Comparação Com Deuses Gregos
Comparação Com Deuses Gregos
Introdução e Metodologia
O homem, além de ser um animal racional, é um animal simbólico. A categoria de racionalidade do ser humano o
coloca na posição de criar para si um conjunto de símbolos e signos, que dentro de uma estrutura própria
comunicam e transmitem suas mensagens não apenas na forma da linguagem escrita, mas também, através das
imagens criadas dentro das suas relações com outros seres da natureza, bem como consigo mesmo. Desse modo,
podemos afirmar que:
(…) símbolo é aquilo que o homem, enquanto ser racional, criou para compreender a realidade e que o distingue dos
demais animais. A sua experiência da realidade é sempre interposta uma espécie de véu, ou seja, uma teia simbólica que
difere de cultura para cultura. O homem não é somente um animal racional, mas precisamente um anima simbólico (…)
(PIFANO, 2010)
Buscando a compreensão das análises desses símbolos e signos é possível encontrar diversas metodologias e
teorias que estão relacionadas com a criação e a forma das imagens que o homem cria e utiliza. O crítico e
historiador alemão Erwin Panofsky (1892-1968) apresenta em seu trabalho intitulado Iconografia e Iconologia: uma
Introdução ao Estudo da Arte na Renascença, publicado no ano de 1939 em Nova York, uma análise da imagem,
embasada não somente nos critérios formais da iconografia, mas sim, uma análise que leva em conta os aspectos
históricos e alegóricos da forma; tal análise é intitulada de iconologia. (PIFANO, 2010)
Segundo Panofsky os aspectos alegóricos da imagem são tão importantes para sua compreensão quanto os
valores formais. Erwin aponta:
Ao concebermos assim as formas puras, os motivos, imagens e estórias e alegorias, como manifestações de princípios
básicos e gerais, interpretamos todos esses elementos como sendo o que Ernst Cassirer chamou de valores “simbólicos”.
(…) A descoberta e interpretação desses valores “simbólicos” (que muitas vezes são desconhecidos pelo próprio artista e
podem, até, diferir enfaticamente do que ele conscientemente tentou expressar) é o objeto do que se poderia designar por
“iconologia” em oposição a “iconografia” (PANOFSKY, 1992)
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Sendo assim, podemos compreender que a análise proposta pelo historiador está diretamente ligada com o
significado das formas e do contexto ao qual a própria se insere. A interpretação através dos estímulos da forma é
o objetivo central da iconologia. A leitura iconográfica da obra é uma descrição, algo quase quantitativo,
enquanto a iconologia é a sua interpretação. Tal diferença está expressa no próprio significado etimológico de
cada termo, enquanto a iconografia está vinculada com o sufixo “grafia”, que denota algo descritivo, a iconologia
está vinculada com o sufixo “logia” – pensamento, razão (PANOSFSKY, 1991)
O método iconológico de Panofsky concentra-se em três etapas de interpretação, que podemos interpretar tais
como:
Através das categorias de interpretação de Panofsky é possível perceber que a iconologia debruça-se sobre o
estudo da formação e do conteúdo das imagens, estuda portanto, a “interação entre os diversos tipos; a influência
das ideias filosóficas, teológicas e políticas; os propósitos e inclinações dos artistas e patronos; a correlação entre
os conceitos inteligíveis e a forma visível que assume em cada caso específico” (PANOFSKY, 1991). O estudo
iconológico apresentado por Erwin Panofsky vem de encontro com o objetivo geral do trabalho aqui apresentado,
visto que a sua abordagem vai além das interpretações formais, e auxilia na compreensão dos aspectos culturais
que estão intrínsecos na formação das imagens e das representações geradas pelo homem.
Assim como a capacidade do homem de criar as imagens, os símbolos e signos que o representam e o diferenciam
dos demais seres humanos, o desenvolvimento das religiões e doutrinas que, através de práticas ritualísticas e
religiosas, auxiliam na conexão entre o mundo físico e o plano espiritual também marcam a trajetória do homem
em grande parte, para não dizer em toda a sua existência. Cada cultura e cada doutrina guarda em seu cerne os
símbolos que fazem parte da sua cosmologia, seu vocabulário próprio com o qual comunicam-se com os seus
devotos e com as divindades. Como exemplo dessa complexa relação simbólica entre o mundo físico e o plano
divino podemos apontar o Candomblé como uma das religiões de matriz étnica afrobrasileira com grande
potencial gerador de elementos simbólicos que servem como alicerce para sua práticas. (PRANDI,2007)
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Cada orixá cultuado na liturgia do Candomblé tem sua representação própria, que está conectada diretamente
com sua representação na natureza, e também com sua atividade “profissional” na terra. Visto que cada Orixá
tem seus próprios cultos e elementos de significação o Candomblé apresenta uma gama enorme de possibilidades
simbólicas que compõem a sua iconografia. Essa característica de materialização simbólica do divino é muito
comum nas religiões politeístas, sendo percebida também nas religiões gregas, romanas e egípcias. Através dos
estudos dos aspectos de similaridade entre estas diversas culturas o sociólogo Reginaldo Prandi (1946), nos
apêndices do seu livro Contos e Lendas Afro-brasileiros. A criação do Mundo (2007), apresenta um estudo
comparativo entre as divindades das culturas supracitadas. Segundo ele, “Considerando-se a divisão do trabalho
divino, é possível estabelecer paralelos entre os orixás, deuses gregos e romanos, e deuses do antigo Egito.”
(PRANDI, 2007).
Através dos estudos da mitologia e dos aspectos culturais, a comparação de Prandi, também abre as portas para
uma tentativa de comparação da iconografia dos deuses das diversas religiões citadas. Visto que toda a
representação das divindades tem conexão com sua origem mitológica, torna-se indispensável uma interpretação
que considere tais aspectos em sua abordagem, desse modo, a leitura que será realizada dentro da proposta aqui
apresentada é uma interpretação iconológica amparada pela pesquisa dos diversos elementos iconográficos
unidos à visão cultural e mitológica de cada grupo étnico estudado.
Nesse processo de criação de uma metodologia que possa atender a demanda do objetivo geral da pesquisa a
base da interpretação iconológica de Panofsky, precisamente a terceira categoria do método apresentado
anteriormente, é alimentada pelas categorias de representação apresentadas por Prandi na sua pesquisa. Serão
elas:
Tais elementos tornam-se primordiais para a compreensão da complexidade das representações litúrgicas dos
diversos orixás que compõem a prática do candomblé e também serviram de base para as comparações
apresentadas por Prandi em sua pesquisa. Desse modo a etapa de interpretação iconológica terá referência às
categorias citadas, unidas da análise foram e iconográfica da representação de cada divindade em comparação
com os seus correspondentes, conforme apresentado por Reginal Prandi na tabela abaixo (PRANDI, 2007):
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Tabela Comparativa dos Orixás com os deuses gregos, romanos e egípicios
O critério utilizado para a escolha das entidades analisadas foi o de priorizar as divindades que apresentem
correspondentes em todas as culturas mostradas no recorte que serve de referência para a pesquisa. Desse modo
foram analisados os seguintes orixás: Iemanjá, Ogum, Oxum e Xangô. Sendo a proposta uma análise da imagem
das divindades foram selecionadas as representações dos orixás feitas por Carybé em seu trabalho intitulado
Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia (1980). Essa escolha está relacionada ao fato de que o livro
supracitado é fruto de um intenso trabalho de pesquisa em que o artista realizou um levantamento etnográfico
das práticas do Candomblé e registrou esses detalhes de forma rica, tanto de valor artístico como etnográfico,
formando uma das principais referências do tema. Com relação as representações dos deuses gregos, romanos e
egípcios, foram priorizadas as imagens que melhor representassem a divindade em sua forma de maior
recorrência na iconografia de cada cultura, visto que seria impossível estabelecer um padrão de artistas e estilos
devido a falta de uma fonte de referências de tais imagens.
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Análises Comparativas
Para a aplicação da metodologia escolhida para as interpretações comparativas, propostas como objetivo do
trabalho, foram realizadas fichas de análise que têm como principal função ser o momento de levantamento de
dados que vão embasar a interpretação iconológica e a conclusão individual de cada análise apresentada. As
fichas em questão foram elaboradas de forma a facilitar a leitura e a compreensão das categorias apresentadas. A
seguir são apresentadas as interpretações individuais de cada divindade escolhida como objeto de estudo da
pesquisa:
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Ficha 01 – Iemanjá|Posêidon|Netuno|Ísis
Podemos perceber diversas semelhanças entre as figuras divinas acima citadas, principalmente no que se refere
ao elemento da natureza que se liga direta ou indiretamente a todas elas: a água. Seja no mar como na matriz
greco-romana e afro-brasileira como para a figura egípcia de Ísis, que relaciona-se com as cheias do Nilo. Ora,
tanto o mar foi crucial para o desenvolvimento das civilizações da Grécia e de Roma quanto foi o rio Nilo o fator
fundante do Egito. Deles (do mar e dos rios) tirava-se toda a sobrevivência, seja por meio da pesca e da
agricultura ou pelo florescimento do comércio, responsável pelo enriquecimento material e cultural dessas
sociedades.
Por um lado, as figuras masculinas figuravam toda a expansão que o domínio do mar representou,
proporcionando avanço técnico nas áreas de engenharia naval e bélica, e também na organização monetária,
matemática e de unidades de medida. Por outro, as figuras femininas de Iemanjá e Ísis estabelecem já
determinados papeis sociais femininos que irão perdurar séculos adiante. Além disso, seu caráter de maternidade
revelam o quanto a noção de vida está relacionada à abundância de água, comparando-se ainda o ciclo biológico
humano de nascimento e morte com o próprio ciclo da água na natureza.
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Ficha 02 – Ogum|Hefesto-Ares|Vulcano-Marte|Bastet
A mais notável semelhança entre estes deuses está na escolha representativa sobre a figura masculina, com
exceção de Bastet, sobretudo na medida em que incorporam o uso de ferramentas enquanto alegoria tanto para
força quanto para a transformação, a forja. Encontra-se um ponto de convergência na medida em a representação
dos dois irmãos gregos/romanos – Ares e Hefesto, Marte e Vulcano – é encarnada no mesmo personagem de
Ogum; o orixá é o deus da conquista, mas também da tecnologia, garantindo instrumentos para a expansão e
para produtividade.
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Especial é o recorte do autor a partir do momento em que ele inclui Bastet nesse grupo. Segundo Bakos (1994:93)
Bastet se apresenta a partir de símbolos bastante opostos aos dos cinco deuses aqui apontados: da fertilidade e da
cortesia, tradicionalmente vinculadas ao feminino. Sua representação é particularmente difícil de ser bem
sucedida em uma abordagem iconológica.
(https://hav120151.files.wordpress.com/2015/09/captura-de-tela-2015-09-27-c3a0s-22-31-38.png)
Ficha 03 – Oxum|Afrodite|Vênus|Hátor
Esse trabalho proporcionou a grata surpresa da percepção de proximidade em mitologias de eras e localidades
distintas. A apropriação de traços similares em algumas divindades é tão surpreendente que deu conta da
riqueza do imaginário universal, que magicamente percebe o mundo independente da raça ou geografia,
simplesmente observa, contempla e cria inspirado por elementos comuns presentes muitas vezes na natureza.
Especificamente na água, território comum à Oxum , Vênus e Afrodite, que aparecem se banhando em águas
tranquilas nas muitas representações de suas belas e imponentes figuras. Além de constarem em seus mitos a
origem do seu nascimento nas espumas dos mares. Hátor embora não compartilhe desse elemento, merece estar
configurada na tabela por exercer em sua iconografia a imagem da fertilidade e beleza, símbolos presentes nos
escritos e estudos sobre sua correspondente grega, romana e africana, divindades exemplares no que concerne ao
ideal de beleza dos seus povos , o que facilitou obviamente o seu culto e adoração, motivando suas graças
amorosas e sensuais. Mais que isso notamos que o ideal estético se movimentou quase que linear, cultivando em
sua arte padrões que sobreviveram ao tempo e espaço. Vale ressaltar a grandiloquência feminina que sempre foi
alardeada pelo seu poder de criação, embora em sociedade tenha sido subjugada aos homens , ao menos nos
panteões dos povos ela tinha sua presença respeitada e garantida num lugar de destaque.
(https://hav120151.files.wordpress.com/2015/09/captura-de-tela-2015-09-27-c3a0s-22-32-24.png)
Ficha 04 – Xangô|Zeus|Júpiter|Amon
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É possível encontrar muitas semelhanças nas análises das diversas representações dos deuses analisados, porém a
que teve maior relevância e abrangência foi a utilização do carneiro como animal representativo em todas as
culturas. O animal como símbolo de vida e fertilidade está muito conectado com a ideia de paternidade e
virilidade que todos os deuses apresentam em suas condições de grandes reis do panteão que representam. Essa
representação do carneiro como animal sagrado relacionado a deus estende-se para diversas outras culturas
religiosas, como o cristianismo, que tem no “cordeiro de Deus” a imagem do sacrifício realizado ao Senhor.
(RAMOS,) O raio, os céus e os trovões também são pontos recorrentes na análise, porém seu aspecto é muito mais
mitológico do que simbólico, visto que apenas na Grécia e na Roma os deuses estão empunhando, ou
manipulando, de fato esse elemento. Do mesmo modo, a justiça e a ordem são características presentes em todas
as divindades, mas seu cunho é muito mais moral do que simbólico.
CONCLUSÃO
Vivemos inseridos num mundo imagético desde os tempos remotos. Com esse estudo se mostrou evidente, que
além da importância da representação pictórica, a criação dos mitos se dissipou através de uma percepção similar
nas distintas etnias analisadas , o que pode ser comprovado em contextos e atributos exemplificados.
A sensibilidade humana trouxe à tona em representações externas o que levava consigo, os seus sonhos,
devaneios, anseios e pensamentos , mesmo separados no tempo e espaço se assemelham de forma familiar e as
alegorias são facilmente reconhecidas. O método de Panofsky auxiliou e maximizou o estudo para que o processo
de investigação ultrapassasse o limite meramente iconográfico. Nesse processo de conhecimento da dimensão
simbólica da imagem nos deparamos com um universo em que as inquietações do homem, descritas pelos artistas
em suas obras, mesmo não sendo totalmente a mesma, acompanha um fluxo periforme e contínuo. Como
pretensos historiadores precisamos estar sensíveis e atentos aos detalhes e aos elementos que se reconfiguram
habilmente ao longo dos séculos atuando como pistas num quebra- cabeça genealógico, assim teremos palpites de
como chegamos ao que somos e quem somos afinal.
Através das análises iconológicos foi possível concluir que muitas das similaridades encontradas nas
representações ocorrem quando sano utilizados os símbolos referentes ao domínio das divindades sobre a
natureza, como por exemplo os motivos marinhos nas representações de Iemanjá, Possêidon e Netuno. Os
aspectos de características físicas também apresentam semelhanças quando estão relacionados com deuses que
mantém o mesmo sexo em todas as representações, como por exemplo Oxum, Afrodite, Vênus e Hátor; que são
descritas como mulheres bonitas e majestosas. Já quando a iconografia se depara com mudanças de sexo na
representação são levantadas algumas diferenças perceptíveis, como no caso de Ogum, Hefesto – Áres, Vulcano –
Marte e Bastet; em que a deusa feminina está mais relacionada com o sentido intelectual do que com aspectos
físicos. Outro fator que deve ser destacado é o fato de algumas características iconográficas apresentara-se em
todas as culturas analisadas, como ocorreu com Xangô, Zeus, Júpiter e Amon; onde o carneiro aparece servindo
de símbolo para todos as divindades, bem como o raio e o poder sobre os céus.
A pesquisa tem por princípio suscitar a discussão acerca de tais semelhanças e, certamente, não tem a pretensão
de ser conclusiva em relação aos questionamentos levantados, desse modo, a pergunta permanece em aberto,
porém como uma certeza já estabelecida:
“Embora as práticas culturais e organizações sociais variem de um povo a ouro, as necessidades mais fundamentais que
devem ser superadas para a sobrevivência humana se repetem no trabalho, na reprodução humana, na administração dos
bens comuns e até na guerra. São eternos desafios o homem enfrenta, qualquer que seja sua cultura. Em casa uma dessas
situações a vencer, os deuses surgem como parceiros sobrenaturais da humanidade. Os deuses fazem no mundo
mitológico o que os homens precisam fazer no mundo real.” (PRANDI, 2007)
Muitas similaridades continuaram a ser encontradas e muitos outros pontos divergentes também irão desfazer os
vínculos, porém os desafios do homem na terra continuam a leva-lo a buscar maneiras de se fortalecer no mundo
físico através da conexão com o mundo espiritual, e enquanto existir esse movimento de subjetivação da crença
estaremos encontrando similaridades que conectaram os homens de toda a parte do mundo, de diversas culturas,
pela sua essência mais profunda da condição de ser humano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKOS, Margaret. Fatos e Mitos do Antigo Egito. Edipucrs. 1994. Rio Grande do Sul.
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BARROS, Marcelo (Org.). O Candomblé bem Explicado: Nações Bantu, Iorubá e Fon. Rio de Janeiro: Pallas,
2011. 368 p.
CARYBÉ. As Sete Portas da Bahia. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 1976. 347 p.
DICIONÁRIO de mitologia greco-romana. Marisa Soares de Andrade; Maria Izabel Simões. ed.. São Paulo:
Abril Cultural, 1973.
HAUSER, Arnold. História Social da Literatura e da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2000
do espírito grego. Ordep Serra. trad. e pref. São Paulo: Odysseus, 2005.
PANOFSKY, Erwin. Iconografia e Iconologia: uma Introdução ao Estudo do Renascimento. In: Significado nas
Artes Visuais. São Paulo: Perspectiva, 1991.
PIFANO, Raquel Quinet. História da Arte como História das Imagens: A Iconologia de Erwin Panofsky. Fênix:
Revista de História e Estudos Culturais, Minas Gerais, v.
PRANDI, Reginaldo. A criação do Mundo: Contos e Lendas Afro-brasileiros. 7. ed. São Paulo: Seguinte, 2007.
223 p.
Shorter, Alan W. Os Deuses Egípcios. Editora Cultrix Ltda: 2a Edição, 1992. São Paulo.
Ficha 01:
Ísis – <http://www.museunacional.ufrj.br/exposicoes/arqueologia/estatua-de-isis-
(http://www.museunacional.ufrj.br/exposicoes/arqueologia/estatua-de-isis-) lactante>. Acesso em: 21 set. 2015.
Ficha 02:
Hefesto – <http://farm5.static.flickr.com/4096/4942158785_94e281f397.jpg>
(http://farm5.static.flickr.com/4096/4942158785_94e281f397.jpg>);. Acesso em 23 de setembro de 2015.
Vulcano – <http://agrega.juntadeandalucia.es/repositorio/25072011/a4/es-
(http://agrega.juntadeandalucia.es/repositorio/25072011/a4/es-) an_2011072513_9214752/ODE-c32f0308-d6d2-
318e-8640-58f343675fc5/Vulcano.jpg>. Acesso em 24 de setembro de 2015.
Marte – <http://www.summagallicana.it/lessico/a/Ares%20Villa%20Adriana
(http://www.summagallicana.it/lessico/a/Ares%20Villa%20Adriana) %20Tivoli.jpg>. Acesso em 24 de setembro
de 2015.
https://hav120151.wordpress.com/2015/09/28/grupo-03-interpretacao-iconologicas-das-divindades-afro-brasileiras-em-comparacao-com-deuses… 8/11
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Bastet – <http://www.britishmuseum.org/explore/highlights/highlight_objects/
(http://www.britishmuseum.org/explore/highlights/highlight_objects/)
aes/b/bronze_figure_of_a_seated_cat.aspx>. Acesso em 23 de setembro de 2015.
Ficha 03:
Vênus – <https://pt.wikipedia.org/wiki/Vênus_de_Milo#/media/File:MG-Paris-
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Vênus_de_Milo#/media/File:MG-Paris-) Aphrodite_of_Milos.jpg>. Acessado em:
26 set. 2015
Ficha 04:
Júpiter – <https://en.wikipedia.org/wiki/Zeus#/media/File:Museo_Barracco_-
(https://en.wikipedia.org/wiki/Zeus#/media/File:Museo_Barracco_-) _Giove_Ammone_1010637.JPG>. Acessado
em: 26 set. 2015
2. Responder
ESTHERCORREACRUZ DISSE:
7 de outubro de 2015 às 23:43
Uma das minhas maiores motivações pra ingressar nesse curso lindo de História da Arte foi justamente o
fascínio por tentar entender de que forma as representações refletem o ambiente sociocultural do qual se
originaram. Achei o trabalho de vocês simplesmente fantástico!!
Cada um dos povos deu a sua interpretação aos aspectos dessas divindades, mas ainda assim vemos muitas
características em comum. Provavelmente por serem aspectos universais, que fazem parte das inquietações da
alma humana e por isso aparecem e reaparecem ao longo da história. Suspeito que era a algo semelhante a
isso que Jung (muso inspirador) denominava “arquétipos”.
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Fora isso, eu particularmente não tive muito contato com as religiões afro-brasileiras até hoje e acho que o
trabalho de vocês vai ser um ótimo ponto de partida. Adorei a ideia das fichas, ficou bastante didático!
Obrigada pela pesquisa, dá pra ver que foi feito com carinho
Responder
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