal do
aparelho e permitam que os registos que nelas se efectuem sejam indeléveis e claramente legíveis e
identificáveis.
As folhas de registo devem conservar as suas dimensões e registos em condições normais de
higrometria e de temperatura.
Além disso, deve ser possível inscrever nas folhas, sem que isso as deteriore ou impeça a leitura dos
registos, as indicações relativas à data, matrícula do veículo, nome do condutor, local de inicio e fim do
serviço e quilómetros iniciais e finais.
Em condições normais de conservação, os registos devem ser legíveis com precisão durante, pelo
menos, um ano.
A capacidade mínima de registo das folhas, qualquer que seja a sua forma, deve ser de 24 horas.

Se vários discos forem ligados entre si, a fim de aumentar a capacidade de registo contínuo sem
intervenção do pessoal, as ligações entre os diversos discos devem ser feitos de tal maneira que os
registos não apresentem nem interrupções nem sobreposições nos pontos de passagem de um disco ao
outro.

a) Zonas de registo e respectivas graduações

As folhas de registo devem comportar as seguintes zonas de registo:


- uma zona exclusivamente reservada às indicações relativas à velocidade,
- uma zona exclusivamente reservada às indicações relativas às distâncias percorridas,

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- uma (ou mais) zona(s) para as indicações relativas aos tempos de condução, aos outros tempos
de trabalho e de presença no trabalho, às interrupções de trabalho e ao repouso dos
condutores.

A zona reservada ao registo da velocidade deve


estar subdividida, no mínimo, de 20 em 20
km/h.
A zona reservada ao registo dos percursos deve
ser impressa de forma a permitir a leitura fácil
do número de quilómetros percorridos.
A (ou as) zona(s) reservada(s) ao registo dos
tempos deve(m) conter as indicações
necessárias para individualizar, sem
ambiguidade, os diferentes grupos de tempo.

b) Indicações impressas nas folhas de


registo

Cada folha deve conter, impressas, as seguintes indicações:


- nome e endereço do fabricante,
- marca de homologação do modelo da folha,
- marca de homologação do(s) modelo(s) de aparelho(s) no qual (nos quais) a folha for utilizável,
- limite superior da velocidade registável, em quilómetros por hora.

Além disso, cada folha deve ter impressa pelo menos uma escala de tempo, graduada de forma a
permitir a leitura directa do tempo com intervalos de 15 minutos, bem como a determinação fácil de
cada intervalo de 5 minutos.

c) Espaço livre para as inscrições manuscritas

Nas folhas deve ser previsto um espaço livre que permita ao condutor a inscrição de, pelo menos, as
seguintes indicações manuscritas:
- nome e apelido do condutor,
- data e lugar do início e do fim da utilização da folha.
- Número(s) da matricula do(s) veículo(s) ao qual (aos quais) o condutor esteve afecto durante a
utilização da folha,
- Hora da mudança de veículo.

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d) Controlos periódicos

Existem controlos periódicos dos aparelhos instalados nos veículos, pelo menos de dois em dois anos,
podendo os mesmos efectuar-se no âmbito das inspecções técnicas dos veículos automóveis.
Serão nomeadamente controlados:
- o bom funcionamento do aparelho,
- a presença da marca de homologação nos aparelhos,
- a presença da chapa de instalação,
- a integridade dos selos do aparelho e dos outros elementos da instalação,
- o a circunferência efectiva dos pneus.
O controlo do cumprimento das disposições relativas aos erros máximos admissíveis durante o uso, será
efectuado, pelo menos, uma vez de seis em seis anos, podendo qualquer Estado-membro prescrever
um prazo mais curto para os veículos matriculados no seu território. Esse controlo inclui
obrigatoriamente a substituição da chapa de instalação.

2.1.1. Utilização e conservação das folhas de registo

Importa salientar que:

Os condutores não podem utilizar folhas de registo sujas ou danificadas. Por conseguinte, devem ser
protegidas de forma adequada.

No caso de se danificar uma folha que contenha registos, os condutores devem juntar a folha danificada
à folha de reserva utilizada para a substituir.

Os condutores devem:
- certificar-se da concordância entre a marcação horária na folha e a hora legal do país onde o veículo foi
matriculado,
- preocupar-se em accionar os dispositivos de comutação que permitem distinguir os seguintes grupos
de tempo a registar.

Quando, em virtude do seu afastamento do veículo, os condutores não possam utilizar os elementos do
aparelho instalado no veículo, os períodos de tempo devem:

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- ser inscritos na folha de registo por


inscrição manual, registo automático
ou qualquer outro processo, de forma
legível e sem sujar a folha, se o veículo
estiver equipado com um aparelho de
controlo em conformidade com o
anexo I (tacógrafo analógico);
Sempre que o condutor conduza um
veículo equipado com um aparelho de
controlo em conformidade com o
anexo I, deve poder apresentar, a
pedido dos agentes encarregados do
controlo as folhas de utilizadas por si
nos 28 dias anteriores bem como a do
dia;

Durante o período de avaria ou de mau


funcionamento do aparelho de controlo, os condutores devem anotar as indicações relativas aos
diferentes grupos de tempos, na medida em que estes deixem de ser registados ou impressos
correctamente pelo aparelho de controlo, na(s) folha(s) de registo ou numa folha ad hoc a juntar à folha
de registo.

2.1.2 O Empregador

- Deverá entregar aos condutores o número suficiente de folhas de registo (de modelo homologado e
adequadas ao tacógrafo instalado), tendo em conta o carácter individual dessas folhas, a duração
do serviço e a exigência de substituir, eventualmente, as folhas danificadas ou apreendidas por um
agente encarregado do controlo;
- Deverá conservar as folhas de registo, em boa ordem, durante um período de, pelo menos, um ano
a partir da sua utilização e remeter uma cópia aos condutores interessados, caso estes o exijam. As
folhas devem ser apresentadas ou remetidas ás entidades fiscalizadoras sempre que solicito.

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2.2 Procedimentos

a) Antes do Início do Trabalho

Os condutores, antes da colocação da folha de registo no tacógrafo, devem anotar na mesma,


manualmente e de forma legível, as seguintes indicações:

 Nome e apelido

 Data e lugar de inicio e fim da utilização da folha

 Nº de matrícula do veículo (mesmo do que utilizou anteriormente)

 Leitura do conta-quilómetros antas da 1ª viagem (e no fim da última viagem)

O condutor deve colocar a folha, certificando-se da concordância horária na folha e a hora legal do país
onde o veículo foi matriculado e fechar o tacógrafo.

b) Seleccionar o Comutador

O condutor deverá accionar os dispositivos de comutação para a posição correspondente à actividade a


desenvolver.

 Sob o símbolo o tempo de condução

 Sob o símbolo qualquer outro trabalho, entendido


como qualquer actividade distinta da condução em que o trabalhador se se encontre no seu
posto de trabalho, à disposição do empregador e no exercício das suas funções ou actividades,
ou seja:
— o tempo consagrado a todas as actividades de transporte rodoviário. Essas actividades incluem,
nomeadamente:
a) carga e descarga;
b) assistência aos passageiros que entrem ou saiam do veículo;
c) limpeza e manutenção técnica;
d) todas as restantes tarefas destinadas a assegurar a segurança do veículo, carga e passageiros ou a
satisfazer as obrigações legais ou regulamentares directamente ligadas à operação específica de
transporte em curso, incluindo o controlo das operações de carga e descarga, formalidades
administrativas com a polícia, alfândegas, serviços de imigração, etc.
— os períodos durante os quais não pode dispor livremente do seu tempo, sendo-lhe exigida a presença
no posto de trabalho, pronto para retomar o trabalho normal, desempenhando certas tarefas
associadas ao serviço, nomeadamente períodos de espera pela carga ou descarga cuja duração

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previsível não seja antecipadamente conhecida, isto é, antes da partida ou imediatamente antes do
início efectivo do período em questão.

 Sob o símbolo a disponibilidade — os períodos não correspondentes a períodos de pausa


ou de repouso, durante os quais o condutor não é obrigado a permanecer no seu posto de
trabalho, mantendo-se no entanto disponível para responder a eventuais solicitações no
sentido de iniciar ou retomar a condução ou de efectuar outros trabalhos. São considerados
tempo de disponibilidade, nomeadamente, os períodos durante os quais o condutor
acompanha um veículo embarcado num ferry-boat ou transportado de comboio, bem como os
períodos de espera nas fronteiras ou devido a proibições de circulação.
Estes períodos e a sua duração previsível devem ser previamente conhecidos do condutor, isto é, antes
da partida ou imediatamente antes do início efectivo do período em questão, ou de acordo com as
condições gerais negociadas entre os parceiros sociais e/ou definidas pela legislação dos Estados-
Membros,
— para os condutores que conduzem em equipa, o tempo passado ao lado do condutor ou numa
couchette durante a marcha do veículo;

 Sob o símbolo as pausas da condução e os períodos de repouso diário

Quando, em virtude do seu afastamento do veículo, os condutores não possam utilizar os elementos do
aparelho instalado no veículo, os períodos de “outros trabalho”, “disponibilidade”, “pausas da
condução” e os “períodos de repouso diário”, devem ser inscritos na folha de registos por inscrição
manual, registo automático ou qualquer outro processo, de forma legível e sem sujar as folhas se o
veículo estiver equipado com aparelho de controlo conforme o anexo I (aparelho analógico) ou,

Ser inscritos no cartão de condutor, utilizando a possibilidade de introdução manual oferecida pelo
aparelho de controlo se o veículo estiver equipado com um aparelho de controlo em conformidade com
o anexo IB (aparelho digital).

c) Após o trabalho diário

Quando terminar o serviço diário ou quando expirar a duração da folha de registo (em regra 24 horas), o
condutor deve retirar a folha e anotar na mesma, manualmente e de forma legível, as seguintes
indicações:

 Local onde terminou o serviço,

 Data e Quilómetros finais

d) Se o condutor mudar de veículo durante o serviço

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Atendendo a que as folhas de registo são pessoais, ao mudar de veículo durante o serviço, o condutor
deve:

1.º - Retirar a folha do veículo a que estava afecto e registar todos os dados como se tivesse terminado
o serviço.

2.º - Anotar, manualmente e de


forma legível, no verso da folha de
registo:

- A matricula do novo veículo;


- Os quilómetros que marca o
conta-quilómetros do novo
veículo;
- A hora em que se verifica a troca
de viaturas.

3. Tacógrafo Digital

É um equipamento completo destinado a ser instalado a


bordo dos veículos rodoviários para indicação, registo e
armazenamento automáticos ou semi-automáticos dos dados
sobre a marcha desses veículos, assim como sobre certos
períodos de trabalho dos condutores. O equipamento em
questão inclui cabos, sensores, um dispositivo electrónico de
registo dos dados relativos ao condutor, um (dois) leitor(es)
de cartões para introdução de um (dois) cartão(ões) de
condutor (com memória), uma impressora, integrada ou independente, instrumentos indicadores,
meios para descarregar a memória de dados, meios para visualizar ou imprimir informações a pedido e
um dispositivo para a introdução da informação relativa aos
locais de início e fim do dia de trabalho;

A memória de dados consiste num sistema de armazenamento electrónico,


integrado no aparelho de controlo, capaz de memorizar no mínimo 365 dias.
A memória deve ser protegida de modo a impedir o acesso e a manipulação
não autorizados dos dados e a detectar qualquer tentativa nesse sentido;

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3.1 A empresa de transportes deve:

a) garantir que todos os dados sejam descarregados da unidade instalada no veículo e do cartão de
condutor com regularidade. A empresa de transportes deve, se necessário, descarregar os dados
relevantes com maior frequência, de forma a assegurar que todos os dados relativos às actividades
realizadas por ou para essa empresa sejam descarregados;
b) garantir que todos os dados descarregados da unidade instalada no veículo e do cartão de condutor
sejam conservados durante pelo menos doze meses após o registo e, caso um agente encarregado do
controlo o exija, sejam acessíveis, directamente ou à distância, a partir das suas instalações.

3.2 Entrada em vigor

A implementação do tacógrafo digital é obrigatória, para os novos veículos matriculados após 01 de


Maio de 2006 (vinte dias após a publicação do Regulamento (CE) nº 561/2006 que ocorreu em
11/04/2006).

Os veículos afectados ao transporte de mercadorias cujo peso máximo seja superior a 12 toneladas,
registados pela primeira vez a partir de 1 de Janeiro de 1996, ficarão sujeitos, na medida em que sejam
na íntegra transmitidos electricamente para o respectivo aparelho de controlo, ao disposto no anexo 1 B
do Regulamento (CEE) n.º 3821/85, quando esse aparelho tiver de ser substituído., isto é devem
instalar o Tacógrafo Digital.

3.3 Cartões de Controlo

Atendendo a que os dados relativos à actividade dos condutores deverão poder ser verificados pelos
condutores, pelas empresas que os empregam e pelas autoridades competentes dos Estados –
membros, lógico será que os diversos intervenientes só possam ter acesso aos dados pertinentes ao
exercício das suas actividades respectivas, pelo que existirão quatro tipos de cartões:

3.3.1 Cartão de motorista

Essencial para que o motorista efectue o registo


das suas actividades diárias no tacógrafo e para
que a empresa possa gerir e distribuir as
actividades do pessoal ao seu serviço. Trata-se de
um dispositivo amovível de descarregamento e
armazenamento de informações atribuído a cada
condutor pelas autoridades dos Estados-membros
tendo em vista a identificação do condutor e o

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registo de dados essenciais. O cartão de condutor é pessoal e intransmissível e tem capacidade para
armazenar os dados relativos aos últimos 28 dias de condução. Caso não sejam descarregados os dados
mais antigos são eliminados pelos mais recentes.

3.3.2 Cartão de empresa

Que dá acesso aos dados do tacógrafo e do


motorista. Permite bloquear os dados do tacógrafo,
no caso de transmissão do veículo.
Trata-se de um dispositivo amovível de
descarregamento e armazenamento de dados
atribuído pelas autoridades dos Estados-membros ao
proprietário de veículos equipados com o aparelho
de controlo.
O cartão de empresa com memória permite visualizar, descarregar e imprimir os dados armazenados no
aparelho ou aparelhos de controlo instalados no veículo ou veículos pertencentes à empresa.
Podem ser atribuídos tantos cartões quantos os necessários tendo em conta a frota da empresa. A
transferência de dados da memória do tacógrafo (UV) deve fazer-se, pelo menos, em cada três meses
(vg Despacho 13449/2006 (2ª série) da DGTTF publicado no Diário da República, 2ª série nº. 122 de
27/06/2006).

3.3.3 Cartão de centro de ensaio

(Instalador autorizado ou construtor de


veículos) que permite a activação e a
calibragem do tacógrafo, essencial para que o
tacógrafo possa registar os dados respectivos. É
um dispositivo amovível de descarregamento e
armazenamento de dados, a introduzir no leitor
de cartões do aparelho de controlo e atribuído
pelas autoridades dos Estados-membros aos
organismos por si credenciados. Este cartão com memória identifica o organismo e permite a realização
dos ensaios, a calibração e a programação do aparelho de controlo.

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3.3.4 Cartão de controlo

Para que as autoridades competentes possam controlar as actividades de condução e de repouso, quer
em operações de verificação na estrada quer nas instalações da empresa. As entidades fiscalizadoras de
outros países conseguem, com os respectivos
cartões, aceder à informação de viagem dos
motoristas detectando quaisquer infracções
cometidas mesmo fora do território do
Estado Membro. É um dispositivo amovível
de descarregamento e armazenamento de
dados, a introduzir no leitor de cartões de
condutor do aparelho de controlo e atribuído
pelas autoridades dos Estados-membros às
autoridades competentes, para poderem ter acesso aos dados armazenados na memória de dados ou
nos cartões de condutor para fins de leitura, impressão e/ou descarregamento.

As empresas e os condutores serão responsáveis pelo correcto funcionamento do tacógrafo e


dos cartões, devendo a empresa guardar durante um ano tanto as folhas de registo (discos/diagramas)
como os cartões.

A empresa deverá solicitar os cartões, que terão uma validade de 5 anos, às Entidades
Competentes designadas pelas autoridades competentes pelos Estados-Membros.

Os pedidos de renovação de cartões deverão efectuar-se com 15 dias de antecedência.

Em princípio, em caso de perda ou avaria, existirá um prazo de 7 dias para a empresa solicitar
novos cartões, sendo que as Entidades competentes terão 5 dias úteis para proceder á sua substituição.

Em nenhum caso se poderá estar mais de 15 dias sem cartão.

4. Utilização do Tacógrafo Digital

A condução com veículo equipado com aparelho digital implica a utilização do cartão do
condutor. O cartão deste deve ser
introduzido na ranhura 1 (nunca na
ranhura 2, esta é apenas para o segundo
condutor).

O aparelho fará a leitura do cartão, (no visor irá aparecer o nome do condutor e a data em que
foi retirado anteriormente o cartão) e perguntará se o condutor pretende fazer uma entrada adicional

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(sim/não). Devem ser registados neste caso os serviços que tenham sido feitos de forma ausente do
veículo. Normalmente, ao iniciar o serviço, deve seleccionar o não, porque se trata de um serviço que
está a iniciar-se.

Deverá seleccionar-se o país de origem. No caso dos transportes internacionais apenas se


devem seleccionar as iniciais dos países onde se inicia o serviço e onde termina. Seleccionar as regiões
apenas é obrigatório, segundo o regulamento, nos transportes internos e, actualmente, só em Espanha.

Durante a condução o registo dessa actividade é automática, porém, todas as outras


actividades precisam de ser seleccionadas nos botões que o aparelho tem para cada cartão. No fim da
jornada, o condutor deve retirar o seu cartão, fazendo o encerramento, isto é, indicar o país de fim do
serviço.

Condução Pausa / descanso

4.1 Impressão da actividade

O condutor pode, no fim da jornada, fazer a impressão da actividade das últimas 24 horas, suas
ou do próprio veículo.

Note-se que a impressão é sempre relativa ao dia (das 00H00 às 24H00), se a jornada abranger
dois dias terá que proceder à impressão de ambos os dias em que decorreu a jornada, desde o fim de
um repouso diário até ao início de um outro repouso diário.

Caso o condutor não possua cartão (por extravio, furto, roubo) deve, na sua jornada, fazer duas
impressões: a 1ª quando inicia o serviço e a 2ª quando termina o serviço. Em ambas deve registar os
seus dados no verso da folha no campo destinado para esse efeito.

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Impressão da actividade de um condutor com inicio num dia e fim noutro dia

Impressão relativa à actividade do veículo no campo das velocidades

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5 – Declaração por ausência de registos

O período de tempo sem registo entre sucessivos discos utilizados por um condutor deve
normalmente ser considerado como um período de descanso em que os condutores são livres de dispor
do seu tempo, a menos que seja evidente o contrário.
Em Portugal e em alguns países, os condutores não têm que esclarecer esse período, a menos
que as autoridades tenham razão para acreditar que, nesse período estiveram a trabalhar.
Não obstante, em viagens internacionais recomenda-se que os condutores possuam uma
declaração do empregador que cubra toda a ausência de discos /registos por ter estado doente, de
férias anuais e o tempo gasto conduzir um veículo que não esteja equipado com aparelho de controlo
ou do AETR durante os 28 dias anteriores.

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C – Registo por trabalhador móvel não sujeito a aparelho de controlo

O Decreto-Lei 237/2007 de 19 de Junho regula determinados aspectos da organização do


tempo de trabalho dos trabalhadores móveis em actividades de transporte rodoviário.

«Trabalhador móvel» o trabalhador, incluindo o formando e o aprendiz, que faz parte do


pessoal viajante ao serviço de empregador que exerça a actividade de transportes rodoviários.

A Portaria nº 983/2007 de 27 de Agosto regulamenta as condições de publicidade dos horários


de trabalho do pessoal afecto à exploração de veículos automóveis propriedade de empresas de
transportes ou privativos de outras entidades sujeitas às disposições do Código do Trabalho.

Assim, os livretes individuais de controlo são obrigatórios para todos os que façam do veículo o
seu "local de trabalho". Ou seja, abrangendo todos os motoristas, ajudantes e distribuidores, não se
aplicando aos que usam um veículo da empresa para deslocações ocasionais.

Ou seja, tudo dependerá das funções do trabalhador em causa (desde logo, conforme surge
definido no contrato de trabalho).

Deste modo, são considerados «pessoal afecto à exploração de veículos automóveis» todos os
trabalhadores cujo local de trabalho primordial seja o veículo, e a sua utilização seja indissociável da
actividade principal exercida, embora estejam adstritos a um estabelecimento para efeitos
organizacionais e administrativos. É o caso, por exemplo, do motorista, distribuidor, servente de carga
ou ajudante de motorista.

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Livrete Individual (caderno com 84 (diárias) 12 (semanais)

 Deve ser guardado durante 5 anos

 A duração do trabalho semanal: 60 horas,

 Em média num período de quatro meses: 48 horas

 Condução continua máxima: 6 horas

 Pausa: 30 minutos (se trabalhar entre 6 e 9 horas por dia)

o 45 minutos (se trabalhar mais de 9 horas)

 Mapa horário trabalho no veículo e no estabelecimento (comunicado 48 horas antes à ACT)

(Em papel timbrado da empresa)

MAPA DE HORÁRIO DE TRABALHO

FIRMA: (designação)
NIPC: …………..
SEDE: Rua -----------------------, (localidade)
LOCAL DE TRABALHO: o da sede (se outro, indicá-lo)
ACTIVIDADE: …..comércio de materiais de construção (CAE ….)
PERÍODO DE FUNCIONAMENTO : 2ª a 6ª Feira, das ___ às ____ e das ___ às ____
Sábado, das ___ às _____
ENCERRAMENTO: Sábado após ___ e Domingo
IRCT APLICÁVEL: CCT entre a APCMC e o SITESC (BTE, 1ª série, nº 12, de 29.03.2005) (se outro, indicá-
lo)

SEGUNDA A SEXTA-FEIRA:
- Entrada: 09.00 horas
- Saída: 18.00 horas
- Intervalo para almoço: das 12.00 às 14.00 horas
SÁBADO: das 08.00 às 13.00

DESCANSO COMPLEMENTAR: Tarde de Sábado


DESCANSO SEMANAL: Domingo

_______, __ de _______ de 200_

A Gerência/Administração,
(Assinatura e carimbo)

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Bibliografia Consultada

Regulamentação Comunitária
Regulamento (CE) nº 561/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho de 15/03/2006
Regulamento (CEE) nº. 3821/85 do Conselho de 20 de Dezembro de 1985
Regulamento (CE) nº 2135/98 do Conselho de 24 de Setembro de 1998

Regulamentação Nacional

Decreto-Lei n.º 272/89 de 19 de Agosto

Lei nº 114/99 de 3 de Agosto


Despacho nº 13449/2006 (2.a série) (DGTTF) de 27/06/2006
Decreto-Lei nº 237/2007 de 19/06
Portaria nº 982/2007 de 27/08

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