Fundamentos Da Orientação, Supervisão e Inspeção Escolar

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 22

FUNDAMENTOS DA ORIENTAÇÃO,

SUPERVISÃO E INSPEÇÃO ESCOLAR


Equipe de Elaboração
Grupo ZAYN Educacional

Coordenação Geral
Ana Lúcia Moreira de Jesus

Gerência Administrativa
Marco Antônio Gonçalves

Professor-autor
Luciano de Assis Silva

Coordenação de Design Instrucional do Material Didático


Eliana Antônia de Marques

Diagramação e Projeto Gráfico


Cláudio Henrique Gonçalves

Revisão
Ana Lúcia Moreira de Jesus
Mateus Esteves de Oliveira

GRUPO ZAYN EDUCACIONAL

Rua Joaquim Pinto Lara,N° 87


2ºAndar – Centro

Piracema –MG

CEP: 35.536-000

TEL: (31) 3272-6646

[email protected]
[email protected]
Boas-vindas

Olá!

É com grande satisfação que o Grupo ZAYN Educacional agradece por


escolhê-lo para realizar e/ou dar continuidade aos seus estudos. Nós do ZAYN
estamos empenhados em oferecer todas as condições para que você alcance
seus objetivos, rumo a uma formação sólida e completa, ao longo do processo
de aprendizagem por meio de uma fecunda relação entre instituição e aluno.
Prezamos por um elenco de valores que colocam o aluno no centro de
nossas atividades profissionais. Temos a convicção de que o educando é o
principal agente de sua formação e que, devido a isso, merece um material
didático atual e completo, que seja capaz de contribuir singularmente em sua
formação profissional e cidadã. Some-se a isso também, o devido respeito e
agilidade de nossa parte para atender à sua necessidade.
Cuidamos para que nosso aluno tenha condições de investir no
processo de formação continuada de modo independente e eficaz, pautado
pela assiduidade e compromisso discente.
Com isso, disponibilizamos uma plataforma moderna capaz de oferecer
a você total assistência e agilidade da condução das tarefas acadêmicas e, em
consonância, a interação com nossa equipe de trabalho. De acordo com a
modalidade de cursos on-line, você terá autonomia para formular seu próprio
horário de estudo, respeitando os prazos de entrega e observando as
informações institucionais presentes no seu espaço de aprendizagem virtual.
Por fim, ao concluir um de nossos cursos de pós-graduação, segunda
licenciatura, complementação pedagógica e capacitação profissional,
esperamos que amplie seus horizontes de oportunidades e que tenha
aprimorado seu conhecimento crítico a cerca de temas relevantes ao exercício
no trabalho e na sociedade que atua. Ademais, agradecemos por seu ingresso
ao ZAYN e desejamos que você possa colher bons frutos de todo o esforço
empregado na atualização profissional, alémde pleno sucesso na sua formação
ao longo da vida.
FUNDAMENTOS DA
ORIENTAÇÃO,
SUPERVISÃO E
GRUPO ZAYN
INSPEÇÃO ESCOLAR EDUCACIONAL

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
EMENTA:

UNIDADE I: COORDENAÇÃO
Fundamentos sociológicos,
PEDAGÓGICA: FUNÇÕES DO
filosóficos, econômicos e
SETOR DE COORDENAÇÃO
políticos que contextualizam a
relação entre educação, Estado
UNIDADE II: SUPERVISÃO
e sociedade; organização do
ESCOLAR, ORIENTAÇÃO
sistema educacional brasileiro
EDUCACIONAL E GESTÃO
aspectos formais e não formais;
ESCOLAR: A CAMINHO DE UMA
sistema escolar – graus e
PRÁTICA INTEGRADORA POR
modalidades de ensino;
UMA ESCOLA MAIS
legislação do ensino;
DEMOCRÁTICA E EFICAZ
paradigmas da educação e da
gestão educacional.

Organização do conteúdo:
Profº Me. Márcio Antônio Rodrigues
SUMÁRIO

UNIDADE I - COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA: FUNÇÕES DO SETOR DE


COORDENAÇÃO ............................................................................................6

UNIDADE II - SUPERVISÃO ESCOLAR, ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E


GESTÃO ESCOLAR: A CAMINHO DE UMA PRÁTICA INTEGRADORA POR
UMA ESCOLA MAIS DEMOCRÁTICA E
EFICAZ............................................................................................................13

REFERÊNCIAS................................................................................................22
UNIDADE I: COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA: FUNÇÕES DO SETOR DE
COORDENAÇÃO

- Participar da elaboração, aplicação e avaliação do PPP e plano anual da


Escola, zelando pelo efetivo cumprimento destes documentos em conjunto com
os demais setores.
- Promover e acompanhar o planejamento, desenvolvimento e avaliação da
atividade docente.
- Organizar calendário letivo anual, garantindo o fiel cumprimento dos dias
letivos, horas aulas e componentes curriculares prescritos pela legislação.
- Atender pais/responsáveis, professores e alunos prestando esclarecimentos
sobre assuntos pertinentes à área pedagógica.
- Acompanhar o processo de matrícula, adaptação de alunos novos,
transferências e desligamentos de alunos.
- Subsidiar e acompanhar o processo de ensino aprendizagem junto ao
professor.
- Estar em sintonia com a Equipe Diretiva nos aspectos de planejar e organizar
jornadas pedagógicas, reuniões de estudo e outros a fim de oportunizar a
qualificação e atualização docente.
- Participar do processo de seleção, formação e avaliação dos professores.
- Orientar professores quanto às metodologias, recursos e preenchimento de
documentos escolares.
- Convocar e preparar reuniões de professores, conselhos de classe, edital de
recuperação e reuniões de pais.
- Manter-se atualizado quanto ao aspecto legal e pedagógico, garantindo o
cumprimento das normas estabelecidas pelo MEC, CNE e Mantenedora.
- Propor e participar da implantação de métodos e sistemas de trabalho
inovadores que venham a contribuir com o processo de ensino-aprendizagem.
- Representar a Escola por delegação da Direção.
Orientação Educacional
O setor de Orientação Educacional possui as seguintes funções:
- Colaborar para a compreensão e para a mudança do comportamento de
educadores e educandos, no processo de ensino aprendizagem, nas relações
interpessoais e nos processos intrapessoais.
- Desenvolver trabalhos com educadores e alunos, visando a explicação e a
superação de problemas.
- Realizar pesquisa, diagnóstico e intervenção individual ou grupal.
- Planejar, executar e/ou participar de projetos que sejam realizados de acordo
com as necessidades apresentadas no contexto escolar.
- Desenvolver programas de orientação profissional, visando o
desenvolvimento do potencial humano, fundamentados numa visão atual do
mercado de trabalho e das relações de trabalho.
- Diagnosticar as dificuldades dos alunos dentro do sistema educacional,
orientar educadores e familiares e, quando necessário encaminhar aos
serviços de atendimento pertinentes em cada caso.
- Buscar sempre uma atuação integrada entre escola e a comunidade.
- Supervisionar, orientar e executar trabalhos na área de psicologia
educacional.
- Colaborar na elaboração e execução das reuniões realizadas com
professores, pais, funcionários...
- Participar da elaboração de planos e políticas referentes ao sistema
educacional juntamente com a equipe diretiva.

Apoio Pedagógico
Funções do Setor de Apoio Pedagógico
- Observar o cumprimento das normas disciplinares, construindo as mesmas
com os alunos, controlando atrasos e saídas antecipadas dos alunos.
- Acompanhar continuamente os casos de indisciplina, mantendo a direção e
demais setores informados deste andamento.
- Realizar atendimento individualizado ao aluno, ouvir e acolher.
- Encaminhar os alunos aos demais setores pedagógicos, sempre que for
necessário.
- Buscar com a família/alunos meios de integração e superação de dificuldades
sejam elas comportamentais disciplinares ou cognitivas.
- Trabalhar com os alunos/comunidade escolar a importância do cumprimento
das normas de convivência, respeito ao próximo e também respeito ao
ambiente escolar/patrimônio.
- Solicitar a presença dos pais na escola, efetuar atendimento e buscar
alternativas para sanar as dificuldades do aluno no cumprimento das normas
de convivência e integração com o grupo.
- Planejar, agendar e organizar de saídas de estudo, recreativas e eventos.
- Atender alunos nos casos de acidentes ou ferimentos simples e
indisposições. Quando emergência, chamar a família e encaminhar para o
atendimento médico.
- Desenvolver um clima harmonioso, valorizando a disciplina, a tolerância, a
cooperação e a amizade.
- Acompanhar e apoiar o desenvolvimento de projetos interdisciplinares,
Integrando família, escola e comunidade.

O Papel Da Supervisão Educacional/Coordenação Pedagógica


O supervisor tem uma atuação muito ampla dentro da escola, sua
presença é fundamental aos que compõem a equipe pedagógica da instituição,
sua imagem vem se firmando positivamente cada vez mais. Antigamente ele
não possuía um campo de atuação e sua função era apenas ser fiscal,
supervisionando e checando tudo que ocorria nas salas de aula. Não se
interessava pelos problemas que ocorriam na instituição e tão pouco sabia
sobre a qualidade do ensino e a didática aplicada pelos professores envolvidos.
Não era bem vindo e aceito em reuniões de professores por não ser
considerado um profissional confiável.
Ao longo dos anos, diante de várias conquistas o papel do
Supervisor atualmente é vista como o principal fator para o sucesso e essencial
para o crescimento do ambiente educacional. O coordenador precisa ter visão,
enxergar além do horizonte. Primeiramente esse profissional é responsável
pelo desenvolvimento de um Projeto Político Pedagógico e por colocar essa
proposta em ação, não mantendo as propostas resumidas apenas em um
papel. Para a elaboração desse P.P.P. ele deve observar que seu trabalho não
se dá isoladamente, assim ele fará um acompanhamento pedagógico com
todos que fazem a escola, ou seja, pesquisará as dificuldades e necessidades
dos docentes, discentes e comunidade, com o intuito de solucionar problemas
e tendo como objetivo o “por em prática” a proposta elaborada e assim a
construção do saber realizar-se-á.
O coordenador em sua atuação na escola, é de agente
transformador e agente formador, ou seja, sua atuação vai muito além do
convívio e relacionamento com os professores, significa ser formador ouvinte
de opiniões, planejando e pondo em execução o dever da escola que é exercer
um papel social; e transformador quando está disposto a inovar e enfrentar
desafios capazes de desencadear um processo de mudança. Assim, as
mudanças são significativas para toda a comunidade escolar (Luzia Orsolon).
Uma outra função do coordenador/supervisor é de ser mediador,
portanto ele vai facilitar o avanço do professor quanto a elaboração da proposta
pedagógica e seu planejamento, buscando os melhores meios de interação
entre os segmentos e estando em plena consciência de que sua atuação é de
forma política, em prol dos anseios da sociedade. É preciso que tenha a
humildade de olhar angustias, dificuldades, etc. É necessário que ele tenha um
olhar atento a perceber as dificuldades do momento e um olhar amplo que
venha a projetar os objetivos e anseios que deseja alcançar. Ele também
precisa saber ouvir antes de julgar, diagnosticar, apreciar e avaliar.
Tanto o olhar atento, como o ouvir ativo são de extrema importância
para que o coordenador desenvolva um excelente trabalho junto a equipe de
professores pois, agindo assim é mais fácil para ele diagnosticar as
necessidades existentes.
Uma das grandes virtudes para a função do supervisor é a
capacidade de estar aberto à sensibilidade. A sensibilidade nos dá uma leveza
ao tão desafiador trabalho de formação, portando consideramos a necessidade
de desconstruir, conceitos hábitos e atitudes já enraizadas. A confiança é
importante para por em prática essa construção transformadora e libertadora,
onde todos possamos nos tornar mais humanos.
A coordenação colabora muito quando é colocada numa postura de
formação, não se julga pronta só porque tem determinado “poder”, nesse caso
cultiva a tão saudável e absoluta necessária consciência da incompletude.
Podemos afirmar que a especificidade da atuação da coordenação
pedagógica são os processos de aprendizagem, onde quer que ocorram.
Enfim, para o trabalho do supervisor com o professor dar certo ambos devem
entender que a relação humana se baseia na crença da possibilidade do outro
e que ninguém é melhor ou superior a ninguém, acreditar que o outro pode
mudar e o que lhe faltou foi afetiva oportunidade, percepção da necessidade.

Coordenação Pedagógica
1 - Considerações Gerais:
O Coordenador Pedagógico é o co-responsável pela construção de
uma equipe escolar coesa, engajada e, sobretudo, convicta da viabilidade
operacional das prioridades consensualmente assumidas e formalizadas na
proposta de trabalho do Colégio. O coordenador irá exercer, no espaço da
autonomia que lhe foi conferida, seu papel de elemento-chave na orientação e
gerenciamento dos resultados do desempenho escolar obtido pelos alunos
frente às ações devidamente planejadas pelos docentes. Na verdade, o
Coordenador Pedagógico no exercício específico de profissional, articulador e
mobilizador da equipe escolar, está vivenciando suas atividades intencionais
voltadas para a melhoria do fazer pedagógico da sala de aula.

2 - Orientação Político-Pedagógica:
Considerando a escola como espaço cultural criado para transmitir
às novas gerações instrumentos de aprendizagens essenciais, temos grande
preocupação com a formação ética dos nossos alunos e formação de
atividades fundados nos quatro pilares da educação: aprender a conhecer,
aprender a fazer, aprender a viver com os outros e aprender a ser. Nesta
perspectiva, desenvolvemos nosso trabalho voltado para uma educação cidadã
que compreende a realização plena do ser humano, respaldado na construção
e reconstrução de conceitos e o fortalecimento de valores indispensáveis para
um convívio saudável e de prosperidade. Para realização e concretização do
processo ensino-aprendizagem é fundamental a co-participação da família em
uma relação de parceria com a escola, para que juntos possam efetivar a boa
qualidade da educação de todos que fazem o Contemporâneo.
3 - Ações Desenvolvidas:
A. Elementos Essenciais da Coordenação Pedagógica
o Elo entre alunos, famílias, professores, orientadores e Direção.
o Elaboração dos componentes curriculares atuando junto aos
professores.
o Integração do corpo docente.
o Estar sempre disponível para prestar qualquer esclarecimento
aos pais.
B. Instrumentos viabilizadores da função Pedagógica
o Incentivar os docentes em um trabalho de equipe.
o Incrementar um trabalho coletivo, coerente e articulado com a
proposta pedagógica do colégio.
o Acompanhar os docentes na elaboração dos planos de ensino
subsidiando-os com indicadores que fazem parte dos
componentes curriculares.
o Orientar os procedimentos de avaliação definidos pelo colégio,
com vistas à implementação de um processo de aprendizagem
contínuo.
o Motivar e organizar os alunos para o reforço e recuperação de
estudos necessários a uma boa melhoria da aprendizagem
o Orientar o corpo docente na utilização dos espaços físicos e uso
das bibliotecas, laboratórios, equipamentos e materiais didáticos
disponíveis na escola.
o Divulgar e facilitar o acesso dos docentes a novas metodologias e
recursos tecnológicos.
C. Instrumentos viabilizadores da função Pedagógica
o Acompanhar o desenvolvimento dos conteúdos e projetos
planejados pela equipe docente.
o Sugerir a equipe docente alternativas de atividades que
favoreçam uma melhoria na aprendizagem principalmente nos
aspectos detectados e observados como dificuldade.
o Conversar e discutir sempre que necessário, com a equipe
docente, as questões pertinentes ao desempenho escolar/aluno.
É importante mencionar que a Coordenação Pedagógica possui
funções múltiplas e significativas que se desenvolvem como:

o Preventiva: Consiste em acompanhar o processo pedagógico, a


fim de obtermos resultados positivos na melhoria do ensino-
aprendizagem
o Construtiva: Auxiliar o docente a superar suas dificuldades de
maneira positiva e cooperativa
o Criativa: Estimular a iniciativa do docente, buscar novos
caminhos, pesquisar e criar novos recursos do ensino
Enfim, o apoio pedagógico acompanha de perto o trabalho de rendimento
escolar, atentando para uma boa relação entre professor e aluno, lançando
mão de recursos que visam sempre trazer para a equipe docente / discente o
que há de mais novo na educação através de reuniões bimestrais, assessorias
externas e capacitação docente
Orientação Educacional
As atividades da Orientação Educacional no Colégio Contemporâneo
consistem em acompanhar o aluno em seu processo de desenvolvimento
frente às grandes mudanças encontradas continuamente no seu dia a dia, com
a finalidade de levá-lo a um maior conhecimento de si próprio, para que possa
ajustar-se harmoniosamente ao seu meio social, familiar e escolar.
As ações do nosso Serviço de Orientação Educacional se
contextualizam a partir das necessidades colocadas pelos professores das
várias disciplinas e na busca de estratégias de atuação que partem de estudos
preliminares da realidade escolar para, a partir daí, ser capaz de promover a
integração dos meios necessários para a qualidade das relações interpessoais
na escola, de modo a tornar possível o estabelecimento dos vínculos afetivos
primordiais ao processo ensino-aprendizagem..
Sendo assim, o S.O.E. Contemporâneo acompanha e dá suporte
aos alunos no desenvolvimento afetivo, cognitivo e comportamental; é um
serviço de apoio, não apenas para acompanhamento do rendimento escolar e
da frequência, mas, atua de uma forma ampla para contribuir na formação
integral dos alunos
UNIDADE II: SUPERVISÃO ESCOLAR, ORIENTAÇÃO
EDUCACIONAL E GESTÃO ESCOLAR: A CAMINHO DE UMA PRÁTICA
INTEGRADORA POR UMA ESCOLA MAIS DEMOCRÁTICA E EFICAZ

Inicialmente os educadores eram considerados um profissional missionário,


pois a docência em sua maioria era exercida por religiosos como os Jesuítas,
que tinham como finalidade a catequização, utilizando-se de manuais
elaborados que continham duas vertentes fundamentais: “[...] um corpo de
SABERES e TÉCNICAS, entendidos como um saber pedagógico, e um
conjunto de NORMAS e VALORES, posteriormente incorporados pelo Estado e
pelas instituições escolares”. (URBANETZ e SILVA, 2008, p.38). Nesse
sentido, os professores foram caracterizados historicamente por ser um
profissional missionário, ditos como detentores do saber, tento como função a
formação moral, social, espiritual, além de transmitir e produzir o saber. Neste
período quem coordenava e controlava o sistema educacional era o clero.

Somente no final do século XVII foi promulgada no Brasil a profissão docente,


surgindo cursos específicos para sua formação. Nesse período os profissionais
docentes passam a ser reconhecidos como profissionais do Estado,
(URBANETZ e SILVA, 2008). Com o desenvolvimento da sociedade, a
instituição escolar, bem como a formação docente acompanhou o
desenvolvimento do setor produtivo, com a evolução da sociedade e o
surgimento do capitalismo houve a necessidade de remodelação da instituição
educacional, pois esta deveria formar mão de obra qualificada para ingressar
no mercado de trabalho.
Neste sentido foram criados os cursos de qualificação profissional, “Escola
tecnicista. Com criação da escola surge a função de inspetor de ensino, agora
chamada de “supervisor escolar”, que inicialmente tinha como função a
inspeção da prática docente. Esses profissionais eram representantes
governamentais e se encarregavam de fiscalizar os procedimentos
administrativos e pedagógicos. Como ressalta Urbanetz e Silva (2008, p.42):
Inicialmente, a supervisão apareceu como uma força disciplinadora “dentro de
uma linha de inspecionar, reprimir, checar e monitorar”. Essas funções foram
paulatinamente se modificando, passando por controle comportamental em
busca da liderança no processo educativo até a superação da simples tarefa de
fiscalização para, então, se tornar supervisor escolar.

Segundo Néreci (apud URBANETZ e SILVA, 2008) a supervisão escolar


passou por três importantes fazes, sendo essas a “fiscalizadora”, que se
confunde com inspeção escolar, sendo sua atuação preocupada com o
cumprimento de prazos e leis. A seguinte fase foi a “construtiva”, que se
preocupava com o trabalho de orientação dos professores, corrigindo supostas
falhas e orientando-os sobre os procedimentos a serem seguidos. A terceira e
atual fase é a “criativa”, em que houve a separação da supervisão escolar da
inspeção escolar, buscando a direção do aperfeiçoamento das pessoas
envolvidas no processo de ensino-aprendizagem.

Com referência a orientação educacional, podemos dizer que sua trajetória


não foi diferente, surgindo da necessidade de se especializar o trabalho
docente e de organizar o trabalho escolar, iniciando-se aos moldes da
especialização do mundo do trabalho, tendo como principio uma orientação
educacional tecnicista (URBANETZ e SILVA, 2008). Ainda segundo as autoras
(2008, p. 43):

[...] Com o aparecimento da ideia de orientação vocacional, corrobou-se dentro


da instituição escolar a visão tecnicista de encontrar o homem certo para o
lugar certo. Sua linha mestre, o “aconselhamento, visando direcionar as
crianças e jovens ao mundo do trabalho ao mundo do trabalho de maneira
adequada e conformada.

O trabalho do orientador utilizando-se dessa concepção, não dava conta de


todas as relações e de todos os problemas vivenciados no espaço escolar.
Portanto a partir de 1980, houve várias discussões acadêmicas em todos os
setores sociais, com o objetivo de remodelar e articular o trabalho pedagógico,
buscando a democratização do sistema de ensino, deixando a postura técnica
especializada ao compromisso político, atingindo a sua maturidade, deixando o
conteudismo em busca de um conteúdo articulado e interdisciplinar.

No movimento histórico por que passaram os especialistas da educação, desde


a formação generalista (talvez uma tentativa de esvaziamento histórico, político
e teórico), chegou-se a um trabalho articulado e à formação do pedagógico
unitário. (URBANETZ e SILVA, 1998, p. 45)

A Supervisão Escolar e a Orientação Educacional é, na atualidade, dois


segmentos da escola que se responsabilizam pela articulação das ações
pedagógicas, na busca pela construção e execução do planejamento escolar,
do cumprimento da grade curricular, buscando a adequação da aprendizagem
às demandas sociais da comunidade local. Essa articulação precisa ser de
forma coletiva e, é aí que o supervisor escolar e o orientador educacional,
entendidos aqui como pedagogos, precisam integrar seu trabalho na busca de
unidade escolar, para que todos os envolvidos na comunidade escolar se
desenvolvam e possam participar do desenvolvimento geral da instituição e de
sua clientela, sempre associando a teoria com a prática.

Para isso, esses profissionais precisam ter claro como deve ser sua atuação
e quais seus papéis na escola. Sobre o papel do pedagogo, Urbanetz e Silva
(2008) afirmam que eles precisam desenvolver competências como: assumir o
processo de ensino enquanto mediação pedagógica, superar o discurso
pedagógico do falar para o entender, conhecer e utilizar estratégias de ensinar
a pensar no sentido de formação humana, buscar a compreensão crítica dos
conteúdos como saberes históricos, promover a interação humana entre todos
os envolvidos no processo educativo de forma coletiva, investir
permanentemente na atualização científica, pedagógica e cultural dos
membros da escola na sua formação, incluir a perspectiva afetiva no exercício
profissional, considerar a ética no trabalho escolar, estar atento às novas
tecnologias de comunicação e informação buscando seu emprego em função
de melhorias na prática pedagógica.

Dessa forma, muitos são os atributos do supervisor escolar e do orientador


educacional. Além desses atributos, eles ainda precisam entender que cada
realidade apresenta características próprias, onde cada caso é um caso
diferente e, nessas condições, eles precisam atuar tomando decisões e
planejar ações eficientes e eficazes. Saviani (2002, p. 14) afirma que “se
entende a supervisão e a orientação como a ação de velar sobre alguma coisa
ou sobre alguém a fim de assegurar a regularidade de seu funcionamento ou
de seu comportamento”.

O Pedagogo (supervisor e orientador) atual precisa ser um observador da


realidade escolar ressignificando seu trabalho através da pesquisa do cotidiano
da comunidade onde sua escola está inserida para que possa realizar um
trabalho de qualidade. Medina (2002, p. 51) afirma que:

[...] é indispensável a ação de um profissional que, além de possuir


competência teórica, técnica humana, política, disponha de tempo necessário
para tornar possível a relação entre vivencias dos alunos fora da escola e o
trabalho do ensinar e aprender na escola. Esse profissional é o pedagogo, que
define sua função pedagógica quando contribui para a melhoria do processo de
ensinar e aprender por meio de ações que articulam as demandas dos
professores com os conteúdos e as disciplinas.

Dessa forma, o supervisor escolar e o orientador educacional, no contexto


atual, precisam juntos verificar, analisar e buscar novas propostas de
ressignificação do papel da escola, objetivando, através das ações
pedagógicas, reflexos positivos na qualidade de ensino ofertada pela instituição
de forma coletiva e democrática. Ferreira (apud RANGEL, 2002, p. 09) alerta
que:

O trabalho dos profissionais da educação – em especial da supervisão


educacional – é traduzir o novo processo pedagógico em curso na sociedade
mundial, elucidar a quem ele serve, explicitar suas contradições e, com base
nas condições concretas dadas, promover necessárias articulações para
construir alternativas que ponham a educação a serviço do desenvolvimento de
relações verdadeiramente democráticas.

Para que o supervisor escolar e o orientador educacional desenvolvam o


trabalho da forma descrita por Ferreira, é necessário que esses profissionais
pesquise constantemente, não apenas conteúdos específicos de sua área, mas
em conjunto, e divulgue os resultados de sua pesquisa junto aos professores,
expondo suas posições e pontos de vistas, colhendo do grupo outras
informações e sugestões que possam auxiliar no desenvolvimento das ações
pedagógica junto aos professores e alunos, visando a integração entre todos
os segmentos escolares.

Para isso, precisam desenvolver suas funções em ajudar a reelaborar e


colocar em prática o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, orientando
nas questões pedagógicas e atuando na formação continuada dos docentes.
Dessa forma, o supervisor escolar e o orientador educacional fazem a
transposição dos referenciais teóricos para as ações práticas escolares.

Devem eles ainda refletir sobre a didática e metodologia de sala de aula,


estudando e usando os conhecimentos teóricos com o objetivo de fundamentar
o fazer docente na prática. Para isso, esses profissionais precisam apresentar
as seguintes características: auxiliador, orientador, dinâmico, acessível,
eficiente, capaz, produtivo, apoiador, inovador, integrador, cooperativo,
facilitador, criativo, interessado, colaborador, seguro, incentivador, atencioso,
atualizado, com conhecimento e amigo (SANTOS, 2004). Além dessas
características, Medina (2002, p. 102) afirma que o trabalho do Supervisor
escolar e do orientador educacional:

[...] é uma atuação de grupo que acontece com os professores e demais


setores da escola, especialmente o de Orientação Educacional (SOE). Por ser
grupal, o trabalho exige o exercício constante do pensar, do descobrir e do
saber o modo de avançar nas ações e também o de recuar. Esse trabalho
requer estudo, dedicação e se constrói no fazer diário da escola (por isso,
nunca se sabe como fazê-lo, ‘não tem receita’), o que permite olhá-lo de
diversas maneiras (lados). Em suma, caracteriza-se como um trabalho
administrativo-burocrático que transcende o conhecimento puro e simples da
sala de aula (só o conhecimento docente não é suficiente para ser supervisor).

Os atos pedagógicos e os atos administrativos de uma escola estão


estreitamente ligados, uma vez que o diretor está exercendo funções
administrativas em virtude das ações pedagógicas, pois o objetivo principal da
escola é o ensino e a aprendizagem. Raphael (2003, p. 20) afirma que:

É necessário ponderar que, para atender às necessidades da escola, o


supervisor não pode abandonar, em momento algum, sua intenção
pedagógica, que está ligada ao instrumental para a construção do
conhecimento, essência da escola. Este pedagógico, entretanto, está
diretamente associado, pode-se até dizer dependente de uma organização do
ensino, algo de caráter tipicamente administrativo. Para cumprir o caráter
pedagógico de sua função, creio que o supervisor necessita de um vasto
conhecimento da Administração Escolar, no sentido de dominar critérios de
organização da instituição escolar, para garantir seu bom funcionamento
pedagógico.

Mediante esse contexto, o diretor também precisa conhecer os princípios da


supervisão escolar e orientação educacional, uma vez que os atos
administrativos refletem nos atos pedagógicos e vice-versa. Raphael (2003),
ainda afirma que as ações pedagógicas e as ações administrativas devem
funcionar de forma harmônica, pois é o funcionamento de cada uma dessas
ações é que garantem o funcionamento orgânico do sistema. Desse enfoque
de organização do sistema é que emana a possibilidade de uma escola
funcionar de forma democrática, organizada, com competência pedagógica,
adequada aos fins a que se propõe e à clientela que dela necessita.

Essa é a concepção de instituição escolar que se faz necessária para atender


as demandas atuais de educação. Uma instituição que seja capaz de
desenvolver a criatividade, estabelecendo relações entre teoria e prática.
Dessa forma, o supervisor escolar e orientador educacional que pensar a
escola, como instituição social e espaço para aquisição de conhecimento, que
precisa ser repensada de forma dialética, certamente proporcionará um novo
espaço, diferentemente do espaço escolar que, de acordo com a história da
educação, teve ocupação e características do controle e do refúgio burocrático.
(MEDINA, 2002).

O pedagogo que trabalha dando enfoque a esta visão de instituição escolar,


de forma democrática participativa e coletiva, será capaz de junto com os
demais profissionais da escola, transformar a realidade educacional de sua
comunidade escolar. Para isso, ele precisa sempre pensar no fator primordial
no desenvolvimento de suas funções: priorizar as ações educativas tanto com
relação ao desenvolvimento do trabalho docente como a aprendizagem do
aluno, fazendo as articulações necessárias, uma vez que estes (docentes e
alunos) são seus objetos de trabalho e é para eles que suas ações devem
estar voltadas.

É importante destacar que, segundo Urbanetz e Silva (2008), por mais que a
figura do pedagogo tenha surgido de um decreto, foi a realidade que acabou
por criar esse profissional. Diante disso está a necessidade de articulação
permanente do trabalho dele com a realidade, pois a mesma vai se
transformando pela ação humana e essa transformação aparece também nas
atividades profissionais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho do supervisor escolar e do orientador educacional surgiu da


necessidade da sociedade durante a história da formação dos profissionais da
educação, que se inicia com a educação jesuítica e perpetua até os dias de
hoje. A fragmentação dessa área da educação aconteceu em virtude da
revolução industrial e do trabalho como produção de bens e de capital,
surgindo disso o proletariado.
Dessa forma, assim como na indústria, encontrar a pessoa certa para o
trabalho certo foi o eixo chefe nessa fragmentação. Importante se faz entender
que esse trabalho não pode se manifestar, nos dias atuais, de forma
fragmentada, ou seja, o supervisor escolar se envolver apenas com os
professores e o orientador educacional, apenas com os alunos. Hoje, diante da
escola necessária para atender as demandas educacionais e sociais vigentes,
o trabalho precisar acontecer de forma integrada, não apenas entre esses dois
profissionais, mas sim, em conjunto com todos segmentos da escola,
principalmente com o diretor, professores e alunos.

O Projeto Político Pedagógico da escola e o currículo devem ser estruturados


e desenvolvidos de forma coletiva, contando com a participação de todos os
segmentos da instituição escolar para garantir a unidade, a eficácia e o alcance
dos objetivos, que é o desenvolvimento intelectual dos educandos. Nesse
sentido, a articulação entre gestão escolar, supervisor escolar e orientador
educacional é o ápice de suas ações, independente se elas são administrativas
ou pedagógicas, pois todas estão relacionadas ao desenvolvimento do trabalho
docente, administrativo e de supervisão e orientação escolar e influenciam
direta ou indiretamente no desenvolvimento da aprendizagem dos educandos.

Essa articulação entre todos os profissionais da educação é papel do


supervisor escolar e do orientador educacional e deve ter como objetivo
principal vencer os desafios surgidos na escola, como local de aprendizagem e
acesso de diferentes culturas, níveis e classes sociais. Para isso, esses
profissionais precisam compreender que sua função é de natureza complexa e
necessitam buscar constantemente a coletividade, uma vez que é constituidora
das possibilidades do desenvolvimento e da realização dos seres humanos.

Acreditamos que, com o desenvolvimento desse trabalho, conseguimos


compreender um pouco mais sobre o papel do supervisor escolar e do
orientador educacional na busca pela integração do trabalho pedagógico.
Porém, vários outros questionamentos surgiram sobre essa ação que
apresenta diferentes contextos dependendo da realidade da comunidade
escolar. Sentimos necessidade de pesquisar, na prática, mediante entrevista e
observação de campo, como essa integração acontece, o que seria tema para
um novo trabalho, talvez uma monografia de conclusão de curso.

Como sugestões, entendemos que essa articulação só poderá acontecer


efetivamente perante o trabalho coletivo e articulado entre todos os segmentos
que compõem a instituição escolar. Onde o Pedagogo participe ativamente na
organização do trabalho educacional como reformulação e execução do PPP e
do Currículo de forma integrados e assume a gestão escolar como sua função
primordial, auxiliando o diretor escolar a sistematizar as atividades de apoio
técnico-administrativo abrangendo os serviços de secretaria, promovendo
assim a articulação do trabalho docente e de gestão, o que refletirá diretamente
no desenvolvimento do trabalho escolar e do aluno.
REFERÊNCIAS

FELIX, M. de F. Administração escolar: um problema educativo ou


empresarial. 4.ª ed. São Paulo: Cortez, 1989.

FERREIRA, N. S. C. Gestão democrática da educação: atuais tendências,


novos desafios. São Paulo: Cortez, 1998.

OLIVEIRA, D. A. & ROSAR, M. Fátima F. Política e gestão da educação. Belo


Horizonte: Autêntica, 2002.
PARO, V. H. Administração escolar: introdução a crítica. São Paulo: Cortez,
1986.
_______ Gestão democrática da escola pública. São Paulo: Ática, 2001.
VEIGA, I. Passos (et al.) Escola: espaço de projeto político-pedagógico.
Campinas: Papirus, 1998.

Você também pode gostar