Capelania Militar e Policial
Capelania Militar e Policial
Capelania Militar e Policial
E POLICIAL
1ª Edição
Indaial - 2022
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
S232c
ISBN 978-65-5646-362-9
ISBN Digital 978-65-5646-360-5
1. Capelania militar. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da
Vinci.
CDD 210
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
O Processo De Conceituação, Consolidação
E Evolução Da Capelania Militar E Policial............................... 7
CAPÍTULO 2
A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura.................... 55
CAPÍTULO 3
O Capelão e a Relação Que o Seu Ministério Pastoral
Mantém Com A Ética E Com A Religião....................................... 97
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo à disciplina de Capelania Militar e Policial. Ao longo do texto
você compreenderá como se deu o surgimento, a evolução e a consolidação da
Capelania Militar dentro da estrutura das forças militares, desde os tempos remo-
tos até os dias atuais. Também perceberá como a figura do capelão estava pre-
sente desde o início do processo de colonização do Brasil, e como a sua relação
com os conquistadores foi crucial para o sucesso da colonização e manutenção
da ordem social estabelecida ao longo de séculos no Brasil colonial e Imperial.
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O Processo De Conceituação, Consolidação E
Capítulo 1 Evolução Da Capelania Militar E Policial
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Este capítulo tratará a respeito das circunstâncias históricas e sociais nas
quais a capelania militar surgiu e se consolidou dentro das forças militares ao
longo do tempo. Trata-se, desta maneira, de elencar acontecimentos e conjuntu-
ras que marcaram a atuação do capelão em momentos de conflito e desamparo
emocional. Sendo assim, a capelania desponta como um importante elemento de
capitalização das angustias, ansiedade, medos e desamparo que afligiam e afli-
gem os homens de armas ao longo dos séculos.
Outra questão que será apresentada diz respeito a como a presença de re-
ligiosos nas frentes militares, desde o início da formação que viria a ser o Brasil,
se faz senti ainda no início da colonização da América portuguesa. Assim, como a
sua atuação no processo de conversão dos povos nativos e dos africanos escravi-
zados introduzidos no território ao longo de mais de três séculos. Como se pode,
constatar a sua presença é um dos elementos chaves no processo de construção
de uma ordem social implantada pelos colonizadores portugueses.
2 INTRODUÇÃO À CAPELANIA
MILITAR E POLICIAL
Neste tópico serão abordadas a abrangência e a dimensão histórica da rela-
ção entre religião e militarismo. É necessário dizer que o capelão esteve presente
desde o império romano entre as forças militares. A origem do termo capelania
aconteceu na história de Martinho de Tours, soldado romano que viveu no século
IV d.C., contemporâneo de Constantino. A esse respeito fala-se da experiência de
Martinho e como surgiu o nome da capelania e demais termos derivados (VIEIRA,
2009, p. 41 e 42).
Conta-se que era uma noite muito fria, “frio de rachar”, no inver-
no de 338, Martinho cavalgava para sua casa quando avistou
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Capelania Militar e Policial
A partir daí, o uso do padre capelão passou a ser requerida também em tem-
pos de paz. Passando, assim, o reino a ter um sacerdote que também era o con-
selheiro. Esse costume também era observado em Roma, sede do Papado. Já
em 1789, esse ofício foi abolido na França como um dos desdobramentos da Re-
volução francesa, mas foi restabelecido em 1857, peloPapa Pio IX. A esta altura, o
sacerdote que tomava conta da capela, que era chamado Capelão, passava a ser
o líder espiritual do Soberano Rei e de seus representantes (FERREIRA, 2017, p.
41-42). O serviço de capelania, com o tempo, passou a estender-se a outras insti-
tuições sociais, como o: Parlamento, Colégios, Cemitérios e Prisões.
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O Processo De Conceituação, Consolidação E
Capítulo 1 Evolução Da Capelania Militar E Policial
nal de Columbus, nos Estados Unidos, era um sacerdote cristão que defendia que
os líderes religiosos e os médicos deveriam trabalhar em conjunto na busca de
garantir o pleno bem-estar das pessoas, estabelecendo um vínculo entre a saúde
mental e a saúde física.
Mas foi na virada do Século XIX para o Século XX que eclodiu uma forte
discussão sobre experiência religiosa. Naquela ocasião, juntaram-se psicólogos,
teólogos, clérigos, médicos e psicoterapeutas. O tema do encontro principal era:
“cura para todos” e tinham por objetivo buscar saúde para “o homem inteiro”. Já
na Inglaterra, alguns anos mais tarde, Leslie criou seminários de debates, en-
volvendo psicologia, medicina e psicanálise. Esse engajamento acabou trazendo
contribuições imprescindíveis para consolidar, sobretudo, as atividades de cape-
lania hospitalar daquele tempo. Insta-se dizer que, naquela altura, o trabalho de
capelania estava vinculado à psicologia, principalmente a emergente disciplina
denominada “psicologia pastoral”.
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FONTE: <https://www.museus.gov.br/a-primeira-missa-no-brasil-de-victor-
meirelles-chega-a-brasilia-para-exposicao/>. Acesso em: 29 maio 2021.
FONTE: <http://www.diocesedeamparo.org.br/index.php/2017/04/26/primeira-
missa-no-brasil-completa-517-anos/>. Acesso em: 29 maio 2021.
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Capítulo 1 Evolução Da Capelania Militar E Policial
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FONTE: <https://observatorio3setor.org.br/noticias/escravos-da-religiao-
os-escravizados-pela-igreja-no-brasil/>. Acesso em: 26 maio 2021.
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Capítulo 1 Evolução Da Capelania Militar E Policial
são forçada costumavam ser punidos com castigos cruéis “de forma exemplar”. A
esse respeito, eram três as principais ordens religiosas escravistas do Brasil: os
jesuítas, os beneditinos e os carmelitas dos pés descalços. E mesmo em menor
número, também os franciscanos mantiveram a posse de escravizados em suas
instituições (BBC Brasil, 2021).
FONTE: <http://www.portaldasmissoes.com.br/site/view/id/1694/gravatai-
a-mais-longinqua-reducao.html>. Acesso em: 28 maio 2021.
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Capelania Militar e Policial
Desta forma, não era por acaso que os conflitos políticos sujeitos à represen-
tação pública costumavam acontecer durante as atividades religiosas, dentro ou
no entorno daqueles templos religiosos. No período, quando ocorriam alguns con-
litos, era comum que se buscasse a sua resolução durante as reuniões nas ca-
pelas ou na matriz do arraial durante as missas, ofícios dos sacramentos e festivi-
dades. Além disso, os escravizados, por saber da ocorrência de tais ajuntamentos
de pessoas nas capelas durante os rituais do calendário católico, em festividades
como a celebração da Páscoa, Natal, Corpus Christ, festividades de Santos, entre
outros; elegiam essas ocasiões como o momento mais adequado para dar início
a revoltas e subjugar senhores, famílias e moradores de uma só vez (ANDRADE,
2009, p. 277-279).
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assistência espiritual aos integrantes daquelas forças nas mais diversas situações
da vida. Segundo a Arquidiocese Militar do Brasil, o capelão militar é, antes de
mais nada, um ministro religioso encarregado de prestar assistência religiosa a
uma corporação militar (Marinha, Exército, Aeronáutica, Polícias Militares e Cor-
pos de Bombeiros Militares).
Art. 15
§1. Serão destinados para o serviço religioso no Ordinariato
Militar sacerdotes do clero secular e do clero religioso, forman-
do um só Presbitério. Os sacerdotes do clero secular poderão
ser incardinados no mesmo Ordinariato, segundo as normas
do Código de Direito Canônico. Os sacerdotes incardinados
no Ordinariato Militar, uma vez completado o serviço nas For-
ças Armadas, poderão regressar às suas circunscrições ecle-
siásticas de origem, observadas, porém, as normas do Direito.
Pelo contrário, os candidatos promovidos ao Diaconato para
prestarem serviço no Ordinariato Militar, permanecem neste
incardinados.
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O Processo De Conceituação, Consolidação E
Capítulo 1 Evolução Da Capelania Militar E Policial
Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liber-
dade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
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Capítulo 1 Evolução Da Capelania Militar E Policial
3 O PATRONO DA ASSISTÊNCIA
RELIGIOSA DO EXÉRCITO
BRASILEIRO
Um ano após a criação da Força Expedicionária Brasileira, em 1944, o então
presidente da República, Getúlio Vargas, criou o Serviço de Assistência Religiosa;
esse serviço permitia a participação de capelães voluntários para atuarem junto à
Força Expedicionária Brasileira na Campanha da Itália, durante a Segunda Guer-
ra Mundial.
O capelão João Filson Soren, foi um capelão militar protestante que alcançou
muito respeito entre os seus companheiros de armas. Esse capelão, mesmo antes
da guerra, já possuía notável importância no meio batista, tendo sido presidente
da Convenção Batista Brasileira, da Convenção Batista Federal e, já na década
de 1960, da Aliança Batista Mundial. Pelos seus serviços prestados no campo
de batalha, o capelão João Soren foi reconhecido por sua bravura e sua atuação
próximo à linha de frente da Força Expedicionária Brasileira, particularmente em
Monte Castelo, onde correu riscos para localizar e ajudar a resgatar os corpos de
soldados mortos em combate. Alguns dos perigos enfrentados pelo capelão e as
relações de amizade, companheirismo e fraternidade compartilhados por ele e
seus companheiros durante a Segunda Guerra Mundial estão presentes em seu
artigo de maio de 1945, intitulado: “Prismas da Guerra na Itália”.
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Capelania Militar e Policial
FONTE: <http://www.portalfeb.com.br/joao-filson-soren-o-capelao-protestante-da-feb/>.
Acesso em: 18 maio 2021.
Frei Orlando iniciou seus estudos em Divinópolis (MG), depois seguiu para
Holanda e de lá foi enviado para se estabelecer em sua nova ordenação como
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sacerdote. Diante dessa mudança radical, deixa de ser recohecido como Antonio
Álvares da Silva e passa a incorporar a imagem simbólica do Frei Orlando. Ao
entorno dos seus 24 anos de idade teria se mudado para São João Del Rei, onde
lecionou no Colégio de Santo Antônio, estabelecimento dirigido pela Ordem dos
Franciscanos Menores. E, por aquela ocasião, teria instituido a “Sopa dos Po-
bres” (CRIVELARI, 2008. p. 20-21). Desenvolveu trabalho social de grande impor-
tância para aqueles que não tinham o que comer. Era uma desafio e tanto, pois
tinha que garantir, ao menos, a alimentação de pelo menos quinhentos famintos
que lhe batiam à porta, sendo que as doações e recursos que conseguia de ou-
tros meios garantia apenas a alimentação de uma média de trezentas pessoas.
Foi em meio a esse estado de desalento e penúria que o Frei Orlando pas-
sou a receber o apoio de militares integrantes do 11º Regimento de Infantaria (11º
RI) após uma conversa com o comandante deste regimento.
Com relação a este cenário, Palhares (1982, p. 131-132) diz o seguinte: “Fa-
zia questão de ver de perto as nossas posições avançadas e o estado moral dos
soldados, animando-os com o seu idealismo sempre posto à prova”.
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Em sua última carta enviada a sua mãe, relatou sobre a visita feita em Roma,
da vista que teria feito ao Sumo Pontífice, um terço bento que ganhara do Santo
Padre e a bênção que recebera da maior autoridade da Igreja Católica. Teria fala-
do a respeito das visitas que fez ao lugar da prisão de São Pedro, às catacumbas
de São Sebastião e à Igreja de Santa Inês. Naquela mesma correspondência, o
agora Capitão Frei Orlando havia feito promessas de levar a mãe, em um momen-
to mais oportuno, para conhecer Roma (CRIVELARI, 2008, p. 21-22) .
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Sobre eles, Duque de Caxias quando deixou o comando das Armas Brasilei-
ras, na ordem do dia, n° 272, externou sua gratidão ao trabalho executado daque-
les religiosos; naquela ocasião o militar enalteceu a fibra e o caráter, bem como o
amor à pátria no cumprimento da missão quando os mesmos se abnegaram, não
dando a importância da preservaão da própria vida nos hospitais e até mesmo no
campo de batalha (CRIVELARI, 2008, p. 26-27).
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O cônego Antonio Alves de Souza, por sua vez, foi o 3º sacerdote a ocupar
as funções de Capelão da PMPE, natural de Camaragibe-PE, nascido em 31 de
maio de 1915, tinha 47 anos quando pelo Ato nº 2478, de 28/08/1962, foi nome-
ado Capelão (em comissão) (idem almanaque dos Oficiais da PMPE de 1963, p.
103), foi efetivado dois anos depois pelo Ato nº 4258, de 15/07/1964, no posto de
Capitão. E em 21 de abril de 1975, pelo Ato nº 1155 (passou seis anos) esse mi-
nistro religioso foi promovido por incapacidade física definitiva (cardiopatia grave)
fazendo jus aos proventos do posto de Tenente-Coronel. No entanto, diante des-
ses infortúnios o sacerdote continuou, à medida de suas possibilidades, à frente
da assistência espiritual da Corporação Policial a que ele sempre demonstrou ter
maior carinho e zelo. De acordo com os seus biógrafos, o Cônego Antonio Alves,
à frente da Capelania Militar da PMPE, conseguiu não apenas resgatar o espírito
e religiosidade que existia na PM, mas, principalmente, ampliá-la e aperfeiçoá-la.
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so seletivo para o provimento para capelão padre. Além de outras duas vagas que
seriam criadas para uma nova seleção. Como sinal dos novos tempos, a cape-
lania da PMDF está desenvolvendo um cadastro de líderes de religiões que não
possuem capelães para atender a eventuais demandas de outros credos.
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FONTE: <https://cruzeirodooeste.portaldacidade.com/noticias/politica/culto-e-
missa-de-acao-de-gracas-da-policia-militar-0248>. Acesso em: 19 maio 2021.
O evento o qual a imagem acima faz menção, refere-se à missa que foi re-
alizada na noite de sábado (10/08/2019) e ao culto que foi realizado na noite de
quinta-feira (15/08/2019). As celebrações contaram com a presença de militares
estaduais e seus familiares e também dos fiéis da comunidade, além de visitan-
tes de outras denominações religiosas que foram recepcionados pelo Frei Luiz
Fernando Alflen e pelo Pastor evangélico Evandro Tomazini, que realizaram todo
o esforço possível para deixar uma mensagem de fé e respeito às diferenças.
Corroborando, assim, com a fala do padre Almeida, da PMRJ, ao defender uma
postura ecumênica dos capelães militares sejam eles católicos ou protestantes.
Como de praxe, todos os anos a Polícia Militar do Paraná realiza uma série
de eventos e atrações para comemorar seu aniversário, sempre incluindo a par-
ticipação da família dos policiais militares e da comunidade paranaense e, neste
ano, não está sendo diferente. Nesse evento, em razão da profunda religiosida-
de dos integrantes da corporação, além da tradicional relação que a corporação
mantém das práticas religiosas cristãs, sempre se fazem presente os capelães
militares da instituição onde, na oportunidade, são realizadas missas e cultos
evangélicos para celebrar a data festiva. O cronograma de celebrações do 7º Ba-
talhão alcança o seu ápice com a chamada Turnê Noroeste da Banda da Polícia
Militar, que vem da capital Curitiba/PR, e se apresentará no Centro Cultural Cesar
de Souza Rego.
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5 A ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
DENTRO DA HISTÓRIA DO EXÉRCITO
BRASILEIRO A PARTIR DE 1939
Diante da eclosão da Segunda Guerra Mundial e diante das implicações polí-
ticas, econômicas, sociais e bélicas que o seu alastramento representavam para o
Estado brasileiro, durante o então governo de Getulio Várgas, o governo brasileiro
passou a sofrer grande pressão para se posicionar a respeito do seu apoio a um
dos lados envolvidos no conflitos. Sendo assim, após negociações com os Esta-
dos Unidos, o Brasil, mediante a cessão de algumas contrapartidas econômicas
dos norte-americanos, passou a apoiar abertamente os aliados (EUA, Inglaterra,
França, entre outros) contra os Países do Eixo, ora capitaneados pela Alemanhã
Nazista de Adolf Hitler.
FONTE: <https://chicomiranda.wordpress.com/2012/03/14/os-navios-
brasileiros-torpedeados/>. Acesso em: 19 maio 2021.
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O Estado brasileiro, que desde o início do conflito havia optado pela neutra-
lidade em razão dos seus múltiplos interesses políticos e econômicos, não teve
outra alternativa diante do ato de guerra cometido pelos Alemães, pois aquele
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Para celebrar a ida dos combatentes brasileiros para lutar na guerra, foi
organizado um desfile na cidade do Rio de Janeiro, onde, na presença de uma
multidão, os soldados desfilaram encerrando com as enfermeiras. Na ocasião, no
palanque das autoridades, o então presidente Getúlio Vargas saudou os militares.
Sobre aquele momento reza a tradição que, ao interpelar o Arcebispo do Rio de
Janeiro, Dom Jayme de Barros Câmara, que estivera ao seu lado, gostou do des-
file, o presidente ouviu dele que faltavam os capelães. Diante disso, já no dia se-
guinte, em 25 de maio de 1944, foi criado o Corpo de Capelães, tendo em mente
o que disse Rui Barbosa em um de seus discursos: “Não pode haver disciplina na
terra sem a do céu (CRIVELARI, 2008, p. 27-28).
FONTE: <https://especiais.gazetadopovo.com.br/pracinhas-
na-segunda-guerra/>. Acesso em: 13 maio 2021.
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FONTE: <https://especiais.gazetadopovo.com.br/pracinhas-
na-segunda-guerra/>. Acesso em: 13 maio 2021.
Todas essas questões, por sua vez, foram regulamentadas com a promul-
gação da Lei nº 6.923 de junho de 1981. Com essa legislação, o Serviço Re-
ligioso determinava: 1 Coronel Capelão-Chefe, 6 Tenentes-Coronéis Capelães
para as subchefias dos Comandos de Exércitos e Militares de Área, 7 Majores
Capelães, 16 Capitães Capelães e 1º e 2º Tenentes Capelães – 20 (CRIVELA-
RI, 2008, p. 27).
Em finais do século XIX, por meio de acordos diplomáticos, foi criado o Ordi-
nariado Militar do Brasil, que tinha por meta organizar e coordenar os serviços de
todas as capelanias militares católicas do Brasil. Além disso, esse corpo também
recebeu a incumbência de prestar assessoria ao Ministério da Defesa em ques-
tões relativas à assistência religiosa dentro das Forças Armadas e Auxiliares.
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O Processo De Conceituação, Consolidação E
Capítulo 1 Evolução Da Capelania Militar E Policial
FONTE: <https://www.expositorcristao.com.br/capelania-militar-
conheca-quais-sao-os-desafios>. Acesso em: 14 maio 2021.
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Capelania Militar e Policial
De acordo com o oficial, existe uma carência muito grande nessa área de
capelania, pois segundo diz:
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LEITURA COMPLEMENTAR
CAPELANIA
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Capelania – SAS
Atividades desenvolvidas:
Visitas domiciliares;
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Atividades desenvolvidas:
Fonte: http://www.pmpr.pr.gov.br/sites/default/arquivos_
restritos/files/documento/2019-08/capelania.pdf.
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Capelania Militar e Policial
ATIVIDADES DE ESTUDO
a) ( )V-F-V-V
b) ( )V-F-F-V
c) ( )F-V-V-V
d) ( )F-V-V-F
a) ( ) I - II - III - IV
b) ( ) III - I - IV - II
c) ( ) IV - II - I - III
d) ( ) IV - III - II - I
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA DA FORÇA AÉREA. Disponível em: www.fab.mil.br. Acesso em: 8 out.
2021.
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Capítulo 1 Evolução Da Capelania Militar E Policial
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Capelania Militar e Policial
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C APÍTULO 2
A Capelania Militar e Policial e a
Sua Estrutura
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Ao longo do texto você compreenderá como foi se construindo toda uma le-
gislação com o propósito de favorecer e garantir o livre exercício das práticas
religiosas cristãs dentro das instituições militares brasileiras. Irá perceber, dessa
maneira, que desde o início de nossa construção identitária, a assistência religio-
sa sempre esteve presente nas instituições militares que operaram neste territó-
rio. Mais adiante entenderemos os percursos trilhados para que tanto a capelania
católica, quanto a capelania evangélica se consolidassem nas forças armadas
brasileiras e nas forças auxiliares como sistema religioso dominante.
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Capelania Militar e Policial
Além do mais, para que possa prestar concurso e praticar o seu sacerdócio
dentro da esferar militar e policial militar, o capelão deve comprovar possuir expe-
riênca pastoral. E sendo aprovado em cursos público de provas e títulos, deverá,
ainda, ser matriculado em curso militar de estágio e adpatação de oficial capelão.
Visando, assim, desenvolver as habilidades necessárias para que a sua prática
profissional esteja alinhada com a instituição onde atua.
2.1 A LEGISLAÇÃO
Ao longo do tempo, os entes públicos, dentro de suas atribuições legais, bus-
caram dar ao exercício da capelania das forças armadas e das policiais militares o
raspaldo legal para a regularização da profissional. Assim, não apenas na esfera
federal, mas também no âmbito dos governos estaduais se buscou a implantação
de dispositivos que garantissem o reconhecimento da importância do incentivo a
práticas religiosas dentro dos muros dos quartéis. Haja vista que o exercício religio-
so era tido como um fator que contribuia para a formação do caráter, legitimação da
hierarquia dentro da corporação e para o apaziguamento espiritual do militar.
Assim, foi sob essa perspectiva sociointeracionista que a Lei Nº 6.923 de junho
de 1981 foi sancionada pelo então presidente militar João Batista Figueiredo. O
texto dispunha sobre o serviço de assitencia militar dentro das forças armadas e em
seu Art. 3º determinava que o serviço de assitencia religiosa deveria funcionar em:
No entanto, em seu Art. 4º deixava claro que tipo de prática religiosa o texto
da lei se referia ao definir o seguinte:
garantir para as práticas religiosas cristãs, mas, em contrapartida, não fazia ne-
nhuma referência a outras manifestações religiosas largamente praticadas no ter-
ritório brasileiro.
Foi por meio do Decreto Estadual Nº 3.292 de 10 de junho de 1947 que o Go-
verno do Estado de Alagoas inseriu no quadro de oficiais da Polícia Militar de Ala-
goas, o cargo de 1º Tenente auxiliar dos Serviços Religiosos da Corporação. Essa
determinação se deu após a implantação da Capela de São Jorge, Patrono da
Assistência Religiosa da PMAL. O centro de suas atividades religiosas foi implan-
tado entre os prédios do Quartel do Comando-Geral e do Centro Médico da PM.
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Fonte:<https://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-/asset_
publisher/MjaG93KcunQI/content/id/10220705>. Acesso em: 1 jul. 2021.
Mais adiante, é delineado como o perfil dos religiosos que devem ser selecio-
nados para o exercício da capelania dentro da instituição:
Entende-se que tanto a nível federal, quanto estadual buscou-se conferir a ati-
vidade de capelão devido ao amparo legal. Dando, assim, as condições necessá-
rias para inserir e praticar o seu ministério pastoral nas mais diversas esferas das
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Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
FONTE: <https://www.al.sp.gov.br/noticia/impressao/?id=264235&ver_imp=true>.
Acesso em: 5 jul. 2021.
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Capelania Militar e Policial
FONTE: <https://ocatequista.com.br/historia-da-igreja/item/18187-o-
padroado-e-a-igreja-submissa-ao-rei>. Acesso em: 18 jul. 2021.
62
Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
FONTE: <http://maturicomunicacao.com/testes/job/brasil-holandes/
seminario-de-olinda-convento-dos-jesuitas/>. Acesso em: 14 jun. 2021.
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Capelania Militar e Policial
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Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
Por meio do acordo, instituiu-se um Ordinário Militar para dar amparo e as-
sistência religiosa aos integrantes das forças armadas do Brasil de confissão ca-
tólica. Esse alto signatário militar cuja nomeação cabe exclusivamente a Roma
tem os seus proventos pagos pelo estado brasileiro. A sede da Arquidiocese e sua
Cúria está localizada na capital do país, em uma repartição do Estado Maior das
Forças Armadas. E importante que se diga que o Ordinariado Militar é assimilado
canonicamente nas dioceses. Esse sacedote, além da sua patente militar, usuflui
dos direitos e também tem os deveres característicos de um bispo diocesano.
Entre as exigências para a posse deste cargo, está a de que ele deve ser
ocupado por brasileiros natos, gozar de respeitabilidade e se portar com a digni-
dade tipica de Arcebispo. Além do mais, é muito importante que esteja administra-
tivamente ligado ao Estado-Maior das Forças Armadas. Todavia, para que exerça
as suas funções, o Ordinário Militar precisa ser nomeado pela Santa Sé após feita
a devida cosulta consulta ao Governo brasleiro.
FONTE:<https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Capel%C3%A3o_
Militar_Cat%C3%B3lico.png>. Acesso em: 27 jun. 2021.
65
Capelania Militar e Policial
66
Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
FONTE: <https://sanctuaria.art/2016/05/06/igreja-do-divino-espirito-
santo-recife-pernambuco/>. Acesso em: 4 jul. 2021.
67
Capelania Militar e Policial
68
Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
69
Capelania Militar e Policial
3 O PROCESSO SELETIVO DO
CAPELÃO
O acesso do capelão militar tanto das forças armadas, quanto nas forças au-
xiliares, dar-se através de concurso público de provas e títulos. Em edital recente,
lançado pela Marinha do Brasil, estabelecia que o militar deveria ter “mais de 30
anos e menos de 41 até 1º de janeiro do ano do curso”. Além de ter concluído o
curso de teologia a nível superior e ter o diploma reconhecido pelo MEC e pela
autoridade eclesiástica, entre outros pré-requisitos. O certame inclui ainda teste
de aptidão física, avaliação psicológica, avaliação médica, verificação de dados
biográficos (VDB), ou seja, é analisada a condição da saúde física, a conduta
ética, moral e o bem-estar psíquico do candidato. Na situação do concurso, exem-
70
Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
plificado neste texto, as vagas ofertadas eram para sacerdotes da Igreja Católica
Apostólica Romana e Pastores das Igrejas evangélicas Assembleia de Deus e
Batista (MARINHA BRASIL, 2021).
71
Capelania Militar e Policial
Além disso, no caso das Forças Armadas do Brasil, após ingressar na insti-
tuição e passar por todas as etapas relativas aos cursos de formação, o capelão
poderá ser designado para exercer as suas atividades em qualquer parte do terri-
tório brasileiro e poderá ser designado para atuar em missões no exterior.
No quadro abaixo, que toma como referência o ano de 2010, é possível ana-
lisar como, naquele período, funcionavam os concursos para capelães militares
nas três Forças Armadas:
- Possuir pelo menos 3 anos - Ter consentimento ex- - Possuir, pelo menos, três
de atividades pastorais, presso da autoridade anos de atividades pastorais
comprovadas por documen- eclesiástica, a qual está como sacerdote apostólico
to expedido pela autoridade subordinada da respectiva romano ou pastor evangé-
eclesiástica. religião, para inscrever- lico, após a ordenação ou
- Ter, no mínimo, 1,60m de -se no processo seletivo consagração (investidura),
altura, se for do sexo mas- e para prestar assistência respectivamente.
culino, ou 1,55m de altura, religiosa, espiritual e moral. - Não será aceito diploma de
se for do sexo feminino. tecnólogo para a comprova-
ção da formação profissional,
em nenhuma especialidade.
O Estágio de Instrução e O curso de formação de O Estágio de Instrução e
Adaptação para Capelães oficiais e o estágio de Adaptação de Capelães é
Militares tem duração de 32 aplicação serão no Centro realizado no Centro de Ins-
semanas: 12 na Academia de Instrução Almirante trução e Adaptação da Aero-
Militar das Agulhas Negras, Wandenkolk, no Rio de náutica, em Belo Horizonte,
Local do em Resende (RJ); 4 na Janeiro, com duração e tem duração aproximada
curso de Escola de Sargentos das de 39 semanas. O posto de 13 semanas, abrangendo
formação Armas, em Três Corações inicial após o curso é de 1º instruções nos campos ge-
(MG); e as demais semanas tenente. ral, militar e técnico-especia-
na guarnição onde o lizado. O posto inicial após o
capelão será classificado. O curso é de 2º tenente.
posto inicial após o curso é
de 2º tenente.
Salário
R$ 8.245,00 R$ 11 mil R$ 10 mil
inicial
Prova escrita de conheci- Exame de escolaridade,
Exame intelectual; inspeção
mentos profissionais; pro- exame de conhecimentos
de saúde; exame de apti-
Etapas do va de expressão escrita; especializados, inspeção de
dão física e revisão médica
processo seleção psicofísica; teste saúde, exame de aptidão
e comprovação dos requisi-
seletivo de suficiência física; veri- psicológica e teste de ava-
tos biográficos exigidos dos
ficação de dados biográ- liação do condicionamento
candidatos.
ficos e exame psicológico físico.
FONTE: <https://www.esfcex.eb.mil.br/>. Acesso em: 30 jun. 2021.
73
Capelania Militar e Policial
Prova escrita terá duração de quatro horas, com total de 50 questões confor-
me as disciplinas abaixo:
• A Sagrada Escritura
• Teologia Fundamental – Metodologia Teológica, Teologia Fundamental
• Teologia Dogmática – Deus Uno e Trino
• Teologia da Criação
• Antropologia Teológica
• Cristologia
• Pneumatologia
• Eclesiologia
• Mariologia
• Escatologia
• Teologia Moral
• Direito Canônico
• História da Igreja
74
Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
75
Capelania Militar e Policial
FONTE: http://www.dphcex.eb.mil.br/noticias/583-dia-do-servico-de-
assistencia-religiosa-do-exercito. Acesso em: 5 jun. 2021.
Insta recordar que a assistência religiosa dentro das Forças Armadas foi cria-
da no período imperial durante o reinado do imperador D. Pedro II, por meio do
Decreto nº 747, de 24 de dezembro de 1850. No entanto, o Exército Brasileiro
só veio a instituir uma data representativa para homenagear o capelão militar na
segunda metade do século XX. Na ocasião, foi instituído o dia 13 de fevereiro
como o Dia do Serviço de Assistência Religiosa, essa data faz referência ao dia
do nascimento do ex-combatente e capelão militar durante a 2ª guerra mundial
Frei Orlando, que é o Patrono da Capelania Militar do Exército brasileiro.
76
Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
FONTE: <https://arquidiocesemilitar.org.br/cerimonias-marcam-
comemoracoes-do-sarex.html>. Acesso em: 29 jun. 2021.
77
Capelania Militar e Policial
sões. Sendo assim, tal como ocorre nas outras forças, é um serviço busca abar-
car os mais variados aspectos da vida militar. Sem, contudo, deixar de assistir aos
seus familiares.
A Força Áerea Brasileira também possui o seu próprio Patrono, assim como
uma data comemorativa para homenageá-lo. O dia 24 de março é a data escolhi-
da para a celebração, uma vez que, em 24 de março de 2004, restos morais do
Padre Bartolomeu de Gusmão, Patrono da Áeronautica, foram transladados do
Mosteiro de São Bento para a Catedral da Sé na Capital de paulista.
78
Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
Canção do SAREx
Letra: Cel. Cpl. Euclides José da Silva e 1º Tem. Cpl. Cláudio J. Kirst
Fonte: https://bit.ly/3tjbiEN
De acordo com as determinações contidas nas IG 10-50 “Instruções Gerais para o Funcionamento
do Serviço de Assistência Religiosa do Exército”, aprovadas pela Port. nº 211–EME, de 03 Maio
2001, nas “Diretrizes Gerais para Prestação da Assistência Religiosa nas Capelanias do Exército”
e na regulamentação da “Admissão de Candidatos ao Quadro de Capelães Militares da Reserva
do Exército”, aprovadas pela Port. nº 075–DGP, de 24 Jun. 2002, os seguintes temas gerais serão
utilizados para as atividades de instrução religiosa:
a. Deus – a importância da crença e da fé;
b. Jesus Cristo – sob o enfoque ecumênico, apresentar a importância vital do conhecimento da
pessoa e da doutrina do Mestre para os cristãos;
c. família – levar o militar a conscientizar-se sobre a responsabilidade de bem se preparar para que
a família seja solidamente constituída; mostrar que a educação mais conveniente é a da família, e
a sua melhor escola, a casa materna; ensinar a cultivar, na família, a afeição, a convivência feliz, a
união, o respeito, o bom relacionamento e a responsabilidade recíproca entre pais, mães e filhos
na manutenção da integridade do lar;
80
Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
d. relacionamento humano – expor aos militares os vários ângulos do relacionamento humano que
levam à maturidade psicológica, à convivência harmônica e à sadia camaradagem;
e. vocação e trabalho – explicar aos militares como também é vital ter uma habilitação, um trabalho
e(ou) uma profissão que se ajustem ao indivíduo e permitam uma boa remuneração para a sua
subsistência e para o estabelecimento de uma família bem estruturada;
f. fé cristã e a vida militar – sob enfoque ecumênico, explicar aos militares que não há oposição
entre ser um bom militar e um bom cristão;
g. o militar e a religião nos dias atuais – esclarecer os militares, com enfoque ecumênico, sobre a
importância da prática religiosa como fator atenuante das tensões do mundo moderno;
h. virtudes militares e virtudes cristãs – sob um prisma ecumênico, apresentar aos militares como
muitas das virtudes militares que enobrecem a carreira militar encontram correspondência nas
virtudes cristãs; e
e. drogas lícitas e ilícitas – conscientizar os militares sobre os grandes malefícios que elas trazem
para a saúde física e mental e, também, que elas se constituem numa das maiores causas de
desajustes familiares; mostrar os princípios religiosos que as condenam e a força da fé para
combater e afastar os vícios.
FONTE: Crivelari (2008, p. 50)
81
Capelania Militar e Policial
Nos Grandes Comandos, Grandes Unidades e outras OM, não assistidos por
Capelães Militares, será autorizado o apoio religioso-pastoral da Capelania Militar
mais próxima, após entendimento direto entre os Comandantes interessados.
82
Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
Como se pode constatar, há toda uma estrutura organizacional que dar am-
paro ao serviço de capelão dentro das forças armadas brasileiras. Desta forma,
no exercício de suas práticas profissionais, juntamente com os seus auxiliares, o
capelão tem acesso a uma vasta rede de apio que endossa e viabiliza o seu mi-
nistério pastoral. Esse apoio, inclusive, lhe permite atender o seu rebanho.
83
Capelania Militar e Policial
Além do mais, a distribuição das Capelanias Militares é feita por meio da Por-
taria n º 036 do Departamento-Geral do Pessoal, de 28 de julho de 1999, que re-
gulamenta a ação dos capelães. Dessa maneira, no quadro de pessoal sob a co-
ordenação do SAREx existe a relação de 53 (cinquenta e três) capelães militares
de um total previsto, por força da Lei nº 7.672, de 23 de setembro de 1988, de 67
(sessenta e sete) capelães. Por outro lado, chama a atenção que de um total de
53 (cinquenta e três) capelães, apenas 10 (dez) deles são evangélicos, especifi-
camente pastores evangélicos. Inexistindo, naquela amostra, a presença feminina
do quadro de capelães evangélicos. Sendo assim, de um total de 53 (cinquenta e
três) capelães, 43 (quarenta e três) deles são padres católicos.
Isso se deve ao fato de que o Brasil está passando por uma mudança de
hegemonia entre os seus dois principais seguimentos do cristianismo, a saber,
cristãos (católicos e evangélicos). Além disso, há um crescimento substancial da
pluralidade religiosa, uma vez que cresce e diversifica a proporção das filiações
não derivadas do cristianismo. Necessário, no entanto, esclarecer que esse fenô-
meno está ocorrendo em todo o território nacional, porem em ritmos diferentes na
escala espacial e social.
4 UM PROCESSO ESTATÍSTICO
Atualmente, as Forças Armadas brasileiras têm buscado realizar concurso
para atender a demanda no campo da capelania. No entanto, no passado, entre
os anos de 1994 e 2006, nos seus editais havia uma demanda maior por capelães
evangélicos do que para capelães católicos. Para cada 1 (uma) vaga ofertada
aos capelães católicos, 2 (duas) eram ofertadas para os sacerdotes evangélicos.
Havendo, de acordo com essa perspectiva, uma inversão no processo de seleção
usualmente adotado pelas forças, na qual a “média sempre é de três para um, isto
é, para cada vaga aberta para um pastor evangélico abrem-se três vagas para
padres” (CRIVELARI, 2008, p. 54).
85
Capelania Militar e Policial
A informação trazida pelo quadro acima está desatualizada, uma vez que o
número de cristãos evangélicos vem aumentado exponencialmente no Brasil e
certamente dentro das forças de segurança desde a realização do referido senso.
Todavia, de acordo com o demográfo José Eustáquio Alves, o número de brasi-
leiros adeptos da religião evangélica cresce em média 0,8% ao ano desde 2010,
enquanto a quantidade de católicos diminui 1,2% no mesmo período.
86
Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
FONTE: IBGE
FONTE: IBGE
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Capelania Militar e Policial
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Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
Por outro lado, os dados trazidos ao longo do texto têm indicado o cresci-
mento exponencial do seguimento evangélico e um encolhimento daqueles que
se declaram católicos. Ainda de acordo com o especialista José Eustáquio Alves,
conforme referência inserida a seguir;
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Capelania Militar e Policial
FONTE: IBGE
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Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
LEITURA COMPLEMENTAR
Lenildo Medeiros
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Capelania Militar e Policial
Fonte: https://www.soma.org.br/capelania-militar/4017-capelania-e-hierarquia-militar
a) ( )V-F-V-V
b) ( )V-F-F-V
c) ( )V-F-V-F
d) ( )V-V-V-V
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Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
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Capelania Militar e Policial
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA FORÇA AÉREA. Disponível em: https://bit.ly/33q09qK. Acesso em: 23
jun. 2021.
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Capítulo 2 A Capelania Militar e Policial e a Sua Estrutura
Conceição dos Outeiros de Ipojuca. In: GONÇALVES, N.; PINTO, H.; ZARBATO,
J. A. P. (org.). Caminhos da Aprendizagem Histórica: História e Educação
patrimonial, debates e reflexões. Rio de Janeiro: Sobre Ontens/UFMS, 2021.
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Capelania Militar e Policial
96
C APÍTULO 3
O Capelão e a Relação Que o Seu
Ministério Pastoral
Mantém Com A Ética E Com A
Religião
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
98
O Capelão e a Relação Que o Seu Ministério
Capítulo 3 Pastoral Mantém Com A Ética E Com A Religião
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Ao longo do texto, iremos estudar a respeito da conduta ética e moral que
deve nortear o ministério pastoral do capelão. Além disso, você entenderá que
a sua prática religiosa busca levar conforto, alento, tranquilidade e confiança a
todos aqueles que o buscam e que se dispõem a prestar assistência espiritual.
Assim, compreenderá que a sua prática sacerdotal é norteada pelo respeito e
compaixão para com o próximo.
Assim, a sua vida é tida como exemplo de fé, de amor à pátria e cidada-
nia diante dos seus superiores, seus comandados, os integrantes da corporação,
seus familiares e amigos norteando, desta maneira, a sua vida a partir de sua
prática e vivências religiosas. Sendo ele um ministro religioso encarregado de
99
Capelania Militar e Policial
prestar assistência religiosa para a instituição que representa, das forças armadas
ou policiais militares do Brasil, o capelão durante a sua prática sacerdotal irá se
deparar com os mais diversos conflitos e infortúnios com os quais deverá saber
lidar. Desta maneira, você irá estudar a respeito das abordagens que o capelão
precisará desenvolver para prestar orientação e auxílio em situações que envol-
vam situações de crise.
Nestes estudos será possível refletir a sobre a conduta ética e moral que
o capelão militar e policial deve observar no seu dia a dia. Indicando, assim, ao
longo do texto a necessidade de que o capelão pratique uma ação embasada em
príncipios cristãos, visando garantir a credibilidade e o fomento do seu ministério
pastoral dentro das instituições militares e policial.
100
O Capelão e a Relação Que o Seu Ministério
Capítulo 3 Pastoral Mantém Com A Ética E Com A Religião
Diversos capelães militares listados ao longo deste livro foram, ao seu tem-
po, pessoas que em razão de sua conduta serviram de modelo para o quadro de
capelãoes militares da forças armadas e policiais. São exemplos disso, o Frei Or-
lando como o Pastor Soren que em razão de seus feitos, quando do cumprimento
do seu dever para com a nação e o exercício de seu ministério pastoral em situa-
çãoes adversas se tornaram inspirações para os seus irmãos de farda e para as
gerações de capelões que se vieram depois deles. Essas pessoas, durante o seu
ministério, mantiveram uma conduta ética, moral, o senso de dever e o exemplo
de vida se configuraram como virtudes indispensáveis aqueles que são investidos
no ofício da Capelania dentro das forças (CRIVELARI, 2008, p. 73-74).
101
Capelania Militar e Policial
car no lugar do outros e saber lidar com as adversidades da vida. Em sua prática
de aconselhamento, resignação e irmandades indicar caminhos para que o outro
possa encotrar saída ou conforto para a situação que está vivenciando, enten-
dendo que a sua missão é indicar meios que ajudem no fortalecimento socioe-
mocional e espiritual do seu paciente. Ajudando-o a se manter firme e resoluto
diante das dificuldades que a vida interpor em sua vida. Podendo, assim, agir com
autonomia e imprimir mudanças significativas em sua personalidade. Eliminando
traços que o favoreciam.
FONTE: <https://www.fab.mil.br/noticias/mostra/21845/P%C3%81SCOA%20
-%20A%20f%C3%A9%20fardada>. Acesso em: 28 jul. 2021.
102
O Capelão e a Relação Que o Seu Ministério
Capítulo 3 Pastoral Mantém Com A Ética E Com A Religião
Ainda a esse respeito, Ubiratan Crivelari (2009. p. 59) tece o seguinte co-
mentário:
Fica latente, ao longo deste texto, que a Capelania se configura em uma ati-
vidade profissional que goza de grande prestígio dentro das corporações militares
e policiais em todo o Brasil. Em razão disso, é muito importante que, ao assumir
a função de capelão, busque relacionar-se harmoniosamente com todos, indepe-
dentemente de credo, cor de pele, etnia, condição social ou patente militar daque-
le com quem se relaciona. Fazendo da transparência, da ética e da justiça valores
indispensáveis à sua prática de vida. Mostrando através de sua prática cotidiana,
a sua vocação religiiosa e sua liderança espiritual diante dos seus companheiros.
103
Capelania Militar e Policial
FONTE: <https://www.expositorcristao.com.br/Capelania-
institucional-para-que-serve>. Acesso em: 28 jul. 2021.
104
O Capelão e a Relação Que o Seu Ministério
Capítulo 3 Pastoral Mantém Com A Ética E Com A Religião
105
Capelania Militar e Policial
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O Capelão e a Relação Que o Seu Ministério
Capítulo 3 Pastoral Mantém Com A Ética E Com A Religião
107
Capelania Militar e Policial
FONTE: <http://www.radiocoracao.org/multimidia/fotos-videos/pascoa-militar-
2019-missa-na-catedral-de-dourados>. Acesso em: 23 jul. 2021.
108
O Capelão e a Relação Que o Seu Ministério
Capítulo 3 Pastoral Mantém Com A Ética E Com A Religião
3.1 A ESCUTA
Sendo um capeão um modelo a ser seguido em seu ministério, é muito impor-
tante que se proponha a práticar a arte da escuta, ou seja, deve estar disposto a
realizar a ouvida do “pasciente” e, a partir daí, formular estratégias de intervenção
que possam trazer algum benefício ao necessitado de ajuda. Em relação à impor-
tância da escuta, o “Manual da Capelania” traz a seguinte orientação: “Escutar é
uma arte que pode ser desenvolvida. Os princípios abaixo relacionados se postos
em prática, ajudarão você a crescer na arte de escutar e, consequentemente, na
habilidade de ajudar a outras pessoas” (CCEBD, 2021, on-line).
109
Capelania Militar e Policial
4 O PSICOTERAPEUTA VERDE-OLIVA
O capelão é um profissional que apesar de não ser um profissional da área
de saúde ou do campos das ciências sociais aplicadas, atua muito próximo a es-
ses campos de conhecimento na condução do seu ministério pastoral. No seu dia
a dia presta assistência aos seus companheiros de farda e seus familiares. Desta
maneira, o aconselhamento é parte indissociável do seu ministério pastoral. Em
sua prática, desenvolve suas atividades a partir do princípio de que a orientação
espirtual deverá contribuir para a mudança de postura, de comportamento e fo-
mentar ações reflexivas daqueles que o procuram. Dando direcionamentos, seja
por meio de uma palavras de aconselhamento para que haja um ajustamento de
conduta em seus “pacientes”. Ofertando, assim, os meios necessários para que
se produza uma reestruturação emocional a nível pessoal e no convívio em socie-
dade de seu “paciente”.
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O Capelão e a Relação Que o Seu Ministério
Capítulo 3 Pastoral Mantém Com A Ética E Com A Religião
O aflito que o procura está em busca de orientação, seja para conseguir li-
dar com algma situação que esta vivenciando naquele momento ou em busca de
crescimento pessoal. Ajudando-o, muitas vezes, a modificar traços de sua perso-
nalidade, aprender a tomar decisões assertivas para a sua vida. Em síntese, ele
ou ela busca o capelão na esperança de obter conforto e orientação de alguém a
quem respeita e confia. Sendo esse um dos motivos pelos quais o capelão de ter
uma vida regrada e uma conduta moral e irrepreensível.
111
Capelania Militar e Policial
Além do mais, tendo em vista que há pessoas que tem uma maior dificuldade
de se colocar, ou seja, em se abrir, faz-se necessário que o capelão tenha uma
sensibilidade mais apurada e que o ajude a interpretar e a identificar, por meio de
certas evidências como: ansiedade latente, voz trêmula ou embargada, semblante
abatido, tremores, ombros abaixados, entre outras pistas, situações de desconfor-
to e angústia das pessoas que o buscam. Entende-se que, em muitas situações, o
capelão será o profissional que primeiro irá detectar a presença de um mal maior
na vida de um soldado, como, por exemplo, um quadro de depressão ou alcoolis-
mo, sendo ele a pessoa responsável pelo seu encaminhamento a um profissional
especializado na patologia.
O uso de drogas, dentro dos quartéis, é um problema antigo que, além dos
danos que causa na saúde do usuário, traz muitos problemas ao pleno exercício
de suas atividades dentro da corporação. Sendo, desta maneira, um problema
que não deve ser negligenciado pela instituição militar a qual está servindo. A esse
respeito, tendo em vista, por exemplo, o alto número de policiais militares portan-
do armas em serviços e que faziam uso abusivo de álcool em serviço em 2018,
passou a tramitar na Câmara dos Deputados Federais Projeto de Lei 9221/17.
112
O Capelão e a Relação Que o Seu Ministério
Capítulo 3 Pastoral Mantém Com A Ética E Com A Religião
saída é fazer a própria justiça, associar ou tolerar a criminalidade local para obter
alguma proteção.
Dessa forma, como se pode notar, o álcool, por ser um droga lícita ampla-
mente inserida na cultura brasileira, acaba fazendo diversas vítimas. O seu uso
abusivo, além dos problemas que acarreta à saúde do dependente químico,
como, por exemplo, a Cirrose hepática, que causa desagregação famíliar, ações
imprudentes e irrefletidas, problemas comportamentais, insubordinação e inúme-
ros problemas dentro da esfera militar. Sendo o mal a ser combatido por meio de
113
Capelania Militar e Policial
FONTE: <https://noticias.adventistas.org/pt/noticia/projetos-sociais/campanha-
reforca-debate-sobre-prejuizos-do-alcool-e-drogas/>. Acesso em: 19 jul. 2021.
114
O Capelão e a Relação Que o Seu Ministério
Capítulo 3 Pastoral Mantém Com A Ética E Com A Religião
115
Capelania Militar e Policial
Sendo isso, um problema social cujas medidas de contenção devem ser ob-
jetivo de discussão dentro e fora das forças armadas. E, assim como na depen-
dência química ocasionada pelo álcool, deve ser tratada na esfera da Capelania
militar e por profissionais especializados no tema. Assim, não se resolve o proble-
ma simplesmente excluindo o militar da corporação ou levando-o para a prisão.
Salvo em situações mais graves, a ideia é que o militar possa ter a oportunidade
de tratar a sua doença, pois o vício em si é uma doença, e ter a oportunidade de
se reintegrar a vida militar, familiar e na própria sociedade.
116
O Capelão e a Relação Que o Seu Ministério
Capítulo 3 Pastoral Mantém Com A Ética E Com A Religião
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Capelania Militar e Policial
4.2 ENFERMIDADES
O organismo humano é tão vulnerável e sensível como qualquer outro orga-
nismo vivo. Desta maneira, além das fraguezas e vulnerábilidades prórprias do
organismo, com o tempo e o envehecimento, irreversívelmente ele se prepara
para a morte. Transformando-se em porta de entrada de diversas enfermidades.
IMAGEM 9 – ORIENTAÇÕES DE VISITAS AOS DOENTES
PARA O AGENTE DE PASTORAL
FONTE: <https://paroquias.com.br/orientacoes-de-visitas-aos-doentes-
para-o-agente-de-pastoral/>. Acesso em: 23 jul. 2021.
118
O Capelão e a Relação Que o Seu Ministério
Capítulo 3 Pastoral Mantém Com A Ética E Com A Religião
119
Capelania Militar e Policial
Não é apenas ir até onde está o enfermo, mas da necessidade de que haja
todo um preparo cujo objetivo é favorecer aquela visitação. Não causar nenhum
tipo de infortúnio, mal-estar ou sofrimento psíquico para aquele se encontra no lei-
to. Ou seja, há toda uma normatização e orientação para que a visita possa trazer
benefícios ao covalescente e que, em hipotese alguma, possa se configurar em
fator que possa trazer qualquer tipo de prejuízo ao doente.
FONTE: <https://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/o-que-e-uncao-
dos-enfermos-e-quando-deve-ser-concedida/>. Acesso em: 14 jul. 2021.
120
O Capelão e a Relação Que o Seu Ministério
Capítulo 3 Pastoral Mantém Com A Ética E Com A Religião
Este sacramento, por sua vez, deve ser ministrado em doentes que estejam
em risco de morte e que irão passar por alguma cirúrgia delicada; a ideia é que
essas pessoas não partam para a eternidade sem terem a chance de se reconci-
liar com Deus. Como parte integrante do rito:
O sacramento, portanto, é algo muito sério e sua execução deve ser feita
pelo capelão em ocasiões que essa necessidade se apresentar. Segundo afirma
o padre Márcio do Padro, com relação ao seu tempo de sacerdócio, ele já viu:
“Deus curar e restaurar a saúde de muitos e, também, já O vi fortalecer pessoas
na hora da morte, dando-lhes uma morte tranquila e em paz, porque foram perdo-
adas e ungidas”. O sacramento de unção dos enfermos é parte indissociável do
trabalho do capelão. Devendo, desta maneira, ser tratado com respeito, resigna-
ção, reverência e na confiança no poder de Deus.
Existe toda uma orientação acerca da maneira como o capelão deve agir em
situações de vistas a pacientes terminais e/ou cuja recuperação seja incerta. A
esse respeito, em uma de suas passagem, o manual recomenda o seguinte:
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Capelania Militar e Policial
Morte é um conceito amplo, mas que na prática significa deixar de existir nes-
te plano, ou seja, a não existência. Sendo, certamente, o tema que mais assom-
bra a espécie humana ao longo do tempo. Ela é a realidade que está à espreita de
cada ser vivo deste planeta. E, portanto, ela é inevitável. Sendo a única certeza
de todo ser vivente, inclusive o ser humano.
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Capítulo 3 Pastoral Mantém Com A Ética E Com A Religião
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Capelania Militar e Policial
Assim como se pode notar, esses profissionais tem uma rotina de trabaho
bastante intensa e, para que possam continuar a prestar um serviço espiritual e
assistencial á altura dos desafios que se apresentam, ele deve ter um autocuida-
do para que essa rotina não traga prejuízos a sua saúde física e mental. Neste
contexto, cuidar de si é também um ato de amor ao próximo, pois só estará apto a
realizar um trabalho de qualidade e que realmente impacte positivamente na vida
das pessoas se estiver bem consigo mesmo.
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Capítulo 3 Pastoral Mantém Com A Ética E Com A Religião
FONTE: <https://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-/asset_
publisher/MjaG93KcunQI/content/id/11598592>. Acesso em: 17 jul. 2021.
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FONTE: <https://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-/asset_
publisher/MjaG93KcunQI/content/id/11598592>. Acesso em: 17 jul. 2021.
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5 A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA E DA
RELIGIÃO
No serviço da Capelania, é necessário dizer que o capelão lida com pessoas
das mais diversas origens e orientações políticas, ideológicas e religiosas. Além
do mais, são pessoas que trazem consigo as mais diversas vivências e problemá-
ticas. Dessa maneira, ele precisa tratar cada caso individualmente, sobretudo no
campo da espiritualidade. Assim, nos quartéis ou batalhões policiais, o capelão
precisar saber com lidar com o seu rebanho e estudar, caso a caso, a melhor ma-
neira de intervir de acordo com a situação apresentada.
Deve ainda guardar para si toda e qualquer informação ou situação cujo se-
gredo lhe for confiado. Assim, além de ganhar a credibilidade dos seus “pacien-
tes”, não incorrerá no erro de expor a vida pessoal dos seus companheiros de
farda. No seu ministério pastoral, é importante que conduza o seu trabalho com a
discrição e o zelo que se espera de alguém na sua posição.
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Capelania Militar e Policial
5.1 ÉTICA
A palavra Ética se origina do termo grego ethos e significa ca-
ráter, comportamento. O seu estudo, por sua vez, está centra-
do na análise da sociedade e do comportamento humano. ´É
importante, frisar ainda que as reflexões acerca do seu emara-
nhado de sentidos e abstrações tiveram origem na antiguidade
clássica. Tendo ainda, dentro os seus maiores estudiosos do
tema, os filósofos Demócrito e Aristóteles. Para esses pensa-
dores ter uma postura ou prática a ética era uma forma de al-
cançar a felicidade. No entanto, com a introdução do cristianis-
mo e todo o seu arcabouço moral e cosmo visão de mundo, no
mundo ocidental clássico, a ética passou a ser balizada a partir
dos mandamentos presentes na palavra revelada, ou seja, da
bíblia cristã católica (CÓDIGO DE ÉTICA, 2021, on-line).
Entretanto, é necessário dizer que o pensamento ético tem uma função so-
ciopolítica muito importante que é o seu compromisso com a manutenção da or-
dem social estabelecida, uma vez que tem intimação relação com os com os prin-
cípios morais venerados por uma dada sociedade ou cultura. Na esfera religiosa,
por exemplo, ela busca estabelecer a sua orientação espiritual por meio da obser-
vância dos princípios éticos próprios do seu credo religiosos. Dessa maneira, ao
se colocar contra o adultério, por exemplo, faz isso a partir dos valores defendidos
por sua fé religiosa.
5.2 RELIGIÃO
A religião e suas práticas estão presentes na história da humanidade desde
o surgimento do homem. Desta maneira, desde os tempos mais remotos o ser
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Capítulo 3 Pastoral Mantém Com A Ética E Com A Religião
Por esse motivo, fenômenos religiosos podem ser observados nas mais di-
versas culturas, civilizações e povos através do tempo. Assim, os indícios dessa
religiosidade latente do ser humano são, na maioria das vezes, encontrados por
meio do trabalho de arqueólogos e antropólogos. Esses achados se dão através
da análise de pinturas rupestres, em vestígios materiais encontrados em esca-
vações arqueológicas, na presença de templos, lugares de adoração e sacrifício
cujas construções ou vestígios chegaram até os dias atuais.
Não existe uma ideia fechada sobre o tema no meio científico, contudo, com
a junção dos campos de conhecimento relacionados ao estudo da arqueologia e
do funcionamento da mente humana, alguns especialistas mais céticos quanto à
existência do divino apresentam a hipótese de que o surgimento da religião teria
sido um desdobramento natural do processo evolutivo da humanidade. Ou seja,
a crença no sobrenatural, em criaturas místicas, deuses, fadas, demônios, anjos
e entre outros, está relacionado ao processo de desenvolvimento da psique hu-
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Uma vez que, assim como o ser humano necessita de algo maior do que si
mesmo para continuar a acreditar, há também a necessidade de pessoas que
guiem e fortaleçam a crença no poder divino de Deus. A Capelania se configura,
portanto, em um dos principais esteios sobre os quais se firma a confiança e o
amparo do soldado dentro da estrutura militar. Desta forma, ela deve continuar e
existir para que os seus frutos continuem a se multiplicar por meio do imprescindí-
vel trabalho do capelão militar.
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LEITURA COMPLEMENTAR
FONTE: https://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/
asset_publisher/MjaG93KcunQI/content/id/10220705
a) ( )F-F-V-V
b) ( )F-F-F-V
c) ( )F-V-V-V
d) ( )F-V-V-F
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REFERÊNCIAS
BERGER, P. L.; LUCKMANN, T. Modernidade, pluralismo e crise de sentido. A
orientação do homem moderno. Petrópolis: Vozes, 2004.
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GORRILHAS, L. M. A incidência do uso de drogas ilícitas nos quartéis das Forças
Armadas. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2752, 13 jan. 2011.
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/18262. Acesso em: 22 ago. 2021.
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