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Tema 11.medidas Cautelares Pessoais

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MEDIDAS CAUTELARES

PESSOAIS
DIREITO PROCESSUAL PENAL II

Prof. Guilherme Roman Borges


1 CARACTERÍSTICAS
PROPORCIONALIDADE

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste título deverão ser aplicadas
observando-se a:
I – necessidade para a aplicação da lei penal, para investigação ou a instrução
criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações
penais;
II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias de fato e condições
pessoais do indiciado ou acusado.
1 CARACTERÍSTICAS

2. CONTRADITORIEDADE

§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz,


ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte
contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada de cópia do
requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os casos
de urgência ou de perigo deverão ser justificados e fundamentados em decisão que
contenha elementos do caso concreto que justifiquem essa medida excepcional.

Audiência de Custódia
1 CARACTERÍSTICAS

3. EXCEPCIONALIDADE

§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua
substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste código, e o não
cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de
forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma
individualizada.
1 CARACTERÍSTICAS

4. CUMULATIVIDADE

§1º As medidas cautelares poderão ser impostas isoladas ou cumulativamente.


(Evidentemente isto não vale para a prisão preventiva).
1 CARACTERÍSTICAS

5. JURISDICIONALIDADE

Art. 282. As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das
partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da
autoridade policial ou mediante requerimento do ministério público.

*Salvo no caso de fiança concedida por delegado


2 PRISÃO Prisão em flagrante (prisão
PROCESSUAL precautelar e não tem aptidão para
subsistir autonomamente);
OU PRISÃO Prisão preventiva;
PROVISÓRIA Prisão domiciliar;
Prisão temporária (prevista na Lei nº
7.960/89 e na Lei nº 8.072/90).
PRESSUPOSTOS DO ATO PRISIONAL
NECESSIDADE DE ORDEM JUDICIAL FUNDAMENTADA, SALVO NO CASO DA
PRISÃO EM FLAGRANTE.

Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado.
Parágrafo único. O mandado de prisão:
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais
característicos;
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.
PRESSUPOSTOS DO ATO PRISIONAL
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso,
logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da
diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar,
não souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada
por duas testemunhas.
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará a
prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver
expedido o mandado, para a realização de audiência de custódia.

A PRISÃO DEVE RESPEITAR A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO. (ART. 283, § 2º,


DO CPP E LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE)
PRESSUPOSTOS DO ATO PRISIONAL
EMPREGO MODERADO DE FORÇA, SALVO A INDISPENSÁVEL NO CASO DE
RESISTÊNCIA OU TENTATIVA DE FUGA

Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de
resistência ou de tentativa de fuga do preso.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em
flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que
o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a
resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os atos
médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de
parto, bem como em mulheres durante o período de puerpério imediato.
PRESSUPOSTOS DO ATO PRISIONAL
NECESSIDADE DE COMUNICAÇÃO DA PRISÃO AO JUIZ, AOS FAMILIARES OU
A QUEM O ACUSADO INDICAR, AO MINISTÉRIO PÚBLICO E À DEFENSORIA
PÚBLICA (QUANDO O ACUSADO NÃO INDICAR ADVOGADO).
IMPOSSIBILIDADE DE PRISÃO CINCO DIAS ANTES DA ELEIÇÃO E ATÉ 48
HORAS DEPOIS, SALVO EM FLAGRANTE OU EM VIRTUDE DE SENTENÇA
CONDENATÓRIA POR CRIME INAFIANÇÁVEL TRANSITADA EM JULGADO
(ART. 236, LEI 4.737/65).
RECOLHIMENTO EM ESTABELECIMENTOS DIVERSOS DO CUMPRIMENTO DA
PENA
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já
estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal.
RECOLHIMENTO DIFERENCIADO DOS PRESOS
ESPECIAIS
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão
antes de condenação definitiva:
I - os ministros de Estado;
II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os
prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia;
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembleias Legislativas dos Estados;
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
VI - os magistrados;
VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;
VIII - os ministros de confissão religiosa;
IX - os ministros do Tribunal de Contas;
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de
incapacidade para o exercício daquela função;
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos.
§ 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da
prisão comum.
PRISÃO EM FLAGRANTE (Art. 301 e ss. CPP)
Trata-se de uma medida precautelar, pois serve exclusivamente para preparar a
decretação de uma prisão preventiva ou de outras medidas cautelares pessoais.
A prisão em flagrante é uma medida administrativa, de jurisdicionalização
postergada.
Além de preparar a decretação de outras medidas cautelares, tem por finalidade
evitar a prática criminosa ou deter o seu autor, proteger a prova da materialidade
do crime e da autoria .
A prisão em flagrante é um ato complexo, que possui no mínimo quatro
momentos: (a) a prisão captura; (b) a lavratura do auto de prisão em flagrante; (c)
a prisão detenção e (d) judicialização.
SITUAÇÕES QUE ADMITEM A PRISÃO EM
FLAGRANTE, PREVISTAS NO ART. 302

I – quando alguém está cometendo a infração; (flagrante próprio)


II – quando alguém acaba de cometer o crime; (flagrante próprio)
III – quando alguém é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou
por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração (quase
flagrante ou flagrante impróprio)
IV – quando alguém é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas,
objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor do delito (flagrante
presumido).
Flagrante preparado ou provado: é aquele em que ocorre a prisão porque um agente
provocou, instigou, induziu a prática do crime (normalmente um policial). Trata-se de
situação de crime impossível – Súmula 145 STF.

Flagrante esperado: não se confunde com o preparado. Neste caso, diante da notícia de
que um crime poderá ser praticado, a polícia toma as providências para prender em
flagrante aquele que irá cometer o crime. A polícia vigia o local do crime e espera que o
agente espontaneamente o pratique.

Flagrante diferido ou retardado: Ação controlada.

Flagrante nos crimes permanentes – enquanto não cessar a permanência

Flagrante nos crimes habituais: os crimes habituais são compostos por uma série
reiterada de atos (ex. exercício ilegal da medicina). Neste caso, o flagrante seria
impossível.
REGRAS GERAIS
Qualquer pessoa pode realizar a prisão em flagrante, mas a autoridade policial
tem o dever de realizá-la (salvo nos casos de flagrante diferido autorizado pelo
juiz, de acordo com as Leis nº 12.850/13 e 11.343/06)
A competência para lavratura do auto de prisão em flagrante será realizada pela
autoridade policial do local em que ocorrer a prisão captura.
As formalidades para a lavratura do auto de prisão em flagrante estão previstas
nos arts. 304 e 305, do CPP.
Devem ser ouvidos o condutor (salvo se o crime for praticado na presença ou
contra a autoridade que tem competência para lavrar o flagrante – policial ou
juiz), duas testemunhas presenciais e o conduzido. Se não houver testemunhas
presenciais (mais seguro), podem ser ouvidas testemunhas de apresentação.
REGRAS GERAIS
Tem-se entendido que o condutor pode servir de testemunha, o que contraria o
disposto no art. 304, CPP.
*Se o preso não souber ler ou se recusar a assinar, o auto deverá ser assinado
por duas testemunhas que presenciaram a leitura do auto. (estas testemunhas
não se confundem com as presenciais e nem com as de apresentação).
O conduzido pode valer-se do seu direito ao silêncio (art. 5º, LXIII, CF)
Na lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a
existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome
e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela
pessoa presa.
Os depoimentos devem ser tomados em peças distintas, ou seja um termo para
cada um a fim de permitir a liberação dos ouvidos antes da lavratura do auto.
REGRAS GERAIS
As formalidades do auto são requisitos essenciais e a sua inobservância pode
acarretar a sua nulidade.
A autoridade policial somente mandará recolher o indivíduo à prisão, se depois
da ouvi-lo entender que há fundada suspeita contra este, isto é, um juízo de
probabilidade quanto a autoria e a existência de infração (será lavrado o auto e o
conduzido não será recolhido à prisão)
No prazo máximo de 24 horas, a autoridade policial deverá fornecer ao preso a
nota de culpa.
Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado
ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe
o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
REGRAS GERAIS
Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e
quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de
custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da
Defensoria Pública e o membro do Ministério Público,
A não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará
também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem
prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva.
(Posicionamento mitigado pelo STJ, que entende que não é nula a prisão
preventiva, quando decretada fundamentadamente sem audiência de custódia).
O STF entende que a ausência de audiência de custódia não é por si só
suficiente para ensejar nulidade da prisão preventiva.
REGRAS GERAIS
Porém, é preciso lembrar que o Ministro Fux suspendeu a obrigatoriedade da
audiência de custódia prevista no pacote anticrime.
As audiências de custódia devem ser presenciais, inclusive na pandemia, como
reafirmou o CNJ na Recomendação 62/2020 a partir da leitura da Resolução
213/2015.
Na audiência de custódia, a autoridade judicial entrevistará a pessoa presa em
flagrante, devendo:
I - esclarecer o que é a audiência de custódia, ressaltando as questões a serem
analisadas pela autoridade judicial;
II - assegurar que a pessoa presa não esteja algemada, salvo em casos de resistência
e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia,
devendo a excepcionalidade ser justificada por escrito;
III - dar ciência sobre seu direito de permanecer em silêncio;
REGRAS GERAIS

IV - questionar se lhe foi dada ciência e efetiva oportunidade de exercício dos


direitos constitucionais inerentes à sua condição, particularmente o direito de
consultar-se com advogado ou defensor público, o de ser atendido por médico e o
de comunicar-se com seus familiares;
V - indagar sobre as circunstâncias de sua prisão ou apreensão;
VI - perguntar sobre o tratamento recebido em todos os locais por onde passou
antes da apresentação à audiência, questionando sobre a ocorrência de tortura e
maus tratos e adotando as providências cabíveis;
REGRAS GERAIS
VII - verificar se houve a realização de exame de corpo de delito, determinando sua
realização nos casos em que:
a) não tiver sido realizado;
b) os registros se mostrarem insuficientes;
c) a alegação de tortura e maus tratos referir-se a momento posterior ao exame
realizado;
d) o exame tiver sido realizado na presença de agente policial, observando-se a
Recomendação CNJ 49/2014 quanto à formulação de quesitos ao perito;
VIII - abster-se de formular perguntas com finalidade de produzir prova para a
investigação ou ação penal relativas aos fatos objeto do auto de prisão em flagrante;
IX - adotar as providências a seu cargo para sanar possíveis irregularidades;
REGRAS GERAIS

X - averiguar, por perguntas e visualmente, hipóteses de gravidez, existência de filhos


ou dependentes sob cuidados da pessoa presa em flagrante delito, histórico de doença
grave, incluídos os transtornos mentais e a dependência química, para analisar o
cabimento de encaminhamento assistencial e da concessão da liberdade provisória, sem
ou com a imposição de medida cautelar.
REGRAS GERAIS
Então, decidirá:
I - relaxar a prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes
do art. 312, deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares
diversas da prisão; ou
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em
qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III, do caput do art. 23 do Decreto-Lei
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder
ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os
atos processuais, sob pena de revogação.
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa
armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade
provisória, com ou sem medidas cautelares.
PRISÃO PREVENTIVA (Art. 312 e ss. CPP)
DEFINIÇÃO
A prisão preventiva somente será decretada pela autoridade judiciária, a
requerimento do MP, do querelante ou assistente da acusação e por representação
da autoridade policial, desde que não seja possível decretar outra medida cautelar.

PRESSUPOSTOS PARA DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA


a) Prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria (fumus delicti
comissi);
b) Perigo gerado pela liberdade do agente (periculum libertatis)

PRESSUPOSTO NEGATIVO
Não ter o agente praticado a conduta albergado por uma excludente (art. 314, CPP)
PRISÃO PREVENTIVA (Art. 312 e ss. CPP)
Garantia da ordem pública

Garantia da ordem econômica

Para assegurar a aplicação da lei penal


Fatos concretos que indicam a possível fuga do indiciado ou acusado.

Por conveniência da instrução processual


Destruição de provas
PRISÃO PREVENTIVA (Art. 312 e ss. CPP)
REQUISITOS OU HIPÓTESES DE ADMISSIBILIDADE
a) Crime doloso punido com pena privativa máxima superior a 4 anos;
- Concurso de crimes: Somatória
- Crime continuado e Concurso formal: maior aumento e menor diminuição.
- Não se leva em consideração agravantes e atenuantes.
b) Se tiver sido condenado por outro crime doloso em sentença transitada em julgado;
Reincidência específica
c) Quando houver dúvida sobre a identidade (neste caso a identificação revoga
imediatamente a prisão preventiva)
d) Quando o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência.
PRISÃO PREVENTIVA (Art. 312 e ss. CPP)

FUNDAMENTAÇÃO (Art. 315)


a) O juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos
que justifiquem a aplicação da medida adotada.
b) Não será considerada fundamentada, quando: :
I – limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar
sua relação com a causa ou com a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
PRISÃO PREVENTIVA (Art. 312 e ss. CPP)
FUNDAMENTAÇÃO (Art. 315)

III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;


IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese,
infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V – limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos;
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela
parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação
do entendimento.
PRISÃO PREVENTIVA (Art. 312 e ss. CPP)
PRAZOS
Na maioria dos procedimentos, somatória dos prazos acima discriminados, o prazo mínimo
para o encerramento do processo é de 110 (cento e dez) dias. Porém, a depender das
peculiaridades do caso concreto, esse prazo pode chegar a 190 (cento e noventa) dias.
Revisão da necessidade de sua manutenção a cada 90 dias.

RELAXAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA


a) Por excesso de prazo
b) Quando a infração não admite a sua decretação
c) Apresentação da identidade

REVOGAÇÃO
a) Quando não subsistirem mais as situações que autorizaram sua decretação
PRISÃO DOMICILIAR
Lei de Execução Penal (art. 117)

Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência


particular quando se tratar de:
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
II - condenado acometido de doença grave;
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV - condenada gestante.
PRISÃO DOMICILIAR
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável
por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que:
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.

O juiz exigirá provas dessas situações – Inversão do ônus

Normalmente, será cumulada com o monitoramento eletrônico.

Essa prisão admite saídas temporárias autorizadas pelo juiz, podendo ser determinado o
acompanhamento por escolta.
PRISÃO TEMPORÁRIA
DEFINIÇÃO
Trata-se de prisão decretada pela autoridade judiciária na fase de investigação preliminar, a
pedido da autoridade policial ou do MP, com prazo preestabelecido, para a obtenção de
elementos referentes à autoria e materialidade das infrações previstas na lei.
PRAZO
5 dias, prorrogáveis por mais 5 dias. Na Lei dos Crimes Hediondos, 30 dias, prorrogáveis por
mais 30 dias.
PRESSUPOSTOS
a) quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
b) quando o indiciado não tiver residência fixa
ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
b) houver fundadas razões da autoria nos crimes previstos no art. 1º, III, da referida Lei e na
Lei dos Crimes Hediondos.
PRISÃO TEMPORÁRIA
DIREITOS DO PRESO TEMPORÁRIO

a) Prisão separada dos demais detentos

b) Exame de lesões corporais

*NOS CASOS DE PRISÃO PROCESSUAL, SERÁ OPERADA A DETRAÇÃO DA PENA.


MEDIDAS A) Comparecimento periódico em juízo, para informar
justificar suas atividades.
CAUTELARES Para assegurar a aplicação da lei penal e garantir a
DIVERSAS DA instrução processual
PRISÃO
B) Proibição de acesso ou frequência a determinados
lugares para evitar novos crimes.
Para evitar o risco de reiterações criminosas.

C) Proibição de manter contato com pessoa


determinada, em razão de circunstâncias relativas ao
fato.
Garantir a instrução processual.
MEDIDAS H) Internação provisória do acusado ou indiciado semi-
CAUTELARES Imputável ou inimputável nas hipóteses de crimes
praticados mediante violência ou grave ameaça e houver
DIVERSAS DA risco de reiteração.
PRISÃO Evitar reiteração criminosa

I) Monitoração eletrônica
Cumulada com outras medidas.

J) Proibição de ausentar-se do país, acompanhada da


entrega do passaporte.
K) Fiança
MEDIDAS
CAUTELARES Definição
Trata-se de garantia real que pode ser prestada em
DIVERSAS DA dinheiro, pedras preciosas, metais, títulos da dívida
PRISÃO pública ou hipoteca inscrita em primeiro lugar para
assegurar a liberdade do acusado ou indiciado.
Casos de não concessão de fiança
MEDIDAS - Nos crimes de racismo.
CAUTELARES - Nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes
DIVERSAS DA hediondos e equiparados.
PRISÃO - Nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático.
Fiança - Àqueles que no mesmo processo quebraram a fiança
ou infringiram as obrigações dos arts. 327 e 328.
- Em caso de prisão civil ou militar.
- Quando presentes os motivos que autorizam a prisão
preventiva.
MEDIDAS Legitimidade para conceder a fiança
Autoridade policial da comarca em que se lavrou o
CAUTELARES flagrante (pena máxima não superior a 4 anos) – tem
DIVERSAS DA prevalecido que os aumentos referentes ao concurso
formal e ao crime continuado devem ser considerados
PRISÃO para a contagem da pena)
Juiz nos demais casos (desembargadores e ministros
Fiança relatores no caso de prerrogativa de função).
Consequências
Prestada a fiança, se ao final o acusado for condenado, a
MEDIDAS quantia que excede ao pagamento de custas, da
CAUTELARES prestação pecuniária, da multa e da indenização do
DIVERSAS DA dano, deverá ser restituída ao fiador.
Em caso de absolvição ou extinção da punibilidade ou se
PRISÃO a fiança for declarada sem efeito, será restituída
integralmente ao fiador, sem desconto e com atualização
Fiança monetária.

Cassação da fiança: ocorre quando ela é concedida e


depois o juiz verifica que não é cabível. Ex: a fiança foi
cassada porque o acusado era reincidente em crime
doloso. Houve uma mudança na classificação jurídica do
crime, que de uma simples difamação no exercício das
funções pública virou racismo
Reforço: ocorre quando a fiança prestada foi por engano
MEDIDAS insuficiente ou quando houve a depreciação do material
CAUTELARES da em fiança (ouro) ou perecimento do bem hipotecado
DIVERSAS DA (incêndio da casa). Se houver a mudança na qualificação
jurídica do crime para um de maior gravidade, é possível
PRISÃO aumentar o valor da fiança.

Fiança
Reforço: ocorre quando a fiança prestada foi por engano
MEDIDAS insuficiente ou quando houve a depreciação do material
CAUTELARES da em fiança (ouro) ou perecimento do bem hipotecado
(incêndio da casa). Se houver a mudança na qualificação
DIVERSAS DA jurídica do crime para um de maior gravidade, é possível
PRISÃO aumentar o valor da fiança.

Sem efeito: Se o reforço não ocorrer, a fiança será


considerada sem efeito e outra medida cautelar poderá
Fiança ser decretada.
MEDIDAS Quebra
- Se o acusado intimado para o ato deixa de comparecer sem
CAUTELARES justo motivo.
- Se o acusado tenta deliberadamente praticar ato de obstrução
DIVERSAS DA do andamento processual (quando tentar se evadir da citação
PRISÃO ou intimação ou quando apresenta atestados falsos).
- Se houver descumprimento da outra medida cautelar
decretada cumulativamente.
- Se o acusado resistir injustificadamente à ordem judicial.
- Descumprimento das obrigações
Fiança Não poderá mudar de residência sem permissão da autoridade
processante
Não poderá ausentar-se por mais de 8 dias de sua residência
sem comunicar ao juiz o lugar onde se encontra.
Se o acusado praticar nova infração penal dolosa (não é
necessário o trânsito em julgado).
MEDIDAS Consequência: metade do valor será perdido e o juiz
CAUTELARES decidirá pela aplicação de outra cautelar ou pela
decretação da prisão.
DIVERSAS DA
PRISÃO Perdimento: ocorre quando o acusado não se apresenta
para o início do cumprimento da pena definitivamente
imposta. A consequência será a perda do valor total,
deduzidas as custas e demais encargos do processo
Fiança (Fundo penitenciário)

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