Aula 03 - Aleitamento Materno e Nutrição Da Nutriz
Aula 03 - Aleitamento Materno e Nutrição Da Nutriz
Aula 03 - Aleitamento Materno e Nutrição Da Nutriz
PROPÓSITO
Compreender a fisiologia da lactação e entender as vantagens e técnicas de amamentação
para saber como estimular o aleitamento materno e reforçar sua importância para o
crescimento e desenvolvimento infantil.
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
Neste tema, vamos aprender sobre a importância da amamentação para a saúde materno-
infantil, cujos benefícios vão além da nutrição da criança. O aleitamento materno é um
processo que envolve uma interação profunda entre a mãe e o bebê, com repercussões no
estado nutricional, no sistema imunológico e no desenvolvimento cognitivo e emocional da
criança, além de influenciar positivamente na saúde física e psicológica materna.
O aleitamento materno tem se revelado a melhor estratégia natural de vínculo, afeto, nutrição e
proteção para a criança, constituindo-se a intervenção mais efetiva e econômica para a
redução da morbimortalidade infantil.
MÓDULO 1
Justificar a importância da amamentação para a saúde materno-infantil
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E A
IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO
MATERNO
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) recomendam o
aleitamento materno exclusivo (AME) até o sexto mês de vida da criança e complementar por
dois anos ou mais (BRASIL, 2015). Ainda, o Fundo das Nações Unidas para a infância
(UNICEF, 2008) também defende a livre oferta do leite materno sempre que o bebê apresentar
sinais de fome. Os benefícios dessa estratégia são:
Menos choro
Fonte: Lopolo/Shutterstock
O AM imediato também é visto como um desafio pelas baixas taxas de amamentação nas
primeiras horas de vida em todo o mundo.
Fonte: Lolostock/Shutterstock
De acordo com uma meta-análise realizada por Smith et al. (2017) com 130.000 recém-
nascidos em 4 países diferentes, as crianças que começaram a amamentar entre 2 e 23 horas
após o nascimento tiveram 33% maior risco de morrer em comparação com aqueles que
começaram a amamentar dentro de uma hora de nascimento. Entre os recém-nascidos que
começaram a amamentar após 24 horas do nascimento, o risco foi mais de 2 vezes maior.
Fonte: SvetlanaFedoseyeva/Shutterstock
Após os seis meses, é importante manter o aleitamento materno e introduzir alimentos variados
in natura ou minimamente processados conforme a orientação do novo Guia alimentar para
crianças menores de 2 anos do Ministério da Saúde (2019). A introdução alimentar tem a
função de complementar a energia e outros nutrientes necessários para o crescimento
saudável e pleno desenvolvimento das crianças.
Fonte: Quintanilla/Shutterstock
Após o segundo ano de vida, o leite materno continua sendo uma importante fonte de
nutrientes. Alguns estudos sugerem que a amamentação na espécie humana dura, em média,
de dois a três anos, idade na qual costuma ser realizado o desmame naturalmente (KENNEDY,
2005).
Estima-se que dois copos (500 mL) de leite materno no segundo ano de vida fornecem 95%
das necessidades de vitamina C, 45% das de vitamina A, 38% das de proteína e 31% do total
de energia. Além disso, o leite materno continua protegendo contra doenças infecciosas. Uma
análise de estudos realizados em três continentes concluiu que, quando as crianças não eram
amamentadas no segundo ano de vida, tinham uma chance quase duas vezes maior de morrer
por doença infecciosa quando comparadas com aquelas que amamentaram (WHO, 2000).
A OMS (2008) criou indicadores para avaliar a amamentação nos países, onde classificou
como “muito bom” os seguintes parâmetros: AM entre 90 e 100% na primeira hora de vida,
AME entre 90 e 100% em menores de 6 meses e a duração mediana do AM entre 23 e 24
meses, segundo a tabela a seguir:
Ruim 0-29%
Razoável 30-49%
Bom 50-89%
Ruim 0-11%
Razoável 12-49%
Bom 50-89%
Duração mediana do AM
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
É muito importante a participação da família durante a amamentação, visto que as mães que
estão amamentando precisam de um suporte ativo, inclusive o emocional, bem como
informações precisas, para se sentirem confiantes (BRASIL, 2019).
A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO
NUTRICIONISTA NA ADESÃO AO
ALEITAMENTO MATERNO
A partir dessa percepção, o Ministério da Saúde (MS) instituiu agosto como o mês do
aleitamento materno no Brasil pela Lei nº 13.435/2017, que também determina a intensificação
de ações intersetoriais de conscientização e esclarecimento sobre a importância do
aleitamento materno através da realização de palestras, eventos, reuniões com a comunidade
e ações de divulgação em espaços públicos e mídias. O mês é conhecido como “agosto
dourado” por simbolizar a luta pela promoção do aleitamento materno, sendo a cor dourada
uma alusão ao padrão-ouro de qualidade do leite materno.
Dados da OMS (2000) mostram que a mortalidade por doenças infecciosas é seis vezes maior
em crianças menores de 2 meses não amamentadas. No segundo ano de vida, a mortalidade
das crianças não amamentadas é o dobro em comparação àquelas que estão em AM.
É de fácil digestão.
Cabe aos profissionais de saúde, desde o pré-natal e principalmente após o parto, reforçar a
importância do aleitamento materno e ensinar as posições para amamentar e a pega correta. O
apoio à gestante e nutriz minimiza a insegurança e as possíveis intercorrências que podem
ocorrer durante a amamentação. Por outro lado, contribuem para o desmame precoce a falta
de conhecimento sobre o manejo da amamentação e seus benefícios associado à idade
inferior a 20 anos e a rotina de uso de fórmulas infantis e chupetas em maternidades, realizada
principalmente em hospitais privados.
Crianças que usam chupetas são amamentadas com menos frequência, o que pode diminuir a
produção de leite (VICTORA et al., 1997). Além disso, o uso prolongado da chupeta está
associado a uma maior ocorrência de candidíase oral (sapinho), de otite média e de alterações
do palato duro, levando ao desenvolvimento de uma respiração bucal, que pode prejudicar a
postura e o sono (BRASIL, 2009).
Ter uma política de aleitamento materno escrita que seja comunicada aos pais e
1
a toda equipe de cuidados de saúde.
Facilitar o contato pele a pele imediato e ininterrupto e com suporte para que as
4
mães iniciem a amamentação na primeira meia hora após o nascimento.
Não dar alimentos ou líquidos ao recém-nascido, fora o leite materno, a não ser
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que seja indicação do médico.
Coordenar a alta para que os pais e seus filhos tenham acesso ao apoio e
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cuidado contínuos.
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Fonte: Shutterstock
A promoção do aleitamento materno tem sido uma prioridade no Brasil desde 1981, quando foi
criado o Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM) . Nos anos
seguintes, mais ações de promoção e apoio ao aleitamento materno foram criadas e
reforçadas pelos programas nacionais de saúde, como a Rede Cegonha, a iniciativa Hospital
Amigo da Criança e o Programa de Saúde da Família. Desde 2015, essas ações foram
ampliadas pelo segundo eixo estratégico da Política Nacional de Saúde Integral da
Criança (PNAISC) que visa à promoção e ao apoio ao aleitamento materno e à alimentação
complementar.
A seguir, são apresentados alguns direitos da mulher que, direta ou indiretamente, protegem o
aleitamento materno:
LICENÇA-MATERNIDADE
É direito da gestante empregada à licença de 120 dias consecutivos, sem prejuízo do emprego
e da remuneração, podendo ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo
antecipação por prescrição médica (Constituição Brasileira, 1988, art. 7, inc. XVIII).
DIREITO À CRECHE
Os estabelecimentos que empregam mais de 30 mulheres com idade superior a 16 anos
devem ter um local apropriado onde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância e
assistência os seus filhos no período de amamentação. Essa exigência pode ser suprida por
meio de creches distritais, mantidas diretamente ou mediante convênios com outras entidades
públicas ou privadas, como SESI, SESC, LBA, ou entidades sindicais (Consolidação das Leis
do Trabalho, artigo 389, parágrafos 1º e 2º);
ALOJAMENTO CONJUNTO
A Portaria MS/GM nº 1.016/2003 obriga hospitais e maternidades vinculados ao SUS, próprios
e conveniados, a implantarem alojamento conjunto (mãe e filho juntos no mesmo quarto, 24
horas por dia).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
GABARITO
1. A iniciativa Hospital Amigo da Criança tem a finalidade de promover, proteger e apoiar
o aleitamento materno do recém-nato, por meio dos "Dez passos para o incentivo do
aleitamento materno". Assinale a afirmativa que apresenta um desses passos:
De acordo com a recomendação da OMS e do MS, a amamentação deve ser realizada em livre
demanda, visto que o bebê tem uma capacidade gástrica reduzida nos primeiros dias e precisa
ser amamentado de acordo com frequência para seu adequado ganho de peso.
MÓDULO 2
Definir os aspectos fisiológicos da lactação e as recomendações nutricionais para a
nutriz
FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO
A mama é constituída pelas glândulas mamárias e por tecido conjuntivo e adiposo. Na parte
externa, é revestida por pele, que, na sua área central, diferencia-se em uma área circular com
maior pigmentação, chamada de aréola e, na região central, apresenta uma elevação cilíndrica
chamada de mamilo. A aréola possui na sua margem as glândulas de Montgomery, as quais
são sudoríparas modificadas que se hipertrofiam durante a gestação e produzem uma
secreção que lubrifica e protege a aréola e o mamilo (OLIVEIRA, 2001).
Fonte: MatoomMi/Shutterstock
Fonte: Sakurra/Shutterstock
Figura 2: Anatomia da mama
ESTROGÊNIO
Responsável pela ramificação dos ductos lactíferos e hiperpigmentação da aréola
PROGESTERONA
Responsável pela formação dos lóbulos mamários
SAIBA MAIS
Outros hormônios também estão envolvidos na aceleração do crescimento mamário, tais como
lactogênio placentário humano, prolactina e gonadotrofina coriônica humana (hCG) ar de a
secreção de prolactina estar elevada na gestação, a mama não secreta leite nesse período
devido à sua inibição pelo efeito antagônico do hPL (Lactogênio placentário humano)
(BRASIL, 2009).
Com o nascimento e a expulsão da placenta, há uma queda acentuada nos níveis sanguíneos
maternos de progesterona, com consequente secreção de prolactina pela hipófise anterior, e a
produção do leite. Há também a secreção de ocitocina pela hipófise posterior estimulada pela
sucção do bebê, que tem a capacidade de contrair as células mioepiteliais que envolvem os
alvéolos, expulsando o leite neles contido (BRASIL, 2015). Nos primeiros dias após o parto, a
produção de leite é pequena, mas suficiente para atender às necessidades do recém-nascido,
que tem uma capacidade gástrica muito pequena. Em geral, do terceiro ao quinto dia pós-
parto, ocorre a “descida do leite”, chamada de apojadura.
É quando as mamas ficam maiores e a mulher passa a produzir maior volume de leite.
O leite contém peptídeos supressores da lactação, que são substâncias que reduzem a sua
produção através da inibição da ligação da prolactina com seus receptores celulares nos
alvéolos. O esvaziamento adequado da mama garante o retorno do estímulo da prolactina para
produção de leite.
A maior parte do leite de uma mamada é produzida enquanto a criança mama, sob o estímulo
da prolactina, e a expulsão do leite é provocada pela ação da ocitocina. A descida do leite
também ocorre em resposta a (CASEY, 1986):
ESTÍMULOS CONDICIONADOS
Como visão, cheiro e choro da criança.
FATORES EMOCIONAIS
Como motivação, autoconfiança e tranquilidade.
Estresse
Ansiedade
Dor
Fadiga
SAIBA MAIS
Por outro lado, o estresse e o excesso de exercícios podem aumentar a liberação de prolactina
e levar a intercorrências na amamentação, como obstrução dos ductos mamários ou
ingurgitamento mamário.
Fonte: Golubovystock/Shutterstock
O leite materno produzido nos primeiros dias é chamado de colostro e contém características
específicas para as necessidades do recém-nascido (RN). O colostro possui mais proteínas, é
rico em imunoglobulinas e tem menos gorduras do que o leite maduro, sendo assim possui um
papel de destaque para a imunidade do RN. Ainda podemos observar que o leite de mães de
RNs prematuros é diferente, apresentando maiores quantidades de macronutrientes e calorias
que o leite de mães de RNs a termo (Tabela 2).
Fonte: PenguinDaddy/Shutterstock
O leite humano possui vários fatores imunológicos que protegem o bebê contra infecções. A
Imunoglobulina A secretória é o principal anticorpo, atuando contra microrganismos presentes
nas mucosas. Os anticorpos IgA no leite humano são um reflexo dos antígenos entéricos e
respiratórios da mãe, ou seja, ela produz anticorpos contra agentes infecciosos com os quais já
teve contato, proporcionando proteção à criança contra os microrganismos prevalentes no meio
em que vive. A concentração de IgA (Imunoglobulina A) no leite materno diminui ao longo do
primeiro mês, permanecendo relativamente constante a partir de então (BRASIL, 2009).
O leite materno também contém outros fatores de proteção imunológica que trazem benéficos
à saúde do bebê, que ainda tem seu sistema imunológico imaturo, tais como:
Linfócitos T e B
Macrófagos
Neutrófilos
Lactoferrina
Lisozima
Fator bífido
Este favorece o crescimento do Lactobacilus bifidus, uma bactéria não patogênica que acidifica
as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia, tais como (BRASIL, 2009):
SHIGELLA
Fonte: Nobeastsofierce/Shutterstock
SALMONELLA
Após o sexto dia pós-parto, o leite passa a sofrer modificações na aparência e na composição.
O leite produzido do 6º ao 15º dia é chamado de leite de transição. Ele é mais volumoso e
apresenta mais gorduras e carboidratos.
Tabela 2: Composição do colostro e leite materno maduro de mães de crianças a termo e pré-
termo.
Nutriente
Calorias (kcal/dL) 48 58 62 70
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
IG < 37 SEMANAS:
RN pré-termo (RNPT)
IG ENTRE 37 E 42 SEMANAS:
RN a termo (RNT)
IG > 42 SEMANAS:
RN pós-termo
O leite materno pode variar também de sabor de acordo com a alimentação da mulher. Por
meio dele, o bebê entra em contato desde cedo com sabores dos alimentos, o que influencia
positivamente as reações da criança quando começar a recebê-los a partir dos 6 meses
(BRASIL, 2019).
CARBOIDRATO
O principal carboidrato do leite materno é a lactose e tem pequenas quantidades de galactose,
frutose e outros oligossacarídeos. A concentração média de lactose no leite maduro é de 6 a 7
g/ 100ml, enquanto no colostro é de 4 g/100ml, sendo sua absorção de 90%. A lactose fornece
40% das necessidades energéticas (BARBOSA, 2011).
PROTEÍNA
As proteínas do leite humano são compostas 20% de caseína e 80% de proteínas do soro do
leite. Para fins de comparação, no leite de vaca, prevalece a caseína, enquanto no humano há
o predomínio da lactoalbumina. A baixa concentração de caseína no leite humano o torna mais
fácil de digerir e reduz o tempo de esvaziamento gástrico. O leite humano contém também
maiores concentrações de aminoácidos essenciais de alto valor biológico (cistina e taurina) que
são fundamentais para o desenvolvimento do sistema nervoso central, sendo particularmente
importantes para o prematuro, que não consegue sintetizá-los a partir de outros aminoácidos
por deficiência enzimática (SILVA et al., 2007).
GORDURA
O leite humano contém de 3 a 5% de gorduras, dentre os quais 98% são de triacilgliceróis, 1%
de fosfolipídios e 0,5% de esteróis. Ele representa a maior fonte de energia, sendo em torno de
50% do valor calórico total do leite. Ele fornece colesterol, ácidos graxos essenciais e vitaminas
lipossolúveis (SILVA et al., 2007).
TÉCNICAS DE AMAMENTAÇÃO
Fonte: Leedsn/Shutterstock
Figura 3: Pega correta.
Apesar da sucção do bebê ser um ato reflexo, ele precisa aprender a retirar o leite do peito de
maneira eficaz.
ETAPA 1
ETAPA 2
ETAPA 3
ETAPA 4
ETAPA 1
Quando a criança pega a mama adequadamente (Figura 3), forma-se um “lacre perfeito” entre
a boca e a mama, garantindo a formação do vácuo, indispensável para que o mamilo e a
aréola se mantenham dentro da boca do bebê, impedindo a entrada de ar. A pega correta
requer uma abertura ampla da boca, abocanhando não apenas o mamilo, mas também parte
da aréola (BRASIL, 2009).
ETAPA 2
A língua eleva suas bordas laterais e a ponta, formando uma concha (Canolamento) que leva
o leite até a faringe posterior e ao esôfago, ativando o reflexo de deglutição.
ETAPA 3
A retirada do leite (Ordenha) é feita com o movimento peristáltico rítmico da ponta da língua
para trás, que comprime suavemente o mamilo.
ETAPA 4
Enquanto mama no peito, o bebê respira pelo nariz, estabelecendo o padrão normal de
respiração nasal, e o ciclo de movimentos mandibulares promove o crescimento adequado dos
músculos de sua face (BRASIL, 2009).
SAIBA MAIS
A pega correta é muito importante para que o bebê consiga retirar o leite da mama de maneira
eficiente. Qualquer alteração no posicionamento da boca no mamilo e aréola é chamado de
“pega incorreta” e pode causar dor e lesões nos mamilos.
A pega incorreta também dificulta o esvaziamento adequado da mama, levando a uma redução
da produção do leite. Ainda pode prejudicar o ganho de peso esperado, mesmo permanecendo
longos períodos amamentando. Isso ocorre porque, nesse caso, ele é capaz de obter o leite
anterior, mas tem dificuldade de retirar o leite posterior, mais calórico.
Fonte: Inspiring/Shutterstock
Figura 4: Posições para amamentar.
Independentemente da posição, a pega deve garantir que o queixo esteja encostado na mama;
a boca esteja bem aberta; lábio inferior esteja virado para fora; o aparecimento da aréola mais
na parte superior e menos na inferior da boca do bebê. Além disso, deve-se poder ver a
criança engolindo lenta e profundamente (suga, faz uma pausa e suga). O nariz também toca a
mama, mas não deve obstruir a entrada de ar nem causar dor na nutriz.
A gestação e o período pós-parto constituem dois momentos críticos na vida da mulher devido
ao aumento da exposição a fatores que podem levar à obesidade e a outras doenças crônicas
associadas (CASTRO, KAC & SICHIERI, 2009). Nesse período, além do incentivo ao
aleitamento materno, as mães devem ser incentivadas a repor os estoques nutricionais
necessários para retornar ao peso pré-gestacional (PPG) de maneira saudável (IOM, 2009).
Ainda, a lactação é uma fase de alta demanda energética e nutricional para a nutriz, decorrente
das necessidades para a produção de leite a fim de atender exclusivamente a todas as
necessidades do lactente até o sexto mês de vida e de forma complementar após essa idade.
Assim, a adequação da dieta materna influenciará diretamente o estado nutricional do lactente
(CARVALHO et al., 2013).
Fonte: Ronstik/Shutterstock
O IOM (2009) recomenda uma perda de até 2 kg/mês a partir do primeiro mês pós-parto para
mulheres com PPG adequado. Para mulheres com sobrepeso ou obesidade pré-gestacionais,
a recomendação é de até 3 kg/mês.
Nessa fase, a estimativa das necessidades nutricionais deve levar em consideração dois
pontos importantes:
Segundo a FAO/OMS (2001), o gasto energético com a produção láctea no primeiro semestre
é de 0,7 kcal/g, sendo mobilizadas, segundo o IOM (2005), cerca de 170 kcal/ dia das reservas
corporais. A partir do segundo semestre, o custo energético para a lactação é reduzido em até
26%. O cálculo das estimativas das necessidades energéticas (EER) da nutriz deve ser feito
a partir do valor da EER obtido para o período pré-gestacional acrescido da energia necessária
para a lactação e subtraído dos depósitos maternos (Quadro 1). Caso a nutriz apresente
sobrepeso ou obesidade e haja necessidade de perda de peso ponderal, ao final do cálculo do
Valor Energético Total (VET) pode-se calcular sem o adicional calórico da lactação, sem
prejudicar a produção de leite (VITOLO, 2008).
Quadro 2: Fórmulas para cálculo da EER e valores de adicional energético durante a lactação.
P = peso em kg; I = idade em anos; A = altura em metros; NAF = nível de atividade física.
Fonte: IOM, 2005.
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
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EXEMPLO
Hipoteticamente, imaginemos uma nutriz de 25 anos, com 2 meses pós-parto. Ela realiza
caminhadas de 40 minutos cinco vezes por semana. Sua altura é de 1,63 m. Seu peso pré-
gestacional era de 60 kg, e seu peso atual é de 67 kg. Nesse caso, devemos realizar o
seguinte cálculo:
EER = 354 – (6,91 x Idade) + NAF x [(9,36 x P) + (726 x A)] + 500 - 170
EER = 354 – (6,91 x 25) + 1,27 x [(9,36 x 60) + (7,26 x 1,63)] + 500 - 170
Recomendações diárias:
CARBOIDRATOS
A recomendação da ingestão diária (RDA) para carboidratos durante a lactação corresponde a
50 a 60% das calorias do VET. Do total de carboidratos, recomenda-se uma ingestão de 28 g/
dia de fibras dietéticas (PADOVANI, 2006).
PROTEÍNAS
Para proteínas, a RDA sugere uma recomendação de 1 g de proteína/kg de peso/dia mais um
adicional de 25 g/ dia durante a lactação (PADOVANI, 2006). Já a OMS sugere um acréscimo
de 19 g/dia no primeiro semestre e de 12,5 g/dia no segundo semestre como adicional seguro
para a produção de leite (WHO, 2007b).
GORDURAS
O IOM (2005) recomenda uma ingestão de gorduras de 25 a 30% das calorias totais diárias.
Ainda, recomenda a ingestão diária de 13 g/dia de ácido linoleico e 1/3 g/dia de ácido alfa-
linolênico durante a lactação para todas as faixas etárias.
MICRONUTRIENTES
Para micronutrientes, a RDA sugere recomendações específicas para a ingestão diária das
lactantes, justamente por conta da produção de leite.
Podemos destacar alguns nutrientes que aumentam seus requerimentos durante a lactação,
tais como: as vitaminas hidrossolúveis (complexo B e C) e lipossolúveis (A e E) e os minerais
zinco e potássio (PADOVANI, 2006).
Fonte: Lokicon/Shutterstock
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Lactoferrina
B) Imunoglobulina A
C) Lactobacilo bifidus
D) Lisozima
GABARITO
2. (MG, 2006) O leite humano apresenta expressivo poder imunológico e possui um fator
de crescimento que favorece o desenvolvimento de uma flora intestinal específica,
tornando o lactente menos susceptível a infecções do tubo digestivo. Este fator é
chamado de:
O leite materno possui vários fatores imunológicos que podem ser passados para o bebê
através da amamentação. Dentre eles, o fator bifidus estimula o crescimento de bactérias
específicas, como o Lactobacilo bifidus, este favorece o crescimento da microbiota saudável e
previne infecções por micro-organismos patogênicos.
MÓDULO 3
Identificar as intercorrências na lactação e a importância do banco de leite humano
A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO
NUTRICIONAL DURANTE A
AMAMENTAÇÃO: MINIMIZANDO
PROBLEMAS
PREVENÇÃO E MANEJO DOS PRINCIPAIS
PROBLEMAS RELACIONADOS À
AMAMENTAÇÃO
Alguns problemas enfrentados pelas nutrizes durante o aleitamento materno, se não forem
precocemente identificados e tratados, podem ser importantes causas de interrupção da
amamentação. Os profissionais de saúde têm um papel importante na prevenção e no manejo
dessas dificuldades (BRASIL, 2019). A seguir são abordadas as principais dificuldades e seu
manejo:
A “descida do leite”, ou apojadura, pode demorar um pouco mais para acontecer em algumas
mulheres. As cesarianas eletivas (programadas, em que a mulher não entra em trabalho de
parto) têm sido apontadas como um fator associado à demora na descida do leite, por fatores
hormonais e por dificultar a amamentação na primeira hora de vida, assim como os partos
prematuros e a obesidade materna (BRASIL, 2019).
Nesses casos, a estimulação da mama com a sucção frequente do bebê é uma medida que
pode ajudar.
A rede de apoio também é fundamental, assim como o suporte da equipe de saúde para que a
mulher se sinta confiante para amamentar.
O mamilo plano ou invertido pode dificultar a amamentação, mas não necessariamente impedi-
la, pois a criança abocanha também a aréola, e não apenas o mamilo. É fundamental que a
mulher se sinta confiante e receba ajuda de todos, especialmente da família e do profissional
de saúde.
Durante a gestação, não é recomendado fazer exercícios para os mamilos nem utilizar buchas
e seringas para esticá-los, pois não são manobras efetivas e ainda podem machucá-los. Da
mesma maneira, após o nascimento, não se deve fazer o uso de bicos de silicone, ao invés
disso, deve-se ajudar o bebê a fazer a pega correta de forma a abocanhar toda a aréola. Se a
mama estiver muito cheia antes de iniciar a amamentação, pode ser útil massageá-la e retirar
um pouco de leite para aréola ficar mais macia (BRASIL, 2019).
Nos primeiros dias após o parto, a mãe pode sentir os mamilos doloridos ou algum desconforto
no início da mamada, mesmo não apresentando fissura ou rachadura no mamilo, o que pode
ser considerado normal devido ao aumento da sensibilidade das mamas no final da gestação e
início da amamentação. Porém, a persistência da dor é um sinal de alerta após a primeira
semana. As fissuras e rachaduras são comuns no primeiro mês pós-parto e são provocadas
pela pega incorreta do bebê.
Outros fatores também podem causar machucados, como mamilos planos ou invertidos,
problemas na sucção de bebês com frênulo lingual curto (língua presa), uso impróprio de
bombas de extração de leite, uso de cremes e óleos nos mamilos, uso de bicos de silicone, uso
de sutiã úmido de leite que tenha vazado e infecção por fungos (candidíase).
ETAPA 1
ETAPA 2
ETAPA 3
ETAPA 4
ETAPA 1
A principal medida para evitar machucar os mamilos é ter atenção para que o bebê realize uma
pega correta.
ETAPA 2
Também são medidas úteis evitar o uso de sabão, álcool ou qualquer outro produto nos
mamilos.
ETAPA 3
Pode-se massagear as mamas e retirar um pouco de leite antes da mamada, caso a mama
esteja muito cheia e dificulte a pega.
ETAPA 4
Para interromper a mamada e fazer com que o bebê solte a mama sem esticar o mamilo, deve-
se introduzir com cuidado o dedo indicador ou mínimo da mãe no canto da boca do bebê. Se
os mamilos já estiverem machucados, recomenda-se enxaguá-los com água limpa pelo menos
uma vez ao dia a fim de evitar infecções (BRASIL, 2019).
O bloqueio de ductos lactíferos ocorre quando o leite produzido em uma determinada área da
mama, por algum motivo, não é drenado adequadamente. Isso pode acontecer quando a
amamentação não é de livre demanda ou quando a criança não está conseguindo extrair o leite
da mama de maneira eficiente. Pode ser causado também por uma pressão local das mamas,
como, por exemplo, o uso de sutiã muito apertado, ou como consequência do uso de cremes
nos mamilos, obstruindo os poros de saída do leite (BRASIL, 2009).
Fonte: Taweepat/Shutterstock
INGURGITAMENTO MAMÁRIO
No ingurgitamento mamário, há três componentes básicos:
1
Congestão/aumento da vascularização da mama
2
Retenção de leite nos alvéolos
3
Edema decorrente da congestão e obstrução da drenagem do sistema linfático.
Como resultado, há a compressão dos ductos lactíferos, o que dificulta ou impede a saída do
leite dos alvéolos. Não havendo alívio, a produção do leite pode ser interrompida, com posterior
reabsorção do leite represado. O leite acumulado na mama sob pressão torna-se mais viscoso;
daí a origem do termo “leite empedrado” (BRASIL, 2009).
Ingurgitamento fisiológico
O ingurgitamento fisiológico é discreto e representa um sinal positivo de que o leite está
“descendo”, não sendo necessária qualquer intervenção.
Ingurgitamento patológico
O manejo indicado é a ordenha manual antes da mamada para amaciar a aréola caso esteja
tensa, facilitando a pega correta do bebê. Também são indicados aumento na frequência das
mamadas, massagens nas mamas com movimentos circulares nas regiões mais afetadas para
fluidificar o leite viscoso acumulado, uso de analgésicos e anti-inflamatórios, uso ininterrupto de
sutiã de alças largas e firmes para aliviar a dor e compressas frias em intervalos regulares das
mamadas por 20 minutos para vasoconstricção temporária pela hipotermia (BRASIL, 2015).
CANDIDÍASE MAMÁRIA
A infecção da mama no puerpério por Candida sp é bastante comum. A infecção pode atingir
só a pele do mamilo e da aréola ou comprometer os ductos lactíferos. São fatores
predisponentes umidade e lesão dos mamilos e uso, pela mulher, de antibióticos,
contraceptivos orais e esteroides. Na maioria das vezes, é a criança quem transmite o fungo,
mesmo quando a doença não seja aparente (BRASIL, 2015).
Coceira
Sensação de queimadura
Algumas medidas gerais também são úteis, como enxaguar os mamilos e secá-los ao ar livre
após as mamadas e expô-los à luz por pelo menos alguns minutos ao dia (BRASIL, 2015).
MASTITE
Fonte: Designua/Shutterstock
Figura 7: Mastite.
A estase do leite nas mamas é o evento inicial da mastite. A não retirada desse leite provoca o
aumento da pressão intraductal, levando ao achatamento das células alveolares e à formação
de espaços entre as células, onde alguns componentes do plasma podem passar para o leite
e, em seguida, para o tecido intersticial da mama, causando uma resposta inflamatória. O leite
acumulado, a resposta inflamatória e o dano tecidual resultante favorecem a instalação da
infecção, comumente pelo Staphylococcus (Aureus e albus) e ocasionalmente pela
Escherichia coli e Streptococcus (α-,β- e não hemolítico), sendo as fissuras, na maioria das
vezes, a porta de entrada da bactéria (BRASIL, 2009).
Desmame abrupto
SAIBA MAIS
A fadiga e o estresse materno são facilitadores para a instalação da mastite, pois interferem na
descida do leite. As mulheres que apresentam mastite na lactação atual ou em outras
lactações estão mais susceptíveis a desenvolver outras mastites por causa do rompimento da
integridade da junção entre as células alveolares (BRASIL, 2015).
Nem sempre é fácil distinguir a mastite infecciosa da não infecciosa apenas pelos sinais e
sintomas. Em ambas, a parte afetada da mama encontra-se dolorosa, vermelha, edemaciada e
quente. Quando há infecção, costuma haver mal-estar importante, febre alta (acima de 38ºC) e
calafrios (BRASIL, 2009).
A produção do leite pode ser afetada na mama comprometida, com diminuição do volume
secretado durante o quadro clínico, bem como nos dias subsequentes. Isso se deve à
diminuição de sucção da criança na mama afetada, diminuição das concentrações de lactose
ou dano do tecido alveolar.
As medidas adotadas para a prevenção da mastite devem ser as mesmas para ingurgitamento
mamário, bloqueio de ductos lactíferos e fissuras. O tratamento adequado da mastite deve ser
iniciado o mais precocemente possível, caso contrário pode haver uma evolução para
abscesso mamário, uma complicação grave.
SUPORTE EMOCIONAL
REPOUSO MATERNO
ABSCESSO MAMÁRIO
O abscesso mamário, geralmente, é causado pela mastite não tratada ou com tratamento
instituído tardiamente ou ineficaz. Esta complicação é comum após a interrupção da
amamentação na mama afetada pela mastite sem o esvaziamento adequado do leite através
da ordenha (BRASIL, 2015).
Fonte: Shutterstock
Abscesso mamário.
O diagnóstico é feito com base no quadro clínico. Os sintomas se caracterizam por (BRASIL,
2009):
Dor intensa
Febre
Mal-estar
Calafrios
Todos os esforços devem ser feitos para prevenir o abscesso mamário, já que essa
complicação pode comprometer futuras lactações em 10% dos casos. Qualquer medida cujo
objetivo é a prevenção do aparecimento de mastite também vai evitar o abscesso mamário,
assim como a instituição precoce do tratamento da mastite se ela não puder ser prevenida
(BRASIL, 2015).
O abscesso mamário exige uma intervenção rápida através da drenagem cirúrgica com coleta
da secreção purulenta para cultura e teste de sensibilidade a antibióticos, interrupção do
aleitamento na mama afetada até que o abcesso tenha sido drenado e tenha sido iniciada a
antibioticoterapia e a manutenção da amamentação na mama sadia (BRASIL, 2009).
No início, os BLHs funcionaram com o único objetivo de coletar e distribuir leite humano (LH)
para atender aos casos específicos, como prematuridade, distúrbios nutricionais e alergias. A
doação não era um processo voluntário como é hoje, não havia critérios para a doação do leite,
o qual era distribuído cru sem receber qualquer tratamento térmico e cuja ordenha era feita
principalmente de maneira mecânica.
Com o passar dos anos, esse serviço foi ganhando espaço na Política Nacional. Em 2008, o
Brasil já contava com 187 BLH e 27 postos de coleta de leite credenciados à Rede Brasileira
de Bancos de Leite Humano (BLH-BR) . Progressivamente, ampliou-se a oferta do leite
humano como primeira opção de alimento para os recém-nascidos (RNs) de risco e/ou bebês
doentes, contribuindo para a prevenção de doenças e a redução da mortalidade neonatal
(BRASIL, 2008).
O QUE É O BLH?
O BLH é um serviço especializado vinculado a um hospital de atenção materna e/ou infantil.
Ele é responsável por ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e
execução de atividades de coleta de LH, seleção, classificação, processamento, controle de
qualidade e distribuição, sendo proibida a comercialização.
OBJETIVOS DO BLH
Atualmente, o BLH tem como objetivos a promoção do aleitamento materno, a coleta e a
distribuição de LH de qualidade certificada, de modo a contribuir para a redução da mortalidade
infantil e somar esforços com o Pacto Nacional de Redução de Mortalidade Materna e
Neonatal.
O posto de coleta de leite humano (PCLH) é uma unidade fixa ou móvel, localizada dentro ou
anexa ao hospital, vinculado tecnicamente a um BLH e administrativamente a um serviço de
saúde ou ao próprio banco. O PCLH é responsável por ações de promoção, proteção e apoio
ao aleitamento materno e execução de atividades de coleta da produção lática da nutriz e sua
estocagem, não podendo executar as atividades de processamento do leite, que são
exclusivas do BLH (BRASIL, 2008).
Fonte: Fiocruz
Figura 10: Posto de coleta de leite humano.
SAIBA MAIS
Atualmente, há uma regulamentação técnica a fim de evitar riscos à saúde dos lactantes e das
mães, além de promover o incentivo à doação do excedente de leite materno, garantindo a
qualidade do leite distribuído para os receptores, o qual é fundamental para o recém-nascido.
A qualidade do leite humano ordenhado é a prioridade do BLH, por esse motivo a Rede
Nacional de Bancos de Leite criou normas técnicas para estabelecer critérios a serem
observados pelos BLH no recebimento, na manipulação e na distribuição do leite humano
ordenhado. De modo geral, o leite da própria mãe sempre será o mais indicado e, neste caso,
é possível a oferta do LH cru preservando os fatores imunológicos. Caso não seja possível,
serão selecionados os receptores aptos a receber o LH doado com correto processamento e
controle de qualidade.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) O leite humano ordenhado deve ser inspecionado visualmente e sua cor pode variar
amplamente, podendo ser amarelado, alaranjado, branco, azulado e esverdeado.
B) O leite humano ordenhado não pasteurizado poderá ser estocado/congelado por um período
de até seis meses.
C) O leite humano ordenhado pasteurizado poderá ser estocado por até dois anos.
D) Após a inspeção visual do leite humano ordenhado, deverá ser feita a coagem para a
retirada de qualquer pequena sujeira, como, por exemplo, cílios, sendo o leite classificado
ainda como seguro para distribuição, uma vez que será pasteurizado.
GABARITO
1. (EAOT, 2009) Durante a amamentação, um problema comum que pode ocorrer com a
lactante é a obstrução dos ductos lácteos. O Nutricionista deve incentivar sempre a
prática da amamentação e, nesses casos, pode orientar a mãe a respeito de algumas
estratégias para amenizar esse problema, evitando a suspensão da amamentação e o
consequente prejuízo para o estado nutricional do bebê. É uma técnica que auxilia na
desobstrução do ducto lácteo:
A obstrução dos ductos lácteos pode ser causada por erros nas técnicas de amamentação,
sobretudo na frequência e pega correta. Para desobstruir as áreas afetadas, pode-se realizar
massagens em movimentos circulares e compressas mornas durante a amamentação para
tornar o leite mais fluído e facilitar a descida do leite.
2. (FGV, 2019) Os bancos de leite humano têm se configurado como um dos mais
importantes elementos estratégicos da política pública em favor da amamentação.
Quanto às normas e aos procedimentos realizados nesses bancos, assinale a alternativa
correta.
Nos bancos de leite humano, é realizada a pasteurização do leite ordenhado para controle
microbiológico. O leite pode ser armazenado congelado em temperatura inferior a dez graus
celsius por até seis meses de acordo com a Norma Técnica 43.04 (FIOCRUZ, 2004).
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste tema, visitamos as principais recomendações da OMS sobre a amamentação e
as vantagens do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida, com complementação
por dois anos ou mais de idade. Ainda, vislumbramos os efeitos positivos da amamentação
precoce na primeira hora de vida para redução das taxas de mortalidade infantil.
Podemos concluir que o leite materno é o melhor alimento para a criança nos primeiros anos
de vida e o incentivo ao aleitamento deve acontecer em todas as instâncias da sociedade, ou
seja, pelo poder público e privado, através da elaboração e execução de leite e programas de
saúde, pelos profissionais de saúde através da atuação da equipe multidisciplinar com todo o
suporte necessário à mulher durante o período da amamentação.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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Janeiro: Cultura Médica, Guanabara Koogan, 2012.
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human milk. In: Pediatrics, 93:137-50, 1994.
BRASIL. Presidência da República. Secretaria Geral. Subchefia para assuntos jurídicos. Lei nº
13.435 de 12 de abril de 2017: institui o mês de agosto como o mês do aleitamento materno.
Brasília, 2017.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Lei nº
11.770 de 09 de setembro de 2008: cria o programa empresa cidadã, destinado à prorrogação
da licença-maternidade mediante concessão de incentivo fiscal, e altera a Lei no 8.212, de 24
de julho de 1991. Brasília, 2008.
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WORLD HEALTH ORGANIZATION. Indicators for assessing infant and young child
feeding practices. Conclusions of consensus meeting held 6-8. Washington, 2007a.
EXPLORE+
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