Relatório - Experimento 1 - Máquina CC
Relatório - Experimento 1 - Máquina CC
Relatório - Experimento 1 - Máquina CC
SÃO LUÍS – MA
2021
Lucas Silveira Soeiro
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RELATÓRIO EXPERIMENTO 1 - CARACTERÍSTICAS DA MÁQUINA DE
CORRENTE CONTÍNUA, OPERANDO NO MODO MOTOR, NAS DIVERSAS
FORMAS DE EXCITAÇÃO
SÃO LUÍS – MA
2021
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RESUMO
Este relatório tem por objetivo apresentar os procedimentos e resultados obtidos no
primeiro experimento da disciplina Laboratório de Máquinas Elétricas referente a
Máquinas CC em suas quatro formas de excitação de campo (Excitação independente,
excitação shunt, excitação composta e excitação série). Neste documento são mostrados
os procedimentos feitos e elaborado comentários a respeito do observado e aqui
exposto.
Palavras-chave: Máquina, contínua, campo, excitação, tipos.
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Sumário
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................5
2. DESENVOLVIMENTO.................................................................................................................9
2.1. Excitação Independente........................................................................................................9
2.2. Excitação Shunt...................................................................................................................11
2.3. Excitação Composta............................................................................................................12
2.4. Excitação Série.....................................................................................................................13
2.5. Tabelas e Dados fornecidos.............................................................................................14
3. CONCLUSÃO...........................................................................................................................16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................17
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1. INTRODUÇÃO
Este relatório foi feito com a intenção de apresentar o experimento feito no dia 18 de
junho de 2021 pelo professor José Gomes de Matos, que tratou da Máquina de corrente
contínua e as particularidades de cada uma das quatro configurações de excitação de
campo. O experimento se deu de maneira remota onde o professor e os alunos se
encontraram virtualmente e o professor apresentou um vídeo gravado com cada parte do
experimento e comentando o apresentado; foi fornecido aos alunos também um
documento guia experimental no formato PDF com alguns valores pré colocados para
que se fossem feitas análises pelos alunos.
Nas seções a seguir há uma breve explicação teórica sobre a máquina CC e suas
formas de excitação.
1.1.1. Princípio de Funcionamento de uma Máquina CC
V t−K a⋅ϕ ⋅ω u
Equação 1: T a=K a⋅ϕ⋅I a Equação 2: I a=
Ra
P⋅N
Equação 3: f = Equação 4: ϕ R=ϕ D±ϕ s
2⋅60
Vt Ra
Equação 5: ω =( )−( )⋅I a Equação 6: T =K a⋅( K f⋅I a )⋅I a=K a⋅I 2a
K⋅ϕ K a⋅ϕ
Equação 7: I L =I a + I f
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1.1.3. Excitação Independente
Figura 4. Motor de corrente contínua com excitação Shunt (Fonte: Editado pelo
Autor).
Nesta configuração temos uma mesma fonte alimentando tanto o enrolamento de campo
quanto o da armadura da máquina CC, como pode ser visto na figura 4.
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1.1.5. Excitação composta
Figura 5. Motor de corrente contínua com excitação Série (Fonte: Editado pelo
Autor).
Nesta configuração temos uma mesma fonte alimentando tanto o enrolamento de campo
quanto o da armadura da máquina CC, com a diferença de que o circuito do Campo está
em série com o circuito da armadura, campo como pode ser visto na figura 6.
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2. DESENVOLVIMENTO
Em primeiro momento a máquina CC está com excitação independente, uma fonte para
o campo e uma para a armadura. Para ligar esta máquina é necessário seguir a
ordem de primeiro Alimentar a corrente no campo (como a máquina usada suportava
até 600 mA, foi inicialmente colocado esse valor), necessário para gerar conjugado de
partida e evitar que ela tenha corrente muito alta de acordo com a equação 1; segundo é
alimentado a armadura através da fonte de corrente contínua, a qual tem valor nominal
de 9 A e é medida por um alicate amperímetro com 5 voltas (“...como se estivesse
medindo 5 correntes…”). Foi atingido 222 V de alimentação na armadura (nominal de
220 V).
Com essas duas alimentações tivemos o início das rotações, funcionamento da máquina
CC com rotação de 1374 rpm (diferente da nominal que é 1800 rpm); esta diferença se
dá pelo fato de haver alimentação de armadura muito próximo da nominal mas corrente
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de campo muito elevada. Para resolver o problema foi reduzido a corrente de campo
para aumentar a rotação (NOTA: até aqui em vazio), chegando a 1805 rpm com pouco
mais de 340 mA.
Caso a corrente de campo seja tirada excessivamente, levaremos o termo
correspondente a força contra eletromotriz (-ka·ϕ·ωu) a zero e a corrente da armadura
ficará muito grande; outra consequência seria a máquina CC tentar compensar isto
através de um aumento indefinido de rotação (velocidade) até que ou os sistemas de
proteção atuem ou a máquina se danificar.
Para inverter a rotação da máquina é preciso inverter o conjugado da máquina que é
feito ou invertendo o sentido da corrente de campo ou a de armadura (geralmente se faz
modificando o sentido da corrente de armadura); no experimento é feito invertendo o
sentido da corrente de armadura e observou-se a inversão de rotação como esperado.
Isto também foi comprovado por meio de um sequencímetro analógico que estava
ligado a máquina síncrona.
Seguindo, foi feito o ensaio com motor de corrente contínua com excitação
independente de acordo com a figura 3, com a diferença de que a carga resistiva
conectada em delta; vale lembrar que o gerador síncrono acoplado estava sem excitação
no campo portanto em vazio. É aplicado tensão nominal na armadura o mais próxima o
possível sendo de 220,8 V e é medido uma corrente na armadura de 6,4 A (pois haviam
5 voltas no alicate amperímetro), configurando uma corrente de armadura de
aproximadamente 1,2 A. Com esses dados é possível determinar a potência de entrada
de Pin = Va·Ia = 264,96 W.
Mantendo a tensão de alimentação e a corrente de campo foi feita então a adição de uma
carga ao eixo, ligando a máquina CA que alimentava o campo do gerador para que este
por sua vez alimente a carga resistiva. Com auxílio de um alicate amperímetro capaz de
medir potência foi registrado que a carga alimentada recebia uma potência de 651 W
(através do gerador síncrono). Como isto ocasionaria queda de tensão, o valor
administrado a armadura da máquina CC foi regulada para seu valor nominal (220 V),
neste momento verificou-se que a corrente de entrada da máquina CC estava a 50% do
valor nominal (4,5 A) e que a rotação estava a 1760 rpm (uma redução de 40 rpm).
Assim foi fornecida uma potência a máquina CC de Pin = 993,6 W e foi medida uma
potência na saída da máquina síncrona de Pout = 651 W indo a carga resistiva, resultando
em rendimento da montagem de η = [651 / 993,6]·100 = 65,52% (342,6 W de perdas
que se dividem em perdas rotativas, perdas nas resistências internas das duas máquinas).
Por último, foi ajustada a máquina CC para valores nominais da alimentação da
armadura (220,4 V e 9 A) diminuindo a corrente de campo, resultando em P in = 1983,6
W e foi medida na saída uma potência de Pout = 1466 kW alcançando assim o
rendimento de η = [1466 /1983,6]·100 = 73,9% com um valor de perda de 517 W.
(como corrente na armadura aumentou, e as perdas ôhmicas aumentaram em valor
absoluto embora o rendimento tenha aumentado). Checando as rotações foi medido o
valor de 1713 rpm, 87 rpm abaixo do valor nominal de 1800 rpm. Vale comentar que a
este ponto não era mais possível recuperar velocidade nem aumentando a tensão na
armadura já que já estava em valor nominal e nem diminuindo a corrente de campo ou
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então a corrente da armadura aumentaria muito até valores perigosos ao equipamento
devido a perda da forca contra eletromotriz, como já comentado.
No segundo momento do laboratório foi refeita a montagem para que se tivesse o motor
de corrente contínua com excitação em derivação ou shunt, de acordo com a figura 4.
Neste momento havia apenas uma fonte de alimentação (tanto pra armadura quanto pro
campo); uma consequência disto é que, em comparativo com a configuração de
excitação independente, foi dispensado o procedimento de primeiro alimentar a corrente
de campo e depois a de armadura uma vez que na excitação shunt a corrente Ia é
resultado de uma divisão de corrente entre o campo e a armadura, da corrente de linha
na alimentação.
Assim, a alimentação ocorre apenas no fornecimento de tensão de linha ao conjunto o
que torna o conjugado da máquina diretamente proporcional a tensão de alimentação;
isto gera dificuldade de partida nessa configuração já que o conjugado é pequeno
devido a corrente de armadura também ser, que é normalmente corrigido com a
elevação da corrente de partida em relação a corrente nominal (duas ou três vezes
maior), para vencer a resistência inercial do eixo a máquina. (Uma diferença entre a
ligação independente e shunt é que para a excitação independente a correte de campo
não varia com a tensão da armadura e na ligação shunt ela irá varia de maneira
diretamente proporcional. Entretanto se a tensão de linha na configuração shunt se
mantiver invariável e de forma que torne a corrente de campo igual à da excitação
independente, então a máquina CC com excitação shunt irá se comportar da mesma
forma que a configuração de excitação independente, no que se refere a queda de
rotação).
Assim, é colocada o valor de tensão nominal na alimentação da máquina e atingiu-se os
valores de VL = 220,5 V, IL = 1,5 A, If ≈ 0,63 A e rotação de 1328 rpm, para solucionar
isto e alcançar o valor nominal de rotação do motor CC fez-se a diminuição da corrente
de campo aumentando a resistência em série com ramo do campo (o reostato) que
inicialmente era resistência de zero Ohms. Fazendo este ajuste foi alcançado o valor
rotacional de 1805 rpm e que a corrente de campo foi reduzida praticamente ao mesmo
valor de quando esta máquina CC estava na configuração de excitação independente
(340 mA), vale lembrar que até este momento a máquina estava a vazio. Pouco tempo
depois temos os valores de VL = 220,4 V, IL = 2,6 A, If ≈ 0,34 A e rotação de 1801 rpm.
A este ponto é interessante notar que como a corrente do campo agora é controlada pelo
reostato, mesmo que sejam mantidas as configurações de alimentação inalteradas, a
corrente de campo tende a diminuir um pouco mais naturalmente pelo efeito joule,
quando o aquecimento do reostato resulta num aumento da resistência ôhmica do
mesmo e portanto diminuição da corrente que passa por ele.
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Ao ser feita a adição de carga na saída do gerador síncrono acoplado a máquina CC,
chega-se a valores de VL = 220,4 V, IL = 4,7 A, If ≈ 0,34 A e rotação de 1776 rpm. Em
seguida é ajustada a corrente de linha a ser nominal e chegou-se aos valores de V L =
220,6 V, IL = 9,3 A, If ≈ 0,34 A e rotação de 1743 rpm, valores semelhantes aqueles
obtidos quando a máquina operou em excitação independente com carga no eixo. Isto
nos leva a concluir que se forem mantidos os valores da tensão de armadura e da
resistência de campo, o motor com excitação shunt e com excitação independente
funcionam da mesma forma.
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maiores forem como antigas locomotivas com tração elétricas acionadas com
retificadores.
Por fim o motor CC é remontado para que apresente a configuração de excitação série
como mostrado na figura 6 (É muito usado em cargas que exijam alto conjugado na
partida e baixa rotação em regime permanente. Quando a vazio a rotação é
perigosamente alta.). Com pouca alimentação na entrada (visto que com apenas 18 V a
máquina já partiu), a máquina apresentou alto torque inicial, suficiente pra vencer a
resistência inercial o eixo rotórico e que foi necessário controlar a tensão da armadura
para que não houvesse rotação altíssima quando a máquina em vazio; nessa condição foi
alcançada a rotação nominal de 1800 rpm com apenas aproximadamente 104 V quando
a tensão nominal é de 220 V, ou seja, com essa configuração (excitação série) neste
motor CC usado foi necessário apenas 47,2 % da tensão nominal pra se alcançar a
rotação nominal. Isto pode ser explicado matematicamente observando a equação 6.
Quando foi feita a adição de carga, foi visto que a velocidade caiu abruptamente
entretando o conjugado por sua vez aumentou. Com esse aumento de carga, para que se
recuperasse velocidade foi necessário que se aumentasse a tensão de linha, o que se
justifica matematicamente pela equação 5.
Ainda, apenas como demonstração, foi retirada momentaneamente a carga do conjunto
e foi visto que houve um aumento abrupto da rotação, beirando o descontrole o que
indicou a sensibilidade dessa configuração (excitação série) a tensão de linha aplicada.
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2.5. Tabelas e Dados fornecidos
Nota: As tabelas apresentadas nesta seção tem valores informados pelo professor por
meio do guia experimental fornecido e foram preenchidos de acordo com as
informações dadas mas não são exatamente aqueles vistos durante o experimento.
Gerador
2 KVA 230 V 5A 1800,0 4,0 1800,0
Síncrono
Va(V) If(A) Ia(A) N (RPM) Pin(W) VL(V) IL(A) Pout(W) Rend. (%)
VL(V) If(mA) IL(A) Ia(A) N (RPM) Pin(W) VL(V) IL(A) Pout(W) Rend. (%)
221,3 350,0 1,7 1,35 1800,0 376,2 7,5 0,0 0,0 0,0
221,3 350,0 5,0 4,65 1757,0 1106,5 118,4 15,6 3200,0 57,8
221,3 350,0 8,8 8,45 1744,0 1947,4 160,5 21,1 5860,0 60,2
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Tabela 4. Motor CC com excitação Composta (Aditiva)
Máquina de Corrente Contínua Máquina Síncrona (carga)
VL(V) If(mA) IL(A) Ia(A) N (RPM) Pin(W) VL(V) IL(A) Pout(W) Rend. (%)
222,0 330,0 1,6 1,27 1804,0 355,2 7,5 0,0 0,0 0,0
222,0 330,0 5,0 4,67 1634,0 1110,0 118,4 15,6 3200,0 57,7
222,0 330,0 8,0 7,67 1518,0 1776,0 160,5 21,1 5860,0 66,0
VL(V) If(mA) IL(A) Ia(A) N (RPM) Pin(W) VL(V) IL(A) Pout(W) Rend. (%)
Va(V) If(A) Ia(A) N (RPM) Pin(W) VL(V) IL(A) Pout(W) Rend. (%)
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3. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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