Liderança e Seu Papel Na Inclusão
Liderança e Seu Papel Na Inclusão
Liderança e Seu Papel Na Inclusão
SEU PAPEL NA
INCLUSÃO
1ª Edição
Indaial - 2022
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
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Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
C337l
CDD 350
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Diversidade Nas Organizações.................................................... 7
CAPÍTULO 2
Liderança Inclusiva Nas Organizações..................................... 49
CAPÍTULO 3
Gerindo a Diversidade................................................................. 93
APRESENTAÇÃO
Prezado aluno, o presente livro busca lhe apresentar uma contextualização
sobre a liderança inclusiva. Para tal finalidade, os conteúdos foram organizados
tendo em vista a apresentação da temática da diversidade no contexto organiza-
cional, buscando conceituá-la, descrever suas características e a importância da
inclusão nas organizações. Aprofundando esse tema, tratamos da liderança e da
importância do papel do líder e, especialmente, do líder inclusivo nos processos
de inclusão de pessoas nas organizações. Hoje, o líder apresenta um papel fun-
damental para tornar as organizações mais inclusivas. Por fim, vamos tratar da
gestão da diversidade, ou seja, após compreender o que é a diversidade organi-
zacional e o papel da liderança, vamos tratar das formas de gerir a diversidade,
unidos os dois aspectos inicialmente apontados: diversidade e liderança.
Este livro está dividido em três capítulos, sendo que no Capítulo 1 será apre-
sentada uma contextualização sobre a temática da diversidade, sobre os proces-
sos de inclusão nas organizações, dentre outros aspectos para situar o leitor so-
bre a atualidade da gestão da diversidade nas organizações contemporâneas.
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Capítulo 1 Diversidade Nas Organizações
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
As transformações socioculturais e econômicas, em conjunto com a libera-
lização econômica, globalização e mudanças nas preferências dos clientes, são
alguns dos aspectos que impactaram sobre a diversidade da força de trabalho
(YADAV; LENKA, 2020). O capital humano passou a ser um fator crítico de suces-
so, demandando estratégias específicas e inovadoras na gestão de pessoas. É
nesse contexto que a preocupação com o comportamento e a diversidade organi-
zacional chegou às organizações. Essas mudanças também foram sentidas nas
empresas brasileiras, provocando alterações significativas nas práticas e políticas
que envolvem o gerenciamento de pessoas. Além disso, há uma tendência de tor-
nar a gestão de pessoas estratégica e constituí-la como uma fonte de vantagem
competitiva. Em virtude de tais mudanças, houve uma maior cobrança de líderes
e responsáveis pela gestão de pessoas em decorrência da percepção que as po-
líticas adotadas pelos mesmos impactam no resultado da organização, exigindo
desses uma atuação mais dinâmica e estratégica (BORGES et al., 2007).
O avanço nos direitos humanos e civis, como no caso das mulheres ao lon-
go de várias décadas, é um dos marcos que estimularam uma maior participação
na força de trabalho de membros de grupos historicamente sub-representados e,
consequentemente, tem sido urgente a necessidade de se gerenciar uma força de
trabalho com uma infinidade de identidades, origens e experiências. A diversidade
nas organizações dialoga com diversas demandas contemporâneas, entre elas, o
crescimento populacional e o envelhecimento da força de trabalho, que se apresen-
tam como novos desafios para as organizações gerenciarem efetivamente a diver-
sidade no local de trabalho (ROBERSON, 2019), tendo em vista que, a cada dia,
se vê uma massa de trabalhadores com maior faixa etária nas organizações. Vale
lembrar que os desafios à diversidade, equidade e inclusão não são simplesmente
perpetrados por indivíduos, pois as desigualdades são profundamente incorporadas
nas estruturas das organizações e da sociedade (BAILEY et al., 2017).
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Liderança e seu papel na inclusão
Com o passar dos anos, a sociedade vai se tornando mais heterogênea. As-
pectos como gênero, etnia, orientação sexual, idade, crença religiosa ou limitações
físicas, por exemplo, assinalam essa heterogeneidade (ALVES; GALEÃO-SILVA,
2004; FLEURY, 2000; NKOMO; COX, 1999). Com isso, a gestão bem-sucedida de
uma força de trabalho diversa se constitui como um dos desafios importantes para
os líderes organizacionais. Esse desafio não reside na heterogeneidade da força
de trabalho em si, mas na habilidade dos gestores em compreender a dinâmica
da diversidade (MOR BARAK, 2005). A expansão e mobilização geográfica das
organizações que justificaram, em grande parte, o aumento da heterogeneidade
demográfica das organizações no final do século XX, passaram a exigir mais flexi-
bilidade para lidar com as diferenças.
A administração das empresas tem como uma de suas tarefas basilares a ad-
ministração de um corpo social diverso em vários aspectos, envolvendo desde dife-
renças ligadas às características profissionais até características mais intrínsecas,
como a cultura de cada colaborador, além das características sociodemográficas.
Nesse sentido, o desafio dos gestores é obter o melhor desempenho organizacio-
nal, considerando uma integração que não anule o potencial das diferenças, ou
seja, garantir que as diferenças sejam integradas de modo a promover uma identi-
dade e coesão entre os colaboradores, respeitando as diferenças entre estes.
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Capítulo 1 Diversidade Nas Organizações
dade e criar um ambiente que seja um catalisador para o sucesso. Em vez disso,
precisamos olhar para diferenças, recebê-las e utilizá-las para o bem de todos,
fazendo delas uma parte prioritária no cenário das práticas tradicionais, como a
resolução de problemas, formação de equipes e tomada de decisão (KENNEDY,
2008). Cabe, ainda, apontar que não devemos considerar a questão da inclusão
e da diversidade nas organizações como algo funcional, isto é, como um novo
recurso para ampliar mercados, para inovar ou para obter lucros, mas, sim, algo
necessário para refletir o próprio contexto social diverso em que as organizações
estão inseridas. É claro que, como já demonstrando por vários estudos, a diver-
sidade no contexto organizacional pode colaborar para a inovação, criatividade
etc., mas não se trata de olhar apenas a diversidade como mais um recurso para
a organização, e, sim, como algo que deve ser inerente a ela, pois diversidade é
uma característica da nossa sociedade. Somos seres diversos, com característi-
cas e habilidades muito próprias. Quando tratamos da diversidade, estamos nos
posicionando em comparação à homogeneidade, que é algo contrário ao contexto
social que temos atualmente.
É claro que não estamos tratando de uma tarefa simples. Na grande parte
dos casos, estamos nos referindo a temas complexos, que muitas vezes geram
tensionamentos entre a questão da diversidade e outros temas como o desempe-
nho, pois como fazer com que pessoas com características diferentes contribuam
de forma igual para os objetivos da organização? Não há uma resposta única para
tal indagação, mas, certamente, todos, independentemente de suas limitações,
podem contribuir.
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Liderança e seu papel na inclusão
2 CARACTERIZANDO A
DIVERSIDADE SOCIAL NAS
ORGANIZAÇÕES
Historicamente, a busca por ambientes mais igualitários dentro das organiza-
ções teve seu começo em meados da década de 1960 nos Estados Unidos e na
Europa, impulsionada por leis em busca da promoção de igualdade de oportuni-
dades para mulheres e minorias raciais (NKOMO; STEWART, 2006). De lá para
cá, houve muita evolução e ampliação das ações em prol da igualdade nas orga-
nizações para os mais diversos públicos.
Nkomo e Cox (1999, p. 334) destacam que nos últimos anos “[...] a diversidade
vem ganhando notoriedade como tópico dos estudos organizacionais [...]”, mas que
o conceito “[...] carece de rigor, desenvolvimento teórico e especificidade histórica
[...]”. Segundo esses autores, as definições variam de “conceituações restritas a ex-
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Capítulo 1 Diversidade Nas Organizações
cessivamente amplas”, com definições que acabam por enfatizar apenas raça, etnia
e gênero, até as mais amplas, que incluem história pessoal, formação profissional
e acadêmica, personalidade, dentre outros atributos do ser humano: “as definições
indicam que o termo diversidade se refere a todas as diferenças individuais entre
as pessoas – isto é, todos são diferentes” (NKOMO; COX, 1999, p. 335). Além dis-
so, observa-se que a literatura disponível acerca do tema, normalmente, centraliza
o discurso da diversidade levando em consideração principalmente as diferenças
inatas, ou seja, gênero, raça... Thomas Jr. (1990), todavia, diz que o foco deve ser
expandido, incluindo não apenas as diferenças de raça, gênero, credo e etnia, mas
também as de experiência, vivência, educação, cargo (ou função) e personalidade.
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Capítulo 1 Diversidade Nas Organizações
Apesar de muito ser dito sobre a diversidade em elementos como idade, raça,
gênero, etnia, religião e deficiência, os especialistas atualmente reconhecem que
tais características demográficas são apenas a ponta do iceberg (HARRISON et
al., 2002). Estas, em sua maioria, refletem a diversidade em nível superficial, di-
ferenças em características facilmente identificáveis, que não refletem o que as
pessoas pensam ou sentem, e podem levar os trabalhadores a se enxergarem
uns aos outros por meio de estereótipos. No entanto, as evidências mostraram
que, à medida que as pessoas vão se conhecendo, ficam menos preocupadas
com as diferenças demográficas se perceberem que possuem características
mais importantes em comum, como personalidade e valores, as quais constituem
a diversidade em nível profundo: diferenças de valores, personalidades e prefe-
rências de trabalho que se tornam progressivamente mais importantes por deter-
minar similaridades à medida que as pessoas vão conhecendo umas às outras
(CHATTOPADHYAY; TLUCHOWSKA; GEORGE, 1999).
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Capítulo 1 Diversidade Nas Organizações
Qualidades Descrição
1. Fazer da Esta qualidade muda tudo o que você foi condicionado a acreditar. Vamos colocar
diversidade nossas diferenças de lado, somos mais parecidos que diferentes. Olhemos para
uma priori- tudo o que temos em comum. Nossas diferenças são secundárias. Ocorre que
dade organi- essas diferenças não são sequer reconhecidas como um estoque vantajoso de
zacional gravetos para acender novas ideias - os condutores de criatividade, inovação e
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5. Esta- Esta qualidade se baseia em sua definição: a doutrina que a dependência mútua
belecer é necessária para o bem-estar social. Também é essencial para o bem-estar or-
mutualis- ganizacional. Então, essa qualidade aplica esse conceito para todos os aspectos
mo como do trabalho e da vida, bem como todos os tipos de organizações. Ela cria uma
árbitro definição de sucesso que tem um "critério" claro que serve como árbitro final de
final todos os planos, as inovações, as decisões, produtos, serviços, programas, fins
lucrativos, dentre outros, de forma que todos se beneficiem e ninguém seja pre-
judicado. Em outras palavras, ela cria uma relação ganha-ganha, onde todos nós
ganhamos. Construindo o futuro sobre uma base de mudanças mutualismo tudo o
que fazemos. Ela exige que nós, conscientemente, façamos uma prática rotineira
de primeiro avaliar nossas ações, comportamentos, decisões, pensamento e novas
ideias com uma inspeção cuidadosa de suas implicações e benefícios para todos
os envolvidos. Ela adiciona um novo elemento de consideração para cada negócio
ou plano estratégico. Ela traz o melhor de todos nós, revertendo os traços que
Mahatma Gandhi advertiu serem perigosos para a humanidade, para que o nosso
comportamento e ações reflitam os valores de mutualismo: a riqueza com trabalho
duro, conhecimento com o princípio, o comércio com a moral, a ciência com a hu-
manidade, o prazer com consciência.
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vas e recebiam 30% a menos que os homens, em média. Além desses números,
a pesquisa, publicada em maio de 2016, mostra que apenas 4,6% dos negros
ocupavam cargos executivos; e não existia nenhum executivo indígena nas em-
presas estudadas. Ou seja, a pesquisa demonstra o quanto ainda precisamos
avançar no Brasil para promover a diversidade nas organizações. Além disso, e
como já discutido anteriormente, quando tratamos da diversidade nas organiza-
ções, algumas temáticas se sobressaem, tais como a idade, gênero, orientação
sexual, etnia, religiosidade e pessoas com deficiências.
No que se refere à idade, hoje temos nas organizações uma grande diversi-
dade etária/geracional, o que envolve pessoas com diferentes experiências e con-
cepções sobre a vida e o trabalho convivendo. Ao mesmo tempo que isso pode
representar um ganho, também pode ser um grande desafio para pessoas de di-
ferentes gerações. Muitas vezes o desafio está em gerar cooperação entre atores
com diferentes visões e opiniões. Esta é uma vertente em expansão atualmente
no Brasil, especialmente por conta do período de transição demográfica pelo qual
estamos passando, em que a expectativa de vida tem aumentado e o número
de pessoas acima de 60 anos tem tido maior participação no mercado. A ida-
de é uma questão emergente como um novo desafio para as organizações, pois
há empresas que optam por colaboradores mais jovens, mas outras não (SILVA,
2015), sendo que, cada vez mais, pessoas de maior idade farão parte da força de
trabalho no país.
De acordo com a pesquisa do Instituto Ethos (2016), com exceção dos car-
gos executivos, trabalhadores acima de 56 anos possuem pouca representativi-
dade nos diversos níveis das organizações pesquisadas. Para piorar a situação,
cerca de 90% das organizações afirmam que não possuem medidas e ações que
visam promover oportunidades de trabalho para pessoas com mais de 45 anos de
idade, demonstrando o tamanho do desafio de se promover ambientes organiza-
cionais mais inclusivos do ponto de vista geracional. O Instituto Ethos (2016) faz
um importante alerta para as poucas vagas de trabalho para trabalhadores acima
de 56 anos, e que as organizações ainda não se preocuparam com a questão do
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Capítulo 1 Diversidade Nas Organizações
Macedo (2012) observa que o termo sexo é uma expressão usada para dife-
renciar biologicamente o ser humano, enquanto gênero envolve questões sociais,
culturais e/ou psicológicas que são estabelecidas. Assim, gênero é uma constru-
ção social a partir do sexo, sendo este último usado para caracterizar um aspecto
fisiológico dos seres humanos (OLINTO, 1998). A questão de gênero, no contexto
organizacional, envolve especialmente as discussões em torno das relações de
poder estabelecidas entre homens e mulheres, especialmente as desigualdades
entres estes (MEYER; SOARES, 2008).
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Liderança e seu papel na inclusão
As pessoas com deficiência (PcD) também são outro desafio para a diversida-
de nas organizações. Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 44) definem pessoa com
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Capítulo 1 Diversidade Nas Organizações
deficiência como “uma pessoa que possua qualquer problema físico ou mental que
limite substancialmente uma ou mais das principais atividades exercidas pelo ser
humano”. Observa-se que a inclusão de minorias nas organizações também promo-
ve diferentes ganhos para as organizações, tais como a redução dos preconceitos e
melhoria do clima organizacional (FELIZARDO, 2016). No entanto, conforme reve-
lam os dados recentemente divulgados pelo IPEA (LOPEZ, 2018), a contratação de
pessoas com deficiência e sua efetiva inclusão no mercado de trabalho ainda é um
desafio a ser superado – em especial quando consideramos que 45,6 milhões de
pessoas declararam ter pelo menos um tipo de deficiência no Brasil, seja visual, au-
ditiva, física, mental ou intelectual, o que representa 23,9% da população brasileira,
segundo o censo demográfico brasileiro de 2010 (IBGE, 2010).
A inclusão de pessoas com deficiência não pode ser feita apenas para cum-
prir requisitos legais. Como notado no estudo de Fialho et al. (2017), a admissão
de pessoas nessa condição é feita de forma não planejada, e elas são incluídas
apenas para atender aos requisitos obrigatórios da legislação. Vale ressaltar que
a Lei de Cotas (Lei n. 8.213/1991) (BRASIL, 1991) obrigou empresas com cem ou
mais empregados a preencherem de 2% a 5% de seus cargos com beneficiários
reabilitados ou deficientes na seguinte proporção: até 200 empregados, 2%; de
201 a 500, 3%; de 501 a 1.000, 4%; e de 1.001 em diante, 5%.
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trabalho, algo que depende tanto de preparo profissional quanto das condições
estruturais, funcionais, organizacionais e sociais que norteiam o ambiente interno
e externo ao qual o indivíduo irá integrar-se. Ou seja, essa inclusão deve ir além
da captação e absorção dessas pessoas, adotando-se práticas efetivas de diver-
sidade nas organizações, investindo na estrutura física e na sensibilização dos
colaboradores (SANTOS et al., 2015), sendo que tal processo tem um forte papel
do Estado na deliberação de políticas que incentivem tais inserções.
A inclusão e seu processo dentro das organizações não é tarefa fácil, mas
para que ocorra, é necessário se trabalhar com todos os colaboradores o comba-
te às barreiras que dificultam a inclusão, tais como o preconceito. Superadas es-
sas barreiras, novos colaboradores e os atuais não serão vistos sob um olhar es-
tigmatizante, ou tidos como menos capazes que os demais. No estudo de Silva et
al. (2017), diferentes barreiras para a contratação e manutenção de pessoas com
deficiência foram identificadas, sendo que foi notada a visão ainda limitada dos
gestores acerca do desempenho e das oportunidades que estes podem oferecer.
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3 PROCESSOS DE INCLUSÃO/
EXCLUSÃO DE DIFERENTES
PÚBLICOS NO CONTEXTO
ORGANIZACIONAL
Ao não terem suas diferenças respeitadas, as pessoas passar a ser estigmati-
zadas, e tal fenômeno gera consequências negativas para aqueles que se sentem
atingidos, pois a estigmatização é um atributo depreciativo a uma pessoa ou grupo
social, gerando uma exclusão dessas pessoas (SARAIVA; IRIGARAY, 2009).
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Algo que às vezes pode parecer não muito claro são as percepções sobre
discriminação entre os diferentes grupos (CARTER; MURPHY, 2015). Por exem-
plo, a compreensão do que torna uma organização “diversificada” varia de acordo
com o grupo. A maioria dos membros do grupo consideram as organizações “di-
versas” em um nível mais baixo, em função de uma visão hegemônica de um gru-
po com maior representação (DANBOLD; UNZUETA, 2019). Membros de grupo
majoritário definem a diversidade amplamente, conforme satisfeita por represen-
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De acordo com Sicherolli, Medeiros e Valadão Jr. (2011), empresas que con-
duzem práticas de diversidade, tanto aquelas previstas em lei como a contratação
de pessoas com deficiência, assim como ações em prol da diversidade no sentido
mais amplo, são importantes, mas insuficientes tendo em vista as discrepâncias
ainda existentes entre grupos minoritários. Criar uma política de diversidade na
organização é um passo importante para a institucionalização dessa questão no
cerne da gestão.
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Liderança e seu papel na inclusão
De modo sintético, a diversidade nas organizações não pode ser vista ape-
nas como uma forma de cumprir a legislação, porque diferenças de etnia, raça,
religião, deficiência e gênero não são definidoras de competência. Da mesma for-
ma, a inclusão nas organizações não deve ser vista como uma forma de assisten-
cialismo ou caridade para estabelecer uma imagem de organização politicamente
correta. Essa é uma visão muito reducionista das diversas oportunidades em tor-
no da inclusão de grupos minoritários nas organizações.
Estratégia Discussão
Estabelecer respon- A maneira mais eficaz de obter maior equidade nas organizações é imple-
sabilidade organiza- mentar estruturas de responsabilização; essa tem se mostrado a aborda-
cional pela diversi- gem mais eficaz para melhorar a representação de mulheres e pessoas de
dade, equidade e diferentes raças como gestores (KALEV et al., 2006). Para se tornarem
objetivos de inclusão verdadeiramente diversas e inclusivas, as organizações precisam garantir
que executivos, unidades e comitês sejam responsáveis pela diversidade,
metas de equidade e inclusão, e que a liderança tenha a capacidade e um
mandato para responsabilizar as unidades. Essa abordagem sinaliza que
a organização está realmente comprometida com seus objetivos e que os
esforços de diversidade são fundamentais para o sucesso da organização
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Capítulo 1 Diversidade Nas Organizações
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Estabelecer mensa- As intervenções estruturais podem ir além de programas formais para mu-
gens organizacio- dança de normas e valores culturais. As organizações devem considerar o
nais acolhedoras e uso da linguagem em suas mensagens, de forma a sinalizarem a inclusão
inclusivas para seus membros sub-representados em vez de uma linguagem que pos-
sa prejudicar a responsabilidade para seus membros bem representados.
Nesse sentido, mensagens que atribuem discriminação a viés implícito, em
vez de viés explícito, reduzem a responsabilização e a punição para os
perpetradores de discriminação (DAUMEYER; ONYEADOR; RICHESON,
2021). Dessa forma, mensagens de diversidade podem aumentar a con-
fiança e reduzir as lacunas de desempenho para os membros de grupos
marginalizados (ONYEADOR; HUDSON, 2021).
Estabelecer As organizações que têm historicamente, ou estruturalmente, apoiado a hie-
processos que rarquia da sociedade existente tendem a atrair indivíduos que acreditam na
ignorem o viés hierarquia e se comportam de acordo. Há de se destacar que determinadas
interpessoal pessoas podem preferir a hierarquia, e isso afeta as maneiras como os indi-
víduos interagem com outros que estão abaixo na hierarquia, resultando em
menos empatia sobre os infortúnios de minorias, além de um apoio reduzido
às ações afirmativas Além disso, as preferências por hierarquia afetam a
maneira como esses indivíduos interagem com outros que estão mais abai-
xo no hierarquia, resultando em menos empatia sobre os infortúnios de mi-
norias raciais, apoio reduzido à ação afirmativa e aumento da negatividade
em relação às alegações de discriminação (GUTIÉRREZ; UNZUETA, 2013;
HUDSON et al., 2019). Organizações percebidas como desinteressadas na
diversidade, equidade e inclusão atraem indivíduos que também apresentam
desinteresse por tais questões, o que torna a mudanças mais difíceis. Assim,
para que as organizações combatam o preconceito e a discriminação, devem
implementar práticas estruturais que bloqueiem o viés dos tomadores de de-
cisão de afetar os processos (ONYEADOR; HUDSON, 2021).
Como notado no Quadro 2, boa parte das estratégias giram em torno da co-
municação. A comunicação, quando tratamos da diversidade organizacional é um
aspecto-chave, pois é através dela que é possível se promover a diversidade e
tomar conhecimento sobre o que essa apregoa nas organizações.
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5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste primeiro capítulo, buscamos apresentar o contexto em que a diversi-
dade tem emergido, sua definição e principais características. Além de apresentar
um panorama geral, também destacamos a necessidade de inclusão e de pro-
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Liderança e seu papel na inclusão
Esperamos que você tenha aprendido um pouco sobre esses temas e que se
sinta mais confiante em tratar da diversidade e suas implicações para as organi-
zações. A seguir, no próximo capítulo, vamos tratar de um elemento central para a
inclusão nas organizações: a liderança inclusiva.
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C APÍTULO 2
Liderança Inclusiva Nas
Organizações
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Capítulo 2 Liderança Inclusiva Nas Organizações
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A liderança é algo complexo e multifacetado (PEDRUZZI JUNIOR et al.,
2016). Ao longo dos anos, mesmo sendo muito estudada, não há um consenso
sobre uma abordagem desse tema, mas há um entendimento sobre seus diferen-
tes aspectos. No campo das ciências comportamentais, a liderança talvez seja o
fenômeno sobre o qual mais foi escrito e menos se tem certezas (ANTONAKIS;
DAY, 2018). Deve-se isso em boa parte, ao fato de novas demandas emergirem e
exigirem novas competências dos líderes.
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Liderança e seu papel na inclusão
A liderança é muitas vezes confundida com poder e gestão, mas o poder diz
respeito aos meios potenciais que os líderes têm para influenciar os outros (ES-
TEVES, 2020). Isto é, a capacidade de conduzir os outros em direção a algum
objetivo e levá-los a empreender dispendiosos esforços para concretizar tal obje-
tivo requer que se tenha poder. Se alguém tem autoridade formal ou não, não im-
porta (ANTONAKIS; DAY, 2018). Por outro lado, a gestão, enquanto orientada por
tarefas, resultando em estabilidade fundamentada na racionalidade, nos meios
burocráticos e no cumprimento das obrigações contratuais (ou seja, transações)
se distingue da liderança, que é orientada por propósitos, baseada em valores,
ideais, visão, símbolos e trocas emocionais (ESTEVES, 2020).
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Capítulo 2 Liderança Inclusiva Nas Organizações
Líderes autocráticos: esses líderes usam sua autoridade para impor as ma-
neiras de trabalhar e geralmente tomam decisões sem consultar sua equipe ou
seguidores. Isso pode funcionar em organizações nas quais a contribuição dos
seguidores precisa ser mínima e a motivação para “seguir” não é afetada por não
estar envolvido na decisão.
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Liderança e seu papel na inclusão
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Capítulo 2 Liderança Inclusiva Nas Organizações
A liderança, atualmente, deve ser pensada de uma forma holística. Hoje, são
reconhecidos e identificados outros tipos de liderança no mercado corporativo,
dentre elas, podem ser citadas as lideranças: carismática, situacional, transforma-
cional, dentre outras que trataremos a seguir. Tais estilos de liderança surgiram
por conta da pesquisa científica que identificou diferentes características em dife-
rentes graus de líderes e suas formas de atuação.
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Liderança e seu papel na inclusão
Visionário
Arquiteto
Com clareza sobre o que deve ser realizado, os líderes atuam como arqui-
tetos. Em vez de desenvolverem planos, os líderes assumem o papel mais sofis-
ticado de projetar a organização como um sistema aberto e com poderes, capaz
de planejar, executar e ajustar continuamente o fluxo de recursos em ciclos de
trabalho mais curtos em busca de objetivos.
Treinador
Catalisador
Para tornar o tema da liderança ainda mais claro, vamos explorar alguns dos
principais estilos de liderança discutidos na literatura, além dos quatro estilos já
apresentados anteriormente neste capítulo.
Nesse tipo de liderança, há uma troca mútua entre líder e liderados, em que o
líder se beneficia do desempenho do liderado e lhe oferece recompensas. Assim,
a recompensa é uma forma de proporcionar o comprometimento e estabelecer
confiança entre líder e liderado (HORWITZ et al., 2008). As abordagens transacio-
nais são caracterizadas pela confiança no processo de troca entre líder e seguido-
res; em outras palavras, eles veem as interações em nível utilitário, de que estão
lá apenas para servir a tarefa em questão. Eles tendem a ter um foco particular
nas questões do dia a dia, trabalham dentro de sistemas estabelecidos, procuram
limitar a variação e usam os processos existentes para resolver problemas.
Nesse tipo de liderança, o líder deve estar atento às necessidades dos lide-
rados, que vão desde a garantia de intervalos de descanso até feedbacks, como
elogios por trabalhos realizados (WAHAB et al., 2016). Por conta dessa caracterís-
tica, esse tipo de liderança é criticado, entre outras coisas, pelo fato de, uma vez
alcançadas as metas, os liderados podem se sentir desestimulados a irem além das
metas, isto é, faltam estímulos para superar expectativas (WAHAB et al., 2016).
58
Capítulo 2 Liderança Inclusiva Nas Organizações
É bem comum vermos esse tipo de liderança nas organizações, pois é uma
forma de gerar produtividade, especialmente em organizações com estruturas
mais formais e rígidas (BASS, 1990).
2.3 LIDERANÇA
TRANSFORMACIONAL
A liderança transformacional foi idealizada por Burns (1978) e versa sobre as
profundas e duradouras mudanças geradas por um líder, promovendo alterações
nos comportamentos, nas crenças e nas motivações dos liderados, de forma a
torná-los conscientes de suas necessidades e transcendendo dos interesses indi-
viduais para os interesses coletivos (HORWITZ et al., 2008).
59
Liderança e seu papel na inclusão
60
Capítulo 2 Liderança Inclusiva Nas Organizações
61
Liderança e seu papel na inclusão
62
Capítulo 2 Liderança Inclusiva Nas Organizações
63
Liderança e seu papel na inclusão
A liderança autêntica é uma teoria normativa que propõe como deve ser e
agir o líder. Muito inspirada nos princípios da psicologia positiva, a teoria da li-
derança autêntica emerge com a proposta de explicar o líder e a forma como se
estabelece a relação entre este e os liderados (ESPER; CUNHA, 2015).
64
Capítulo 2 Liderança Inclusiva Nas Organizações
A essência da liderança LMX pode ser entendida por meio de dois aspectos:
Os “grupos” são aqueles que se envolvem mais com seu líder, expandindo
suas responsabilidades de função. Outros que geralmente não estão interessados
em papéis negociados adicionais se tornam parte do “grupo externo”. Simplifican-
do, os seguidores do grupo geralmente são favorecidos com mais frequência do
que os do grupo externo.
65
Liderança e seu papel na inclusão
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Capítulo 2 Liderança Inclusiva Nas Organizações
conflito da forma de atuação entre ambos. Isso ocorre porque há perfis de lideran-
ça que acabam sendo antagônicos.
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Liderança e seu papel na inclusão
As pessoas atuam cada vez mais em equipes diversas, e para “alcançar ob-
jetivos organizacionais e evitar riscos potenciais, as empresas devem ser sensí-
veis às demandas e diferenças de sua força de trabalho e promover um ambiente,
tanto global como localmente, inclusivo” (SILVEIRA, 2019, p. 5).
68
Capítulo 2 Liderança Inclusiva Nas Organizações
Shore et al. (2011, p. 1265) definem inclusão como “o grau em que um funcio-
nário percebe que é um membro estimado do grupo de trabalho experimentando
um tratamento que satisfaça suas necessidades de pertencimento e singularida-
de”. Quando o funcionário se sente incluído, ele pode manter sua individualidade
no grupo ao mesmo tempo em que é tratado como um membro (JANS, POST-
MES; VAN DER ZEE, 2012). Mor Barak (2017) afirma que a inclusão deve incluir
o envolvimento dos liderados em processos de tomada de decisão, o acesso às
informações relevantes e a oportunidade de participar de várias atividades. Dessa
forma, pergunta-se: será que em uma organização burocrática, com uma lideran-
ça autoritária, isso seria possível?
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Liderança e seu papel na inclusão
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Capítulo 2 Liderança Inclusiva Nas Organizações
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Liderança e seu papel na inclusão
Operar em tais domínios exige uma série de habilidades dos líderes. A abor-
dagem de habilidades sugere que as habilidades e conhecimentos necessários
para que um líder seja eficaz podem ser aprendidos e desenvolvidos (NORTHOU-
SE, 2013). Muitas pessoas têm potencial de liderança, que pode ser aprimorado
por experiências e treinamento para torná-las líderes mais eficazes (NORTHOU-
SE, 2013). Treinamento, exposição, experiências e envolvimento com determina-
das atividades podem preparar as pessoas para posições de liderança.
Katz (1955) identificou três habilidades diferentes que um líder deveria ter, a
saber: habilidades técnicas; habilidades humanas e habilidades conceituais.
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Liderança e seu papel na inclusão
Habilitador de
Pode criar… Mas levado ao extremo ...
liderança
Pode ser avassalador, desorien-
Inspirar Excitação, idealismo, confiança.
tador e confuso.
Excelente planejamento, organização, Muito rígido, inflexível, controla-
Foco
priorização. dor e obsessivo.
Excelente trabalho em equipe, delegação, Abdicação de responsabilidade,
Habilitar
empoderamento. falta de supervisão.
Celebração de sucesso, desempenho Manipulação, bullying, cultura de
Reforçar
inferior diagnosticado e ajudado. vigilância.
Um ambiente de aprendizado, reflexão e 'Paralisia por análise', muito lento
Aprender
melhoria contínua. para as circunstâncias.
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Capítulo 2 Liderança Inclusiva Nas Organizações
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Liderança e seu papel na inclusão
Conhecimento de vieses
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Capítulo 2 Liderança Inclusiva Nas Organizações
Curiosidade
Inteligência cultural
Colaboração
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Liderança e seu papel na inclusão
Comprometimento
Coragem
Falam e desafiam o status quo e são humildes quanto a seus pontos fortes
e fracos. Os líderes inclusivos demonstram coragem de duas maneiras. Primeiro,
eles não têm medo de desafiar atitudes e práticas organizacionais arraigadas que
geram homogeneidade, mesmo que suas recomendações sejam política ou cultu-
ralmente impopulares. Tampouco têm medo de mostrar humildade reconhecendo
suas limitações pessoais e buscando contribuições de outras pessoas para supe-
rá-las. Alguns líderes acham difícil admitir que não têm todas as respostas; a esse
respeito, coragem e humildade andam de mãos dadas.
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Capítulo 2 Liderança Inclusiva Nas Organizações
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Liderança e seu papel na inclusão
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Capítulo 2 Liderança Inclusiva Nas Organizações
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Ao estudar a temática da liderança, podemos notar que os diferentes estilos
de liderança buscam atrelar os compromissos organizacionais à satisfação no tra-
balho, à produtividade, ao atendimento dos objetivos organizacionais e também
das partes interessadas, inclusive os liderados.
81
Liderança e seu papel na inclusão
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Liderança e seu papel na inclusão
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JANS, L.; POSTMES, T.; VAN DER ZEE, K. I. Sharing differences: the inductive
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Liderança e seu papel na inclusão
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Liderança e seu papel na inclusão
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91
Liderança e seu papel na inclusão
92
C APÍTULO 3
Gerindo a Diversidade
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
94
Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Nos capítulos I e II, tivemos contato com dois temas fundamentais para a
discussão que teremos neste capítulo. Já estabelecemos os conceitos de diversi-
dade e de liderança inclusiva. Agora, vamos explorar o que é a gestão da diversi-
dade, suas práticas e a importância da comunicação inclusiva.
2 O QUE É GESTÃO DA
DIVERSIDADE
Como já discutido no Capítulo 1, a diversidade no local de trabalho tem se
tornado algo muito proeminente, e que continuará a aumentar (SHUKLA; GUPTA;
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Liderança e seu papel na inclusão
96
Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
Destaca-se que a diversidade, para que gere resultados positivos para a or-
ganização, demanda uma série de estratégias de gestão, ou seja, práticas efica-
zes de gestão. Gerir as diferenças não é apenas uma ação que envolve represen-
tatividade, isto é, não se limita ao simples recrutamento de diversos públicos para
a organização, mas envolve aprender a contemplar e responder corretamente às
necessidades, valores e atitudes de profissionais que trazem suas diferentes con-
tribuições para a organização (ABAKER; AL-TITI; AL-NASR, 2018). Na mesma
direção, Thomas (1992) afirma que a gestão da diversidade que é voltada para a
valorização de diferenças não deve focar apenas no indivíduo, mas no grupo. A
retórica da diversidade requer um novo estilo de gestão que respeite as diferentes
culturas, estilos e origens e as diversas habilidades, aspirações e atitudes de uma
moderna força de trabalho (EDELMAN; FULLER; MARA-DRITA., 2001).
97
Liderança e seu papel na inclusão
98
Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
Syed e Özbilgin (2009) propõem que a gestão da diversidade seja feita por
meio de uma abordagem relacional, considerando múltiplos níveis de fatores para
se desenvolver uma visão contextualizada. Os três níveis são: (i) macronacional;
(ii) meso ou intermediário; e (iii) micro.
99
Liderança e seu papel na inclusão
Por fim, no nível micro, são abordados assuntos pertinentes ao livre arbítrio,
à identidade e às aspirações, ou seja, são consideradas as diferentes caracterís-
ticas de uma pessoa, como gênero, raça, experiências, dentre outras decorrentes
de sua identidade.
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Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
• Treinamento de linguagem.
• Práticas de educação.
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Liderança e seu papel na inclusão
• Práticas de mentoring.
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Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
Além disso, O’Donovan (2017) sustenta que os gestores são obrigados a reco-
nhecer e responder às diferenças dos funcionários de uma maneira que mantenha
a justiça, a retenção e produtividade e evite discriminação. Banks (2016) sugeriu
que os gerentes perguntassem diretamente aos funcionários sobre equidade de gê-
nero e raça, incentivando os funcionários a considerar essas questões e envolven-
do os funcionários na identificação de problemas e na concepção de soluções.
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Liderança e seu papel na inclusão
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É por meio da inclusão que se garante que indivíduos com identidades dife-
rentes sejam capazes de participar plenamente em todos os aspectos do traba-
lho enquanto se sentem tratados com justiça, valorizados, respeitados, acolhidos
(TAN, 2019).
104
Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
Dutt (2020) afirma que, para que os indivíduos se sintam incluídos, identida-
des precisam ser reconhecidas, e que focar na diversidade sem inclusão torna
grupos marginalizados, pois eles sentem que servem meramente como uma es-
tatística de diversidade na qual suas vozes e experiências não são valorizadas. A
identidade é a forma como definimos quem somos e onde sentimos que perten-
cemos. Assim, quando encontramos pessoas semelhantes a nós, sentimos uma
certa sensação de conforto. Embora as práticas de gestão da diversidade tenham
se concentrado principalmente em trazer mulheres, pessoas de diferentes raças
e membros de outros grupos marginalizados para o local de trabalho, as práticas
de inclusão procuraram criar igualdade de acesso à tomada de decisões, recur-
sos e oportunidades de mobilidade ascendente para esses indivíduos. Da mes-
ma forma, muitos estudiosos e profissionais de diversidade e inclusão procuraram
enfatizar o valor que pessoas com uma variedade de diferenças trazem para a
organização (FERDMAN, 2014).
Cissna (2020) encontrou, por meio de um estudo de método misto, que di-
versidade sem inclusão cultiva o medo e se torna tóxica, enquanto a inclusão
sem diversidade gera homogeneidade em detrimento da criatividade. Para que a
diversidade seja bem-sucedida, depende da inclusão no local de trabalho (ASAI,
2019; SHERBIN; RASHID, 2017). Berson e Stieglitz (2013) afirmam que não é a
diversidade em si que importa, mas, sim, a eficácia com que você lidera uma força
de trabalho diversificada para alcançar os objetivos da organização.
105
Liderança e seu papel na inclusão
res brancas (26% x 17%). Não admira que as mulheres negras sejam muito mais
propensas do que as mulheres brancas (44% x 30%) a se sentirem estagnadas em
suas carreiras. Além disso, as mulheres de diferentes raças são mais propensas do
que as mulheres brancas a sentir que devem comprometer sua autenticidade se
quiserem ser líderes. Nessa mesma pesquisa, 72% das mulheres negras, 53% das
latinas e 52% das mulheres asiáticas dizem que a “presença executiva” em sua em-
presa é definida como conformidade com os padrões masculinos tradicionalmente
brancos. Assim, estratégias são demandadas para combater tal cenário. Jain-Link,
Kennedy e Bourgeois (2020) sugerem cinco passos básicos:
106
Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
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Liderança e seu papel na inclusão
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Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
O trabalho de Shore et al. (2011) indica que tanto a liderança inclusiva quanto
as práticas podem ser vistas como antecedentes da inclusão. Um líder inclusivo
tem sido caracterizado como um que visivelmente defende a diversidade e as ini-
ciativas ligadas a ela, busca e valoriza as contribuições dos funcionários, demons-
tra um estilo de liderança colaborativo, tem a capacidade de gerenciar conflitos,
incorpora tomada de decisão, possui competência cultural e cria um senso de
identidade coletiva (DELOITTE, 2011).
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Liderança e seu papel na inclusão
QUADRO 1 – VALORES/CONHECIMENTOS/HABILIDADES
NECESSÁRIAS PARA CRIAR INCLUSÃO
É importante notar que a exclusão pode ter efeitos negativos na saúde psi-
cológica e física, seja como uma forma aberta (ou seja, atos de preconceito) ou
como uma forma sutil de discriminação (ambígua na intenção de prejudicar o des-
tinatário) (JONES et al., 2016).
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Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
A seguir, são apontados esforços que organizações têm realizado para pro-
mover ambientes mais inclusivos (VOHRA et al., 2015, p. 360):
111
Liderança e seu papel na inclusão
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Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
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Liderança e seu papel na inclusão
A inclusão nas organizações está ligada a diversos ganhos para ela. Algumas
pesquisas demonstram que as percepções de inclusão de trabalhadores foram li-
gadas ao clima organizacional, caracterizado pela justiça e um clima de diversida-
de (SHORE et al., 2011). Em climas de trabalho mais diversos, os trabalhadores
estão dispostos a falar e participar mais plenamente (DETERT.; BURRIS, 2007)
e a discriminação e o assédio tendem a ser menores (CHORBOT-MASON; RU-
DERMAN; NISHII, 2013). Um clima caracterizado pela abertura comunicação e
recrutamento transparente, promoção e desenvolvimento também tem sido asso-
ciado à inclusão de trabalhadores (DAYA, 2014).
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Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
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Liderança e seu papel na inclusão
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Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
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Liderança e seu papel na inclusão
4 COMUNICAÇÃO INCLUSIVA
Um local de trabalho diversificado significa uma ampla gama de habilidades,
talentos, perspectivas e experiências em um só lugar. E quando a diversidade
encontra a inclusão, é mais provável que os locais de trabalho retenham funcio-
nários, atinjam ou superem metas financeiras, obtenham melhores resultados de
negócios e tenham alto desempenho, sejam inovadores e ágeis.
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Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
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Liderança e seu papel na inclusão
site. Qualquer coisa que produzamos reflete a associação, e é vital que todas as
nossas comunicações sejam livres de linguagem discriminatória, ou o que poderia
ser interpretado como linguagem discriminatória.
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Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
Dar oportunidades para que todos falem. Por exemplo, no trabalho, os ho-
mens falam livremente. Eles não esperam ser chamados para falar. Em contraste,
as mulheres tendem a esperar até que alguém peça sua opinião, pois valorizam
as conexões. Portanto, os líderes homens devem parar de falar tanto e se esfor-
çar para chegar às mulheres, pedir suas opiniões, ideias etc. O resultado líquido
será uma comunicação mais diversificada, frutífera e produtiva.
7. Foco nos resultados.
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Liderança e seu papel na inclusão
9. Seja adaptável.
Dito de forma simples, os líderes masculinos devem se sentir à vontade para per-
guntar aos diversos grupos e indivíduos sobre seu estilo de comunicação preferido.
Uma queixa comum que grupos marginalizados nas organizações têm é que
sentem que os colegas não ouvem realmente o que estão dizendo. Se você es-
tiver ensaiando mentalmente o que quer dizer em seguida, em vez de realmente
ouvir a pessoa com quem está falando, mude. Pare seus pensamentos e concen-
tre-se no que o orador está comunicando com suas palavras e linguagem corpo-
ral. Sua atenção total será notada.
122
Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
Estratégia Ações
Definir o tom para con- Defina o tom e verifique seus preconceitos. Ouça ativamente, observe a lin-
versas inclusivas é fun- guagem corporal e venha de um lugar de curiosidade e não de julgamento.
damental. Incentivar o
pré-trabalho, criar uma Delinear normas, metas e objetivos. Descreva um conjunto de normas que
sensação de segurança governam como os participantes se envolverão em uma conversa pondera-
psicológica e avaliar seus da. Pergunte explicitamente aos participantes quais são seus objetivos para
próprios preconceitos o exercício de mediação e estabeleça de três a cinco objetivos que você tem
como facilitador são es- para o seu tempo juntos.
senciais para garantir que
os participantes possam Reconheça e demonstre apreciação pela vulnerabilidade e desconforto do
ser vulneráveis e se en- participante. Reconheça e afirme os desafios de ser aberto e vulnerável nes-
volver totalmente em uma se espaço. Demonstre apreço por sua disposição de se envolver em con-
conversa inclusiva. versas corajosas e o desconforto que virá disso. Afirme que eles não serão
punidos por fazer perguntas, avançar suas ideias ou cometer erros.
Permita que o facilitador Faça perguntas esclarecedoras. “Quero ter certeza de que entendo sua pers-
se aprofunde na perspec- pectiva sobre a situação. Você pode compartilhar comigo como você perce-
tiva do participante sobre beu que a interação aconteceu ou ocorreu?”
a situação e permita que
os participantes escla- Paráfrase. “Quero ter certeza de que entendo sua perspectiva. Você estava
reçam suas motivações, dizendo...?”
articulem sua lógica e
forneçam informações Incentive o Processamento Ativo. “Você pode me dizer mais sobre o que
sobre como o evento os você quer dizer com [citação direta]?” “E como você se sentiu naquele mo-
impactou. mento?” "O que o motivou a dizer ou fazer XYZ?"
Direto para a empatia. “Esta pode não ter sido sua intenção de dizer [XYZ].
Eu sei que muitas vezes dizemos coisas que não queremos dizer. Qual era a
sua intenção?” OU “É assim que sua mensagem pode ser percebida.”
Ofereça uma oportunida- Intenção vs. Impacto. “Entendo que você pode não ter a intenção de ferir ou
de para cada participante alienar seu colega de trabalho, no entanto, na minha experiência, declara-
avaliar uma perspectiva ções como a que você expressou foram percebidas como dispensando ou
alternativa e obter maior prejudicando outras pessoas.”
percepção de como a
outra pessoa pode ter Perspectiva tomada. “Se olharmos para o lado oposto do espectro e fizermos
experimentado a mesma um experimento mental para adotar a perspectiva da pessoa X, você pode
experiência. ver uma maneira alternativa de ver os eventos?” “O que você acha que eles
estavam pensando? Qual você acha que pode ter sido a intenção por trás de
alguns de seus pensamentos ou expressões?”
123
Liderança e seu papel na inclusão
Seguindo em frente. “Se você fosse essa pessoa, embora seja impossível
entrar na cabeça de alguém, quais são algumas coisas que você gostaria
de ver/sentir em um ambiente que avança de forma produtiva e ponderada?”
“Quais são algumas características que você gostaria de ver?”
Forneça estratégiasIdentificar Estratégias e Próximos Passos. “Na minha experiência, vi as coi-
acionáveis e tangíveis e sas funcionarem quando todos se engajassem de uma maneira que os fi-
medidas de responsabili- zesse se sentirem seguros e como se sua voz fosse ouvida. Quero garantir
dade que os participantes que alcancemos as metas que você estabeleceu hoje cedo, então aqui estão
podem implementar para algumas estratégias que podemos implementar…”
garantir uma relação de
trabalho produtiva e posi- Afirmar seu valor. “Eu realmente valorizo o trabalho que vocês fazem e o
tiva no futuro. trabalho que fazemos juntos. Seu trabalho traz contribuições valiosas para
a empresa. Quero garantir que você se sinta confortável em trazer seu eu
completo e autêntico para o local de trabalho e que todos possamos trabalhar
juntos para construir um ambiente inclusivo. Por favor, deixe-me saber como
posso ajudar nessa empreitada.”
124
Capítulo 3 Gerindo a Diversidade
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Bem, chegamos ao final da nossa jornada! A proposta de todos os capítulos
foi apresentar uma série de conceitos, discussões e ferramentas que possam auxi-
liar o leitor a tomar melhores decisões, quando o assunto tratar de diversidade nas
organizações. Passamos por diferentes debates, desde o entendimento do que é
diversidade, da necessidade de se construir organizações mais inclusivas, até o
entendimento sobre o papel da liderança e do que trata a gestão da diversidade.
Por fim, a comunicação inclusiva também é muito importante, pois, para ser
mais inclusiva, a organização, seus líderes e membros, devem mudar inclusive a
125
Liderança e seu papel na inclusão
Esperamos que você, leitor, tenha aproveitado todos os conteúdos que com-
partilhamos até o momento e possa ser um líder ativo na construção de organiza-
ções mais inclusivas.
REFERÊNCIAS
ABAKER, M. O. S. M.; AL-TITI, O. A. K.; AL-NASR, N. S. Organizational policies
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Liderança e seu papel na inclusão
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