Desenvolvimento Psicomotor e Desenvolvimento Humano
Desenvolvimento Psicomotor e Desenvolvimento Humano
Desenvolvimento Psicomotor e Desenvolvimento Humano
3 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO................................................................... 24
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 38
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1 DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA
Fonte:shoppingdelpaseo.com.br
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fecundação do óvulo. O período gestacional pode ser dividido de maneiras diferentes,
por exemplo: os médicos dividem em trimestres, já os biólogos e embriologistas
dividem as semanas de gestação em três subperíodos desiguais, tendo por critério as
mudanças específicas no organismo em desenvolvimento.
Fonte:biologiareformacional.blogspot.com.br
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sétima semana, após a ativação do gene sexual masculino, ou seja, até essa semana
todos os embriões são femininos.
Até a sexta semana, antes da formação das orelhas, o embrião apresenta
guelras, como peixes. As orelhas são implantadas por cima dessas guelras, mantendo
o canal que liga o duto do ouvido com a laringe. Por essa razão, quando a pessoa
fecha a boca e o nariz, forçando o ar para fora, sente um aumento da pressão nesse
duto, com ar saindo pelos ouvidos.
O embrião se desenvolve em uma velocidade avassaladora. O padrão de
desenvolvimento humano é passível de ser observado a partir do estágio germinal e
embrionário. Pautando-nos na tabela citada, percebemos que o organismo segue três
padrões de desenvolvimento corporal que são mantidos até a adolescência. Nota-se,
que de uma intumescência inicial segue-se a diferenciação de braços e pernas de tal
maneira que a sequência do desenvolvimento é cefalocaudal: primeiro a cabeça,
depois os braços e pernas. O segundo padrão é proximodistal, ou seja, do meio do
organismo para a periferia, assim forma-se a medula espinhal, para depois formar as
células germinativas dos braços, para daí surgir o antebraço etc. O terceiro padrão é
a sequência geral para específico, as células-troncos são indiferenciadas alcançando
sua diferenciação no decorrer do desenvolvimento.
O estágio fetal começa quando todos os órgãos e tecidos básicos já existem
em sua forma rudimentar. Neste período, os sistemas orgânicos aumentam sua
complexidade tomando as formas e funções específicas de cada órgão, além do
aumento do tamanho e peso. O bebê já reage ao som a partir do 5º mês e consegue
distinguir os diferentes sons provenientes do corpo da mãe, bem como os de fora.
A voz da mãe é o melhor discriminado, pois também é transmitido por meio de
vibrações no interior do corpo.
Outro fator importante para o desenvolvimento humano é a implicação
genética, o material genético determina como a pessoa seria e como seus órgãos
iriam funcionar, contudo algumas alterações podem ocorrer nesse material durante o
desenvolvimento. O interior do corpo é regulado por reações químicas que fazem o
organismo funcionar. Enzimas são produzidas, que reagem com outras, criando
energia, que faz com que os músculos se movimentem e por aí vai.
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Fonte:dicasparaengravidar.com.br
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desenvolvimento ósseo. Os meninos, ao nascerem, são mais pesados e maiores do
que as meninas.
Consideram-se três grandes áreas de desenvolvimento infantil: motor, cognitivo
e emocional. Estas três grandes áreas de desenvolvimento interligam-se, influenciam-
se e acontecem simultaneamente.
Contudo, em determinados momentos, uma área pode ter mais protagonismo do
que as outras, sem deixar de coabitar, a toda a hora, de noite ou de dia. E, em cada
uma delas, pais, bebê e genética têm o seu papel.
Os bebês são sensíveis às emoções desde muito cedo visto que o seu instinto
de sobrevivência, presente logo à nascença, lhes indica que devem confiar na mãe
para a satisfação das suas necessidades básicas. Chora como expressão dessas
necessidades mas também de acordo com o nível de desconforto que sente. Um bebê
tem e expressa vontades desde muito cedo e valoriza-as como as únicas a serem
satisfeitas. A consciência do outro só aparece muito mais tarde.
Os bebês aprendem, essencialmente, por imitação. Este fato reforça a
importância da correção e coerência dos comportamentos dos pais e de todos os que
convivem de perto com o bebê. É fundamental que o bebê cresça num ambiente de
afetos e que os pais demonstrem abertamente os seus sentimentos entre si e na sua
relação com o bebê. É observando o mundo dos adultos que o bebê e as crianças se
modelam sentimental e socialmente.
A sociabilização e contato com o outro é, portanto, uma fonte excelente de
estimulação e de aprendizagem das condutas sociais. O convívio com os seus pares
promove a construção e a afirmação da sua própria identidade, já que estando
rodeado de outros como ele, é capaz de identificar a diferença entre si e os outros.
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1.2 Recém-nascido
Fonte:maedacabecaaospes.com.br
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Com 1 mês de idade, o bebê começa a demonstrar os seus sentimentos e
necessidades através de diferentes expressões de rosto (faz caretas, sorri quando
olham ou sorriem para ele, deita a língua de fora) e do choro. O bebê chora porque
está desconfortável, com dores ou apenas porque precisa de atenção. Gradualmente
vai perceber que existem diferentes tipos de choro e perceber o que o seu bebê quer
dizer.
Fonte:brasil.babycenter.com
Aos 2 meses de idade, o bebé já gosta de agradar. Se sorrir muito para o seu
bebé e conversar com ele durante as rotinas diárias, o bebê vai aprender que
certos gestos e comportamentos são positivos e tende a imitá-los.
Quando está feliz, o bebê sorri e gesticula para chamar a atenção. Gradualmente
começa a fazê-lo com intencionalidade, como quando quer colo.
O bebê está muito dependente da mãe e é com ela que vai estruturando a sua
personalidade. Tudo aquilo que envolve a amamentação, os cuidados ao bebê,
o ambiente e as manifestações de carinho são fundamentais para que o bebê se
sinta seguro e amado.
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As rotinas do dia-a-dia vão-se consolidando o que contribui para a estabilidade
emocional do bebê que começa a estabelecer uma relação causa/efeito entre
tarefas e uma noção de previsibilidade sobre o que vai acontecer a seguir.
Fonte:brasil.babycenter.com
Mostra agrado e alegria quando vê os pais ou outras pessoas com quem está
familiarizado.
Começa a comunicar intencionalmente, emitindo sons e sorrindo abertamente.
Entende o sorriso e sorri socialmente.
Sabe a diferença entre estar sozinho ou acompanhado e prefere não estar só,
chorando para mostrar o seu desagrado.
Aprecia a companhia e gosta de atenção.
Distingue as figuras cuidadoras e próximas das restantes pessoas com quem
se relaciona, estabelecendo com cada uma, uma relação privilegiada e
individualizada.
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O bebê gosta de ficar sentado no colo, já não quer ficar deitado na cama o
tempo todo e tudo para ele é motivo de brincadeira como a hora da muda de
fralda, mamar, tomar banho e passear, passear de carrinho, segurar um
chocalho e fazer barulho.
Fonte:blog.fernandolimafotos.com.br
reage quando alguém quer tirar o seu brinquedo, reconhece as expressões de medo,
desagrado e zanga, e começa a demonstra também os seus sentimentos através
das expressões faciais.
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1.8 Bebê aos 6 meses
Estranha cada vez mais quem não conhece podendo até reagir de forma física
e desagradável.
Demonstra sentimento de posse pelos pais.
Como está a descobrir as mãos, usa-as para demonstrar o seu afeto e apreço
pelos pais.
A inteligência, raciocínio e o relacionamento social do bebê destacam-se,
especialmente em interações com os pais ou irmãos.
Nesta fase, o bebê gosta de pegar tudo o que está ao seu alcance e leva tudo
à boca, para experimentar texturas, sabores e consistência.
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Com essa idade ele já aprendeu a bater palminha e o faz sempre que cantam
para ele.
A criança de 9 meses não só imita o tom de voz que ouve como também as
expressões faciais dos adultos que falam com ela.
Fonte:www.tiki-toki.com
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1.12 Bebê dos 16 aos 18 meses
2 DESENVOLVIMENTO HUMANO
Fonte:developsy.wordpress.com
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diversas fases. No aspecto cognitivo a capacidade de raciocínio lógico indutivo-
dedutivo aparece na adolescência.
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Fonte:nacasadaana.com.br
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Tudo isso se apresenta como fatores inatos que influenciam, sim, o nosso
desenvolvimento.
Fonte:slideplayer.com.br
Porém, mesmo apresentando todos esses fatores internos que nos predispõem
a determinados comportamentos, nós estamos inseridos em uma rede social que nos
faz vivenciar experiências comuns a um determinado grupo e únicas em determinadas
situações. Essas experiências somadas a toda uma construção cultural, anterior até
ao nosso nascimento, são, também, fatores de grande influência para o nosso
desenvolvimento. Ou seja, os fatores ambientais são importantes, sim para o curso
de nossas vidas. Mas nós não somos seres passivos frente ao mundo que nos cerca.
Pelo contrário, a teoria interacionista defende o homem como ativo frente ao mundo.
O homem é influenciado e influencia o mundo em que vive.
A ação do homem no seu ambiente acarreta mudanças no meio e essas
mudanças acarretam outras no homem. Assim, vamos construindo nossa história
pessoal e coletiva. Vamos nos transformando e transformando o mundo ao mesmo
tempo em que somos transformados e a história humana vai sendo construída.
A teoria interacionista atribui um papel muito importante à relação entre as
pessoas e dessas com os objetos que a cercam. Desde o nascimento o bebê vai
construindo suas características e sua visão de mundo a partir das relações que
estabelece.
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Fonte:new.d24am.com
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Fonte:unieducar.org.br
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mediada, sendo os sistemas simbólicos os elementos intermediários entre o sujeito e
o mundo.
Fonte:www.metodista.br
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precisamos de estar em contato com outras pessoas ou instrumentos que permitam
nossa aprendizagem. Necessitamos, para nos desenvolver, de situações propícias ao
aprendizado.
Fonte:aprendizagemsistemica.blogspot.com.br
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em conhecer o mundo é o mesmo na criança e no adulto, porém os interesses de
cada um são variáveis.
Piaget procura explicar a evolução da nossa inteligência que passa por
diferentes estágios, onde cada estágio é caracterizado pela aparição de estruturas
originais, cuja construção o distingue dos estágios anteriores. Nossa inteligência vai
sendo construída passo a passo, tijolo a tijolo.
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Fonte:polouabufrgspsicotic.pbworks.com
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Fonte:cearacrescebrincando.wordpress.com
3 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
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Piaget não focou sua atenção no fato da resposta da criança ser errada, mas
no fato que crianças de idades aproximadas respondiam de acordo com um padrão
de erros. Isto é, crianças com idades parecidas erravam as mesmas questões, dando
respostas muito semelhantes. Isso levou Piaget a propor uma teoria que explicava
que os processos cognitivos das crianças ocorriam de acordo com estágios, sendo
que as pessoas exibiam padrões comuns e distintos em cada período de
desenvolvimento.
Antes de adentrarmos aos períodos do desenvolvimento propostos por Piaget,
iremos discorrer sobre alguns conceitos essenciais para a compreensão do processo
de desenvolvimento cognitivo: hereditariedade, esquema, adaptação e equilíbrio.
A hereditariedade corresponde à herança das estruturas biológicas, sensoriais
e neurológicas, que subsidiam o surgimento de determinadas estruturas mentais, ou
seja, herdamos um organismo que em contato com o meio ambiente vai amadurecer.
Desta interação, organismo/ambiente, resultará o surgimento de determinadas
estruturas cognitivas que funcionarão de modo semelhante durante toda a vida do
sujeito. Cabe lembrar que, por ambiente, entende-se tanto os aspectos físicos quanto
os sociais, sendo estas responsáveis pelo aumento significativo da complexidade do
processo de adaptação. Haja vista, a criança necessitar desenvolver recursos
intelectivos para solucionar uma gama de situações para conviver em um determinado
ambiente social.
Os estímulos sociais compreendem os comportamentos, tarefas, conceitos
etc., ensinados intencionalmente ou não pelas pessoas que convivemos. No que
tange o aspecto físico, um ambiente rico em estimulação proporcionará uma profusão
de objetos a serem manipulados pela criança, bem como, lugares a serem explorados,
oportunidades de observação da natureza entre outros. O plano social será aquele
capaz de reforçar e valorizar as aquisições de competência da criança.
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Fonte:sites.google.com
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mamadeira não difere, mas a chupeta também não difere na sucção, somente no
resultado (não sai leite).
Conceito de equilíbrio, em síntese, corresponde ao processo de organização
das estruturas cognitivas em um sistema coerente, interdependente, que possibilita
ao sujeito um tipo ou outro de adaptação à realidade.
Fonte:slideplayer.com.br
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Dominando os conceitos básicos e compreendendo a lógica da psicologia
genética, estamos prontos para estudar os períodos definidos por Piaget, da evolução
da cognição desde o nascimento.
Fonte:www.institutoinsight.net
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Fonte:psicopedagogiaonlineparatodos.blogspot.com
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Fonte: www.maemequer.pt
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Fonte:nenemdamamae.com.br
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Fonte:psicoblogger-uneb.blogspot.com.br
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3.2 PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO
Fonte:essencialespacopsicopedagogico.blogspot.com.br
Por volta dos dois anos, a criança está desenvolvendo a linguagem de maneira
ativa, permitindo utilizar tanto os esquemas sensórios-motores adquiridos quanto
começar a desenvolver esquemas simbólicos, como iniciar as atividades em que
consegue representar uma coisa por outra. A evolução da habilidade motora
associada ao aparecimento da linguagem, mesmo que rudimentar a princípio, amplia
consideravelmente o campo de exploração físico e social da criança. O ambiente de
convivência da criança não será mais somente o doméstico, de tal forma que ela se
empreendera na tentativa de inserção numa sociedade mais ampla.
O alcance do pensamento da criança, gradualmente, irá aumentar, mas ainda
continua muito autocentrado, ou seja, egocêntrico e ainda preso eminentemente às
ações. Pensamento egocêntrico? Essa foi a definição dada por Piaget para a ausência
de esquemas conceituais e de lógica no pensamento da criança. Egocêntrico também
devido à impossibilidade de articular pontos de vistas, por não conseguir conceber um
mundo do qual não faça parte e confundir-se com objetos e pessoas atribuindo seus
sentimentos e pensamentos a eles.
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Fonte: educacaoinfantilhci.zip.net
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3.3 PERÍODO OPERATÓRIO CONCRETO
Fonte:psicopedagogiaonlineparatodos.blogspot.com
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A flexibilidade mental permitirá a compreensão dos jogos de regras alterando
as modalidades de brincadeiras que lhe despertam o interesse, sendo este a
expressão lúdica maior do ser socializado.
As operações mentais características dessa fase são decorrentes da
capacidade de conservação. O conceito de conservação é parte de uma cadeia de
desenvolvimento que começou com a permanência do objeto e constância do objeto.
A criança passa a compreender a existência de aspectos mais abstratos dos objetos,
como massa ou peso, que também permanecem os mesmos, apesar de aparentes
mudanças.
Alguns exemplos de conservação são: conservação de quantidade de matéria,
no qual se muda a forma do objeto, mas a quantidade de massa não é alterada;
conservação de quantidade de líquido, onde se mudam os recipientes nos quais esse
líquido é colocado, sem alterar sua quantidade.
A criança precisa compreender a distinção entre realidade e aparência, ou seja,
mesmo que a aparência seja alterada, não necessariamente altera-se a realidade do
objeto. Percebe-se que a criança agora é capaz de compreender a reversibilidade das
ações e seu julgamento deixa de ser atrelada a percepção, tornando-se conceitual.
Fonte:pedagogiaunematsinop.blogspot.com.br
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A representação agora permite a abstração total. A criança não se limita mais
a representação imediata nem somente às relações previamente existentes, mas é
capaz de pensar em todas as relações possíveis logicamente buscando soluções a
partir de hipóteses e não apenas pela observação da realidade.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível
mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a
todas as classes de problemas. Este é o último estágio de desenvolvimento da
inteligência com início aos 12 anos e reeditado ao longo da vida. Caracteriza-se pelo
fato do sujeito conseguir libertar-se do concreto e é capaz de realizar transformações
possíveis na realidade.
O adolescente no estágio operatório formal adquire a habilidade de pensar
sistematicamente sobre todas as relações lógicas presentes em um problema.
Diferente do estágio operatório concreto, onde pensar e manipular mentalmente as
coisas requeria considerar coisas concretas, nesse estágio é possível manipular
conceitos abstratos como o amor, fantasia, justiça, democracia etc.
Os adolescentes exibem interesse por ideias abstratas, assim como se
preocupam com o próprio processo de pensamento. Discutir e criticar os sistemas
sociais e propor novos códigos de conduta, assim, questionando os valores morais de
seus pais e construir normativas próprias forjando sua autonomia.
Fonte:iskejo.blogspot.com.br
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BIBLIOGRAFIA
FREUD, S. Compedio Del Psicoanalisis. In: ______. Obras Completas. v.3. Madrid:
Biblioteca Nueva, 1938/1981, pp. 3379-3418.
38
OLIVEIRA, M. K. Vygotsky – aprendizagem e desenvolvimento: um processo
histórico. São Paulo: Scipione, 1993.
39
ZIMERMAN, D. E. A Psicanálise e a Escola. In: BASSOLS, A. M. S.; CRISTOVÃO,
P.W.; SANTIS, M., FORTES, S. e SUKIENNIK, P. (Orgs). Saúde Mental na Escola.
Porto Alegre: Mediação, 2004, pp. 9-17.
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4 LEITURA COMPLEMENTAR
Resumo
Desde o nascimento, o que salta aos olhos no desenvolvimento humano é o corpo e seus movimentos
que, inicialmente, não apresentam significados ainda inscritos. Aos poucos, este mesmo corpo em
movimento transforma-se em expressão de desejo e, posteriormente, em linguagem. A partir daí, a
criança é capaz de reproduzir situações reais, fazendo imitações que se transformam em faz-de-conta
(GORETTI, 2012). A psicomotricidade abrange os conhecimentos básicos do movimento, do intelecto
e do afeto, ou seja, contempla o corpo humano em toda a sua integridade e totalidade em três campos
de atuação: educação, reeducação e terapia (GORETTI, 2012). Portanto, este artigo tenta discutir e
analisar quais são as principais interfaces de psicomotoras trabalhar com o processo de
desenvolvimento humano do sujeito em movimento. Por fim, na perspectiva de uma análise conclusiva,
o meio humano deve permitir experiências estimulantes de um corpo eficaz, com condições afetivas e
ambientais, onde se possa realizar movimentos livres, se divertir, criar, brincar, compartilhar emoções
e participar de jogos sociais. No que tange às intervenções do profissional de Educação Física, o
mesmo fará com que o sujeito não se fragmente, pois ele se oferece como elo de todos os aspectos
que constituem um indivíduo: os aspectos psicomotores, cognitivos e sócio afetivos, uma vez que por
Educação Física não se deve entender apenas o exercício muscular do corpo, mas também e
principalmente o treinamento dos centros psicomotores pelas associações múltiplas e repetidas entre
movimento e pensamento e entre pensamento e movimento.
Resumen
Desde el nacimiento, lo que salta a la vista en el desarrollo humano es el cuerpo y sus movimientos
que inicialmente no tienen un significado predeterminado. Poco a poco, este mismo cuerpo en
movimiento se convierte en una expresión de deseo y, posteriormente, en el lenguaje. A partir de ahí,
el niño es capaz de reproducir situaciones reales, haciendo imitaciones que se convierten en como sí
(GORETTI 2012). La psicomotricidad cubre los conceptos básicos de movimiento, el intelecto y los
afectos, es decir, incluye el cuerpo humano en toda su integridad y plenitud en tres campos: la
educación, la rehabilitación y la terapia (GORETTI 2012). Por lo tanto, el presente artículo intenta
discutir y analizar cuáles son las principales relaciones del trabajo psicomotriz, con el proceso de
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desarrollo humano del sujeto que se mueve. Por último, en la perspectiva de un análisis definitivo, el
entorno humano debería permitir experiencias estimulantes un de un cuerpo eficaz, con condiciones
emocionales y ambientales, que permitan la libertad de movimientos, divertirse, crear, jugar, compartir
emociones y participar en juegos sociales. Con respecto a las intervenciones del profesional de la
educación física, hará que el sujeto no se fragmente aportando un vínculo de todos los aspectos que
conforman a la persona: lo motriz, los aspectos sociales, los cognitivos y los afectivos, ya que la
Educación Física no sólo debe comprender el entrenamiento de cuerpo muscular, sino también, y
principalmente, los centros de formación psicomotriz en sus múltiples y repetidas asociaciones entre el
movimiento y el pensamiento, así como entre el pensamiento y el movimiento.
Palabras clave: Psicomotricidad. Desarrollo humano. Fines.
Abstract
From birth, what strikes the eye in human development is the body and its movements that initially did
not have even entered meanings. Gradually, this same moving body becomes an expression of desire
and subsequently in language. From there, the child is able to reproduce real situations, doing imitations
that turn into make- account (GORETTI 2012). The psychomotor covers the basics of movement,
intellect and affection, and, includes the human body in all its integrity and wholeness in three fields:
education, rehabilitation and therapy (GORETTI 2012). Thus, the present text of the intention to discuss
and analyze what are the main interfaces psychomotor work, to the process of human development of
the subject that moves. Finally, the prospect of a definitive analysis, the human environment should
allow stimulating experiences an effective body, emotional and environmental conditions, which can be
made free movements, have fun, create, play, share emotions and participate in social games.
Regarding the operations of the physical education professional, it will cause the subject not fragment
because he offers as a link of all the aspects that make up an individual: the psychomotor, cognitive and
affective social aspects, since by Physical Education should not only understand the muscle body
workout, but also and mainly the psychomotor training centers by multiple and repeated associations
between movement and thought and between thought and movement.
Introdução
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totalidade em três campos de atuação: educação, reeducação e terapia (GORETTI,
2012).
Neste sentido, a psicomotricidade pode ser definida como o campo
transdisciplinar que estuda e investiga as relações e as influências recíprocas e
sistêmicas entre o psiquismo e a motricidade (FONSECA, 2008, p. 9).
(...) a Psicomotricidade envolve toda a ação realizada pelo indivíduo, que
represente suas necessidades e permitem sua relação com os demais. É a
integração psiquismo-motricidade. De uma maneira estática, a motricidade
pode ser definida como o resultado da ação do sistema nervoso sobre a
musculatura, como resposta à estimulação sensorial. Enquanto que o
psiquismo poderia ser considerado como o conjunto de sensações,
percepções, imagens, pensamentos, afeto, etc. (FONSECA, 2008, p. 15-16).
Assim, o presente texto parte da intencionalidade de discutir e analisar quais
são as principais interfaces do trabalho psicomotor, para com o processo de
desenvolvimento humano do sujeito que se movimenta.
A Psicomotricidade
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Dentro desse desenvolvimento funcional encontram-se os elementos
psicomotores que caracterizam basicamente a psicomotricidade, e que de acordo com
Goretti (2012), os mais utilizados no Brasil são:
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Equilíbrio: é a capacidade de manter-se sobre uma base reduzida de
sustentação do corpo, utilizando uma combinação adequada de ações
musculares, parado ou em movimento.
Segundo, a inibição psicomotora, onde o indivíduo não usa seu corpo para
relacionar-se com o mundo ou com os outros. É o oposto da instabilidade, pois
também há uma falta de limite, mas esta falta barra a ação. Ele mostra-se sempre
cansado, demonstrando pouca expressão facial e corporal. Seu aspecto é de extrema
fragilidade e debilidade e é nele que se reconhece e é reconhecida. São quietos
demais. O sujeito inibido, diferentemente do instável, possui outra estratégia para não
se separar do Outro: ser o ‘objeto bom’ de seus pares.
Terceiro, a debilidade, que é caracterizada pela presença de paratonias e
sincinesias. A paratonia é a persistência de uma rigidez muscular caracterizada por
uma inadequada incontinência das reações tônicas. Pode aparecer nos quatro
membros ou apenas em dois. Há uma instabilidade na posição estática ou quando se
caminha ou corre devido à rigidez. A sincinesia é caracterizada pela ação de músculos
que não atuam em determinado movimento, impedindo a realização de atos
coordenados e com ritmo devido a sua descontinuidade nos gestos e imprecisão dos
movimentos. Podem aparecer ainda outros sintomas, como tremores na língua, lábios,
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pálpebras e dedos quando estes são solicitados para a execução de um determinado
movimento. A afetividade e a intelectualidade também podem estar comprometidas.
O sujeito geralmente demonstra certa apatia e tem sonolência maior que as outras
pessoas. A atenção é prejudicada.
Quarto, a dispraxia, que se caracteriza na dificuldade de associar movimentos
para realizar uma tarefa, há, concomitantemente, um transtorno espacial (dificuldade
de lateralizar, de nomear objetos, espelhamento de letras, assimetria nos movimentos
– todos estes persistentes), assim como, um fracasso nos jogos.
Não obstante, é comum apresentar, também, um desvio no desenvolvimento
cognitivo no que diz respeito à distinção de aspectos figurativos, o que dificulta que se
atinja a fase de operações concretas. Há, também, uma perturbação do esquema
corporal. Quando a dispraxia é no olhar, além das perturbações perceptivas, há
dificuldades posturais e de equilíbrio.
A psicomotricidade, então, tem sua identidade inscrita nas práticas corporais
de impressão que solicitam as capacidades de captação, recepção, distribuição,
tratamento e estocagem das informações oriundas do próprio corpo ou do meio-
ambiente, e nas práticas corporais de expressão que solicitam as capacidades de
liberação emocional, de comunicação com os demais e também de criação, pela
entrada em jogo do corpo real (LE CAMUS, 1986).
As dimensões do corpo dentro da psicomotricidade dividem-se em dois polos
relacionados à psicanálise de Freud, segundo Cabral (2000) apud Silva (2006, p. 55):
consciente, estruturado, racional versus inconsciente, fantasmático, projetivo,
relacional. No primeiro polo encontram-se as dimensões 1 e 2 do corpo e no segundo
as dimensões 3 e 4, citadas a seguir:
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Corpo fantasmático e relacional: corpo da imagem corporal e dos fantasmas
primitivos; do contato afetivo nas relações objetais; da comunicação com o
outro.
Corpo social: corpo marcado pela lei na situação edipiana; diferenciado
sexualmente de acordo com papéis sociais; influenciado por papéis
culturalmente definidos; manipulado, reprimido, ou valorizado, de acordo com
a ideologia da sociedade.
O desenvolvimento motor
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uma individualização em face da realidade, está em dependência recíproca com a
gênese do comportamento humano; daí se traduzir em aquisições motoras integradas,
em estreita relação com o desenvolvimento psicofisiológico.
Ainda segundo o mesmo autor, as percepções e os movimentos, ao
estabelecerem relação com o meio exterior, elaboram a função simbólica, que dará
origem à representação e ao pensamento, uma vez que o movimento tem sempre
uma orientação significativa, em função da satisfação das necessidades que provoca
com o meio.
O movimento e o seu fim são uma unidade, e desde a motricidade fetal até a
maturidade plena, passando pelo momento do parto e pelas sucessivas evoluções, o
movimento é sempre projetado em face de uma satisfação de uma necessidade
relacional. A relação entre movimento e o fim aperfeiçoa-se cada vez mais, como
resultado de uma diferenciação progressiva das estruturas integrativas do ser humano
(FONSECA, 2008).
O desenvolvimento humano recapitula, acelerada e qualitativamente, o
desenvolvimento da espécie humana. Ele é um processo contínuo, iniciado na
concepção e seguido por metamorfoses até a morte. São fases e sequências que
apresentam em cada estágio um nível de maturidade, culminando em uma
desmaturidade declinativa na terceira idade (FONSECA, 2009).
Assim, considerando o desenvolvimento humano e motor como sócio-histórico-
cultural, conclui-se que o trabalho psicomotor durante a infância; respeitadas as
diferenças individuais, pode influenciar positivamente nas ações do indivíduo sobre si
próprio e sobre seu grupo social, dominando suas capacidades físicas e psicológicas
para agir de forma consciente, crítica e planejada, conforme seus anseios e desejos.
Considerações finais
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considerando a afetividade nas relações corporais, por meio de ações de
pertencimento, acolhimento e aceitação, evitando, assim, sobrecargas emocionais.
Deve-se construir um referencial de segurança e permissividade (sem juízos
de valor) dentro de limites, pois movimento é, acima de tudo, uma manifestação típica
do psiquismo e, portanto da inteligência. O corpo é o instrumento pelo qual a
inteligência é construída, bem como o corpo é a sede das reações emocionais que
unem o sujeito ao seu grupo.
Dessa forma, o sujeito desenvolve seus elementos psicomotores – esquema e
imagem corporal, tônus, coordenação global, motricidade fina, organização espaço-
temporal, ritmo, lateralidade e equilíbrio –afastando-se do possível desenvolvimento
dos transtornos – instabilidade e inibição psicomotoras, debilidade e dispraxia – e
desenvolve habilidades funcionais para a vida diária.
As formas simbólicas de manifestação e expressão corporais devem ampliar-
se quantitativa e qualitativamente ao longo da vida, devendo-se impedir um
desenvolvimento de corpos apenas com características normativas, mecanicistas,
alienados, objetais, disciplinarizados, banalizados, moralizados, reduzidos ou
submissos, sob ações de coação e coerção.
É necessário que se tenha a oportunidade de envelhecer como seres
socialmente ativos, exibindo a motricidade espontânea, disponível, autônoma e
harmoniosa. Para tanto, deve-se desenvolver todas as dimensões do corpo dividas
em dois polos: um consciente, estruturado e racional (do corpo como instrumento
funcional e de conhecimento), e outro, inconsciente, fantasmático, projetivo e
relacional (do corpo fantasmático e relacional, e social).
É preciso, também, manter a espontaneidade e naturalidade dos movimentos
a fim de evitar síndromes de debilidade motora, inibição, rigidez, tensões
desnecessárias, desordem e instabilidade psicomotora, incoordenação, arritmia,
desorganização práxica, sincinesias (incapacidade de individualização motora) e
paratonias (incapacidade de descontração voluntária), pois uma debilidade motora
pode estar associada a uma debilidade mental.
O Educador Físico fará com que o sujeito não se fragmente, pois ele se oferece
como elo de todos os aspectos que constituem um indivíduo: os aspectos
psicomotores, cognitivos e sócio afetivos, uma vez que por Educação Física não se
deve entender apenas o exercício muscular do corpo, mas também e principalmente
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o treinamento dos centros psicomotores pelas associações múltiplas e repetidas entre
movimento e pensamento e entre pensamento e movimento (OLIVEIRA, 2012).
Ele deve adotar uma postura de observação, respeito, aceitação e intervenção,
que leve à emancipação do sujeito por meio de atitudes revolucionárias e
transformadoras num ambiente socioafetivo, solidário, participativo e colaborativo,
que propicie o desenvolvimento da autonomia social e intelectual, da ética, da justiça
e dos direitos humanos. A motricidade deve estar integrada ao conhecimento. Nesse
ambiente o educador físico é a referência.
Esse corpo desenvolvido globalmente desde sua concepção propicia maior
autonomia ao sujeito em suas atividades diárias como trabalhos, estudos, esportes e
lazeres. O sujeito, com suas capacidades corporais potencialmente desenvolvidas,
têm também maiores possibilidades de afastar-se de situações de estresse e
depressão.
Por meio de um trabalho psicomotor de qualidade na infância, pode-se, então,
proporcionar melhor qualidade de vida com um desenvolvimento corporal que
possibilite a otimização e coordenação tempo-espaço-movimento e,
consequentemente, maior exploração do mundo pelo sujeito quando adulto, visto que
desenvolverá uma atividade motora mais racional e projetiva.
Portanto, observa-se que o corpo é um esquema de representação incumbido
de estruturar a experiência do mundo nos níveis consciente, pré-consciente e
inconsciente, e, por isso maior atenção foi dada a um bom desenvolvimento
psicomotor na infância. Mas, embora esta seja a melhor fase, a psicomotricidade pode
ser desenvolvida da concepção à morte, sempre que se apresentar necessária à
qualidade de vida do ser humano em toda excepcionalidade de seu ser.
Bibliografia
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__________. Psicomotricidade: filogênese, ontogênese e retrogênese. Rio de
Janeiro: Wak, 2009.
GONÇALVES, Fátima. Psicomotricidade & Educação Física: quem quer brincar põe o
dedo aqui – A utilização das linguagens do movimento como suporte na formação
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RBL, 2010.
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