Discentes: Ana Clara Spies, Ana Paula Mendes, Helena Nercolini, Samuel do Nascimento
e Thalia Camargo.
Docente: Eduardo Henrique Goulin .
Unidade curricular: Biologia.
Turma: EMI alimentos 2.
Coevolução
Introdução
Os seres vivos presentes em um ecossistema possuem diversas relações entre si,o que
gera ramificações evolutivas entre esses organismos.Essas relações bióticas são
categorizadas de acordo com o saldo benefício-prejuízo dos organismos envolvidos.
Definição
Evolução simultânea de adaptações em duas ou mais populações que interagem tão
intimamente que cada uma delas age como uma força seletiva sobre a outra. A evolução
pode ser entendida como a evolução integrada de coadaptações ao longo de várias
gerações de espécies interagentes que respondem uma à outra e vice-versa.
Duas espécies podem estar evoluindo de modo independente e em um determinado tempo
pode simplesmente ocorrer que as duas formas estejam mutuamente adaptadas (pré-
adaptadas). Logo, para demonstrar coevolução deve-se não só mostrar que as duas formas
estejam coadaptadas hoje, mas que seus ancestrais evoluíram juntos, exercendo forças
seletivas um sobre o outro.
Uma definição mais precisa de coevolução “requer que cada uma das espécies em
interação mude sua composição genética adaptativa em resposta a uma mudança genética
na(s) outra(s)”
Coevolução
Adaptação recíproca entre duas espécies; cada espécie exerce uma pressão seletiva sobre
a outra espécie, evoluindo em resposta à outra espécie.
Charles Darwin foi o primeiro a mencionar as interações evolutivas entre plantas e insetos,
no livro "A Origem das Espécies".
Porém,o termo "Coevolução" foi utilizado pela primeira vez, por Paul Ehrlich e Peter
H.Raven. Na descrição sobre influências que plantas e insetos herbívoros tem sobre a
evolução um do outro
“Interação”é a chave;
Diversas interações ecológicas podem produzir coevolução: mutualismo, predador-presa,
competição, parasitismo etc. No entanto esta interação deve ser de longo prazo, alterando
as características adaptativas de cada espécie devido à seleção natural imposta de uma
sobre a outra e vice-versa.
Parasitismo
Os parasitas são dependentes do hospedeiro, visto que, o organismo que os aloja constitui
o seu habitat, fornece-lhes alimento e protecção.
Coevolução inseto-planta
Predação (herbivoria)
“Corrida armamentista”
A evolução de novos inseticidas naturais (alcalóides por exemplo) pelas plantas predadas
podem envenenar os insetos fitófagos. Mecanismos de desintoxicação em insetos permitem
que estes se alimentem das plantas.
Evolução sequencial
Mudança em que uma linhagem seleciona a favor de uma mudança na outra linhagem mas
não o oposto. Seria aplicável a plantas e insetos se a evolução das plantas influenciasse a
dos insetos, mas a evolução dos insetos tivesse pouca influência na das plantas.
COEVOLUÇÃO : competitiva e cooperativa
• Competição
• Amensalismo
• Comensalimo
• Antagonística
• Mutualismo
Competição
Ambas as espécies são inibidas, interação negativa – predador-presa;
Amensalismo
Uma espécie é inibida e a outra não é afetada;
Comensalimo
Uma espécie é favorecida, e a outra não é afetada;
MUTUALISMO
• Interações entre espécies que beneficiem ambos parceiros podem levar à coevolução.
Cada parceiro é especializado em realizar uma função complementar à função do outro
– Tipos: Trófico, Defensivo, Dispersivo
Mutualismo Trófico
Geralmente envolve parceiros especializados na obtenção de energia e nutrientes:
– Tipicamente, cada parceiro supre um nutriente limitado ou fonte de energia que o outro
não pode obter por si próprio.
– Um exemplo de mutualismo com fungos é a micorriza, que acontece em associação com
raízes de plantas. Nesses casos, o fungo obtém glicose e sacarose da planta e em troca
fornece água e sais minerais.
Mutualismo Defensivo
Envolve espécies que recebem alimento ou abrigo de seus parceiros em troca de uma
função defensiva:
– A função defensiva pode proteger um parceiro contra herbívoros, predadores ou
parasitas;
– Heremitas e anêmonas (não há evidência de coevolução);
–Acácias e formigas (parece que há coevolução).
Mutualismo Dispersivo
Envolve animais que:
• transportam pólen em troca por recompensas
tais como néctar (e.x. flor e abelha)
• transporte e dispersão de sementes em
troca do valor nutritivo das frutas ou outras
estruturas associadas com as sementes.
Estudo de caso:
Caso antigo entre angiospermas e insetos
• As interações contemporâneas entre as plantas com flores (Angiospermae) e seus
polinizadores são interpretadas como sendo resultado de uma longa e íntima relação
coevolucionária, estas relações tem aproximadamente 100 milhões de anos.
Reprodução cruzada
• Atualmente, existem cerca de 250.000 espécies de angiospermas e uma grande parcela
destas, depende de insetos para a polinização
Polinização por insetos
A diversificação macroevolutiva de angiospermas e insetos foi impulsionada por Coevolução
Relações
• O pólen, verticilos florais e principalmente néctar são fontes importante de energia para
muitas espécies de insetos que dependem de flores, como recurso para a sua alimentação
e também como provisão para as suas crias.
A coevolução pode ser observada na invasão de um novo nicho delimitado quimicamente
(Ehrlich & Raven 1964): a diversificação dos insetos pode permitir predar plantas não
necessariamente próximas filogeneticamente, basta que apresentem similaridades
bioquímicas nas suas defesas...
O estudo da coevolução é importante para entender os seguintes fatores:
• Controle biológico de pragas: Tendo em vista que a compreensão evolutiva através das
interações entre parasitas e hospedeiros podem ajudar na busca de mecanismos eficientes
de controle de pragas agrícolas.
• Agricultura; formação de produtivas: Na agricultura o aperfeiçoamento de culturas ao
longo da história de domesticação de culturas leva perto de resistência a patógenos, já que
a procura por espécies selvagens filogeneticamente próximos pode apresentar soluções de
como criar linhagens ao mesmo tempo produtivas e resistentes
• Medicina: É um aspecto importante a ser levado em consideração,tendo em vista que
nesse caso que a compreensão da evolução do parasitismo pode ser útil no controle de
doenças.
• Preservação da biodiversidade: A coevolução vai atuar também no campo da
biodiversidade, pois a manutenção de ecossistemas funcionais depende também da
interação entre as populações que existem naquele ecossistema os parasitas e predadores
eles controlam os tamanhos populacionais de suas presas, competidores interferem
mutualmente nas larguras de nicho um dos outros e mutualistas aumentam a complexidade
do sistema.
A coevolução um aspecto importantíssimo para nós conseguirmos entender a diversidade
de seres que existem no ecossistema, por exemplo as angiospermas e os seus
polinizadores, já que ambos evoluíram para sua sobrevivência.
Tipos de coevolução:
Coevolução específica: É quando duas espécies interagem e produzem impressões
seletivas recíprocas respondendo a uma evolução da outra.
Coevolução difusa de guildas: Ela ocorre quando existe reciprocidade na evolução só que
diferente da coevolução específica,a difusa ela não é direcionada apenas a duas espécies e
sim a um grupo de espécies. Envolve mais de duas espécies, às vezes em uma rede de
interação de dezenas de espécies
Os casos mais claros de coevolução vem de interações entre pares. Na prática, cada
espécie experimenta pressões seletivas de várias outras espécies e também exerce
pressões sobre várias outras espécies.
A evolução de uma espécie qualquer será uma resposta agregada (ou composta) a todas
as espécies interagentes (mutualistas, competidoras, predadoras, presas) e qualquer
mudança evolutiva em uma linhagem pode não ser facilmente explicada em termos de
apenas uma espécie interagente.
Coevolução tipo “ escape e radiação”: Acontece quando cada espécie experimenta
pressões seletivas de várias outras espécies e também exerce pressões sobre varias outras
espécies
Exemplificando:
● Os cientistas Pierce e Mead (1981) estudaram a relação entre uma formiga e uma
larva de borboleta, no qual a formiga se alimentava da larva sem matá-la. A formiga
protege a larva de predadores e parasitas.
● Vários pássaros frugívoros estão coevoluindo com as plantas que eles se
alimentam. Os pássaros se alimentam e as sementes são resistentes à digestão,
facilitando a dispersão.
● Plantas polinizadas por insetos desenvolveram adaptações, como, pétalas
pigmentadas de azul ou amarelo, produzindo também substâncias aromáticas que
atraem os insetos (animais com olfato bem desenvolvido) e até adaptação no sou
formato para se ajustar aos bicos dos pássaros (Muitos insetos, como as vespas,
evoluíram até o ponto em que existem vespas específicas que polinizam espécies
específicas de figos.).
● As plantas polinizadas por aves geralmente são vermelhas ou laranjadas, cores que
as aves enxergam bem, mas essas não produzem substâncias aromáticas, tendo
em vista que as aves não têm o olfato apurado.
● Algumas espécies de plantas desenvolveram espinhos ocos e poros nas bases das
folhas que secretam néctar. Esses espinhos ocos é o local de ninhada de algumas
espécies de formiga, que bebem esse néctar. Mas não é apenas as formigas que se
beneficiam, a planta é defendida pelas formigas dos herbívoros.
Questões sobre a coevolução
1. A manutenção de ecossistemas funcionais depende das interações entre as populações
existentes? Justifique sua resposta.
2. Quais fatores são de importante compreensão no estudo da coevolução?
3. O que é a coevolução difusa?
4. Relacione os tipos de coevolução de acordo com a alternativa correta:
(1) Coevolução específica
(2) Coevolução difusa
(3) Coevolução tipo “escape e radiação”
( ) Ela ocorre quando existe reciprocidade na evolução, mas não é direcionada
apenas a duas espécies e sim a um grupo de espécies.
( ) É quando duas espécies interagem e produzem impressões seletivas recíprocas
respondendo a uma evolução da outra.
( ) Acontece quando cada espécie experimenta pressões seletivas de várias outras
espécies e também exerce pressões sobre várias outras espécies.
5. A respeito dos tipos de coevolução assinale a alternativa que corresponde a
coevolução difusa:
a) Quando cada espécie experimenta pressões seletivas de várias outras
espécies
b) Duas espécies evoluem, uma respondendo à outra.
c) Grupos de espécies pertencentes à mesma guilda geram pressões
seletivas recíprocas sobre grupos de espécies de outra(s) guilda(s).
d) Nenhuma das alternativas.
6. O mutualismo acontece quando organismos de duas espécies diferentes se relacionam
de maneira que a associação seja benéfica para ambos. Relacione os tipos de mutualismo
de acordo com a alternativa correta:
(1) mutualismo trófico;
(2) mutualismo defensivo;
(3) mutualismo dispersivo.
( ) Envolve a interação de duas espécies para obtenção de energia e alimentos
( ) interação entre plantas e animais, em que os animais atuam dispersando sementes ou
transportando pólen e ganham em troca alimento, como néctar e frutos.
( ) Interação em que um organismo recebe alimento ou proteção de seu parceiro em troca
de defendê-lo contra seus consumidores.
7. O mutualismo é uma importante relação ecológica entre as espécies, para a
sobrevivência de tais. Essa relação pode ser classificada como:
a) Interespecífica e harmônica.
b) Interespecífica e neutra.
c) Interespecífica e desarmônica.
d) Intraespecífica e desarmônica.
8. De que maneira, os insetos podem se adaptar às toxinas das plantas? Responda de
acordo com os conceitos de coevolução.
9. Com suas palavras, defina EVOLUÇÃO SEQUENCIAL.
10. Qual é a importância da coevolução?