14-Ministérios Eclesiásticos
14-Ministérios Eclesiásticos
14-Ministérios Eclesiásticos
Fazer um estudo teológico não é algo difícil, mas também não é tão fácil,
contudo, quando buscamos a direção do Espírito Santo, com toda dedicação e devoção,
somos levados a ter toda revelação que necessitamos.
Tenho total confiança em você, querido aluno, confiança essa que me leva a
saber que no futuro próximo, será um grande defensor da fé, e quem sabe um grande
obreiro capaz de pregar o evangelho com toda excelência e amor.
Quero aqui fazer uma aliança com você, uma aliança a qual primeiramente será
feita com o Senhor JESUS CRISTO, filho de Deus. A aliança é que irá estudar com desejo
de aprender mais de Deus, com intenção de ser edificado, com amor e alegria, e quando
possível, poder falar e compartilhar tudo quanto tem aprendido a outros para a glória de
Deus.
Não estude e não leia a Bíblia somente com um objeto de estudo, mas estude
com os olhos espirituais pedindo sempre a revelação de Deus e aplicando tudo que
aprender e ler em sua vida, tudo que ler, veja como um espelho pra você e não como
algo que somente serve pra outras pessoas, e o mais importante, leia crendo sem
duvidar. (Hebreus 11.1)
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MINISTÉRIOS ECLESIÁSTICOS
INTRODUÇÃO
Alguns animais vivem totalmente isolados. Não se associam nem com outros da sua própria
espécie, exceto, com a mãe no primeiro período da vida e com a companheira(o) durante o cio.
O ser humano, ao contrário, é gregário. Vive em grupos. Tal associação é necessária a fim
de alcançar objetivos que, individualmente, não seriam possíveis. Além disso, a própria
natureza humana sente necessidade do companheirismo e do amor. Depois de haver
criado Adão, Deus disse: "Não é bom que o homem esteja só." Quem insiste em se isolar
luta contra o bom senso e torna-se infeliz. Como disse Salomão, aquele que se separa
insurge-se contra a verdadeira sabedoria. (Pv.18:1).
Contudo, viver em grupo tem também seus problemas e cria novas necessidades. O
primeiro problema é a direção a ser tomada. Se forem muitos os componentes do grupo,
muitas são as cabeças e diversas as opiniões. Por isso, são necessários os líderes. Não
para fazer a sua própria vontade, mas para interpretar a vontade do grupo e viabilizar sua
execução. Esta é uma dura tarefa. Exige sabedoria e bom senso, porque pode ser que o
grupo esteja enganado quanto aos seus propósitos. Por isso, o líder precisa ter capacidade
e preparação superior a média do grupo, a fim de poder conduzi-lo de modo eficaz. Outra
necessidade que surge com o grupo é divisão de tarefas. É preciso identificar habilidades,
talentos e atribuir responsabilidades.
MINISTÉRIO
Entre outras informações, o dicionário da língua portuguesa nos diz que ministério é
"trabalho ou serviço na igreja". Biblicamente, entendemos que todo serviço cristão que se
desempenha de modo contínuo é um ministério. Desde a liderança até tarefas operacionais
permanentes. Um trabalho eventual não pode ser assim considerado. Eis aí um fator que
serve até para diferenciar ministérios e dons espirituais.
Existem quatro termos gregos que se relacionam aos vocábulos ministro e ministério:
- huperetai (huperetai)
- leitourgos (leitourgos)
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- sunergon (sunergon)
- diakonos (diakonos)
- Apóstolos
- Profetas
- Evangelistas
Os diáconos são apresentados como auxiliares. Eles não dirigem a igreja local,
mas são responsáveis por algumas áreas. (At.
Ministério é serviço. Logo, o ministro é um servo. Algumas vezes, o apóstolo Paulo usou o
termo doulo (doulos), que significa escravo. "Onde está pois a jactância?" O Verdadeiro
espírito do ministro, não deve ser a ambição carnal de mandar ou ser servido, mas espelhar
no que Jesus sempre fez no seu ministério terreno, que foi "não ser servido, mas servir".
(Mc.10:45).
Quando os discípulos disputavam entre si para saber quem era o maior, Jesus "os chamou
para junto de si e disse-lhes: sabeis que os que são considerados governadores dos povos,
têm-nos sob seu domínio, e sobre eles seus maiores exercem autoridade. Mas entre vós
não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos
sirva; quem quiser ser o primeiro entre vós, será
ministérios supracitados.
APÓSTOLOS
O maior de todos os apóstolos é o próprio Senhor Jesus, que foi enviado pelo Pai para executar
sua obra na terra. (Heb.3:1 Jo.4:34). Para que essa obra fosse continuada após sua ascensão,
Jesus escolheu doze homens. (Mt.10:1-2 Jo.20:21). Um deles, Judas Iscariotes, o traiu e foi
substituído por Matias. (At.1:16-26). Tais homens foram equipados pelo Senhor com
autoridade, poder para operar milagres, ousadia para pregar, etc. Tudo isso, mediante a
operação do Espírito Santo que lhes fora dado (At.1:8). Toda essa "munição" tinha por objetivo
capacitá-los a desbravar
todas as frentes por onde iam e aí estabelecerem a igreja de Jesus Cristo. Muitos cristãos
afirmam que o ministério apostólico não existe mais. Entretanto, observamos que, além dos
doze, o Senhor levantou outros apóstolos no período do Novo Testamento, como, por
exemplo, Paulo e Barnabé. (At.14:14). Por que ele não o faria ainda hoje, quando muitos
povos estão ainda por serem alcançados pelo evangelho?
O apóstolo não é um cacique ou um papa. Donald Gee diz: "Esse ministério exigia
praticamente que um apóstolo reunisse quase todos os outros ministérios num só homem.
Assim, ele participava da inspiração do profeta, fazia a obra de um evangelista, conhecia o
pastoral "cuidado de todas as igrejas", devia ser apto para ensinar, ao passo que,
atendendo à administração de negócio, seguia o exemplo do Senhor em não se esquivar
dos deveres de um diácono, quando fosse necessário."
PROFETAS
Muitos profetas existiram na história de Israel. Sua presença é constante no Velho Testamento,
apontando o caminho para o povo de Deus. Sua importância era grande pois, como afirmou
Salomão, "Sem profecia o povo se corrompe". (Pv.29:18). No Novo Testamento, Deus
continuou levantando profetas. O primeiro foi João Batista, que veio no estilo dos profetas
antigos, assemelhando-se, sobretudo, a Elias. (Lc.1:76 Mt.11:9-14 Mc.11:32). Seu papel foi
preparar o caminho para o profeta maior - Jesus, que, por sua vez, levantou outros profetas
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para orientar a igreja que surgia. No Novo Testamento, existem menções a esse ministério,
havendo muitos deles em Jerusalém, Antioquia, Corinto, e outras cidades. (At.13:1 At.11:27 I
Cor.14:29).
EVANGELISTAS
É uma pessoa dotada de capacidade especial para pregar o evangelho. Alguns usam esse
título apenas em relação aos escritores dos quatro evangelhos. A Bíblia, no entanto, cita
ainda Filipe e Timóteo como evangelistas. (At.21:8 II Tm.4:5).
Todos os cristãos podem e devem anunciar o evangelho. Todavia, a maioria não é capaz de
fazer uma pregação propriamente dita. O evangelista é um pregador, e faz isso com
maestria, habilidade, e poder que lhe são conferidos pelo Espírito Santo especialmente para
esse fim. Evidentemente, nem todo pregador é evangelista. É bom frisarmos também que o
trabalho do evangelista não se restringe à pregação, mas abrange também o evangelismo
pessoal.
Consideramos que todo apóstolo é um evangelista, mas nem todo evangelista é apóstolo.
O ministério apostólico é mais abrangente e extrapola os limites da igreja local.
PASTORES
Esse trabalho era muito comum no meio dos israelitas e outros povos antigos. O próprio
Davi, que veio a ser rei de Israel, cuidava de ovelhas quando era jovem, e percebeu que,
da mesma forma, Deus cuidava dele e de seu povo. Ao reconhecer esse fato, Davi
escreveu o conhecido Salmo 23: "O Senhor é o meu pastor e nada me faltará".
Em muitos outros textos da Bíblia, o termo "pastor" é utilizado em referência a Deus e aos
líderes do seu povo. (Sl.100:3 Jr.23:1-2). No Novo Testamento, esse título já era usado
normalmente como o usamos hoje. Jesus disse de si mesmo: "Eu sou o bom pastor".
(Jo.10:11). O termo grego para pastor é poimen (poimén).O ministério do pastor na igreja
tem as atribuições que vimos no início: alimentar, cuidar, proteger, defender, conduzir. Esse
é um ministério lindo. Dos cinco ministérios de Efésios 4:11, o pastor é o que está mais
próximo da ovelha, mais comprometido e mais atencioso para com ela. Nos nossos dias,
constatamos que existem pastores demais. Quando, porém, conhecemos muitos desses
ministros, percebemos que não são, de fato, pastores. Podem até ter um dos outros
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ministérios bíblicos, mas, por uma distorção tradicional e histórica da igreja, receberam o
título de pastor. Isto é, algumas vezes, prejudicial, pois muitos líderes vivem se esforçando
para serem o que não são e deixam de fazer aquilo para que foram chamados.
Outros títulos utilizados para o pastor no Novo Testamento são: bispo e presbítero.
Bispo - vem do grego episcopos (episkopos). Indica, não ofício, mas função, o
trabalhoespecífico de um pastor dotado de visão administrativa, um superintendente. Ele
não faz todo o trabalho, mas organiza, providencia tudo e depois supervisiona. O termo
episkopos era dado àquele que tinha a função de vigiar, fiscalizar, principalmente as
embarcações. Os gregos e os romanos usavam este termo para designar superintendentes
de obras profanas ou sagradas. O bispo como pastor tem a responsabilidade de ver que o
serviço seja bem feito. Não se encontra no Novo Testamento o uso do vocábulo bispo no
sentido de um oficial eclesiástico que tem autoridade sobre os outros ministros do
evangelho.
O ministério pastoral surgiu no livro de Atos. Em Jerusalém surgiu o primeiro rebanho pela
obra do Espírito Santo. Constituído de 120 pessoas, no princípio, aumentou para 3.120; foi
crescendo sempre até chegar a "dezenas de milhares" (At.21:20). No princípio, os doze
cuidavam de tudo. Houve problemas e os doze cuidaram da oração e da palavra e outros
homens passaram a ser designados para outras tarefas. O trabalho do Senhor foi além de
Jerusalém e chegou até Antioquia da Síria. Antioquia organizou trabalhos no continente.
Em cada cidade havia presbíteros. Na era apostólica encontramos pluralidade de pastores
em cada igreja (Fp.1:1). Os presbíteros recrutados entre os convertidos das igrejas,
deveriam ser homens de negócios e de trabalho. Alguns se dedicaram grandemente ao
trabalho do Senhor e passaram a dar tempo integral ao ministério e o apóstolo Paulo
mandou dar a esses homens, salários dobrados (I Tm.5:17). Pelo retrato que a Bíblia
guarda de alguns pastores, homens transformados pelo Espírito Santo, cheios da graça do
Senhor, revestidos de poder, conduta exemplar, irrepreensíveis, consagrados, dedicados
exclusivamente ao ministério da palavra, bons chefes de família, sérios, operosos e
humildes, encontramos reprodução perfeita hoje em muitos obreiros que se sacrificam por
Cristo, colocam o Reino de Deus acima de tudo e constituem a galeria daqueles que vivem
para glorificar o Senhor. A Bíblia alinha nessa imortal galeria de pastores reais, Tiago, o
irmão do Senhor que foi pastor da igreja em Jerusalém. Paulo e Barnabé somaram ao dom
apostolar o dom pastoral. Um modelo de pastor nos tempos modernos foi no século
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MESTRES
Deus disse: "O meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento". (Os.4:6). Essa
afirmação nos mostra claramente a importância do ensino da Palavra de Deus. O apóstolo
Paulo disse que não queria que os coríntios fossem ignorantes a respeito dos dons espirituais (I
Cor.12:1). Certamente, Deus não quer que sejamos ignorantes acerca de nenhuma das
doutrinas bíblicas, pois isso poderia significar a nossa destruição. Por esse motivo, ele
estabeleceu mestres, ou doutores, na igreja. Estes são pessoas que possuem o dom da palavra
do conhecimento e da sabedoria.
(I Cor.12:8). Além disso, possuem capacidade intelectual e facilidade de comunicação
Atualmente, o nome que damos a quem exerce esta função é o de "professor". Entretanto, o
professor não é tratado com a mesma importância, honra e respeito que o mestre recebia
nos tempos bíblicos. Provavelmente, trata-se de um problema ligado à conjuntura político-
social do nosso tempo, ou, especificamente, da nossa nação, onde a educação é relegada a
último plano. A Bíblia valoriza o mestre, como acontecia na comunidade judaica. Acima de
tudo, vemos que Deus os valoriza e os estabeleceu na igreja. Esse homens desempenham
uma nobre função, carregam uma grande responsabilidade (Tg.3:1), que só não é maior do
que o galardão que os aguarda na eternidade . (Dn.12:3).
TRABALHO MINISTERIAL EM EQUIPE
Essa ilustração nos dá uma idéia aproximada de como é a integração do trabalho dos cinco
ministérios.
DIÁCONOS
Outro ministério que figura no Novo Testamento é o dos diáconos. Sua primeira menção se
encontra em Atos dos Apóstolos, no capítulo 6, quando, devido às murmurações dos
cristãos helenistas, foram escolhidos sete homens para a direção do trabalho social da
igreja de Jerusalém.
Hoje em dia, há pessoas que questionam a utilidade dos diáconos em nossas igrejas.
Conta-nos o autor de uma de nossas fontes bibliográficas o seguinte:
"Depois duma semana passada no Estado de Virgínia, onde falara numa reunião de
diáconos, recebi uma carta da esposa dum diácono que exercia esse ofício numa igreja
batista rural. Lera uma reportagem daquela escola de diáconos no jornal da localidade e
queria saber se ainda havia razão plausível para a continuação de tal ofício. Haverá algum
serviço particular que o diácono possa prestar numa igreja rural com um número reduzido
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de membros? Dizia ela que o marido era fiel cristão no serviço da igreja, mas que o ser ele
diácono não significava coisa alguma. Na resposta, assegurei-lhe que o ofício de diácono é
escriturístico e, quando bem compreendido, oferece uma oportunidade real de servir à
igreja."
Que significa para a igreja o ofício de diácono? Em que afetaria o seu programa, se, por
deliberação geral e por amor à paz esse ofício fosse abolido? Em muitas igrejas batistas a
cessação desse ofício seria mera formalidade. E mui possivelmente, algumas igrejas até
recebessem com entusiasmo essa mudança. Bom número de diáconos e pastores acham
mesmo que nossas igrejas seriam melhor servidas por outros oficiais e comissões
eclesiásticas. E tais irmãos não são hereges, nem reacionários; em sua maior parte, estão
sinceramente procurando fazer progredir o reino de Deus.
Temos, portanto, que pesar cuidadosamente as situações que vêm provocando esse
questionamento. E devemos dar-lhe uma resposta sincera, inteligente e escriturística. Por
isso, vamos analisar algumas questões que se formam sobre o assunto:
- Primeiro: O mundo em que vivemos é diferente. Quais as condições que levaram o povo
pensante a levantar a questão da necessidade de diáconos? Antes de tudo, temos que
reconhecer o desconcertante contraste entre o mundo do primeiro século e o do século XX.
Enorme distância separa o mundo em que a Igreja Primitiva deliberou sobre a necessidade
de homens para servirem às mesas deste nosso mundo em que as igrejas hoje lutam por
Cristo. O ritmo de hoje é muitíssimo mais acelerado. Nas nossas igrejas atuais vemos
refletida a complexidade da vida hodierna. O crescimento das grandes cidades, o
desenvolvimento das igrejas em tamanho e número, a multiplicidade das organizações
eclesiásticas, bem como as vastas beneficências que as igrejas desejam oferecer ao povo.
Tudo isso exige novos métodos de trabalho, organizações modernas e de crescente
eficácia. Num mundo como este em que vivemos, mui facilmente nos confundimos no que
respeita ao lugar do diácono na igreja.
- Segundo: O ofício do diácono tem sido mal interpretado. Em muitas igrejas está mal
definido e mal compreendido o ofício do diácono e o serviço que ele deve prestar. Boa parte
dos batistas têm uma idéia errônea acerca do que o diácono deve fazer. Que significa para
a igreja o ofício do diácono? Qual a responsabilidade do diácono? Que função exerce ele?
Se precisamos de diáconos em nossas igrejas hoje, certamente precisamos também
reestimar, reapreciar e reaprender o serviço que eles devem prestar.
Terceiro: muitos choques têm acontecido entre pastores e diáconos. Às vezes assumem a
feição de verdadeiros conflitos, e com isso muito se prejudica a influência e a obra dessas
igrejas. Alguns pastores acham que não podem trabalhar com seus diáconos. Então, às
vezes, ouvimo-los dizer : "Sei muito bem o que devo fazer. Se meus diáconos não
concordarem comigo, levarei o caso à congregação, e a assembléia que resolva." Uma
situação dessas é, de fato, bem desagradável, e denota enfermidade espiritual. Em
algumas igrejas, o diaconato já foi abolido devido a essas desavenças.
Existem igrejas cujos diáconos se apropriaram duma autoridade muito contrária aos ensinos
do Novo Testamento. Existe um complexo de "junta", e um pensamento generalizado de
que os diáconos é que são os "diretores" da igreja. Nada mais distanciado da índole batista,
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e do esquema neo-testamentário que esta idéia. Onde prevalecer este errôneo conceito,
inevitavelmente surgirá aqueles que afirmam não haver necessidade alguma de diáconos.
Sim, a verdade é esta - não precisamos, nas nossas igrejas, de tais diáconos, nem de
juntas diaconais dessa espécie.
- Quarto: há muitos outros que servem na igreja. Nas nossas igrejas de hoje há muita
gente que ocupa posições de responsabilidade. São professores de Escola Dominical,
diretores de departamentos, presidentes de uniões, presidentes de organizações
missionárias, membros de corais, e outras atividades afins. Muitas vezes essas pessoas
dão muito mais tempo de serviço à igreja do que mesmo os diáconos. Nas igrejas grandes
das cidades, o número de irmãos eleitos excede, às vezes, de quinhentos, ou mais, além
dos eleitos por classe, ou unidades, e dos que servem por nomeação. E nessas igrejas, o
número de diáconos muitas vezes não chega a cinqüenta.
Haverá necessidade de um ofício que dê honra a uns poucos, quando a vasta maioria do
povo que realiza a obra das igrejas não está incluída nesse ofício? Certamente os diáconos
não fazem mais jus a essa honra do que os outros, e, no entanto, se lhes confere honra
especial por um serviço não específico. Acresce notar que certa revista aconselha que se
constitua em diácono a todo aquele que exerce algum ofício na igreja, seja homem, seja
mulher. Tal idéia, para muitos batistas, toca as raízes do ridículo, mas é certo o raciocínio
que a sustenta. Fazem-se até comparações nada aconselháveis entre o grupo chamado
dos diáconos e o dos outros obreiros ativos da igreja.
De fato, as dificuldades são reais, e o problema não pode ser esquecido. Muita gente está
perguntando qual a necessidade desse ofício. O bem-estar espiritual da igreja exige uma
resposta. A maioria dos batistas sente que o diaconato é parte inseparável da vida batista.
Mas, as razões da sua existência devem ser claras, concisas, escriturísticas e práticas.
Sim! É a resposta mais adequada. Precisamos dos diáconos em nossas igrejas atuais tanto
quanto deles precisaram os da primitiva igreja de Jerusalém. A compreensão exata e o
emprego adequado do diaconato constitui resposta clara para os problemas vitais que hoje
desafiam as igrejas e , às vezes, emperram o seu glorioso avanço.
Será que admitimos o diaconato por mera tradição? Absolutamente, não. No estudo deste
ofício, três coisas são verdadeiras e mui significativas quanto à igreja neo-testamentária.
Primeira - aquela igreja estava fundada sobre uma relação íntima, a de pecadores salvos, com
um Deus santo, por meio de Jesus Cristo. Assim, a igreja não é primeiramente um
companheirismo, e sim uma afinidade, cuja pedra fundamental é a confissão duma fé pessoal
em Jesus. Em segundo lugar, a igreja é uma organização que salienta a grande
responsabilidade que temos para com Deus.
E, finalmente, a sua origem divina torna eternos tanto o seu significado como a sua
utilidade. Os programas, os planos e a estratégia de Deus nunca ficam fora de tempo ou da
moda.
Quais os fatos históricos que devemos considerar aqui? Relembremos as tormentas que
davam contra a igreja primitiva em Jerusalém. Os judeus parecia estarem convencidos de
que a morte de Jesus poria fim aos seus problemas teológicos.
Achavam que uma vez morto o Chefe dos nazarenos, seus seguidores logo se
dispersariam. Algum tempo depois, no entanto, perceberam que eles ganhavam vida nova,
vida esta, oriunda da certeza de haverem estado com Jesus, pois testemunhavam que
Jesus ressuscitara. Veio o pentecoste, e , com este o poder de Deus e o crescimento da
igreja. Uma das questões que foram levantadas contra a igreja foi em relação ao tratamento
que davam às viúvas, aos órfãos e aos necessitados. Os crentes helenistas da
congregação reclamavam, dizendo que as viúvas hebréias estavam sendo melhor
contempladas que as outras. Foi nesse impasse que o Espírito Santo apresentou aos doze
uma solução: separariam sete homens de certas habilidades e lhes confiariam os
problemas da distribuição. E assim, por sugestão do Espírito Santo, foram eleitos pela
congregação os sete, para acudir a quaisquer outras necessidades da igreja. "Então os
doze convocaram a multidão dos discípulos e lhes disseram: Não é razoável que nós
deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete
varões de boa reputação...
aos quais constituamos sobre este importante negócio. Nós, porém, perseveraremos na
oração e no ministério da palavra. (Atos 6:2-4).
No livro de Atos aqueles homens não recebem o nome de diáconos. São quase sempre
chamados de "os sete". Contudo, há acordo geral em que a eleição daqueles sete varões
qualificados significa realmente o início do diaconato como um cargo na igreja. É no terceiro
capítulo da primeira carta a Timóteo que aparecem cuidadosamente esboçadas por Paulo
as qualificações dos que deveriam servir à igreja como diáconos. Também no início de sua
carta aos Filipenses, lemos isto :
"Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em
Filipos, com os bispos e diáconos". (Filipenses 1:1). Temos aqui forte base escriturística
para afirmar que, começando na igreja de Jerusalém, o ofício do diaconato se desenvolvera
com a aprovação e a bênção do Espírito Santo.
Deve-se distinguir entre a obra que o diácono realiza e o ofício em que é investido. O
esquecimento desta distinção tem acarretado muitos mal-entendidos acerca do diaconato,
porque não existe uma obra que seja feita exclusivamente pelos diáconos, isto é, não há
nenhum serviço que ele faça de que outros não possam participar. Essa distinção entre a
obra e a posição que ele ocupa origina-se do Novo Testamento, onde encontramos a
palavra grega "diakonos" empregada tanto para significar "ministro" como para significar
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"servo". Tal palavra é usada na maior parte das vezes não para determinar aquele que tem
uma posição ou exerce um ofício na igreja, ainda que vejamos claramente, pelas cartas
paulinas, existir esse ofício. (Fp.1:1 I Tm.3:8 e 3:12). O Novo Testamento emprega a
mesma palavra para se referir em geral a cristãos, como servos, e também a oficiais
particularmente separados para um determinado serviço. O diácono tem uma
responsabilidade toda especial para com o serviço, mas serve à igreja na mesma base em
que são chamados a servir todos os mais cristãos.
Dado que o ofício apareceu pela orientação da sabedoria de Deus, claro está que só deve
desaparecer quando dele nos vierem instruções bem claras. O que se faz necessário é uma
redescoberta do ofício, um novo estudo das Escrituras a esse respeito, e uma
reconsagração no sentido de melhor se avaliar esta criação da vontade divina. O Novo
Testamento, de fato, oferece a resposta certa à pergunta sobre a necessidade de diáconos
em nossos dias.
Os diáconos foram instituídos com os seguintes objetivos:
- Promover o bem-estar dos crentes que seriam beneficiados com o seu serviço.
CONCLUSÃO
Quem perde com tudo isso? A própria igreja. O que vemos em muitas delas? A liderança
está centralizada nas mãos de um homem - o pastor. A igreja torna-se então um retrato
desse líder. Se limita aos seus limites e se especializa em suas especialidades e dons. Daí
o fato de existirem igrejas "especializadas" em cura, ou expulsão de demônios, ou profecias,
ou libertação de viciados, etc. Isto não é ruim. O mal está do outro lado da moeda. Uma
igreja "especializada" em curas normalmente é deficiente no ensino da Palavra de Deus. Aí
começam os problemas e surgem as heresias. Para evitar esse tipo de situação Deus
estabeleceu ministérios vários e distintos na igreja. Precisamos valorizar cada um deles. É
necessário descobrir aqueles que os possuem, investir na formação e na remuneração
desses ministros. A liderança deve ser praticada pela equipe ministerial. A igreja que assim
fizer, será equilibrada, crescerá naturalmente e terá saúde spiritual.
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