Cap 4 - Ideologias, Sistemas de Crenças e Atitudes

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IDEOLOGIAS,

SISTEMAS DE
CRENÇAS E ATITUDES
Capítulo 4 do livro "Psicologia Social: temas e teorias"

Bárbara Orlandi e Santos (12540822)


Helena Aiko Ishikawa (12540857)
Marcela de Oliveira (12566049) Docente: José Francisco
Rafael Souza Alves (10403616) Miguel Henriques Bairão
INTRODUÇÃO

PERSPECTIVA OBJETIVOS CARACTERÍSTICAS


ORIENTADORA
- Definições claras - Conceito de crença
- Cognitivista - Relações entre as - Aperfeiçoa e
ideias complementa o
trabalho de 2011
IDEIAS
INICIAIS
Uma mesma palavra - conceitos ou ideias distintas

Ciência: necessidade de obter clareza

Inseridos na terminologia psicológica

Ideologia: requer mais cuidado


DUAS PSICOLOGIAS,
DENTRE OUTRAS

Relação entre psicologia e sociologia ao longo


do séc XX
Década de 1970--> desenvolvimento de duas
correntes importantes na psicologia social:
a psicologia social psicologicamente e a
psicologia social sociologicamente
orientada.
Diferenças entre as Perspectiva psicológica
psicologias Pesquisa os processos psicológicos
individuais
Os fenômenos são intrinsicamente
Podem ser encontradas nos
relacionados aos processos biológicos
âmbitos:
pressupostos filosóficos
Perspectiva sociológica
objetos de pesquisa
pesquisa os processos psicossociais
metodologia
Temas se aproximam aos que são
matriz conceitual estudados por cientistas sociais
aplicações dos produtos da interesse pelos processos coletivos de
coesão grupal
investigação científica
Ambas as vertentes tem o
entendimento que as explicações
disponíveis são de natureza
probabilística

Hipóteses probabilísticas apresentam uma


estrutura análoga as das explicações
causais

Distinguem-se apenas no grau de


acerto na previsão de eventos .
IDEOLOGIAS Ideologia - conceito que ainda
carece clareza
Conceitos mal definidos são um
obstáculo para o conhecimento

ÉtienneBonnet de Codillac (1714-1780)


Ideologia é a ciência que reflete sobre a natureza e
funções das sensações na obtenção de ideias e
suas representações na linguagem

Definição:
investigação do processo de formação de ideia e
desenvolvimento de regras dedutivas e indutivas
aplicáveis a obtenção de ideias
Ideologias podem ser
consideradas um efeito da filosofia
do século XVIII Iluminismo
Isso ocorre com dois objetivos:
Ampliação da liberdade humana
formação das sociedades baseadas no
poder político de seus cidadãos

Mudança semântica por Marx e Engels

Ideologia passou a ser a palavra-chave


para o esclarecimento de ideias de sua
teoria
Seria uma interpretação distorcida da
realidade histórica, social, economica e
política, a favor da burguesia
Theodor Geiger (1972)
Ideologia é um argumento supostamente descritivo e
explicativo de fenômenos sociais, mas não constitui em
um conhecimento válido

Karl Mannheim (1972)


Diferença entre ideologia e utopia
ideologias resultam da tentativa de proteger interesses
econômicos, financeiros e políticos
utopias transcendem a ordem social estabelecida,
visando a instalação de condições sociais e políticas
mais humanas e justas
Ideologias são difundidas por meio de instituições
educacionais e meios de comunicação social
são mais eficientes quanto menor for a capacidade analítica daqueles expostos
às mensagens

Mario Bunge (1988)


O pensamento crítico é indispensável para o reconhecimento de ideologias e
pseudociências
importante para psicólogos, pois psicologia é a ciência mais propensa a
adquirir argumentos pseudocientíficos
Frederick Watkins (1966)
Relação entre política e ideologia

Superação ideológica
Racionalistas: propõem a mobilização de recursos lógicos com o objetivo de
filtrar argumentos colocados para fins de discussão ou aprendizagem
eliminar linguagem que revele sua inconsistência lógica
Uma sociedade educada e bem informada é mais provável de reagir
criticamente perante as ideologias
Ideologias cercam e ameaçam os dois objetivos da prática científica

A relação entre ideologia e ciência há duas posições possíveis:


Rendição da consciência individual ao ceticismo, provindo principalmente do
relativismo epistemológico
admissão de que alguma forma de racionalidade seja possível na formulação de
conhecimento

Karl Popper (1902-1994)

Visão do racionalismo crítico:


o conhecimento é possível, mas é gradualmente alcançado mediante um
ininterrupto processo crítico baseado em tentativas de refutação
absorve hesitações céticas e ao mesmo tempo admite ser possível o alcance da
verdade objetiva
ANÁLISE COMPARATIVA

Fatores objetivos Fatores subjetivos


No domínio da consciência
Campo externo a consciência
cinco características
Cinco características:
expressam desejos, necessidade e
linguagem
interesses
são falsas
podem ser parciais ou totais, dependendo da baseiam-se em valores
amplitude do domínio de sua aplicação interligam-se as crenças
alcance é sempre coletivo exercem influência tanto nas experiencias
recebem apoio institucional individuais quanto nas atividades coletivas
substituição das ideologias com o decorrer
do tempo
As ideologias só poderiam deixar de existir se os fatores subjetivos
desaparecessem as pessoas e instituições teriam que ser
inteiramente racionais, desinteressados e infensos a má fé

Por isso é provável que não conseguiremos, individual e coletivamente, nos


livrar das ideologias

O interesse de psicólogos pelo assunto se dá pela necessidade de dispor


de ideias que possibilitem formular explicações funcionais para os
comportamentos coletivos

Ações praticadas por diferentes pessoas que se distinguem sob diversos


aspectos psicológicos, apresentam certa homogeneidade na motivação e
no comportamento objetivo
SISTEMA DE CRENÇAS
Definição de crença:

É qualquer afirmativa feita que tenha sido obtida


mediante experiência própria por uma pessoa
PROBLEMAS
1.Natureza das crenças

2. Metodologia usada para sua investigação


empírica
CENÁRIO ATUAL
Fácil acesso a teorias,
testes e práticas
psicológicas

Pode atrapalhar o
Esclarecimento Tipologia de Myers-Briggs
entendimento da
do público leigo
psicologia científica
IMPORTÂNCIA DAS CRENÇAS
Crenças são investigadas a partir de sua manisfestção
objetiva, pela linguagem oral e escrita

1. Pesquisa correlacional ou experimental


2. Situações práticas
3. Análise de conteúdo
4. Clínica psicológica
Cronbach (1957)
MODELO HIERÁRQUICO DE CRENÇAS
Crenças se diferenciam em opiniões e
convicções de acordo com o grau de
aceitabilidade pessoal

* Duvidamos de opiniões por não sabermos seu


grau de validade, mas resistimos em abandonar
as convicções, pois temos a certeza subjetiva de
que são verdadeiras.
Rokeach (1981)
INFLUÊNCIA DAS CRENÇAS
Influenciam decisões
Orientam condutas sociais
Formulação de projetos futuros
Sentido que atribuímos a nossa existência
ORIGEM DAS CRENÇAS
Todas as crenças têm sua origem
na experiência pessoal, seja interna
ou externa

Interna Externa
Cognição, Sensação e
pensamento, percepção
imaginação e
memória
CLASSIFICAÇÃO CRENÇAS
Função
Tempo
Descritiva: representar
simbolicamente o que pensamos.

Interpretativa: gerar crenças a Objetivo: crenças baseadas no processo


respeito do que foi observado. prático da passagem de tempo - relógios e
Explicativa: Buscar relações calendários. Planejamento e coordenação
funcionais ente VI e VD - "se isso, das atividades individuais e coletivas.
então isso". Subjetivo: a duração do tempo subjetivo
Avaliativa: juízo de valor. depende das características psicológicas
Normativa/Prescritiva: leis, pessoais.
normas de moralidade, ética.
CRENÇAS ANTIGAS X CRENÇAS NOVAS

Crenças já existentes na cognição pessoal


orientam a conduta para uma busca
seletiva de estímulos que guardem alguma
relação com elas, de maneira que isso não
é totalmente consciente.
VALORES
Qualquer ato humano é baseado em
valores, ainda que eles estejam implícitos
na cognição pessoal
São sentimentos significativos que
experimentamos acerca de diversas áreas
da vida: pessoal; social; objetiva;
sobrenatural, que consideramos ideais
PREMISSAS
São proposições a partir das quais são formados os
sistemas de crenças
São assertivas e de caráter geral, possuindo maior
influência quanto maior for a credibilidade dada a
elas

Ex: crença na igualdade dos seres humanos é uma


premissa para várias ideologias contemporâneas
IDEOLOGIAS
Segundo a psicologia social, ideologias são sistemas cognitivos
constituídos de crenças descritivas, avaliativas e prescritivas,
baseados em específicas escalas de valores.

Para a psicologia, a ideologia tem como referência


uma estrutura de crenças subjetivamente acolhida.
Para a sociologia, a ideologia tem como referência um
sistema de crenças socialmente compartilhado, o qual
é transmitido pelos meios de comunicação social.
ATITUDE
Para a psicologia social:

Predomina a versão cognitiva, em que o sentimento é o principal elemento


constitutivo.
"No caminho de nossas experiências sociais, elaboramos uma espécie de
topografia sentimental, que indica a forma bipolar de nossa organização
afetiva".
Nesse sentido, atitudes conferem a cada um uma condição afetiva peculiar,
em que os fenômenos do mundo ali ocorreram como nunca antes, que
influenciam a percepção e a tomada de decisão quanto ao modo de agir em
face do objeto de sentimento.
Portanto, o modo de sentir e ver o mundo varia conforme variarem as
experiências que constituíram cada um.
ENTRE ATITUDES E
CRENÇAS
Pois que não há sentimento sem objeto:
Brota no objeto um aspecto simbólico,
configurado por crenças.
Para isso, representações mentais se
originam de um processo complexo, em
que traça-se uma trajetória de memória
sem compromisso com a verdade;
afinal, o sistema de crenças é, em
origem, um atravessamento rico de
afetos.
ENTRE ATITUDES
E IDEOLOGIAS
Relação Externa:
É uma relação objetivamente manifestada, externa das
atitudes que se formam a respeito das ideologias.

Relação Interna:
Quando ideologias, na condição de sistemas de crenças,
"O simples acaso não pode ser constituem o componente cognitivo das atitudes sociais.
responsável por essas relações. É
mais provável que sejam o resultado
de múltiplos fatores, que acabam por
intervir na aprendizagem social dos
membros de coletividade humana"
A MOTIVAÇÃO PARA
O AGIR
Da fusão entre sentimentos e representações simbólicas, nasce
uma estrutura psicológica mais ou menos estável. Desta, por
sua vez, surge outra estrutura encarrega de afetar a motivação
para o agir.
ESTRUTURA PSICOLÓGICA
DA ATITUDE
Sentimentos
Representações cognitivas
Tendência para a adoção de
condutas

Instalados e combinados
entre si, guardando
consistência.
PRECONCEITOS
São, para a psicologia, definidos sempre como prejudiciais, pois provocam danos, mal-
estar e efeitos socialmente negativos.
Também sustentam-se na estrutura triádica, mas diferem quanto ao processo.
Enquanto para as atitudes os pilares cognitivos, afetivos e de tendência enquadram seu
objeto, para o preconceito esses pilares são avessos ao objeto.
Além disso, vale lembrar que, no preconceito, este objeto avesso é uma coletividade
humana.
A mudança de preconceitos é a mesma que se aplica às atitudes sociais: baseada na
desestabilização da estrutura triádica.
"A demonstração enfática da necessidade do exercício de controle de preconceitos
encontra-se à vista de todas as pessoas alertas e conscientes, que não podem deixar de
perceber que preconceitos continuam a infligir muito sofrimento a pessoas que integram
coletividades humanas malvistas e rejeitadas".
FUNÇÕES DAS
ATITUDES SOCIAIS
1. Função orientadora
2. Função de diferenciação afetiva
3. Expressar ou representar valores
4. Defender nosso ego
SUMÁRIO E
CONCLUSÕES
Ideias extraídas da obra de Sigmund Koch (1992, capítulo 4)

Não negligenciar as Metodologia deve ser O conceito de crença Poder da simbolização é Conjunto: aspectos
questões teóricas. precedida e esta presente na um atributo exclusivo de peculiares a
permanentemente formulação dos demais nossa espécie. personalidade de cada
acompanhada pelo conceitos analisados. (Ernst Cassirer, 1865) pessoa. Não é aceito
pensamento. generalizações

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