Introdução À Economia
Introdução À Economia
Introdução À Economia
ECONOMIA
Autoria: Nelson Chalfun Homsy
Dados Pessoais
Nome:_________________________________________________________
Endereço: _____________________________________________________
E-mail: ________________________________________________________
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Prof.ª Tathyane Lucas Simão
Prof.ª Kelly Luana Molinari Corrêa
Prof. Ivan Tesck
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2017
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
330
H763i Homsy, Nelson Chalfun
Introdução à economia / Nelson Chalfun Homsy.
Indaial : UNIASSELVI, 2017.
126 p. : il.
ISBN 978-85-69910-42-8
1. Economia.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
PARCERIA ENTRE
IBAM E UNIASSELVI
No momento atual, em todos os países, em qualquer instância de governo,
observa-se um movimento de revisão do papel do Estado, somado à exigência
das populações por atuação governamental de qualidade. Esta tendência conduz
à demanda expressiva para que se consolide a existência e o funcionamento de
um sistema qualificado de Gestão para a implementação de políticas públicas.
Paulo Timm
Superintendente Geral do Instituto
Brasileiro de Administração Municipal – IBAM
APRESENTAÇÃO.......................................................................7
CAPÍTULO 1
Introdução à Economia............................................................9
CAPÍTULO 2
Microeconomia........................................................................31
CAPÍTULO 3
Macroeconomia.......................................................................43
CAPÍTULO 4
A Evolução do Pensamento Econômico no
Enfrentamento dos Problemas Sociais..............................79
CAPÍTULO 5
Os Problemas Econômicos Básicos.................................. 111
APRESENTAÇÃO
Caro pós-graduando!
Por este prisma a economia pode ser considerada como uma ciência que visa
identificar e estabelecer a utilidade dos bens em relação ao ser humano e não uma
ferramenta apenas de cálculo e precificação de bens e cálculos de índices.
Esperamos que este caderno de estudos faça com que você goste do assunto e
se interesse cada vez mais por ele, seja por curiosidade ou por necessidade. Quanto
mais você aprende e ganha segurança sobre um determinado assunto, mais aumenta
o seu grau de “amizade” com esse tema e maior é a sua curiosidade em aprender o
assunto mais detalhadamente e possa desempenhar suas atividades profissionais
de maneira mais eficiente. Esperamos, pois, que, ao ler este caderno, você inicie ou
fortaleça a sua amizade com a economia.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À ECONOMIA
ConteXtualiZação
A Economia ou Ciências Econômicas é uma ciência social que lida com
desejos humanos e sua satisfação. É principalmente preocupada com a maneira
que uma sociedade escolhe empregar seus recursos escassos e que possuem
usos alternativos para a produção de bens para o consumo presente e futuro.
Desejos ilimitados e meios limitados nos levam a fazer escolhas. Mas tudo
que queremos não é de igual importância. Então satisfazemos os desejos mais
importantes e as necessidades mais urgentes. A escolha é a essência da atividade
econômica. Podemos também dizer que a economia é a ciência da escolha.
Muitas coisas que queremos são escassas e temos que pagar um preço por
elas. Então, em economia, estudamos como os preços de coisas diferentes são
determinados. Podemos também dizer que a economia é uma ciência que lida
com preços.
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Introdução à Economia
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Introdução à Economia
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À ECONOMIA
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Introdução à Economia
Existem muitos bens intermediários que podem ser usados para vários
propósitos. Exemplos incluem o aço, que pode ser usado na construção de
equipamentos; madeira, usada em pisos e mobiliário; vidro, usado na produção
de janelas e óculos; e ouro e prata, utilizados na produção de joias.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À ECONOMIA
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Introdução à Economia
Existem três tipos principais de bens de consumo: bens duráveis, bens não
duráveis e serviços.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Terra é o recurso natural que uma empresa utiliza para produzir bens e
serviços para gerar um lucro. A terra não é restrita apenas à propriedade física ou
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Introdução à Economia
imóvel. Inclui todos os recursos naturais que a terra produz, tais como petróleo,
carvão, água, ouro e gás natural. Os recursos são materiais naturais que estão
incluídos na produção de bens e serviços.
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Introdução à Economia
Custo de Produção
Representa a soma das despesas da atividade de produção de uma empresa,
relacionadas com o capital fixo e com o capital variável.
• O custo fixo total médio: é obtido mediante a divisão do custo fixo total
pela quantidade produzida.
Suponha, por exemplo, que você produza um produto a ser vendido por
$120 e que custa $100, por unidade, se você produzir 50 unidades. Isso resultará
em um custo total de “$100 x 50” ou $5.000 e um faturamento total de “$120 x
50” ou $6.000. Suponha agora que você examine a possibilidade de produzir a
51ª unidade deste produto. Sua receita total será de “$ 120 x 51” ou $ 6.120.
Entretanto, tendo em vista a necessidade de contratar mais um empregado para
produzir esta unidade adicional, o custo será acrescido em $ 150, passando a
ser de $ 5.150. Neste caso, a decisão de produzir a unidade de número 51 seria
um mau negócio porque o custo de produção unitário aumenta para $100,98 por
unidade. Seu benefício líquido sobe em $120, enquanto o custo total aumenta em
$150, significando que o custo supera o benefício e que a produção da unidade
adicional não compensa o custo extra.
total ou média, mas a utilidade marginal. Diamantes têm preços elevados, mas
são de pouca utilidade em relação à água, enquanto que a água tem um baixo
preço, mas alta utilidade. Os teóricos clássicos foram incapazes de elucidar este
paradoxo, pois pensavam em termos da utilidade total de diamantes e da água
para os consumidores e não entendiam a importância da sua relativa utilidade
marginal. A água tem grande utilidade total, mas baixa utilidade marginal (pois,
por ser abundante, unidades adicionais vão perdendo a sua utilidade), enquanto
o diamante, por ser escasso, tem grande utilidade marginal (unidades adicionais
mantêm seu valor).
Produtividade
A empresa é uma organização econômica que transforma os fatores de
produção em bens de consumo ou em outros fatores de produção, tais como
componentes, máquinas e equipamentos.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Beneficiários da Produtividade
Existem três grupos de potenciais beneficiários dos frutos decorrentes da
melhoria da produtividade do ponto de vista econômico:
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Introdução à Economia
Fonte: O autor.
Deve ficar claro, porém, que estas são “situações-limite”, que não encontram
respaldo na realidade, pois sabemos que nossa cesta de consumo é composta
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À ECONOMIA
de uma variedade de bens pelos quais pagamos diretamente a quem nos vende
(refrigerantes, sapatos etc.) e também de serviços que consumimos sem pagar
diretamente a quem os presta, tais como os serviços de segurança pública, por
exemplo.
Economia de Escala
Ocorre quando a empresa aumenta a quantidade produzida e obtém ganhos
de produtividade, pois o custo fixo dividido pela quantidade produzida decresce.
Exemplo: o custo do aluguel de um galpão é o mesmo para produzir mil ou duas
mil unidades de um produto. Se o aluguel é igual a $ 10.000,00 por mês, o custo
do aluguel ao se produzir mil unidades é $ 10,00 por unidade; se a produção for
duas mil unidades o custo é $ 5,00 por unidade, isto é, a metade em relação à
produção de mil unidades.
Economia de EscoPo
Ocorre quando a empresa obtém maior eficiência ao passar a operar em mais
de um segmento de negócio, especialmente de natureza complementar. Exemplo:
uma siderúrgica instala uma empresa metalúrgica, em um mesmo galpão,
utilizando sobras da produção de perfis de aço. Com isso, a empresa incorre
em menores custos para transportar as sobras da área de produtos siderúrgicos
para o local de produção de produtos metalúrgicos; pode utilizar mão de obra por
ventura ociosa em uma determinada etapa da produção de aço na produção de
produtos metalúrgicos; pode promover programas de capacitação conjunta para
empregados das distintas divisões da empresa etc.
Atividades de Estudos:
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Introdução à Economia
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____________________________________________________
AlGumas ConsideraçÕes
Vimos neste capítulo que a Economia é uma ciência social que trata dos
desejos humanos e sua satisfação. Como as vontades humanas são ilimitadas,
a escassez de produtos e serviços é um aspecto relevante da vida. Como tudo
o que queremos não é de igual importância, isto nos leva à escolha. Como há
escassez de mercadorias e serviços, temos que pagar um preço por elas. E, como
os preços são pagos em dinheiro, a economia estuda o papel desempenhado
pelo dinheiro na vida econômica de uma sociedade. Ela estuda como as pessoas
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À ECONOMIA
ganham e gastam dinheiro e como isso afeta o seu modo de vida do ponto de
vista individual e social.
ReferÊncias
MANKIW, N. G. Introdução à economia. 3. ed. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2005.
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Introdução à Economia
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C APÍTULO 2
Microeconomia
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Capítulo 2 MICROECONOMIA
ConteXtualiZação
As empresas se baseiam em dados microeconômicos para fazer
uma variedade de escolhas. A qualidade das informações e dados sobre o
comportamento do setor em que atua, sobre os consumidores, fornecedores,
competidores e processos produtivos podem significar o sucesso ou fracasso de
uma empresa.
A LÓGica Microeconômica e o
ComPortamento da EmPresa
Dados microeconômicos são geralmente utilizados para compor estudos
matemáticos, a partir dos quais decisões lógicas podem ser feitas.
É razoável supor que estes são os tópicos de discussão nos níveis mais altos
de gestão da empresa, quando os executivos se reúnem para tomar uma decisão
sobre os passos futuros da empresa.
Imagine ainda que outro fator seja apresentado antes que uma decisão final
seja feita sobre o número de camisas a serem produzidas e a que preço elas serão
vendidas no mercado. O vice-presidente de marketing e propaganda faz uma
pergunta pertinente: E se a firma A aumentar sua comercialização e publicidade
em 5% do orçamento ao invés de reduzir sua margem de lucro em 10%? Poderia o
aumento dos gastos em marketing e publicidade incrementar a venda de camisas
azuis e, portanto, vencer a concorrência? Dados microeconômicos demonstram
que em alguns casos uma campanha vigorosa pode vir a ser uma ferramenta de
sucesso para vencer a concorrência.
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Capítulo 2 MICROECONOMIA
O Conceito de Mercado
Mercado é o local (físico ou não) onde vendedores e compradores se
relacionam para realizar a troca de mercadorias e serviços, com a observância
de regras específicas previamente definidas sob as quais são efetuadas as
transações. Exemplos de mercado são: a feira de frutas, legumes e verduras
(espaço físico onde ocorrem as transações) e as bolsas de valores e títulos de
dívida (espaço não físico onde ocorrem as transações, como a internet).
O Conceito de Procura
Uma das regras observadas pelos agentes que participam dos mercados
de transações é a revelação do preço da mercadoria pelo vendedor (etiqueta
ou tabuleta de preço, por exemplo) e a manifestação expressa pelo comprador
do preço pelo qual deseja comprar a mercadoria. As quantidades ofertadas pelo
vendedor e as demandadas pelo comprador estão associadas à revelação dos
preços por eles manifestada. Quanto mais baixo o preço do produto maior a
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Introdução à Economia
quantidade desejada de ser adquirida pelo comprador; quanto mais alto o preço
do produto maior a quantidade desejada de ser ofertada pelo vendedor.
Já, se, por exemplo, uma mudança de 5% no preço provoca uma variação de
2% na quantidade vendida, dizemos que a elasticidade (a medida de sensibilidade
de resposta) é igual a 0,4 (2%:5%). Como o resultado é inferior a 1, dizemos que
“a demanda é inelástica”
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Capítulo 2 MICROECONOMIA
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Introdução à Economia
O Conceito de Oferta
O conceito de oferta se refere à quantidade de um bem ou serviço que os
produtores desejam vender em um determinado mercado em um determinado
período de tempo. A oferta de um bem depende do preço pelo qual o bem é
transacionado no mercado.
Estruturas de Mercado
O mercado apresenta três estruturas básicas: concorrência perfeita;
monopólio e oligopólio.
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Capítulo 2 MICROECONOMIA
b) Estrutura de monopólio
c) Estrutura de oligopólio
Atividades de Estudos:
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Introdução à Economia
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AlGumas ConsideraçÕes
Neste capítulo foram apresentados os conceitos efeito-renda e efeito-
substituição, estruturas de mercado, comportamento do consumidor e preço
de equilíbrio, dentre outros, que se inserem na análise microeconômica, com
o objetivo de permitir às firmas, em seus respectivos segmentos comerciais,
industriais e de serviços, desenvolver estratégias e melhor planejar as suas ações
e operações.
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Capítulo 2 MICROECONOMIA
ReferÊncias
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: Pearson
2006.
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Introdução à Economia
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C APÍTULO 3
Macroeconomia
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Capítulo 3 MACROECONOMIA
ConteXtualiZação
A macroeconomia é o campo das ciências econômicas responsável pela
formulação de políticas econômicas. A ideia de que as nações possuem livre
e igual oportunidade de acesso aos mercados de bens e serviços é vinculada
ao ‘laissez faire’, ideologia fortalecida ao final do século XVIII. A intervenção do
governo em matéria econômica é atualmente uma constatação. Os governos
lidam não com indivíduos, mas com grupos e massas de indivíduos, validando
assim a importância e a necessidade de estudos macroeconômicos. Por exemplo,
durante a Grande Depressão de 1920, quando centenas de milhares de cidadãos
estavam em busca de emprego, a macroeconomia ajudou a analisar a causa e
propor medidas de combate à queda do nível de atividade econômica, levando à
adoção de políticas apropriadas para lidar com tal situação.
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Introdução à Economia
Qual é a razão pela qual não podemos determinar as leis que regem as
variáveis macroeconômicas, tais como PIB, emprego e renda, nível geral de
preços etc., simplesmente somando, multiplicando, ou calculando uma média
dos resultados obtidos a partir do comportamento das indústrias e empresas
individuais, conforme estudado pela microeconomia?
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Capítulo 3 MACROECONOMIA
O Elemento TemPo
As demonstrações financeiras normalmente auditadas são produzidas em
períodos trimestral e anual, e estas são as dimensões de tempo comum à maioria
das estatísticas das variáveis de fluxo em finanças. Para o gerenciamento interno
de relatórios, no entanto, os relatórios financeiros, muitas vezes, são produzidos
em uma base mensal, semanal e até mesmo diária. Com efeito, em grande parte
das empresas financeiras, especialmente em empresas de valores mobiliários, o
fechamento diário dos livros é habitual.
A dimensão de
A dimensão de tempo associada a uma variável de fluxo tempo associada
determinado é fundamental para a correta interpretação dos mesmos, a uma variável de
incluindo o uso de dados históricos para desenvolver previsões fluxo determinado é
fundamental para a
financeiras e projeções para períodos futuros.
correta interpretação
dos mesmos.
As variáveis econômicas podem ser denominadas de "variáveis de
fluxo" ou de "variáveis de estoque".
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Introdução à Economia
a) Variáveis de fluxo
Os fluxos podem ser Os fluxos podem ser representados pela circulação dos bens e
representados pela serviços (fluxo real) que fluem das famílias para as empresas, isto é, a
circulação dos bens oferta de mão de obra e a aplicação de suas poupanças; um segundo,
e serviços. constituindo o fluxo de renda (fluxo monetário) – correspondendo aos
pagamentos pelas empresas às famílias detentoras dos fatores de
produção utilizados, e que são traduzidos nos salários, aluguéis, juros e royalties.
Com isto a Renda agregada é representada pela soma das rendas pagas
aos detentores dos fatores de produção, conforme o esquema a seguir:
Fonte: O autor
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Capítulo 3 MACROECONOMIA
b) Variáveis de estoque
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Introdução à Economia
a) o nível do emprego;
b) a estabilidade de preços dos produtos e dos fatores de produção;
c) a distribuição justa da renda;
d) o crescimento econômico.
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Capítulo 3 MACROECONOMIA
investimento.
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Introdução à Economia
PolÍtica Monetária
Antes de estudarmos a política monetária, nós devemos estudar a natureza
e as funções do dinheiro. O dinheiro tornou-se tão importante que a economia
moderna é designada como economia de dinheiro.
FunçÕes da Moeda
O dinheiro surgiu para superar as dificuldades do escambo. Ele é geralmente
aceito como meio de troca, como um meio de saldar as dívidas, e ao mesmo
tempo atuar como medida e reserva de valor. Assim, o dinheiro inclui moedas,
notas, cheques, cartões de crédito e assim por diante. O dinheiro desempenha
muitas funções em uma economia moderna. As funções mais importantes de
dinheiro são de meio de troca, medida de valor, reserva de valor e padrão de
pagamentos futuros (também chamados diferidos).
a) Meio de troca: a função mais importante do dinheiro é que ele atua como meio
de troca. O dinheiro é aceito livremente em troca de todos os outros bens.
b) A medida de valor: o dinheiro atua como uma medida comum de valor. É uma
unidade de conta e um padrão de medida. Sempre que compramos um produto
no mercado pagamos um preço em dinheiro. E o preço não é senão um valor
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Capítulo 3 MACROECONOMIA
A Oferta de Moeda
Poupança financeira:
M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez.
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Introdução à Economia
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Capítulo 3 MACROECONOMIA
Valor do DinHeiro
"Valor do dinheiro" significa o poder de compra do dinheiro. O poder aquisitivo
do dinheiro depende do nível de preços. Um aumento geral no nível de preços
indica uma queda no valor do dinheiro e uma diminuição geral dos preços indica
um aumento no valor do dinheiro.
a) “Dinheiro caro”
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Introdução à Economia
b) “Dinheiro barato”
A teoria quantitativa da moeda deve ser entendida como uma relação entre
os preços e a quantidade de dinheiro apenas de maneira parcial. Alterações
no nível de preços podem ser influenciadas por muitas outras razões além das
variações na quantidade de dinheiro, tais como a política monetária do governo
e política fiscal, as entregas de bens em determinado período, o volume do
comércio, alterações na distribuição dos rendimentos das pessoas e procura
efetiva de bens. Uma maneira de se analisar as variações dos preços é estudar
os fenômenos conhecidos como inflação e deflação.
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Capítulo 3 MACROECONOMIA
Inflação e Deflação
Os termos “inflação” e “deflação” não são fáceis de definir. Com efeito, há
várias definições comumente aceitas, tais como:
• Tipos de inflação
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Introdução à Economia
b) Deflação
Enquanto o aumento dos preços pode ser verificado em certa medida, pela
política de expansão monetária do governo, esta se torna de pouca ajuda no
aumento do nível de preço durante a deflação. Durante a deflação, o governo
deve desempenhar um papel ativo no campo econômico e intensificar a atividade
econômica, pela realização de uma série de programas de obras públicas.
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Capítulo 3 MACROECONOMIA
Atividades de Estudos:
a) Governo central.
b) Governo estadual.
c) Banco Central.
d) Setor privado.
a) M1.
b) M2.
c) M3.
d) M4.
a) Deflação.
b) Inflação.
c) Preços estáveis.
d) Desemprego.
a) Empresários.
b) Assalariados.
c) Pensionistas.
d) Investidores.
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Introdução à Economia
a) Inflação de custo.
b) Inflação de demanda.
c) Estagflação.
d) Inflação de salários.
PolÍtica Cambial
A política cambial influencia as exportações e importações de um país. Os
principais componentes da política cambial de qualquer país são os instrumentos
cambiais e a competência exclusiva de sua formulação e execução é do governo
federal.
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Capítulo 3 MACROECONOMIA
Dessa maneira, lançam mão de artifícios tais como a taxa de câmbio para
regular o fluxo de suas exportações e importações, de acordo com regimes
diferenciados.
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Introdução à Economia
Efeitos da DesvaloriZação e da
ValoriZação da TaXa de CÂmbio
Economias como a brasileira são mais afetadas do que as dos países
desenvolvidos com mudanças na taxa de câmbio. A principal explicação é que
os preços no Brasil são muito mais afetados e, portanto, as desvalorizações e
valorizações tendem a provocar mudanças mais marcantes na taxa de inflação do
que nos países desenvolvidos.
b) Efeitos da desvalorização
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Capítulo 3 MACROECONOMIA
c) Efeitos da valorização
Atividades de Estudos:
2) Assinale V ou F:
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Introdução à Economia
64
Capítulo 3 MACROECONOMIA
a) Despesas públicas
b) Receitas públicas
c) Dívida pública
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Introdução à Economia
d) Administração financeira
• A política fiscal
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Introdução à Economia
A política fiscal deve ser utilizada como instrumento para lidar com situações
de inflação ou deflação. Uma forma de alcançar este objetivo é elaborar uma
estrutura de impostos que automaticamente reverta as perturbações econômicas
que possam surgir. A segunda é fazer alterações no sistema fiscal para lidar com
situações inflacionárias ou deflacionárias. Através do gerenciamento da despesa
pública podem ser tomadas medidas mais eficazes para remover o efeito de uma
pressão deflacionária. No caso de uma situação de inflação, podem ser utilizados
impostos anti-inflacionários como o imposto sobre os lucros excessivos e sobre
artigos de consumo de luxo.
68
Capítulo 3 MACROECONOMIA
A demasiada
A demasiada expansão ou o forte aperto no gasto público não
expansão ou o
estimulam o rápido crescimento econômico de um país quando os forte aperto no
diferentes setores da economia não são estreitamente integrados entre gasto público
si. Medidas tomadas pelo governo podem não ter sempre o mesmo não estimulam o
efeito em todos os setores. Assim, temos por exemplo uma recessão rápido crescimento
em alguns setores, seguida por um aumento dos preços em outros econômico de um
país quando os
setores. Um aumento no poder de compra através de financiamento do
diferentes setores
déficit público, política defendida por John Maynard Keynes na década da economia não
de 1930, pode não ter o efeito de vencer a recessão, ao contrário do são estreitamente
observado na política do New Deal norte-americano. integrados entre si.
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Introdução à Economia
• Política tributária
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Capítulo 3 MACROECONOMIA
PrincÍPios de Tributação
Os Princípios de Tributação e os Princípios do Sistema Tributário tratam de
aspectos distintos quando nos referimos ao pagamento de tributos.
71
Introdução à Economia
72
Capítulo 3 MACROECONOMIA
região. Além disso, tais bens e serviços não apresentam um preço único, mas
custos associados à sua oferta. Ademais, estes custos são também de difícil
determinação, pois envolvem um conjunto extenso de órgãos públicos (ministérios,
secretarias estaduais, municipais etc.) que participam de maneira associada do
processo de entrega dos serviços à população.
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Introdução à Economia
Atividade de Estudos:
74
Capítulo 3 MACROECONOMIA
Os Tributos
O ato de tributar se associa de forma direta à ideia de intervenção do
Estado. Mas, por que existem os tributos e por que são devidos ao Estado?
Para responder a estas perguntas devemos entender porque e como o Estado
intervém na economia.
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Introdução à Economia
Atividades de Estudos:
a) Do setor privado.
b) Do setor agrícola.
c) Do setor governamental.
d) Do setor industrial.
a) Contribuição.
b) Taxa.
c) Empréstimo.
d) Imposto.
77
Introdução à Economia
AlGumas ConsideraçÕes
Você pode observar neste Capítulo 3 que os resultados das microabordagens
sobre o comportamento de consumidores e produtores não podem ser aplicados
de forma generalizada sobre o comportamento do sistema econômico como um
todo (ou agregação macroeconômica), podendo levar a conclusões enganosas.
Portanto, uma macroanálise separada é necessária para estudar o comportamento
do sistema econômico como um todo, bem como em relação entre os vários
agregados macroeconômicos.
ReferÊncias
BRASIL. Lei n° 5.172/1966. Código Tributário Nacional. 2. ed. Brasília: Senado
Federal, subsecretaria de Edições Técnicas, 2012.
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C APÍTULO 4
A Evolução do Pensamento
Econômico no Enfrentamento dos
Problemas Sociais
80
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO NO
Capítulo 4 ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS SOCIAIS
ConteXtualiZação
A economia é uma ciência social. Ela examina os problemas que as
sociedades enfrentam porque os indivíduos desejam consumir mais bens e
serviços do que estão disponíveis, criando uma condição de escassez relativa.
Desejos são geralmente ilimitados e aparentemente insaciáveis, enquanto
recursos – terra, trabalho, capital e empreendedorismo – são limitados. Para
atender ao problema da escassez, um processo social é necessário para alocar
recursos limitados e alternativas ilimitadas e suas combinações.
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Introdução à Economia
82
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO NO
Capítulo 4 ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS SOCIAIS
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Introdução à Economia
TerminoloGia e Classificação do
Pensamento Econômico Moderno
Joseph Schumpeter, em seu livro “A história da análise econômica”,
escreveu que “a primeira descoberta de uma ciência é a descoberta de si mesmo.”
Se alguém aceita esse ponto de vista, a ciência da economia é bastante jovem,
já que a profissionalização da economia ocorreu somente nos últimos cem anos.
Mesmo se tivermos uma visão mais ampla e considerar a economia como uma
disciplina intelectual, ela ainda é relativamente jovem. Antes de 1500 nenhum
grupo de pensadores estava preocupado exclusivamente com a compreensão da
economia.
84
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO NO
Capítulo 4 ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS SOCIAIS
85
Introdução à Economia
O Mercantilismo
Mercantilismo é o nome dado para a literatura econômica do período entre
1500 e 1750. Embora a literatura mercantilista tenha sido produzida em todas as
economias da Europa Ocidental, as contribuições mais significativas foram feitas
pela Inglaterra e pela França.
86
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO NO
Capítulo 4 ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS SOCIAIS
A Balança Comercial
De acordo com o pensamento mercantilista, um país deve
incentivar as exportações e desestimular as importações por meio De acordo com
o pensamento
de tarifas, quotas, subsídios, impostos, e assim por diante, a fim de
mercantilista, um
alcançar uma balança comercial favorável. A produção deve ser país deve incentivar
estimulada pela interferência governamental na economia doméstica as exportações e
e pelo regulamento do comércio exterior. Tarifas protecionistas devem desestimular as
ser aplicadas aos produtos fabricados no exterior; e a importação de importações a fim
matérias-primas baratas, para ser usado na fabricação de produtos de alcançar uma
balança comercial
para exportação, deve ser incentivada.
favorável.
A Fisiocracia
Adam Smith foi influenciado durante a sua viagem à França por um grupo
de escritores franceses que se tornaram conhecidos como os fisiocratas.
Eles perceberam a inter-relação dos setores da economia e analisaram o
funcionamento dos mercados não regulados. A fisiocracia tinha um líder intelectual
reconhecido, François Quesnay (1694-1774), cujas ideias foram aceitas quase
sem questionamentos por seus colegas fisiocratas.
87
Introdução à Economia
88
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO NO
Capítulo 4 ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS SOCIAIS
Para lidar com este problema, os fisiocratas, tal como os mercantilistas franceses
e ingleses, buscavam descobrir a natureza e as causas da riqueza das nações e
das políticas que melhor promovessem o crescimento econômico. O mercantilismo
francês tinha sido mais profundo na regulação da sua atividade econômica interna
e externa do que o mercantilismo britânico, e a fisiocracia representou uma reação
ideológica a esta regulamentação. Os fisiocratas não focavam nos aspectos
monetários, mas sobre as forças reais que levam ao desenvolvimento econômico.
Em reação à noção mercantilista que a riqueza foi criada pelo processo de troca.
Ao estudarem a criação de valor físico e concluíram que a origem da riqueza
estava baseada na agricultura, ou de maneira mais ampla, na natureza.
Adam SmitH
Adam Smith (1723-1790) é popularmente conhecido como o pai da moderna
economia política. Em A riqueza das nações, de 1776, Smith propõe uma
economia de mercado livre, baseada no direito de propriedade, acumulação de
capital, abertura de mercados e na divisão do trabalho. Entretanto, Smith defendia
a necessidade da liderança pública em certos setores, argumentando que os
monopólios e os oligopólios eram indesejáveis devido ao seu potencial de limitar a
produção e qualidade dos bens e serviços.
Adam Smith tem sido muitas vezes chamado o pai da Economia. Embora
cada um dos precursores da economia clássica tenha utilizado pedaços do
quebra-cabeça, nenhum tinha sido capaz de integrar em um único volume uma
visão global das forças que determinam a riqueza das nações, as políticas
apropriadas para promover o crescimento econômico e o desenvolvimento, e a
maneira pela qual as decisões econômicas são efetivamente coordenadas pelas
forças do mercado.
91
Introdução à Economia
OrtodoXos e HeterodoXos
Embora a visão principal dos clássicos tenha sido a de um funcionamento
harmonioso do processo econômico, eles eram muito conscientes dos conflitos
na sociedade. As tendências de longo prazo do capitalismo associado à total
liberdade de ação levou a resultados que incluem a concentração de poder
e riqueza, o que fez levantar dúvidas sobre a natureza do autoequilíbrio da
economia. Com isso, as sementes de ambas visões modernas tanto de ortodoxos
como heterodoxos podem ser vistas nos autores clássicos, como David Ricardo,
Thomas Robert Malthus e Karl Marx.
92
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO NO
Capítulo 4 ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS SOCIAIS
A Análise MarGinalista
No início da década de 1870, três escritores de três países diferentes e com
três diferentes origens independentes sugeriram que o valor e, de maneira parcial,
o preço de uma mercadoria dependem da utilidade marginal da mercadoria para o
consumidor. Em 1871, W. S. Jevons, autor britânico, publicou “Teoria da economia
política” e Carl Menger, alemão, publicou “Principios de economia”. Três anos
mais tarde, um economista francês radicado na Suíça, Leon Walras, publicou
“Elementos de economia pura”. A contribuição importante desses escritores,
além de Alfred Marshall, que havia desenvolvido essas ideias no final dos anos
1860, mas não as havia publicado até 1890, foi o uso de análise marginalista na
teoria econômica. O seu trabalho foi o início do que viria a ser conhecido como o
pensamento econômico neoclássico.
94
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO NO
Capítulo 4 ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS SOCIAIS
Jevons, Menger e Walras afirmavam que, por exemplo, altos custos incorridos
na produção de bens não irão necessariamente resultar em preços elevados. De
acordo com a teoria da utilidade marginal, o valor depende da utilidade, ou do
consumo, e não se relaciona ao passado, mas ao futuro.
Isto significa que não importa o valor dos custos incorridos na produção de
um bem, pois quando este está disponível para venda o seu preço irá depender da
utilidade que o comprador espera obter ao consumi-lo. A corrente de pensamento
da utilidade marginal afirma que os fatores de produção possuem valor, mas
a extensão do seu valor é determinada pela utilidade marginal obtida no seu
consumo final ou, no caso de um bem de consumo intermediário, na utilidade por
ele gerada ao longo do processo produtivo.
95
Introdução à Economia
A teoria clássica, com seu foco sobre as forças de longo prazo que
determinam a riqueza das nações, desenvolveu teorias não monetárias, ou reais,
sobre a taxa de juro. Os economistas clássicos sustentam que a taxa de juros
depende da taxa de retorno do investimento. Forças monetárias podem alterar
a taxa de juros no curto prazo, mas no longo prazo, é a produtividade do capital,
uma força real, que corrige as taxas de juros.
David Ricardo apontou que a taxa de juro depende da taxa de lucro que
deriva da aplicação do capital, e que é totalmente independente da quantidade ou
do poder de compra da moeda. Se, por exemplo, um banco empresta um milhão,
dez milhões, ou cem milhões de reais não ocorre uma alteração permanante da
taxa de juros de mercado.
Viu o juro, entretanto, não apenas como uma parcela dos rendimentos
recebidos pelo capital, mas como uma forma de examinar os fluxos de renda de
todos os agentes produtivos ao longo do tempo. Para Fisher o aluguel e o juro são
apenas duas maneiras de medir o mesmo rendimento.
96
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO NO
Capítulo 4 ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS SOCIAIS
A Economia Institucionalista de
Veblen e Commons
Durante o último quarto do século XIX, vários autores, como Thorstein
Veblen (1857-1920), criticaram a teoria ortodoxa clássica e defenderam a
abordagem histórica para o estudo da economia.
A renda obtida com as trocas do produto destas atividades era uma medida
justa do esforço exercido. À medida que as economias se desenvolviam os
trabalhadores já não possuíam mais as ferramentas de produção ou os materiais,
e o proprietário da firma que os empregava tornava-se agora mais interessado
em ganhar dinheiro do que produzir, isto é, o instinto aquisitivo passa a corroer os
instintos artesanais e familiares.
97
Introdução à Economia
O Pensamento Econômico
ContemPorÂneo
A teoria econômica moderna encontra a fonte de todos os
A escassez é
problemas econômicos na escassez relativa. A escassez é resultado
resultado do
nosso desejo de do nosso desejo de consumir mais bens e serviços do que a nossa
consumir mais bens sociedade pode produzir. As economias modernas são economias de
e serviços do que mercado.
a nossa sociedade
pode produzir. Assim, a teoria econômica moderna se concentra em analisar como
o mecanismo do mercado busca resolver os problemas de escassez e
dá muito menos a atenção para o uso da coerção, da autoridade e da tradição.
98
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO NO
Capítulo 4 ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS SOCIAIS
99
Introdução à Economia
A Macroeconomia KeYnesiana
Em 1929, o mundo sofreu uma forte crise econômica. Os Estados Unidos
viviam então no auge do modelo liberal, no qual o Estado pouco intervinha na
economia, incumbindo-se do desempenho de atividades tais como a defesa
nacional, a da defesa da propriedade privada e a provisão da infraestrutura.
100
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO NO
Capítulo 4 ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS SOCIAIS
A orientação política geral, com exceção dos socialistas, era contra o maior
envolvimento do governo na economia. Nesse contexto, a concepção de muitos
programas governamentais que atualmente são mundialmente executados, como
a Seguridade Social, seriam considerados casos extremos de políticas públicas.
101
Introdução à Economia
Na verdade, seu livro 'Teoria geral' bem pode ser descrito como “a
economia dos agregados”. O desejo de controlar as flutuações econômicas
102
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO NO
Capítulo 4 ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS SOCIAIS
levou economistas como Leon Walras, Knut Wicksell e Irving Fisher a contribuir
para o desenvolvimento de estudos macroeconômicos. Existem certos ramos da
moderna teoria econômica que poderiam ser classificados inteiramente sob a
macroeconomia, como finanças, comércio internacional, o sistema bancário etc.
O Monetarismo e a Macroeconomia
KeYnesiana
A política da macroeconomia keynesiana se baseia na "gestão de
demanda". Através de ações monetárias e fiscais os governos podem A política da
macroeconomia
gerenciar o nível de demanda agregada e gerar alto nível de produção
keynesiana se
e do emprego sem uma pressão excessiva sobre o nível de preços. baseia na “gestão de
demanda”.
Entretanto, os economistas estão atualmente em menor acordo
sobre a natureza e o escopo das relações teóricas que explicam o comportamento
agregado ou macroeconômico. As flutuações econômicas que ocorreram
a partir da década de 1970, combinadas com políticas claras para resolver
problemas macroeconômicos, como desemprego, inflação, baixa produtividade e
estagflação, por exemplo, têm levado à busca de novas explicações, teorias e
novas abordagens sobre o funcionamento das economias.
Entre essas ideias figura a chamada Lei de Say, formulada por Jean Baptiste
Say (1767-1832), em seu Tratado de economia política, de 1802 e a teoria
quantitativa da moeda. A Lei de Say, ou Lei dos Mercados, é sintetizada na
expressão “toda oferta cria sua própria demanda”, isto é, todo ato de produção
necessariamente deve representar a procura do que foi produzido. Isto implica
que toda oferta é essencialmente a procura de algo e que não pode haver
qualquer excesso de produção ou deficiência de demanda total da economia
como um todo.
103
Introdução à Economia
(i) uma vez que os níveis da produção e do emprego são influenciados pela
oferta de moeda não existe necessidade ou justificativa para mudá-los através de
impostos ou gastos do governo; e
(ii) as variações no estoque de moeda são principalmente responsáveis
pelas flutuações econômicas e que a autoridade monetária deve manter a oferta
de moeda crescendo a uma taxa constante.
104
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO NO
Capítulo 4 ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS SOCIAIS
Esta divergência foi resolvida por meio da interação dos aspectos da renda,
do emprego e do volume de moeda na economia, de acordo com a formulação
de John Hicks e Alvin Hansen, conhecida como modelo IS-LM. A sigla IS-LM
provém do inglês Investment-Saving / Liquidity Preference-Money Supply, isto é,
Investimento-Poupança / Preferência pela Liquidez-Oferta Monetária.
105
Introdução à Economia
Atividades de Estudos:
2) __________________________________________________
Qual dos três setores era, para François Quesnay, o único capaz
de funcionar como motor dinâmico da economia?
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
AlGumas ConsideraçÕes
O economista atual não faz distinção entre necessidades e desejos
humanos, especialmente em uma sociedade em que a unidade doméstica
ou familiar não é autossuficiente. As famílias modernas produzem alguns dos
produtos que consomem, mas ainda compram muitos serviços no mercado. Com
a especialização e a divisão do trabalho a moeda como instrumento das trocas
efetuadas tornou-se essencial.
ReferÊncias
ARISTÓTELES. Coleção os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
HUME, David. Escritos sobre economia. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
109
Introdução à Economia
KNIGHT, Frank. Risk, Uncertainty and Profit, 1921. Disponível em: <https://mises.
org/library/risk-uncertainty-and-profit>. Acesso em: 15 out. 2016.
SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas
causas. Volume I Introdução de Edwin Cannan. São Paulo: Editora Nova Cultural
Ltda., 1996.
WICKSELL, Knut. Lições de economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
110
C APÍTULO 5
Os Problemas Econômicos Básicos
112
Capítulo 5 OS PROBLEMAS ECONÔMICOS BÁSICOS
ConteXtualiZação
Entre as diversas definições de economia apresentadas, uma a caracteriza
como a ciência que estuda a escolha sob condições de escassez. Quais são,
então, as questões básicas sobre quais opções devem ser feitas? Qualquer
sociedade deve fazer escolhas sobre três problemas importantes.
Eles são
Os Sistemas Econômicos
Diferentes sistemas econômicos respondem às perguntas acima
Um sistema
de forma diferente. Um sistema econômico refere-se a como os econômico refere-
diferentes elementos econômicos vão resolver os problemas centrais se a como os
de uma economia: o que, como e para quem produzir. Refere-se diferentes elementos
à produção e à distribuição de bens e serviços. Refere-se à forma econômicos
como diferentes elementos econômicos, trabalhadores e gestores, vão resolver os
problemas centrais
organizações produtivas, como fábricas ou empresas e agências
de uma economia:
governamentais, estão ligados entre si para formar um todo orgânico. o que, como e para
quem produzir.
Um sistema econômico consiste de vários indivíduos e suas
instituições, como as instituições bancárias, as instituições educacionais e
econômicas. Os sistemas econômicos mais gerais são:
113
Introdução à Economia
I. A economia tradicional.
II. A economia capitalista.
III. A economia socialista.
IV. A economia mista.
Economia Tradicional
Na economia Na economia tradicional, os problemas básicos são resolvidos
tradicional, os pelas tradições e os costumes regulam os aspectos do comportamento.
problemas básicos Na economia tradicional produz-se exatamente nas quantidades que
são resolvidos satisfazem as necessidades de consumo das pessoas. É uma economia
pelas tradições e os de subsistência. Não há muitas trocas, pois há apenas produção
costumes regulam
em pequena escala. O mesmo produto será produzido por todas as
os aspectos do
comportamento. gerações e as técnicas de produção são tradicionais.
Economia CaPitalista
Uma economia capitalista é um sistema econômico no qual
É um sistema a produção e a distribuição de mercadorias ocorrem através do
econômico no
mecanismo do mercado livre. Daí também se chama economia de
qual a produção
e a distribuição mercado ou economia de livre comércio. Cada indivíduo, seja um
de mercadorias consumidor ou produtor ou proprietário de recursos, tem considerável
ocorrem através liberdade econômica. Um indivíduo tem a liberdade de comprar e vender
do mecanismo do qualquer quantidade de bens e serviços e escolher qualquer ocupação.
mercado livre. Assim, em uma economia de mercado não há um coordenador
central orientando seu funcionamento. A auto-organização emerge do
funcionamento do mercado, onde as forças de demanda e oferta determinam o
preço pelo qual ocorrem as trocas. As principais características do capitalismo
são:
114
Capítulo 5 OS PROBLEMAS ECONÔMICOS BÁSICOS
115
Introdução à Economia
DesvantaGens da Economia
CaPitalista
1. Desigualdades: o capitalismo cria desigualdades extremas de renda e
riqueza. Os produtores, proprietários, comerciantes colhem lucros enormes e
acumulam riqueza. Assim, os ricos tornam-se mais ricos e os pobres mais pobres.
Os pobres com meios limitados são incapazes de competir com os ricos. Assim, o
capitalismo alarga o fosso entre os ricos e os pobres criando desigualdade.
116
Capítulo 5 OS PROBLEMAS ECONÔMICOS BÁSICOS
Economia Socialista
Em uma economia socialista, a propriedade e a operação dos
meios de produção competem ao Estado. Todas as decisões em A propriedade e
a operação dos
matéria de produção e distribuição são tomadas pela autoridade
meios de produção
de planejamento central. Portanto, a economia socialista é também competem ao
chamada de economia planificada ou economia de comando. O Estado.
governo desempenha um papel ativo. O bem-estar social é de suma
importância; portanto, a igualdade de oportunidades é facultada a todos. Todas
essas vantagens têm propiciado o elevado nível de desenvolvimento humano.
Entre as economias socialistas figuram a China, Cuba, Vietnã e a Coreia do Norte.
As características básicas do socialismo são:
117
Introdução à Economia
DemÉritos do Socialismo
1. Expansão da burocracia: uma economia socialista é operada sob um
sistema de comando e controle centralizado. Não há incentivo para que as
pessoas se esforcem no trabalho.
118
Capítulo 5 OS PROBLEMAS ECONÔMICOS BÁSICOS
119
Introdução à Economia
Com efeito, nas economias modernas prevalecem formas híbridas dos dois
sistemas, constituindo-se em economias de sistema misto, ou simplesmente,
economia mista.
Economia Mista
Em uma economia mista, as instituições públicas e privadas
As instituições exercem o controle sobre a economia. O setor público funciona como
públicas e privadas em uma economia socialista e o setor privado como em uma economia
exercem o controle
de livre iniciativa. Todas as decisões sobre o que, como e para quem
sobre a economia.
produzir são tomadas pelo Estado. O setor privado produz e distribui
produtos e serviços. Fabrica bens de consumo e bens de capital visando
à satisfação do bem-estar social. Em uma economia mista existe a possibilidade
para a manutenção da propriedade privada, para obter lucro, consumir, produzir
e distribuir e decidir sobre a natureza e o nível de ocupação. Mas como a total
liberdade pode vir a afetar o bem-estar público, algumas atividades são reguladas
ou controladas pelo Estado. As principais características do sistema econômico
misto são:
120
Capítulo 5 OS PROBLEMAS ECONÔMICOS BÁSICOS
121
Introdução à Economia
Atividades de Estudos:
a) Capitalismo.
b) Socialismo.
c) Economia mista.
d) Todos os sistemas econômicos.
a) Economia de subsistência.
b) Economia de mercado.
c) Economia de comando.
d) Economia monetária.
a) Planejamento.
b) Tecnologia.
c) Governo.
d) Motivação pelo lucro.
122
Capítulo 5 OS PROBLEMAS ECONÔMICOS BÁSICOS
123
Introdução à Economia
ConsideraçÕes Finais
Em 1776, mesmo ano da declaração da independência americana, Adam
Smith – considerado o criador das Ciências Econômicas – publicou A riqueza das
nações. Smith apresentou um conjunto de argumentos que agora é familiar a todos
os estudantes de economia: (1) a principal motivação humana é o autointeresse;
(2) a mão invisível da concorrência automaticamente transforma o interesse de
muitos em um bem comum e (3) por conseguinte, a melhor política de governo
para o crescimento da riqueza de uma nação é a política do governo mínimo.
124
Capítulo 5 OS PROBLEMAS ECONÔMICOS BÁSICOS
125
Introdução à Economia
ReferÊncias
ARRIGHI, Giovanni. O longo século XX: dinheiro, poder e as origens de nosso
tempo. São Paulo: UNESP, 1995.
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