Apostila Perito e Assistente Judicial

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2020

INPEG
INSTITUTO DE PERÍCIA
E EDUCAÇÃO GERENCIAL

CURSO DE FORMAÇÃO
DE PERITOS JUDICIAIS e ASSISTENTES TÉCNICOS.

GOIÂNIA – GO
Sumário

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................................................... 3
2. QUEM É O PERITO? .............................................................................................................................................................................. 3
2.1. REQUISITOS............................................................................................................................................................................... 3
2.2. ATRIBUIÇÕES............................................................................................................................................................................. 3
2.3. TODOS PODEM SER PERITOS?.................................................................................................................................................... 4
3. EXIGÊNCIAS DO ART. 156 – 157 - 158 CPC............................................................................................................................................. 4
4. O QUE DEVE CONTER LAUDO DO ART. 473 CPC .................................................................................................................................... 5
5. ÓRGÃO DE CLASSE ............................................................................................................................................................................... 6
6. OS PROCESSOS JUDICIAIS..................................................................................................................................................................... 6
6.1. DEFINIÇÕES ............................................................................................................................................................................... 7
6.2. O PERITO JUDICIAL .................................................................................................................................................................... 8
6.3. NOMEAÇÃO E VÍNCULO ............................................................................................................................................................. 8
6.4. O ASSISTENTE TÉCNICO ............................................................................................................................................................. 8
6.4.1. FORMULAÇÃO DE QUESITOS ........................................................................................................................................... 8
6.4.2. ACOMPANHAMENTO DE DILIGÊNCIAS ............................................................................................................................. 9
6.4.3. CONTESTAÇÃO ................................................................................................................................................................ 9
7. OS PRINCÍPIOS PROCESSUAIS............................................................................................................................................................... 9
8. AS FASES DO PROCESSO .................................................................................................................................................................... 10
8.1. PETIÇÃO INICIAL ...................................................................................................................................................................... 10
8.2. CITAÇÃO ................................................................................................................................................................................. 11
8.3. CONTESTAÇÃO OU RESPOSTA.................................................................................................................................................. 11
8.4. PRELIMINARES ........................................................................................................................................................................ 11
8.5. PRODUÇÃO DE PROVAS........................................................................................................................................................... 11
8.6. AS AUDIÊNCIAS / JULGAMENTO .............................................................................................................................................. 11
8.7. SENTENÇA DO JUIZ .................................................................................................................................................................. 12
8.8. OS AUTOS ............................................................................................................................................................................... 12
9. A PERÍCIA PERICIAL ............................................................................................................................................................................ 12
9.1. DILIGÊNCIA.............................................................................................................................................................................. 13
9.2. OBJETO DA PERÍCIA ................................................................................................................................................................. 13
9.3. ELEMENTOS DA PERÍCIA .......................................................................................................................................................... 13
9.4. INDÍCIOS ................................................................................................................................................................................. 13
9.5. ANÁLISE DO PROCESSO ........................................................................................................................................................... 14
9.6. REQUISITOS PARA UMA BOA PERÍCIA ...................................................................................................................................... 14
9.7. REALIZAR DILIGÊNCIA CORRETA SOBRE A PERÍCIA REALIZADA ................................................................................................. 14
9.8. TÉCNICA ADEQUADA E VÁLIDA ................................................................................................................................................ 15
9.9. CONCEITO LEGAL ..................................................................................................................................................................... 15
10. COMO SER PERITO NOS TRIBUNAIS? ............................................................................................................................................. 15
11. A VISÃO DO MAGISTRADO – JUÍZ.................................................................................................................................................. 16

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11.1. NOS TRIBUNAIS - VARAS .................................................................................................................................................... 16
11.2. APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................................................. 16
11.2.1. A CARTA........................................................................................................................................................................ 16
11.3. ONDE É POSSÍVEL ATUAR?.................................................................................................................................................. 17
11.4. JUSTIÇA ESTADUAL ............................................................................................................................................................. 17
11.5. JUSTIÇA TRABALHISTA ........................................................................................................................................................ 17
11.6. PERÍCIAS EXTRAJUDICIAIS................................................................................................................................................... 18
12. ESTRUTURA DO JUDICIÁRIO.......................................................................................................................................................... 18
12.1. EM QUE INSTÂNCIA ATUAM OS PERITOS? .......................................................................................................................... 18
13. PASSO A PASSO PARA O PERITO INICIANTE ................................................................................................................................... 19
13.1. NOMEAÇÃO DO PERITO ..................................................................................................................................................... 19
13.2. A RECUSA DO PERITO ......................................................................................................................................................... 20
13.3. CARGA DOS AUTOS ............................................................................................................................................................ 20
13.4. HONORÁRIOS ..................................................................................................................................................................... 20
13.5. EXEMPLO DE PETIÇÃO DE HONORÁRIOS ............................................................................................................................. 21
13.6. IMPUGNAÇAO DE HONORÁRIOS......................................................................................................................................... 23
13.7. QUEM PAGA OS HONORÁRIOS? ......................................................................................................................................... 24
13.8. INTIMAÇÃO PARA INÍCIO DA PERÍCIA ................................................................................................................................. 24
13.9. O LAUDO PERICIAL ............................................................................................................................................................. 24
13.10. FORMATO .......................................................................................................................................................................... 25
13.11. CONTEÚDO DO LAUDO ....................................................................................................................................................... 27
13.12. SOBRE OS QUESITOS .......................................................................................................................................................... 28
13.13. CONTATO COM ASSISTENTE ............................................................................................................................................... 28
13.14. ENTREGA DO LAUDO .......................................................................................................................................................... 28
13.15. IMPUGNAÇÃO DO LAUDO .................................................................................................................................................. 29
13.16. QUESITOS COMPLEMENTARES ........................................................................................................................................... 29
13.17. ESCLARECIMENTOS EM AUDIÊNCIAS................................................................................................................................... 30
13.18. ALVARÁ DE LEVANTAMENTO DE HONORÁRIOS .................................................................................................................. 30
13.19. NO DIA DO RECEBIMENTO DOS HONORÁRIOS .................................................................................................................... 31
14. PETICIONAMENTO ELETRÔNICO ................................................................................................................................................... 31
14.1. CERTIFICAÇÃO DIGITAL ....................................................................................................................................................... 31
14.2. O QUE MUDOU COM O PJe? ............................................................................................................................................... 31
14.3. E O QUE VEM A SER ENTÃO UM PETICIONAMENTO ELETRÔNICO? ...................................................................................... 32
14.4. QUAIS SÃO AS VANTAGENS DO PETICIONAMENTO ELETRÔNICO? ....................................................................................... 32
14.5. COMO TER ACESSO AOS PROCESSOS ELETRÔNICOS? .......................................................................................................... 32
15. PEQUENO GLOSSÁRIO .................................................................................................................................................................. 33
15.1. JURISPRUDÊNCIAS .............................................................................................................................................................. 34
15.2. JUSTIÇA GRATUITA ............................................................................................................................................................. 35
15.3. DA GRATUITADE DA PERÍCIA .............................................................................................................................................. 35
16. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................................................... 38

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1. INTRODUÇÃO

O Curso tem por objetivo a orientação ao profissional, de como se tornar um Perito


Judicial para atuação nos Tribunais de Justiça, abrangendo:

 Orientar o Profissional para cadastrar/atuar como perito judicial nos Tribunais de


Justiça;
 Informar os procedimentos legais de como se tornar um perito judicial;
 Procedimentos e prazos legais;
 Como atuar como perito oficial e assistente judicial;
 Elaboração de laudos periciais e quesitos;

2. QUEM É O PERITO?

É um profissional de área ou atuação específica que possui determinadas aptidões a


mais do que outro profissional, ou seja, tem técnica ou conhecimento, que o torna um
“expert” no assunto.

O Perito tem aptidões de especialista, capaz de trazer a prova verdadeira de qualquer


fato.

2.1. REQUISITOS

• Graduação;
• Inscrição no conselho de classe.

2.2. ATRIBUIÇÕES

O juiz nomeia um perito, pois precisa deste profissional para obter a base técnica
necessária para que o magistrado possa decidir sobre um processo judicial, bem
como fornece informações necessárias as partes;

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O laudo técnico, elaborado pelo perito, passa a fazer parte dos Autos, como um dos
documentos de suma importância para o desenvolvimento do parecer;

O trabalho de um Perito Judicial passa a ser uma prova legalmente constituída em


um processo, por isso a seriedade que se deve ter sobre os laudos apresentados.

2.3. TODOS PODEM SER PERITOS?

Qualquer profissional que tenha conhecimentos técnicos específicos de uma matéria


pode ser um perito, desde que atendam os requisitos acima citados, pois o mesmo
trará informações necessárias para a elucidação de um caso que está sendo
discutido num processo Judicial.

3. EXIGÊNCIAS DO ART. 156 – 157 - 158 CPC

Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico.

§ 1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os


órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal
ao qual o juiz está vinculado.

§ 2o Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio
de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação,
além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à
Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais
ou de órgãos técnicos interessados.

§ 3o Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do


cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a
experiência dos peritos interessados.

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§ 4o Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos dos
arts. 148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia
informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que participarão
da atividade.

§ 5o Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a


nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou
órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à
realização da perícia.

Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz,
empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo
legítimo.

§ 1o A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da


suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-
la.

§ 2o Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos


documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a nomeação
seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de
conhecimento.

Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá
pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no
prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas
em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das
medidas que entender cabíveis.

4. O QUE DEVE CONTER LAUDO DO ART. 473 CPC

Art. 473. O laudo pericial deverá conter:

I - a exposição do objeto da perícia;

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II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;

III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser


predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se
originou;

IV - Resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo
órgão do Ministério Público.

§ 1o No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem simples e


com coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões.

§ 2o É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir


opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia.

§ 3o Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem valer-


se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações,
solicitando documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições
públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias
ou outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia.

5. ÓRGÃO DE CLASSE

Em caso de profissionais que possuem um Órgão de Classe profissional, o mesmo


deverá estar regular com suas obrigações pecuniárias, ou seja, em dia, para que não
sejam suspensos seus direitos de profissional desta categoria, (CREA, CRC, CRM, etc.),
pois em algumas profissões esta condição é obrigatória para exercer a profissão.

6. OS PROCESSOS JUDICIAIS

As ações judiciais originam-se de conflitos de interesses, motivados por prejuízos,


questões tributárias, desentendimentos, pessoais, crimes e outros.

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As ações tratam dos mais variados assuntos, como por exemplo, o de um consumidor
que processa fabricante de xampu alegando danos aos seus cabelos, ou um trabalhador
que pleiteia o recebimento de adicional de insalubridade.
Os juízes obviamente não têm condições de adquirir todos os conhecimentos técnicos
nos diferentes ramos do saber. Como podem então decidir e estabelecer penas nestas
ações?
Surge a figura do perito, profissional de formação técnica que auxiliará o magistrado no
deslinde dos feitos.

6.1. DEFINIÇÕES

Fato Jurídico – um fato jurídico é tudo que acontece de origem natural ou humana
que gere consequências jurídicas.
Ato Jurídico - é decorrente da vontade do homem devidamente manifestada, por um
processo, onde a pessoa propõe a ação.
As Partes do processo – são os envolvidos do litígio ou discussão. Quem move a
ação é denominado Autor ou Requerente. O acusado é chamado de Réu ou
Requerido.
O Juiz – aquele que julga, é um cidadão investido de autoridade pública com o poder
para exercer a atividade jurisdicional, julgando os conflitos de interesse que são
submetidos à sua apreciação.
O Perito - é um “expert”, uma pessoa que tem conhecimentos e aptidões acima do
normal, relativos a um assunto ou área e domina a técnica ou conhecimento.
O Assistente Técnico – geralmente contratado por uma das partes, para auxiliar
seus advogados em questões que os mesmos desconhecem, bem como
acompanhar o Perito do Juízo nos processos judiciais, cabe ao assistente estar
presente em todas as diligências. Seu papel é muito importante para a parte que o
contratou.

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6.2. O PERITO JUDICIAL

O Perito é a pessoa de confiança do juiz, seu braço direito, seus olhos e ouvidos, e
sempre que o juiz tenha dúvida por determinada matéria vai nomear este profissional,
que de forma honrosa deverá aceitar a nomeação, cumprir com o determinado e
emitir seu laudo para que o juiz consiga dar sua sentença.
O Perito tem várias denominações, porém todas elas são a mesma coisa, ou seja,
PERITO.
 Especialista no assunto;
 “Expert”;
 Assistente DO JUÍZO;
 “Longa Manus” (oficial de Justiça mão longa do Poder Judiciário).

6.3. NOMEAÇÃO E VÍNCULO

Sempre que o juiz nomeia um perito, o mesmo deverá atender tal notificação para
realizar a perícia e emitir o laudo. Porém tem que ficar muito claro que o perito é
NOMEADO e não um funcionário do Juiz ou Vara, portanto não tem vínculo
empregatício.

6.4. O ASSISTENTE TÉCNICO

a) - FORMULAÇÃO DE QUESITOS;
b) - ACOMPANHAMENTO DE DILIGÊNCIAS;
c) - CONTESTAÇÃO.

6.4.1. FORMULAÇÃO DE QUESITOS

Cabe ao Assistente Técnico elaborar os quesitos para que o Perito do Juízo possa
responder, esta parte é de muita importância num processo, servindo como
subsidio as Partes nos Autos.

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6.4.2. ACOMPANHAMENTO DE DILIGÊNCIAS

O perito assistente tem um papel importante nas diligências, e geralmente em ATA


o juiz determina que o assistente seja informado de quando o Perito fará sua
diligencias.

6.4.3. CONTESTAÇÃO

Caso o Assistente não concorde deverá sim solicitar esclarecimentos, bem como,
fazer um “laudo” seu com o que apurou junto com o perito do juízo. No caso do
Assistente Técnico o documento preparado chama-se PARECER TÉCNICO. O
Parecer Técnico pode ser concordante com o Laudo Pericial, discordante,
parcialmente concordante ou parcialmente discordante.

PERITO ASSISTENTE TÉCNICO


Perito do Juízo Perito Assistente (assistente técnico)
Nomeado pelo Juiz Indicado pela parte
Confiança do juiz De confiança da parte
Sujeita-se às regras de impedimento e Não está sujeito às regras de impedimento
suspeição e suspeição
A seu critério poderá ou não trabalhar em Aguardará posicionamento do perito do
conjunto com o perito assistente juiz para realização de trabalho conjunto
Emite laudo pericial – Art. 433 do CPC Emite parecer sobre o laudo do perito do
(NCPC, Art. 477) juízo – CPC, Art. 433, parágrafo único
Substituído por decisão do juiz Substituído pela parte que o contratou
Honorários homologados pelo juiz Honorários contratados diretamente pela parte
Compromisso com a causa, não se Compromisso com a causa, mas se reporta
importando a quem assiste a razão. diretamente à parte que o contratou.

7. OS PRINCÍPIOS PROCESSUAIS

Imparcialidade – ninguém pode se envolver no processo, nem mesmo o juiz, todos


devem ser imparciais em suas decisões e sentenças.
Contraditórios – ambas as partes devem ter acesso, a todos os documentos, provas e
fatos, para Análises.

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Livre Convencimento – O juiz tem que tomar suas decisões baseadas em provas,
nunca por opinião pessoal, as provas podem servir para seu livre convencimento e sua
decisão, mas nunca por opinião própria sem base na lei.
Efeitos Públicos – Todos os processos que tramitam nos tribunais são públicos, exceto
os que envolvem segredo de justiça, por expor a imagem de pessoas ou assuntos de
comoção social, os demais são públicos e qualquer cidadão pode solicitá-los para
verificação.
A Inércia Processual – O magistrado deve ser “provocado” pelas partes, um processo
deve sempre estar em movimento, caso contrário ficará parado, se as partes não
estiverem sempre acompanhando e “cutucando” o juiz, simplesmente veremos o que
sempre estamos acostumados a ouvir, que o processo ficou parado há anos.

8. AS FASES DO PROCESSO

 Petição Inicial
 Citação
 Resposta ou Contestação
 Preliminares
 Produção de Provas
 Audiência/Julgamento
 Sentença do Juiz
 Autos

8.1. PETIÇÃO INICIAL

Petição – Feita por um advogado, no qual através de uma ação pública na justiça,
informa ao juiz todos os fatos, ocorrências bem como solicita que seja julgado a seu
favor, pedindo que seus direitos sejam cumpridos.

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8.2. CITAÇÃO

Citação – nesta fase o juiz recebe a petição, analisa e manda notificar o réu, para que
o mesmo saiba que está sendo promovido um processo contra o mesmo, e solicita
que se manifeste através de um advogado a sua defesa.

8.3. CONTESTAÇÃO OU RESPOSTA

Resposta – nesta fase o advogado do réu faz sua manifestação, onde aponta a
defesa concordando ou discordando de tal fato que o autor promoveu.

8.4. PRELIMINARES

Preliminares – onde o juiz analisa o processo, seus argumentos e decide, dando


sentença antecipada, por ter os dados para julgamento, ou a Extinção do processo
por decidir que o mesmo não tem sentido em prosseguir.

8.5. PRODUÇÃO DE PROVAS

As Provas, das partes;


Quais provas, apresentadas;
O Perito, se o juiz entender que as provas técnicas apresentadas não são claras e o
mesmo não tem o devido conhecimento técnico para entender a matéria o mesmo
fará a Nomeação de um PERITO;
Começa então os Trabalhos Perícias e diligências.
O judiciário reconhece como prova, uma confissão, um depoimento, testemunhas, e
o principal a palavra do PERITO, seu laudo pericial, seu parecer técnico de
determinado assunto, no qual o mesmo domina.

8.6. AS AUDIÊNCIAS / JULGAMENTO

Quando um perito entrega seu laudo o juiz de imediato marca a audiência de


Instrução e julgamento, este procedimento não deveria passar de 30 dias, porém

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devido a grande quantidade de processos nos tribunais, poderá demorar até 90 dias
como já foi constatado

8.7. SENTENÇA DO JUIZ

O juiz, assim que estiver de posse do laudo pericial, do laudo dos assistentes
técnicos, das contestações e manifestações, poderá dar seu veredicto, ou seja, a
sentença final.

8.8. OS AUTOS

Os autos são a sucessão de documentos que compõe o processo, juntados por


ordem de chegada.

9. A PERÍCIA PERICIAL

NATUREZA JUDICIAL – PROCEDIMENTO PROBATÓRIO


O Processo tem a natureza empresarial na sua maioria em que o procedimento do perito
é provar a natureza judicial do caso, usando todos os procedimentos legais de provas,
bem como, usar todas as técnicas ao seu alcance, o juiz precisa ter esta certeza, para
julgar.
O procedimento probatório compreende três fases ou momentos distintos.
Proposição da Prova – é o ato pelo qual o autor propõe a prova na petição inicial e o
réu na contestação, tendo como objetivo que suas alegações sejam tidas como
verdadeiras pelo juiz;
Admissão da prova – este ato é exclusivo do juiz, pois só ele pode ou não aceitá-la;
Produção da Prova.
NCPC, Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.

As definições podem variar de acordo com a área do conhecimento:

EXAME (é a análise pormenorizada acerca do objeto periciado) NBC, 13.4.1.1 – O


exame é a análise de livros, registros das transações e documentos.

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VISTORIA (é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa
ou fato, de forma circunstancial) NBC, 13.4.1.2 – A vistoria é a diligência que objetiva a
verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial.

AVALIAÇÃO (é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações,


despesas e receitas) NBC, 13.4.1.7 – A avaliação é o ato de estabelecer o valor de
coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.

9.1. DILIGÊNCIA

É o ato do Perito, em ir até o local para coletar as devidas provas, não apenas as
provas materiais, como também poder, se inteirar do assunto, em outras palavras
mais comuns, investigar, toda a diligência, fazem parte das diligências: (audiências,
vistorias, arrecadações, citações, penhoras, avaliações, buscas, apreensões e
outras).

9.2. OBJETO DA PERÍCIA

Será o caso a ser analisado dentro de um processo, cabendo ao perito, saber e


conhecer com propriedades o objetivo referente ao pedido de perícia. Não se pode
pegar um processo sem conhecer a fundo o objeto a ser periciado, o perito deve ter
qualificações para desenvolver seu trabalho.

9.3. ELEMENTOS DA PERÍCIA

São todos os fatos, que servirão ao Perito para as análises da perícia, que podem
ser elementos pessoais, materiais, móveis, bem como tudo que o perito vai precisar
para a conclusão de seu laudo.

9.4. INDÍCIOS

Indício é toda circunstância conhecida e que precisa ser provada, no qual o perito irá
verificar os fatos e periciar se há indícios de fraudes, ou não, para provar a existência
de indícios de algum tipo de crime.

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9.5. ANÁLISE DO PROCESSO

A análise de processos pericial é uma técnica que o perito precisa conhecer e que
permite obter conhecimentos elevados do caso o que irá facilitar a compreensão dos
processos judiciais, para que o perito tenha condições de fazer suas análises e a
correta aplicação de suas técnicas.

9.6. REQUISITOS PARA UMA BOA PERÍCIA

 Exigências do art. 156 CPC;


 Realizar diligências correta sobre a perícia realizada;
 Apurar todos os fatos que compõem o processo judicial;
 Pesquisar – art. 473 - § 3º CPC;
 Técnica adequada e válida.

9.7. REALIZAR DILIGÊNCIA CORRETA SOBRE A PERÍCIA


REALIZADA

Estar no local correto, pois o perito deve certificar o endereço correto do local, visto
as empresas terem filiais, por isso a necessidade de saber onde estão os elementos
que serão periciados.
Solicitar ao responsável, em fornecer os dados a serem periciados, pelo menos um
dia antes da diligência.

APURAR TODOS OS FATOS QUE COMPÕEM O PROCESSO JUDICIAL


O perito deve ter muita atenção em observar todos os fatos e depoimentos que estão
nas ATAS do processo, bem como o conteúdo do mesmo.
Deve ler os documentos relevantes do processo, ter conhecimento da causa.
Verificar o que está sendo solicitado.

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PESQUISAR – ART. 473 NCPC
§ 3o Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem
valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações,
solicitando documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em
repartições públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas,
desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto
da perícia.

OBS. Pegar documentos mesmo que não estejam nos Autos.

9.8. TÉCNICA ADEQUADA E VÁLIDA

O Perito deve usar uma técnica válida, ou seja, deve utilizar-se de meios legais e
lícitos para o processo, não pode usar o chamado “achismo”, ele deve fazer com que
tudo que escreveu no laudo esteja baseado em leis, ou de conhecimento notório ou
específico.

9.9. CONCEITO LEGAL

Parágrafo único. O juiz indeferirá a perícia quando:


I - A prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico;
II - For desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - A verificação for impraticável.

10. COMO SER PERITO NOS TRIBUNAIS?

Para se tornar um perito do juízo, o profissional deverá fazer visita as Varas dos
Tribunais, e conversar pessoalmente com o Diretor da Vara ou com o Juiz, e dizer no
que poderá ajudar, mostrar suas qualificações, entregar seu curriculum atualizado,
cartão de visita, e que tipo de laudo poderá fazer para orientar o magistrado nos
processos.
(NADA DE CURRICULUM POR E-MAIL)
O CURRICULUM

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Elabore um curriculum médio, nem grande, nem pequeno, aqueles de uma folha, isso
não funciona, o ideal seria um curriculum de 3 (três) ou 4 (quatro) folhas apenas,
importante SEM FOTO (explicar).
Indicação de um Perito já atuante poder ser a entrada mais rápida para começar a atuar.

11. A VISÃO DO MAGISTRADO – JUÍZ

Geralmente o Perito é muito bem visto pelos juízes, os mesmos devido ao grande
número de processo, gostam que profissionais “expert” lhe façam visitas, e ofereçam sua
ajuda na justiça.
Portanto sem medo, podemos consultá-los.

11.1. NOS TRIBUNAIS - VARAS

O Perito de uma vara judicial pode ser constantemente chamado para atuar, inclusive
em vários processos bem como em várias outras varas, quando um juiz o chama
constantemente, isso é um sinal que seu trabalho é importante para aquele juiz, e
visto que juízes não ficam muito tempo em uma determinada vara, o mesmo pode
ser sempre deslocado para outras comarcas ou esferas, o juiz pode sempre chamá-
lo para atuar, e com isso o Perito ser reconhecido.

11.2. APRESENTAÇÃO

O perito ao chegar às Varas, deverá portar um cartão de visita, seu curriculum e a


Carta de Apresentação, que deverá conter o seu pedido para atuar naquela vara, e
nesta carta, informar em qual área quer atuar.
Não esquecendo os dados básicos de capa, e-mail, fone, site, e sua especialidade.

11.2.1. A CARTA

Iniciar fazendo uma saudação ao Juiz, mostrando ser cordial;


Falar sobre sua formação acadêmica;
Em que área você domina e pode se oferecer;

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Dizer estar disponível até para uma amostra de seus trabalhos (gratuito), para que
o juiz conheça seu trabalho.

11.3. ONDE É POSSÍVEL ATUAR?

Todas as perícias acontecem no campo Cível, Eleitoral, Criminal bem como na esfera
do Trabalho, (Trabalhista – TRT), a última também chamamos de justiça Trabalhista.
As áreas Cível e Criminal ocorrem em âmbito Federal ou Estadual, já a do Trabalho,
em Federal. As diferenças entre as justiças Federal, Estadual e do Trabalho são da
seguinte forma: na Justiça do Trabalho, as partes são empregados e empregadores
(empresas), e os assuntos tratam exclusivamente de relação de trabalho, ou
assemelhados. Na justiça Federal, pelo menos uma das partes é a União ou órgão
originado dela, do tipo INSS, Bancos do governo, DNER e demais órgãos. Na
estadual, passam processos comuns em que as partes não estariam incluídas, como
possíveis litigantes, nas outras duas modalidades de justiças. A Justiça Estadual,
chamamos ao mesmo tempo, de Justiça Comum.

- TRT
- CÍVIL
- CRIMINAL
- FEDERAL

11.4. JUSTIÇA ESTADUAL

http://corregedoria.tjgo.jus.br/bancodeperitos

11.5. JUSTIÇA TRABALHISTA

https://sistemas.trt18.jus.br/consultasPortal/pages/ControlePeritos/Perito.seam

17
11.6. PERÍCIAS EXTRAJUDICIAIS

As judiciais são as perícias que ocorrem na justiça e em diferentes tipos de ações. Já


as extrajudiciais, são aquelas onde ainda não estão tramitando na justiça onde o
processo ainda não foi dado entrada nos tribunais, onde uma das partes solicita um
parecer sobre determinado assunto para depois entrar no judiciário.
Exemplo:
Um tipo comum em Perícias Extrajudiciais é o caso de uma pessoa ou empresa
contratar um Perito para fazer um levantamento de determinado local, sendo, um
edifício que possui rachaduras em suas paredes, colunas afetadas por efeitos
naturais, tipo chuvas, ventos ou etc, instalações elétricas em desacordo com normas
de segurança, então é feito um Laudo Extrajudicial, a fim de que o contratante fique
protegido e não seja responsabilizado por uma tragédia ou outros danos de
importância relativa.

12. ESTRUTURA DO JUDICIÁRIO

1ª Instância, processo está com os juízes, nas varas e para a sentença em tribunais do
estado.
2ª Instância, nesta fase ficam os desembargadores, as câmaras e os acórdãos.
3ª Instância, onde o processo está com os ministros, tribunais superiores, STJ, STF,
STE, TST.

12.1. EM QUE INSTÂNCIA ATUAM OS PERITOS?

Um perito sempre será nomeado por um juiz de primeira instância, e sempre na


esfera judicial, é importante saber disso, nas demais instâncias não existe uma prova
pericial os ministros e desembargadores fazem as análises dos laudos já juntados ao
processo e dão seu parecer.

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13. PASSO A PASSO PARA O PERITO INICIANTE

13.1. NOMEAÇÃO DO PERITO

A nomeação do perito ocorre por determinação do juiz, através de um despacho, e a


vara solicitante irá emitir uma notificação a ser endereçada ao perito. A intimação
pode ser feita por correio, e-mail ou telefone.
Cabe ao perito analisar o processo e decidir se vai ou não aceitar a nomeação, o
perito não é obrigado a aceitar. O perito tem 5 (cinco) dias para recusar a nomeação.
Caso opte por recusar deverá preparar uma petição explicando seus motivos. Não
recusando a nomeação em cinco dias, considera-se que a nomeação foi aceita.

A NOTIFICAÇÃO DO JUIZ FEITA POR CORREIO

Ou por e-mail:

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13.2. A RECUSA DO PERITO

O perito poderá ser recusado pelas partes por impedimento ou suspeição. Os motivos
são:
1 – Se este perito for parte do processo em questão;
2 – Se tiver trabalhado no processo com outra função;
3 – Se alguma das partes for parente seu, de sangue ou afim, em linha reta ou na
colateral até o terceiro grau;
4 – Quando pertencer a órgão que é parte na causa;
5 – Não versar sobre a matéria da perícia.

Os motivos de fundada suspeição de parcialidade do perito são:


1 – Ser amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;
2 – Ser herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;
3 – Receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo;
4 – Aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa;
5 – Subministrar meios para atender às despesas do litígio;
6 – Ser interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.

Ao perito é permitido declarar-se suspeito por motivo íntimo, assim como não cabe
adquirir bens penhorados por ele avaliados em processos judiciais.

13.3. CARGA DOS AUTOS

Assim que for notificado e aceitar a nomeação o perito pode ir até a Vara e retirar o
processo, para realização de suas primeiras análises e estabelecimento de seus
honorários. Em geral o perito tem 10 dias para tais procedimentos.

13.4. HONORÁRIOS

Existem critérios pessoais de cada perito para fixar seus honorários, entre eles o grau
de dificuldade do processo, o valor da causa, a situação financeira das partes, e

20
também poderá ser utilizada a tabela do órgão de classe, ou a tabela do IBAPE.
Devido à sua importância este tópico será abordado em mais detalhes a frente.
Definidos os honorários, o Perito deverá preparar a petição a eles referente. Há duas
hipóteses:
Peticionar antes de ser iniciada a perícia ou quando já foi realizada a perícia. Neste
segundo caso, em geral protocolando a petição junto com o laudo.

13.5. EXEMPLO DE PETIÇÃO DE HONORÁRIOS

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUÍZ(A) DE DIREITO DA 2ª. VARA


CIVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA-GO

Processo nº.: XXXXXXXXXXXXX

Requerente: XXXXXXXXXXXXXX

Requerido: XXXXXXXXXXXXXXX

Nome do perito, Perito Engenheiro, Engenheiro de


Segurança do Trabalho, MBA Perícia, inscrito no CREA-GO nº. xxxxxxx / D-GO,
nomeado nos autos do processo em epígrafe, em que litigam as partes acima
identificadas, vem à presença de Vossa Excelência agradecer a confiança e deferência
em nomeá-lo perito, ao tempo em que manifesta interesse na realização do encargo que
lhe foi atribuído e, cumprindo despacho de fls.382, apresenta a seguinte:

21
PROPOSTA DE HONORÁRIOS.

Para conhecimento da dimensão do trabalho pericial,


tivemos acesso ao volume que compõe o presente processo, onde à luz das argüições
e do objeto da demanda, vislumbramos todos os documentos e demais dados
pertinentes à feitura do Laudo Pericial.

Analisamos todos os documentos acostados aos autos


e certificamo-nos do trabalho exigido para obtenção da prova pericial.

Para melhor entendimento de Vossa Excelência quando


a presente oferta de honorários, observamos que, para a busca da prova pericial, deverá
este perito utilizar-se de diversas Semiotécnicas, entre elas: diligências, Constatação in
loco, Diligências, Ad Hoc, Exame Documental, Inferência Bibliográficas, entre outras.

Meritíssimo, o grau de elevada responsabilidade e


conhecimentos técnicos do perito, zelo profissional, minúcias, as pesquisas
documentais, analise dos equipamentos do software(Supervisório), em legislações,
devem também ser mensurados para análise da oferta da verba honorária.

A seguir apresentamos, Quadro com Planejamento das


horas previstas para execução do Laudo Pericial.

DEMOSNTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIO DO TRABALHO PERICIAL

Item Descrição Tempo gasto

01 Deslocamento para Carga e entrega dos autos 2h

02 Marcar diligência pericial 1h

03 Diligência pericial 5h

04 Pesquisas e Análises Documentais 9h

05 Estudo do assunto em tela 8h

06 Confecção do laudo pericial 8h

Tempo total despendido 33 h

Ante o exposto e considerando a hora de trabalho pericial,


em conformidade com os Artigos 11 e 12 do Regulamento de Honorários para Avaliações e

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Pericias de Engenharia do IBAPE-GO, no valor de R$468,40(Quatrocentos e Sessenta e Oito
Reais e Quarenta centavos), equivalente a 20 UEA, sendo cada hora técnica R$23,42, assim o
presente trabalho representa a quantia de R$15.457,20 (Quinze mil, quatrocentos e cinquenta e
sete reais e vinte centavos).

Permissa vênia, é oportuno destacar que no planejamento


ora apresentado e consequentemente no preço do serviço expresso no parágrafo anterior, não
estão inclusos valores para responder quesitos suplementares (art.425 do CPC), fato que
ensejará outra avaliação para possível remuneração do perito, proporcionalmente ao tempo
despendido na execução do novo trabalho.

Por todo exposto, requeremos a Vossa Excelência, na forma


dos artigos 19 e 33 do Código de Processo Civil, a aprovação da presente proposta de
honorários, bem como determinação para efetivação do depósito prévio para posterior início da
produção da prova pericial.

Termos em que pede e espera deferimento.

Goiânia, 01 de fevereiro de 2018.

______________________________
NOME DO PERITO
Eng. de Seg. do Trabalho
Perito Judicial

13.6. IMPUGNAÇAO DE HONORÁRIOS

A parte a quem cabe o pagamento das despesas com a perícia, pode impugnar o
requerimento do perito, por entender serem altos os seus honorários, e o juiz, em
coerência à impugnação, tomar decisões da seguinte forma:
1 – Dar vista ao perito para que se manifeste sobre o exposto pela parte, após
decidir em qual valor fixará;
2 – Desconsiderar de imediato a manifestação da parte, fixando os honorários do
perito na quantia que o mesmo requereu;
3 – Fixar os honorários do perito para menos, apenas observado o que a parte
expôs.

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13.7. QUEM PAGA OS HONORÁRIOS?

Pagamento – Pelo Autor, o art. 33 diz “Cada parte pagará a remuneração do


assistente técnico que houver indicado; a do perito será paga pela parte que houver
requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido por ambas as partes ou
determinado de ofício pelo juiz.
Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento
dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente a essa
remuneração. Os honorários são depositados em conta especial do processo e são
monetariamente corrigidos até a data da retirada.
Pagamento – Pelo Juiz (justiça gratuita), o pagamento será feito pelo ministério da
justiça no qual hoje está em torno de R$ 1.000,00, tal pagamento é seguido de uma
solicitação direta da Vara.

13.8. INTIMAÇÃO PARA INÍCIO DA PERÍCIA

O Perito será intimado para dar início aos trabalhos. O produto final da perícia é o
Laudo Pericial.
Normalmente o Perito tem 30 dias para entrega do laudo. Caso considere o prazo
determinado pelo Juiz insuficiente, poderá preparar petição solicitando dilação de
prazo.

13.9. O LAUDO PERICIAL

O laudo pericial é o produto final da perícia, é uma história contada, limitadamente,


sobre os fatos que motivaram e deram andamento ao processo judicial, mais as
conclusões a que chegou o perito sobre a matéria em que se pautou a ação. É
plenamente recomendável que a história seja contada com início, meio e o fim, sem
se tornar extensa em demasia nem prolixa. É sabido que laudos extensos correm o
risco de não serem lidos.
Laudo em que o perito se estende em exposições demasiadamente científicas, onde
salta de técnica para técnica, sem que seja feito o relato do objeto que envolve a
perícia, começam a serem lidos por leigos, advogados e juízes, folhas após folhas,

24
sem que entendam nada. Inevitavelmente, lá adiante, desistirão da leitura. Desse
modo, pode-se atenção ao perito para que tenha cuidado ao expor toda sua
compreensão sobre o assunto de forma simples, clara, objetiva e fundamentada, no
corpo do laudo.
Chama-se corpo do laudo o texto em que está escrito tudo que não seja contido nos
dados da folha de rosto, mais a transcrição ordenada dos quesitos e suas respectivas
respostas, assim como os anexos. Deste modo, no corpo do laudo está todo o
conteúdo de tudo aquilo que o perito encontrou sobre a perícia e entendeu ser
necessário fazer menção, mais a conclusão a que chegou, citando e explicando os
fundamentos técnicos e científicos que utilizou, isto é, na verdade a história contada
pelo perito.

13.10. FORMATO

Convém ao perito elaborar seu laudo em papel timbrado com seu nome e título no
topo. Se tiver logotipo, colocá-lo também no topo da folha. No rodapé, colocamos o
endereço, e-mail e telefones, bem como se tiver o site da internet. Normalmente, o
tamanho do papel recomendado é o A-4. E adequado à fonte ou ao tipo empregado
no rodapé serem diferentes do texto do conteúdo do laudo.
As folhas do laudo são escritas de um lado só, não se imprime laudo frente e verso.
O texto do laudo é posto, no mínimo, a 4 cm do topo da folha e a 2 cm do logotipo.
Da base da folha, o texto tem que estar, no mínimo, a 3 cm, e do rodapé, a 2 cm. A
margem direita dever ter 2 cm.
Devido ao jeito de fixação dos diversos documentos nos autos do processo, onde se
perde cerca de 3 cm, à esquerda, sugere-se que a margem esquerda tenha 4 cm.
Isso evitará esforços desnecessários a quem ler o laudo já juntado aos autos.
Na folha de rosto é dado conhecimento, em letras maiúsculas, em seu topo, abaixo
do logotipo do perito, do seguinte modo abaixo:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 99ª VARA CÍVEL DA


COMARCA DE SÃO PAULO – SP, neste padrão para os processos da JUSTIÇA
FEDERAL.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 99ª VARA CÍVEL DA
COMARCA DE SÃO PAULO, neste padrão para os processos da JUSTIÇA
ESTADUAL.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 03ª VARA DO
TRABALHO DA COMARCA DE SÃO PAULO – SP, neste padrão para os processos
da JUSTIÇA DO TRABALHO.

Depois, na mesma folha de rosto, deixa-se um espaço em branco com o objetivo de


permitir que o juiz redija o despacho a respeito do documento a ele dirigido, neste
caso, sobre o laudo. Um espaço cômodo é no mínimo de cerca de 10 cm, porém a
prática sugere 13 cm. Em geral, o despacho ali colocado é feito de forma manuscrita.
Se o despacho for grande, o juiz tem espaço de continua-lo no verso da folha, por
este motivo não devemos imprimir o laudo frente e verso.
Após o espaço em branco, num único parágrafo, sugere-se indicar no texto o nome
do perito e sua qualificação, o tipo e número da ação e os nomes das partes, tudo
em negrito e letras maiúsculas. E seguindo, também em letras maiúsculas e em
negrito, identificar o respectivo ofício onde tramita o processo.
Abaixo do parágrafo relatado acima, que será o único da folha de rosto, sugere-se
colocar termos como seguem, em letras maiúsculas, conforme a situação requeira;

LAUDO, de uso mais comum, é ser usado em qualquer caso;


LAUDO CONTÁBIL, para especificar perícia contábil;
LAUDO DE AVALIAÇÃO, para laudo de avaliações de imóveis ou outros bens;
LAUDO MÉDICO, para especificar perícia médico.

Os assistentes técnicos podem fazer um texto semelhante ao do perito nomeado para


o parágrafo da folha de rosto. Nele, informarão a função que ali exercem. Abaixo do
parágrafo é oportuno colocar os termos abaixo, de acordo como caso:

PARECER DO ASSISTENTE TÉCNICO DO AUTOR;


PARECER DO ASSISTENTE TÉCNICO DO RÉU.
Ou simplesmente PARECER TÉCNICO

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Se o objeto da perícia é buscar um valor mediante cálculos, é adequado esse valor
ser colocado por último na folha de rosto, junto ao pé da página, antes do rodapé,
não sendo necessário apresentar o valor por extenso.
Abaixo do valor e que ele se refere, escrito sucintamente, colocar o mês e o ano em
que foi obtido.
O procedimento de colocar o valor calculado na perícia, imediatamente, na folha de
rosto facilita aqueles que o buscam, como, as próprias partes, com finalidades
diversas, o juiz, para uma decisão judicial, o contador do Foro, para cálculos do
processo, o leiloeiro, no momento em que lança o bem penhorado em leilão, dentre
outros motivos. Se o valor estiver contido apenas no interior do corpo do laudo,
obrigará os leitos a manusear todas as páginas do laudo nos autos a procura do valor.
Para laudos extrajudiciais informa-se na folha de rosto o tipo de laudo de que trata a
matéria, nome do interessado (contratante), com CPF ou CNPJ, endereço e telefone,
também a finalidade do laudo, localização do bem, se for o caso, constará, local,
nome do profissional e sua assinatura. O restante do laudo pode seguir o modelo de
laudo judicial que mais se ajustar ao caso.

13.11. CONTEÚDO DO LAUDO

 Capa – protocolo;
 Identificação;
 Considerações Preliminares;
 Dos Autos;
 Contestação;
 Das Análises;
 Quesitos (se houver);
 Anexos (CD, DVD, Material, etc);
 Conclusão Final.

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13.12. SOBRE OS QUESITOS

Quando o juiz nomeia um perito, é dado as partes um prazo de 10 dias, para


formulação de quesitos, ou seja, 10 dias para cada parte fazer isso. O juiz também
pode apresentar quesitos, assim como indeferir quesitos que considere
impertinentes.
Os quesitos devem ser respondidos baseados no processo e nas análises do perito,
não se pode fugir ao assunto.
O perito nomeado tem que responder todos os quesitos sob pena das partes
solicitarem ao juiz que assim o faça.
Todos os quesitos devem ser respondidos dentro do laudo do perito e identificados
de qual parte são os mesmos. Sendo uma ordem de cada perito, em primeiro lugar
os quesitos dos Autos e depois do Réu. Claro que não é uma regra, cada perito
define, entendo que isso é a sequência.
Atenção ao responder os quesitos nos laudos, pois a pergunta das partes e as
respostas do perito devem OBRIGATORIAMENTE estar na mesma página.
Tenha o hábito de numerar os quesitos. Os quesitos normalmente são colocados
antes da Conclusão do Perito.

13.13. CONTATO COM ASSISTENTE

É livre ao Perito Nomeado contatar o Perito Assistente, para colher melhores


informações ou dúvidas que por ventura tenha, devido à complexidade do que o laudo
exija.
Lembrando que o Perito Assistente é o representante da parte para auxiliar o trabalho
do Perito Nomeado.

13.14. ENTREGA DO LAUDO

Depois de concluídos todos os trabalhos periciais, o perito deve entregar o processo


que ora estava em carga com o mesmo, bem como o laudo devidamente assinado
na Vara de onde foi retirado, mesmo que entregue o laudo via PJe, é obrigado a
entregar o processo dentro do prazo.

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Após a entrega do laudo as partes poderão se manifestar caso queiram ou achem
necessário.

13.15. IMPUGNAÇÃO DO LAUDO

Impugnar um laudo significa dizer, refutar, contrariar, resistir ou opor-se ao conteúdo


do laudo ou ao valor de honorários requeridos pelo perito. É de se esperar que o
laudo seja contestado pelo menos por uma das partes, pois, se as partes estão
divergentes sobre um objeto a respeito do qual a perícia disserta tecnicamente,
ocorrerá que o laudo é passível de ser favorável a uma delas.

O Laudo tem chance de ser contestado parcialmente ou em sua totalidade.


Realmente é muito desagradável o perito ler contestações ao laudo produzido,
mesmo que elas sejam sem fundamento técnico algum.
O positivo, olhado com ingenuidade ou independência, é que na grande maioria das
vezes o Expert não toma conhecimento do que é colocado nos processos sobre os
laudos que escreve, depois da entrega dos mesmos. As poucas oportunidades em
que se tem noção das contestações das partes juntadas nos autos são aquelas em
que o juiz intima o perito, a fim de que se manifeste sobre os conteúdos exarados
pelos advogados.
Quando assim se coloca, ele receberá a impugnação com educação, reflexão e sem
sobressaltos, sem se deixar abalar com as possíveis alegações contrárias, mesmo
que essas sejam agressivas por demais. Em situação contrária, se não agir com
prudência e precaução, haverá razões para forte descrédito ao técnico e
principalmente, do seu laudo.

13.16. QUESITOS COMPLEMENTARES

As partes podem solicitar informações complementares sobre o laudo apresentado


para serem respondidas pelo Perito.
Por ser um direito das partes o Perito Nomeado é obrigado a respondê-los.

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13.17. ESCLARECIMENTOS EM AUDIÊNCIAS

Caso o juiz ache necessário poderá intimar o Perito a participar da audiência e


solicitá-lo a responder dúvidas que as partes ou o mesmo tenha.

13.18. ALVARÁ DE LEVANTAMENTO DE HONORÁRIOS

Quando da entrega do Laudo Pericial, pode-se protocolar também a petição de


emissão de alvará para levantamento dos honorários.
Exemplo de petição requerendo alvará de levantamento

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA 99ª VARA DO


TRABALHO DA COMARCA DE SÃO PAULO – SP

Processo n°.: 00999-2099-099-092-00-9

NOME DO PERITO, honrado com a nomeação de Perito Judicial nos Autos acima
referido vem respeitosamente solicitar a Excelentíssima Juíza desta Vara que seja
efetuada Liberação e Expedição do Alvará de Levantamento de Honorários, visto que o
mesmo já se encontra devidamente depositado no Banco do Brasil S/A, conforme consta
a guia de deposito nos Autos, e meu presente laudo devidamente realizado e juntado ao
presente processo.

O Perito, antecipadamente agradece a atenção dispensada.

Termos em que, pede deferimento.

São Paulo, 13 de outubro de 2009.

NOME DO PERITO
Perito Judicial.

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13.19. NO DIA DO RECEBIMENTO DOS HONORÁRIOS

O perito depois de ciente que o alvará foi imitido deve retirá-lo junto ao Ofício (cartório)
da Vara onde atuou para retirar o mandato para levantamento dos honorários. De
posse deste documento deve dirigir-se a agência bancária existente dentro do Fórum.
Será solicitado número de conta para depósito dos honorários.

14. PETICIONAMENTO ELETRÔNICO

Recurso disponibilizado somente para os processos digitais (Lei nº 11.419 de


19/12/2006), o qual possibilita que a petição seja protocolada e enviada por meio
eletrônico diretamente ao distribuidor competente ou à Vara em que tramita o processo.

14.1. CERTIFICAÇÃO DIGITAL

Tecnologia que permite assinar digitalmente qualquer tipo de documento, conferindo-


lhe a mesma validade jurídica dos equivalentes em papel, assegurando a
autenticidade e integridade das informações.
Processo eletrônico é o processo no qual todas as peças processuais (petições,
certidões, despachos, etc.) são virtuais, ou seja, foram digitalizadas em arquivos para
visualização por meio eletrônico. Assim, não há utilização de papel. Neste caso, diz-
se que os autos do processo estão digitalizados.
Para obter a certificação digital, entrar em contato com uma das Autoridades
Certificadoras autorizadas pelo ICP-Brasil.
Entre elas, estão o SERASA, CORREIOS, CAIXA, OAB E ETC.
O Modelo mais utilizado é o A3, ou seja, o E-CPF em formato A3.

14.2. O QUE MUDOU COM O PJe?

O processo eletrônico permite aos Advogados E PERITOS a visualização das peças


processuais e o peticionamento pelo seu próprio escritório, por meio da internet. É
possível peticionar em horário diferenciado, acompanhar o recebimento da petição

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eletrônica e ter a segurança de que os dados foram transmitidos sem falhas ou
incorreções.

14.3. E O QUE VEM A SER ENTÃO UM PETICIONAMENTO


ELETRÔNICO?

Peticionamento eletrônico é um recurso disponibilizado somente para os processos


digitais (Lei nº 11.419, de 19/12/2006), o qual possibilita que a petição seja
protocolada e enviada por meio eletrônico diretamente ao distribuidor competente ou
à vara em que tramita o processo.

14.4. QUAIS SÃO AS VANTAGENS DO PETICIONAMENTO


ELETRÔNICO?

Ele possibilita o envio de petições iniciais e intermediárias, através da internet, para


o foro desejado, dispensando o deslocamento até o fórum, facilitando assim o acesso
das partes e/ou dos representantes legais às informações em seus processos e à
prestação jurisdicional do Estado, além de eliminar o uso do papel desde a
propositura da ação, contribuindo para o meio ambiente mais saudável e sustentável.

14.5. COMO TER ACESSO AOS PROCESSOS ELETRÔNICOS?

O processo de habilitação é o mesmo da habilitação em papel, ou seja, todas as


certidões e declarações devem ser feitas.
Após estarem habilitados nos Tribunais/Varas, assim que forem nomeados, o Diretor
da Vara onde você está habilitado, vai vincular o seu CPF ao seu E-CPF, ou seja, vai
te nomear no seu E-CPF e quando você consultar seu Certificado Digital E-CPF, o
número do processo já estava disponível para você consultar.
Assim que tiver acesso ao processo digital, poderá baixar o processo inteiro no seu
computador, tendo em vista que todo o processo está digitalizado em arquivos PDF.
O tempo de aceitação e entrega do laudo são os mesmos, ou seja, para aceitar, após
ler o processo, você tem até 10 dias para RECUSAR, se aceitar não precisar fazer
nada apenas começar a sua diligencia após estudo do processo.

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A entrega do Laudo você terá 30 dias, e precisando de mais tempo basta solicitar
tudo eletronicamente.
Feito o laudo basta gerar um arquivo em PDF, assessar seu E-CPF, selecionar o
processo que você está trabalhando e anexar o arquivo.
Sobre os honorários no Peticionamento Eletrônico, a Vara, emitirá o alvará
automaticamente assim que o valor dos honorários tiver sido liberado pelo Juiz, e
neste caso o Diretor da Vara, irá solicitar todos seus dados bancários e os honorários
irão ser depositados em sua conta corrente de qualquer banco que tenha conta.

15. PEQUENO GLOSSÁRIO

TERMOS IMPORTANTES PARA O PERITO


Ação ordinária – É proposta e se desenvolve segundo as regras de procedimentos
ordinários segundo o Código de Processo Civil.
Acórdão – É a decisão definitiva proferida pelo Tribunal. O conjunto de acórdãos sobre
um mesmo assunto forma a jurisprudência de um Tribunal.
Advogado constituído – É o advogado contratado particularmente pela parte para
representa-la e defender seus interesses no processo.
Advogado dativo – É o advogado nomeado pelo juiz no caso em que a parte não possui
recursos para contratar um.
Agravo – Recurso que as partes do processo dispõem frente às decisões interlocutórias
que os juízes proferem.
Alvará – Documento entregue ao perito, que, apresentado no banco, possibilita a
retirada dos seus honorários, depositados anteriormente por uma das partes. Para obter-
se o alvará, muitas vezes é necessário apresentar uma petição com esse objetivo. O
alvará é uma ordem escrita, emanada de uma autoridade judicial ou administrativa, para
que se cumpra um despacho ou se possa praticar determinado ato.
Cartório – Local onde está ocorrendo o processo. Casa Vara tem um cartório. Cada
Vara pode ter um ou mais juízes. Cada cartório tem uma pessoa responsável, o escrivão.
Toda espécie de oficio ou escrivaninha judicial, assim se compreendendo os
tabelionatos, os registros e demais ofícios de serventia pública.

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Carta precatória – É quando um juiz se dirige a outro juiz em outra jurisdição, para que
esse proceda a diligencias que o processo que preside esteja necessitando. Por
exemplo, um juiz da comarca de Ribeirão Preto depreca ao juiz da Comarca de Goiânia
para que realize uma perícia.
Comarca – Designa o território, a circunscrição territorial, compreendida pelos limites
em que se encerra a jurisdição de um juiz de Direito. A comarca é dividida em termos,
jurisdicionada por juízes próprios, subordinados, no entanto, a Juiz da Comarca. (NBR
13752)
Despacho – É um ato do Juiz. Para cada petição que chega ao processo, o juiz
posiciona-se a respeito por escrito. Deferindo ou Indeferindo. Geralmente o despacho é
escrito no espaço da primeira folha da petição reservado para tal fim. Se o espaço é
pequeno, ele ocupa o verso.
Diligência – São todas as tarefas preparatórias ao laudo, como, entrevista com
testemunhas, exames, vistorias, solicitação de documentos e etc.
Intimação – Ordem emanada da autoridade competente para que se faça alguma coisa
ou se venha a juízo fazer o que se ordena. As intimações são feitas por despacho ou
mandado, e podem ser promovidas pelo oficial de justiça ou mesmo pelo escrivão do
feito. As intimações aos peritos podem ser por documentos próprios a ser levado
pessoalmente ao perito, onde ele estiver, para que ele tome conhecimento e assine.
Após, o documento é juntado aos autos. Se a intimação for cumprida no cartório, poderá
ser feita com um carimbo próprio, onde, abaixo, o perito assina. Esta modalidade é
preferida, por ser facilitadora.
Recurso – É a maneira de reformar ou de fazer modificação em uma sentença que não
convém à parte. Ela pode ser buscada na mesma ou em instância superior.
Vista – É quando alguém recebe os autos do processo para tomar conhecimento do que
ele contém.

15.1. JURISPRUDÊNCIAS

Jurisprudência é o conjunto de decisões e interpretações das leis, sentenciadas pelos


tribunais superiores, adaptando as normas às situações de fato, são as decisões
obtidas nos julgamentos feitos pelos Tribunais de Justiças de cada estado, pelo

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Tribunal de Justiça e Pelo Supremo Tribunal Federal no processo. Julgamentos
chegados, através de recursos impetrados sobre decisões tomadas em instâncias
inferiores, tonam-se modelo e exemplo a serem seguidos.

15.2. JUSTIÇA GRATUITA

Pessoas sem possibilidades econômicas de arcar com as despesas de um processo


podem requisitar a concessão de Assistência Judiciária Gratuita. Nesses casos, a
União e os Estados teriam que pagar os honorários dos peritos. O fazem, porém com
valores irrisórios.
Os valores praticados em São Paulo, pagos pela Defensoria Pública, conforme o
Deliberação 92 de 29/08/2008 são:
CLASSE VALOR DA CAUSA HONORÁRIOS

Classe 1 até R$ 5.000,00 R$ 292,00


Classe 2 de R$ 5.000,01 a R$ 10.000,00 R$ 331,00
Classe 3 de R$ 10.000,01 a R$ 20.000,00 R$ 373,00
Classe 4 de R$ 20.000,01 a R$ 50.000,00 R$ 484,00
Classe 5 de R$ 50.000,01 a R$ 100.000,00 R$ 628,00
Classe 6 de R$ 100.000,01 a R$ 200.000,00 R$ 728,00
Classe 7 acima de 200.000,01 R$ 883,00

15.3. DA GRATUITADE DA PERÍCIA

Art. 2º. Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais ou estrangeiros residentes no
país, que necessitarem recorrer à Justiça penal, civil, militar ou do trabalho.
Parágrafo único. - Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja
situação econômica não lhe permita pagar custas do processo e os honorários de
advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.
Art. 3º. A assistência judiciária compreende as seguintes isenções:
I - Das taxas judiciárias e dos selos;
II - Dos emolumentos e custas devidos aos Juízes, órgãos do Ministério Público e
serventuários da justiça;
III - das despesas com as publicações indispensáveis no jornal encarregado da
divulgação dos atos oficiais;

35
IV - Das indenizações devidas às testemunhas que, quando empregados, receberão
do empregador salário integral, como se em serviço estivessem ressalvados o direito
regressivo contra o poder público federal, no Distrito Federal e nos Territórios; ou
contra o poder público estadual, nos Estados;
V - Dos honorários de advogado e peritos.
Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples
afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar custas
do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.
(Redação dada pela Lei nº 7.510, de 04/07/86);
§ 1º. Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição nos
termos desta lei, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais.
(Redação dada pela Lei nº 7.510, de 04/07/86).
§ 2º. A impugnação do direito à assistência judiciária não suspende o curso do
processo e será feita em autos apartados. (Redação dada pela Lei nº 7.510, de
04/07/86).
§ 3º A apresentação da carteira de trabalho e previdência social, devidamente
legalizada, onde o juiz verificará a necessidade da parte, substituirá os atestados
exigidos nos §§ 1º e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 6.654, de 30/05/79)
Art. 5º. O juiz, se não tiver fundadas razões para indeferir o pedido, deverá julgá-lo
de plano, motivando ou não o deferimento dentro do prazo de setenta e duas horas.

Art. 6º. O pedido, quando formulado no curso da ação, não a suspenderá, podendo
o juiz, em face das provas, conceder ou denegar de plano o benefício de assistência.
A petição, neste caso, será autuada em separado, apensando-se os respectivos
autos aos da causa principal, depois de resolvido o incidente.
Art. 7º. A parte contrária poderá, em qualquer fase da lide, requerer a revogação dos
benefícios de assistência, desde que prove a inexistência ou o desaparecimento dos
requisitos essenciais à sua concessão.
Parágrafo único. Tal requerimento não suspenderá o curso da ação e se processará
pela forma estabelecida no final do artigo 6º. desta Lei.

36
Art. 8º. Ocorrendo as circunstâncias mencionadas no artigo anterior, poderá o juiz,
ex-ofício, decretar a revogação dos benefícios, ouvida a parte interessada dentro de
quarenta e oito horas improrrogáveis.
Art. 9º. Os benefícios da assistência judiciária compreendem todos os atos do
processo até decisão final do litígio, em todas as instâncias.
Art. 10. São individuais e concedidos em cada caso ocorrente os benefícios de
assistência judiciária, que se não transmite ao cessionário de direito e se extinguem
pela morte do beneficiário, podendo, entretanto, ser concedidos aos herdeiros que
continuarem a demanda e que necessitarem de tais favores, na forma estabelecida
nesta Lei.
Art. 11. Os honorários de advogados e peritos, __custas do processo, as taxas e
selos judiciários serão pagos pelo vencido, quando o beneficiário de assistência for
vencedor na causa.
Art. 12. A parte beneficiada pela isenção do pagamento das custas ficará obrigada a
pagá-las, desde que possa fazê-lo, sem prejuízo do sustento próprio ou da família,
se dentro de cinco anos, a contar da sentença final, o assistido não puder satisfazer
tal pagamento, a obrigação ficará prescrita.
Art. 13. Se o assistido puder atender, em parte, as despesas do processo, o Juiz
mandará pagar à custa que serão rateadas entre os que tiverem direito ao seu
recebimento.
Art. 14. Os profissionais liberais designados para o desempenho do encargo de
defensor ou de perito, conforme o caso, salvo justo motivo previsto em lei ou, na sua
omissão, a critério da autoridade judiciária competente, são obrigados ao respectivo
cumprimento, sob pena de multa (...).
§ 1º Na falta de indicação pela assistência ou pela própria parte, o juiz solicitará a do
órgão de classe respectivo.
§ 2º A multa prevista neste artigo reverterá em benefício do profissional que assumir
o encargo na causa.

37
16. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Agradeço a todos os participantes, espero que este curso possa indicá-los e lhes dar um
rumo, para este nicho de mercado cada vez maior.

Com estas informações passadas ao longo do curso, o profissional está apto e com o
conhecimento necessário a ingressar nos Tribunais de Justiças, pois possui os
elementos básicos para saber como conduzir-se até as Varas nos Tribunais de Justiças
do Brasil.

Boa Sorte a todos!

ANEXOS

ANEXO I - MODELO DE LAUDO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA xxª VARA CÍVEL DA


COMARCA DE SÃO PAULO – SP

Processo n°.: 2026.99.00.01222222-9

NOME DO PERITO, honrado com a nomeação de Perito Judicial nos autos da AÇÃO
ORDINÁRIA - CIVIL, acima numerada, movida por CONSELHO REGIONAL DO
COMERCIO em face de INSTITUTO DE ORGANIZAÇÃO COMERCIAL, após realização
dos estudos que se fizeram necessários, passa agora, a apresentar os resultados de
suas observações, conforme abaixo:

38
LAUDO PERICIAL

De acordo com a nomeação feita pelo Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Noel Rosa, da
99ª Vara Civil da Comarca de São Paulo, eu NOME DO PERITO, Perito Judicial de
Informática nomeado, elaborei o laudo, que segue logo abaixo.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

DOS AUTOS CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

DOS AUTOS
Trata-se de Ação Civil, em que “CONSELHO REGIONAL DO COMERCIO” move contra
“INSTITUTO DE ORGANIZAÇÃO COMERCIAL”, aduzindo em apertada síntese que
consiste no desenvolvimento de um software de computador, para a administração geral
de todos os processos da empresa, portanto, segundo consta no presente processo, a
Ré, não conseguiu cumprir a entrega do referido software na data acordada em Contrato
assinado entre as partes, obedecendo o Cronograma apresentado, conforma menciona
no processo, nenhum modulo foi entregue 100 % e homologado, e baseado no contrato
assinado, suspendeu os pagamentos a Ré, sendo o último valor pago em 01/01/1980,
parcela 10/12, restando 2 parcelas para o valor total acordado em Contrato original entre
as partes, e tomando em conta, o cronograma da a cláusula segunda do Contrato de
Aquisição de Sistema Corporativo de Gestão, documento de número 999 do presente
processo, onde fica acordado o prazo final em 01/09/1980 e também

a clausula sexta item 1.3, onde diz que nenhum pagamento seria efetuado caso
houvesse pendências técnicas, e na clausula sétima, item 7, onde prevê a suspensão
do pagamento.

Em razão dos fatos narrados no processo, o Autor requer:

a) que seja feita a devolução da quantia paga a Ré, no valor de R$ 1.333.666,22,


acrescido de correção e juros;

39
b) Pagamento de uma indenização a título de perdas e danos no valor de R$
1.400.555,00, acrescido de correção e juros;
c) Pagamentos das custas e honorários advocatícios.

DAS ANÁLISES DA PERÍCIA

De posse dos elementos, informações e documentos constantes dos Autos, passo, a


seguir à descrição das análises e conclusões deste trabalho pericial, segundo os
critérios, técnicas e exames levados a efeito, na profundidade que julgo cabível e
necessário para o caso, permeado pela equidade e isenção necessárias para a total
validade do trabalho técnico pericial.

Conforme trabalho pericial, informo que realizei diligência na sede de ambas as partes,
com a presença dos Assistentes Técnicos de Informática, Junior da Silva, por parte da
empresa XYZ e Joaquim Cardoso, por parte do XXXXX.

Após periciado o contrato, e aditivos e dezenas de mensagens eletrônicas, ouvido ambas


as partes em suas sedes, foi detectado um grande desgaste comercial entre as partes,
principalmente pela Autora do processo, após analisado o processo foi detectado que o
presente contrato sofreu dois aditivos, e que o prazo original, acordado no Contrato,
previa 12 meses, sendo eles, parte de desenvolvimento, implantação dos módulos,
treinamento e homologação, e entrega de códigos fontes, do produto TESTE, portanto,
ao decorrer de um trabalho de desenvolvimento foram aparecendo dificuldades por parte
da Ré (EMPRESA), em entregar em 100 % os módulos, para implantação, treinamento
e homologação, pois sempre que a Ré, entregava algum módulos, haviam de ser
aprovados em reunião com termo de recebimento e relatório das atividades
desenvolvidas, que estavam previstos em contratos, onde eram relatados os problemas
do modulo desenvolvido e com isso dar a aprovação ou não do modulo entregue,
aconteceu que conforme consta em dezenas de Termos de Recebimentos da EMPRESA
XXX e também Relatório de Acompanhamento e Controle da empresa YYYY, todos os
módulos entregues apresentavam correções/alterações a serem corrigidas, inclusive em

40
relatório da próprio YYYY comentando destas correções, que ao ser detectados nos
Termos de Recebimentos da empresa XXXX

QUESITOS DA AUTORA

QUESITOS DA RÉ

CONCLUSÃO DO PERITO

Após, terminado os questionários indicados nos Autos, no qual foi respondido, baseado
no que foi anexado ao presente processo e também com base em informações e
verificações junto com os assistentes técnicos em reuniões em ambas as partes, informo-
lhes:
1. Que houve um grande desgaste comercial entre as partes, como se pode facilmente
constatar por dezenas de mensagens eletrônicas trocadas, termos de recebimento dos
serviços e relatórios de acompanhamentos das partes;

2. Que devido a entrega dos trabalhos com Termo de Recebimento emitido pela Autora,
os módulos entregues nunca foram homologados e finalmente implantados, visto que os
mesmos sempre existiam alterações e correções a serem solucionadas;

3. Que mesmo no período em que os pagamentos estavam em vigor, ou seja, antes da


suspensão, os módulos do sistema, estavam sendo entregues via Termo de
Recebimento emitido pela Autora, porém haviam alterações e correções a serem
solucionadas.

4. Que ao entregar os módulos, e detectadas as correções, a Ré, nunca se recusou em


resolver e entregar na próxima reunião de apresentação, porém as alterações eram
parcialmente corrigidas, pois constam em documentos emitidos que apareceram novas
alterações e correções dos mesmos, conforme documentos anexos ao processo.

41
5. Que a Ré, mesmo após a suspensão dos pagamentos continuou com o
desenvolvimento do projeto arcando com despesas dos seus desenvolvedores.

6. Que conforme verificado na sede da Autora, não existem impressoras matriciais de


grande porte adquiridas pela mesma e sim 1 (uma) única impressora matricial de grande
porte, instalada no qual a mesma é alugada e não 2(duas) impressoras adquiridas
conforme consta no processo.

7. Que a Autora, não reutilizou os códigos fontes da Ré, para criação ou aproveitamento
do sistema atualmente usado;

ERA O QUE CUMPRIA INFORMAR


São Paulo, 01 de janeiro de 2016.

NOME DO PERITO
Perito Judicial.

ANEXO II: BASE DA LEGISLAÇÃO

Código de Processo Civil


Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico.
§ 1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os
órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal
ao qual o juiz está vinculado.
§ 2o Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio
de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação,
além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à
Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais
ou de órgãos técnicos interessados.

42
§ 3o Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do
cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a
experiência dos peritos interessados.
§ 4o Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos dos
arts. 148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia
informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que participarão
da atividade.

§ 5o Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a


nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou
órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à
realização da perícia.
Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz,
empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo
legítimo.
§ 1o A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da
suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-
la.
§ 2o Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos
documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a nomeação
seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de
conhecimento.

Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá
pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no
prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas
em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das
medidas que entender cabíveis.

Art. 473. O laudo pericial deverá conter:

I - a exposição do objeto da perícia;

43
II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;
III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser
predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se
originou;
IV - Resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo
órgão do Ministério Público.
§ 1o No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem simples e
com coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões.
§ 2o É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir
opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia.
Art. 146 - O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que lhe assina a lei,
empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo alegando
motivo legítimo.
Parágrafo único - A escusa será apresentada dentro de 5 (cinco) dias, contados da
intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito
a alegá-la (art. 423)
Art. 147 - O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá
pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em
outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.
Art. 420 - A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
Parágrafo único - O juiz indeferirá a perícia quando:
I - A prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico;
II - For desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - a verificação for impraticável.
Art. 421 - O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo.
§ 1º - Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação do despacho
de nomeação do perito:
I - Indicar o assistente técnico;
II - Apresentar quesitos.
§ 2º - Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir apenas na
inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e
julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente examinado ou avaliado.

44
Art. 422 - O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que Ihe foi cometido,
independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança
da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição.
Art. 423 - O perito pode escusar-se (art. 146), ou ser recusado por impedimento ou
suspeição (art.
138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o juiz nomeará novo
perito.
Art. 424 - O perito pode ser substituído quando:
I - Carecer de conhecimento técnico ou científico;
II - Sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.
Parágrafo único - No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à
corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo
em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo.
Art. 425 - Poderão as partes apresentar, durante a diligência, quesitos suplementares.
Da juntada dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência à parte contrária.
Art. 426 - Compete ao juiz:
I - Indeferir quesitos impertinentes;
II - Formular os que entenderem necessários ao esclarecimento da causa.
Art. 427 - O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na
contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou
documentos elucidativos que considerar suficientes.
Art. 428 - Quando a prova tiver de realizar-se por carta, poderá proceder-se à nomeação
de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se requisitar a perícia.
Art. 429 - Para o desempenho de sua função, podem o perito e os assistentes técnicos
utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações,
solicitando documentos que estejam em poder de parte ou em repartições públicas, bem
como instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer peças.
Art. 431-A - As partes terão ciência da data e local designado pelo juiz ou indicados pelo
perito para ter início a produção da prova.
Art. 431-B - Tratando-se de perícia complexa, que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito e a parte indicar
mais de um assistente técnico.

45
Art. 432 - Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do
prazo, o juiz conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, segundo o seu prudente arbítrio.
Art. 433 - O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos
20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
Art. 434 - Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de documento,
ou for de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de preferência, entre os técnicos
dos estabelecimentos oficiais especializados. O juiz autorizará a remessa dos autos, bem
como do material sujeito a exame, ao diretor do estabelecimento.
Parágrafo único - Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e firma, o
perito poderá requisitar, para efeito de comparação, documentos existentes em
repartições públicas; na falta destes, poderá requerer ao juiz que a pessoa, a quem se
atribuir a autoria do documento, lance em folha de papel, por cópia, ou sob ditado,
dizeres diferentes, para fins de comparação.
Art. 435 - A parte, que desejar esclarecimento do perito e do assistente técnico, requererá
ao juiz que mande intimá-lo a comparecer à audiência, formulando desde logo as
perguntas, sob forma de quesitos.
Parágrafo único - O perito e o assistente técnico só estarão obrigados a prestar os
esclarecimentos a que se refere este artigo, quando intimados 5 (cinco) dias antes da
audiência.
Art. 436 - O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com
outros elementos ou fatos provados nos autos.
Art. 437 - O juiz poderá determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de
nova perícia, quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida.
Art. 438 - A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre que recaiu a primeira
e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta
conduziu.
Art. 439 - A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.
Parágrafo único - A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar
livremente o valor de uma e outra.

46
Código de Processo Penal

Art. 159 - O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial,
portador de diploma de curso superior.
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas,
portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as
que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar
o encargo.
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao
querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão
dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta
decisão.
§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia:
I – Requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a
quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem
esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo
apresentar as respostas em laudo complementar;
II – Indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado
pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.
§ 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia
será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na
presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua
conservação.
§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento
especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte
indicar mais de um assistente técnico.
Art. 160 - Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o
que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
Parágrafo único.

47
O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser
prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Art. 182 - O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou
em parte.
Art. 275 - O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.
Art. 276 - As partes não intervirão na nomeação do perito.
Art. 277 - O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena
de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada
imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designado para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos
estabelecidos.
Art. 278 - No caso de não comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade
poderá determinar a sua condução.
Art. 279 - Não poderão ser peritos:
I - Os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos itens I e IV do art.
69 do Código Penal;
II - Os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o
objeto da perícia;
III - os analfabetos e os menores de 21 anos.
Art. 280 - É extensivo aos peritos, no que lhes for aplicável, o disposto sobre suspeição
dos juízes.
Art. 281 - Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.

CRIMES ENVOLVENDO PERITOS

Código Penal
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais,
ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi
exonerado, removido, substituído ou suspenso:

48
Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial,
ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante
suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em
processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública
direta ou indireta.
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o
ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
Art. 343. Dar, oferecer, ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a
verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido
com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo
civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o
estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda
que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.

ANEXO III: PROVIMENTO 797/2003

Sala do Juiz - Os principais itens do Provimento 797/2003, do Conselho Superior da


Magistratura estão indicados a seguir. Não deixe de consultar diretamente o Sistema de
Biblioteca do TJSP para conferir a matéria e verificar atualizações.

O CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA, no uso de suas atribuições legais,

49
CONSIDERANDO o contido no Processo G-35.310/00;

CONSIDERANDO que o interesse público recomenda a adoção de mecanismos de


controle de nomeação e atuação de peritos judiciais e outros profissionais técnicos nas
Varas e correspondentes Ofícios de Justiça de todo o Estado, bem como na segunda
instância, especialmente para prevalência da moralidade e da transparência dos atos
judiciais;

CONSIDERANDO que deve ser preservada a independência intelectual dos Juízes de


primeiro e segundo graus de jurisdição no relevante desempenho de suas funções,
observados os princípios acima aludidos;

CONSIDERANDO a conveniência de ter, em cartório, documentação capaz de informar


os interessados sobre a capacitação de peritos e outros profissionais nomeados;

CONSIDERANDO o disposto nos artigos 138, incisos III e IV e §§; 139; 145 a 153; 218,
§ 1º; 422 a 424; 434; 842,
§ 3º; e 990, VI do Código de Processo Civil e nos artigos 60, §§ 2º a 4º; 66; 67; 170 e
171 da Lei de Falências;
RESOLVE:
Artigo 1º - A prestação de serviços por peritos, tradutores, intérpretes, administradores,
liquidantes, comissários, síndicos, inventariantes dativos e outros auxiliares não
funcionários na Justiça Estadual passa a ser regida nos termos deste Provimento.
Artigo 2º - Caberá ao profissional nomeado pela primeira vez a apresentação, ao
respectivo Ofício de Justiça, no prazo de dez dias, de sua qualificação pessoal e dos
seguintes documentos:

1. Currículo com informações sobre formação profissional, qualificação técnica ou


científica, experiência e áreas de atuação para as quais esteja efetivamente apto e e-
mail por meio do qual será intimado.
Item 1 com redação dada pelo Provimento nº 1462/2007

50
2. Declaração, sob as penas da lei, de que não tem vínculo de parentesco sanguíneo,
por afinidade ou civil por linha ascendente, descendente ou colateral, até quarto grau,
com o (s) juiz (es) e servidores da unidade judiciária em que há de atuar.
3. Cópia de certidões dos distribuidores cíveis e criminais das comarcas da capital e de
seu domicílio, relativas aos últimos dez anos;
4. Declaração de que não se opõe à vista de seu prontuário pelas partes e respectivos
advogados e demais interessados a critério do Juiz;
5. Outros documentos, a critério do Juiz.
§ 1º – Para os fins do disposto no item 2 acima e no artigo 13, compreendem-se no
conceito de afinidade os vínculos decorrentes de união estável, com o (a) companheiro
(a) e parentes.
§ 1º renumerado pelo Provimento nº 1462/2007
§ 2º. No prazo de 30 dias da publicação deste Provimento, o perito já cadastrado deverá
informar o e-mail por meio do qual será intimado. Da designação inicial deve constar que
o perito é responsável pela confirmação do recebimento do e-mail no prazo de cinco dias
da sua emissão, sob pena da baixa de sua habilitação.
§ 2º acrescido pelo Provimento nº 1462/2007
Artigo 3º - O Ofício de Justiça autuará a documentação apresentada como prontuário
para exame e, em caso de aprovação, a exclusivo critério do juiz responsável pela
primeira nomeação (artigo 2º, caput), corregedor permanente ou não, serão ali anotadas
todas as intercorrências úteis, também a seu critério, além de prazos excedidos na
execução de trabalhos, destituições e punições.
Artigo 4º - Demonstrado efetivo interesse para a solução de processo judicial em que
houver perito ou outro profissional nomeado, os advogados das partes litigantes, o
representante do Ministério Público e outros Juízes de Direito terão acesso ao prontuário
e respectiva documentação.
Artigo 5º - Sendo urgente a realização da nomeação, ou da perícia, e evidenciado o
interesse público, o perito ou profissional nomeado, excepcionalmente, poderá ser
autorizado a providenciar a documentação referida no artigo 2º até a entrega do laudo.
Artigo 6º - No prazo máximo de dois anos, o interessado deverá atualizar toda a
documentação mencionada no artigo 2º, itens 2 e 3, além de juntar outros documentos
de seu interesse ao respectivo prontuário.

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Parágrafo único – Findo o prazo acima sem renovação, os documentos serão
inutilizados.

Artigo 7º - A pedido de interessado ou das partes poderá ser expedida certidão ou cópia
do ato judicial de nomeação.
Artigo 8º - Em caso de nomeação de estabelecimento oficial, nos termos do artigo 434
do Código de Processo Civil, sem identificação do perito, deverá o juiz comunicar ao
estabelecimento nomeado a proibição de atuação de profissional que tenha parentesco
sanguíneo, por afinidade ou civil com o juiz ou servidor da unidade judicial de origem do
pedido, bem como de profissional que tenha sofrido punição administrativa ou penal em
razão do ofício, submetendo-se ao juiz eventuais dúvidas.
Artigo 9º - Os ofícios de Justiça contarão com classificador para arquivamento obrigatório
de cópia de todas as guias de levantamento expedidas em favor dos profissionais
mencionados no artigo 1º.
Artigo 10 - Os documentos tratados no artigo 2º poderão ser substituídos por atestado
de cadastramento expedido pelos órgãos oficiais de classe a que pertençam os
profissionais mencionados no artigo 1º, mediante prévio convênio a ser celebrado com
o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Artigo 11 – A remuneração de perito, intérprete, tradutor, liquidante, administrador,
comissário, síndico ou inventariante dativo será fixada pelo juiz em despacho
fundamentado, ouvidas as partes e, se atuante, o Ministério Público, à vista da proposta
de honorários apresentada, considerados o local da prestação de serviços, a natureza,
a complexidade, o tempo necessário à execução do trabalho e o valor de mercado para
a hora trabalhada, sem prejuízo do disposto no artigo 33 do Código de Processo Civil.
Artigo 12 – As disposições acima aplicam-se, no que couberem, aos Tribunais e Colégios
Recursais do Poder Judiciário do Estado.
Artigo 13 – Este Provimento entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário e em especial o Provimento CSM 755/2001.
Não deixe de consultar diretamente o Sistema de Biblioteca do TJSP para conferir a
matéria completa e verificar atualizações.

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