Agrupamento de Espécies Amazônicas Por Meio de Características Tecnológicas Da Madeira

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1

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – UFRA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL
CAMPUS DE PARAUAPEBAS

LUCAS DE JESUS BARBOSA


WILZA CARLA SANTOS E SOUSA

AGRUPAMENTO DE ESPÉCIES AMAZÔNICAS POR MEIO DE


CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS DA MADEIRA

PARAUAPEBAS – PA
2018
2

LUCAS DE JESUS BARBOSA


WILZA CARLA SANTOS E SOUSA

AGRUPAMENTO DE ESPÉCIES AMAZÔNICAS POR MEIO DE


CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS DA MADEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


curso de Engenharia Florestal da Universidade
Federal Rural da Amazônia, Campus de
Parauapebas, como requisito para obtenção do
grau de Bacharel em Engenharia Florestal.
Área de concentração: Tecnologia e utilização de
produtos florestais.
Orientadora: Drª. Selma Lopes Goulart.
Coorientador: Dr. Thiago de Paula Protásio.

PARAUAPEBAS – PA
2018
3

LUCAS DE JESUS BARBOSA


WILZA CARLA SANTOS E SOUSA

AGRUPAMENTO DE ESPÉCIES AMAZÔNICAS POR MEIO DE


CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS DA MADEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal Rural da


Amazônia, como parte das exigências do Curso de Graduação em Engenharia
Florestal, para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Florestal. Área de
concentração: Tecnologia e utilização de produtos florestais.

05/03/2018
_____________________________
Data da Aprovação

Banca Examinadora:

_____________________________________________
Profª. Drª. Selma Lopes Goulart (Orientadora)
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA

_____________________________________________
Prof. Dr. Thiago de Paula Protásio (Coorientador)
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA

_____________________________________________
Prof. Dr. Marcos Rodrigues (Membro)
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
4

À Maria Elza de Jesus e Maria Alaides Santos e Sousa

DEDICAMOS
5

AGRADECIMENTOS
Lucas de Jesus Barbosa

Agradeço primeiramente a Deus por ter iluminado os caminhos e escolhas que


levaram até a realização desta etapa dos meus estudos.

Aos meus pais Maria Elza e Mesaque Mangabeira, meus exemplos de


dedicação, disposição, amor e honestidade com tudo que se propõe a fazer. Pelo
apoio incondicional, amor, carinho, atenção e ensinamentos durante toda a vida.

Aos meus irmãos, Davi e Rayane, pela parceria, companheirismo durante


nossa trajetória, e por sempre me apoiarem durante toda a graduação.

À Wilza Carla, minha dupla eterna e minha parceira durante toda a graduação.
Obrigado por todos os conselhos e palavras de conforto, pela paciência nas longas
conversas nos momentos difíceis e por boas risadas nos momentos de
companheirismo e amizade, que nunca sairão da minha memória. Você é parte
fundamental da minha construção como acadêmico.

À nossa orientadora, Professora Drª. Selma, pelos ensinamentos e


experiências práticas vividas no campo da tecnologia da madeira, além da paciência
e por toda ajuda prestada a nós nessa fase tão importante da graduação.

Ao nosso coorientador, Professor Dr. Thiago de Paula Protásio, pela atenção


e contribuições para a realização deste trabalho.

Ao Professor Fernando Andrade, pela receptividade e ajuda sempre que


precisei e por nos apresentar essa ciência incrível que envolve os estudos da madeira
e suas tecnologias.

À Universidade Federal Rural da Amazônia, pela oportunidade de adquirir


novos conhecimentos e pela infraestrutura disponibilizada.

Ao corpo docente da UFRA – Parauapebas, em especial aos Professores


Andréa Siqueira Carvalho, Gládis Jucoski, Marcos Rodrigues e Carlos Alberto
de Sousa Nogueira, pela colaboração imensurável em minha construção como
Engenheiro Florestal e pela simpatia e carinho de sempre.
6

Ao amigo Ivaldo Tavares Júnior, pelo aprendizado e iniciativa de buscar o


conhecimento de novas técnicas nas ciências florestais.

Ao meu amigo Geovane, pelo apoio e por me ajudar em qualquer imprevisto,


pela paciência e pelas conversas descontraídas, além da sagacidade de seus
conselhos.

A todos os colegas da turma, pelo convívio durante esses cinco anos.

Ao Polo Moveleiro de Parauapebas por nos concederem o material de estudo.

À Universidade Federal de Lavras, pelo apoio durante a realização deste


trabalho.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram em algum momento durante


a jornada de graduação, bem como para a realização deste trabalho, o meu muito
obrigado!
7

AGRADECIMENTOS
Wilza Carla Santos e Sousa

Á Deus, pela vida. Pela oportunidade de trilhar o caminho da evolução, onde


sempre me foi oferecido todo amparo dos céus, sendo sempre guiada por muita luz e
proteção. “Porque mui grande é a sua misericórdia para conosco, e a fidelidade do
Senhor subsiste para sempre”.

Á minha rainha Maria Alaides, pelo amor incondicional, por ser sempre meu
porto seguro, pelos ensinamentos baseados na honestidade, educação e dedicação,
para que alçássemos sempre voos cada vez mais longos, em busca dos nossos
sonhos e conquistas, tornando-nos, a mim e meus irmãos, cidadãos dignos e
merecedores de tudo àquilo que a vida nos oferece. Esse mundo com você é mais
belo. Te amo!

Aos meus irmãos, Wilma e Wilson, pelo companheirismo, pela cia na trajetória
da vida, por serem sempre representantes fiéis das minhas origens, por dividirem
comigo o orgulho e amor pela nossa genitora. Amo vocês!

Ao meu “paidrasto” Aluízio, pelos cuidados e por ter sido uma peça
fundamental na minha vida nos últimos anos. Você foi imprescindível para a formação
do meu caráter.

Ao meu primo Jonas, (in memoriam), dono de um coração gigantesco. Como


queria dividir esse momento de maneira física com você. Continuarei a trilhar os
nossos sonhos aqui na Terra, quando chegar a hora, comemoraremos essas
pequenas conquistas juntos novamente. Te amarei eternamente.

Ao meu melhor amigo Lucas, exemplo de equilíbrio, o qual nunca mediu


esforços para me auxiliar e me amparar, em todos os momentos, sempre com muito
amor e serenidade. Obrigada pela amizade sincera, companheirismo, pelo seu sorriso
constante, que me alegra e acalma e pelo muito que aprendi contigo. Você é, sem
dúvidas, minha dupla eterna!

À nossa orientadora, Profª. Drª. Selma Lopes Goulart, que é um exemplo de


profissional que exerce seu trabalho com humanidade e autenticidade. Que atuou
sempre com presteza e gentileza, nas sugestões e correções deste trabalho. Obrigada
8

pela paciência e por toda ajuda prestada a nós nessa fase tão importante da
graduação.

Ao nosso coorientador, Prof. Dr. Thiago de Paula Protásio, pelas


contribuições na realização deste trabalho e incentivos constantes. Obrigada pelos
valiosos conhecimentos transferidos que muito contribuíram para a minha formação.

Ao Prof. Fernando Andrade, responsável por despertar em mim a paixão pela


Ciência e Tecnologia da Madeira. Serei eternamente grata por todas as oportunidades
e orientações.

Aos amigos de trabalho pelo espírito colaborativo. Em especial a Lídia e Ellen


com quem tive o prazer em trocar experiências e saberes ímpares, pela amizade e
companheirismo durante esses anos.

Ao Polo Moveleiro de Parauapebas por nos concederem o material de estudo.

À Universidade Federal de Lavras, pelo apoio durante a realização deste


trabalho.

Aos Professores que fizeram a escolha de serem mais que professores e


foram educadores ao longo da graduação, em especial à Andréa Carvalho por todos
os aprendizados durante o início da minha formação, que se perpetuaram até aqui,
por seu olhar sagaz e por ter me encaminhado a essa Universidade.

Aos colegas da turma 2013.1, pelo convívio. As peculiaridades de cada um


fizeram com que essa turma se tornasse especial e inesquecível.

À Universidade Federal Rural da Amazônia, por me proporcionar uma


formação de qualidade e pela infraestrutura disponibilizada.

Enfim, a todos àqueles que de alguma forma ou outra contribuíram e


participaram desta etapa da minha vida, meus sinceros agradecimentos.
9

“As portas se abrem diante de uma firme determinação.


É ela que transforma sonho em realidade.”
(Autor desconhecido)
10

RESUMO

No agrupamento de espécies tropicais é importante analisar conjuntamente as várias


características da madeira. Neste aspecto, a análise estatística multivariada apresenta
vantagens, por proporcionar a aplicação de métodos estatísticos que permitem
descrever e analisar as características tecnológicas da madeira. Neste contexto, o
presente trabalho teve como objetivo agrupar e identificar o potencial de uso de
espécies tropicais oriundas do Polo Moveleiro do Município de Parauapebas/PA, pelas
propriedades físicas, mecânicas e colorimétricas da madeira, por meio da aplicação
da análise de componentes principais, incluindo o teste de Scott-Knott como suporte
para a interpretação dos resultados. Foi analisada a madeira de 10 espécies,
determinando as propriedades físicas (densidade básica, contrações lineares nos
sentidos tangencial e radial, contração volumétrica total e o coeficiente anisotrópico),
mecânicas (flexão estática e compressão paralela às fibras) e os parâmetros
colorimétricos da madeira (L*, a*, b*, C* e h*). Na análise de inter-relações entre as
propriedades, a densidade básica foi a que teve o maior número de correlações
significativas. As análises de correlação entre a cor e a densidade básica
demonstraram que as madeiras mais densas, são mais escuras e apresentam mais
pigmento vermelho (a*). A face radial é mais clara (L*) para nove madeiras, com
exceção da espécie angelim-pedra. Esta informação orienta que o desdobro da
madeira destas espécies deve ser realizado na face demandada pelo mercado.
Observa-se, ainda, que tais informações podem subsidiar uma pré-classificação da
madeira, permitindo ao setor madeireiro à aquisição de lotes de madeira mais
homogêneos, sob o ponto de vista cor destas espécies, ganhando em qualidade dos
produtos. As características mais importantes da madeira na separação dos grupos
das espécies florestais, pela análise de componentes principais, foram a densidade
básica, as propriedades mecânicas e o ângulo de tinta (h*) no componente 1, as
contrações tangenciais e a coordenada cromática (b*) no componente 2 e a saturação
da cor (C*) no componente 3. As análises estatísticas univariadas e multivariadas
indicaram que as características da madeira são eficientes para o seu agrupamento e
identificação do potencial de uso.

Palavras-chave: Amazônia, espécies tropicais, propriedades físico-mecânicas,


colorimetria, qualidade da madeira.
11

ABSTRACT

In grouping tropical species it is important to analyze the various characteristics of


wood together. In this respect, the multivariate statistical analysis presents
advantages, as it provides the application of statistical methods that allow to describe
and analyze the technological characteristics of the wood. In this context, the present
work had the objective of grouping and identifying the potential of tropical species
originating from the furniture Pole of the Municipality of Parauapebas/PA, for the
physical, mechanical and colorimetric properties of the wood, through the application
of principal component analysis, including the Scott-Knott test as a support for the
interpretation of the results. It was analyzed the wood of 10 species, determining the
physical properties (basic density, linear contractions in the tangential and radial
directions, total volumetric contraction and anisotropic coefficient), mechanical (static
flexion and parallel compression to fibers) and colorimetric parameters of wood L*, a*,
b*, C* and h*). In the analysis of interrelationships between properties, the basic
density was the one with the highest number of significant correlations. The correlation
analyzes between color and basic density showed that the denser woods are darker
and have more red pigment (a*). The radial face is lighter (L*) for nine woods, with the
exception of the angelim-stone species. This information guides that the unfolding of
the wood of these species must be carried out in the face demanded by the market. It
is also observed that such information can subsidize a pre-classification of the wood,
allowing the timber sector to acquire more homogeneous wood lots, from the color
point of view of these species, gaining in product quality. The most important
characteristics of wood in the separation of groups of forest species, by principal
component analysis, were the basic density, mechanical properties and ink angle (h*)
in component 1, the tangential contractions and the chromatic coordinate (b*) in
component 2 and color saturation (C*) in component 3. The univariate and multivariate
statistical analyzes indicated that the characteristics of the wood are efficient for their
grouping and identification of the potential of use.

Keywords: Amazônia, tropical species, physico-mechanical properties, colorimetry,


wood quality.
12

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Partes do lenho de uma espécie folhosa nos três planos espaciais de
observação.......................................................... ...................................................... 21

Figura 2 – Representação gráfica do sistema de coordenadas de cores CIEL*a*b*


1976. ......................................................................................................................... 28

Figura 3 – Município de Parauapebas – PA, local onde foi realizado o estudo. ....... 33

Figura 4 – Representação esquemática da amostragem das madeiras utilizadas no


estudo. A) Tora retirada da base ou topo; B) Prancha diametral; C) Corpos de prova
para os ensaios físicos e mecânicos. ........................................................................ 35

Figura 5 – Representação esquemática dos ensaios físicos das madeiras utilizadas


no estudo. A) Pesagem dos corpos de prova em balança eletrônica; B) Determinação
das dimensões dos corpos de prova nos respectivos planos de corte; C) Secagem dos
corpos de prova em estufa. ....................................................................................... 35

Figura 6 – Representação esquemática dos ensaios mecânicos das madeiras


utilizadas no estudo. A) Máquina universal de ensaios (EMIC DL30000); B) Ensaio de
flexão estática; C) Ensaio de compressão paralela às fibras. ................................... 38

Figura 7 – Representação esquemática da obtenção dos parâmetros colorimétricos


das madeiras utilizadas no estudo. A) Calibração do aparelho; B) Medições na
superfície da amostra nos planos radial e tangencial; C) Armazenamento das variáveis
colorimétricas. ........................................................................................................... 41

Figura 8 – Classificação de qualidade da madeira de acordo com a densidade básica


(g.cm-3) e o coeficiente anisotrópico (C.A)....... .......................................................... 46

Figura 9 – Coeficiente de correlação de Pearson entre as médias das propriedades


físicas (densidade básica, contrações lineares e contração volumétrica total) da
madeira das espécies avaliadas. .............................................................................. 49

Figura 10 – Coeficiente de correlação de Pearson entre as médias das propriedades


mecânicas e a densidade básica da madeira das espécies avaliadas. ..................... 54

Figura 11 – Classificação da cor da madeira de acordo com o parâmetro colorimétrico


luminosidade (L*). ..................................................................................................... 54

Figura 12 – Classificação da cor de acordo com Tabela de Cores de Madeira proposta


por Camargos e Gonçalez (2001) ............................................................................. 59

Figura 13 – Valores médios do parâmetro colorimétrico luminosidade (L*) das


espécies estudadas, considerando as faces radial (Rd) e tangencial (Tg) ............... 61

Figura 14 – Coeficiente de correlação de Pearson entre as médias dos parâmetros


colorimétricos e a densidade básica da madeira das espécies avaliadas. ................ 63
13

Figura 15 – Análise de componentes principais mostrando a importância das


características físicas, mecânicas e colorimétricas da madeira na constituição dos
grupos de espécies................................................ .................................................... 68

Figura 16 – Análise dos escores das componentes principais com a indicação dos
grupos de espécies constituídos pelas características físicas, mecânicas e
colorimétricas das madeiras ...................................................................................... 69
14

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Lista de espécies florestais estudadas.................................................... 34

Tabela 2 – Classificação de qualidade de acordo com o coeficiente anisotrópico da


madeira. .................................................................................................................... 37

Tabela 3 – Variáveis avaliadas na análise de componentes principais. ................... 43

Tabela 4 – Caracterização das propriedades físicas da madeira das 10 espécies


florestais .................................................................................................................... 45

Tabela 5 – Caracterização das propriedades mecânicas da madeira das 10 espécies


florestais. ................................................................................................................... 51

Tabela 6 – Classes de resistência e rigidez características para as espécies


estudadas. ................................................................................................................. 52

Tabela 7 – Dados da literatura referente aos valores médios de propriedades


mecânicas e densidade básica da madeira das 10 espécies florestais. ................... 53

Tabela 8 – Valores médios obtidos para as variáveis de cor no sistema CIEL*a*b* para
as faces radial (Rd) e tangencial (Tg) das espécies em estudo. ............................... 55

Tabela 9 – Correlações de Pearson entre a densidade básica e os parâmetros


colorimétricos (L*, a* e b*) nas faces radial (Rd) e tangencial (Tg) das espécies em
estudo (12% de umidade) ......................................................................................... 64

Tabela 10 – Autovalores e autovetores na análise multivariada por componentes


principais da madeira das espécies florestais avaliadas. .......................................... 66

Tabela 11 – Contribuição das variáveis das propriedades da madeira das 10 espécies


florestais. ................................................................................................................... 67

Tabela 12 – Coeficientes de correlação de Pearson entre as médias das propriedades


físicas, mecânicas e colorimétricas das espécies estudadas. ................................... 82

Tabela 13 – Tabela de cores para madeiras brasileiras proposta por Camargos &
Gonçalez (2001) ........................................................................................................ 83
15

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ACP Análise de Componentes Principais
ASTM American Society for Testing and Materials
CPs Componentes principais
CIELAB Comission International de L’Eclairage
16

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO GERAL ...................................................................................... 18

2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 19

2.1. Objetivo geral .................................................................................................. 19

2.2. Objetivos específicos ...................................................................................... 19

3. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 20

3.1. Madeira como matéria prima........................................................................... 20

3.2. Propriedades da madeira ................................................................................ 22

3.3. Propriedades físicas da madeira ..................................................................... 23

3.4. Propriedades mecânicas da madeira .............................................................. 24

3.5. Colorimetria da madeira .................................................................................. 26

3.6. Técnicas multivariadas .................................................................................... 29

3.6.1. Análise de componentes principais (ACP) ............................................... 30

3.7. Teste Scott-Knott ............................................................................................ 31

4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 33

4.1. Obtenção do material ...................................................................................... 33

4.2. Processamento do material e confecção dos corpos de prova ...................... 34

4.3. Determinação das propriedades físicas .......................................................... 35

4.4. Determinação das propriedades mecânicas ................................................... 38

4.5. Determinação dos parâmetros colorimétricos ................................................. 40

4.6. Análise estatística ........................................................................................... 42

4.6.1. Análises estatísticas univariadas (ANOVA) ............................................. 42

4.6.2. Análise de componentes principais (ACP) ................................................ 43

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 44

5.1. Propriedades físicas da madeira ..................................................................... 44

5.2. Propriedades mecânicas da madeira .............................................................. 50

5.3. Parâmetros colorimétricos da madeira ............................................................ 55


17

5.4. Teste Scott-Knott ............................................................................................ 65

5.5. Análise de componentes principais (ACP) ...................................................... 66

6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 72

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 73

APÊNDICE A – Análises de correlações entre as propriedades avaliadas ........ 82

ANEXO A – Grupos de cores obtidos no agrupamento de Cluster usando as


variáveis cromáticas (L*, a*, b*, C* e h*) ................................................................ 83
18

1. INTRODUÇÃO GERAL

A Amazônia brasileira, em que o estado do Pará está inserido, tem se


configurado como uma das principais regiões produtoras de madeira tropical no
mundo (OIMT, 2013). A exploração e o processamento de madeira é uma das três
atividades econômicas mais importantes, junto da agropecuária e da mineração
industrial (PEREIRA; LENTINI, 2010). Esse fato está ligado principalmente à oferta
abundante de madeira de diversas espécies (SOARES et al. 2014). Contudo, o
desconhecimento das espécies, suas características tecnológicas, fisiológicas e
morfológicas tem-se mostrado como entrave na utilização e aproveitamento de
madeiras amazônicas (FERREIRA et al. 2004).
Nesse contexto, para o uso adequado de qualquer material é indispensável o
conhecimento de suas características, principalmente as relacionadas à
aplicabilidade. Com a madeira não é diferente, sendo imprescindível o conhecimento
de suas propriedades físicas e mecânicas, de modo que estas sirvam de subsídio na
indicação de uso deste material. Existem ainda outros parâmetros não menos
importantes, tais como a cor, que completam a melhor caracterização e utilização de
uma determinada espécie madeireira (GONÇALEZ et al. 2001). Segundo Nishino et
al. (2000), conhecimentos sobre a relação da cor com outras características físicas da
madeira, pode contribuir para a compreensão do comportamento da cor. Por esse
motivo, essa propriedade deve ser inserida à caracterização tecnológica da madeira,
para atender aos usos mais nobres dessa matéria prima (MORI et al. 2005).
No entanto, por ser a madeira um material de elevada heterogeneidade, a
caracterização de parâmetros isolados pode ser insuficiente para uma designação
adequada da aplicação desta matéria prima. Deste modo, a determinação de diversas
propriedades e a sua análise conjunta torna-se a solução mais adequada para o uso
deste material (MELO et al. 2010).
Como ferramenta para a análise conjunta destas informações pode ser utilizado
técnicas de agrupamento de espécies, de modo que espécies que apresentem
características similares sejam utilizadas para finalidades semelhantes. As análises
de agrupamento são consideradas técnicas eficazes para esta finalidade. Nessa
análise, destaca-se o método da análise de componentes principais.
Os testes de comparações múltiplas apresentam, algumas vezes, resultados
de difícil interpretação, recomendando-se o teste de Scott-Knott, como suporte na
19

interpretação dos resultados, apresentando-se, como alternativa eficiente na


avaliação de grande número de tratamentos. Nesse sentido, o conhecimento das
propriedades tecnológicas da madeira, possibilita a classificação e o agrupamento das
espécies, pela aplicação das análises univariadas e multivariadas, permitindo a
diversificação dos usos da madeira (ARAÚJO, 2007; MAINIERI; CHIMELO, 1989).
Pelo exposto, em virtude da falta de informações confiáveis sobre as
propriedades tecnológicas de grande parte das espécies nativas da Amazônia, o
agrupamento de espécies florestais pelas propriedades físicas, mecânicas e
colorimétricas da madeira, através da aplicação da análise de componentes principais
e o teste de Scott-Knott, apresenta-se como uma ferramenta fundamental na
preconização dos usos da madeira.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Realizar o agrupamento de dez espécies florestais amazônicas


comercializadas majoritariamente no Polo Moveleiro de Parauapebas/PA, pelas
propriedades físicas, mecânicas e colorimétricas da madeira.

2.2. Objetivos específicos

 Caracterizar as propriedades físicas, mecânicas e colorimétricas de espécies


madeireiras utilizadas no mercado moveleiro do município;

 Avaliar as inter-relações das propriedades físicas, mecânicas e colorimétricas


das espécies madeireiras por meio de análises univariadas e multivariadas;

 Disponibilizar informações que auxiliam a escolha e o uso racional destas


espécies.
20

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. Madeira como matéria prima

Dos 886 milhões de hectares de cobertura florestal pertencente à América


Central e do Sul, 61% encontram-se no Brasil, tornando o país o segundo em
cobertura florestal no mundo, ficando atrás somente da Rússia (SILVA, 2009). A
cobertura florestal brasileira está estimada em 463 milhões de hectares. Desses,
estima-se que 98,5% sejam constituídos pela floresta natural, localizada
predominantemente na região Norte do país (SFB, 2014).
O Brasil é considerado um país privilegiado para o desenvolvimento do setor
madeireiro. Este fato é decorrente da cobertura florestal do território brasileiro,
associado às excelentes características edafoclimáticas aqui existentes, que confere
ao país grandes vantagens para a atividade florestal, comparado ao resto do mundo.
Aliado a isso, o setor florestal vem crescendo cada vez mais, destacando-se no
cenário mundial em virtude da diversidade das florestas nativas, juntamente com a
demanda por madeira. Nas florestas nativas, o principal segmento é o setor madeireiro
que opera na Amazônia Legal (VERÍSSIMO, 1998), onde a madeira é uma das
principais matérias primas utilizadas na produção industrial moveleira.
Entretanto, segundo Cury & Filho (2011) o uso inadequado das madeiras
tropicais é comum na região amazônica e um dos fatores que contribuem para esse
erro e, consequentemente, atraso no desenvolvimento da indústria madeireira, é o
desconhecimento das características próprias da matéria prima madeira e os
problemas relacionados com sua produção (GOMES et al. 2007).
A madeira é um material biológico, heterogêneo e bastante complexo, formado
por células dispostas nos sentidos radial e axial, ligadas entre si pela lignina, que age
como um cimento, conferindo sustentação ao tronco. Estas células passaram por
vários estágios de desenvolvimento, como a divisão celular, diferenciação e
maturação, sendo influenciadas em cada um desses estágios por fatores genéticos,
edafoclimáticos, silviculturais, geográficos, dentre outros, apresentando variações
dimensionais e químicas, resultando em material não uniforme, com alta variabilidade,
entre e dentro da árvore (ZOBEL; VAN BUIJTENEN, 1989).
A organização dos elementos que compõem a madeira varia paralelamente ou
perpendicularmente, de acordo com o eixo de simetria da árvore, sendo adotados os
21

planos transversal, longitudinal tangencial e longitudinal radial, para os estudos


anatômicos e tecnológicos deste material (BURGER & RICHTER, 1991; BOTOSSO,
2009) (Figura 1).

Figura 1 – Partes do lenho de uma espécie folhosa nos três planos espaciais de observação.

Fonte: Adaptado de Hart & Jay (1961).

A madeira é um das principais matérias primas industriais, que apresenta


características tais como: anisotropia (propriedades distintas nos diferentes sentidos
de crescimento), higroscopicidade (capacidade de perder ou adquirir umidade
dependendo das condições ambientais) e elevada variabilidade em relação às suas
características e propriedades.
Se por um lado, esta variabilidade torna a madeira um material que pode ser
empregado para diferentes tipos de produtos, por outro, é um grande inconveniente
na sua utilização como matéria prima para produtos específicos, necessitando de um
conhecimento prévio de suas propriedades e variações. Seu uso depende da
qualidade que pode ser determinada em função dos requisitos exigidos pelo produto
final.
22

3.2. Propriedades da madeira

A matéria prima madeira é um material heterogêneo, apresentando importantes


variações nas suas propriedades, dentro de uma mesma espécie e de um mesmo
clone (TOMAZELLO FILHO, 1985; EVANS et al. 2000).
Vários estudos têm procurado identificar quais os fatores que afetam as
propriedades da madeira e os que podem ser inerentes à própria madeira, como
também ao ambiente onde a árvore se desenvolve. Trabalhos anteriores, como os
realizados por Evans et al. (2000), Panshin e De Zeeuw (1980) e Tomazello Filho
(1985) indicaram que existem importantes variações nas propriedades da madeira
entre as árvores, mesmo quando originadas do mesmo sítio. Isso se deve à
característica biológica das árvores, a qual possui fontes naturais de variação que,
muitas vezes, não podem ser eliminadas.
Nesse contexto, em função da heterogeneidade da madeira, sua utilização
requer a caracterização e o conhecimento do comportamento do material. Iwakiri et
al. (2004) comentaram que os estudos relacionados ao potencial tecnológico de
espécies madeireiras para usos múltiplos são de extrema importância, podendo
contribuir para o aumento da oferta de matéria prima no setor de indústrias de base
florestal.
Entre as principais atividades industriais que utilizam madeira como matéria
prima, sobressaem os segmentos da indústria de móveis e da construção civil (DIAS;
LAHR, 2004; SILVA, 2007; NAHUZ, 2007). A indústria moveleira se caracteriza pela
grande velocidade produtiva e por elevados volumes de produção, as quais garantem
a sua competitividade, porém, para manter essas características, requer matéria prima
de qualidade e uniforme (SILVA, 2007).
Vários autores referem-se às propriedades anatômicas, químicas e físicas,
como sendo as principais variáveis de qualidade da madeira e às propriedades
mecânicas, quando se considera a madeira para fins estruturais (LARSON, 1969;
ZOBEL; VAN BUIJTENEN, 1989). De acordo com Gonçalves et al. (2009) a
intensificação no uso da madeira como matéria prima para fins industriais e
construtivos só pode ocorrer a partir do conhecimento adequado de suas
propriedades, sejam elas físicas ou mecânicas, as quais são de suma importância,
visto que fornecem inúmeras informações que podem servir como subsídio na
indicação correta do uso deste material.
23

3.3. Propriedades físicas da madeira

As propriedades físicas são características inerentes à matéria, e se relacionam


com o comportamento do material quando exposto a condições ambientais
diferenciadas. Dentre as características da madeira a densidade básica e as variações
dimensionais são fatores relevantes na definição do uso da madeira.
O parâmetro físico mais utilizado na determinação da qualidade da madeira é
a densidade básica. Esta propriedade é comumente analisada pelas relações com as
características anatômicas e demais propriedades, expressando a relação entre a
massa de madeira seca e o seu volume verde (BURGER; RICHTER, 1991).
Nesse contexto, pode ser considerada como um índice universal para avaliar a
qualidade da madeira, podendo ser facilmente determinada, além de possuir
excelentes relações com as utilizações desse material, sendo, portanto de
fundamental importância para a produção tecnológica e utilização desta matéria prima
(RIBEIRO; ZANI FILHO, 1993; GONÇALVES et al. 2009).
A variação da densidade básica indica a resistência mecânica e a estabilidade
dimensional da madeira. Em geral, madeiras com alta densidade são mais resistentes
e duras que às de baixa densidade, porém são mais difíceis de serem trabalhadas
(ARGANBRIGHT, 1971).
É importante salientar que, quando analisada isoladamente, a densidade
básica não representa um bom e seguro parâmetro para uma definição de usos, uma
vez que outras propriedades devem ser consideradas conjuntamente, como as
anatômicas, mecânicas e químicas. Vital (1984) afirmou que os efeitos, em geral, são
interativos e difíceis de serem avaliados isoladamente e não é possível modificar uma
propriedade sem que as demais sejam alteradas. Portanto, o estudo das variações
dimensionais é importante para o complemento das informações.
De acordo com Burger e Richter (1991), as madeiras são materiais altamente
higroscópicos e apresentam os fenômenos de contração e inchamento pela perda ou
adsorção de umidade, o que impede a sua estabilidade em termos dimensionais e
afeta e limita consideravelmente o uso industrial da madeira (OLIVEIRA & SILVA,
2003).
A contração longitudinal é geralmente desconsiderada, por ser muito pequena,
variando de 0,1 a 3,0; já a contração tangencial costuma ser maior que a radial por
fator variando 1,5 a 3,0 (BOWYER et al. 2003). Desta forma, de acordo com a
24

intensidade das variações dimensionais nas três direções tangencial, radial e


longitudinal, podem provocar vários tipos de deformações nas peças serradas de
madeira.
Se a madeira está em um local onde há menor umidade relativa ela tende a
perder água para o meio. Com a diminuição da sua umidade a baixo do ponto de
saturação das fibras, além da perda de massa, tem-se, também, uma perda em
volume, denominada de retratibilidade volumétrica (REZENDE; ESCOBEDO, 1988).
Portanto, por ser um material anisotrópico o estudo da estabilidade dimensional
é importante, principalmente quando os produtos de madeira serão expostos a
variações de umidade (DURLO, 1991). Afora este fator, o conhecimento da
estabilidade dimensional é importante para o uso da madeira na fabricação de móveis,
onde este aspecto é considerado essencial.
Consequentemente, um índice importante para avaliar a estabilidade
dimensional da madeira é o coeficiente de anisotropia definido pela relação entre as
contrações tangencial e radial (T/R) (DURLO & MARCHIORI, 1992). Ainda de acordo
com esses autores, madeiras com coeficiente de anisotropia de 1,2 ate 1,5 são
consideradas madeiras muito estáveis (de excelente qualidade), madeiras com
coeficiente de anisotropia de 1,5 até 2,0 são consideradas de média a baixa (qualidade
normal), e acima de 2,0 são classificadas como ruins.
Desse modo, o coeficiente de anisotropia dimensional ideal é 1, no qual a
relação das contrações tangencial e radial são iguais. Conforme Nock et al. (1975),
quanto maior coeficiente de anisotropia dimensional, menor a estabilidade dessa
madeira. Nesse sentido, as alterações dimensionais e a anisotropia são
características indesejáveis para a madeira, limitando o seu uso para diversas
finalidades (KEINERT JUNIOR et al., 1992) e exigindo técnicas adequadas de
processamento e utilização (DURLO & MARCHIORI, 1992).

3.4. Propriedades mecânicas da madeira

As propriedades mecânicas da madeira exprimem o seu comportamento


quando expostas à ação de forças externas, estáticas ou dinâmicas. Menciona-se que
estas dependem, principalmente, da densidade básica, da porcentagem de madeira
juvenil, do ângulo das microfibrilas, da inclinação da grã, da quantidade de extrativos,
da umidade e da intensidade ao ataque de insetos (EVANS et al. 2000).
25

Vale salientar, que as propriedades mecânicas da madeira não são analisadas


separadamente, mas relacionadas com propriedades físicas, químicas e anatômicas.
Essas características são importantes em diversas indústrias que utilizam a madeira
como matéria prima ou em uma parte do seu processo produtivo.
As propriedades mecânicas são geralmente aferidas pela sua resistência e
rigidez contra as forças externas. Por ser um material ortotrópico, a madeira,
apresenta diferentes propriedades de resistência e rigidez conforme a direção das
solicitações externas em relação à direção principal de suas fibras. Em diversas
situações, a madeira pode ser solicitada por esforços de flexão e resistência à
compressão (WANGAARD, 1950).
Dentre os ensaios mecânicos realizados para avaliação da qualidade da
madeira pode-se destacar a flexão estática. O ensaio de flexão estática refere-se ao
comportamento que a madeira possui ao ser submetida a uma carga aplicada
tangencialmente aos anéis de crescimento, tendo por objetivo causar tensões e
deformações até o momento de sua total ruptura.
A resistência e a rigidez à flexão estática são as propriedades mecânicas mais
importantes na utilização da madeira como material de construção, ou seja, na
fabricação de casas, pontes, telhados, construções marítimas, e em todas às demais
construções de madeira (OLIVEIRA, 2007).
Além do ensaio de flexão estática, dentre as propriedades mecânicas mais
estudadas está à compressão paralela às fibras, por apresentar excelente correlação
com as outras propriedades da madeira. Este ensaio consiste na determinação da
resistência e da rigidez de um lote de madeira considerado homogêneo e é dada pela
máxima tensão de compressão que pode atuar na madeira (SCANAVACA JUNIOR;
GARCIA, 2004). A compressão na madeira pode ocorrer segundo três orientações:
paralela, normal e inclinada em relação às fibras. Quando a peça é solicitada por
compressão paralela às fibras, as forças agem paralelamente ao comprimento das
células.
Dois parâmetros são determinados nos ensaios de flexão estática e
compressão paralela às fibras: o módulo de ruptura (MOR) e o módulo de elasticidade
(MOE), os quais são de grande importância na caracterização tecnológica da madeira,
permitindo uma boa estimação da resistência e rigidez do material.
O módulo de elasticidade (MOE) é obtido com a aplicação de uma carga com
velocidade constante, sendo seu valor o limite em que a madeira volta ao seu estado
26

normal quando a carga é retirada, sem que haja qualquer deformação permanente. O
módulo de ruptura (MOR) é o valor a partir do ponto em que, após ser submetida a
um valor extremo de carga, a madeira deforma e não volta ao seu estado original.
Para fins práticos, a madeira, até determinado ponto, apresenta uma
característica elástica, onde se cessarmos a força que a deforma, ela ainda apresenta
capacidade de voltar ao seu estado original. A partir do ponto em que a madeira deixa
de ser elástica, ela passa a ser plástica. Ou seja, ela não apresenta mais a capacidade
em retornar ao seu estado original, mesmo quando a força que a deforma é cessada
(STANGERLIN et al. 2010).
Cabe ressaltar, que para avaliação da madeira, a rigidez, indicada pelo módulo
de elasticidade, encontra-se entre as propriedades mecânicas mais importantes
(YANG e EVANS, 2003; SCANAVACA JUNIOR e GARCIA, 2004). Embora o MOE
não proporcione informações completas e reais sobre o comportamento da madeira,
pode-se concluir que valores altos de MOE indicam alta resistência e baixa
deformação do material, qualificando-o para fins construtivos. Dessa forma, a
determinação das propriedades mecânicas da madeira é fundamental para seu uso
eficiente, bem como para o fornecimento de informações importantes para a sua
industrialização e racionalização.

3.5. Colorimetria da madeira

Um dos pontos de atratividade sobre a madeira nativa na movelaria são suas


características estéticas, dadas por algumas de suas propriedades organolépticas,
tais como: cor, brilho e desenho, tornando o visual do material um fator decisivo na
escolha de uma espécie.
A cor é uma propriedade sensorial que pode variar significativamente de uma
espécie florestal para outra e quando associada a outras características
organolépticas, tais como textura e desenho, facilita a identificação da espécie e indica
a sua melhor forma de utilização (CAMARGOS; GONÇALEZ, 2001). Todavia, dentre
as propriedades organolépticas, a cor é a característica que apresenta maior
subjetividade, por estar diretamente relacionada com a sensibilidade psicofísica do
observador (ZENID; CECCANTINI, 2007).
Nesse sentido, visando sempre o seu uso final, a determinação da cor se
destaca como um fator fundamental para a caracterização da qualidade da madeira,
27

que influirá diretamente no aspecto visual e, consequentemente, na sua


comercialização (MOYA; MARIN, 2011). Para tanto, o desenvolvimento de novas
tecnologias e o aprimoramento de técnicas tradicionais é o modo mais eficiente para
que o conhecimento prévio das propriedades da madeira a ser utilizada e
comercializada seja dinâmico e menos oneroso. Nesse contexto, as técnicas não
destrutivas apresentam vantagens em relação aos métodos convencionais para
caracterização da madeira, permitindo avaliar uma peça sem ter de extrair amostras
de maiores dimensões como é o caso dos ensaios destrutivos. Dentre estas técnicas
de avaliação visual, inclui-se a colorimetria.
A colorimetria é a medição quantitativa das cores, que permite registrar
objetivamente uma cor e traduzi-la em dados numéricos (LAVISCI et al. 1989). Por
meio dela, a impressão sensorial cor deixa de ser subjetiva para ser objetiva, podendo
ser expressa quantitativamente, de uma forma numérica, pela medição por refletância
com espectrofotômetros ou colorímetros em um determinado objeto.
Para a pesquisa cientifica e para o controle de qualidade industrial Gonçalez e
Macedo (2003) afirmam que são necessários métodos de determinação da cor mais
precisos e eficientes. Ferramentas de medição de cor como a colorimetria facilitam e
aceleram o trabalho de comparação e de diferenciação das cores e, ainda, permitem
que os produtos conquistem uma maior homogeneidade.
Dentre os sistemas utilizados para medição de cores, o CIEL*a*b* criado pela
Comission International de L’Eclairage (CIE) é o mais empregado e define a cor
quantitativamente por meio dos parâmetros colorimétricos: luminosidade (L*),
coordenada cromática do eixo verde-vermelho (a*), coordenada cromática do eixo
azul-amarelo (b*), saturação da cor (C*) e ângulo da tinta (h*) (CAMARGOS;
GONÇALEZ, 2001).
Neste sistema, L* indica a luminosidade e varia entre 0 e 100, em que zero
representa o negro e 100, o branco. O a* indica a matriz vermelho, em que o número
positivo indica o vermelho e o negativo, o verde. O b* indica a matriz amarelo, sendo
que o número positivo indica o amarelo e o negativo, o azul. A saturação da cor (C*)
é o raio do círculo de tonalidade, partindo do ponto cinza do eixo de luminosidade até
a cor pura espectral localizada na extremidade do círculo e indica a pureza da cor.
Quanto mais distante do eixo, mais saturada será a cor. O ângulo de tinta (h*) é o
ângulo do círculo e indica a dominância de alguma tonalidade na cor (Figura 2).
28

Figura 2 – Representação gráfica do sistema de coordenadas de cores CIEL*a*b* 1976.

Fonte: Minolta (1998).

Sabe-se que a cor da madeira serrada varia de acordo com os planos de corte
transversal, longitudinal radial e longitudinal tangencial (GONÇALEZ, 1993;
CAMARGOS, 1999). Mori et al. (2004) destacaram que o padrão de cores de uma
madeira pode alterar em tonalidades, desde o bege claro até o marrom escuro, quase
preto. Existem dentro desses dois extremos de tons madeiras amarelas, roxas e
alaranjadas. Conforme Mady (2000), essa variabilidade na coloração da madeira
deve-se à composição química das substâncias presentes no xilema, em especial,
extrativos e lignina.
Ressalta-se ainda, que a cor da madeira é influenciada por diversos fatores,
tais como: anatomia, composição química, plano ortogonal da madeira, meio
ambiente, altura, diâmetro e idade da árvore, além dos fatores genéticos inerentes a
cada espécie (BURGER; RICHTER, 1991; MONTES et al. 2008; PANDEY, 2005).
Apesar da cor ser uma característica tão importante quanto às propriedades
físicas e mecânicas da madeira, nota-se uma carência de informações na literatura
sobre essa propriedade. Entretanto, a incorporação da análise colorimétrica da
madeira é de fundamental importância na caracterização tecnológica, uma vez que
estudos têm demonstrado a viabilidade da mesma na classificação qualitativa, como
por exemplo, no agrupamento de madeiras com propriedades físico-mecânicas
similares (NISHINO et al. 2000; MOYA; MARÍN 2011), bem como, diferindo amostras
29

provenientes de diferentes plantios, garantindo a obtenção de produtos de madeira


sólida com qualidades homogêneas e previsíveis (STANGERLIN et al. 2013).
Assim, a colorimetria é uma técnica visual fundamental, pois permite uma
classificação por cor com a ajuda das coordenadas cromáticas, o que pode, por
exemplo, melhorar o preço da madeira serrada no mercado, além de tornar o produto
mais homogêneo quanto ao seu desenho e textura, e se transformar em um critério
relevante na hora da compra (GONÇALEZ et al. 2001; JANIN et al. 2001).
De acordo com Mori et al. (2005), a análise final da cor de qualquer produto lhe
garante um padrão de qualidade de mercado, exigido mundialmente. Associada à
superfície e ao desenho de uma peça de madeira a cor é um dos componentes
estéticos. Por isso, esta propriedade deve ser incorporada ao planejamento visando à
caracterização tecnológica da madeira, para atender aos usos mais nobres desse
material. Por fim, a importância da colorimetria para a análise da cor de madeiras
amazônicas é abordada neste trabalho sob o ponto de vista científico, mas também
como uma possível aplicação prática pela indústria moveleira.

3.6. Técnicas multivariadas

A complexidade e a variabilidade estrutural do lenho das árvores refletem na


variação das suas propriedades físicas e mecânicas (BURGER; RICHTER, 1991). O
conhecimento dessas propriedades possibilita a classificação e o agrupamento de
espécies da Amazônia, por meio da aplicação de análises univariadas e multivariadas,
permitindo a preconização dos diferentes usos desta matéria prima.
Segundo Mingoti (2005), a análise estatística multivariada, consiste em um
conjunto de métodos aplicados em situações onde várias variáveis são medidas
simultaneamente em cada elemento amostral. Há diversas técnicas para a análise
multivariada, sendo escolhidos de acordo com os objetivos da pesquisa.
A necessidade de compreensão das relações entre as diversas variáveis faz
com que as análises multivariadas sejam complexas, embora sejam de grande
utilidade. Essas técnicas são amplamente utilizadas quando se deseja promover a
redução do número de variáveis com o mínimo de perda de informação (ANDRADE
et al. 2007a; HELENA et al. 2000). Nessa técnica, destaca-se o método da análise de
componentes principais.
30

Métodos estatísticos multivariados, como a análise de componentes principais


e a análise de agrupamento, têm sido utilizados em vários estudos para agrupar
espécies de madeiras amazônicas com propriedades físico-mecânicas similares.
Omi et al. (1979), comentaram que as técnicas de análises estatísticas
multivariadas, análises de componentes principais e de agrupamentos, são
instrumentos que permitem determinar uma estrutura racional a um conjunto de
informações experimentais, classificando-as e permitindo analisar as similaridades
entre unidades experimentais que, em geral, variam com respeito a um grande
número de características.
Nesse contexto, é fundamental a determinação de diferentes propriedades da
madeira de espécies florestais, aplicando-se a metodologia de análise estatística
multivariada como ferramenta para proporcionar dados e publicações científicas de
maior importância (AYRES et al. 2000). São apresentadas a seguir breves
considerações sobre a técnica de análise estatística multivariada, a qual é empregada
para o agrupamento das espécies de madeira deste estudo.

3.6.1. Análise de componentes principais (ACP)

A análise de componentes principais (ACP) é uma técnica da análise


multivariada, que possibilita investigações com um grande número de dados
disponíveis. A ACP tem por objetivo descobrir novas variáveis, os componentes
principais (CPs), que consigam reunir a maioria da variabilidade dos dados. Ou seja,
cada componente principal é calculado por forma a reter a maior quantidade de
variância presente nas variáveis originais. Cruz e Regazzi (1997) acrescentam que
por este motivo que é possível avaliar a importância de cada característica estudada
sobre a variação total, possibilitando o descarte das variáveis redundantes, por
estarem correlacionadas a outras variáveis, pela sua invariância ou por serem uma
combinação linear de outras características.
Uma vez determinadas as CPs, os seus valores numéricos, denominados de
escores, podem ser calculados para cada elemento amostral. Deste modo, os valores
de cada componente podem ser analisados, utilizando-se técnicas estatísticas usuais
como análise de variância e análise de regressão.
Em muitas situações, os pesquisadores geram um considerável acréscimo de
trabalho ao avaliarem um grande número de características. Como consequência, tem
31

um aumento no trabalho de caracterização sem melhoria na precisão, tornando a


análise mais trabalhosa e dificultando a interpretação dos dados. Nestes casos, pode-
se minimizar o problema fazendo-se uso da técnica de ACP, eliminando aquelas
variáveis respostas que menos contribuem ao estudo (LIBERATO; VALE; CRUZ,
1999).
A literatura reporta os resultados de pesquisas de diferentes especialidades da
ciência e tecnologia da madeira que visam agrupar as diferentes espécies por meio
de características similares (PRESOTTI; BARRETO, 2009). Desta forma, inúmeras
publicações, como as de Brito e Barrichelo (1977), Chimelo e Alfonso (1985), Fedalto
et al. (1989), Haselein et al. (2004), IBDF (1988), INPA (1991) e IPT (2009),
relacionadas com a caracterização tecnológica da madeira restringem-se, em geral, à
análise de poucas variáveis físicas, anatômicas e químicas. Esses trabalhos indicam
a importância da aplicação da análise de componentes principais e de outras
metodologias, como ferramenta para a correlação de parâmetros das propriedades da
madeira visando o agrupamento das espécies florestais.

3.7. Teste Scott-Knott

A análise de agrupamento é um conjunto de técnicas estatísticas que


identificam classes ou subgrupos distintos e mutuamente excludentes de indivíduos
com base nas suas similaridades existentes, ou seja, de maneira que os indivíduos
mais semelhantes pertençam ao mesmo grupo.
Quando o conjunto de dados é composto por uma variável resposta e diversas
variáveis explicativas categorizadas ou tratamentos, essas técnicas podem ser
aplicadas após a análise de variância (ANOVA), quando da rejeição da hipótese nula,
ou seja, quando existe efeito de um fator. Feita a análise, buscam-se métodos que
expliquem a variável resposta desses tratamentos de maneira mais detalhada. Vários
métodos podem ser utilizados, entre eles: Scheffé, Tukey, Dunnett, Duncan e Scott-
Knott (CHEW, 1977). Dentre todos os métodos de separação de médias, pode-se
observar uma predominância no uso dos métodos de Duncan (DUNCAN, 1955) e de
Tukey (TUKEY, 1953) em experimentos citados na literatura.
Entretanto, esses testes de comparações múltiplas, apresentam resultados de
difícil interpretação, principalmente quando há um número grande de tratamentos e
seu interesse está em uma separação real de grupos de médias, sem ambiguidade
32

nos resultados (FERREIRA et. al, 1999). A ambiguidade ocorre quando dois
tratamentos, tidos como diferentes entre si, não diferem de um terceiro. Os métodos
de comparação múltipla baseados em análise de agrupamento univariada, eliminam
este tipo de problema, pois têm por objetivo separar as médias de tratamentos em
grupos homogêneos, pela minimização da variação dentro dos grupos, e maximização
entre grupos e um desses procedimentos é o teste de Scott-Knott (SCOTT & KNOTT,
1974).
O teste de Scott-Knott é um método de agrupamento divisivo hierárquico, no
qual os grupos em qualquer estágio são relacionados com aqueles dos estágios
prévios. A escolha do nível de significância individual, α, apropriado deve levar em
conta o número de divisões que serão feitas. Segundo Scott & Knott (1974), de uma
maneira geral, para j grupos homogêneos em algum estágio, a probabilidade de se ter
pelo menos uma divisão significante é de, no máximo, α* = 1 – (1 – α )j.
O método de separação de médias de Scott-Knott (SCOTT & KNOTT, 1974)
possui a vantagem sobre os outros métodos, pois separa as médias em grupos
discretos, sem sobreposição entre os grupos. Além disso, com a utilização de
computadores, o método de Scott-Knott é uma alternativa viável aos pesquisadores
que na maioria das vezes preferem resultados mais diretos e mais fáceis de serem
interpretados.
33

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Obtenção do material

O material utilizado neste estudo foi proveniente do Polo Moveleiro do


município de Parauapebas, localizado na mesorregião do sudeste paraense, latitude
06° 03' 30'' sul e longitude 49° 55' 15'' oeste. Segundo a classificação climática de
Köppen, o clima da região é do tipo Aw, com precipitação média de 2.000 mm,
iniciando a estação chuvosa de novembro até maio e a estação seca de junho a
outubro; com temperatura média anual de 26,35ºC e umidade relativa do ar entre 70
e 85% (IDESP, 2014). O mapa de localização do município de Parauapebas – PA
encontra-se na Figura 3.

Figura 3 – Município de Parauapebas – PA, local onde foi realizado o estudo.

Fonte: autores (2018).


34

O grande domínio vegetal de Parauapebas é de Floresta de Terra firme, a qual


sofre alterações de acordo com as variações de solo e relevo, proporcionando a
ocorrência dos subtipos: Floresta Densa dos Platôs, Floresta Densa Submontana,
Floresta Aberta Latifoliada e Floresta Mista. Os solos do município de Parauapebas
são representados pelos Latossolo Vermelho Amarelo, Latossolo Vermelho Amarelo
Eutrófico, Litólicos Distróficos e Terra Roxa de estrutura distrófica (IDESP, 2014).
Foram selecionadas amostras de madeira de dez espécies florestais nativas,
tendo como principal critério de escolha a sua importância e representatividade no
comércio local (Tabela 1).

Tabela 1 – Lista de espécies florestais estudadas.

ID Nome Vulgar Nome Científico Família


AM Amarelão Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr Fabaceae
AP Angelim-pedra Hymenolobium modestum Ducke Fabaceae
A Angico Anadenanthera columbrina (Vell.) Brenan Fabaceae
C Cumaru Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. Fabaceae
G Goiabão Pouteria pachycarpa Sapotaceae
I Itaúba Mezilaurus itauba (Meissn.) Taub. Lauraceae
J Jatobá Hymenaea courbaril L. Fabaceae
M Marupá Simarouba amara Aubl. Simaroubaceae
MU Muiracatiara Astronium leicontei Ducke Anacardiaceae
S Sucupira Bowdichia nitida Spruce ex Benth. Fabaceae
Em que = ID: identificação da espécie. Fonte: Autores (2018).

4.2. Processamento do material e confecção dos corpos de prova

Visando à confecção dos corpos de prova para a realização dos ensaios físicos
e mecânicos das madeiras em estudo, de cada árvore, foram seccionadas toras, as
quais foram desdobradas em sistema de desdobro tangencial, objetivando a produção
de pranchas, bem orientadas, com medula inclusa; dimensões de 6 cm em espessura,
aproximadamente 1,50 m de comprimento e largura variando em função do diâmetro
de cada árvore (Figura 4).
35

Figura 4 – Representação esquemática da amostragem das madeiras utilizadas no estudo. A) Tora


retirada da base ou topo; B) Prancha diametral; C) Corpos de prova para os ensaios físicos e
mecânicos.

Fonte: Autores (2018).

4.3. Determinação das propriedades físicas

A determinação da densidade básica, contrações lineares nas direções


tangencial e radial, contração volumétrica total, bem como o coeficiente anisotrópico
foram realizados de acordo com os procedimentos descritos na norma NBR 7190
(ABNT, 1997).
Foram confeccionados doze corpos de prova de cada espécie, totalizando 120
corpos de prova, levando-se em consideração a forma e dimensões das amostras,
bem como a direção das fibras. Desse modo, obtiveram-se, corpos de prova de
formato retangular, devidamente orientados, com dimensões de 2,0 cm x 3,0 cm x 5,0
cm nas direções tangencial, radial e axial, respectivamente (Figura 4).
Posteriormente, os corpos de prova foram acondicionados em condições
ambientais até atingirem umidade de equilíbrio. Após a climatização, suas dimensões
foram mensuradas em locais previamente estabelecidos e demarcados, utilizando-se
36

paquímetro digital com precisão de 0,01 mm e pesados em uma balança eletrônica


com precisão de 0,01 g (Figura 5).

Figura 5 – Representação esquemática dos ensaios físicos das madeiras utilizadas no estudo. A)
Pesagem dos corpos de prova em balança eletrônica; B) Determinação das dimensões dos corpos de
prova nos respectivos planos de corte; C) Secagem dos corpos de prova em estufa.

Fonte: Autores (2018).

Em seguida, os corpos de prova foram saturados por meio de tratamento em


sistema com recipiente de vidro e bomba a vácuo, por 120 horas. Após a saturação,
foram medidas as dimensões nos respectivos planos de corte, com o auxílio de
paquímetro digital para a obtenção do volume da madeira saturada, e pesada em
balança eletrônica. Posteriormente, os mesmos foram secos em estufa a 103 ± 2ºC,
até alcance de massa constante, para determinação da massa seca e do volume da
madeira seca, utilizando-se uma balança eletrônica e paquímetro digital,
respectivamente (Figura 5), conforme recomendações da NBR 7190 (ABNT, 1997).
As contrações tangenciais e radiais totais foram determinadas por meio da
equação 1:

(𝑳𝒖−𝑳𝒐)
𝛽L = [ ] 𝑥 100 (1)
𝑳𝒖
37

Em que:
βL – Contração tangencial ou radial da madeira, em %;
Lu – Dimensão na condição saturada (acima do PSF), em mm;
Lo – Dimensão na condição anidra (seco em estufa), em mm.

Para a determinação da contração volumétrica total, utilizou-se a equação 2:

(𝑽𝒖−𝑽𝟎 )
CVT = [ ] 𝑥 100 (2)
𝑽𝒖

Em que:
CVT – Contração volumétrica total, em %;
Vu – Volume do corpo de prova em estado úmido, em mm 3;
V0 – Volume do corpo de prova em estado completamente seco (0%), em mm³.

Com os valores obtidos para massa seca (Ms) e volume saturado da amostra
(Vv), foi possível determinar a densidade básica, utilizando a equação 3:

Ms
ρb = (3)
Vv

Em que:
ρb – Densidade básica, em g.cm-3;
Ms – Massa da madeira anidra, em g;
Vv – Volume verde ou saturado, em cm³.

O coeficiente anisotrópico foi obtido pela relação entre a contração tangencial


e a radial. Para sua análise, foi utilizada a classificação proposta por Durlo e Marchiori
(1992), demonstrada na Tabela 2.

Tabela 2 – Classificação de qualidade de acordo com o coeficiente anisotrópico da madeira.

Coeficiente Anisotrópico (T/R) Classe de Qualidade


1,2 – 1,5 Excelente
1,5 – 2,0 Normal
> 2,0 Ruim
Fonte: Durlo e Marchiori (1992).
38

4.4. Determinação das propriedades mecânicas

Para a determinação das propriedades mecânicas: flexão estática e


compressão paralela às fibras, as quais são mais exigidas para a maioria dos usos da
madeira serrada, foi feita a caracterização mínima da resistência e rigidez. Foram
confeccionados doze corpos de prova de cada espécie, para cada ensaio, totalizando
240 corpos de prova, orientados em função do plano de corte.
Os corpos de prova para a realização dos ensaios de flexão estática foram
retirados da região do cerne, com dimensões nominais de 2,5 cm x 2,5 cm x 41,0 cm,
e corpos de prova com dimensões nominais de 2,5 cm x 2,5 cm x 10,0 cm para os
ensaios de resistência à compressão paralela às fibras (Figura 4).
Após a confecção dos corpos de prova, estes foram aclimatados em condições
ambientais, até atingir a umidade de equilíbrio, de aproximadamente, 12%. Os
procedimentos de confecção, condicionamento e ensaio dos corpos de prova
seguiram recomendações da norma ASTM D 143-94 (1995).
Posteriormente, os ensaios de flexão estática e compressão paralela às fibras
foram realizados em uma máquina universal de ensaios da marca (EMIC DL30000),
com capacidade para 30 toneladas e sistema de aquisição de dados automatizado
(Figura 6).

Figura 6 – Representação esquemática dos ensaios mecânicos das madeiras utilizadas no estudo. A)
Máquina universal de ensaios (EMIC DL30000); B) Ensaio de flexão estática; C) Ensaio de compressão
paralela às fibras.

Fonte: Autores (2018).


39

Dessa maneira, foi obtido o módulo de ruptura (MOR) e o módulo de


elasticidade (MOE), conforme as equações 4 e 5, respectivamente.

3.P.L
MOR = 2.b.h2 (4)

Em que:
MOR – Módulo de ruptura, em MPa;
P – Carga Máxima, antes da ruptura, em MPa;
L – Comprimento do vão entre os apoios, em mm;
h – Altura da seção transversal do corpo de prova, em mm;
b – Largura da seção transversal do corpo de prova, em mm.

P.L3
MOE = 4.d.b.h3 (5)

Em que:
MOE – Módulo de elasticidade, em MPa;
P – Carga máxima, antes da ruptura, em MPa;
L – Comprimento do vão entre os apoios, em mm;
h – Altura da seção transversal do corpo de prova, em mm;
b – Largura da seção transversal do corpo de prova, em mm;
d – Deformação correspondente à carga no limite de proporcionalidade, em mm.

No ensaio de compressão paralela às fibras, determinaram-se a resistência à


compressão paralela às fibras (fwc,0) e o módulo de elasticidade (MOE), conforme as
equações 6 e 7, respectivamente.

fwc,0 máx
fwc,0 = (6)
A

Em que:
fwc,0 – Resistência à compressão paralela às fibras, em MPa;
fwc0,máx – Carga de ruptura do corpo de prova, em N;
A – Área de seção transversal do corpo de prova, em mm².
40

𝛿50% −𝛿10%
Ewc,0 = (7)
𝜀50% −𝜀10%

Em que:
Ewc,0 – Módulo de elasticidade na compressão paralela às fibras, em MPa;
δ – Tensão normal;
ε – Deformação específica.

As leituras de carga e deformação foram obtidas por meio de um sistema


informatizado de aquisição de dados, transferidas para uma planilha eletrônica e,
posteriormente, procedeu-se às análises estatísticas.
Com os valores referentes às propriedades mecânicas da madeira foi realizado
o enquadramento das espécies florestais em classes de resistência, rigidez e
densidade básica. Deste modo, para comparação de valores, houve a necessidade
de transformação das resistências médias em resistências características, seguindo
o projeto de revisão da NBR 7190 (ABNT, 1997).

4.5. Determinação dos parâmetros colorimétricos

Para cada espécie, confeccionaram-se três corpos de prova oriundos do cerne


e livres de quaisquer defeitos, totalizando 30 amostras, com dimensões nominais de
2,5 cm x 2,5 cm x 10 cm (largura, espessura e comprimento, respectivamente),
perfeitamente orientadas nos planos transversal, tangencial e radial.
De modo a evitar a influência de qualquer efeito externo na coloração das
madeiras e conferir uma superfície uniforme, garantindo resultados mais precisos, as
superfícies das amostras foram submetidas à lixamento com lixas de granulometria
de 120 e 220, bem como ao acondicionamento em sala climatizada a 12% de
umidade.
A metodologia adotada para a determinação dos parâmetros colorimétricos foi
o sistema CIEL*a*b*, o qual trabalha de acordo com a norma da Commission
Internationale de L’Eclairage - CIE (1976) e é composto por três coordenadas: L*
representando a luminosidade ou claridade no eixo preto-branco e a* e b*
representando as coordenadas cromáticas nos eixos verde-vermelho e azul-amarelo,
41

respectivamente. Para a especificação das cores de cada espécie utilizou-se a tabela


de cores descrita por Camargos e Gonçalez (2001).
As medições foram efetuadas por meio do contato direto da superfície da
amostra com a área de visão do aparelho, utilizando-se um colorímetro portátil CR-
400 (Konica Minolta) com abertura do sensor de 8 mm. Para tanto, o aparelho foi
calibrado e configurado para o uso de fonte de luz (iluminante) D65, composto de uma
lâmpada de xenônio, o qual simula a radiação solar diurna, com um ângulo de
observação de 0º em temperatura ambiente e área de iluminação de 11 mm de
diâmetro.
A caracterização colorimétrica das madeiras foi realizada em triplicata,
efetuando-se quatro medições, em pontos equidistantes, sendo duas medições no
plano radial (L*radial, a*radial e b*radial) e duas no plano tangencial (L*tang., a*tang.
e b*tang.) (Figura 7).

Figura 7 – Representação esquemática da obtenção dos parâmetros colorimétricos das madeiras


utilizadas no estudo. A) Calibração do aparelho; B) Medições na superfície da amostra nos planos radial
e tangencial; C) Armazenamento das variáveis colorimétricas.

Fonte: Autores (2018).


42

Dessa maneira, foram avaliados os parâmetros colorimétricos: luminosidade


(L*), coordenada cromática verde-vermelho (a*), coordenada cromática amarelo-azul
(b*), saturação da cor (C*) e ângulo de tinta (h*).
Os valores de saturação da cor (C*) e ângulo de tinta (h*) foram calculados para
a caracterização da cor das espécies pelas equações 8 e 9, respectivamente:

C ∗ = √(𝑎 ∗)2 + (𝑏 ∗)2 (8)

Em que:
C* – Saturação da cor;
a* – Coordenada cromática sobre o eixo verde-vermelho;
b* – Coordenada cromática sobre o eixo azul-amarelo.

b∗
h∗ = tan−1 (a∗) (9)

Em que:
h* – Ângulo de tinta;
a* – Coordenada cromática sobre o eixo verde-vermelho;
b* – Coordenada cromática sobre o eixo azul-amarelo.

Os dados coletados pelo colorímetro foram exportados para o software


SpectraMagic™ NX (CM-S100w), versão 1.9 (KONICA MINOLTA, 2007) e, então,
transferidos para uma planilha eletrônica e, posteriormente, procedeu-se às análises
estatísticas.

4.6. Análise estatística

4.6.1. Análises estatísticas univariadas (ANOVA)

Foram realizadas análises de variância univariadas utilizando-se, o


delineamento inteiramente casualizado (DIC) para todas as variáveis quantificadas na
madeira e considerando como fator de variação o efeito da espécie.
De forma preliminar, para a realização das análises de variância procedeu-se
a análise gráfica dos resíduos. Para todas as variáveis avaliadas não foram
43

observados desvios em relação aos pressupostos clássicos da análise de variância


(homogeneidade de variância, normalidade e ausência de autocorrelação de
resíduos), validando assim, os resultados estatísticos obtidos. Para a comparação
múltipla das médias, utilizou-se o teste Scott-Knott a 5% de significância (SCOTT &
KNOTT, 1974).

4.6.2. Análise de componentes principais (ACP)

Primeiramente, efetuou-se a verificação da adequação dos dados por meio do


teste Kaiser-Meyer-Olkin (KMO). Posteriormente, identificada a adequação das
amostras, procedeu-se a análise das componentes principais, considerando-se 4
características da madeira para as propriedades físicas e mecânicas e 5 para os
parâmetros colorimétricos, totalizando 13 variáveis (Tabela 3).

Tabela 3 – Variáveis avaliadas na análise de componentes principais.

Propriedades da Madeira
Físicas Mecânicas Colorimétricas
βtg MOR L*
βrd MOE a* e b*
CVT Fwc,0 C*
ρb Ewc,0 h*
Em que = βtg: contração tangencial (%); βrd: contração radial (%); CVT: contração volumétrica total (%);
ρb: densidade básica (g.cm-3); MOR: módulo de ruptura (MPa); MOE: módulo de elasticidade (MPa);
fwc,0: resistência à compressão paralela às fibras (MPa); Ewc, 0: Módulo de elasticidade na compressão
paralela às fibras (MPa); L*: Luminosidade (Δ 0 – 100); a*: coordenada cromática sobre o eixo verde-
vermelho; b*: coordenada cromática sobre o eixo azul-amarelo; C*: saturação da cor; h*: ângulo de tinta.
Fonte: Autores (2018).

Foram utilizadas apenas as médias de todas as variáveis quantificadas na


madeira e a análise de componentes principais foi realizada considerando-se os
dados padronizados (com variância unitária). Esse procedimento permite maior
acurácia na análise (MINGOTI, 2005).
A relação entre as variáveis (multicolinearidade) não é um problema nesta
análise. O objetivo básico da análise de componentes principais é obter variáveis
latentes que representam combinações lineares de um grupo de variáveis sob estudo
44

que são, por sua vez, correlacionadas (CHATFIELD; COLLINS, 1995; FERREIRA,
2008).
Por meio da dispersão dos escores das componentes principais consideradas
foi possível avaliar a similaridade ou dissimilaridade das espécies e assim agrupá-las
em subgrupos definidos, ou seja, as mais semelhantes pertencem ao mesmo grupo e
as espécies que são heterogêneas entre si, pertencem a grupos distintos.
Para a apresentação dos resultados, optou-se pelo ordenamento dos escores
e das variáveis (características da madeira) no mesmo gráfico da ACP, ou seja,
adotou-se a utilização de vetores identificando os principais fatores responsáveis
pelos agrupamentos das amostras.
As análises estatísticas univariadas e multivariadas foram realizadas utilizando-
se o software R, versão 3.3.1 (R CORE TEAM, 2017). Para as comparações múltiplas
de médias (teste Scott-Knott) utilizou-se o pacote ScottKnott (JELIOVSCHI et al. 2014)
e para a análise de componentes principais utilizou-se o pacote básico do R
SensoMineR (HUSSON et al. 2012). As correlações entre as propriedades físicas,
mecânicas e colorimétricas da madeira foram determinadas pelo método de
correlação de Pearson a 5 % de significância.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Propriedades físicas da madeira

Na Tabela 4 são observados os valores médios das propriedades físicas da


madeira determinadas para as diferentes espécies estudadas. O coeficiente de
variação (CV), referente à média de cada variável, revelou uma variabilidade
acentuada das propriedades físicas, sendo que o maior CV foi o de βrd (42,36%) e o
menor da ρb (20,36%). Sob a ótica de representação da variação natural existente
entre as espécies de madeira, a alta variabilidade dos dados da amostra pode ser
interpretada como um aspecto positivo, pois significa que abrangeu espécies com boa
proximidade da amplitude natural que as propriedades físicas e mecânicas da madeira
podem assumir, o que pode ser verificado pelos seus valores máximos e mínimos.
As análises estatísticas indicaram diferenças significativas entre a densidade
básica da madeira das dez espécies. As espécies avaliadas apresentaram densidade
básica variando entre 0,337 e 0,848 g.cm -3, sendo a mais leve o marupá (Simarouba
45

amara) e a mais densa o jatobá (Hymenaea courbaril). Silva Filho et al. (1992) afirmam
a existência de grandes diferenças na densidade básica de espécies nativas,
corroborando com os resultados encontrados.

Tabela 4 – Caracterização das propriedades físicas da madeira das 10 espécies florestais.

Retratibilidade (%) Anisotropia


ID Espécie ρb
Βtg βrd CVT Razão (T/R)
AM Amarelão 0,691 e 10,90 b 5,94 c 16,50 b 1,84
AP Angelim-pedra 0,647 f 7,48 d 4,92 d 12,60 d 1,52
A Angico 0,734 c 7,20 e 4,33 e 11,50 d 1,66
C Cumaru 0,829 a 6,39 f 5,41 d 11,70 d 1,18
G Goiabão 0,731 c 13,80 a 8,72 a 21,50 a 1,58
I Itaúba 0,705 d 5,54 g 2,47 f 8,15 e 2,24
J Jatobá 0,848 a 5,38 g 2,31 f 8,13 e 2,33
M Marupá 0,337 g 4,83 h 2,48 f 7,37 e 1,95
MU Muiracatiara 0,796 b 6,81 e 5,01 d 11,90 d 1,36
S Sucupira 0,737 c 8,21 c 6,57 b 14,50 c 1,25
Desvio Padrão 0,14 2,76 2,04 4,31 0,40
Média 0,705 7,65 4,82 12,39 1,69
C.V 20,36 36,12 42,36 34,80 23,38
Em que = ID: identificação da espécie; ρb: densidade básica (g.cm -3); βrd: contração radial (%); βtg:
contração tangencial (%); CVT: contração volumétrica total (%); anisotropia: (adimensional); C.V:
coeficiente de variação (%). Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente, pelo teste
de Scott-Knott, com significância 5% (p<0,05). Fonte: Autores (2018).

As variações de densidade básica descritas neste estudo estão em


conformidade com os valores encontrados na literatura para a maioria das espécies
madeireiras (FERRAZ et al. 2004; ARAÚJO, 2007), com algumas exceções,
decorrentes provavelmente da diferença de sítios, principalmente a variação da
fertilidade dos solos (BAKER et al. 2004; MALHI, 2006; MULLER-LANDAU, 2004),
idade da árvore, fatores climáticos e/ou constituintes anatômicos e químicos, que são
variáveis de espécie para espécie ou indivíduo para indivíduo.
De acordo com MELO et al. (1990), a densidade básica é a propriedade mais
comumente utilizada para agrupar madeiras tendo em vista sua alta correlação com
as propriedades mecânicas e ao fato de ser referência quando se trata de caracterizar
qualquer madeira, além de também definir seu uso.
46

Esses mesmos autores, estabeleceram uma classificação para a densidade


básica de madeiras tropicais: madeira leve (ρb ≤ 0,500 g.cm-3) – grupo 1; madeira
média (0,500 g.cm-3 < ρb ≤ 0,720 g.cm-3) – grupo 2 e madeira pesada (ρb > 0,720
g.cm-3) – grupo 3. Conforme essa classificação, madeiras tropicais quanto à
densidade básica podem variar de leve a pesada.
Observando-se a Figura 8, nota-se que 10% das espécies estudadas pertence
ao grupo 1 (leve), representado pela espécie marupá (Simarouba amara). As espécies
amarelão (Apuleia leiocarpa), angelim-pedra (Hymenolobium modestum) e itaúba
(Mezilaurus Itauba) que somam 30%, são consideradas madeiras de média
densidade, portanto, na faixa recomendada para madeiras serradas a serem utilizadas
na indústria moveleira, bem como serem direcionadas para os mais diversos fins:
construção civil leve (esquadrias, portas, ripas, rodapés, forros), mobiliário e
embalagens (IPT, 2013).
A maioria das espécies (60%) foram enquadradas no grupo 3 (alta densidade):
angico (Anadenanthera columbrina), cumaru (Dipteryx odorata), goiabão (Pouteria
pachycarpa), jatobá (Hymenaea courbaril), muiracatiara (Astronium leicontei) e
sucupira (Bowdichia nitida).

Figura 8 – Classificação da qualidade da madeira de acordo com a densidade básica (g.cm-3) e o


coeficiente anisotrópico (C.A).

Fonte: Autores (2018).


47

Em geral, o agrupamento pela densidade básica já seria de bastante utilidade


para definir os usos das madeiras, sobretudo para aquelas consideradas pouco
conhecidas. No entanto, para as espécies tradicionais, ou reconhecidas no mercado
de madeiras, esse agrupamento está longe de ser definitivo, pois há outros aspectos
(decorativo, resistência e trabalhabilidade) a serem considerados para se definir o seu
uso final.
A variação dimensional da madeira, também, se apresenta como um importante
parâmetro da madeira para sua aplicação em diversos fins (SILVA; OLIVEIRA, 2006),
principalmente em produtos que necessitam de uma boa estabilidade dimensional,
como os móveis de madeira.
De modo geral, observou-se para todas as espécies que a retratibilidade no
sentido tangencial aos anéis de crescimento foi superior a retratibilidade radial (Tabela
4). Tais resultados corroboram com diversos autores, dentre eles Araújo (2007), Del
Menezzi (2006) e Melo et al. (2010), que afirmam ser a retratibilidade no sentido radial
menor que a obtida no sentido tangencial, sendo esta última, a mais importante na
utilização da madeira maciça.
Durlo & Marchiori (1992) atribuem essa variação às restrições oferecidas pelos
raios no sentido radial. Ainda de acordo com esses autores, por estes estarem
dispostos horizontalmente ao sentido das fibras, faz com que as madeiras se
contraiam menos. Enquanto que a retratibilidade no sentido longitudinal da madeira é
mínima, não oferecendo restrições ao emprego das peças.
A amplitude da retratibilidade é um bom indicador da estabilidade dimensional
da madeira e dos produtos derivados (GONÇALEZ et al. 2006). Os autores relatam
que a diferença entre as retratibilidades tangencial e radial, frequentemente, explica
as deformações da madeira que ocorrem durante a secagem, sendo um parâmetro
essencial na qualidade da madeira e, por consequência, em sua utilização.
Pelo critério da retratibilidade volumétrica, a classificação varia de fraca a forte;
retratibilidade fraca de 4 a 9%, entre 9 e 14% são consideradas médias e as que
apresentam valores superiores de 14%, são madeiras que sofrem forte retratibilidade
volumétrica (GONÇALEZ, 1993).
Observando a Tabela 4, verifica-se que as espécies itaúba (Mezilaurus Itauba),
jatobá (Hymenaea courbaril) e marupá (Simarouba amara) possuem retratibilidade
volumétrica fraca. As espécies angico (Anadenanthera columbrina), angelim-pedra
(Hymenolobium modestum), cumaru (Dipteryx odorata) e muiracatiara (Astronium
48

leicontei) que somam 40% das espécies, pertencem ao grupo das madeiras com
retratibilidade volumétrica média. Foram classificadas como madeiras de
retratibilidade volumétrica forte, as espécies amarelão (Apuleia leiocarpa), goiabão
(Pouteria pachycarpa) e sucupira (Bowdichia nitida). De acordo com Gonçalez et al.
(2001), as espécies que possuem retratibilidade volumétrica média devem ser
serradas após a umidade das mesmas entrarem em equilíbrio com o ambiente.
Enquanto as que possuem retratibilidade forte merecem maiores cuidados, devendo
ser preferencialmente secas individualmente.
Considerando-se o coeficiente de anisotropia, pode-se classificar a madeira
pela estabilidade dimensional ou instabilidade, conforme a classificada proposta por
Durlo & Marchiori (1992) (Figura 8). Desse modo, as espécies itaúba (Mezilaurus
Itauba) e jatobá (Hymenaea courbaril), foram classificadas como ruins, podendo
restringir seus usos, em especial para madeira serrada.
As espécies amarelão (Apuleia leiocarpa), angelim-pedra (Hymenolobium
modestum), angico (Anadenanthera columbrina), goiabão (Pouteria pachycarpa) e
marupá (Simarouba amara) foram classificadas como madeiras normais, indicando
que, de maneira geral, são dimensionalmente estáveis e menos propensa a defeitos,
o que pode significar uma facilidade para executar as operações de usinagem e ser
indicada para usos de marcenaria e movelaria (DURLO & MARCHIORI, 1992). As
espécies cumaru (Dipteryx odorata), muiracatiara (Astronium leicontei) e sucupira
(Bowdichia nitida) foram classificadas como excelentes. De acordo com Oliveira &
Silva (2003), quanto mais próximo de um estiver esse valor, melhor será a estabilidade
dimensional da madeira.
Na fabricação de pisos, esquadrias, portas e móveis em geral, podem ocorrer
sérios prejuízos se a matéria prima não apresentar um fator anisotrópico favorável,
chegando até mesmo a inviabilizar o produto final. Este fator está diretamente ligado
à correta secagem da madeira até a sua umidade de equilíbrio. Porém, o coeficiente
anisotrópico analisado de forma isolada não caracteriza a madeira do ponto de vista
da estabilidade dimensional. Nesse sentido, madeiras com contrações tangenciais e
radiais baixas, porém com coeficiente anisotrópico elevado (2,24 e 2,33), como
observados para as madeiras de itaúba (Mezilaurus Itauba) e jatobá (Hymenaea
courbaril), respectivamente (Tabela 4), podem sugerir boa estabilidade dimensional,
com empenamentos menos acentuados com a variação da umidade de equilíbrio das
peças.
49

Durlo & Marchiori (1992) definem que as variações dimensionais e a anisotropia


são características indesejáveis da madeira, podendo limitar o seu uso, exigindo
técnicas específicas de processamento e utilização. Desta forma, pode-se afirmar que
a baixa estabilidade dimensional apresentada pelas espécies amarelão (Apuleia
leiocarpa) e goiabão (Pouteria pachycarpa), mesmo que o seu fator anisotrópico tenha
classificado a madeira como normal, deve ser procedente da excessiva retração
volumétrica apresentada pelas mesmas, podendo acarretar defeitos no processo de
fabricação de móveis de madeira.
A tabela referente aos coeficientes de correlação para todas as propriedades
avaliadas é apresentada no Apêndice A. Na Figura 9 verificam-se as correlações entre
as propriedades físicas da madeira. A densidade básica não apresentou correlação
significativa com as retratibilidades. Araújo (2007) correlacionou às propriedades
físicas e mecânicas de 163 espécies nativas e assim como no presente estudo,
encontrou correlações fracas entre densidade básica e retratibilidade radial (0,428) e
entre densidade básica e retratibilidade tangencial (0,363).

Figura 9 – Coeficiente de correlação de Pearson entre as médias das propriedades físicas (densidade
básica, contrações lineares e contração volumétrica total) da madeira das espécies avaliadas.

Em que = ρb: densidade básica (g.cm-3); βrd: contração radial (%); βtg: contração tangencial (%); CVT:
contração volumétrica total (%); * = correlação de Pearson significativa a 5% de probabilidade. Fonte:
Autores (2018).
50

Ribeiro (2017) observou que não existe uma tendência geral de correlação da
densidade básica com as retratibilidades para as espécies que estudou, assim, deve
sempre ser considerado espécie a espécie para poder entender o comportamento das
madeiras com relação a estas propriedades.
Esse mesmo autor encontrou correlações significativas entre as retratibilidades
volumétrica e radial e volumétrica e tangencial para as espécies estudadas. De acordo
com Oliveira & Silva (2003) a magnitude das variações dimensionais depende de
inúmeros fatores, como a umidade, a direção estrutural (radial, tangencial ou
longitudinal), a posição dentro da árvore, a densidade da madeira, a temperatura e o
grau de estresse de secagem causado pelo gradiente de umidade.

5.2. Propriedades mecânicas da madeira

Na Tabela 5 são apresentados os valores médios das propriedades mecânicas


das espécies avaliadas. De maneira geral, verifica-se que os maiores valores médios
do módulo de ruptura na flexão estática foram obtidos para as espécies angico
(Anadenanthera columbrina), goiabão (Pouteria pachycarpa) e cumaru (Dipteryx
odorata), que apresentaram diferença estatística em relação às demais espécies
avaliadas. No entanto, para o módulo de elasticidade na flexão estática a espécie
sucupira (Bowdichia nitida), apresentou maior média, diferindo estatisticamente das
demais.
Na compressão paralela às fibras, nota-se que as espécies cumaru (Dipteryx
odorata) e jatobá (Hymenaea courbaril) apresentaram os maiores valores médios de
módulo de ruptura. Para o módulo de elasticidade, as espécies angico
(Anadenanthera), cumaru (Dipteryx odorata) e sucupira (Bowdichia nitida),
demonstraram valores mais elevados, diferindo estatisticamente das demais
espécies.
De acordo com Panshin e De Zeeuw (1964), a resistência da madeira está
associada à sua densidade básica, o que pode explicar as maiores resistências, em
termos absolutos, encontradas para essas espécies. Segundo esses autores, a
variabilidade da maior parte das propriedades mecânicas e elásticas da madeira,
podem ser estimadas com base na variação da densidade básica. Além disso,
madeiras que possuem alta densidade básica, como as maiorias das espécies
51

descritas neste estudo, apresentam maior resistência mecânica, sendo


recomendadas para uso estrutural.
Segundo Koch (1972) a densidade básica influencia acentuadamente as
propriedades mecânicas, estando linearmente relacionada com o módulo de ruptura,
módulo de elasticidade e resistência à compressão paralela às fibras. Kollmann (1959)
complementa relatando que não existem dúvidas de que a resistência da madeira
depende da densidade básica, no entanto, é bastante difícil quantificar esta
dependência, tendo em vista a influência simultânea de outros fatores.

Tabela 5 – Caracterização das propriedades mecânicas da madeira das 10 espécies florestais.

Compressão paralela Flexão Estática


ID Espécie
Ewc,0 fwc,0 MOE MOR
AM Amarelão 7361 c 48,62 e 13930 d 94,75 d
AP Angelim-pedra 8962 b 55,94 d 20440 b 131,80 b
A Angico 10100 a 74,43 b 22100 b 149,20 a
C Cumaru 9659 a 84,15 a 20850 b 146,30 a
G Goiabão 9071 b 72,69 b 20880 b 146,60 a
I Itaúba 5968 d 43,20 e 13460 d 86,06 d
J Jatobá 9417 b 85,36 a 18360 c 133,60 b
M Marupá 4116 e 29,32 f 9229 e 53,45 e
MU Muiracatiara 9075 b 63,83 c 18030 c 110,60 c
S Sucupira 10340 a 70,58 b 24010 a 137,90 b
Desvio Padrão 1995,68 18,30 4588,08 31,97
Média 8406,90 62,81 18129 119,03
C.V 23,74 29,13 25,30 26,85
Em que = ID: identificação da espécie; MOR: módulo de ruptura (MPa); MOE: módulo de elasticidade
(MPa); fwc,0: resistência à compressão paralela às fibras (MPa); Ewc, 0: Módulo de elasticidade na
compressão paralela às fibras (MPa); C.V: coeficiente de variação (%). Médias seguidas da mesma
letra não diferem estatisticamente, pelo teste de Scott-Knott, com significância 5% (p<0,05). Fonte:
Autores (2018).

As espécies marupá (Simarouba amara), itaúba (Mezilaurus Itauba) e amarelão


(Apuleia leiocarpa), apresentaram os menores valores médios nos ensaios de
compressão e flexão, constituindo classes de resistência e rigidez mais baixas.
Portanto, recomenda-se a utilização dessas espécies na fabricação de produtos que
requeiram menor resistência mecânica ou finalidades não estruturais. Haselein et al.
(2002) destacam que as propriedades mecânicas da madeira são influenciadas por
52

diversos fatores, dentre estes, a posição na árvore, a umidade, o tempo de duração


da carga e a estrutura anatômica da madeira.
Na Tabela 6 são apresentados os valores médios de resistência característica
da madeira das espécies ensaiadas. Por meio da qualificação sugerida pelo projeto
de revisão da NBR 7190 (ABNT, 1997), a madeira de cumaru (Dipteryx odorata), foi
enquadrada na classe C60 para a resistência à compressão paralela às fibras (fc0,k) e
densidade básica (ρb), classificando-se como madeira de alta resistência e classe C20
para o módulo de elasticidade obtido no ensaio de compressão paralela às fibras
(Ewc0), reforçando sua qualidade para a utilização na indústria moveleira.
A madeira de marupá (Simarouba amara) encontrou-se dentro da classe C20
para a resistência à compressão paralela às fibras, o que a classifica como madeira
de baixa resistência à compressão; abaixo da classe C20 para o módulo de
elasticidade e densidade básica, demonstrando ter limitações para a utilização em
produtos que exijam maior rigidez da madeira (Tabela 6).
Acrescenta-se, que a maior parte das espécies comercializadas no Polo
Moveleiro de Parauapebas apresentam alta resistência à compressão paralela às
fibras, sendo inseridas em sua maioria nas classes C50 e C60, representado 60% das
espécies abordadas nesse estudo (Tabela 6). Em relação à resistência e módulo de
elasticidade da flexão estática, o projeto de revisão da NBR 7190 (ABNT, 1997), não
apresenta valores para comparação.

Tabela 6 – Classes de resistência e rigidez características para as espécies estudadas.

Classe Classe Classe


Espécie fc0,k Ewc,0 ρb
(fc0,k) (Ewc,0) (ρb)
Amarelão 41,52 C40 7361 C20 0,6911 C30
Angelim-pedra 47,22 C40 8962 C20 0,6469 C20
Angico 67,10 C60 10100 C20 0,7343 C30
Cumaru 78,16 C60 9659 C20 0,8292 C60
Goiabão 53,13 C50 9071 C20 0,7305 C30
Itaúba 35,43 C30 5968 C20 0,7051 C30
Jatobá 57,42 C50 9417 C20 0,8475 C60
Marupá 27,06 C20 4116 C20 0,3368 C20
Muiracatiara 53,05 C50 9075 C20 0,7955 C50
Sucupira 58,49 C50 10340 C20 0,7367 C30
Em que = fc0,k: valor característico da resistência à compressão paralela às fibras (MPa); E wc,0: valor
médio do módulo de elasticidade obtido no ensaio de compressão paralela às fibras (MPa); ρb: valor
médio da densidade básica (g.cm-3). Fonte: Autores (2018).
53

Para fins de comparação, na Tabela 7 são apresentados dados da literatura


referente aos valores médios das propriedades mecânicas e densidade básica da
madeira das 10 espécies em estudo. Esses dados foram utilizados como base para a
discussão dos resultados.

Tabela 7 – Dados da literatura referente aos valores médios de propriedades mecânicas e densidade
básica da madeira das 10 espécies florestais.

Espécie ρb fwc,0 MOE MOR


Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr 0,670² 54,30² 14107² 125,30²
Hymenolobium modestum Ducke 0,650¹ 59,92¹ 13239¹ 118,46¹
Anadenanthera spp. 0,840² 86,90² 16358² 185,30²
Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. 0,910¹ 96,79¹ 17946¹ 172,99¹
Pouteria pachycarpa 0,730¹ 74,04¹ 16377¹ 155,53¹
Mezilaurus Itauba (Meissn.) Taub. 0,700¹ 57,17¹ 10162¹ 112,19¹
Hymenaea courbaril L. 0,760¹ 75,81¹ 15593¹ 137,20¹
Simarouba amara Aubl. 0,370¹ 33,55¹ 7257¹ 64,04¹
Astronium leicontei Ducke 0,790¹ 82,38¹ 15004¹ 136,41¹
Bowdichia nitida Spruce ex Benth. 0,850¹ 92,28¹ 17946¹ 182,11¹
Em que = ρb: densidade básica (g.cm ); fwc,0: resistência à compressão paralela às fibras (MPa); MOR:
-3

módulo de ruptura obtido no ensaio de flexão estática (MPa); MOE: módulo de elasticidade obtido no
ensaio de flexão estática (MPa). Obs: valores obtidos a 12% de umidade. ¹ARAÚJO (2007) e ²IPT
(2013). Fonte: Autores (2018).

Observa-se na Tabela 7 que os valores de resistência à compressão paralela


às fibras (fwc,0) mostraram-se superiores aos valores obtidos neste trabalho, exceto
para a espécie jatobá (Hymenaea courbaril). A baixa resistência da madeira à
compressão paralela às fibras pode limitar seu uso em produtos que exijam maior
resistência a compressão. Essa característica está diretamente ligada à densidade
básica da madeira, composição do lenho e sua estrutura anatômica.
Para os valores de resistência à flexão estática (MOR), os resultados
encontrados para a madeira das espécies avaliadas, mostraram-se inferiores em
comparação aos obtidos na literatura, com exceção do valor de resistência e rigidez à
flexão estática da madeira de angelim-pedra (Hymenolobium modestum) que foi
superior. Contudo, 90% das espécies ensaiadas apresentam maior rigidez à flexão
estática. Da mesma forma que a resistência à compressão, a resistência à flexão pode
ter sido influenciada pela densidade básica da madeira. Apesar dos valores de
densidade básica encontrados neste estudo serem similares àqueles encontrados na
54

literatura é importante mencionar que a idade das espécies estudadas pode ter
influência nos valores de densidade básica.
As correlações entre as propriedades mecânicas e a densidade básica da
madeira podem ser observadas na Figura 10. Observam-se resultados bastante
satisfatórios, sendo verificadas, para a maioria dos casos, correlações significativas
elevadas. As propriedades mecânicas apresentaram melhores correlações com a
densidade básica, quando comparado com as propriedades físicas, e desta forma,
influenciam nos usos da madeira. Este resultado corrobora com preconizado por Melo
et al. (2010), que afirmam ser possível admitir que a densidade básica é o melhor
indicativo para definição dos usos, tendo em vista a sua íntima relação com as
propriedades físicas e mecânicas da madeira.

Figura 10 – Coeficiente de correlação de Pearson entre as médias das propriedades mecânicas e a


densidade básica da madeira das espécies avaliadas.

Em que = ρb: densidade básica (g.cm -3); MOR: módulo de ruptura (MPa); MOE: módulo de elasticidade
(MPa); fwc,0: resistência à compressão paralela às fibras (MPa); Ewc,0: Módulo de elasticidade na
compressão paralela às fibras (MPa); * = correlação de Pearson significativa a 5% de probabilidade.
Fonte: Autores (2018).

Dentre as propriedades mecânicas, as maiores correlações com a densidade


básica foram observadas para resistência e rigidez na compressão paralela às fibras
(r = 0,83 e 0,79), respectivamente (Figura 10).
55

Este resultado condiz com as sugestões feitas pela NBR 7190 (ABNT, 1997), a
qual estabelece que para madeiras conhecidas e usualmente utilizadas para fins
estruturais, à estimativa das demais propriedades mecânicas a partir de sua
resistência e rigidez na compressão paralela é um método que pode apresentar
resultados satisfatórios. Segundo Araújo (2007), quando se trata da relação da
densidade básica com as propriedades de resistência e rigidez da madeira, essa
relação se mantém de forma mais nítida.
Tais resultados são compatíveis com as afirmações de Evans et al. (2000) e
Dias e Lahr (2004), que afirmaram que as propriedades mecânicas são linearmente
relacionadas com a densidade básica. Haselein et al. (2002) complementaram
afirmando que existe uma estreita relação entre a densidade básica e as propriedades
mecânicas, sendo que, qualquer fator que acarrete alteração na primeira irá produzir
efeitos nas últimas.

5.3. Parâmetros colorimétricos da madeira

Na Tabela 8 apresentam-se os valores médios dos parâmetros colorimétricos


(L*, a*, b*, C* e h*) da madeira das espécies estudadas. As espécies florestais
avaliadas neste estudo apresentaram um amplo espectro de variação dos parâmetros
colorimétricos básicos: luminosidade (L*) entre 49,96 e 83,62, coordenada cromática
(a*) entre -2,09 e 11,69 e (b*) entre 20,19 e 31,54, saturação da cor (C*) entre 20,90
e 33,43 e ângulo de tinta (h*) entre -84,98 e 85,70.

Tabela 8 – Valores médios obtidos para as variáveis de cor no sistema CIEL*a*b* para as faces radial
(Rd) e tangencial (Tg) das espécies em estudo.

ESPÉCIE Face L* a* b* C* h*
Radial 68,18cA 3,05dB 31,63aA 31,78aA 84,47aA
Apuleia leiocarpa
Tang. 66,16bA 4,11aA 31,44aA 31,71aA 82,54aB
(Amarelão)
Média 67,17c 3,58b 31,54a 31,74a 83,51a
Radial 67,87cA 6,24cA 29,00bB 29,67aA 77,86bA
Hymenolobium modestum
Tang. 68,14bA 17,15aA 30,29aA 37,18aA 65,09bA
(Angelim-pedra)
Média 68,00c 11,69a 29,64a 33,43a 71,47b
Radial 73,77bA 3,60dA 32,00aA 32,20aA 83,57aA
Anadenanthera columbrina
Tang. 70,12bA 5,06aA 30,36aB 30,79aB 80,55aB
(Angico)
Média 71,94b 4,33b 31,18a 31,49a 82,06a
Dipteryx odorata Radial 56,08eA 6,83cB 24,34cA 25,28bA 74,33cA
56

(Cumaru) Tang. 50,74eA 7,96aA 23,38cA 24,70bA 71,20bB


Média 53,41f 7,40a 23,86c 24,99b 72,76b
Radial 73,56bA 2,41dA 31,63aA 31,73aA 85,70aA
Pouteria pachycarpa
Tang. 68,59bB 3,38aA 30,50aA 30,69aA 83,73aA
(Goiabão)
Média 71,07b 2,89b 31,06a 31,21a 84,72a
Radial 61,47dA 2,18dA 27,75bA 27,84aA 85,45aA
Mezilaurus itauba
Tang. 61,30cA 1,88aA 26,64bA 26,70bA 85,95aA
(Itaúba)
Média 61,39d 2,03b 27,19b 27,27b 85,70a
Radial 63,38dA 8,11bA 29,04bA 30,16aA 74,47cA
Hymenaea courbaril
Tang. 62,46cA 8,55aA 29,00aA 30,24aA 73,56bA
(Jatobá)
Média 62,92d 8,33a 29,02b 30,20a 74,01b
Radial 84,79aA -2,07eA 24,32cA 24,41bA -85,13eA
Simarouba amara
Tang. 82,46aA -2,11aA 23,36cA 23,46bA -84,83cA
(Marupá)
Média 83,62ª -2,09b 23,84c 23,93b -84,98c
Radial 57,80eA 10,55aA 27,93bA 29,86aA 69,36dA
Astronium leicontei
Tang. 55,25dA 10,00aA 26,70bA 28,51aA 69,48bA
(Muiracatiara)
Média 56,53e 10,27a 27,32b 29,19a 69,42b
Radial 51,53fA 5,62cA 20,85dA 21,60cA 74,91cA
Bodichia nitida
Tang. 48,39eB 5,19aA 19,52dA 20,20bA 75,13bA
(Sucupira)
Média 49,96g 5,41b 20,19d 20,90c 75,02b
Radial 65,84 4,65 27,85 28,45 62,50
Média
Tang. 63,36 6,12 27,12 28,42 60,24
Em que = L*: luminosidade (Δ 0 – 100); a*: coordenada cromática sobre o eixo verde-vermelho; b*:
coordenada cromática sobre o eixo azul-amarelo; C*: saturação da cor; h*: ângulo de tinta. As letras
maiúsculas comparam as médias dentro da mesma espécie e na coluna e as letras minúsculas entre
espécies, para a mesma variável, sendo que as médias com letras iguais não são estatisticamente
diferentes entre si pelo teste de Scott-Knott, com significância 5% (p<0,05). Fonte: Autores (2018).

De acordo com Camargos e Gonçalez (2001), espécies que apresentam


valores de luminosidade (L*) acima de 56 são consideradas madeiras claras e
espécies com valor de luminosidade (L*) menor ou igual a 56 são consideradas
madeiras escuras. Desta forma, a cor da madeira das espécies amarelão (Apuleia
leiocarpa), angelim-pedra (Hymenolobium modestum), angico (Anadenanthera
columbrina), goiabão (Pouteria pachycarpa), itaúba (Mezilaurus Itauba), jatobá
(Hymenaea courbaril), marupá (Simarouba amara) e muiracatiara (Astronium
leicontei) foram classificadas como claras já as espécies cumaru (Dipteryx odorata) e
sucupira (Bowdichia nitida) foram classificadas como escuras (Figura 11).
57

Figura 11 – Classificação da cor da madeira de acordo com o parâmetro colorimétrico luminosidade


(L*).

Fonte: Autores (2018).

Visualiza-se, portanto, que haja uma tendência de clareamento para a maioria


das espécies. Esse clareamento pode ser explicado quantitativamente pelo aumento
dos valores de luminosidade (L*), estes quando próximos de 100 tendem a branco
absoluto e pela diminuição dos valores da coordenada a* (vermelho), aproximando-
se da coordenada –a*, responsável pela coloração verde.
De acordo com Gonçalez et al. (2001), a coordenada a*, quando positiva e
crescente, significa presença da coloração avermelhada mais pronunciada e quando
a coordenada b* aumenta, significa a presença da cor amarela. Pode-se inferir que a
coordenada a* é a principal responsável pela alteração de cor entre as espécies e
faces, apesar da participação não menos importante da coordenada b*, comprovada
pela predominância marcante do pigmento amarelo para a maioria das espécies deste
estudo.
Ressalta-se, ainda, que 90% das espécies apresentaram valores das
coordenadas a* e b* positivos, o que classifica as amostras no primeiro quadrante de
cores no Sistema CIEL*a*b*, padrão de comportamento esperado para a coloração
de madeiras (CAMARGOS, 2001). A exceção foi à espécie marupá (Simarouba
amara), que não apresentou diferenças estatísticas em suas médias. Entretanto,
observou-se que os valores de a* para essa espécie variaram entre -2,07 e -2,11,
influenciados pelos valores de saturação da cor (C*) e ângulo de tinta (h*) que são
58

dependentes do comportamento dos parâmetros a* e b*. Dessa maneira, devido às


reduções de ambas as coordenadas cromáticas, observou-se uma diminuição
significativa da saturação da cor, isto é, uma maior influência dos tons acinzentados
na coloração da madeira. Nesse contexto, o comportamento dos parâmetros C* e h*
são coerentes com os aspectos colorimétricos observados na madeira de marupá.
Seguindo a proposta apresentada por Camargos e Gonçalez (2001), no anexo
A apresenta-se a tabela de cores para madeiras brasileiras, considerando os
parâmetros colorimétricos do sistema CIEL*a*b*, o que permitiu classificar a cor das
espécies, conforme descrito: amarelão (Apuleia leiocarpa), angelim-pedra
(Hymenolobium modestum) e angico (Anadenanthera columbrina), como amarelo
claro (Figura 12). Observa-se que ambas coordenadas (a* e b*) atuam na formação
da cor destas madeiras, entretanto, devido a maior influência da coordenada b* que
tem seu valor maior que a coordenada a*, se encaixam no 1º quadrante do sistema
CIEL*a*b* e mais próximo do eixo amarelo. Os valores elevados das coordenadas
cromáticas a* e principalmente b*, mostram o valor de C* elevado, que aliado a altos
valores de L* resulta na cor marcante destas espécies. O h* próximo de 80 também
mostra a influência das duas coordenadas na formação da cor dessas madeiras.
As espécies amarelão (Apuleia leiocarpa) e angico (Anadenanthera
columbrina) na seção tangencial de todos os parâmetros colorimétricos avaliados não
apresentaram diferenças significativas entre si, reforçando a classificação dessas
espécies no mesmo grupo de cor (Tabela 8). Kerber et al. (2016) estudaram o efeito
do intemperismo natural na cor da madeira de amarelão (Apuleia leiocarpa) e
encontraram para a testemunha (L*= 67,94; a*= 9,82; b*= 29,40; C*= 31,01 e h*=
71,50), valores esses semelhantes aos obtidos no presente estudo.
As espécies itaúba (Mezilaurus Itauba) e muiracatiara (Astronium leicontei)
foram classificadas como marrom oliva (Figura 12). As madeiras de cumaru (Dipteryx
odorata) e jatobá (Hymenaea courbaril) foram classificadas como de coloração oliva
amarelado (Figura 12). As colorações de todas as madeiras destas espécies tiveram
influências marcantes da coordenada b* na formação de suas cores. No entanto,
segundo a literatura (CAMARGOS & GONÇALEZ, 2001; GONÇALEZ et al. 2001) a
definição da cor das espécies pertencentes aos dois grupos (marrom oliva e oliva
amarelado) é definida pela maior ou menor participação da coordenada a*. A
saturação da cor (C*) e o ângulo de tinta (h*) foram elevados para todas as espécies,
confirmando a importância das duas coordenadas na formação da cor destas
59

espécies. Para a saturação da cor (C*), a coordenada a* exerce maior influência,


enquanto para o ângulo de tinta (h*), a coordenada b*, leva a confirmação da cor de
cada espécie.
Silva et al. (2007) avaliou o processo de fotodecomposição da madeira de
itaúba (Mezilaurus itauba). Os parâmetros da cor natural da madeira foram: (L*=
43,22; a*= 6,74 e b*= 16,88), com coloração marrom amarelado. Os valores
encontrados no presente estudo são ligeiramente superiores aos acima apresentados.
Vários fatores podem ter ocasionado esta diferença, como a forma dos corpos de
prova, idade das espécies, local de retirada do corpo de prova, procedência do
material analisado, aparelho utilizado na coleta dos espectros, entre outros. No
entanto, a caracterização de uma forma geral permanece válida, uma vez que a cor
final da madeira teve pouca alteração. Teles (2014) realizou ensaios não destrutivos
para avaliar o desempenho de madeiras amazônicas tratadas quimicamente e
encontrou valores médios dos parâmetros colorimétricos na testemunha para a
madeira cumaru (Dipteryx odorata) (L*= 54,5; a*= 10,8; b*= 24,3; C*= 26,6 e h*= 66,1),
próximos aos relatados neste estudo.

Figura 12 – Classificação da cor de acordo com Tabela de Cores de Madeira proposta por Camargos
e Gonçalez (2001).

Fonte: Autores (2018).


60

A espécie marupá (Simarouba amara) teve a cor classificada como branco


acinzentado (Figura 12). A coloração desta espécie também tem grande influência da
coordenada b*, apresentando valores elevados. Os valores do ângulo de tinta (h*)
colaboram para explicar as cores mais esbranquiçadas da madeira desta espécie.
Gonçalez et al. (2014b) avaliaram o processo de secagem na cor da madeira de
marupá (Simarouba amara) encontrando os valores para a testemunha de (L*= 80,24;
a* = 3,64; b*= 21,26; C*= 21,57 e h*= 80,32) e a classificação da cor branco
acinzentado, mesma classificação deste trabalho.
A espécie goiabão (Pouteria pachycarpa) foi classificada como oliva claro e a
sucupira (Bowdichia nitida) como marrom avermelhado (Figura 12). As coordenadas
a* e b* mostram participações diferenciadas para cada uma destas duas espécies. A
coordenada a* tem participação marcante na formação da cor da espécie sucupira,
enquanto que para a madeira de goiabão, devido o valor de a* diminuir, quando
comparado com a sucupira, faz com que a coordenada b* atue decisivamente na cor
final desta espécie. A variável h* demonstra o posicionamento das duas espécies junto
aos eixos vermelho e amarelo, corroborando para a definição da cor destas madeiras.
Variações na cor da madeira de uma mesma espécie podem ocorrer, pois
segundo Gonçalez (1993) diversos fatores influenciam a cor, tais como caracteres
anatômicos, constituintes químicos, local de retira da amostra na árvore, idade, altura,
diâmetro, fatores ambientais e fatores genéticos de cada espécie.
Para a seção radial os valores médios dos parâmetros foram (L*= 65,84; a*=
4,65; b*= 27,85; C*= 28,45 e h*= 62,50) e para a seção tangencial (L*= 63,36; a*=
6,12; b*= 27,12; C*= 28,42 e h*= 60,24). Como é possível notar, os valores médios de
todos os parâmetros foram superiores na face radial em relação à face tangencial,
com exceção da coordenada a* em que a face tangencial obteve valores mais
elevados.
Observou-se, ainda, que a face radial é mais clara (L*) para nove madeiras,
com exceção para a espécie angelim-pedra (Hymenolobium modestum). Isso pode
ser explicado pelo aumento significativo das coordenadas cromáticas (a* e b*),
implicando em maior saturação da cor nesta face. Os ângulos de tintas (h*) colaboram
para explicar as cores mais claras desta face, aproximando-os mais do eixo amarelo,
em relação à face tangencial (Figura 13).
61

Figura 13 – Valores médios do parâmetro colorimétrico luminosidade (L*) das espécies estudadas,
considerando as faces radial (Rd) e tangencial (Tg).

Fonte: Autores (2018).

Segundo Burger e Richter (1991), a face longitudinal radial é mais reluzente,


devido ao efeito das faixas horizontais dos raios. Nishino et al. (1998) afirmam que as
diferenças de cor entre as faces radial e tangencial são atribuídas às características
anatômicas e componentes químicos das madeiras tropicais. No entanto, observa-se
que os valores médios dos parâmetros colorimétricos das faces estão próximos,
sugerindo que as cores destas faces (tangencial e radial) das espécies estudadas não
devem apresentar diferenças significativas.
Ao analisar a Tabela 8 constata-se que de fato, das dez espécies estudadas,
oito não apresentam diferenças estatísticas significativas para a luminosidade (L*)
entre as faces radial e tangencial. Isso significa que as cores das faces dessas
espécies são similares, não havendo diferença de cores quando o desdobro destas
madeiras ocorrerem nos sentidos radial ou tangencial. Em algumas dessas oito
espécies pode ter havido diferenças estatísticas entre as coordenadas cromáticas (a*
ou b*) comparando as faces, no entanto há uma compensação no quantitativo da
62

pigmentação vermelha (a*) ou amarela (b*), fazendo que não ocorra interferência na
luminosidade (L*) da madeira.
As duas espécies que apresentaram diferenças estatísticas significativas de
luminosidade (L*) entre as suas faces foram o goiabão (Pouteria pachycarpa) e
sucupira (Bowdichia nitida). Para essas espécies, considerando os planos anatômicos
de corte (radial ou tangencial) haverá diferença de coloração de suas madeiras. Esta
análise tem grande importância sob dois aspectos práticos de utilização da madeira,
considerando a sua qualidade, o primeiro seria no desdobro destas espécies optando
por escolher uma face mais clara ou mais escura, de acordo com a conveniência do
mercado. A segunda seria sob o ponto de vista de obter lotes homogêneos da madeira
quanto a sua cor, implicando na fabricação de produtos uniformes. Observa-se ainda,
que tais informações podem subsidiar uma pré-classificação da madeira, para a
combinação de cores em tons variados, considerando a preferência do mercado,
cabendo ainda à formação de um banco de dados de cores.
Os parâmetros colorimétricos que apresentam diferença estatística
significativa, segundo o teste Scott-Knott a 5% de probabilidade foram: a* e h* para a
espécie amarelão (Apuleia leiocarpa); b* para angelim-pedra (Hymenolobium
modestum); b*, C* e h* para angico (Anadenanthera columbrina); a*, e h* para cumaru
(Dipteryx odorata); L* para goiabão (Pouteria pachycarpa) e sucupira (Bowdichia
nitida). Corroborando com os resultados, Silva et al. (2015) analisaram a cor da
madeira de oito espécies nativas do estado Rio Grande do Sul, sendo que para quatro
espécies houve diferença estatística significativa entre as faces radial e tangencial nos
parâmetros colorimétricos: araucária (Araucaria angustifólia) para os parâmetros L*,
a*, b* e C*, caúna (Ilex pseudobuxus) para o parâmetro L*, açoita cavalo (Luehea
divaricata) para os parâmetros L*, a*, b* e C* e cabreúva (Myrocarpus frondosus) para
os parâmetros b* e C*.
Na Figura 14 apresentam-se os valores das correlações dos parâmetros
colorimétricos (L*, a*, b*, C* e h*) com a densidade básica das espécies estudadas.
Nota-se que o parâmetro b* obteve coeficiente de correlação significativo (r = 0,96),
com a saturação da cor (C*), o que indica que à medida que b* aumenta, C* também
aumenta, sendo grandezas diretamente proporcionais. Além disso, não foi observada
correlação significativa entre a densidade básica e o parâmetro b* para nenhuma das
espécies avaliadas. Tal resultado pode ser atribuído as menores variações entre os
valores médios do parâmetro b* para as espécies estudadas. O parâmetro
63

colorimétrico que obteve melhor correlação com a densidade básica foi o ângulo de
tinta (h*), que aliado à coordenada cromática (b*) confirma a maior proximidade do
eixo amarelo, evidenciando a importância do pigmento amarelo (b*) na madeira.

Figura 14 – Coeficiente de correlação de Pearson entre as médias dos parâmetros colorimétricos e a


densidade básica da madeira das espécies avaliadas.

Em que = L*: luminosidade (Δ 0 – 100); a*: coordenada cromática sobre o eixo verde-vermelho; b*:
coordenada cromática sobre o eixo azul-amarelo; C*: saturação da cor; h*: ângulo de tinta; * =
correlação de Pearson significativa a 5% de probabilidade. Fonte: Autores (2018).

Na Tabela 9 apresentam-se as análises de correlação de Pearson entre a


densidade básica da madeira e as variáveis de cor (L*, a* e b*) nas seções longitudinal
radial e longitudinal tangencial para cada espécie. Verifica-se que as correlações entre
os parâmetros colorimétricos e a densidade básica não apresentam um padrão
igualmente definido para todas as espécies e os dois planos anatômicos. Silva et al.
(2015) também não encontraram um padrão definido para a correlação entre os
parâmetros colorimétricos e a densidade básica da madeira. Para cada madeira e
plano anatômico verifica-se um determinado parâmetro colorimétrico que melhor
caracteriza a variação da densidade básica. Esse resultado justifica-se em razão de
que a densidade básica não é o principal fator influente na variação colorimétrica da
64

madeira, mas sim, a quantidade de compostos químicos como os extrativos e lignina


(MORI et al. 2004).

Tabela 9 – Correlações de Pearson entre a densidade básica e os parâmetros colorimétricos (L*, a* e


b*) nas faces radial (Rd) e tangencial (Tg) das espécies em estudo (12% de umidade).

ESPÉCIE Face L* x ρb a* x ρb b* x ρb
Apuleia leiocarpa Radial -0,34 -0,70* -0,27
(Amarelão) Tang. -0,05 0,91* 0,50
Hymenolobium modestum Radial 0,35 -0,44 0,33
(Angelim-pedra) Tang. 0,33 -0,36 -0,95*
Anadenanthera columbrina Radial 0,31 -0,87* 0,84*
(Angico) Tang. -0,82* 0,09 -0,92*
Dipteryx odorata Radial 0,04 -0,71* -1,00*
(Cumaru) Tang. 0,96* -0,99* -0,90*
Pouteria pachycarpa Radial 0,89* 0,61* 0,62*
(Goiabão) Tang. 1,00* 0,34 0,15
Mezilaurus itauba Radial -0,58* 0,95* -0,54*
(Itaúba) Tang. 0,25 -0,03 0,42
Hymenaea courbaril Radial 0,66* 0,64* 0,88*
(Jatobá) Tang. 0,99* 0,94* 0,96*
Simarouba amara Radial 0,90* -0,97* -0,87*
(Marupá) Tang. -0,46 -0,84* -0,98*
Astronium leicontei Radial -0,37 -0,67* 0,13
(Muiracatiara) Tang. -0,77* -0,54* -0,43
Bodichia nítida Radial -0,98* 0,37 -0,20
(Sucupira) Tang. -0,33 0,92* 0,69*
Em que = ρb: densidade básica (g.cmc-3); *: significativo a 5% de probabilidade. Fonte: Autores (2018).

A coordenada cromática a* apresentou as melhores correlações com a


densidade básica para a maioria das madeiras, com correlação significativa entre os
dois parâmetros para, pelo menos, um dos planos anatômicos. De modo geral, a
coordenada cromática a* apresenta estreita relação com os compostos fenólicos de
diferentes madeiras (DELLUS et al. 1997; BURTIN et al. 1998; MORI et al. 2005).
Hittler et al. (1972) descreveram que, assim como a coordenada cromática a*,
a luminosidade (L*) também está relacionada com a maior ou menor quantidade de
extrativos presentes na madeira. Nishino et al. (2000) ao avaliarem a coloração da
madeira de 26 folhosas japonesas, também destacaram que o parâmetro colorimétrico
(L*) é diretamente influenciado pela variação da densidade básica, em especial para
madeiras orientadas tangencialmente. No presente estudo, para a espécie sucupira
65

(Bodichia nítida), a densidade da madeira apresentou uma correlação negativa


significativa com L*radial (r = -0,98) e correlação negativa com L*tang. (r = -0,33),
indicando que as madeiras mais densas dessa espécie são mais escuras (menor L*).
Para as espécies angico (Anadenanthera columbrina), goiabão (Pouteria pachycarpa)
e jatobá (Hymenaea courbarilII), a densidade da madeira apresentou uma correlação
positiva significativa com a variável b*radial (r = 0,84; 0,62 e 0,88), respectivamente,
indicando que as madeiras mais densas dessas espécies apresentam mais pigmento
amarelo (b*) na seção radial.
Dentre as espécies avaliadas, o angelim-pedra (Hymenolobium modestum),
angico (Anadenanthera columbrina), cumaru (Dipteryx odorata) e marupá (Simarouba
amara) apresentam correlação negativa significativa entre a densidade básica e a
coordenada cromática b* na seção tangencial. Estudos realizados por Vanclay et al.
(2008) mostraram correlações significativas entre a densidade e a coordenada b* da
madeira de Eucalyptus dunnii Maiden, ou seja, a coordenada b* (coloração amarela)
foi inversamente proporcional a densidade da madeira, indicando que as madeiras
mais densas dessa espécie apresentavam menos amarelo. As diferentes correlações
obtidas entre a densidade e (b*) podem ser explicadas pela cor característica de cada
espécie.
As análises de correlação entre a densidade básica e as variáveis de cor
indicam que a colorimetria pode ser utilizada como uma ferramenta no controle de
qualidade da madeira, já que a densidade é um indicador importante da resistência,
dureza e durabilidade da madeira. Entretanto, cada espécie de madeira terá
correlações específicas com as variáveis L*, a* e b*, em decorrência da cor
característica de cada uma.

5.4. Teste Scott-Knott

As análises evidenciaram variações significativas das propriedades físicas,


mecânicas e colorimétricas da madeira demonstrando sua eficácia no agrupamento
das dez espécies florestais, concordando, de modo geral, com a literatura
(NASCIMENTO et al. 1997).
A análise estatística pelo Teste Scott-Knott indicou que: i) para a densidade
básica as espécies ficaram agrupadas em 7 classes de agrupamento; ii) para as
contrações lineares nos sentidos tangencial e radial e retratibilidade volumétrica as
66

espécies ficaram agrupadas em 8, 6 e 5 classes de agrupamento, respectivamente;


iii) para o módulo de ruptura e elasticidade na flexão estática as espécies foram
agrupadas em 5 classes de agrupamento; iv) para o módulo de ruptura e elasticidade
na compressão paralela às fibras foram agrupados em 6 e 5 classes, respectivamente;
v) para a luminosidade (L*) as espécies ficaram agrupadas em 8 classes; vi) para a*
e b* foram agrupados em 2 e 4 classes de agrupamento, respectivamente; vii) para
C* e h* em 3 classes. Para a separação das espécies dentro do mesmo grupo, o teste
estatístico Scott-Knott possui a vantagem de ausência de ambiguidade dos testes de
comparação múltipla de média.

5.5. Análise de componentes principais (ACP)

Os resultados das análises das características físicas, mecânicas e


colorimétricas da madeira evidenciaram variações significativas, demonstrando sua
eficácia na diferenciação das 10 espécies florestais. A análise das componentes
principais das características da madeira das espécies florestais indica que 3
componentes explicam 88,21% da variabilidade, sendo que os 2 primeiros (Fatores 1
e 2) são responsáveis por 73,46% (Tabela 10).

Tabela 10 – Autovalores e autovetores na análise multivariada por componentes principais da madeira


das espécies florestais avaliadas.

Fator Autovalor Variância Total (%) Variância Total acumulada (%)


1 6,67 51,27 51,27
2 2,88 22,18 73,46
3 1,92 14,75 88,21
4 0,77 5,96 94,16
5 0,50 3,87 98,03
6 0,20 1,51 99,54
7 0,04 0,29 99,83
8 0,02 0,14 99,96
9 0,00 0,04 100,00
Fonte: Autores (2018).

A importância das propriedades da madeira para agrupar as 10 espécies, por


classe de uso, determinada por meio dos seus autovetores, estabelece que (i) no
componente principal 1, a densidade básica, as propriedades mecânicas e o ângulo
de tinta (h*) foram estatisticamente significativos e explicam 71,20% da variância total;
67

(ii) no componente 2, as contrações tangenciais e a coordenada cromática b* foram


significativos e explicam 38,97% da variação total dessa componente principal, sendo
portanto, as variáveis que mais contribuem para o agrupamento das espécies
florestais (Tabela 11, Figura 15).

Tabela 11 – Contribuição das variáveis das propriedades da madeira das 10 espécies florestais.

Variável Fator 1 Fator 2 Fator 3

ρb 0,86* -0,26 0,22


βrd 0,63 0,48 -0,57
βtg 0,49 0,78* -0,37
CVT 0,58 0,67 -0,45
MOE 0,90* -0,18 -0,16
MOR 0,93* -0,08 0,01
Ewc,0 0,94* -0,20 0,00
fwc,0 0,85* -0,28 0,01
L* -0,61 0,61 0,20
a* 0,66 -0,30 0,41
b* 0,23 0,72* 0,64
C* 0,30 0,62 0,71*
h* 0,85* 0,04 0,21
Em que = ρb: densidade básica (g.cmc-3); βrd: contração radial (%); βtg: contração tangencial (%); CVT:
contração volumétrica total (%); MOR: módulo de ruptura (MPa); MOE: módulo de elasticidade (MPa);
fwc,0: resistência à compressão paralela às fibras (MPa); Ewc, 0: Módulo de elasticidade na compressão
paralela às fibras (MPa); L*: luminosidade (Δ 0 – 100); a*: coordenada cromática sobre o eixo verde-
vermelho; b*: coordenada cromática sobre o eixo azul-amarelo; C*: saturação da cor; h*: ângulo de
tinta. *variáveis com contribuição significativa nas componentes principais (igual ou superior a 70%).
Fonte: Autores (2018).

Na análise de componentes principais (ACP), os vetores relacionados às


propriedades do lenho de dimensões reduzidas indicam atributos nos quais as
espécies florestais mostram pouca diferenciação. Por outro lado, os vetores das
propriedades do lenho com dimensões equivalentes (exemplo, densidade básica –
quadrante 4; ângulo de tinta – quadrante 1) demonstram grande importância para
explicar as variações existentes entre as espécies florestais.
68

Figura 15 – Análise de componentes principais mostrando a importância das características físicas,


mecânicas e colorimétricas da madeira na constituição dos grupos de espécies.

Em que = ρb: densidade básica (g.cmc-3); βrd: contração radial (%); βtg: contração tangencial (%); CVT:
contração volumétrica total (%); MOR: módulo de ruptura (MPa); MOE: módulo de elasticidade (MPa);
fwc,0: resistência à compressão paralela às fibras (MPa); Ewc, 0: Módulo de elasticidade na compressão
paralela às fibras (MPa); L*: luminosidade (Δ 0 – 100); a*: coordenada cromática sobre o eixo verde-
vermelho; b*: coordenada cromática sobre o eixo azul-amarelo; C*: saturação da cor; h*: ângulo de
tinta. Fonte: Autores (2018).

De acordo com Muñoz et al. (1992), em uma figura que represente a ACP, os
vetores com medidas mais distantes de zero correspondem às variações com maior
influência sobre o valor do componente principal, enquanto os vetores mais próximos
de zero correspondem a uma variável com pequena influência.
Portanto, é possível verificar que a maioria dos atributos gerados pelas
variáveis físico-mecânicas e colorimétricas das madeiras analisadas corresponde às
variações com grande influência no agrupamento e/ou na separação das espécies
florestais.
Madeiras com menores valores de densidade básica possuem menor
resistência mecânica em comparação com as madeiras de alta densidade,
evidenciando forte correlação entre essas propriedades, e desta forma, influenciam
nas propriedades e usos da madeira. Garcia et al. (2014) observaram que a
69

luminosidade (L*) tem correlação negativa com a densidade básica do lenho,


indicando que madeiras mais densas são também as mais escuras. A retratibilidade
volumétrica mostra relação diretamente proporcional à densidade básica do lenho
(KOLLMANN; COTÊ, 1968). A amplitude da retratibilidade é indicadora da
estabilidade dimensional da madeira e de seus produtos, sendo que a razão ou
coeficiente de anisotropia dos valores de retratibilidade tangencial-radial explica,
normalmente, os defeitos de secagem da madeira (GONÇALEZ et al. 2006).
O componente principal 1 correlaciona-se positivamente com a densidade
básica, o ângulo de tinta e os módulos de elasticidade e ruptura na compressão
paralela às fibras e flexão estática, possibilitando discriminar 6 grupos de espécies
(Tabela 11, Figura 16). O componente principal 2 evidencia que a contrações
tangenciais e a coordenada cromática b* correlacionam-se positivamente, indicando
que exercem significativa influência na estabilidade dimensional da madeira das
espécies. O componente principal 3, correlacionou-se positivamente com a saturação
da cor (C*), devido os valores das coordenadas cromáticas (a* e b*) serem
expressivos.

Figura 16 – Análise dos escores das componentes principais com a indicação dos grupos de espécies
constituídos pelas características físicas, mecânicas e colorimétricas das madeiras.

Fonte: Autores (2018).


70

A análise de componentes principais agrupou a madeira das 10 espécies em 6


grupos distintos: 1) o 1º grupo foi constituído pelas espécies angico (Anadenanthera
columbrina), angelim-pedra (Hymenolobium modestum), jatobá (Hymenaea courbaril)
e muiracatiara (Astronium leicontei), são reconhecidas por médios a altos valores de
densidade básica e retratibilidade volumétrica extremamente baixas; 2) o 2º grupo foi
formado pelas espécies cumaru (Dipteryx odorata) e sucupira (Bodichia nítida), que
possuem valores de resistência e rigidez elevados, conferindo-lhes boas propriedades
mecânicas; baixos valores de luminosidade (L*), corroborando que madeiras mais
densas são também as mais escuras; 3) o 3º grupo foi constituído pela espécie itaúba
(Mezilaurus itauba), a qual é caracterizada por ser uma madeira pesada e dura, com
densidade básica e resistência mecânica classificadas como média e baixa
retratibilidade volumétrica; 4) o 4º grupo foi formado pela espécie; goiabão (Pouteria
pachycarpa), que reflete em menor estabilidade dimensional, com presença marcante
da coordenada cromática b* na formação da cor da madeira; o 5º grupo foi constituído
pela espécie amarelão (Apuleia leiocarpa) com característica da madeira similar à do
grupo anterior, porém, com menores valores de luminosidade (L*) e retratibilidade
volumétrica; e 6) o 6º grupo foi constituído pela espécie marupá (Simarouba amara),
a qual apresenta um lenho de baixa densidade básica, conferindo menor resistência
mecânica e rigidez, além de valores elevados de luminosidade (L*), atribuindo a cor
esbranquiçada a madeira (GONÇALEZ et al. 2014b).
Considerando-se as principais variáveis do primeiro componente principal da
ACP, o módulo de ruptura na compressão paralela às fibras, apresentou a formação
de 6 grupos no teste Scott-Knott, mesma quantidade observada na ACP. Para as
demais variáveis (densidade básica, retratibilidade volumétrica total, módulo de
ruptura na flexão estática, módulos de elasticidade e o ângulo de tinta) o teste Scott-
Knott agrupou as 10 espécies variando de 3 a 7 grupos, sendo que esse maior número
de grupos deve-se à discrepância dos dados. Logo, o teste Scott-Knott por ser uma
análise univariada, apresenta dificuldade para a análise conjunta das variáveis, sendo
mais restrita que a ACP para realizar esse tipo de agrupamento.
O agrupamento das madeiras das espécies florestais pela similaridade das
características da madeira permite, com suporte na literatura especializada, comparar
e comprovar as aplicações dos agrupamentos (DE PAULA; ALVES, 2007; IPT, 2009;
JANKOWSKY et al. 1990; KLEIN 1984; LAMPRECHT, 1990; LIMA et al. 2003).
71

A madeira das espécies do 1º e 2° grupo podem ser destinadas para a


aplicação na construção civil pesada (pontes, postes, mourões, dormentes
ferroviários), uso temporário (andaimes, formas para concreto), mobiliário de alta
qualidade, lâminas decorativas, assoalhos, esquadrias, peças torneadas,
implementos agrícolas e artigos de esporte e brinquedos; o 3º grupo para janelas,
esquadrias, decks de madeira, assoalhos, pergolados, construção civil (pontes,
dormentes, postes, cruzetas), tesouras, assoalhos, tacos, partes internas de móveis;
o 4º para construção civil pesada, fabricação de assoalhos domésticos, mobiliário de
utilidade geral, embalagens, paletes e instrumentos musicais; o 5º grupo para
construção civil leve em esquadrias (portas, venezianas, caixilhos), decorativa
(cordões, guarnições, forros, rodapés, móveis decorativos) e cabos de ferramentas; o
6º grupo para fabricação brinquedos, embalagens leves, palitos de fósforo, saltos para
calçados, painéis compensados, molduras, marcenaria em geral, partes internas em
construção civil como forros, lambris e guarnições, além de instrumentos musicais.
72

6. CONCLUSÃO

Os resultados do presente trabalho permitem concluir que:

 As inter-relações entre as espécies estudadas apontaram a densidade básica como


a propriedade mais influente dentre as avaliadas.

 As análises de correlação entre densidade básica e luminosidade indicaram que as


madeiras mais densas, são mais escuras e apresentam mais coloração
avermelhada (a*).

 As espécies foram enquadradas em grupos de coloração específica, dada pelas


variáveis colorimétricas, indicando que a colorimetria pode ser utilizada como uma
ferramenta de suporte para a identificação de madeiras.

 A utilização da colorimetria quantitativa para conhecimento da cor da madeira


revelou-se de aplicação simples e prática, podendo ser empregada na pré-
classificação da madeira, a partir do desdobro da tora, na qualificação de peças, e
na formação de banco de dados.

 Dentre as características físicas, mecânicas e colorimétricas da madeira, a


densidade básica, as propriedades mecânicas e o ângulo de tinta, no componente
1, as contrações tangencias e a coordenada cromática b*, no componente 2, e a
saturação da cor (C*) no componente 3, foram as características mais relevantes
no agrupamento.

 Na maioria dos casos, os principais usos finais das espécies enquadradas em cada
grupo mostraram-se bastante similares, especialmente nos usos em que o fator
resistência mecânica é mais relevante. As diferenças dentro de cada grupo foram
verificadas em usos finais que não dependem somente da resistência mecânica
(móveis, artigos decorativos e instrumentos musicais).

 Para o alcance de um conhecimento mais amplo no que diz respeito à cor da


madeira das espécies avaliadas, recomenda-se para futuros estudos a inclusão de
parâmetros químicos e anatômicos para que auxiliem na melhor interpretação dos
agrupamentos.
73

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APÊNDICE A - ANÁLISES DE CORRELAÇÕES ENTRE AS PROPRIEDADES AVALIADAS

Tabela 12 – Coeficientes de correlação de Pearson entre as médias das propriedades físicas, mecânicas e colorimétricas das espécies estudadas.

Variável ρb βrd βtg CVT MOE MOR Ewc,0 fwc,0 L* a* b* C* h*


ρb 1,00*
βrd 0,27 1,00*
βtg 0,17 0,89* 1,00*
CVT 0,24 0,96* 0,98 1,00*
MOE 0,66* 0,56 0,31 0,44 1,00*
MOR 0,74* 0,53 0,35 0,45 0,95* 1,00*
Ewc,0 0,79* 0,49 0,28 0,40 0,96* 0,95* 1,00*
fwc,0 0,83* 0,33 0,16 0,25 0,81* 0,91* 0,89* 1,00*
L* -0,75* -0,23 0,06 -0,08 -0,55 -0,45 -0,60* -0,54 1,00*
a* 0,64* 0,13 -0,07 0,05 0,58 0,57 0,69* 0,55 -0,55 1,00*
b* 0,18 0,11 0,44 0,32 -0,04 0,16 0,07 0,05 0,43 0,13 1,00*
C* 0,22 0,10 0,36 0,28 0,06 0,23 0,16 0,10 0,34 0,36 0,96* 1,00*
h* 0,88* 0,41 0,41 0,44 0,65* 0,69* 0,71* 0,60* -0,62* 0,55 0,38 0,41 1,00*
Em que = ρb: densidade básica (g.cm -3); βrd: contração radial (%); βtg: contração tangencial (%); CVT: contração volumétrica total (%); MOR: módulo de
ruptura (MPa); MOE: módulo de elasticidade (MPa); fwc,0: resistência à compressão paralela às fibras (MPa); Ewc, 0: Módulo de elasticidade na compressão
paralela às fibras (MPa); L*: luminosidade (Δ 0 – 100); a*: coordenada cromática sobre o eixo verde-vermelho; b*: coordenada cromática sobre o eixo azul-
amarelo; C*: saturação da cor; h*: ângulo de tinta. * = correlação de Pearson significativa a 5% de probabilidade. Fonte: Autores (2018).
83

ANEXO A – GRUPOS DE CORES OBTIDOS NO AGRUPAMENTO DE CLUSTER


USANDO AS VARIÁVEIS CROMÁTICAS (L*, a*, b*, C* e h*)

Tabela 13 – Tabela de cores para madeiras brasileiras proposta por Camargos & Gonçalez (2001).

INTERVALOS DAS VARIÁVEIS


GRUPO CROMÁTICAS
COR
CLUSTER
L* a* b* C* h*
1 Amarelo-oliva 64-64 6-6 46-46 47-47 82-82
2 Branco 69-80 4-8 19-27 21-28 71-79
3 Marrom-escuro 38-51 6-11 10-16 12-19 50-61
4 Rosa 55-68 11-27 18-27 23-30 53-64
5 Amarelo-claro 65-76 7-11 26-37 28-38 71-77
6 Roxo 36-39 12-7 3-7 12-16 14-29
7 Preto-avermelhado 28-35 4-8 3-6 5-10 35-44
8 Marrom-arroxeado 29-44 8-11 8-12 11-16 34-52
9 Oliva 40-55 5-10 12-22 13-24 60-71
10 Oliva-claro 70-73 1-4 22-26 22-27 81-87
11 Branco-acinzentado 74-86 3-6 16-25 17-26 74-83
12 Marrom-escuro 35-51 11-16 13-18 17-23 43-55
13 Marrom-oliva 48-71 9-13 22-30 25-32 64-72
14 Preto 26-36 1-6 2-8 3-9 49-64
15 Vermelho-escuro 35-38 17-21 13-15 21-26 33-38
16 Cinza-rosado 61-76 4-8 13-20 14-21 67-76
17 Vermelho 37-52 17-24 16-23 24-31 39-52
18 Oliva-amarelado 51-69 6-9 20-27 21-28 69-76
19 Laranja-amarelado 53-54 24-27 34-38 42-46 54-55
20 Amarelo-alaranjado 49-66 12-19 31-36 33-40 61-67
21 Marrom-claro 45-61 10-13 16-25 19-28 54-66
22 Rosa-acinzentado 55-71 7-11 14-22 16-25 59-68
23 Amarelo-amarronzado 45-61 12-19 23-30 27-34 52-65
24 Amarelo 73-76 4-7 38-42 39-42 81-84
25 Marrom-avermelhado 39-57 13-17 18-23 23-29 50-58

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