8 DimBlocosUNIGRAD
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Dimensionamento estrutural
Em geral, os pilares são ligados às fundações (estacas ou tubulões)
através dos blocos de coroamento de forma a envolver o contorno
tanto do pilar quanto da estaca/tubulão. O bloco de coroamento é
um elemento estrutural responsável pela transferência das ações do
pilar para a fundação.
Na prática tem-se utilizado diversos tipos de blocos que variam
basicamente em função de sua geometria (n.º de estacas):
- bloco sobre uma estaca;
- bloco sobre duas estacas;
- bloco sobre três estacas;
- bloco sobre quatro estacas;
- bloco sobre cinco estacas;
- bloco sobre n estacas;
- bloco sobre 3 estacas em linha;
- bloco sobre 4 estacas em linha.
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11. Dimensionamento estrutural
11.1) Bloco sobre uma estaca
A figura apresenta um bloco sobre uma estaca
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11. Dimensionamento estrutural
11.1) Bloco sobre uma estaca Z 2
f
- A verificação da tensão de tração: t 1,5 MPa (15kgf / cm )
L.h
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11. Dimensionamento estrutural
11.2) Bloco sobre duas estacas
No dimensionamento de blocos sobre duas, três ou quatro estacas
será utilizado o método das bielas. O método das bielas consiste em
admitir um comportamento de treliça, no interior da peça, com barras
tracionadas e bielas comprimidas de acordo com a figura.
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11. Dimensionamento estrutural
11.2) Bloco sobre duas estacas
onde:
De = diâmetro da estaca;
B, L = largura e comprimento do bloco, respectivamente;
a = dimensão do pilar na direção do alinhamento das estacas;
e = espaçamento entre as estacas;
d = altura útil;
h = altura do bloco.
- Recomenda-se usar os seguintes espaçamentos (e):
d 4.d
tg
- Inclinação da biela (): e a 2.e a
2 4
P/2 P 1 P 1 P.(2.e a )
tg Z . Z . Z
Z 2 tg 2 4.d 8.d
2.e a 7
11. Dimensionamento estrutural
11.2) Bloco sobre duas estacas
RECOMENDAÇÕES PARA O DIMENSIONAMENTO
Após inúmeros ensaios Blèvot concluiu que não haverá problemas de
puncionamento se as bielas tiverem inclinação , tal que:
45 55
- Deve-se ter 45º ≤ ≤ 55º, ou seja:
0,5 (e a / 2) d 0,71 (e a / 2)
h d 10cm
- Cálculo do esforço de tração (Z):
1,15 P.(2.e a )
Z
8.d
• Segundo Blèvot, através de ensaios em modelos reduzidos e em
blocos de dimensões normais, observou que o esforço de tração no
aço foi 15% superior ao indicado no cálculo. 1,61 Z
As
- Armadura necessária (As): f yk
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11. Dimensionamento estrutural
11.2) Bloco sobre duas estacas - Observações:
1) Armadura de pele (estribos horizontais): Ash = 1/8As
2) Estribos verticais: Alguns calculistas não utilizam estribos
verticais, porém para garantir um melhor confinamento do
bloco pode-se seguir a recomendação do Prof. Marcello C.
Moraes, o qual sugere estribos de 8mm (5”/16), aço CA50,
espaçados à 12cm para P ≤ 80tf e 10cm para P ≥ 80tf.
3) Armadura superior: A’s= 1/5As
4) A respeito da armadura superior, quando o cálculo indica não
haver necessidade da mesma, o assunto é bastante controvertido.
Certos autores sugerem a colocação de uma armadura usando-se
uma seção mínima que atenda às disposições construtivas, e
outros dispensam a colocação desta armadura por entender que a
mesma dificulta a confecção do bloco, trazendo mais
desvantagens que vantagens para o mesmo.
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11. Dimensionamento estrutural
11.2) Bloco sobre duas estacas
VERIFICAÇÕES A SEREM FEITAS NO CONCRETO
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11. Dimensionamento estrutural
11.2) Bloco sobre duas estacas
- Disposição da armadura: arranque do pilar
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11. Dimensionamento estrutural
11.3) Bloco sobre três estacas
O esquema de forças que entram no cálculo do bloco sobre três
estacas esta indicado na figura.
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11. Dimensionamento estrutural
11.3) Bloco sobre três estacas
- Inclinação da biela () e cálculo dos esforços:
d
tg
e 3
0,3a
3
lados e medianas
11. Dimensionamento estrutural
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11. Dimensionamento estrutural
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11. Dimensionamento estrutural
11.3) Bloco sobre três estacas
Blèvot chegou às seguintes conclusões:
- As rupturas obtidas foram complexas, com carregamentos inferiores
aos indicados pelo cálculo, através do “Método das Bielas”;
- As armaduras em cintas ou segundo os lados, acrescidas de malhas,
suportam melhor os carregamentos, não dando origem a fissuração;
- As armaduras dispostas em cintas ou segundos os lados, acrescidas
de armaduras segundo as medianas suportam também os
carregamentos, não dando origem a fissuração, desde que atendida
uma distribuição de ferragem indicada pelos ensaios;
- A tensão de compressão no concreto, junto ao pilar, é cerca de 75%
superior à tensão de ruptura fck de cálculo;
- As rupturas foram quase sempre complexas e apareceram após o
escoamento da armadura; porém, nunca por punção.
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11. Dimensionamento estrutural
11.3) Bloco sobre três estacas
RECOMENDAÇÕES PARA O DIMENSIONAMENTO
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11. Dimensionamento estrutural
11.3) Bloco sobre três estacas
VERIFICAÇÕES A SEREM FEITAS NO CONCRETO
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11. Dimensionamento estrutural
11.4) Bloco sobre quatro estacas
- Inclinação da biela () e cálculo dos esforços:
d
tg
e 2 a 2
2 4
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11. Dimensionamento estrutural
11.4) Bloco sobre quatro estacas
O professor Blèvot referindo-se ao bloco sobre 4 estacas concluiu:
- As rupturas obtidas foram complexas, com carregamentos inferiores
aos indicados pelo cálculo, através do “Método das Bielas”;
- A disposição da armadura segundo os lados, em cintas, segundo as
diagonais, apresentam sensivelmente a mesma segurança, o que não
aconteceu para armação em malha;
- A armadura, segundo as diagonais, apresentou fissuras laterais
excessivas para cargas reduzidas;
-As armaduras dispostas segundo os lados ou cintas deram origem a
fissuras na parte inferior do bloco, mostrando a necessidade de
acrescentar, nessa face, malha de distribuição;
- A disposição em cintas e segundo as diagonais apresentou melhor
comportamento quanto à fissuração;
- Em nenhum caso ocorreu ruptura por punção.
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11. Dimensionamento estrutural
11.4) Bloco sobre quatro estacas
RECOMENDAÇÕES PARA O DIMENSIONAMENTO
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11. Dimensionamento estrutural
11.4) Bloco sobre quatro estacas
VERIFICAÇÕES A SEREM FEITAS NO CONCRETO
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11. Dimensionamento estrutural
11.5) Bloco sobre cinco estacas quadrado
Bloco sobre quatro estacas dispostas nos vértices e uma no centro do
quadrado, procede-se como no caso de 4 estacas, substituindo-se P por
4/5P. 4d
Inclinação da biela ( ) e cálculo dos esforços: tg
2 ( 2e a )
Altura útil (d):
0,71 (e a / 2) d (e a / 2)
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11. Dimensionamento estrutural
11.6) Bloco sobre “n” estacas
O cálculo é feito de forma aproximada, considerando duas linhas de
ruptura ortogonais e calculando os momentos em relação a essas
linhas (seções de referência).
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11. Dimensionamento estrutural
11.6) Bloco sobre “n” estacas
A seção de referência, no caso de pilares de pequena inércia, pode
ser tomada no eixo do pilar (c1 = b / 2) ou a critério do calculista.
Para pilares de grande inércia, a seção de referência pode ser
tomada a uma distância (c1 = 0,111.b), onde ‘b’ é o comprimento do
pilar na direção estudada.
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11. Dimensionamento estrutural
11.6) Bloco sobre “n” estacas
1° caso: Bloco flexível com relação a/d > 1
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11. Dimensionamento estrutural
11.6) Bloco sobre “n” estacas
2° caso: Bloco rígido com relação 0,5 a/d 1
h
aa p
3
sendo que:
h: é a altura do bloco;
ap: dimensão do pilar;
a: dimensão do bloco na direção da dimensão ap do pilar.
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11. Dimensionamento estrutural
11.6) Bloco sobre “n” estacas
3° caso: Bloco rígido com relação a/d <0,5
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11. Dimensionamento estrutural
11.7) Bloco sobre três estacas em linha
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11. Dimensionamento estrutural
11.7) Bloco sobre três estacas em linha
Este caso particular exige que as reações R1, R2, R3 sejam iguais,
valendo cada uma P/3 e o que pode conduzir a tal situação é
exatamente a inércia do bloco, bem como o módulo de elasticidade
do concreto.
Podemos admitir que as reações R1 e R2 são proporcionais,
respectivamente, aos recalques a1 e a2, ou seja:
R1 R2
k
a1 a2
Sendo k o coeficiente de reação vertical (rigidez) que se determina
experimentalmente ou através de um método de previsão.
No caso particular, poderemos escrever:
2 R1 R2 P
Ou ainda, de forma objetiva:
k'
R1 R3 '
P 41
k 3k
11. Dimensionamento estrutural
11.7) Bloco sobre três estacas em linha
- O coeficiente k’ é calculado em função das dimensões do bloco e
do módulo de elasticidade do concreto.
' 3EI
k 3
e
- Portanto, a reação R2 é:
k k'
R2 '
P
k 3k
- Para I=0 (bloco sem inércia):
k' 0
R1 R3 0 e R2 P
- Se, ao contrário, I crescer indefinidamente, o mesmo ocorrerá com
k’ a ponto de, praticamente, podermos escrever:
k'
P
R1 R2 R3 42
3
11. Dimensionamento estrutural
11.7) Bloco sobre três estacas em linha
- Cálculo do esforço de tração (T):
Pe
T
3 d
- Cálculo da armadura (As):
1,61T
As
f yk
-É interessante verificar se a peça proposta atende também, em
termos de flexão e de esforço cortante.
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11. Dimensionamento estrutural
11.8) Bloco sobre quatro estacas em linha
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11. Dimensionamento estrutural
11.8) Bloco sobre quatro estacas em linha
Assim como para o bloco sobre três estacas é importante que as
Reações R1, R2, R3, R4 sejam iguais, valendo cada uma P/4 e o que
pode conduzir a tal situação é exatamente a inércia do bloco, bem
como o módulo de elasticidade do concreto.
Podemos admitir que as reações R1 e R2 são proporcionais,
respectivamente, aos recalques a1 e a2, ou seja:
R1 R2
k
a1 a2
Sendo k o coeficiente de reação vertical (rigidez) que se determina
experimentalmente ou através de um método de previsão.
No caso particular, poderemos escrever:
2 R1 2 R2 P
Ou ainda, de forma objetiva:
8k ' 15k 8k ' 23k
R1 R4 '
P R2 R3 '
P 45
32k 16k 32k 16k
11. Dimensionamento estrutural
11.8) Bloco sobre quatro estacas em linha
- O coeficiente k’ é calculado em função das dimensões do bloco e
do módulo de elasticidade do concreto.
' 3EI
k 3
e
- No caso, pode-se afirmar que as reações R1 e R4 são iguais; assim
tem-se:
8k ' 15k 0
- E ainda:
24 EI
3
15k 0
e
- Momento de inércia mínimo do bloco para que R1=R2=R3=R4:
5e3 k
I
8E 46
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11. Dimensionamento estrutural
11.10) Dissertação de mestrado
OLIVEIRA, L. M. de. Diretrizes para Projeto de Blocos de
Concreto Armado sobre Estacas. Dissertação de mestrado – Escola
Politécnica, Universidade de São Paulo. 2099, 151p.
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