Saúde Ocupacional e Medicina Do Trabalho II

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Saúde Ocupacional e

Medicina do Trabalho II
Prof. Dickson Luis Novello
Profa. Ingalisa Sandri Pazzini

2013
Copyright © UNIASSELVI 2013

Elaboração:
Prof. Dickson Luis Novello
Profa. Ingalisa Sandri Pazzini

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

363.1103

N939s Novello, Dickson Luis

Saúde Ocupacional e Medicina do Trabalho II/ Dickson Luis


Novello, Ingalisa Sandri Pazzini. Indaial : Uniasselvi, 2013.

169 p. : il

ISBN 978-85-7830-822-3

1. Medicina do trabalho. Saúde Ocupacional.


I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Apresentação
Como fruto da consolidação do processo da Revolução Industrial, no
final do século XIX e início do século XX, restaram evidentes a importância e
a necessidade de serem criados instrumentos que conjugassem a participação
ativa de empregados objetivando a prevenção de acidentes do trabalho e de
doenças ocupacionais.

Em face disso, impõe-se reconhecer que os comitês de segurança ou


comitês de fábricas instituídos nos países europeus que tomaram a dianteira
do processo de industrialização representam, em verdade, o embrião da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, nos moldes em que se
acha atualmente institucionalizada no Brasil.

As atividades destinadas à segurança e à saúde no trabalho foram


institucionalizadas no Brasil em 1943, com o advento da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), que trouxe em seu bojo um capítulo específico sobre
o assunto.

Em todas as organizações, a segurança no trabalho deve alcançar


um entendimento homogêneo indispensável ao sucesso dessas atividades
importantes para as empresas, para os trabalhadores e para a própria
sociedade.

As empresas são responsáveis pela segurança e pela saúde de seus


empregados no exercício do trabalho, sendo que suas obrigações são definidas
pela Constituição Brasileira de 1988.

Prof. Dickson Luis Novello


Profa. Ingalisa Sandri Pazzini

III
UNI

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades
em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o


material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.
 
Bons estudos!

IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - SEGURANÇA DO TRABALHO..................................................................................1

TÓPICO 1 – CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO.......................................................3


1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................3
2 HISTÓRICO DA SAÚDE DO TRABALHO......................................................................................3
2.1 CONCEITOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO . ....................................................................7
2.2 CONCEITOS DE SAÚDE DO TRABALHO...................................................................................8
3 POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO ...........................................................................9
LEITURA COMPLEMENTAR ..............................................................................................................14
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................................17
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................18

TÓPICO 2 – DOENÇAS OCUPACIONAIS .......................................................................................19


1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................19
2 CONCEITO DE DOENÇA OCUPACIONAL..................................................................................19
3 DOENÇAS AGUDAS E CRÔNICAS ...............................................................................................22
3.1 PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO ...............................................23
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................................26
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................27

TÓPICO 3 – INSALUBRIDADE ..........................................................................................................29


1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................29
2 ATIVIDADES INSALUBRES ............................................................................................................29
2.1 PERICULOSIDADE . ......................................................................................................................34
3 PERÍCIA TÉCNICA DE INSALUBRIDADE E
PERICULOSIDADE ...............................................................................................................................36
LEITURA COMPLEMENTAR ..............................................................................................................38
RESUMO DO TÓPICO 3 ......................................................................................................................40
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................41

UNIDADE 2 – SAÚDE OCUPACIONAL ...........................................................................................43

TÓPICO 1 – POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL ...................................................................45


1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................45
2 CONTEXTO DO SURGIMENTO ....................................................................................................45
3 CONCEITO E FINALIDADE DO PROGRAMA DE CONTROLE
MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL - PCMSO.......................................................................48
4 POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL........................................................................................51
RESUMO DO TÓPICO 1.......................................................................................................................54
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................55

TÓPICO 2 – EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7 .................................................................................57


1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................57
2 ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL .....................................................................................57
3 EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7......................................................................................................59
3.1 EXAME ADMISSIONAL ..............................................................................................................62
3.2 EXAME PERIÓDICO ....................................................................................................................63
3.3 EXAME DE RETORNO AO TRABALHO . .................................................................................64

VII
3.4 EXAME DE MUDANÇA DE FUNÇÃO . ....................................................................................64
3.5 EXAME DEMISSIONAL . ..............................................................................................................65
3.6 EXAMES COMPLEMENTARES . .................................................................................................66
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................................69
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................70

TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL...............................................................73


1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................73
2 GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL ..........................................................73
3 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES .....................................................78
4 NORMAS REGULAMENTADORAS ..............................................................................................86
LEITURA COMPLEMENTAR ..............................................................................................................88
RESUMO DO TÓPICO 3.......................................................................................................................91
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................92

UNIDADE 3 – ACIDENTE NO TRABALHO.....................................................................................95

TÓPICO 1 – COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO ..............................................97


1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................97
2 CONCEITO DE ACIDENTES NO TRABALHO............................................................................98
3 O ACIDENTE NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA VIGENTE.................................................100
3.1 ESPÉCIE LEGAIS DE ACIDENTE DO TRABALHO................................................................101
4 COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DO TRABALHO.................................................................102
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................105
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................108
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................109

TÓPICO 2 – NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP .................111


1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................111
2 CONCEITO DE NTEP .....................................................................................................................111
3 METOLOGIA .....................................................................................................................................113
RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................................149
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................150
LEITURA COMPLEMENTAR ...........................................................................................................151

TÓPICO 3 – PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS .................................................153


1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................153
2 CONCEITO DE PORTADORES DE NECESSIDADES
ESPECIAIS .............................................................................................................................................154
3 INCLUSÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES
ESPECIAIS NO MERCADO DE TRABALHO ............................................................................156
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................161
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................162
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................................163

VIII
UNIDADE 1

SEGURANÇA DO TRABALHO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:

• conhecer os conceitos e políticas de segurança no trabalho;

• identificar as doenças ocupacionais;

• possibilitar o reconhecimento das atividades insalubres e periculosas.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que em cada um deles você
encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos.

TÓPICO 1 – CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

TÓPICO 2 – DOENÇAS OCUPACIONAIS

TÓPICO 3 – INSALUBRIDADE

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1

CONCEITO DE SEGURANÇA
DO TRABALHO

1 INTRODUÇÃO
A segurança no trabalho busca a proteção do trabalhador em seu local de
atuação profissional, abrangendo aspectos relacionados à segurança e à higiene.
Seu objetivo básico envolve a prevenção de riscos e de acidentes nas atividades,
com o objetivo de defender a integridade da pessoa humana.

No art. 196 da Constituição Federal, o direito à saúde é garantido a todos os


cidadãos por meio de medidas que visem à redução do risco de doenças e outros
agravos, além de acesso a ações para sua proteção e recuperação. A segurança
do trabalho é então definida como “o conjunto de medidas que versam sobre
condições específicas de instalação do estabelecimento e de suas máquinas,
visando à garantia do trabalhador contra a natural exposição aos riscos inerentes à
prática da atividade profissional”. (CF, 1988).

Pelo Decreto-Lei nº 5.452, em 1943, foi promulgada a Consolidação das


Leis do Trabalho (CLT), cujo capítulo V - Da Segurança e Medicina do Trabalho,
alterado pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, trata dos problemas da saúde
do trabalhador. A Portaria nº 3.214 (de 08/06/1978), aprovando, conforme art. 200
da CLT, as Normas Regulamentadoras (NR) relativas à Segurança e Medicina do
Trabalho, estabelece ênfase na prevenção do acidente de trabalho, modificando a
antiga visão de apenas indenizar os prejuízos já causados.

2 HISTÓRICO DA SAÚDE E DO TRABALHO


Para se conhecer melhor o histórico da segurança do trabalho, é necessário
pesquisar a época do homem primitivo, que teve sua integridade física e
capacidade produtiva diminuída pelos acidentes de caça, da pesca e da guerra,
que eram consideradas as atividades mais importantes de sua época. Depois,
quando o homem das cavernas se transformou em artesão, descobrindo o minério
e os metais, estes puderam facilitar seu trabalho pela fabricação das primeiras
ferramentas, conhecendo também as primeiras doenças do trabalho, provocadas
pelos próprios materiais que utilizava.
3
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO

Até o início da Revolução Industrial, existem poucos relatos sobre acidentes e


doenças provenientes do trabalho, haja vista que neste período predominava o trabalho
escravo e manual. Com o advento da máquina a vapor, a produtividade aumentou e
o trabalhador passou a viver em um ambiente de trabalho agressivo, ocasionado por
diversos fatores, dentre eles, a força motriz, a divisão de tarefas e a concentração de
várias pessoas em um mesmo estabelecimento. Nesse contexto, os riscos de acidentes
e doenças originadas do trabalho começaram a surgir com rapidez. (SALIBA, 2004).

O início da Revolução Industrial em 1780, a invenção da máquina a vapor


por James Watts em 1776 e do regulador automático de velocidade em 1785,
marcaram profundas alterações tecnológicas em todo o mundo, permitindo a
organização das primeiras fábricas modernas e indústrias, o que significava uma
revolução econômica e social, e também acarretou os primeiros acidentes de
trabalho e as doenças profissionais, que se alastraram e ganharam proporções
alarmantes. (ALBERTON, 1996).

NOTA

A Revolução Industrial alterou o cenário organizacional e gerou novos e graves


problemas, pois o incremento da produção em série revelou a fragilidade do homem na
competição desleal com a máquina. As condições de trabalho precárias somadas às jornadas
de trabalho excessivas (15 a 16 horas diárias) provocaram reações por parte do proletariado,
desencadeando vários movimentos sociais que influenciaram os políticos e legisladores a
introduzirem medidas ilegais.

FIGURA 1 – IMAGENS DO FILME “TEMPOS MODERNOS” CHARLES CHAPLIN

FONTE: Disponível em: <http://www.ufrgs.br/proin/versao_2/biografias/


index40.html>. Acesso em: 3 nov. 2010.

4
TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Com isso, os acidentes de trabalho começaram a tomar proporções.


Os acidentes eram provocados, na sua maioria, por substâncias e ambientes
inadequados, dadas às condições péssimas em que as atividades fabris se
desenvolviam, fazendo com que os trabalhadores ficassem doentes e, em alguns
casos, até mutilados. Esta situação continuou até a Primeira Guerra Mundial,
apesar de apresentar algumas melhorias com o surgimento dos trabalhadores
especializados e mais treinados para manusear equipamentos complexos, que
necessitavam de cuidados especiais para garantir maior proteção e melhor
qualidade.

De acordo com Alberton (1996), na Segunda Guerra Mundial, o movimento


prevencionista tomou forma, pois foi quando se pôde perceber que a capacidade
industrial determinou o vencedor. Com isso, percebeu-se que esta capacidade
industrial seria adquirida com um maior número de trabalhadores em produção
ativa.

Saliba (2004) relata que as primeiras leis de acidente do trabalho surgiram


na Alemanha, em 1884, estendendo-se logo a vários países da Europa, até chegar
ao Brasil por meio do Decreto Legislativo nº 3.724, de 15 de janeiro de 1919.

Com a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) pelo Tratado


de Versalhes, as normas sobre proteção à saúde e integridade física do trabalhador
ganharam força, contribuindo bastante na prevenção de acidentes e doenças do
trabalho. As Convenções da OIT ratificadas pelo Brasil incorporam-se à legislação
interna do país. As convenções sobre a matéria, e ratificadas pelo Brasil, são:

• Convenção nº 103 - Amparo à Maternidade.


• Convenção nº 115 - Proteção contra as radiações ionizantes.
• Convenção nº 127 - Peso máximo das cargas.
• Convenção nº 134 - Prevenção de acidentes de trabalho dos marítimos.
• Convenção nº 136 - Proteção contra os riscos de intoxicação provocados pelo
benzeno.
• Convenção nº 139 - Prevenção e controle de riscos profissionais causados pelas
substâncias ou agentes cancerígenos.
• Convenção nº 148 - Proteção dos trabalhadores contra os riscos devidos à
contaminação do ar, ao ruído e às vibrações no local de trabalho.
• Convenção nº 152 - Segurança e higiene nos trabalhos portuários.
• Convenção nº 155 - Segurança e saúde dos trabalhadores e meio ambiente de
trabalho.
• Convenção nº 159 - Reabilitação profissional e emprego de pessoas deficientes.
• Convenção nº 161 - Os serviços de saúde no trabalho.
• Convenção nº 162 - Utilização do asbesto com segurança.
• Convenção nº 163 - Proteção da saúde e a assistência médica aos trabalhadores
marítimos.
• Convenção nº 167 - Segurança e saúde na construção.
• Convenção nº170 - Segurança na utilização de produtos químicos no trabalho.
• Convenção nº 182 - Proibição das piores formas de trabalho infantil e a ação

5
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO

imediata para sua eliminação.

No Brasil, a higiene e segurança do trabalho foram elevadas à hierarquia


constitucional em 1946 (art. 154, VIII).

Em 1977, a Lei nº 6.514, regulamentada pela Portaria nº 3.214/78, deu nova


redação ao Capítulo V da CLT, avançando nas exigências prevencionistas.

NOTA

O que é conhecido hoje como Saúde do Trabalhador é, portanto, a resposta


institucional a esses diversos movimentos sociais que, entre a metade dos anos 70 e os anos
90 confluíram para a reivindicação de que a Saúde do Trabalhador fizesse parte do direito
universal à saúde, incluída no escopo da Saúde Pública.

Entre os principais movimentos que contribuíram para o desenvolvimento


da institucionalização da Saúde do Trabalhador no âmbito do Sistema Único de
Saúde, temos:

• o movimento de oposição dos anos 70 e 80;


• o movimento da Reforma Sanitária Brasileira;
• o movimento pelas eleições diretas e pela Assembleia Nacional Constituinte; e
• a promulgação da “Constituição Cidadã” em 1988, com a conquista do direito à
saúde e o advento do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 1988, o povo brasileiro
conquistou, após quase 500 anos de história, o direito universal à saúde,
disposto na Constituição da República Federativa do Brasil, em seu Art. 196
como “... um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais
e econômicas...”.

A Constituição Federal - CF (1988), também ampliou os dispositivos


relativos à matéria, dentre os quais, destaca-se:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros


que visem à melhoria de sua condição social:
[...]
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres
ou perigosas, na forma da lei;
[...]
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em
dolo ou culpa [...].

Desta forma, compreende-se que no âmbito da configuração, a Saúde


6
TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

do Trabalhador se dá diretamente no âmbito do direito à saúde, previsto como


competência do Sistema Único de Saúde (SUS) e, devido à abrangência de seu campo
de ação, apresenta caráter intrasetorial (envolvendo todos os níveis de atenção e
esferas de governo do SUS) e intersetorial (envolvendo setores relacionados com a
Previdência Social, Trabalho, Meio Ambiente, Justiça, Educação e demais setores
relacionados com as políticas de desenvolvimento).

2.1 CONCEITOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO

NOTA

A segurança no trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas que


são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como
proteger a integridade e a capacidade laboral.

De acordo com Saliba (2004), a segurança do trabalho é a ciência que atua na


prevenção dos acidentes do trabalho decorrentes dos fatores de risco operacionais.

FIGURA 2 – PLACAS UTILIZADAS NA SEGURANÇA DO TRABALHO

FONTE: Disponível em: <http://www.carlosbritto.com/page/590/>.


Acesso em: 3 nov. 2010.

Conforme Wachowicz (2007), a segurança é um estado de baixa


probabilidade de ocorrência de eventos que provocam danos e perdas às pessoas
(funcionários, clientes, terceirizados, fornecedores etc.), ao patrimônio (estrutura
física, equipamentos, ferramentas etc.) e ao meio ambiente (ar atmosférico, solo,
meio hídrico, rios, mares, lagos, lençóis subterrâneos, flora, fauna etc.).

A segurança no trabalho de uma empresa é composto de uma equipe


multidisciplinar formada por técnicos, engenheiros, médicos, enfermeiros,
tecnólogos, psicólogos, designers, arquitetos, fisioterapeutas, entre outros
profissionais que atuam na área de segurança.
7
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO

A segurança no trabalho é definida por normas e leis, sendo que, no Brasil,


a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de normas regulamentadoras,
normas regulamentadoras rurais e outras leis complementares, como portarias e
decretos, e também as Convenções Internacionais da Organização Internacional
do Trabalho.

Saliba apud Wachowicz (2007) associa a segurança do trabalho com fatores


da higiene ocupacional. Assim, falar em segurança implica abordar aspectos
referentes à higiene e à saúde do trabalhador, envolvendo medicina, meio ambiente,
aspectos jurídicos e ergonomia, ou seja, a segurança requer uma ação holística.

Por isso, quanto maior a segurança, menor será a ocorrência de danos,


acidentes, lesões, mutilações ou mesmo mortes. Nesse sentido, os principais
conceitos são:

• acidente é um fonômeno de natureza multifacetada, resultante de integrações


complexas entre fatores físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais;
• a função segurança é um conjunto de ações que têm por finalidade reduzir a
frequência e a intensidade da manifestação dos perigos;
• risco bruto é o risco associado às atividades da organização na ausência da
função segurança.

Do balanço de forças entre função segurança e risco bruto resulta o risco


líquido, que produz danos e perdas ao longo do tempo, isto é, o risco jamais é
eliminado completamente e há sempre um risco líquido residual. Quanto menor o
risco residual almejado, maior o custo para atingi-lo.

A legislação atual de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas


Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais, outras leis complementares,
como Portarias e Decretos, e também as Convenções Internacionais da Organização
Internacional do Trabalho – OIT, ratificadas pelo Brasil.

2.2 CONCEITOS DE SAÚDE DO TRABALHO


A Saúde do Trabalhador tem como objeto de estudo o processo saúde-
doença dos grupos humanos, em sua relação com o trabalho. Nessa perspectiva,
rompe com a concepção hegemônica que estabelece um vínculo causal entre a
doença e um agente específico. (GOULART et al., 2006).

8
TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

NOTA

Conceitua-se a expressão saúde do trabalhador como um conjunto de atividades


que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção
e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da
saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).

FIGURA 3 – SEGURANÇA NÃO SE CONQUISTA, SE FAZ

FONTE: Disponível em: <http://tecnicosemseguranca.blogspot.com.


br/2009_11_01_archive.htm>. Acesso em: 3 nov. 2010.

Conforme Paulo et al. (1996), define-se saúde como um estado de relativo


equilíbrio de forma e função do organismo, que resulta de seu ajustamento dinâmico
satisfatório às forças que tendem a perturbá-lo. Não é um inter-relacionamento
passivo entre a matéria orgânica e as forças que agem sobre ela, mas uma resposta
ativa do organismo no sentido de reajustamento de suas condições normais.

3 POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO


Conforme Campos (2007), a segurança e saúde no trabalho estão entre as
atividades que devem ter o respaldo de uma política que esteja em conformidade
com as obrigações legais e sociais da empresa e com os princípios fundamentais de
combate aos infortúnios de trabalho.
9
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO

NOTA

A política que trata da prevenção de acidentes difere de outras políticas


empresariais somente no conteúdo, os conceitos são os mesmos, pois se trata de um
documento normativo que estabelece uma linha de conduta a ser observada por pessoas e
setores da empresa.

Esta definição inclui os Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), como órgão da empresa, e a
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), como comissão legalmente
constituída.

FIGURA 4 – SESMT – EQUIPE MULTIPISCIPLINAR

FONTE: Disponível em: <http://sites.google.com/site/


reinissegurancadotrabalho/sesmt>. Acesso em: 3 nov. 2010.

Campos (2007) destaca que uma política de segurança possibilita cobertura


normativa e apoio logístico a alguns assuntos administrativos e operacionais das
atividades destinadas à prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais,
para assegurar o sucesso das atividades. As vantagens de uma política de
segurança e saúde no trabalho bem definidas mantém estável a operacionalidade
das atividades, evitando-se riscos de mudança de rumo em determinadas ocasiões.

Os serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina


do Trabalho (SESMT) são obrigatórios nas empresas privadas, públicas, órgãos
públicos da administração direta e indireta e nas sedes dos poderes legislativos
e judiciários que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho (NR-04). O número de profissionais que compõe a equipe varia conforme
o grau de risco e o número de empregados do estabelecimento.

10
TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

QUADRO 1 – DIMENSIONAMENTO DOS SESMT – QUADRO II

FONTE: Disponível em: <HTTP//:www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_04.


pdf>. Acesso em: 3 nov. 2010.

Neste contexto, os organismos governamentais esforçam-se para tornarem


efetivas as ações relativas à Segurança e Saúde do Trabalho. Tais esforços são
evidenciados nas seguintes ações: o poder Legislativo, pela edição de leis
específicas; o Executivo, por meio da fiscalização e campanhas de conscientização
das Delegacias Regionais do Trabalho; e o Judiciário, com a estipulação de pesadas
indenizações aos trabalhadores, nos casos de acidentes com culpa caracterizada do
empregador.

Os esforços governamentais, aliados às exigências dos trabalhadores que


buscam exigir melhores condições de trabalho uma vez que seus advogados lhes
instruem devidamente e considerando todos os prejuízos decorrentes dos acidentes
do trabalho, ensejam um gerenciamento eficaz dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).

Em 08 de junho de 1978, o Ministério do Trabalho expediu a Portaria nº


3.214 que, composta de 28 normas regulamentadoras (NR) relativas à Segurança
e Medicina do Trabalho, exige das empresas que possuam empregados, regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho, ações que visem prever e prevenir as
situações capazes de provocar ferimentos ou problemas de saúde ocupacionais.
Exigindo inclusive, das empresas com maior risco de acidente e com grande
quantidade de funcionários, a constituição dos Serviços Especializados em

11
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO

Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), integrados por


Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança
do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.

Atualmente, há 33 Normas Regulamentadoras, mais uma (34ª) em texto


para consulta pública. São elas:

• Norma Regulamentadora Nº 01
Disposições Gerais
• Norma Regulamentadora Nº 02
Inspeção Prévia
• Norma Regulamentadora Nº 03
Embargo ou Interdição
• Norma Regulamentadora Nº 04
Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho
• Norma Regulamentadora Nº 05
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
• Norma Regulamentadora Nº 06
Equipamentos de Proteção Individual - EPI
• Norma Regulamentadora Nº 07
Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
• Norma Regulamentadora Nº 08
Edificações
• Norma Regulamentadora Nº 09
Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
• Norma Regulamentadora Nº 10
Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
• Norma Regulamentadora Nº 11
Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
• Norma Regulamentadora Nº 12
Máquinas e Equipamentos
• Norma Regulamentadora Nº 13
Caldeiras e Vasos de Pressão
• Norma Regulamentadora Nº 14
Fornos
• Norma Regulamentadora Nº 15
Atividades e Operações Insalubres
• Norma Regulamentadora Nº 16
Atividades e Operações Perigosas
• Norma Regulamentadora Nº 17
Ergonomia
• Norma Regulamentadora Nº 18
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
• Norma Regulamentadora Nº 19
Explosivos

12
TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

• Norma Regulamentadora Nº 20
Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
• Norma Regulamentadora Nº 21
Trabalho a Céu Aberto
• Norma Regulamentadora Nº 22
Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
• Norma Regulamentadora Nº 23
Proteção Contra Incêndios
• Norma Regulamentadora Nº 24
Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
• Norma Regulamentadora Nº 25
Resíduos Industriais
• Norma Regulamentadora Nº 26
Sinalização de Segurança
• Norma Regulamentadora Nº 27
Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB
• Norma Regulamentadora Nº 28
Fiscalização e Penalidades
• Norma Regulamentadora Nº 29
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
• Norma Regulamentadora Nº 30
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
• Norma Regulamentadora Nº 31
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na
Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura
• Norma Regulamentadora Nº 32
Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
• Norma Regulamentadora Nº 33
Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
• Norma Regulamentadora Nº 34
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e
Reparação Naval
• Norma Regulamentadora Nº 35
Segurança e Saúde em trabalhos em altura
• Norma Regulamentadora Nº 36
Segurança e Saúde no trabalho em empresas de Abate e Processamento de
carnes e derivados
FONTE: Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/default.
asp>. Acesso em: 3 nov. 2010.

13
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO

NOTA

A eliminação ou a redução da exposição às condições de risco e a melhoria dos


ambientes de trabalho para promoção e proteção da saúde do trabalhador constituem um
desafio que ultrapassa o âmbito de atuação dos serviços de saúde, exigindo soluções técnicas,
às vezes complexas e de elevado custo. Em certos casos, medidas simples e pouco onerosas
podem ser implementadas, com impactos positivos e protetores para a saúde do trabalhador
e o meio ambiente.

O controle das condições de risco para a saúde e melhoria dos ambientes


de trabalho envolve as seguintes etapas:

• identificação das condições de risco para a saúde presentes no trabalho;


• caracterização da exposição e quantificação das condições de risco;
• discussão e definição das alternativas de eliminação ou controle das condições
de risco;
• implementação e avaliação das medidas adotadas.

É muito importante que os trabalhadores participem de todas as fases


desse processo, porque em muitos casos, apenas eles são capazes de informar sutis
diferenças existentes entre o trabalho prescrito e o trabalho real, que explicam
o adoecimento e o que deve ser modificado para que se obtenha os resultados
desejados. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

LEITURA COMPLEMENTAR

ESTRATÉGIA DE SUCESSO: RECURSOS DIFERENCIADOS LEVAM


A MENSAGEM DA PREVENÇÃO A 17 MIL TRABALHADORES

Imagine uma construção que no pico de sua obra contou com a operação
de 17 mil profissionais. Trabalhadores de diferentes culturas, raças, qualificações,
experiências, idades e gênero. Que ferramenta poderia ser adotada por essa
mesma empresa para que a gestão de Saúde, Segurança e Meio Ambiente fosse
eficaz? Quem pensou em comunicação está certo. Foi nessa área que o Consórcio
de Alumínio do Maranhão (Alumar), localizado em São Luiz, capital do estado
maranhense, apostou.

Há seis anos, um dos mais modernos complexos de produção de alumínio e


alumina do mundo iniciou o seu projeto de expansão. O trabalho desenvolvido pela
empresa para garantir um ambiente livre de incidentes e acidentes foi reconhecido,
e no Prêmio Proteção Brasil 2009 conquistou o Melhor Case Nacional, Melhor Case
Nordeste e Melhor Case na categoria Comunicação em SST (Saúde e Segurança
14
TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

no Trabalho). Com o título "Comunicação para SSMA (Saúde, Segurança e Meio


Ambiente)", o trabalho nasceu com o objetivo de alinhar os colaboradores à missão
e aos objetivos do projeto e complementar os esforços do sistema de gestão de
SSMA para construir a expansão da refinaria.

Quem conta mais detalhes é o superintendente de Saúde, Segurança e


Meio Ambiente do projeto de expansão, Javier Marcondes Torrico. "Lançamos
mão do maior número de recursos de comunicação direta e indireta disponíveis,
mas sempre com o objetivo não só de garantir uma comunicação efetiva, mas
de obtermos um retorno se as informações estavam sendo absorvidas pelos
trabalhadores", explicou.

Personagem

O primeiro passo adotado como estratégia de comunicação foi a criação de


um mascote, com o objetivo de fazer com que a mensagem fosse mais facilmente
recebida e os trabalhadores se identificassem com ele.

O Bond Obra, como foi chamado esse personagem, passou a integrar todas
as ações de comunicação da Alumar, estimulando nos trabalhadores o desejo de ter
as características e atitudes do mascote. “Todos os materiais impressos e campanhas
passaram a ter a figura dele, atribuída a uma mensagem com uma linguagem
simples, não como uma informação técnica, mas do dia a dia do trabalhador”,
reforça Torrico. Os materiais ficam distribuídos pelas áreas de trabalho, refeitórios,
áreas de convivência, áreas administrativas e frentes de trabalho.

MASCOTE “BOND OBRA”


FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-pAYjNd92SNg/U7Af_kKGw1I/
AAAAAAAAAR4/V3754eMZMuU/s1600/BOND+OBRA+BANNER+2.jpg> Acesso
em: 3 nov. 2010.
15
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO

Em alguns momentos, os próprios colaboradores vestiram a fantasia do


mascote, como em eventos, e até mesmo nos Diálogos Diários de Segurança. Como
Torrico recorda, o Bond Obra repassa aos trabalhadores informações fundamentais
sobre a necessidade do uso correto dos equipamentos de proteção individual,
segurança no trabalho em altura, além de integrar a campanha permanente de
prevenção de acidentes com mãos e dedos e os assuntos relativos à Ergonomia,
Meio Ambiente e cuidados com a Saúde e a Segurança fora do trabalho.

FONTE: REVISTA PROTEÇÃO. Estratégia de sucesso: recursos diferenciados levam a mensagem


da prevenção a 17 mil trabalhadores. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/site/ content/
materias/materia_detalhe.php?pagina=1&id=Anja>. Acesso em: 25 ago. 2010.

16
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:

• A segurança no trabalho busca a proteção do trabalhador em seu local de


trabalho, abrangendo aspectos relacionados à segurança e à higiene do trabalho. 
É a ciência que atua na prevenção dos acidentes do trabalho decorrentes dos
fatores de risco operacionais.
• A segurança no trabalho de uma empresa é composta de uma equipe
multidisciplinar formada por técnicos, engenheiros, médicos, enfermeiros,
tecnólogos, psicólogos, designers, arquitetos, fisioterapeutas, entre outros
profissionais que atuam na área de segurança.
• A segurança e saúde no trabalho estão entre as atividades que devem ter o
respaldo de uma política que esteja em conformidade com as obrigações legais e
sociais da empresa e com os princípios fundamentais de combate aos infortúnios
de trabalho.
• Os organismos governamentais esforçam-se para tornarem efetivas as ações
relativas à Segurança e Saúde do Trabalho. Tais esforços são evidenciados
nas seguintes ações: o poder Legislativo, pela edição de leis específicas; o
Executivo, por meio da fiscalização e campanhas de conscientização das
Delegacias Regionais do Trabalho; e o Judiciário, com a estipulação de pesadas
indenizações aos trabalhadores, nos casos de acidentes com culpa caracterizada
do empregador.

17
AUTOATIVIDADE

1 Qual o foco da segurança no trabalho?


( ) A saúde no trabalho.
( ) A emissão da CAT.
( ) As doenças do trabalho e doenças profissionais.
( ) A proteção do trabalhador em seu local de trabalho.

2 O país onde as primeiras leis de acidente de trabalho surgiram foi:


( ) Japão.
( ) Brasil.
( ) Alemanha.
( ) Estados Unidos.

3 Qual a frase incorreta:


( ) A segurança no trabalho é o conjunto de medidas que buscam minimizar
os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
( ) A segurança no trabalho atua na prevenção dos acidentes do trabalho.
( ) A segurança no trabalho destina-se às empresas privadas e públicas,
excluindo-se os trabalhadores rurais.
( ) O risco bruto é o risco associado às atividades da organização na ausência
da Função Segurança.

4 O que não se refere à saúde do trabalhador:


( ) Manutenção da produtividade das máquinas.
( ) Vigilância epidemiológica e vigilância sanitária.
( ) Promoção e proteção da saúde dos trabalhadores.
( ) Uso de EPIs.

5 O SESMT é obrigatório em quais empresas?


( ) Nas empresas privadas.
( ) Nas empresas informais.
( ) Nas empresas públicas.
( ) Nos órgãos públicos da administração direta e indireta.

6 Qual o instrumento que rege a segurança e medicina no trabalho?


( ) Médico do trabalho.
( ) Normas Regulamentadoras.
( ) Técnico de segurança do trabalho.
( ) Constituição da República do Brasil.

18
UNIDADE 1
TÓPICO 2

DOENÇAS OCUPACIONAIS

1 INTRODUÇÃO

Os fatores de adoecimento relacionados à organização do trabalho, em


geral considerados nos riscos ergonômicos, podem ser identificados em diversas
atividades, desde a agricultura tradicional até processos de trabalho modernos
que incorporam alta tecnologia e sofisticadas estratégias de gestão.

Os processos de reestruturação produtiva e globalização da economia de


mercado, em curso, têm acarretado mudanças significativas na organização e gestão
do trabalho com repercussões importantes sobre a saúde do trabalhador. Entre
suas consequências destacam-se os problemas osteomusculares e o adoecimento
mental relacionados ao trabalho, que crescem em importância em todo o mundo.
A exigência de maior produtividade, associada à redução contínua do contingente
de trabalhadores, à pressão do tempo e ao aumento da complexidade das tarefas,
além de expectativas irrealizáveis e as relações de trabalho tensas e precárias,
constituem fatores psicossociais responsáveis por situações de estresse relacionado
ao trabalho.

2 CONCEITO DE DOENÇA OCUPACIONAL


A denominação “doenças ocupacionais” passou a ser adotada como o
gênero mais próximo que abrange a doença profissional e a doença do trabalho,
que são doenças relacionadas com o trabalho.

Cabe distinguir neste momento o que é doença profissional e doença do


trabalho, que apesar de parecerem muito semelhantes, não o são. Russomano
apud Oliveira (2008) adverte que o acidente e a enfermidade possuem definições
próprias. A equiparação entre eles se faz apenas juridicamente com consequências
nas reparações e nos direitos que resultam para o trabalhador nos dois casos.
Enquanto o acidente é um fato que provoca lesão, a enfermidade profissional é
um estado patológico ou mórbido, ou seja, perturbação da saúde do trabalhador.

O acidente caracteriza-se pelo episódio de um fato súbito e externo ao


trabalhador, ao passo que a doença ocupacional normalmente vai se instalando
aos poucos e se manifesta internamente com tendência de agravamento.

19
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO

Segundo Oliveira (2008, p. 46), a doença profissional é aquela típica de


determinada profissão, também chamada de doença profissional típica, tecnopatia
ou ergopatia. Ou seja, o exercício de determinada profissão pode produzir ou
desencadear certas patologias e assim, é presumido o nexo causal da doença com
a atividade. Exemplificando, um empregado de uma mineradora que trabalha
exposto ao pó de sílica e contrai a silicose.

Por outro lado, a doença do trabalho ou mesopatia ou doença profissional


atípica, mesmo tendo origem na atividade do trabalhador como na doença
profissional, não está vinculada necessariamente a esta ou aquela profissão. Sendo
assim, decorre da forma em que o trabalho é prestado ou das condições específicas
do ambiente de trabalho. Um exemplo atual são as LER (Lesões por Esforços
Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), já
que podem ser desencadeadas em qualquer atividade, sem vinculação direta a
determinada profissão.

O artigo 20 da Lei nº 8.213/91 faz menção expressa à doença ocupacional:

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo


anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada
pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante
da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da
Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada
em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com
ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso
I.

NOTA

Consta ainda nesta Lei, inciso III, que as chamadas doenças ocupacionais são
equiparadas ao acidente de trabalho por ser proveniente de contaminação acidental do
empregado no exercício de sua atividade. A doença, neste caso, ocorre de forma repentina,
como por exemplo, no caso de contágio por produtos radioativos.

20
TÓPICO 2 | DOENÇAS OCUPACIONAIS

De acordo com Oliveira (2008):

Cabe neste passo precisar o conceito das três denominações: doença


profissional, doença do trabalho e doença ocupacional, já que a lei, como
princípio hermenêutico, não contém palavras inúteis.

A doença profissional é aquela peculiar à determinada atividade


ou profissão, também chamada de doença profissional típica, tecnopatia ou
ergopatia. O exercício de determinada profissão pode produzir ou desencadear
certas patologias, sendo que, nessa hipótese, o nexo causal da doença com a
atividade é presumido. Basta comprovar a prestação do serviço na atividade
e o acometimento da doença profissional. Sinteticamente, pode-se afirmar que
doença profissional é aquela típica de determinada profissão.

Por outro lado, a doença do trabalho, também chamada mesopatia ou


doença profissional atípica, apesar de igualmente ter origem na atividade do
trabalhador, não está vinculada necessariamente a esta ou aquela profissão.
Seu aparecimento decorre da forma em que o trabalho é prestado ou das
condições específicas do ambiente de trabalho. O grupo atual das LER/DORT
é um exemplo oportuno das doenças do trabalho. Nas doenças do trabalho
“as condições excepcionais ou especiais do trabalho determinam a quebra da
resistência orgânica com a consequente eclosão ou a exacerbação do quadro
mórbido, e até mesmo o seu agravamento”.

Diferentemente das doenças profissionais, as mesopatias não têm nexo


causal presumido, exigindo comprovação de que a patologia desenvolveu-se
em razão das condições especiais em que o trabalho foi realizado. Essa questão,
no entanto, teve alteração significativa no final de 2006, no sentido de facilitar
o enquadramento como doença ocupacional, porque a Lei nº 11.430/06, [...]
instituiu o nexo técnico epidemiológico, acrescentando um novo artigo na Lei
nº 8.213/91, com o seguinte teor:

Art. 21-A. A perícia médica do INSS considerará caracterizada a


natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo
técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre
a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade
elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID, em conformidade
com o que dispuser o regulamento.

§ 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo


quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo.

§ 2º A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico


epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da
empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência Social.

21
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO

Diante dos significados específicos de doença profissional e doença do


trabalho, a denominação “doenças ocupacionais” passou a ser adotada como o
gênero mais próximo que abrange as modalidades das doenças relacionadas com o
trabalho. A NR-7 da Portaria nº 3.214/78, que regulamenta o Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) faz referência às doenças ocupacionais
ou patologias ocupacionais, como vocábulo gênero. Para evitar a expressão doença
profissional ou do trabalho, é preferível englobá-las na designação genérica de
doenças ocupacionais. (OLIVEIRA, 2008).

Garcia (2008) complementa que enquanto as doenças profissionais são


decorrentes de trabalho peculiar exercido, as doenças do trabalho decorrem de
condições especiais de trabalho desempenhado.

3 DOENÇAS AGUDAS E CRÔNICAS

A doença pode ser classificada como doença crônica e aguda. Uma doença
aguda geralmente dura por um curto período de tempo, e pode ir longe sem o uso
do medicamento e/ou cirurgia. Por outro lado, a doença crônica ocorre durante um
longo período de tempo ou mantém-se recorrente. Às vezes, a doença crônica pode
durar toda a vida da pessoa.

Uma doença crônica é uma doença que não é resolvida num curto tempo.
Este tipo de doenças não põe em risco a vida da pessoa em curto prazo, logo não
são emergências médicas. No entanto, elas podem ser extremamente sérias, e
várias doenças crônicas podem levar à morte.

As doenças crônicas são doenças de evolução prolongada, permanentes,


para as quais, atualmente, não existe cura, afetando negativamente a saúde e
funcionalidade do doente. No entanto, os seus efeitos podem ser controlados,
melhorando a qualidade de vida destes doentes.

NOTA

Os principais tipos de doenças crônicas existentes são: diabetes, obesidade,


câncer, doenças respiratórias, doenças cardiovasculares, a maioria das doenças autoimunes,
algumas infecções como a tuberculose, lepra, sífilis ou gonorreia e a AIDS.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que, em 57 milhões de


mortes num ano, 59% são devido às doenças crônicas de declaração não obrigatória,
como as doenças cardiovasculares, a diabetes, a obesidade, o câncer e as doenças
respiratórias.

22
TÓPICO 2 | DOENÇAS OCUPACIONAIS

Já as doenças agudas são aquelas que têm um curso acelerado, terminando


com convalescença ou morte em menos de três meses.

A maioria das doenças agudas caracteriza-se em várias fases. O início dos


sintomas pode ser abrupto ou insidioso, seguindo-se uma fase de deterioração até
um máximo de sintomas e danos, fase de plateau, com manutenção dos sintomas e
possivelmente novos picos, uma longa recuperação com desaparecimento gradual
dos sintomas, e a convalescência, em que já não há sintomas específicos da doença,
mas o indivíduo ainda não recuperou totalmente as suas forças.

Na fase de recuperação podem ocorrer as recrudescências, que são


exacerbamentos dos sintomas de volta a um máximo ou plateau, e na fase de
convalescência as recaídas, devido à presença continuada do fator desencadeante
e do estado debilitado do indivíduo, além de (novas) infecções.

3.1 PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO


A relação das doenças profissionais e do trabalho constantes no art. 20, I,
está inserida no Anexo II do atual Regulamento da Previdência Social - Decreto
nº 3.048, de 6 de maio de 1999 - tendo caráter apenas exemplificativo. A relação
das doenças ocupacionais foi adotada também pelo Ministério da Saúde, por
intermédio da Portaria nº 1.339/GM de 18 de novembro de 1999. (OLIVEIRA, 2008).

O Anexo II sofreu uma mudança introduzida pelo Decreto nº 6.042, de 12


de fevereiro de 2007, que englobou três relações importantes: a primeira indica
os agentes patogênicos causadores de doenças profissionais ou do trabalho; a
segunda – Lista A – aponta os agentes ou fatores de risco de natureza ocupacional,
relacionados com a etiologia de doenças profissionais e de outras doenças
relacionadas com o trabalho e a terceira – Lista B – indica as doenças ocupacionais
e os possíveis agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional.

A Lei nº 8.213, no seu art. 20, inciso II, parágrafo 1º, enumera um rol que
excluiu a consideração de doença ocupacional, in verbis:

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:

a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato
direto determinado pela natureza do trabalho.

O parágrafo 1º do art. 20 da Lei nº 8.213/91 esclarece que nas hipóteses


mencionadas nesse parágrafo, pode-se perceber que a doença não tem nexo causal

23
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO

com o trabalho, ou seja, apareceu no trabalho, mas não pelo trabalho. Explica
também, que as doenças degenerativas ou inerentes ao grupo etário, normalmente
independem do fator laboral e poderiam aparecer mesmo estando desempregado
ou aposentado o trabalhador.

Nessa relação, merece destaque a doença que não gera a incapacidade


laborativa, que não é considerada doença do trabalho, não se equiparando, assim,
ao acidente do trabalho.

Muitas doenças, relacionadas ou não ao trabalho, exigem, pela sua


gravidade, o imediato afastamento do trabalho, como parte do tratamento (repouso
obrigatório) e/ou pela necessidade de interromper a exposição aos fatores de risco
presentes nas condições e/ou nos ambientes de trabalho. Outras doenças, por serem
menos graves, não implicam, necessariamente, o afastamento do trabalho. Muitos
médicos se veem em dúvida quanto à questão dos atestados médicos. Alguns são
muito liberais e, na dúvida, concedem longos períodos de afastamento, tentando
proteger o trabalhador. Outros são muito rigorosos ou restritivos, concedendo
tempo insuficiente para a melhora efetiva do paciente/trabalhador. (OLIVEIRA,
2008).

Não são considerados como doenças do trabalho: a doença degenerativa;


a inerente a grupo etário; a que não produz incapacidade laborativa; a doença
endêmica adquirida por segurados habitantes de região em que ela se desenvolva,
salvo comprovação de que resultou de exposição ou contato determinado pela
natureza do trabalho.

NOTA

Doenças degenerativas são aquelas que provocam a degeneração de todo o


organismo, desde vasos sanguíneos, tecidos, ossos, visão, órgãos internos e cérebro. Exemplos:
arteriosclerose, a hipertensão, as doenças cardíacas, cânceres, alzheimer, reumatismo etc.

Não há uma fórmula fixa para tal tipo de decisão, que fica a critério do
médico que atende ao paciente/trabalhador. A maior dificuldade decorre da falta
de critérios objetivos que orientem a conduta do médico, principalmente quando
ele não está familiarizado com o ambiente e as condições de trabalho do paciente.
Nesse sentido, algumas diretrizes ou informações são importantes, como destaca
o Ministério da Saúde (2001):

• não sendo trabalhador segurado, o atestado médico é apenas um documento


pessoal do paciente/trabalhador, não tendo, em princípio, outro significado no
caso de trabalhadores autônomos, avulsos e empresários;
• para os servidores públicos, contratados sob o RJU (Regime Jurídico Único),
o atestado médico de incapacidade para o trabalho é necessário para que ele

24
TÓPICO 2 | DOENÇAS OCUPACIONAIS

obtenha o abono da ausência ao trabalho;


• sendo o trabalhador segurado pela Previdência Social, o atestado médico de
incapacidade para o trabalho servirá para justificar seu afastamento do trabalho,
pelo tempo que o médico solicitar. Porém, na verdade, o atestado médico irá
justificar as faltas ao trabalho apenas nos primeiros 15 (quinze) dias, que sempre
são pagos pela empresa;
• é importante distinguir o afastar-se da função ou a atividade do afastar-se do
trabalho. Esta última situação está, quase sempre, vinculada à natureza e à
gravidade da doença e, principalmente, à necessidade de repouso, às vezes no
leito.

Havendo necessidade de afastamento superior a 15 (quinze) dias, o


paciente/trabalhador/segurado deverá se apresentar à Perícia Médica do INSS,
quando o médico-perito irá se pronunciar sobre a necessidade de afastamento,
decorrente da existência (ou não) de incapacidade laborativa. Se esta for
constatada ou reconhecida, desencadeará a concessão do benefício auxílio-
doença (Exame Médico-Pericial Inicial ou Ax-1), cujo valor corresponde a 91% do
salário de benefício. Portanto, a partir do 16º dia, confirmando-se a necessidade
de afastamento do trabalho, o pagamento correrá por conta do INSS, enquanto
perdurar a incapacidade (temporária) laboral.

FIGURA 5 – PREVIDÊNCIA SOCIAL

FONTE: Disponível em: <http://www.previdenciasocial.gov.br/>.


Acesso em: 3 nov. 2010.

NOTA

A concessão de auxílio-doença acidentário por acidente de trabalho, que inclui


as doenças relacionadas ao trabalho das Listas A e B do Decreto nº 3.048/1999, em decorrência
de incapacidade laboral temporária superior a 15 (quinze) dias, garante ao paciente/trabalhador/
segurado a estabilidade de um ano no emprego, após a sua cessação.

25
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você viu que:

• A doença profissional é típica de determinada profissão, sendo presumido o


nexo causal da doença com a atividade.
• A doença do trabalho, mesmo tendo origem na atividade do trabalhador como
na doença profissional, não está vinculada necessariamente a esta ou aquela
profissão. Sendo assim, decorre da forma em que o trabalho é prestado ou das
condições específicas do ambiente de trabalho. Um exemplo atual é a LER/
DORT, pois podem ser desencadeadas em qualquer atividade, sem vinculação
direta a determinada profissão.
• Diante dos significados específicos de doença profissional e doença do trabalho,
a denominação “doenças ocupacionais” passou a ser adotada como o gênero
mais próximo que abrange as modalidades das doenças relacionadas com o
trabalho.
• Muitas doenças, relacionadas ou não ao trabalho, exigem, pela sua gravidade,
o imediato afastamento do trabalho, como parte do tratamento (repouso
obrigatório) e/ou pela necessidade de interromper a exposição aos fatores de
risco presentes nas condições e/ou nos ambientes de trabalho. Outras doenças,
por serem menos graves, não implicam, necessariamente, o afastamento do
trabalho.
• Havendo necessidade de afastamento superior a 15 (quinze) dias, o paciente/
trabalhador/segurado deverá se apresentar à Perícia Médica do INSS, quando o
médico-perito irá se pronunciar sobre a necessidade de afastamento.

26
AUTOATIVIDADE

1 As doenças ocupacionais não são:


( ) doenças profissionais.
( ) doença do trabalho.
( ) moléstias contagiosas.
( ) LER/DORT.

2 A doença ocupacional está definida:


( ) no art. 20 da Lei nº 8.213/91.
( ) no art. 7º da Constituição Federal.
( ) no art. 196 da Constituição Federal.
( ) no art. 255 da CLT.

3 O acidente de trabalho pode ser considerado como a doença profissional e a


doença do trabalho?
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Somente em alguns casos.
( ) Não sei.

4 Não são características da doença profissional:


( ) doença profissional típica.
( ) tecnopatia.
( ) nexo causal da doença com a atividade não é presumido.
( ) ergopatia.

5 A doença do trabalho aparece na forma com que o trabalho é prestado ou das


condições específicas do ambiente de trabalho.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

6 Quais doenças são consideradas como sendo doença do trabalho?


( ) Doença degenerativa.
( ) Inerente a grupo etário.
( ) Diabetes.
( ) LER/DORT.
( ) Doenças cardiovasculares.

27
28
UNIDADE 1
TÓPICO 3

INSALUBRIDADE

1 INTRODUÇÃO

O art. 191 da CLT, conforme Saliba e Corrêa (2004, p. 19), enfatiza que a
empresa deve proporcionar um ambiente de trabalho favorável ao trabalhador,
adotando para tanto medidas para reduzir a insalubridade aos limites de tolerância
ou utilizar os equipamentos de proteção individual.

O adicional de insalubridade é devido ao trabalhador que, em determinadas


circunstâncias, desenvolveu ou desenvolve suas atividades sob condições
insalubres.

O adicional de periculosidade é devido ao trabalhador que, em


determinadas circunstâncias, desenvolveu ou desenvolve suas atividades sob
condições perigosas. A palavra periculosidade significa a qualidade ou o estado
de perigoso, caracterizando o adicional.

2 ATIVIDADES INSALUBRES

Conforme Saliba e Corrêa (2004, p. 11), “a palavra insalubre vem do latim


e significa tudo aquilo que origina doença, e a insalubridade é a qualidade de
insalubre”.

No dicionário Aurélio, o termo “insalubre” significa prejudicial à saúde,


nocivo; e “insalubridade” significa inadequado à vida, nocivo. (AURÉLIO, 2007).

Insalubridade pode ser definida como uma atividade que expõe o


trabalhador a agentes nocivos à sua saúde, acima dos limites de sua tolerância.
Isso é o que se pode entender do art. 189 e 190 da CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho) (BRASIL, 2002):

Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua


natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes
nocivo à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da
intensidade do agente e do tempo e exposição aos seus efeitos.

29
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO

Os trabalhadores, sujeitos a estes agentes de qualquer natureza, diretamente


relacionados com o trabalho e a eles peculiares, podem contrair doenças causadas
pelos mesmos, chamadas de doenças profissionais.

Ao analisar o conceito de insalubridade conforme o artigo 189 da CLT,


pode-se considerar que esse conceito é tecnicamente correto dentro dos princípios
da Higiene do Trabalho.

A insalubridade é o trabalho com agentes agressivos que causam danos à


saúde, afetando o bem estar do trabalhador.

NOTA

As condições insalubres são caracterizadas pela atuação dos agentes físicos,


agentes químicos e os agentes biológicos existentes nos próprios ambientes de trabalho
que, em virtude da natureza, da intensidade, bem como o tempo de exposição, ocasionam
nocividade à saúde de quem trabalha.

Para a configuração da insalubridade, são necessários alguns requisitos


como exposição permanente a agentes insalubres, inspeção do local de trabalho
acima dos limites de tolerância de exposição aos agentes nocivos.

Assim, para as atividades em que os trabalhadores são expostos a agentes


nocivos, acima dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho, perceberão o direito
ao adicional de insalubridade. O trabalhador terá direito em receber adicional
equivalente ao grau máximo, médio e mínimo, como descreve o art. 192 da CLT
(BRASIL, 2002):

Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos


limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura
a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento),
20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo, segundo
classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.

Segundo Araújo (2005), as empresas são classificadas em três níveis de


risco de acidente de trabalho, conforme sua atividade preponderante: leve, média
e grave.

O artigo 195, caput, da CLT, prevê que a caracterização e a classificação da


insalubridade far-se-á sempre através de perícia.

Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da


periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-

30
TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE

ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do


Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. (BRASIL. Decreto-Lei
5.452, de 1º de maio de 1943, 2002).

NOTA

A NR-15 listou os agentes considerados insalubres, estando na classificação: os


ruídos, ruídos de impacto, exposição ao calor, radiações ionizantes, trabalho sob condições
hiperbáricas, radioações não ionizantes, vibrações, frio, umidade, agentes químicos cuja
insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho, poeiras
minerais, agentes químicos e agentes biológicos.

FIGURA 6 – FÁBRICA TÊXTIL MODERNA

FONTE: Disponível em: <http://o-jacaranda.blogspot.com/2009/01/luz-fabrica-textil-


moderna.html>. Acesso em: 3 nov. 2010.

Há também, um quadro com os graus de insalubridade para cada


agente agressivo. São utilizados critérios quantitativo e qualitativo, tendo como
fundamento legal o art. 200 da Consolidação das Leis do Trabalho, que outorga
ao Ministério do Trabalho o poder de baixar normas que completem aqueles não
mencionados pela Lei, o que torna possível a permanente e contínua adequação
das normas legais à realidade dos ambientes de trabalho.

Ainda a NR-15 (2010) destaca que:

31
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO

15.1. São consideradas atividades ou operações insalubres as que se


desenvolvem:
15.1.1. Acima dos limites de tolerância previstos nos anexos nº 1, 2, 3, 5,
11 e 12;
15.1.2. (Revogado pela Portaria nº 3.751, de 23.11.1990);
15.1.3. Nas atividades mencionadas nos anexos nº 6, 13 e 14;
15.1.4. Comprovadas através de Laudo de Inspeção do local de trabalho,
constantes dos anexos nº 7, 8, 9 e 10;
15.1.5. Entende-se por Limite de Tolerância, para os fins desta Norma, a
concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada coma natureza e
o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à Saúde do Trabalhador,
durante sua vida laboral.

15.2. O exercício do trabalho em condições de insalubridade, de acordo


com os subitens do item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de
adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a:
15.2.1. 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
15.2.2. 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
15.2.3. 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.

15.3. No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade será


considerado apenas o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial,
sendo vedada a percepção cumulativa.

15.4. A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a


cessação do pagamento do adicional respectivo.
15.4.1. A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer:
a) Com a adoção de medida de ordem geral que conserve o ambiente de
trabalho dentro dos limites de tolerância;
b) Com a utilização de equipamento de proteção individual.
15.4.1.1. Cabe a autoridade regional competente em matéria de
segurança e saúde do trabalho, comprovada a insalubridade por laudo técnico
de Engenheiro de Segurança do Trabalho ou Médico do Trabalho, devidamente
habilitado, fixar adicional devido aos empregados expostos à insalubridade
quando impraticável sua eliminação ou neutralização.
15.4.1.2. A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará
caracterizada através de avaliação pericial por órgão competente, que comprove
a inexistência de risco à saúde do trabalhador.

15.5. É facultado às empresas e aos sindicatos de categorias profissionais


interessadas requererem ao Ministério do Trabalho, através das Delegacias
Regionais do Trabalho, a realização de perícia em estabelecimento ou setor
deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou determinar atividade
insalubre.
15.5.1 Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho,
desde que comprovada a insalubridade, o Perito do Ministério do Trabalho
indicará o adicional devido.

32
TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE

15.6. O Perito descreverá no laudo a técnica e a aparelhagem utilizadas.

15.7. O disposto no item 15.5. não prejudica a ação fiscalizadora do


Ministério do Trabalho, nem a realização ex-officio da perícia, quando solicitado
pela Justiça, na localidade onde não houver Perito.

O quadro a seguir apresenta a tabela com os graus de insalubridade.

QUADRO 2 – GRAUS DE INSALUBRIDADE


Anexo Atividades ou operações que exponham o trabalhador a: Percentual
Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites
1 de tolerância fixados no quadro constante do Anexo nº 1 e no 20%
item 6 do mesmo anexo.
Níveis de ruído de impacto superiores aos limites de tolerância
2 20%
fixados nos itens 2 e 3 do Anexo nº 2.
Exposição ao calor com valores de IBUTG superiores aos limites
3 20%
de tolerância fixados nos quadros nº 1 e 2.
4 ** Revogado pela Portaria nº 3.751, de 23.11.1990. 40%
Níveis de radiações ionizantes com radioatividade superior aos
5 40%
limites de tolerância fixados neste Anexo.
6 Trabalho sob condições hiperbáricas. 20%
Radiações não ionizantes consideradas insalubres em
7 20%
decorrência de inspeção realizada no local de trabalho.
Vibrações consideradas insalubres em decorrência de inspeção
8 20%
realizada no local de trabalho.
Frio considerado insalubre em decorrência de inspeção realizada
9 20%
no local de trabalho.
Umidade considerada insalubre em decorrência de inspeção
10 20%
realizada no local de trabalho.
Agentes químicos cujas concentrações sejam superiores aos 10%, 20% e
11
limites de tolerância fixados no Quadro nº 1. 40%
Poeiras minerais cujas concentrações sejam superiores aos
12 40%
limites de tolerância fixados neste Anexo.
Atividades ou operações envolvendo agentes químicos,
10%, 20% e
13 consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada
40%
no local de trabalho.
14 Agentes biológicos. 20% e 40%
FONTE: NR-15 (2010)

O art. 192 da CLT estabelece que o exercício de trabalho em condições


insalubres, acima dos limites de tolerância fixados pelo Ministério do Trabalho
e Emprego, assegurada a percepção do adicional respectivamente de 40%, 20%
e 10% do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo,
médio e mínimo. (SALIBA; CORRÊA, 2009).

Este adicional será sem acréscimos, resultantes de gratificações, prêmios


ou participação dos lucros da empresa (art. 193 da CLT), sendo que o empregado
poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido.

33
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO

NOTA

O grau de insalubridade depende do tipo de agente insalubre a que o empregado


está exposto. Por exemplo, o agente ruído gera adicional em grau médio, enquanto a poeira
gera grau máximo. Outro aspecto importante a ser considerado é que o grau não varia de
acordo com a intensidade do agente, isto é, uma concentração de poeira dez vezes superior
ao limite gera o mesmo grau de insalubridade que uma concentração duas vezes superior ao
limite de tolerância.

2.1 PERICULOSIDADE

A CLT menciona em seu art. 193 que as atividades ou operações perigosas


são consideradas, aquelas que, por natureza ou métodos de trabalho, impliquem
o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco
acentuado.

São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da


regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por
sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente
com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.

NOTA

Saliba e Corrêa (2009) destacam que nesta definição, foram determinados três
pressupostos para a configuração da periculosidade:
• contato com inflamáveis e explosivos;
• caráter permanente;
• em condições de risco acentuado.

A NR-16 da Portaria n° 3.214 estabelece as atividades e operações em


condições de periculosidade com inflamáveis e explosivos, bem como as áreas de
risco.

Outro fator gerador de periculosidade é o contato com energia elétrica,


instituído pela Lei n° 7.369/85, que para tal instituiu o adicional de periculosidade.
Essa lei foi regulamentada pelo Decreto n° 93.412, de 14 de outubro de 1986,
estabelecendo as atividades em condições de periculosidade e áreas de risco.
34
TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE

Saliba e Corrêa (2009) explicam que, posteriormente, o Ministério do


Trabalho e Emprego (MTE) instituiu o adicional de periculosidade para as
atividades ou operações que envolvem radiações ionizantes e substâncias
radioativas, por meio da Portaria nº 3.393, de 17 de dezembro de 1987, instrumento
este, no entanto, considerado ilegal por alguns profissionais da área jurídica – vez
que o direito de recebimento do adicional foi criado por uma Portaria.

NOTA

O art. 193 da CLT (§ 1º) estabelece que o valor do adicional seja de 30% sobre o
salário sem os acréscimos resultantes de gratificações ou participações nos lucros da empresa,
podendo o empregado optar pelo adicional que porventura lhe seja devido (art. 193, § 2º).
Portanto, os adicionais de insalubridade e periculosidade também não podem ser cumulativos,
devendo o empregado fazer a opção.

FIGURA 7 – ATIVIDADES QUE GERAM PERICULOSIDADE

FONTE: O autor

35
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO

3 PERÍCIA TÉCNICA DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE


O art. 189 da CLT define que operações insalubres são aquelas que expõem
os empregados a agentes nocivos à saúde acima dos limites de tolerância fixados
em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos
seus efeitos. Já as operações periculosas são as atividades ou operações perigosas,
sendo aquelas que, por natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato
permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.

A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade


são feitas por perícia a cargo do Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho,
registrados no Ministério do Trabalho, conforme art. 195 da CLT. A perícia poderá
ser feita pelo médico ou pelo engenheiro, tanto para constatar a insalubridade
como para a periculosidade quando não for necessário o conhecimento específico
de um dos profissionais ou de outro.
Art. 195. (...).
§ 1º É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais
interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de
perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar
e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas.
§ 2º Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por
empregado, seja por sindicato, em favor de grupo de associados, o juiz
designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver,
requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.
(...).

Portanto, a perícia visando à caracterização da insalubridade é obrigatória,


podendo ser extrajudicial ou judicial.

O parágrafo 1º deste artigo da CLT concede às empresas e aos sindicatos


a faculdade de requererem ao Ministério do Trabalho e Emprego a realização
de perícia em estabelecimentos ou setor deste, com o objetivo de classificar ou
delimitar as atividades insalubres.

NOTA

Nesse sentido, Vieira (2002) destaca que o laudo pericial é o relato escrito e
formal que o perito envia à autoridade que o nomeou. A razão da realização da perícia é a
necessidade que tem a autoridade de ser elucidada sobre um determinado fato jurídico. Desta
forma, o objetivo básico de todo o laudo é o de fornecer esclarecimentos a quem o solicita.

36
TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE

Portanto, de forma clara, deve ser elaborado, fornecendo informações


objetivas, sobre fatos de natureza técnica, não dominados pelo juízo.

A estrutura do laudo deve obedecer a certa ordenação, que possui as


seguintes partes: preâmbulo, histórico, descrição, discussão, conclusão e resposta
aos quesitos, explicados a seguir, conforme Vieira (2002):

• Preâmbulo: no preâmbulo o perito fará sua apresentação declinando o seu


nome. A seguir, explicita o motivo da perícia, citando o processo e as partes
envolvidas.
• Histórico: nesta etapa, devem ser narrados todos os antecedentes importantes
para elucidar o laudo, como, os cargos e funções exercidos pelo reclamante e
outras circunstâncias relacionadas à perícia.
• Descrição: é a parte central da perícia; sobre ela estarão assentadas todas as
demais partes do laudo:
a) Local de trabalho: será descrito em suas dimensões, tipo de construção, piso,
cobertura, abertura, luminárias, distribuição de máquinas e equipamentos,
assim como as condições gerais de higiene e limpeza;
b) Descrição do trabalho: deverá ser feita de forma completa e ordenada das
tarefas e atribuições exercidas. A descrição deve, basicamente, responder às
seguintes questões: O que se faz? Como e com que se faz? E para que se faz?
A sequência lógica das tarefas realizadas, destacando fatores como esforço
físico, complexidade e tempo de execução, que são importantes para definir
as condições de risco profissional a serem posteriormente descritas. As tarefas
devem ser expressas iniciando a frase com o verbo no infinitivo. Assim, a
descrição das tarefas de um açougueiro poderá ser:
• examinar as peças de carne recebidas, verificando sua qualidade e quantidade;
• transportar as peças de carne para a câmara frigorífica, para evitar sua
deterioração;
• dividir a carne em partes menores, utilizando-se de serra de fita e facas, para
facilitar a venda ao público.

Ao final da descrição das tarefas, deve-se citar se o autor usava equipamentos


de proteção individual.

c) Descrição do processo operacional: descrição do local e do trabalho. Esses dados


são obtidos com os operadores e supervisores, e não deixar de ter seus nomes
citados no preâmbulo. Pode-se anexar fotos, plantas baixas ou desenhos para
elucidar a descrição.
d) Descrição dos riscos do trabalho: a descrição dos riscos ocupacionais está
assentada nos princípios da higiene do trabalho. Isto é, conhecendo o local de
trabalho, as tarefas exercidas e o processo operacional, está o perito munido
das informações necessárias para reconhecer, avaliar e verificar os controles, se
existentes, dos riscos ocupacionais. Desta forma, poderá formar sua convicção,
sobre o potencial que os riscos analisados detêm, de causar danos à saúde ou
integridade física do autor. Reconhecendo o risco, este poderá ser avaliado de
forma qualitativa ou quantitativa. A análise qualitativa verificará a presença do

37
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO

agente, os meios de contato, as vias de penetração e o seu potencial de causar


dano ao trabalhador. Nesta avaliação, o tempo de exposição e os meios de
proteção coletiva e individual existentes são detalhados. A análise quantitativa
ocorre com os riscos para os quais possuímos meios para quantificá-los por
meio de equipamentos e técnicas especializadas. Os equipamentos e técnicas
empregados devem ser devidamente descritos conforme prevê a legislação, no
item 15.6 da NR-15.
• Discussão: é a parte do laudo em que o perito apresentará a fundamentação
científica existente dos riscos à saúde ou à integridade física do trabalhador,
descritos no item anterior. O perito apresentará sua opinião e poderá transcrever
ensinamentos de autoridades científicas no assunto, reforçando-a. Além disso,
poderá fazer comparações e analogias entre o risco encontrado no ambiente
de trabalho e não citado na legislação com outro assemelhado, que nela está
contido.
• Conclusão: deve sempre oferecer um embasamento legal às evidências técnicas
da existência do risco. Caso não exista na legislação tal embasamento, concluirá
o perito pela existência dos riscos à saúde ou integridade física do trabalhador.
Cabe ao julgador a aplicação da lei; portanto, a conclusão pericial, mesmo
calcada em embasamento técnico-científico, que poderá ou não ser acolhida.
• Respostas aos quesitos: os quesitos formulados pelas partes ao perito devem
ser respondidos sempre com os advérbios “sim” e “não”, explicitando as
respostas de forma sucinta, quando necessário. Para que possa responder de
forma adequada, o perito deverá antes da diligência, ler cuidadosamente os
quesitos formulados e anotá-los. Assim, durante a realização da vistoria ao local
de trabalho e da entrevista com os circunstantes, poderá colher todos os dados
que interessam, para elaborar as respostas. Este procedimento não deve deixar
dúvidas quanto ao embasamento técnico das respostas, ao mesmo tempo em
que as torna objetivas para o julgador e as partes.

O perito deverá encaminhar o laudo datado e assinado ao Juiz, com uma


petição em que solicitará seus honorários. O laudo deve ser encaminhado em quatro
vias. Uma ficará com o perito, como recibo, depois de protocolada na secretaria do
Juízo. As outras são encaminhadas, uma aos autos e as outras duas a cada uma das
partes. Após, as manifestações das partes, novos quesitos poderão ser formulados,
para que alguns pontos que estejam ainda não claros sejam elucidados pelo perito.

LEITURA COMPLEMENTAR

ARRUMAÇÃO DE LIXO EM CONDOMÍNIO DÁ DIREITO A ADICIONAL


DE INSALUBRIDADE

A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou recurso do


Condomínio Residencial América do Sul contra decisão regional que havia
concedido adicional de insalubridade a zelador que fazia o recolhimento e
arrumação de lixo dos moradores.

38
TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE

O empregado dedicava-se à organização do lixo produzido num condomínio


de 288 apartamentos e 900 moradores. Segundo o laudo pericial, de hora em hora
o zelador colocava em tambores o lixo deixado e espalhado pelos residentes e,
após o recolhimento dos resíduos pelo serviço de coleta, ele, três vezes na semana,
lavava os tambores e o piso destinado ao armazenamento dos dejetos.

A sentença de primeiro grau concedeu e o Tribunal Regional da 9ª Região


(PR) confirmou o direito do zelador em receber o adicional de insalubridade, pela
tarefa realizada ser semelhante à exposição ao lixo urbano, este definido como
insalubre pelo Anexo XIV, da NR-15 do Ministério do Trabalho.

O condomínio recorreu ao TST contra a decisão regional, alegando que o


acórdão do TRT afrontava a Orientação Jurisprudencial nº 4 da SBDI-1, segundo
a qual desconsidera como atividades insalubres a limpeza em residências e
escritórios e a respectiva coleta de lixo, sendo necessário o enquadramento da
tarefa na classificação de atividades insalubres elaborada pelo MT.

O ministro relator do recurso enviado à Turma, Márcio Eurico Vitral Amaro,


confirmou o entendimento declarado pelo TRT e ressaltou em seu voto que as
condições verificadas no laudo expressavam sim uma equiparação à atividade dos
trabalhadores municipais na coleta de lixo urbano, não havendo que se falar em
contrariedade à OJ n° 4, como alegado pelo condomínio. "Noutras palavras, seja pela
constância com que o reclamante lidava com o lixo, expondo-se, evidentemente,
a riscos biológicos, como constatados, segundo o acórdão recorrido, pela prova
pericial, seja pelo volume de lixo (produzido por cerca de 900 moradores de 288
apartamentos), e não de mera limpeza em residências e a respectiva coleta de lixo.
Assim, não há que falar em contrariedade à OJ nº 4, estando a decisão recorrida, ao
contrário, em consonância com o aludido verbete", disse o ministro.

FONTE: REVISTA PROTEÇÃO. Arrumação de lixo em condomínio dá direito ao adicional de


insalubridade. 2009. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/site/content/noticias/noticia_
detalhe.php?id=AAy J>. Acesso em: 25 ago. 2010.

FIGURA 8 - RISCOS BIOLÓGICOS (SIMBOLOGIA)

FONTE: Disponível em: <http://www.act.gov.pt/(pt-PT)/


CentroInformacao/SinalizacaoSeguranca/Aviso/Paginas/default.
aspx>. Acesso em: 3 nov. 2010.

39
RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, você viu que:

• Insalubridade pode ser definida como uma atividade que expõe o trabalhador a
agentes nocivos à sua saúde, acima dos limites de sua tolerância.
• Para a configuração da insalubridade, são necessários alguns requisitos como
exposição permanente a agentes insalubres, inspeção do local de trabalho acima
dos limites de tolerância de exposição aos agentes nocivos.
• O art. 192 da CLT estabelece que o exercício de trabalho em condições insalubres,
acima dos limites de tolerância fixados pelo Ministério do Trabalho e Emprego,
assegurada a percepção do adicional respectivamente de 40%, 20% e 10% do
salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e
mínimo.
• O adicional de periculosidade é instituído para as atividades ou operações que
envolvem radiações ionizantes e substâncias radioativas. O valor do adicional
é de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações ou
participações nos lucros da empresa.
• A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade são
feitas por perícia a cargo do Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho,
registrados no Ministério do Trabalho.

40
AUTOATIVIDADE

1 O significado de prejudicial à saúde, nocivo, inadequado à vida refere-se à:


( ) insalubridade.
( ) periculosidade.
( ) proibido.
( ) negativo.

2 Quais as condições que caracterizam a insalubridade?


( ) Energia elétrica.
( ) Agentes físicos.
( ) Explosivos.
( ) Agentes químicos.
( ) material inflamável
( ) Ruído.

3 Qual o percentual do adicional de periculosidade adotado pela CLT?


( ) 20%.
( ) 10%.
( ) 30%.
( ) 40%.

4 Os principais pressupostos da periculosidade são o contato com inflamáveis


e explosivos, de caráter não permanente e em condições de risco acentuado.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

5 Quem é o responsável pela caracterização e classificação da periculosidade e


insalubridade?
( ) Ministério do Trabalho.
( ) Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho.
( ) Técnico de Segurança do Trabalho.
( ) Perito do Ministério do Trabalho.

6 O laudo pericial deve ser feito de maneira imparcial, não podendo o perito
opinar ou apresentar seu parecer, devendo apenas relatar o ambiente físico da
empresa.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

41
7 Qual a finalidade da perícia?
( ) Auxiliar os sindicatos.
( ) Elucidar sobre um determinado fato jurídico.
( ) Realizar um exame completo, conforme solicitado pela NR-7.
( )Ajudar a empresa a identificar atividades que geram insalubridade e
periculosidade.

42
UNIDADE 2

SAÚDE OCUPACIONAL

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

A partir desta unidade você será capaz de:

• compreender a finalidade do Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional - PCMSO;

• verificar os exames exigidos pela NR-7;

• promover ações voltadas à educação em saúde ocupacional.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que em cada um deles você
encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos.

TÓPICO 1 – POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL

TÓPICO 2 – EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7

TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL

43
44
UNIDADE 2
TÓPICO 1

POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL

1 INTRODUÇÃO

A Norma Regulamentadora NR-7, hoje denominada Programa de Controle


Médico de Saúde Ocupacional, é parte constante da Portaria nº 3.214, de 08 de
junho de 1978 do Ministério do Trabalho.

A Política Nacional da Saúde do Trabalhador é uma política formada com


os movimentos de vários trabalhadores e sindicalistas que lutam por melhorias.
Muitos trabalhadores, muitas reformas, discussões e conferências a cerca de uma
democratização e de uma defesa pública. O Ministério da Saúde tem como objetivo
de programar a Política de Notificação de Acidentes e Doenças no Trabalho.

Este capítulo apresentará o surgimento da política de saúde ocupacional,


o conceito e finalidade do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO) e a política de saúde ocupacional.

2 CONTEXTO DO SURGIMENTO
Em 27 de julho de 1972, com o Decreto Lei nº 3237 e com a obrigatoriedade
do SESMT nas empresas, foi dado o primeiro passo para a criação de um programa
de prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Este decreto foi
reforçado com a elaboração das normas regulamentadoras no ano de 1978, de
acordo com seus anexos, em especial a NR 7.

A versão original das NRs desobrigava pequenas empresas ao cumprimento


do que determinava a legislação pertinente, permitindo que as empresas se
agrupassem e constituíssem um SESMT para atendimento das mesmas.

45
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

Paulo et al. (1996) referenciam, que em meados de 1993, com a participação


de uma Comissão Interministerial de Saúde do Trabalhador e Grupo Técnico, deu-
se o início na atualização da Norma Regulamentadora NR-7 e em 30 de dezembro
de 1994 foi revogado o novo texto desta Norma.

NOTA

A nova NR-7 estabeleceu a necessidade de existir um PCMSO, assim como a NR-


9, o PPRA, independente do número de funcionários, grau de risco e tamanho da empresa. Isto
se deve ao fato de que mais de 85% das empresas do setor industrial do Brasil são formados
por micro e pequenas empresas, tendo um contingente de aproximadamente 60% da massa
trabalhadora do país. Apesar de ser aparentemente recente esta preocupação com a saúde
do trabalhador, em vários outros países, desde 1953, vem sendo discutida a organização de
serviços especializados de prevenção nas empresas.

Conforme Paulo et al. (1996), um dos tópicos da Conferência Internacional


do Trabalho, realizada naquele ano, foi a preservação da saúde do trabalhador,
e após cinco anos, a OIT criou a Recomendação 112, que serviu de base para a
formulação de leis que garantiam a segurança e prevenção dos trabalhadores. Esta
recomendação aconselhava as empresas em geral de que empregassem médicos
que tivessem conhecimento de Saúde Ocupacional para atuar na prevenção da
saúde dos trabalhadores contra os riscos existentes nos locais de trabalho.

Apesar disso, esta recomendação não foi seguida, visto que trabalhos
realizados por pesquisadores interessados na saúde do trabalhador mostraram
que a maioria das empresas no Brasil não possuía este serviço. Constatou-se
que o índice de acidentes e doenças do trabalho era numeroso. Este resultado
fez com que o Governo Federal obrigasse as empresas a manterem serviços
especiais em Segurança e Medicina do Trabalho. Esta obrigatoriedade ultrapassou
a Recomendação da OIT, visto que, além do médico previsto nesta, tornava
obrigatório a contratação de engenheiros, técnicos de segurança, enfermeiras e
auxiliar de medicina do trabalho.

Em função do SESMT, devido ao número escasso de profissionais da área,


a então recém-criada Fundacentro – Fundação Centro Nacional de Segurança do
Trabalho, hoje, Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho, em parceria com a Faculdade de Higiene Pública, iniciaram cursos para
formação de especialistas em Medicina e Segurança do Trabalho, sendo o primeiro
curso de especialização ministrado no Brasil no ano de 1973. Em 1985, foi aprovada
pela OIT a Convenção Internacional 161, que foi denominada de Serviços de Saúde
do Trabalhador.
46
TÓPICO 1 | POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL

NOTA

Com isso, o PCMSO prioriza a preservação da saúde do trabalhador vinculados


à empresa, partindo de estudos epidemiológicos prevencionistas frente a situações de riscos
iminentes. Este programa deve ser multissetorial, isto é, deve envolver todos os setores de
uma empresa. A política empresarial deve ser orientada quanto à necessidade do apoio do
programa (participação da Diretoria e Administradores na implantação deste Programa);
dividindo responsabilidade de cada membro da empresa de acordo com os níveis hierárquicos:
Diretoria, CIPA, SESMT, trabalhadores.

O Ministério do Trabalho, através da Secretaria de Segurança e Saúde


no Trabalho, visando modernizar as medidas preventivas na área de Saúde
Ocupacional, emitiu a Portaria nº 24 (Diário Oficial da União de 30 de dezembro
de 1994), dando nova denominação e redação à Norma Regulamentadora NR-
7, que trata entre outros dos exames médicos ocupacionais dentro da prática da
Medicina do Trabalho. Esta Norma estabelece parâmetros mínimos e diretrizes
gerais a serem observados na execução do Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional – PCMSO, de elaboração obrigatória em todas as empresas
ou instituições, que admitam trabalhadores como empregados. Esta NR-7, antes
denominada de Exames Médicos, cria a figura do médico coordenador, responsável
pela elaboração e/ou execução do PCMSO.

NOTA

Na prática, isto significa que, com exceção daquelas empresas que estão
desobrigadas a manter um médico do trabalho de acordo com a NR-4 (com vínculo
empregatício), as demais terão que indicar um profissional médico para coordenar o programa
(salvo aquelas enquadradas no item 7.3.1.1 e seus subitens, segundo Portaria nº 8, de 8 de maio
de 1996).

Esta nova redação traz uma preocupação com a promoção e prevenção


da saúde dos trabalhadores, com atenção específica à função desenvolvida e os
riscos à saúde dos mesmos em uma empresa. Traz também novos conceitos, novas
obrigações dos empregadores e dos profissionais da área de saúde ocupacional.
Entre as principais mudanças, pode-se citar a obrigatoriedade de realização de
exame demissional para todos os funcionários (anteriormente apenas para as
atividades insalubres), de mudança de função e de retorno ao trabalho; os controles
biológicos passam a ser obrigatórios a cada seis meses e para os trabalhadores, não
expostos a riscos ocupacionais e que tenham entre 18 e 45 anos, o exame periódico
pode ser bienal.
47
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

Entre os novos exames exigidos, pode-se citar a Espirometria, exigida a


todos os trabalhadores expostos a poeiras em geral a cada dois anos. A emissão
do Atestado de Saúde Ocupacional – ASO deve ser em duas vias, sendo a segunda
obrigatoriamente entregue ao empregado. Há também orientação quanto à
necessidade de emissão da Comunicação de Acidentes do Trabalho - CAT.

3 CONCEITO E FINALIDADE DO PROGRAMA DE CONTROLE


MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL - PCMSO
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) tal como
definido na própria norma prevencionista específica, deve ser entendido como
parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da
proteção à saúde de seus empregados, devendo estar articulado com o disposto
nas demais normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho.

O PCMSO deve considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a


coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico
na abordagem da relação entre saúde e trabalho, e deverá ter caráter de prevenção,
rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho,
inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de
doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.

Conforme Gonçalves (2000), como regra geral, as empresas e instituições


públicas ou privadas que admitem trabalhadores como empregados são obrigadas
a elaborar e a implementar o PCMSO com o objetivo de promover e preservar a
saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

NOTA

Entretanto, são dispensadas de tal imposição normativa as empresas de Grau de


Risco 01 ou 02, que possuam até 25 empregados, e aquelas do Grau de Risco 03 ou 04, que
possuam até 10 empregados, podendo tais limites serem majorados para o dobro, mediante
negociação coletiva, sendo indispensável, no caso dos graus de riscos mais elevado, assistência
técnica de profissional integrante do setor de segurança e saúde do trabalho da Delegacia
Regional do Trabalho (DRT), durante o citado processo de negociação coletiva.

48
TÓPICO 1 | POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL

Todavia, poderá o Delegado Regional do Trabalho, à vista de laudo técnico


do setor competente em segurança e saúde no trabalho, indicador da existência de
condição potencial de risco aos trabalhadores, ou em razão de cláusula específica
de negociação coletiva, impor a contratação de médico coordenador com a
consequente elaboração do citado programa médico preventivo, mesmo no caso
das hipóteses antes mencionadas.

NOTA

O PCMSO estuda os riscos ocupacionais dos locais de trabalho, monitora os seus


possíveis efeitos nos trabalhadores, analisa se os trabalhadores têm condições de saúde para
executar as funções exigidas, bem como para se submeter aos riscos ocupacionais de seus
postos de trabalho.

Segundo Galafassi (1998), o PCMSO é um conjunto de estudos de ações


que visam à manutenção da saúde e à prevenção de doenças ocupacionais e de
acidentes do trabalho.

O programa parte do empregador para a coletividade de seus colaboradores.


Dessa forma, orienta um foco no indivíduo e outro na coletividade, estreitando na
relação saúde-trabalho as abordagens clínicas e epidemiológicas.

Para Pereira Júnior (1995), o Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional completa o que se entende como um efetivo controle dos riscos
existentes nos ambientes de trabalho, e consiste no elemento da gestão de qualidade
e estilo de vida laborativa.

Escreve ainda Pereira Júnior (1999, p. 95) que:

O PCMSO completa o que se entende como um efetivo controle dos


riscos existentes nos ambientes de trabalho. Por estar na ponta dos
processos utilizados em Segurança e Medicina no Trabalho, o PCMSO
se reveste de grande importância, pois por ele poderemos não somente
avaliar a saúde dos trabalhadores referenciada às condições dos
ambientes de trabalho, mas também as relacionadas com o ambiente
psicossocial que os envolvem, como um todo. Essa posição permite ao
programa detectar desvios da saúde física e mental dos trabalhadores,
de ordem psicossomática, muitas vezes sutis, que demonstram desajuste
na integração empregado-empresa, gerados pelo clima interno da
organização ou por fatores externos a ela. Oferece, portanto, o PCMSO
uma excelente oportunidade para a promoção, proteção e recuperação
precoce da saúde do adulto, entendida aqui como: perfeito equilíbrio
entre o Homem e seu meio ambiente. Desta forma, o PCMSO, quando
devidamente ajustado aos objetivos da empresa, vai além de um
simples relatório anual de atendimentos médicos, com estabelecimento
de metas para o próximo ano.

49
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

Portanto, pode-se definir o Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional como o conjunto de ações, de obrigatoriedade da empresa, consistentes
na elaboração e acompanhamento de exames médicos, focadas na prevenção,
diagnóstico e controle de doenças ocupacionais, com o objetivo de promover a
saúde dos trabalhadores e sua perfeita integração com o ambiente de trabalho.

Nesse ponto, se faz necessário transcrever as diretrizes que norteiam


o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, traçadas na NR-7,
consistentes em:

[...]
7.2. Das Diretrizes
7.2.1 - O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de
iniciativas da empresa no campo da saúde dos trabalhadores, devendo
estar articulado com o disposto nas demais NR.
7.2.2 - O PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobre
o indivíduo e a coletividade de trabalhadores, privilegiando o
instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre sua
saúde e o trabalho.
7.2.3 - O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e
diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho,
inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência
de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos
trabalhadores.
7.2.4 - O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos
riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os identificados nas
avaliações previstas nas demais NR.

Todo o trabalhador deverá ser acompanhado pelos dados colhidos pelos


exames médicos na responsabilidade do médico coordenador, quando deverão ser
registrados no prontuário clínico individual, mantendo os arquivos pelo período
de vinte anos.

Busca-se assegurar ao trabalhador o mapeamento da atividade em que


exerce no setor e também salvaguarda sua saúde individual, através de exames
específicos e acompanhamentos de sua prevenção de doenças.

De acordo com Oliveira (2008), o Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional se constitui num programa elaborado com o objetivo de promoção e
preservação da saúde do conjunto dos trabalhadores, estabelecendo os parâmetros
mínimos a serem observados, os quais, entretanto, poderão ser ampliados mediante
negociação coletiva.

Portanto, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional não é um


programa isolado. Ele deve ser realizado com a consonância das demais Normas
Regulamentadoras.

Os benefícios advindos da implementação do Programa de Controle


Médico de Saúde Ocupacional atingem os dois lados, tanto os trabalhadores
quando os empregadores, fazendo com que todos sejam favorecidos.

50
TÓPICO 1 | POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL

NOTA

A implantação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional propicia


qualidade de vida aos trabalhadores, pois atinge diretamente a saúde do trabalhador, que é o
bem juridicamente protegido pela norma constitucional.

Na elaboração do PCMSO devem, obrigatoriamente, estar previstas Ações


de Saúde Primárias e Secundárias, visando à Promoção e Prevenção da Saúde de
todos os trabalhadores da empresa, inclusive com palestras e treinamentos. O
PCMSO deverá, obrigatoriamente, estar articulado com as atividades previstas nas
demais NRs, especialmente a NR-9 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais)
e a NR-5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA).

4 POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL


Todas as empresas que possuem trabalhadores como empregados
deverão elaborar seu PCMSO. Este programa, para ser viabilizado, isto é, para ter
garantida a execução correta de suas ações e os resultados previstos, necessita estar
sustentado por uma Política de Saúde Ocupacional, que é definida como sendo
um compromisso da empresa na preservação da saúde de seus colaboradores.
Esta política, envolvendo a Engenharia de Segurança, a Medicina e a Higiene do
Trabalho, deve, além de garantir o PCMSO, definir responsabilidades e obrigações
de todos os trabalhadores da empresa.

Paulo et al. (1996) destacam alguns tópicos que devem estar presentes em
uma política em Saúde Ocupacional:

• a empresa exercerá seu papel nas relações com seus colaboradores e terceiros no
sentido de assegurar condições de trabalho seguras, saudáveis e produtivas. As
unidades implementarão esta política através de estratégias e planos de ação,
através do gerenciamento efetivo e ainda da contribuição individual de seus
colaboradores, suportado pela educação e treinamento;
• Saúde: a empresa conduzirá suas atividades de forma a evitar danos à saúde de
seus colaboradores e terceiros e promover de forma apropriada a saúde de seus
empregados;
• Segurança: a empresa trabalha com o princípio de que todas as lesões podem
ser prevenidas e promoverá medidas eficazes neste sentido, associando em suas
atividades um alto padrão de consciência em segurança e a disciplina que esse
princípio demanda;
• Higiene do trabalho: a empresa desenvolverá atividades no sentido de
garantir um ambiente de trabalho o mais saudável possível, eliminando e/ou
neutralizando os agentes ali identificados.
51
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

Esta política, além de ética e condizente com a responsabilidade social


da empresa, visa preservar a capacidade laborativa dos colaboradores e, por
consequência, da sua produtividade.

Paulo et al. (1996) destacam que todo e qualquer programa envolvendo a


saúde dos trabalhadores, deve ter bem claras suas finalidades e objetivos, sendo
que as finalidades podem ser definidas como resultados esperados a médio e longo
prazo e os objetivos a curto e médio prazos.

NOTA

As finalidades da política de saúde ocupacional são:


• Garantir as ações necessárias visando à promoção da saúde, à prevenção de doenças e
acidentes e à recuperação da saúde dos colaboradores e terceiros nas unidades da empresa;
• Garantir aos colaboradores a melhor qualidade de vida possível no trabalho, visando à
preservação de sua saúde, como também o incremento da produtividade, da qualidade e da
competitividade.

A responsabilidade pela vida e saúde dos trabalhadores recairá no trinômio


Estado-Empresa-Trabalhador, já que os efeitos sobre a saúde e qualidade de vida
são decorrentes destes três elementos.

De acordo com Vieira (2005) e Paulo et al. (1996), os objetivos de uma


política de saúde ocupacional, essencialmente, são:

• a proteção da saúde e bem-estar do trabalhador contra os riscos e


condicionamentos do ambiente de trabalho;
• a colocação do trabalhador em uma atividade, de acordo com sua capacidade
física e emocional, de modo a poder realizá-la sem perigo para ele e seus colegas
e sem dano à propriedade;
• o provimento de atendimento médico de emergência para os acidentes do
trabalho e doenças profissionais/ocupacionais e não ocupacionais, bem como
reabilitação profissional;
• a manutenção da saúde do trabalhador através de atividades promocionais,
procedimentos específicos de medicina preventiva e frequente revisão do estado
de saúde;
• atuar na prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde
relacionados ao trabalho;

52
TÓPICO 1 | POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL

• reduzir os índices de acidentes de trabalho, doenças profissionais, doenças do


trabalho;
• cumprir a legislação trabalhista no tocante à saúde no trabalho;
• padronizar e normatizar as ações voltadas ao controle médico de saúde
ocupacional;
• o controle dos riscos potenciais à saúde inerentes à operação de trabalho.

A saúde ocupacional é um investimento que precisa ser valorizado, tanto


pelas classes empresariais como pelos trabalhadores.

53
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:

• O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é entendido


como parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no
campo da proteção à saúde de seus empregados, devendo estar articulado
com o disposto nas demais normas regulamentadoras de segurança e saúde no
trabalho.
• As empresas e instituições públicas ou privadas que admitem trabalhadores
como empregados são obrigadas a elaborar e a implementar o PCMSO com o
objetivo de promover e preservar a saúde do conjunto dos seus trabalhadores.
• Busca-se assegurar ao trabalhador o mapeamento da atividade que exerce no
setor e também salvaguarda sua saúde individual, através de exames específicos
e acompanhamentos de sua prevenção de doenças.
• A política de saúde ocupacional, além de ética e condizente com a responsabilidade
social da empresa, visa preservar a capacidade laborativa dos colaboradores e,
por consequência, a sua produtividade.

54
AUTOATIVIDADE

1 Quais os programas que foram estabelecidos pela NR-7?


( ) PCMSO.
( ) PPRA.
( ) SESMT.
( ) CIPA.

2 O PCMSO visa à preservação da saúde do trabalhador vinculados à empresa,


partindo de estudos epidemiológicos prevencionistas frente a situações de
riscos iminentes.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

3 Quais empresas devem adotar o PCMSO?


( ) Empresas que possuam até 25 empregados, com grau de risco 01 ou 02.
( ) Todas as empresas que tenham funcionários contratados.
( ) Empresas que possuam até 10 empregados, com grau de risco 03 ou 04.
( ) Empresas com mais de 25 empregados, com riscos existentes no ambiente
de trabalho.

4 Os benefícios do PCMSO refletem-se tanto para os trabalhadores quanto para


os empregadores, visando a uma melhor qualidade de vida.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

5 O tópico que não está presente em uma política em saúde ocupacional é:


( ) saúde.
( ) perícia médica.
( ) segurança.
( ) higiene do trabalho.

6 A política em saúde ocupacional deve ser ética, mas não relacionada com a
responsabilidade da mesma.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

7 Segundo a NR-7, as empresas públicas não precisam elaborar e implementar


o PCMSO com o objetivo de promover e preservar a saúde do conjunto dos
seus funcionários.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

55
56
UNIDADE 2 TÓPICO 2

EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7

1 INTRODUÇÃO

Com a introdução de novas tecnologias, matéria-prima e organização


do trabalho, os fatores relacionados à segurança e saúde do trabalho devem ser
constantemente monitorados, a fim de serem avaliados os riscos provenientes da
atividade produtiva.

A NR-7, da Portaria nº 3.214/78 estabelece a obrigatoriedade da elaboração


e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
– PPRA, visando à preservação da saúde e à integridade dos trabalhadores, através
da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência
de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho,
tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

Os intervalos dos exames variam de acordo com a função, local de trabalho,


idade do trabalhador, quantidade de trabalho e grau de risco que a empresa se
enquadra.

Um PCMSO poderá ser muito complexo, contendo avaliações


clínicas especiais, exames toxicológicos com curta periodicidade, avaliações
epidemiológicas, entre outras providências.

2 ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL


O exame médico ocupacional compreende a investigação clínica, nela
incluídas a anamnese clínica e profissional e o exame de aptidão física e mental. Além
disso, a norma impõe a obrigatoriedade de realização de exames complementares
em determinadas situações, sendo facultado ao médico requisitar a realização de
quaisquer outros exames adicionais que julgar convenientes.

Registre-se, porém, que são nulos de pleno direito Atestados de Saúde


Ocupacional emitidos em desconformidade com esta norma, especialmente aqueles
em que se evidencie que o médico não tenha previamente analisado e anotado no
próprio Atestado de Saúde Ocupacional, os tipos, datas e resultados dos exames

57
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

complementares a que se submeteu o empregado, mormente os definidos na NR-


07 como obrigatórios.

O médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) em duas vias


de qualquer modelo em formulário, desde que traga as informações mínimas
previstas na NR:

7.4.4.3 – O ASO deverá conter no mínimo: a) nome completo do


trabalhador, o número de registro de sua identidade, e sua função; b)
os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, na
atividade do empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela
Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho – SSST; c) indicação dos
procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador; incluindo os
exames complementares a data em que foram realizados; d) o nome do
médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM; e) definição
de apto ou inapto para função específica a que o trabalhador vai exercer,
exerce ou exerceu; f) nome do médico encarregado do exame e endereço
ou forma de contato; g) data e assinatura do médico encarregado do
exame e carimbo contendo seu número de inscrição no Conselho
Regional de Medicina.

No item 7.4.4.1 da NR-7 destaca-se que uma via do atestado ocupacional


deve ficar arquivado no local de trabalho, à disposição da fiscalização do trabalho,
e o item 7.4.4.2 menciona que a segunda via do atestado ocupacional deve ser
entregue ao trabalhador.

A seguir, apresenta-se um modelo de Atestado de Saúde Ocupacional.

58
TÓPICO 2 | EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7

FIGURA 9 – MODELO DE ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL

ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL


Nome do empregado Registro de identidade

Função Registro na empresa

Procedimentos realizados Data

Admissional Periódico Mudança de função

Retorno ao trabalho Demissional

Apto Inapto
Recebi a segunda via deste atestado:
_________________________
Data _____/ _____/ _____ Assinatura do empregado
Endereço / Contato Médico Encarregado do Exame

Nome e CRM do MC

Data Assinatura/Carimbo do Médico


_____/ _____/ _____

FONTE: O autor

Embora não conste na NR-7, é importante o número de registro do


empregado na empresa/organização. O próprio empregado pode escrever o
registro da data à esquerda do espaço reservado para sua assinatura.

3 EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7


O item 7.1.1, da NR-7, dispõe que o Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional possui “o objetivo de promoção e preservação da saúde do
59
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

conjunto dos seus trabalhadores”. Ou seja, todos os trabalhadores da empresa,


independente da função que exerçam, estão sujeitos aos exames determinados
pelo Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.

Segundo o item 7.4.1 da NR-7, “o PCMSO deve incluir, entre outros, a


realização obrigatória dos exames médicos: a) admissional; b) periódico; c) de
retorno ao trabalho; d) de mudança de função; e) demissional”.

A alínea “a” do item 7.4.2, da NR-7, prevê que os exames devem compreender
a) a avaliação clínica do trabalhador; b) a anamnese ocupacional, que se refere ao
histórico que vai desde os sintomas iniciais até o momento da observação clínica,
realizado com base nas lembranças do paciente; c) exame físico; e d) exame mental.

Prevê ainda o item 7.4.2, da NR-7, em sua alínea “b”, que os exames
compreendem também os “exames complementares, realizados de acordo com os
termos especificados nesta NR, e seus anexos”.

Ademais, a redação do caput do item 7.4.1, da NR-7, prevê a possibilidade


de inclusão de outros exames que não os expressamente previstos.

Nesse sentido, Pereira Júnior (1999, p. 99) destaca que:

Os exames médicos ocupacionais previstos na NR-7 (admissionais,


periódicos, mudança de função, retorno ao trabalho e demissionais) serão realizados
obrigatoriamente, como parte integrante de um programa mínimo, e estabelecidos
com base nos riscos ocupacionais existentes. Outros exames de controle médico
como, por exemplo, no acompanhamento de trabalhadores portadores de doenças
crônico-degenerativas, gestantes, os indicados a viagens e cursos (em locais com
ou sem epidemias) no país ou no exterior, entre outros, podem ser implantados, de
acordo com as necessidades percebidas pelo responsável do programa.

Rio (1996) destaca que a própria caracterização dos diversos exames


médicos pela NR-7 é bem clara, explicada e dispensa maiores reflexões. Porém,
apresentam-se ainda alguns destaques sobre a mesma:

• Os exames que constam do PCMSO são de grande seriedade, não apenas do


ponto de vista médico como, também, sob o aspecto legal. Devido à prática de
emissão de atestados médicos que vigorou até então, há certa tendência em se
desconsiderar essa importância. Outro fator que contribui para isto é a própria
formação do médico, voltada essencialmente para a medicina curativa, que
prepara o profissional para sempre aguardar o paciente com uma demanda. Os
exames médicos de saúde ocupacional são de caráter preventivo e muitas vezes
são tidos pelo próprio paciente como uma obrigação a mais. É importante um
trabalho do médico e de seus colaboradores no sentido de resgatar a importância
e a seriedade desses exames.
• O exame admissional destina-se a determinar aptidão e inaptidão para
determinadas funções e atividades. Daí, a necessidade, por parte do médico do

60
TÓPICO 2 | EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7

trabalho, de um bom conhecimento clínico e das funções e atividades que existem


nas empresas, ainda mais que, muitas vezes, não existem regras definidas para
a caracterização de inaptidão. Um trabalhador poderá estar apto para certas
atividades e não para outras. Algumas situações servem de exemplo:

a) portadores de síndromes ou doenças, que causem tonturas ou vertigem, não


devem exercer atividades que exijam dirigir veículos, subir em alturas ou que
tenham risco de acidentes;
b) portadores de doenças cardiovasculares não devem executar atividades que
exijam o uso de força física;
c) pessoas com varizes significativas de membros inferiores não devem trabalhar
predominantemente de pé, paradas;
d) asmáticos que, sabidamente, entram em crise de broncoespasmo diante da
exposição ao frio, a exercício físico ou outros fatores, não devem ser expostos a
eles;
e) pessoas que já trabalharam em regime de revezamento de turnos, ou em turno
noturno fixo e não se adaptaram bem, devem ser poupadas desses sistemas de
trabalho ou, antes de serem estabelecidas nessas atividades, passarem por um
período de experiência para avaliação;
f) portadores de doenças pulmonares de origem ocupacional ou não devem ser
resguardados da exposição a agentes indutores de pneumoconioses.

• Os exames periódicos são um momento privilegiado para a avaliação da


aptidão do trabalhador às funções que exerce. Além do mais, é através deles
que se fazem o monitoramento biológico contínuo de trabalhadores expostos a
riscos ambientais; o levantamento das manifestações clínicas de trabalhadores
expostos a riscos ergonômicos; o acompanhamento dos resultados nas mudanças
ambientais ou ergonômicas que visam a melhoria das condições de trabalho; o
núcleo dos programas especiais (prevenção de LER, programa de conservação
auditiva, controle de hipertensos, planejamento familiar etc.).
• Os exames demissionais são de fundamental importância: garantem ao
trabalhador e à empresa que ele está em boas condições de saúde no ato da
demissão. Em termos legais, esse exame pode ter grande importância futura e
deve ser feito com suficiente detalhamento.
• Os exames de mudança de função garantem a segurança de que o trabalhador
estará apto para se expor a diferentes riscos de trabalho.
• Os exames de retorno ao trabalho, após afastamento de trinta ou mais dias, por
motivo médico, cumprem uma função que os médicos do INSS, peritos na área
de auxílio-doença, não têm como avaliar: a aptidão do trabalhador para uma
determinada função, com riscos próprios. Os médicos do INSS avaliam apenas
a capacidade geral para o trabalho.

A seguir, se passará a discutir as especificidades de cada exame exigido


pela NR-7.

61
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

3.1 EXAME ADMISSIONAL


Conforme determina o item 7.4.3.1, da NR-7, “o exame médico admissional,
deverá ser realizado antes que o trabalhador assuma suas atividades”.

A respeito do exame admissional, Galafassi (1998) destaca que, ao


contrário do que se pratica em algumas empresas, o exame admissional não deve
consistir na inclusão do candidato sadio e na exclusão do menos saudável, mas
no conhecimento prévio da atividade que irá exercer sem prejuízo à saúde a aos
demais colegas de trabalho.

Wachowicz (2007) destaca que podem ser considerados como objetivos


básicos do exame admissional:

• avaliar se o candidato pode trabalhar sem colocar em risco a própria saúde e a


de seus colegas de trabalho;
• verificar a presença de qualquer anormalidade e indicar o tipo de serviço mais
adequado;
• determinar as condições somato-psíquicas dos trabalhadores para selecionar
aqueles em melhores condições para determinado tipo de serviço;
• permitir a colocação dos trabalhadores em serviços adequados a suas condições
físicas e psíquicas;
• informar aos funcionários o estado real de sua saúde, orientando-os quanto à
possível solução de problemas médicos eventualmente encontrados;
• salvaguardar a saúde e segurança da comunidade trabalhadora, não permitindo
a admissão de pessoas que possam oferecer algum risco;
• cumprir as disposições legais que tornam esse exame obrigatório;
• permitir uma educação sanitária do candidato;
• obedecer a dispositivos legais.

NOTA

Com a realização deste exame, poderá o empregador, a partir dos dados e do


diagnóstico do trabalhador, definir em quais funções poderá adequar o trabalhador ou se ele
alcança as qualidades buscadas para a realização de determinada função.
Portanto, pode-se dizer que o principal objetivo do exame admissional consiste na perfeita
adequação do homem a sua função e ao seu ambiente de trabalho.

62
TÓPICO 2 | EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7

3.2 EXAME PERIÓDICO


O item 7.4.3.2, da NR-7, relaciona a periodicidade desses exames médicos
com a atividade desenvolvida e com o risco ocupacional a que os funcionários
estão submetidos e determina em quais períodos deverão ser efetuados, da
seguinte forma:

• para trabalhadores expostos a riscos ou situações de trabalho que impliquem


o desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional, ou, ainda, para
aqueles que sejam portadores de doenças crônicas, os exames deverão ser
repetidos:
a) a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico encarregado, ou se
notificado pelo médico agente da inspeção do trabalho, ou, ainda, como
resultado de negociação coletiva de trabalho;
b) de acordo com a periodicidade especificada no Anexo 6 da NR-15, para os
trabalhadores expostos a condições hiperbáricas;

• para os demais trabalhadores:


a) anual, quando menores de dezoito e maiores de quarenta e cinco anos de idade;
b) a cada dois anos, para os trabalhadores entre dezoito e quarenta e cinco anos de
idade.

NOTA

A finalidade do exame médico periódico é investigar se já ocorreu alguma


alteração na saúde dos trabalhadores, antes mesmo do aparecimento das manifestações
clínicas, possibilitando um tratamento adequado a estas patologias que, até então, poderiam
ser desconhecidas ou passar despercebidas pelo próprio trabalhador.

Essa investigação é uma ação preventiva, em que a eterna vigilância é o


fator preponderante para uma boa qualidade da saúde do trabalhador.

Assim, caso seja diagnosticada alguma alteração na saúde do trabalhador,


deverão ser investigadas as causas de sua ocorrência. Se a enfermidade não decorrer
do ambiente laboral, deverá o médico providenciar as condutas médicas cabíveis.

Caso seja decorrente do ambiente laboral, o médico, além das condutas


com vistas ao tratamento da enfermidade, deverá tomar as providências cabíveis
com a finalidade de corrigir o fator laboral que causou a doença. (SALIBA, 2004,
p. 431).

63
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

NOTA

Assim, os exames admissionais e periódicos devem ser feitos como forma de


controle da saúde geral dos trabalhadores, de detecção de fatores predisponentes a doenças
profissionais, assim como para avaliação da efetividade dos médicos de controle empregados.

3.3 EXAME DE RETORNO AO TRABALHO

Segundo determinação do item 7.4.3.3, da NR-7, o exame médico de


retorno ao trabalho deverá ser realizado obrigatoriamente no primeiro dia de volta
ao trabalho de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 dias por
motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto.

NOTA

Galafassi (1998) explica que a finalidade do exame de retorno ao trabalho é verificar


se o funcionário está apto para voltar a exercer suas antigas funções após o afastamento de
determinado período.

Isso ocorre com frequência, principalmente, no retorno do empregado


afastado por motivo de doença ou acidente de trabalho. Esse exame permite ao
médico verificar se o empregado possui as mesmas condições de trabalho anteriores
ao afastamento, ou se será necessário mudar sua função dentro da empresa.

3.4 EXAME DE MUDANÇA DE FUNÇÃO


Segundo a redação do item 7.4.3.4, da NR-7, o “exame médico de mudança
de função, será obrigatoriamente realizado antes da data da mudança”.

O item 7.4.3.4.1, da NR-7, traz a definição de mudança de função, que


significa “toda e qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou de setor
que implique a exposição do trabalhador a risco diferente daquele a que estava
exposto antes da mudança”.

Para Galafassi (1998), o exame médico para mudança de função tem como
objetivos básicos:
64
TÓPICO 2 | EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7

• avaliar se as condições físicas atuais do funcionário lhe permitem uma alteração


em sua atividade, sendo que o mesmo será exposto a um risco diferente daquele
a que estava até aquele momento;
• avaliar se adquiriu alguma doença ocupacional enquanto desempenhava sua
função.

NOTA

A NR-7 possui em seu texto legal a obrigatoriedade desses dois exames, sendo
um em função de retorno ao trabalho e outro de mudança de função. O realizado em
decorrência do retorno ao trabalho faz-se necessário para verificar se o trabalhador adquiriu
ou possui doença em decorrência do trabalho ou de fato estranho a este. Quanto ao realizado
na mudança de função, importante é o diagnóstico da saúde do trabalhador, para poder
determinar se sua nova função não irá prejudicar ou agravar seu estado de saúde.

3.5 EXAME DEMISSIONAL


Dispõe o item 7.4.3.5, da NR-7, que

O exame médico demissional será obrigatoriamente realizado até a data


da homologação, desde que o último exame médico ocupacional tenha
sido realizado há mais de:
- 135 (cento e trinta e cinco) dias para as empresas de grau de risco 1 e 2,
segundo o Quadro I da NR-4;
- 90 (noventa) dias para empresas de grau de risco 3 e 4, segundo o
Quadro I da NR-4. [Redação dada ao item pela Portaria SSST nº 08, de
08.05.1996].

Ainda em relação ao período mínimo de realização de outro exame


ocupacional, anterior à demissão, traz a NR-7 alguns casos em que se poderá
ampliar esse período:

7.4.3.5.1 - As empresas enquadradas no grau de risco 1 ou 2, segundo o


Quadro I da NR-4, poderão ampliar o prazo de dispensa da realização do
exame demissional em até mais 135 dias, em decorrência de negociação
coletiva, assistida por profissional indicado de comum acordo entre as
partes ou por profissional do órgão regional competente em segurança
e saúde no trabalho.
7.4.3.5.2 - As empresas enquadradas no grau de risco 3 ou 4, segundo o
Quadro I da NR-4, poderão ampliar o prazo de dispensa da realização do
exame demissional em até mais 90 dias, em decorrência de negociação
coletiva, assistida por profissional indicado de comum acordo entre as
partes ou por profissional do órgão regional competente em segurança
e saúde no trabalho.

Há casos em que o exame demissional não poderá ser dispensado,


independente da existência ou não de outro exame ocupacional recente.

65
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

3.6 EXAMES COMPLEMENTARES


Referente aos exames complementares, assim dispõe a NR-7:

7.4.2.1 - Para os trabalhadores cujas atividades envolvem os riscos


discriminados nos Quadros I e II desta NR, os exames médicos
complementares deverão ser executados e interpretados com base
nos critérios constantes dos referidos quadros e seus anexos. A
periodicidade de avaliação dos indicadores biológicos do Quadro I
deverá ser, no mínimo, semestral, podendo ser reduzida a critério do
médico coordenador, ou por notificação do médico agente da inspeção
do trabalho, ou mediante negociação coletiva de trabalho.
7.4.2.2 - Para os trabalhadores expostos a agentes químicos não
constantes dos Quadros I e II, outros indicadores biológicos poderão ser
monitorizados, dependendo de estudo prévio dos aspectos de validade
toxicológica, analítica e de interpretação desses indicadores.
7.4.2.3 - Outros exames complementares usados normalmente em
patologia clínica para avaliar o funcionamento de órgãos e sistemas
orgânicos poderão ser realizados, a critério do médico coordenador
ou encarregado, ou por notificação do médico agente da inspeção do
trabalho, ou ainda decorrente de negociação coletiva de trabalho.

Conforme Saliba (2004):

Os exames complementares devem ser realizados nos trabalhadores


cujas atividades envolvam exposição a riscos ambientais, tais como
ruído, aerodispersoides, gases e vapores, entre outros. Exemplos:
a) empregado exposto a ruído. Exame médico: audiometria;
b) empregado exposto a poeira. Exame médico: telerradiografia do
tórax.

Veja no quadro a seguir os parâmetros para monitorização da exposição


ocupacional a alguns riscos à saúde conforme redação dada pela Portaria nº 19 de
09 de Abril de 1998.

QUADRO 3 – PARÂMETROS PARA MONITORIZAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A


ALGUNS RISCOS À SAÚDE
Periodicidade Método de Critério de
Risco Exame Complementar Observações
dos Exames Execução Interpretação
Ruído  Vide Anexo I – Quadro II
Aerodispersoides Telerradiografia do Admissional e Radiografia em Classificação  
FIBROGÊNICOS tórax anual posição Internacional
    póstero-anterior da OIT para
    (PA) Técnica radiografias
Espirometria  Admissional e preconizada pela
  bienal OIT, 1980
Técnica
preconizada pela
American
Thoracic
Society, 1987

66
TÓPICO 2 | EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7

Aerodispersoide Telerradiografia do Admissional e Radiografia em Classificação  


NÃO tórax trienal, se posição Internacional
FIBROGÊNICOS   exposição < 15póstero-anterior da OIT para
  anos (PA) Técnica radiografias
    preconizada pela  
Espirometria Bienal, se OIT, 1980
exposição > 15 
anos Técnica
  preconizada pela
Admissional e American
Bienal Thoracic
Society, 1987
Condições Radiografias de Admissional e     Ver anexo "B"
hiperbáricas articulações anual do Anexo n° 6
coxo-femorais e da NR 15
escápulo-umerais
Raidações Hemograma Admissional e      
ionizantes completo e semestral
contagem de
plaquetas
Hormônios Apenas em Admissional e      
Sexuais homens; semestral
femininos testosterona total
ou plasmática livre LH
e FSH
Benzeno Hemograma Admissional e      
completo e semestral
plaquetas

FONTE: Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_07_


at.pdf>. Acesso em: 4 nov. 2010.

O Médico Coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional, além da obrigação na realização de certos e determinados exames
complementares, conforme a especificidade e gravidade do trabalho realizado,
pode determinar a realização de certos exames complementares que julgar
pertinentes, com a finalidade de prevenir e encaminhar tratamento da enfermidade
diagnosticada.

Conforme Rio (1996), os exames complementares são divididos em


obrigatórios e não obrigatórios:

• Obrigatórios: os parâmetros mínimos para esses exames encontram-se nos


Quadros I e II da NR-7. No entanto, eles podem ser insuficientes para uma
avaliação mais detalhada, ou podem ser de impossível realização em muitas
localidades. Mais importante do que serem esses exames obrigatórios ou não é
o fato de servirem para explicar as situações clínicas e ocupacionais que devem
ser esclarecidas.

Não obrigatórios: muitas doenças não são de origem diretamente


ocupacional, mas interferem de forma decisiva na saúde do trabalhador. Por
exemplo: verminoses, doenças cardiovasculares, diabetes, doenças sexualmente
transmissíveis, anemias etc. É importante que sejam prevenidas e acompanhadas
devidamente. Uma das funções do médico do trabalho é convencer ao empregador a
respeito da importância da realização desses exames, quando necessário. Sugere-se

67
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

a apresentação da relação dos custos e dos benefícios dos exames complementares,


distinguindo-se em obrigatórios e não obrigatórios e argumentando o porquê da
importância da realização de ambas as categorias.

68
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você viu que:

• Todos os trabalhadores da empresa, independente da função que exerçam, estão


sujeitos aos exames determinados pelo Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional, que deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames
médicos: admissional; periódico; de retorno ao trabalho; de mudança de função;
demissional.

• No exame periódico, caso seja diagnosticada alguma alteração na saúde


do trabalhador, deverão ser investigadas as causas de sua ocorrência. Se a
enfermidade não decorrer do ambiente laboral, deverá o médico providenciar
as condutas médicas cabíveis.

• O Médico Coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional, além da obrigação na realização de certos e determinados
exames complementares, conforme a especificidade e gravidade do trabalho
realizado, pode determinar a realização de certos exames complementares que
julgar pertinentes, com a finalidade de prevenir e encaminhar tratamento da
enfermidade diagnosticada.

69
AUTOATIVIDADE

1 Os intervalos para a realização dos exames médicos na empresa não variam


conforme:
( ) sexo do funcionário.
( ) função.
( ) local de trabalho.
( ) quantidade de trabalho.
( ) estado civil do funcionário.
( ) idade do trabalhador.

2 O PCMSO poderá incluir avaliações clínicas especiais, exames toxicológicos com


curta periodicidade, avaliações epidemiológicas, entre outras providências. Esta
afirmação é:
( ) Verdadeira.
( ) Falsa.

3 Não faz parte do Atestado de Saúde Ocupacional:


( ) constar o nome completo do trabalhador.
( ) constar o nome completo do médico e CRM.
( ) data da assinatura.
( ) doenças anteriores e curadas.
( ) riscos ocupacionais específicos existentes.

4 O principal objetivo do exame periódico é:


( ) destina-se a determinar a aptidão e inaptidão para determinadas funções e
atividades.
( ) monitoramento biológico contínuo de trabalhadores expostos a riscos
ambientais.
( ) garantem ao trabalhador e à empresa que ele está em boas condições de
saúde no ato de demissão.
( ) esse exame é realizado após afastamento de 30 ou mais dias por motivo
médico, cumpre uma função que os médicos do INSS, peritos na área de auxílio-
doença não tem como avalia.

5 Um dos objetivos do exame admissional é avaliar se o candidato pode


trabalhar sem colocar em risco a própria saúde e a de seus colegas de trabalho.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

70
6 A frase: Esse exame busca diagnosticar alguma alteração na saúde do
trabalhador e deverão ser investigadas as causas de sua ocorrência, referem-se
ao exame:
( ) admissional.
( ) demissional.
( ) periódico.
( ) de retorno ao trabalho.
( ) de mudança de função.

7 Os exames complementares devem ser realizados nos trabalhadores cujas


atividades envolvam exposição a riscos ambientais, tais como:
( ) ruído, gases e vapores.
( ) falta de organização.
( ) falta de ventilação.
( ) câmaras de congelamento ou ambiente de trabalho muito quente, principalmente
no verão.

71
72
UNIDADE 2
TÓPICO 3

EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL

1 INTRODUÇÃO
Atualmente, as empresas vêm implantando programas que buscam o
gerenciamento mais amplo dos fatores de riscos ocupacionais, do meio ambiente e
da qualidade de vida, que vem sendo implantados pelas empresas e regulamentados
pela legislação.

Dentre esses programas, destacam-se o Programa de Prevenção de


Riscos Ambientais (PPRA), Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO), Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria
da Construção Civil (PCMAT), Programa de Gerenciamento de Risco a Indústria
de Mineração (PGR), Programa de Conservação Auditiva (PCA) e Programa de
Proteção Respiratória (PPR).

Além desses, dois programas têm sido bastante adotados no Brasil, que são
o Gerenciamento de Saúde e Segurança da norma britânica BS-8800 e a OHSAS
18001. Tais normas contêm orientações sobre o gerenciamento de saúde e segurança
ocupacionais, auxiliando a integração do atendimento à política e aos objetivos
prevencionistas com o sistema global de gerência e administração da empresa.

2 GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL


Nos últimos anos, tem crescido a implantação de sistema de gestão de saúde e
segurança. Este sistema é bem mais amplo que os anteriores, pois muitas vezes integra
também os programas de qualidade e meio ambiente. As orientações básicas do
sistema de gestão de saúde e segurança estão contidas na norma britânica BS (British
Standard) 8800 e Occupational Health and Safety Assessment Series – OHSAS 18001.

A norma britânica BS 8800 (British Standard) foi uma das primeiras tentativas
consistentes de estabelecer uma referência normativa para a implementação
de um sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional. Esta norma vinha
sendo utilizada na implementação de um sistema de gestão de segurança e saúde,
visando à melhoria contínua das condições do ambiente de trabalho. Os princípios
desta norma estão alinhados com os conceitos e diretrizes das normas da série ISO
9000 (Sistema da Qualidade) e série ISO 14000 (Gestão Ambiental).

Já, a norma OHSAS 18001 apresenta requisitos para a implementação de


um sistema de gerenciamento capaz de capacitar a organização para implementar

73
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

o programa de melhoria contínua das condições e redução dos riscos no ambiente


de trabalho.

Estas normas apresentam definições semelhantes aos termos utilizados no


sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional, conforme quadro a seguir.

QUADRO 4 – DEFINIÇÕES

Evento não desejado que acarreta morte, problema de saúde,


Acidente
lesão, danos ou outros prejuízos.
Exame sistemático e, sempre que possível, independente,
destinado a determinar se as atividades e os resultados correlatos
Auditoria estão em conformidade com disposições planejadas, e se essas
disposições são implementadas eficazmente e apropriadas para a
realização da política e objetivos da organização.
Forças alheias ao controle da organização com impacto sobre
questões de saúde e segurança, e com que se tenha de lidar
Fatores externos
dentro de um horizonte temporal apropriado, tais como
regulamentos e normas industriais.
Fonte ou situação com potencial de provocar danos em termos
Perigo de ferimentos humanos ou problemas de saúde, danos à
propriedade, ao ambiente, ou uma combinação destes.
Processo de reconhecer que um perigo existe e definir suas
Identificação de perigo
características.
Objetivos, em termos de desempenho de Segurança e Saúde
Objetivos de saúde e Ocupacional, que uma organização estabelece para si mesma
segurança como metas a serem atingidas, e que devem ser quantificados
sempre que viável.
Monitoração da saúde das pessoas a fim de detectar sinais ou
sintomas de problemas relacionados com o trabalho, de modo
Vigilância de saúde
que medidas possam ser tomadas para eliminar, ou reduzir, a
probabilidade de danos ulteriores.
Saúde deteriorada, o que é julgado como tendo sido causado, ou
Problemas de saúde
piorado, pela atividade ou ambiente de trabalho de uma pessoa.
Incidente Evento não previsto que tem o potencial de conduzir a acidentes.
Forças dentro da organização que podem afetar a sua
Fatores internos capacidade de realizar a política de saúde e segurança, tais como
reorganização ou cultura internas.
Conjunto a qualquer nível de complexidade de pessoal, recursos
Sistema de e procedimentos, cujos componentes interagem de maneira
gerenciamento organizada, de modo que permitam se realize determinada tarefa
ou que se atinja, ou se mantenha, determinado resultado.
Grupo ou estabelecimento organizados, como, por exemplo, um
negócio, uma empresa, uma repartição governamental, entidade
Organização caritativa ou sociedade. No caso de entidades que tiverem mais
de um local de operação, cada um destes poderá ser definido
como sendo uma organização.
Combinação da probabilidade e consequência de ocorrer um
Risco
evento perigoso especificado.

74
TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL

Processo global de estimar a magnitude do risco e decidir se ele é


Avaliação de riscos
tolerável ou aceitável.
Levantamento da Avaliação formal do sistema de gerenciamento para saúde e
situação segurança ocupacionais.
FONTE: Saliba (2004)

Uma exigência detalhada de desempenho, quantificada sempre que viável


e pertinente à organização, é oriunda dos objetivos de saúde e segurança e precisa
ser cumprida para que estes objetivos sejam atingidos.

De acordo com Araújo (2005), o princípio básico de um sistema de gestão


baseado em aspectos normativos, envolve a necessidade de determinar parâmetros
de avaliação que incorporem não só os aspectos operacionais, mas também,
a política, o gerenciamento e o comprometimento da alta administração com o
processo de mudança e melhoria contínua das condições de segurança, saúde e
das condições de trabalho.

Este aspecto é de fundamental importância, pois na maioria das vezes, estas


melhorias exigem além do comprometimento, investimentos que necessitam de
planejamento no curto, médio e longo prazo para a sua execução. Por meio deste
princípio, observa-se que todos os profissionais dentro do processo produtivo são
responsáveis no mesmo nível de importância, principalmente os gerentes e os
supervisores.

NOTA

A administração deve identificar os riscos e orientar os trabalhadores com ações


e atitudes proativas, dando o exemplo a ser seguido dentro da organização, mesmo porque,
não são todas as empresas que são obrigadas pela legislação a possuir em seus quadros um
profissional de segurança.

Para Araújo (2005), um dos aspectos importantes em um sistema de gestão


é monitorar e acompanhar o desempenho das ações estabelecidas pelo programa
de segurança. Para isto, é necessária a definição dos indicadores e a forma de
acompanhar a evolução de cada um deles e divulgar para toda a empresa os
resultados objetivos, por exemplo:

• determinar a evolução dos Programas de Segurança, Saúde e Meio Ambiente


que tem sido implementados e os objetivos atingidos;
• verificar a eficácia dos controles implementados e se são eficazes;
• identificar as não conformidades do sistema de gestão;
• implementar planos e controles de riscos, fornecendo realimentação para
todas as áreas;

75
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

• fornecer informações que possam ser usadas para a análise crítica e, quando
necessário, melhorar os aspectos do sistema de gestão da Segurança e Saúde
do Trabalho.

Estes objetivos visam principalmente:

• monitoramento proativo e reativo;


• seleção de indicadores de desempenho;
• definir os princípios que permitam mensurar o desempenho;
• estabelecer técnicas de medição;
• investigar acidentes e incidentes.

Assim, o foco das organizações aponta que se deve dar o mesmo nível de
importância para as questões de qualidade, segurança, saúde ocupacional e meio
ambiente, pois são elas que irão garantir um aumento da produtividade para os
empresários, redução dos custos sociais para o governo e a melhoria da qualidade de
vida para os trabalhadores, trazendo benefícios para a sociedade de uma forma geral.

NOTA

Os elementos que compõem o sistema de gestão dependem da natureza da


atividade, tamanho da organização, perigos e condições nas quais opera. A BS-8800 fornece
os elementos do sistema de gestão, saúde e segurança ocupacional bem sucedido, conforme
ilustrado na figura a seguir.

FIGURA 10 – ELEMENTOS DO SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE E


SEGURANÇA OCUPACIONAL

FONTE: Saliba, 2004

76
TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL

Conforme a figura anterior, esses elementos constituem a referência para


implantação dos sistemas. De forma simplificada, os objetivos de cada elemento
são:

Levantamento inicial
É a etapa inicial da implantação do sistema de gestão de saúde e segurança
ocupacional. Seu objetivo é diagnosticar a situação prevencionista em que a
empresa se encontra e com esses dados estabelecer a base do programa. A BS-8800,
em seus anexos, fornece informações orientativas do levantamento inicial.

Política de Saúde e Segurança Ocupacional


O Programa de Saúde e Segurança Ocupacional só será bem-sucedido se
a alta direção da empresa estiver comprometida com a política prevencionista.
Segundo a BS-8800, aqueles que têm poder na organização (gerência) devem
definir, documentar e endossar a sua política de segurança e saúde ocupacional,
assegurando que a política inclui um compromisso de:

• reconhecer a segurança e saúde ocupacional como parte integral do seu


desempenho negocial;
• obter elevado nível de desempenho de segurança e saúde ocupacional, com o
atendimento aos requisitos legais com o mínimo, e ao contínuo aperfeiçoamento,
com economicidade, do desempenho;
• proporcionar recursos adequados e apropriados ao implemento da política;
• estabelecer e publicar os objetivos de segurança e saúde ocupacional, ainda que
por meio, apenas, de boletins internos;
• colocar o gerenciamento de segurança e saúde ocupacional como uma
responsabilidade primordial da gerência de linha, do dirigente hierarquicamente
mais alto ao nível de supervisão;
• assegurar a sua compreensão, implementação e manutenção em todos os níveis
na organização;
• promover o envolvimento e interesse dos empregados a fim de obter
compromissos com a política e sua implementação;
• revisar periodicamente a política, o sistema de gerenciamento e auditoria do
cumprimento daquela;
• assegurar que os empregados, em todos os níveis, recebam treinamento
apropriado e sejam competentes para executar suas tarefas e responsabilidades.

Organização

• Responsabilidades: a responsabilidade quanto ao sistema de segurança e saúde


repousa especialmente na alta gerência, sendo recomendável atribuir a uma
pessoa da alta administração a responsabilidade de garantir a implantação e
fundamento do programa. Assim, todos os níveis da organização também
devem ser comprometidos com o programa.
• Dispositivos organizacionais: as normas definem a importância da integração do
sistema de saúde e segurança ocupacional em todas as atividades da empresa.
• Documentação: é o elemento-chave para o sucesso de qualquer programa de

77
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

segurança e saúde ocupacional. Conforme orientações contidas em todos os


programas PPRA, PCMSO, entre outros, os registros, documentação de dados
de avaliação e exames são fundamentais, devendo, inclusive, ser mantidos por
no mínimo 20 (vinte) anos.

Planejamento e implantação
O planejamento da atividade do Programa de Saúde e Segurança
Ocupacional, com estabelecimento claro de desempenho, definindo o que deve
ser feito, quando deve ser feito, quem é o responsável e o desfecho desejado, é
primordial para o êxito do programa, assim como a avaliação de risco, incluindo
identificações de perigos, os requisitos legais e outros aplicáveis ao sistema de
gestão de saúde e segurança ocupacional.

A empresa deverá estabelecer procedimentos de identificação e análise


de risco e controle. A BS-8800 fornece metodologia a critério de interpretação de
análise do risco, devendo, portanto, ser consultada pelos leitores.

Medição do desempenho
A medição do desempenho é uma forma importante de comprovar a eficácia
do sistema de gerenciamento de saúde e segurança ocupacional. A empresa deverá
estabelecer procedimentos adequados na medição de desempenho do programa,
conforme as orientações contidas nas normas citadas.

Auditoria
As auditorias periódicas possibilitam a avaliação mais profunda e crítica de
todos os elementos do sistema de gerenciamento de saúde e segurança ocupacional.
Devem ser conduzidas por pessoas competentes e independentes, podendo, no
entanto, ser designadas pessoas da própria empresa. As auditorias precisam ser
rigorosas. No entanto, sua abordagem deve ser adaptada ao tamanho da empresa
e à natureza de seus perigos.

Quando da implantação do sistema de gestão de saúde e segurança


ocupacional, recomenda-se a consulta das normas pertinentes, especialmente a
BS-880 e a OSHAS 18001.

3 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

78
TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL

FIGURA 11 – CIPA: COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE


ACIDENTES – SIMBOLOGIA

FONTE: Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/


dominios/CTN/noticias.asp?Cod=854>. Acesso em: 4 nov. 2010.

Por meio do Decreto Lei nº 7.036, de 10 de novembro de 1944, foi instituída


a obrigatoriedade de as empresas brasileiras criarem organismos internos,
consagrando a comunhão de esforços de trabalhadores e de empregadores em
busca da prevenção de acidentes do trabalho. Nesse sentido, o art. 82 do citado
decreto-lei é tido como o nascedouro legal das Comissões Internas de Prevenção
de Acidentes.

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes tem como objetivo a


prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção
da saúde do trabalhador (subitem 5.1 da NR-05)

O art. 163 da Consolidação das Leis do Trabalho (BRASIL, 1943) obriga a


constituição de Comissão Interna de Prevenção deAcidentes (CIPA), de conformidade
com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou
locais de obra nelas especificadas. O seu parágrafo único estabelece o órgão que
regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento das CIPAs, que é o
Ministério do Trabalho.

Assim, Saliba (2004) ressalta que a CIPA é obrigatória nas empresas


privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta
ou indireta, instituições beneficentes, cooperativas, bem como em outras instituições
que admitam trabalhadores como empregados. Sua composição (número de
representantes) depende do número de empregados no estabelecimento e do ramo
de atividade.

São atribuições da CIPA, conforme o item 5.16, da NR 5:

• identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com


a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT,
onde houver; elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na
solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;
• participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de

79
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos


locais de trabalho;
• realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho
visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança
e saúde dos trabalhadores;
• realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu
plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;
• divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no
trabalho;
• participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo
empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de
trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;
• requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de
máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e
saúde dos trabalhadores;
• colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros
programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
• divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como
cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e
saúde no trabalho;
• participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da
análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de
solução dos problemas identificados;
• requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham
interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;
• requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;
• promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana
Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;
• participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de
Prevenção da AIDS.

Cada CIPA é composta por representantes da empresa e dos empregados,


de acordo com os critérios que vierem a ser adotados na regulamentação do
Ministério do Trabalho e Emprego, conforme preconiza o art. 164 da Consolidação
das Leis do Trabalho.

A organização da CIPA será feita de forma partidária com representantes


do empregador e empregados. O número de membros será em função do grau de
risco e do número de empregados do estabelecimento.

80
QUADRO I
Dimensionamento de CIPA

QUADRO 5 – QUADRO DE DIMENSIONAMENTO DA CIPA

N° de
Acima de 10.000
Empregados na
para cada
*GRUPOS empresa 0 a 19 20 a 29 30 a 50 51 a 80 81 a 100 101 a 120 121 a 140 141 a 300 301 a 500 501 a 1000 1001 a 2500 2501 a 5000 5001 a 10.000
grupo
N° de Membros
de 2.500 acrescentar

81
da CIPA
Efetivos   1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C-1
Suplentes   1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2
Efetivos   1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C-1a
Suplentes   1 1 3 3 3 3 3 4 5 8 9 12 2
Efetivos   1 1 2 2 3 4 4 5 6 7 10 11 2
C-2
Suplentes   1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 7 9 1
Efetivos   1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 10 10 2
C-3
Suplentes   1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 8 8 2
Efetivos       1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C-3a
Suplentes       1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
Efetivos     1 1 1 1 1 2 2 2 3 5 6 1
C-4
Suplentes     1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 1
Efetivos   1 1 2 3 3 4 4 4 6 9 9 11 2
C-5
Suplentes   1 1 2 3 3 3 4 4 5 7 7 9 2
Efetivos       1 1 2 2 2 3 3 4 6 7 1
C-5a
Suplentes       1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
Efetivos   1 1 2 3 3 4 5 5 6 8 10 12 2
C-6
Suplentes   1 1 2 3 3 3 4 4 4 6 8 10 2

FONTE: Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_05.asp>. Acesso em: 4 nov. 2010.


TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL
QUADRO 6 – CONTINUAÇÃO DO QUADRO DE DIMENSIONAMENTO DA CIPA

N° de
Acima de
Empregados
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

10.000
na empresa
*GRUPOS 0 a 19 20 a 29 30 a 50 51 a 80 81 a 100 101 a 120 121 a 140 141 a 300 301 a 500 501 a 1000 1001 a 2500 2501 a 5000 5001 a 10.000 para cada
N° de
grupo de 2.500
Membros
acrescentar
da CIPA
Efetivos       1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C-7
Suplentes       1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1
Efetivos   1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 10 2
C-7a
Suplentes   1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 8 2
Efetivos   1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 1
C-8
Suplentes   1 1 2 2 3 3 3 4 4 5 6 8 1
Efetivos       1 1 1 2 2 2 3 5 6 7 1
C-9

82
Suplentes       1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 1
Efetivos   1 1 2 2 3 3 4 4 5 8 9 10 2
C-10
Suplentes   1 1 2 2 3 3 3 4 4 6 7 8 2
Efetivos   1 1 2 3 3 4 4 5 6 9 10 12 2
C-11
Suplentes   1 1 2 3 3 3 3 4 4 7 8 10 2
Efetivos   1 1 2 3 3 4 4 5 7 8 9 10 2
C-12
Suplentes   1 1 2 3 3 3 3 4 6 6 7 8 2
Efetivos   1 1 3 3 3 3 4 5 6 9 11 13 2
C-13
Suplentes   1 1 3 3 3 3 3 4 5 7 8 10 2
Efetivos   1 1 2 2 3 4 4 5 6 9 11 11 2
C-14
Suplentes   1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 9 9 2

FONTE: Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_05.asp>. Acesso em: 4 nov. 2010.


QUADRO 7 – CONTINUAÇÃO DO QUADRO DE DIMENSIONAMENTO DA CIPA

N° de
Acima de
Empregados
10.000 para
na empresa
*GRUPOS 0 a 19 20 a 29 30 a 50 51 a 80 81 a 100 101 a 120 121 a 140 141 a 300 301 a 500 501 a 1000 1001 a 2500 2501 a 5000 5001 a 10.000 cada grupo
N° de
de 2.500
Membros
acrescentar
da CIPA
Efetivos       1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C-14a
Suplentes       1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1
Efetivos   1 1 3 3 4 4 4 5 6 8 10 12 2
C-15
Suplentes   1 1 3 3 3 3 3 4 4 6 8 10 2

83
Efetivos   1 1 2 3 3 3 4 5 6 8 10 12 2
C-16
Suplentes   1 1 2 3 3 3 3 4 4 6 7 9 2
Efetivos   1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
C-17
Suplentes   1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2
Efetivos       2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
C-18
Suplentes       2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2
Efetivos       3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C-18a
Suplentes       3 3 3 3 3 4 5 7 9 12 2
Efetivos       1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C-19
Suplentes       1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1
Efetivos     1 1 3 3 3 3 4 5 5 6 8 2
C-20
Suplentes     1 1 3 3 3 3 3 4 4 5 6 1
Efetivos       1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C-21
Suplentes       1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1

FONTE: Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_05.asp>. Acesso em: 4 nov. 2010.


TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL
QUADRO 8 – CONTINUAÇÃO DO QUADRO DE DIMENSIONAMENTO DA CIPA

N° de
Acima de
Empregados na
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

10.000 para
empresa
*GRUPOS 0 a 19 20 a 29 30 a 50 51 a 80 81 a 100 101 a 120 121 a 140 141 a 300 301 a 500 501 a 1000 1001 a 2500 2501 a 5000 5001 a 10.000 cada grupo
N° de
de 2.500
Membros
acrescentar
da CIPA
Efetivos   1 1 2 2 3 3 4 4 6 8 10 12 2
C-22
Suplentes   1 1 2 2 3 3 3 3 5 6 8 9 2
Efetivos       1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C-23
Suplentes       1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1
Efetivos   1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
C-24
Suplentes   1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 8 10 2
Efetivos       1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C-24a

84
Suplentes       1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1
Efetivos   1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2
C-24b
Suplentes   1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2
Efetivos       1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C-25
Suplentes       1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1
Efetivos                 1 2 3 4 5 1
C-26
Suplentes                 1 2 3 3 4 1
Efetivos           1 1 2 3 4 5 6 6 1
C-27
Suplentes           1 1 2 3 3 4 5 5 1
Efetivos           1 1 2 3 4 5 6 6 1
C-28
Suplentes           1 1 2 3 4 5 5 5 1
FONTE: Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_05.asp>. Acesso em: 4 nov. 2010.
QUADRO 9 – CONTINUAÇÃO DO QUADRO DE DIMENSIONAMENTO DA CIPA

N° de
Acima de 10.000
Empregados na
para cada
*GRUPOS empresa 0 a 19 20 a 29 30 a 50 51 a 80 81 a 100 101 a 120 121 a 140 141 a 300 301 a 500 501 a 1000 1001 a 2500 2501 a 5000 5001 a 10.000
grupo de 2.500
N° de Membros
acrescentar
da CIPA
Efetivos                 1 2 3 4 5 1
C-29
Suplentes                 1 2 3 3 4 1
Efetivos   1 1 1 2 4 4 4 5 7 8 9 10 2
C-30
Suplentes   1 1 1 2 3 3 4 4 6 7 8 9 1
Efetivos       1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C-31
Suplentes       1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
Efetivos       1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
C-32
Suplentes       1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
Efetivos           1 1 1 1 2 3 4 5 1
C-33
Suplentes           1 1 1 1 2 3 3 4 1

85
Efetivos   1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2
C-34
Suplentes   1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 9 2
Efetivos       1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C-35
Suplentes       1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1

FONTE: Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_05.asp>. Acesso em: 4 nov. 2010.

OBS.: Os membros efetivos e suplentes terão representantes dos empregadores e empregados.


* As atividades econômicas integrantes dos grupos estão especificadas por CNAE nos QUADROS II e III.
FONTE: Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_05.asp>. Acesso em: 04 nov. 2010.
TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

Saliba (2004) explica que os representantes dos empregadores, titulares


e suplentes, serão por eles designados; e os representantes dos empregados,
titulares e suplentes serão eleitos em votação secreta por listas disponíveis na
urna, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados
interessados (subitens 5.6.1 e 5.6.2).

Atualmente, a obrigatoriedade de constituição da CIPA encontra-se nos arts.


163 e 164 da CLT, sendo regulamentada pela NR-05 da Portaria nº 3.214, com nova
redação dada pela Portaria nº 8, de 23 de fevereiro de 1999. A NR-05 estabelece as
regras da constituição da CIPA, organização, atribuição, funcionamento, processo
eleitoral, entre outras.

4 NORMAS REGULAMENTADORAS
A responsabilidade do empregado e do empregador encontra-se definida
na Norma Regulamentadora (NR-1), conforme suas disposições gerais.

As Normas Regulamentadoras relativas à segurança e medicina do trabalho


são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos
públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT).

NOTA

Estas normas definem condições seguras de trabalho, medidas corretivas,


responsabilidades e punições. Sua obrigatoriedade foi definida e é parte integrante da CLT.

As disposições contidas nas Normas Regulamentadoras aplicam-se, no que couber, aos


trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos
representativos das respectivas categorias profissionais.

A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST) é o órgão de


âmbito nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar
as atividades relacionadas com a segurança e medida do trabalho, inclusive
a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (CANPAT),
o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e ainda a fiscalização do
cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina
do trabalho em todo o território nacional.

Compete ainda à SSST conhecer as decisões proferidas pelos Delegados


Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e saúde no trabalho. A Delegacia
86
TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL

Regional do Trabalho (DRT) é o órgão regional competente para executar as


atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive a
CANPAT, o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e ainda a fiscalização
do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina
do trabalho.

Para fins de aplicação das Normas Regulamentadoras, considera-se que:

• empregador, a empresa individual ou coletiva que, assumindo os riscos da


atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.
Equiparam-se ao empregador os profissionais liberais, as instituições de
beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos,
que admitem trabalhadores como empregados;
• empregado, pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário;
• empresa, o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, canteiros de
obra, frente de trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo a organização
de que se utiliza o empregador para atingir seus objetivos;
• estabelecimento, cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares
diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina, depósito e
laboratório;
• setor de serviço, a menor unidade administrativa ou operacional compreendida
no mesmo estabelecimento;
• canteiro de obra, a área do trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem
operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra;
• frente de trabalho, a área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvolvem
operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra;
• pessoal de trabalho, a área onde são executados os trabalhos.

O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre


segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das
penalidades previstas na legislação pertinente.

Assim, as responsabilidades do empregador são:

• cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança


e medicina do trabalho;
• elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando
ciência aos empregados, com os seguintes objetivos:
a) prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;
b) divulgar as obrigações e proibições que os empregados devem conhecer e
cumprir;
c) dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo
descumprimento das ordens de serviço expedidas;
d) determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do
trabalho e doenças profissionais ou do trabalho;
e) adotar medidas determinadas pelo Ministério do Trabalho;

87
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

f) adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições


inseguras de trabalho;
• informar aos trabalhadores:

a) os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;


b) os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa;
c) os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico
aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos;
d) os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho;
e) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos
preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.

Já as responsabilidades do empregado são:

• cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do


trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador;
• usar o EPI fornecido pelo empregador;
• submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras;
• colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras.

As normas descritas são deveres do empregado e do empregador, buscando


prevenir acidentes, que é o dever de todos.

LEITURA COMPLEMENTAR

NOVO HORIZONTE: SOLUÇÕES COLETIVAS PARA O TRABALHO EM


ALTURA MINIMIZAM A CHANCE DE QUEDA

Preocupada com as estatísticas mundiais de acidentes com trabalhadores


da Construção Civil, a Alcoa Alumínio S/A adotou métodos inovadores de
segurança, que vão muito além do uso de Equipamentos de Proteção Individual.
Pelos danos que podem provocar, especial atenção foi dedicada aos trabalhos com
risco de queda durante a obra de construção da Mina de Juruti, no Pará. A empresa
se destacou com o programa "Prevenção Muito Além do Cinto de Segurança",
vencedor do Melhor Case Região Norte do Prêmio Proteção Brasil 2008.

Entre as tarefas críticas do novo empreendimento, que motivaram a adoção


de medidas de Engenharia para garantir proteção aos trabalhadores, estão: a
construção de 2,6 milhões de metros quadrados de telhados; a supressão vegetal
de uma área com cerca de sete bilhões de metros quadrados; mais de oito bilhões
de metros cúbicos de terraplanagem em aterros com mais de 15 metros de altura;
180 mil metros quadrados de construção civil pesada e a montagem de mais de
16 mil toneladas de estruturas metálicas. "Fomos motivados principalmente pelas

88
TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL

dificuldades de implementação da Mina, em função de sua localização, em meio


à Floresta Amazônica, além da falta de experiência da população local com o
ambiente da Construção Civil e do alto risco das exposições ocupacionais presentes
nesse cenário", conta o engenheiro José Maurício de Macedo Santos, gerente de
sustentabilidade e assuntos institucionais da Alcoa.

Desafio
Em geral, como método de proteção contra quedas, as empresas priorizam
o uso de proteções passivas, como o cinto de segurança e as linhas de vida, que têm
um custo relativamente baixo e ainda transferem ao trabalhador a maior parte da
responsabilidade por sua proteção. Em Juruti, a equipe de Segurança, Saúde e Meio
Ambiente (SSMA) da Alcoa decidiu quebrar esse paradigma e questionou o uso
maciço de proteções passivas em detrimento das proteções coletivas preconizadas
pela Norma Regulamentadora nº 6 do MTE. Então, o desafio inicial foi planejar a
execução das atividades sem colocar trabalhadores diretamente sobre os telhados,
sem perder qualidade e produtividade. "Para todo e qualquer empregado, o fato de
não ter que subir diretamente sobre um telhado, expondo-se a riscos para realizar
uma atividade de cobertura, é a garantia de uma maior chance de retornar íntegro
ao seu lar", pondera o engenheiro.

Ideias
Novas técnicas foram desenvolvidas para minimizar a exposição dos
empregados ao risco de queda. Um dos novos procedimentos adotados foi a
montagem de telhados no chão, para posterior içamento e instalação. Além
de eliminar o risco de queda, essa solução trouxe ganhos significativos de
produtividade. Para a cobertura de prédios temporários como escritórios
e alojamentos, foram projetadas plataformas especiais com guarda-corpo,
permitindo que os trabalhadores desenvolvessem suas atividades em uma base
estável e confortável, posicionados lateralmente ao plano de colocação das telhas,
sem necessidade de usar cinto de segurança.

Em pontos de difícil acesso, foram disponibilizadas plataformas articuladas


automáticas. Dessa forma, o uso de escadas manuais restringiu-se ao acesso
a pontos específicos no interior dos prédios, onde o uso de outras medidas de
prevenção não foi possível. Porém, nesses casos, o uso do cinto de segurança e a
ancoragem da escada em um ponto fixo se tornaram obrigatórios.

Para execução de outras atividades com risco de queda, as proteções coletivas


também foram priorizadas. No resgate de fauna e flora, após uma reavaliação do
processo de trabalho, foi eliminada a necessidade de recolher amostras de plantas
diretamente nas copas das árvores, sem prejuízo da qualidade do trabalho e com
aumento da produtividade. Na terraplanagem, tornou-se obrigatória a construção
prévia de barreiras nas laterais dos aterros e nas zonas de passagem de veículos. O
conteúdo e a carga horária dos treinamentos dos operadores de máquinas foram
revistos, a iluminação para atividades noturnas nessas áreas foi redimensionada e,
de acordo com o risco da tarefa, tornou-se obrigatório o acompanhamento de um
supervisor.

89
UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL

Os procedimentos de segurança para estocagem, transporte, montagem


e desmontagem de andaimes foram divulgados a todos os envolvidos nessas
operações, em um treinamento específico. Também foi proibido o uso de “gaiolas”
para içar pessoas e a “escalada”, ainda que com uso de cinto de segurança e linha
de vida.

Essa medida fez com que as equipes de engenharia buscassem novas


formas construtivas priorizando, por exemplo, o uso de plataformas articuladas
de elevação e plataformas de andaimes. Além das novas regras, os requisitos
mínimos de qualidade e segurança para liberação e uso de plataformas tornaram-
se mais rígidos.

Dentro das diretrizes do Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional (PCMSO), a empresa adotou o teste de uso de álcool e outras
drogas, desenvolvendo um estruturado programa de prevenção e tratamento da
dependência química. “Diante dessas iniciativas, o nível de adesão dos empregados
do canteiro de obras da Mina de Juruti aos procedimentos e ferramentas para
prevenção de quedas nos pareceu muito superior ao que vemos em ambientes
industriais onde, embora o empregado conte com todo um aparato de proteção,
acaba se expondo demasiadamente ao risco”, conclui o gerente José Maurício de
Macedo Santos.

FONTE: REVISTA PROTEÇÃO. Novo Horizonte: Soluções coletivas para o trabalho em altura
minimizam a chance de queda. Dez. 2008. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/site/
content/materias/ materia_detalhe.php?id=AJy5>. Acesso em: 28 ago. 2010.

90
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:

• O princípio básico de um sistema de gestão baseado em aspectos normativos,


envolve a necessidade de determinar parâmetros de avaliação que incorporem
não só os aspectos operacionais, mas também a política, o gerenciamento e o
comprometimento da alta administração com o processo de mudança e melhoria
contínua das condições de segurança, saúde e das condições de trabalho.
• Um dos aspectos importantes em um sistema de gestão é monitorar e acompanhar
o desempenho das ações estabelecidas pelo programa de segurança. Para isto, é
necessária a definição dos indicadores e a forma de acompanhar a evolução de
cada um deles e divulgar para toda a empresa os resultados objetivos.
• A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes tem como objetivo a prevenção
de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde
do trabalhador.
• A CIPA é obrigatória nas empresas privadas, públicas, sociedades de economia
mista, órgãos da administração direta ou indireta, instituições beneficentes,
cooperativas, bem como em outras instituições que admitam trabalhadores
como empregados.
• Assim, as Normas Regulamentadoras relativas à segurança e medicina do
trabalho são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas
e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

91
AUTOATIVIDADE

1 O programa que não condiz com o gerenciamento de riscos ocupacionais é:


( ) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
( ) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
( ) Atestado de Saúde Ocupacional (ASO).
( ) Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção Civil (PCMAT).
( ) Programa de Gerenciamento de Risco a Indústria de Mineração (PGR).

2 Relacione as colunas:
( 1 ) Acidente.
( 2 ) Perigo.
( 3 ) Problemas de saúde.

( ) Evento não desejado que acarrete morte ou lesão.


( ) Saúde deteriorada, o que é julgado como tendo sido causado, ou piorado.
( )Fonte ou situação com potencial de provocar danos em termos de
ferimentos humanos.

3 O sistema de gestão não necessita definir indicadores, sendo apenas


controlados os acidentes e afastamentos por motivo de doença na empresa.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

4 A CIPA surgiu no Brasil por meio da seguinte Lei:


( ) Decreto Lei nº 7.036, de 10 de novembro de 1944.
( ) Convenção nº 155 – Segurança e saúde dos trabalhadores e meio ambiente
de trabalho.
( ) Portaria nº 3.214/78.
( ) Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999.

5 A CIPA é composta pelos diretores da empresa, médicos do trabalho,


técnicos de segurança e auxiliares de segurança no trabalho.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

6 As empresas podem optar em formar a CIPA, não sendo obrigatório nas


empresas públicas ou privadas.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

7 Referem-se às Normas Regulamentadoras:


( ) órgão regional competente para executar as atividades relacionadas com a
segurança e medicina do trabalho.

92
( ) definem condições seguras de trabalho, medidas corretivas,
responsabilidades e punições.
( ) conhecer as decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho,
em matéria de segurança e saúde no trabalho.
( ) fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre
segurança e medicina do trabalho.

8 As Normas Regulamentadoras são dever do empregador e empregados


em aplicar normas de segurança e medicina do trabalho para prevenção de
acidentes.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

93
94
UNIDADE 3

ACIDENTE NO TRABALHO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

A partir desta unidade você será capaz de:

• verificar sobre o acidente na legislação trabalhista vigente;

• identificar as espécies legais de acidente do trabalho;

• apresentar a metodologia e o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciá-


rio – NTEP;

• explanar sobre a inclusão de portadores de necessidades especiais no mer-


cado de trabalho.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que em cada um deles você
encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos.

TÓPICO 1 – COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO

TÓPICO 2 – NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO P


REVIDENCIÁRIO - NTEP

TÓPICO 3 – PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

95
96
UNIDADE 3
TÓPICO 1

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE
DO TRABALHO

1 INTRODUÇÃO
Sob o ponto de vista legal, acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício
do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária da
capacidade para o trabalho (art. 19 da Lei nº 8.213/91).

O médico do trabalho é o profissional mais qualificado para compreender


em detalhes as condições que podem ou não levar a agravos na saúde, decorrentes
das condições de trabalho. Executando seu trabalho com seriedade, terá à sua
disposição dados sobre as exigências e riscos de cada atividade, conhecerá a
realidade de cada empresa, conhecerá a história clínica e profissional de cada
empregado.

FIGURA 12 – MEDICINA DO TRABALHO

FONTE: Disponível em: <http://cultoupop.com/medicina-do-trabalho.html>.


Acesso em: 4 nov. 2010.

97
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

2 CONCEITO DE ACIDENTE NO TRABALHO


Michel (2008) define que acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício
do trabalho a serviço da empresa, ou ainda pelo exercício do trabalho dos segurados
especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte,
a perda ou redução da capacidade para o trabalho permanente ou temporário.

A Lei nº 8.213/91, no seu art. 19, traz o conceito de acidente do trabalho como
sendo aquele que ocorre pelo exercício do trabalho provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução da capacidade
permanente ou temporária para o trabalho.

Integram o conceito de acidente o fato lesivo à saúde física ou mental. O


nexo causal entre este e o trabalho e a redução da capacidade laborativa. A lesão
é caracterizada pelo dano físico-anatômico ou mesmo psíquico. A perturbação
funcional implica dano fisiológico ou psíquico nem sempre aparente, relacionada
com órgãos ou funções específicas. Já a doença se caracteriza pelo estado mórbido
de perturbação da saúde física ou mental, com sintomas específicos em cada caso.

Por seu turno, com a nova definição dada pela nova Lei nº 8.213/91, dispõe
o art. 19 que:

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a


serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso
VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade
para o trabalho.

Conforme a Lei nº 8.213/91, o inciso IV do art. 21 considera acidentes de


trabalho: o sofrido fora do local e horário de trabalho, se o empregado estiver
executando ordem ou realizando serviço sob a autoridade da empresa, se estiver
prestando espontaneamente qualquer serviço à empresa que lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito, se estiver em viagem a serviço da empresa, inclusive para
estudo de capacitação de mão de obra e se estiver no percurso da residência para
o local de trabalho ou deste para aquele, qualquer que seja o meio de locomoção,
inclusive veículo de propriedade do segundo.

NOTA

Nos locais de trabalho, existem inúmeras situações de riscos passíveis de provocar


acidentes do trabalho. Por isso, a análise de fatores de risco em todas as tarefas e nas operações
do processo é fundamental para a prevenção.

98
TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO

FIGURA 13 – PLACA DE CUIDADO. MANTENHA AS MÃOS LONGE DESTE


PONTO

FONTE: O autor

Saliba (2004) relata que dentre os fatores de risco que provocam os acidentes
do trabalho, destacam-se: eletricidade, máquinas e equipamentos, incêndios,
armazenamento e transporte de materiais, manuseio de produtos perigosos,
ferramentas manuais, entre outros.

Para a existência do acidente do trabalho, existe um nexo entre o trabalho


e o efeito do acidente. Esse nexo de causa-efeito é tríplice, pois envolve o trabalho,
o acidente, com a consequente lesão, e a incapacidade, resultante da lesão, deve
haver um nexo causal entre o acidente e o trabalho exercido. Inexistindo essa
relação de causa-efeito entre o acidente e o trabalho, não se poderá falar em acidente
do trabalho. Mesmo que haja lesão, mas que esta não venha a deixar o segurado
incapacitado para o trabalho, não haverá direito a qualquer prestação acidentária.

O perito é o responsável para avaliar se há nexo de causalidade entre o acidente


e o trabalho, se esta causa do infortúnio é instantânea, como no caso de acidentes, ou
se é progressiva, como no caso de doença. Existem casos em que o nexo é presumido,
como no caso de doenças profissionais, mas na maioria dos casos é necessário verificar
se há relação do evento com o trabalho diante do texto legal e da prova pericial.

Araújo (2005) destaca que a doença profissional tem que estar relacionada com
a atividade profissional e deve ser reconhecida pela Previdência Social. A doença pode
ser típica ou atípica. Ela é típica quando não há nexo causal presumido, ou seja, terá que
ser determinada através de perícia. Já na doença atípica há o nexo causal presumido em
lei, tem relação com a atividade que desempenha, sendo reconhecida pela Previdência
Social. Para efeito de cobertura acidentária, não importa essa distinção.

NOTA

Para Cruz Júnior e Laner (2004), as causas diretas dos acidentes são uma
combinação de erros humanos, falhas de equipamentos e eventos externos ao sistema. Os
erros humanos compreendem falhas ativas, latentes e de recuperação.

99
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

TABELA 1 – ACIDENTES DE TRABALHO OCORRIDOS NO BRASIL NOS ÚLTIMOS 36 ANOS

FONTE: Anuário Estatístico da Previdência Social (2006)

3 O ACIDENTE NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA VIGENTE


De acordo com a Lei nº 6.367/76, no seu art. 2º, o acidente do trabalho
tem que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa. Tem que haver
causalidade para que haja infortúnio do trabalho. Para isso, a causa do acidente ou
doença tem que ter relação com o trabalho, tem que ser no exercício da atividade
para que se tenha relevância jurídica.

Araújo (2005) destaca, que o empregado que sofre um acidente dentro


do ambiente do trabalho ou no trajeto (o acidente de trajeto está previsto na lei
acidentária urbana em seu art. 2º, § 1º, V, d) deste se caracteriza como acidente do
trabalho, como também nos casos de morte, redução da capacidade laborativa, ou
seja, o acidente deverá ser resultante da prestação laborativa e que a incapacidade ou
morte sejam resultantes desta. Se no caso o empregado foi morto por consequência
de briga com um desafeto e não houve risco profissional, esse trabalhador receberá
simplesmente benefícios previdenciários, que são de menor valor que os de ordem
acidentárias, servindo esta regra para trabalhadores urbanos e rurais. Além disso,
o benefício previdenciário exige um período de carência que deve ser respeitado,
enquanto que no de ordem acidentária a cobertura é automática, de acordo com a
Lei nº 6.367/76, art. 4º.

A Lei Previdenciária nº 8.213/91 cuida do gênero acidente do trabalho


abrangendo nos arts. 19, 20 e 21, respectivamente, acidente-tipo; doenças
ocupacionais e acidentes por equiparação legal. Uma vez tipificadas essas espécies
de acidente, serão produzidos os mesmos efeitos para fins de liberação de benefícios
previdenciários, indenização civil em ação trabalhista e até mesmo para fins de
crime contra a saúde do trabalhador.

100
TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO

Michel (2008) aponta as seguintes condições que são consideradas acidentes


de trabalho: doença profissional é aquela desencadeada pelo exercício de trabalho
peculiar a determinada atividade e constante da relação que trata o Anexo II do
Decreto nº 611/92; e a doença do trabalho que se entende a adquirida em função
de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona
diretamente, desde que constante no Anexo II citado.

Assim, a Previdência Social deve considerar como acidente do trabalho


quando for constatado que uma doença, não incluída em doença profissional e
doença do trabalho, resultou de condições especiais em que o trabalho é executado
e com ele diretamente se relaciona.

3.1 ESPÉCIES LEGAIS DE ACIDENTE DO TRABALHO


Conforme Araújo (2005), o acidente de trabalho se caracteriza em uma das
situações:

l decorrência das características da atividade profissional por ele desempenhada


(acidente típico);
l ocorrência no trajeto entre a residência e o local de trabalho (acidente de trajeto);
l ocasionado por qualquer tipo de doença profissional produzida ou desencadeada
pelo exercício do trabalho, peculiar a determinado ramo de atividade constante
de relação existente no Regulamento dos Benefícios da Previdência Social;
l ocasionado por doença do trabalho adquirida ou desencadeada, em função
de condições especiais, em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente.

NOTA

Aprimore seus conhecimentos através da leitura! A CARTILHA – ACIDENTES


DE TRABALHO COM MÁQUINAS está disponível em: <http://normasregulamentadoras.files.
wordpress.com/2008/06/acidente_maquinas.pdf>.

Pode-se monitorar o desempenho de segurança no trabalho através do uso


de indicadores para se medir e comparar o desempenho entre os diferentes setores
da atividade econômica de um país – o índice de frequência, gravidade e taxa
de incidência. Araújo (2005) destaca que ocorrido um acidente de trabalho, suas
consequências podem ser:

• simples assistência médica: o segurado recebe atendimento médico e retorna


imediatamente às suas atividades profissionais (que não seja acidente do
trabalho);

101
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

• incapacidade temporária: o segurado fica afastado do trabalho por um período


até que esteja apto para retornar a sua atividade profissional. Para a Previdência
Social é importante particionar esse período em inferior a 15 dias e superior a
15 dias, uma vez que, no segundo caso, é gerado um benefício pecuniário, o
auxílio-doença por acidente do trabalho;
• incapacidade permanente: o segurado fica incapacitado de exercer a atividade
profissional que exercia na época do acidente. Esta incapacidade permanente pode
ser total ou parcial. No primeiro caso, o segurado fica impossibilitado de exercer
qualquer tipo de trabalho e passa a receber uma aposentadoria por invalidez.
No segundo caso, o segurado recebe uma indenização pela incapacidade sofrida
(auxílio-doença), mas é considerado apto para o desenvolvimento de outra
atividade profissional;
• óbito: o segurado falece em função do acidente de trabalho.

4 COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DO TRABALHO


A CAT é um formulário preenchido pela empresa demonstrando a
ocorrência de acidente do trabalho ou doença profissional do empregado ao
Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS).

Segundo informação do Ministério da Previdência Social, a Comunicação


de Acidente do Trabalho – CAT foi prevista inicialmente na Lei nº 5.316/67, com
todas as alterações ocorridas posteriormente até a Lei nº 9.032/95, regulamentada
pelo Decreto nº 2.172/97.

Reza o item 7.4.8 da NR-7 que, sendo constatada a ocorrência ou


agravamento de doenças profissionais, através de exames médicos que incluem
os definidos nesta NR; ou sendo verificadas alterações, que revelam qualquer tipo
de disfunção de órgão ou sistema biológico, através dos exames constantes dos
quadros I (apenas quadros com interpretação SC) e II, e do item 7.4.2.3 da presente
NR, mesmo sem sintomatologia, caberá ao médico coordenador ou encarregado:

• solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT;


• indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da exposição ao risco,
ou do trabalho;
• encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de nexo
causal, avaliação de incapacidade e definição da conduta previdenciária em
relação ao trabalho;
• orientar o empregador quanto à necessidade da adoção de medidas de controle
no ambiente de trabalho.

A emissão da CAT é uma das questões mais importantes em saúde


ocupacional no Brasil. O nexo causal é, usualmente, confirmado ou não por um
perito que, embora possa ser capacitado, não tem a menor ideia da situação
concreta de trabalho.

102
TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO

Além disso, pode estar pressionado por circunstâncias diversas como, por
exemplo, uma eventual sobrecarga de atividades. Obviamente, nos casos extremos,
o estabelecimento do nexo é evidente. Entretanto, em muitas situações, será preciso
um estudo profundo das condições às quais o empregado esteve e está exposto no
trabalho, o que, frequentemente, está fora do alcance do perito. Assim, é possível
que muitos nexos causais sejam negados ou confirmados indevidamente.

Para contribuir com o aprimoramento dos processos que levam ou não ao


estabelecimento de nexos causais, é fundamental que o médico do trabalho, ao
solicitar emissão de CAT, ou tiver conhecimento da emissão de CAT por outra
fonte, faça um relatório pormenorizado sobre todo o seu conhecimento a respeito
do empregado e de sua história profissional. Além disso, defina suas conclusões:
diagnóstico e impressão a respeito da existência de nexo ou não (RIO, 1996).

Através da comunicação do acidente do trabalho (CAT) à Previdência Social


se dá o primeiro passo para o reconhecimento de qualquer direito ao empregado
que sofreu acidente do trabalho ou situação legalmente equiparada. (OLIVEIRA,
2008).

Estabelece o art. 129 da Lei nº 8.213/91 que:

Art. 129. Os litígios e medidas cautelares relativos a acidentes do


trabalho serão apreciados:
[...]
II - na via judicial, pela Justiça dos Estados e do Distrito Federal,
segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as férias forenses,
mediante petição instruída pela prova de efetiva notificação do evento
à Previdência Social, através de Comunicação de Acidente do Trabalho
– CAT (BRASIL, 1991).

Deverá ser preenchida a CAT em todos os casos em que ocorrer acidente ou


doença ocupacional, mesmo que não haja incapacidade ou afastamento do trabalho.
É sabido, porém, que a subnotificação nos acidentes que não acarretam afastamento
é grande, até porque é muito difícil o fato ser detectado pela fiscalização.

A seguir, visualiza-se um modelo de CAT estipulado pela Previdência


Social.

103
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

FIGURA 14 - MODELO CAT

FONTE: Disponível em: <www.previdenciasocial.gov.br>. Acesso em: 16 nov. 2010.

104
TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO

LEITURA COMPLEMENTAR

ACIDENTES EM ALTA: AGRAVOS SOBEM 13% EM RELAÇÃO AOS REGISTROS


DE 2007 E ÓBITOS APRESENTAM QUEDA DE 3%.

A nova metodologia da Previdência Social que correlaciona   as causas


de afastamento ao setor de atividade do trabalhador segurado, independente
da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) feita pelo empregador é o fator
de maior peso na elevação dos acidentes de trabalho. Apesar de muitas críticas,
o Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP), está fazendo com que muitos agravos
saiam da invisibilidade e sejam incorporados à realidade ocupacional brasileira.

Em 2008, houve um aumento de 13,4% dos agravos em relação a 2007. O


salto foi de 659.523 para 747.663 casos de acidentes e doenças do trabalho. Em
compensação, o número de mortes relacionadas ao trabalho diminuiu em 3,2%
de 2007 para 2008. Enquanto que no ano de 2007 foram registrados 2.845 óbitos,
o último ano contabilizou 2.757 acidentes fatais entre os trabalhadores. É o que
informa o Ministério da Previdência Social por meio de seu Anuário Estatístico da
Previdência Social 2008, publicado no final de outubro.

O primeiro resultado oficial da implementação do NTEP na identificação de


acidentes e doenças do trabalho que antes eram registrados como não acidentários
saiu no AEPS atual. Isso porque na edição 2007, a Previdência só contabilizou os
registros da nova sistemática de concessão de benefícios acidentários a partir de
abril, mês em que o NTEP foi adotado. Ou seja, não havia, até então, uma estatística
completa (de janeiro a dezembro) das notificações sem CAT registrada. Esse hiato
de três meses pode explicar o aumento de 43,4% no número de notificações sem
CAT registrada de 2007 (141.108) para 2008 (202.395). Ao todo, os registros do
NTEP representam 27,1% do total de agravos brasileiros em 2008.

Para o coordenador de Estatística, Demografia e Atuária do Ministério da


Previdência Eduardo da Silva Pereira, a introdução do NTEP também repercutiu
nos encargos do INSS com os auxílios-benefícios. A nova sistemática fez aparecer
os acidentes de trabalho que estavam escondidos dentro do auxílio-previdenciário.
Ou seja, o que antes entrava como Auxílio-Previdenciário, agora é visto como
Auxílio-Doença Acidentário", afirma Eduardo.

Esse redirecionamento das concessões beneficiárias pode ser verificado


na Evolução do Auxílio-Doença. Mostra que de 2006 (pré-NTEP) para 2008 (pós-
NTEP) houve um aumento de 152,7% no número de concessões acidentárias. Até
agosto desse ano, o INSS já havia concedido 233.476 auxílios-doença acidentários,
número esse que pode chegar à marca dos 381.293 benefícios (estimativa do
Anuário Brasileiro de Proteção, baseada nos dados de janeiro a agosto de 2009,
projetados até dezembro). Isso representaria um aumento de 7% no número de
concessões acidentárias de 2008 para 2009.

105
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

Reflexos

No que se refere às despesas do governo com essas concessões, a mudança


também é significativa. De 2007 para 2008, houve um aumento de 14,1% nos custos
do INSS com as concessões de auxílio-doença e de 23,1% nas de auxílio-acidente.

O reflexo dessa nova sistemática da Previdência ainda pode ser observado


no resultado das notificações por unidade federativa, pois todas as regiões
apresentaram índices maiores na ocorrência de acidentes do trabalho. Considerado
o maior polo industrial do Brasil, a Região Sudeste respondeu por 55% dos registros
de acidentes de trabalho do país computados em 2008.

Somente o Estado de São Paulo notificou 263.613 novos acidentes de


trabalho. No entanto, esse fato não significa, necessariamente, que ele tenha
acidentado mais, pois, nessa análise, também devemos considerar o número de
trabalhadores em atividade, sendo que nesse quesito São Paulo é hegemônico,
tendo 29,7% da mão de obra de trabalho nacional em seu território. Aliado a isso,
ainda existe a hipótese de que esteja ocorrendo maior notificação dos agravos por
parte das empresas deste Estado.

Fatais

Mesma análise não pode ser feita sobre o índice de mortes entre os
trabalhadores. Isso porque essa informação dificilmente é subnotificada pelas
empresas. Segundo Eduardo da Silva Pereira, a subnotificação nos casos de
acidentes fatais é menor em virtude das possíveis consequências judiciais.
“Podemos dizer que esse dado do Anuário é fidedigno com a realidade. Sabemos
que o empregador tem a obrigação de informar ao Governo todo e qualquer tipo de
acidente de trabalho. No entanto, muitas vezes, ele subnotifica essas informações,
seja por desconhecimento ou mesmo por má-fé. Com isso, o acidente acaba
passando incólume, o que não acontece com a morte no trabalho, visto que a sua
omissão pode lhe trazer consequências civis e criminais", frisa.

Conforme os dados apresentados no AEPS 2008, o Mato Grosso foi o


Estado que obteve a maior taxa de acidentes fatais por trabalhador. A cada 100
mil trabalhadores, 21 morreram. Entre as atividades econômicas do país que
apresentaram o maior índice de registro estão a Indústria de Transformação
(269.267), o Comércio e a Reparação de Veículos Automotores (99.571), Saúde e
Serviços Sociais (52.559), Transporte, Armazenagem e Correios (50.281) e, por fim,
a Construção (49.191).

No entanto, também houve um percentual significativo de notificações


sem a caracterização do setor econômico responsável pela ocorrência do acidente.
Ao todo, foram contabilizados 43.155 registros ignorados, ou seja, sem essa
informação, sendo que desse número, 36.435 tiveram sua origem no registro sem
CAT. "Enfrentamos esse problema por dois motivos: pela omissão de informações
no processo da notificação, por parte do empregador, e pelo fato de que o registro

106
TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO

de uma doença do trabalho sem CAT pode ser reconhecida pelo INSS sem a inclusão
do CNAE da empresa. Entretanto, o importante é que esse reconhecimento existiu
e que o trabalhador estará recebendo o que lhe é de direito", reforça o diretor do
Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da
Previdência, Remígio Todeschini.

Outro dado importante, e que está sendo publicado pela primeira vez no
Anuário Brasileiro de Proteção, são os dados sobre a Inspeção em Segurança do
Trabalho. Somente nesse ano, entre janeiro e agosto, a Fiscalização realizou 101.886
ações fiscais, o que contemplou um universo de 13.253.462 trabalhadores. Esse
número, por si só, representa um aumento de 85,3% no percentual de ações fiscais
de 2008 para 2009.

FONTE: REVISTA PROTEÇÃO. Acidentes em alta: agravos sobem 13% em relação aos registros
de 2007 e óbitos apresentam queda de 3%. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/site/
content/materias/materia_detalhe.php?pagina=1&id=JyyJJa>. Acesso em: 26 ago. 2010.

107
RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você viu que:

• O acidente do trabalho pode ser definido como aquele que ocorre pelo exercício
do trabalho provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte ou a perda ou redução da capacidade permanente ou temporária para o
trabalho. Integram o conceito de acidente o fato lesivo à saúde física ou mental.
• Dentre os fatores de risco que provocam os acidentes do trabalho, destacam-se:
eletricidade, máquinas e equipamentos, incêndios, armazenamento e transporte
de materiais, manuseio de produtos perigosos, ferramentas manuais, entre
outros.
• Os riscos de acidentes variam para cada ramo de atividade econômica, em
função de tecnologias utilizadas, condições de trabalho, mão de obra empregada,
medidas de segurança, dentre outros fatores.
• Quando constatada a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais,
através de exames médicos ou sendo verificadas alterações, que revelam qualquer
tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico, caberá ao médico coordenador
ou encarregado: solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidente do
Trabalho – CAT; indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da
exposição ao risco, ou do trabalho; encaminhar o trabalhador à Previdência Social
para estabelecimento de nexo causal, avaliação de incapacidade e definição da
conduta previdenciária em relação ao trabalho; orientar o empregador quanto à
necessidade da adoção de medidas de controle no ambiente de trabalho.

108
AUTOATIVIDADE

1 Refere-se ao acidente de trabalho:


( ) ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa.
( ) provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte.
( ) acidente que ocorra na hora de descanso do empregado, caso este esteja
empregado.
( ) fato lesivo à saúde física ou mental.

2 Caso o empregado infrinja as normas de segurança da empresa e sofra um


acidente, a empresa não terá responsabilidade e não será caracterizado como
acidente de trabalho, sendo a culpa do empregado.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

3 O responsável para avaliar se há nexo de causalidade entre o acidente e o trabalho


é:
( ) Ministério do Trabalho.
( ) Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho.
( ) Técnico de Segurança do Trabalho.
( ) Perito.

4 A doença é típica quando não há nexo causal presumido, ou seja, terá que ser
determinada através de perícia.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

5 Não são causas diretas dos acidentes:


( ) combinação de erros humanos.
( ) falhas de equipamentos.
( ) equipe de trabalho.
( ) erros humanos que compreendem falhas ativas, latentes e de recuperação.

6 Nos casos de morte onde não houve risco profissional, e nos casos de morte
de ordem acidentária a cobertura é automática, de acordo com a Lei nº 6.367/76,
art. 4º.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

109
7 Quando ocorre um acidente de trabalho, suas consequências podem ser:
( ) simples assistência médica.
( ) perda do emprego.
( ) incapacidade temporária.
( ) incapacidade permanente.
( ) óbito.

8 A CAT também deverá ser enviada nos casos de gestação, a fim da Previdência
Social tomar conhecimento do afastamento da funcionária.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

110
UNIDADE 3
TÓPICO 2

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO


PREVIDENCIÁRIO - NTEP

1 INTRODUÇÃO

Analisados os principais aspectos pertinentes aos acidentes do trabalho e


doenças ocupacionais, cabe verificar as importantes modificações decorrentes da
Lei nº 11.340, de 26 de dezembro de 2006, instituindo o chamado nexo técnico
epidemiológico.

O nexo técnico epidemiológico foi estabelecido levando em conta amplos


estudos científicos, bem como mapeamentos e profundas análises de ordem
empírica, que possibilitaram a demonstração e indicação de quais são as doenças
que apresentam elevadas ou significativas incidências estatística nos diferentes
ramos de atividade econômica, em que os segurados exercem a atividade laboral.

Com as suas características, o NTEP está diretamente relacionado com as


chamadas doenças ocupacionais muito mais do que com os acidentes típicos.

2 CONCEITO DE NTEP
A Lei nº 11.430, de 26 de dezembro de 2006, acrescentou o artigo 21-A à Lei
nº 8.213, introduzindo o conceito do nexo técnico epidemiológico com a seguinte
redação:

Art. 21. A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza


acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo
técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da
relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora
da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças -
CID, em conformidade com o que dispuser o regulamento.
§ 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo
quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste
artigo.
§ 2º A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico
epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo,
da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência
Social.

111
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

Esta alteração foi realizada tendo em vista a dificuldade de demonstração


do nexo causal para a caracterização das doenças profissionais e do trabalho.

Além disso, aponta Garcia (2008) que é frequente o empregador não emitir
a CAT (art. 22 da Lei nº 8.213/1991) por não reconhecer a natureza ocupacional
da enfermidade sofrida pelo empregado, gerando a chamada subnotificação dos
agravos à saúde do trabalho, em manifesto prejuízo ao trabalhador, ao sistema de
saúde e à sociedade como um todo.

Com a referida Lei nº 11.430/2006, presente o nexo técnico epidemiológico


(entre o trabalho e o agravo), passa a existir a presunção de que a doença tem
natureza ocupacional.

Com isso, verificada a existência do referido nexo técnico epidemiológico,


não mais cabe ao empregado (segurado) provar ou demonstrar que a doença foi
produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada
atividade, ou que a doença foi adquirida ou desencadeada em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.

Presente o nexo técnico epidemiológico, a presunção é de se tratar de


doença do trabalho ou profissional.

Com esta inovação legislativa, o perito médico do INSS ao verificar que


o agravo que acometeu o segurado é de ocorrência comum em trabalhadores
que pertencem a determinado segmento econômico, pode presumir a natureza
acidentária dessa incapacidade, ficando autorizada, assim, a concessão do benefício
previdenciário-acidentário, independente da emissão da CAT – Comunicação de
Acidente de Trabalho pela empresa.

Assim, cabe à perícia médica do INSS reconhecer “a incapacidade para o


trabalho e o nexo entre o trabalho e o agravo”, tornando devidas as “prestações
acidentárias a que o beneficiário tenha direito” (art. 337, § 5º, do Regulamento da
Previdência Social).

A presunção da incapacidade acidentária, contudo, não é realizada


discricionariamente pelo médico perito, mas obtida com base em dados estatísticos
probabilísticos, através dos quais se verifica que trabalhadores que laboram em
empresas que desenvolvem certa atividade econômica estão mais suscetíveis
estatisticamente a adquirir determinadas patologias de origem ocupacional.

Assim, presume-se o nexo causal entre o agravo e o trabalho mediante o


cruzamento/combinação do CNAE (Código Nacional de Atividade Econômica)
e a entidade mórbida motivadora da incapacidade (relacionada na Classificação
Internacional de Doença – CID, em conformidade com a Lista B, do Anexo II, do
Regulamento da Previdência Social), sendo tal nexo intitulado de epidemiológico
não por estar atrelado ao estudo de epidemias propriamente dito, mas por ser um
instrumento de diagnóstico de fenômenos, relacionado ao "estudo da ocorrência,

112
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

da distribuição e dos determinantes de um agravo à saúde em uma população".

Assim, a Perícia Médica deverá fazer o reconhecimento automático do nexo


entre a doença ou acidente e o trabalho exercido pelo trabalhador.

No entanto, deve-se alertar que, se a questão estiver sendo discutida


judicialmente, o perito nomeado pelo juiz também deverá agir do mesmo modo,
incidindo, normalmente, todas as regras pertinentes ao nexo técnico epidemiológico.

3 METODOLOGIA
Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se
verificar nexo técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade
mórbida motivadora da incapacidade, elencada na Classificação Internacional de
Doenças (CID), em conformidade com a Lista B do Anexo II do Regulamento (art.
337, § 3º, do Regulamento da Previdência Social – RPS).

A análise da atividade da empresa deve remontar ao ramo de atividade


econômica da empresa, devendo ser verificada pela Classificação Nacional de
Atividade Econômica (CNAE).

Essa observação é confirmada pela Instrução Normativa INSS 16, de 27 de


março de 2007 (em vigor a partir de 1 de abril de 2007, conforme arts. 5º, 6º e 11), que
dispõe sobre procedimentos e rotinas referentes ao nexo técnico epidemiológico
previdenciário (NTEP), especialmente na previsão do seu art. 2º, § 3º:

Considera-se estabelecido nexo entre o trabalho e o agravo sempre que


se verificar a ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o ramo de
atividade econômica da empresa, expressa pela Classificação Nacional
de Atividade Econômica – CNAE, e a entidade mórbida motivadora da
incapacidade, relacionada na Classificação Internacional de Doenças,
em conformidade com o disposto na Lista B do Anexo II do RPS.

Garcia (2008) explica que para a caracterização do nexo causal, ou seja,


para a constatação da natureza ocupacional da doença, há três formas (espécies):

• ocorrência de nexo epidemiológico entre o ramo de atividade econômica da


empresa (expressa pela Classificação Nacional de Atividade Econômica –
CNAE) e a entidade motivadora da incapacidade (relacionada na Classificação
Internacional de Doenças), em conformidade com a Lista B do Anexo II do
Regulamento da Previdência Social;
• constatação de que o agravo decorre de agente etiológico ou fator de risco de
natureza ocupacional na Lista A do Anexo II do RPS, presente nas atividades
econômicas do empregador, cujo segurado tenha sido exposto, ainda que parcial
ou indiretamente;

113
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

• verificação da hipótese excepcional, prevista no art. 20, § 2º, da Lei nº 8.213/1991,


em que a doença não se encontra incluída na relação prevista nos incisos I e
II do art. 20 da Lei nº 8.213/1991, mas resultou das condições especiais em
que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, caso em que a
Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.

Na primeira modalidade, o nexo causal entre o trabalho e o agravo


é estabelecido pela verificação do nexo técnico epidemiológico (NTE), que é
estabelecido levando em conta o ramo de atividade econômica da empresa
(conforme CNAE) e a entidade motivadora da incapacidade (conforme CID).

Nessa primeira hipótese, destaca Garcia (2008) que o parâmetro é a Lista B


do Anexo II do regulamento da Previdência Social, que arrola as diversas “Doenças
Relacionadas com o Trabalho”.

Nesse caso, o nexo causal apenas gera presunção relativa da natureza


ocupacional do agravo. Por isso, nessa primeira situação, o empregador pode
eliminar essa presunção, ou seja, a empresa pode demonstrar a ausência de nexo
causal entre o agravo e o trabalho, provando que a doença não tem natureza
ocupacional.

Veja a seguir a Lista B do Anexo II do Regulamento da Previdência Social


(com redação dada pelo Decreto nº 6.042/2007), ao final de cada agrupamento
de doenças relacionadas com o trabalho estão indicados intervalos de CID-10
em que se reconhece nexo técnico epidemiológico, na forma do § 3º do art. 37
do Regulamento da Previdência Social, entre a entidade mórbida e as classes de
CNAE, nelas incluídas todas as subclasses cujos quatro dígitos sejam comuns.

NOTA

A instituição do nexo técnico epidemiológico previdenciário (NTEP) não


desobriga a empresa da emissão da CAT, conforme a previsão dos arts. 19 a 23 da Lei nº
8.213/1991.

114
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

ANEXO II

AGENTES PATOGÊNICOS CAUSADORES DE DOENÇAS PROFISSIONAIS OU DO


TRABALHO, CONFORME PREVISTO NO ART. 20 DA LEI No 8.213, DE 1991
.....................................................................................................................................
LISTA B

Notas:

1 - Ao final de cada agrupamento estão indicados intervalos de CID-10 em que se


reconhece Nexo Técnico Epidemiológico, na forma do § 1o do art. 337, entre a entidade
mórbida e as classes de CNAE indicadas, nelas incluídas todas as subclasses  cujos quatro
dígitos iniciais sejam comuns.
2 - As doenças e respectivos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza
ocupacional listados são exemplificativos e complementares.
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS RELACIONADAS COM O TRABALHO
(Grupo I da CID-10)

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

Exposição ocupacional ao Mycobacterium tuberculosis


(Bacilo de Koch) ou Mycobacterium bovis, em atividades
em laboratórios de biologia, e atividades realizadas por
pessoal de saúde, que propiciam contato direto com
I - Tuberculose (A15-A19.-)
produtos contaminados ou com doentes cujos exames
bacteriológicos são positivos (Z57.8) (Quadro XXV)
Hipersuscetibilidade do trabalhador exposto a poeiras de
sílica (Sílico-tuberculose) (J65.-)

Zoonose causada pela exposição ocupacional ao Bacillus


anthracis, em atividades suscetíveis de colocar os
trabalhadores em contato direto com animais infectados
II - Carbúnculo (A22.-)
ou com cadáveres desses animais; trabalhos artesanais ou
industriais com pelos, pele, couro ou lã. (Z57.8) (Quadro
XXV)

Zoonose causada pela exposição ocupacional a Brucella


melitensis, B. abortus, B. suis, B. canis etc., em atividades
III - Brucelose (A23.-) em abatedouros, frigoríficos, manipulação de produtos
de carne; ordenha e fabricação de laticínios e atividades
assemelhadas. (Z57.8) (Quadro XXV)

Exposição ocupacional a Leptospira icterohaemorrhagiae


(e outras espécies), em trabalhos expondo ao contato direto
com águas sujas, ou efetuado em locais suscetíveis de serem
sujos por dejetos de animais portadores de germes; trabalhos
efetuados dentro de minas, túneis, galerias, esgotos em
IV - Leptospirose (A27.-)
locais subterrâneos; trabalhos em cursos d’água; trabalhos
de drenagem; contato com roedores; trabalhos com animais
domésticos, e com gado; preparação de alimentos de origem
animal, de peixes, de laticínios, etc. (Z57.8) (Quadro XXV)

115
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

Exposição ao Clostridium tetani, em circunstâncias de


acidentes do trabalho na agricultura, na construção civil,
V - Tétano (A35.-)
na indústria, ou em acidentes de trajeto (Z57.8) (Quadro
XXV)

Zoonoses causadas pela exposição ocupacional a


Chlamydia psittaci ou Chlamydia pneumoniae, em
VI - Psitacose, Ornitose, Doença dos
trabalhos em criadouros de aves ou pássaros, atividades
Tratadores de Aves (A70.-)
de Veterinária, em zoológicos, e em laboratórios
biológicos, etc. (Z57.8) (Quadro XXV)

Exposição ocupacional ao mosquito (Aedes aegypti),


transmissor do arbovírus da dengue, principalmente em
VII - Dengue [Dengue Clássico] atividades em zonas endêmicas, em trabalhos de saúde
(A90.-) pública, e em trabalhos de laboratórios de pesquisa, entre
outros.
(Z57.8) (Quadro XXV)

Exposição ocupacional ao mosquito (Aedes aegypti),


transmissor do arbovírus da Febre Amarela,
VIII - Febre Amarela (A95.-) principalmente em atividades em zonas endêmicas, em
trabalhos de saúde pública, e em trabalhos de laboratórios
de pesquisa, entre outros. (Z57.8) (Quadro XXV)

Exposição ocupacional ao Vírus da Hepatite A (HAV);


Vírus da Hepatite B (HBV); Vírus da Hepatite C (HCV);
Vírus da Hepatite D (HDV); Vírus da Hepatite E (HEV),
em trabalhos envolvendo manipulação, acondicionamento
IX - Hepatites Virais (B15-B19.-)
ou emprego de sangue humano ou de seus derivados;
trabalho com “águas usadas” e esgotos; trabalhos em
contato com materiais provenientes de doentes ou objetos
contaminados por eles. (Z57.8) (Quadro XXV)

Exposição ocupacional ao Vírus da Imunodeficiência


Humana (HIV), principalmente em trabalhadores da
saúde, em decorrência de acidentes pérfuro-cortantes
X - Doença pelo Vírus da
com agulhas ou material cirúrgico contaminado, e
Imunodeficiência Humana (HIV)
na manipulação, acondicionamento ou emprego de
(B20-B24.-)
sangue ou de seus derivados, e contato com materiais
provenientes de pacientes infectados. (Z57.8) (Quadro
XXV)

Exposição ocupacional a fungos do gênero


Epidermophyton, Microsporum e Trichophyton, em
XI - Dermatofitose (B35.-) e Outras trabalhos em condições de temperatura elevada e
Micoses Superficiais (B36.-) umidade (cozinhas, ginásios, piscinas) e outras situações
específicas de exposição ocupacional. (Z57.8) (Quadro
XXV)

Exposição ocupacional a Candida albicans, Candida


glabrata, etc., em trabalhos que requerem longas imersões
XII - Candidíase (B37.-) das mãos em água e irritação mecânica das mãos, tais
como trabalhadores de limpeza, lavadeiras, cozinheiras,
entre outros. (Z57.8) (Quadro XXV)

XIII - Paracoccidioidomicose Exposição ocupacional ao Paracoccidioides brasiliensis,


(Blastomicose Sul Americana, principalmente em trabalhos agrícolas ou florestais e em
Blastomicose Brasileira, Doença de zonas endêmicas. (Z57.8) (Quadro XXV)
Lutz) (B41.-)

116
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

Exposição ocupacional ao Plasmodium malariae;


Plasmodium vivax; Plasmodium falciparum ou outros
protozoários, principalmente em atividades de mineração,
XIV - Malária (B50 - B54.-)
construção de barragens ou rodovias, em extração de
petróleo e outras atividades que obrigam a entrada dos
trabalhadores em zonas endêmicas (Z57.8) (Quadro XXV)

Exposição ocupacional à Leishmania braziliensis,


XV - Leishmaniose Cutânea (B55.1)
principalmente em trabalhos agrícolas ou florestais e
ou Leishmaniose Cutâneo-Mucosa
em zonas endêmicas, e outras situações específicas de
(B55.2)
exposição ocupacional. (Z57.8) (Quadro XXV)

INTERVALO CID-10 CNAE

A15-A19 0810  1091  1411  1412  1533  1540  2330  3011  3701  3702  3811  3812 
3821  3822  3839  3900  4120  4211  4213  4222  4223  4291  4299  4312 
4321  4391  4399  4687  4711  4713  4721  4741  4742  4743  4744  4789 
4921  4923  4924  4929  5611  7810  7820  7830  8121  8122  8129  8610 
9420  9601

NEOPLASIAS (TUMORES) RELACIONADOS COM O TRABALHO


(GRUPO II da CID-10)

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

I - Neoplasia maligna do estômago


Asbesto ou Amianto (X49.-; Z57.2)(Quadro II)
(C16.-)

1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X48.-; X49.; Z57.5)


II - Angiossarcoma do fígado (C22.3)  (Quadro I)
2. Cloreto de Vinila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)

1. Cloreto de Vinila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)


III - Neoplasia maligna do pâncreas 2. Epicloridrina (X49.-; Z57.5)
(C25.-) 3. Hidrocarbonetos alifáfitos e aromáticos na Indústria do
Petróleo (X46.-; Z57.5)

1. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1)(Quadro XXIV)


2. Níquel e seus compostos (X49.-; Z57.5)
3. Poeiras de madeira e outras poeiras orgânicas da
IV - Neoplasia maligna da cavidade indústria do mobiliário (X49.-; Z57.2)
nasal e dos seios paranasais (C30-C31.-) 4. Poeiras da indústria do couro (X49.-; Z57.2)
5. Poeiras orgânicas (na indústria têxtil e em padarias)
(X49.-; Z57.2)
6. Indústria do petróleo (X46.-; Z57.5)

V - Neoplasia maligna da laringe


Asbesto ou Amianto (Z57.2) (Quadro II) 
(C32.-)

117
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

1. Arsênio e seus compostos arsenicais  (X48.-; X49.-; Z57.4 e


Z57.5) (Quadro I)
2. Asbesto ou Amianto (X49.-; Z57.2) (Quadro II)
3. Berílio  (X49.-; Z57.5) (Quadro IV)
4. Cádmio ou seus compostos  (X49.-; Z57.5) (Quadro VI)
5. Cromo e seus compostos tóxicos  (X49.-; Z57.5) (Quadro
X)
6. Cloreto de Vinila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
7. Clorometil éteres (X49.-; Z57.5) (Quadro XIII)
8. Sílica-livre (Z57.2) (Quadro XVIII)
VI - Neoplasia maligna dos brônquios e
9. Alcatrão, breu, betume, hulha mineral, parafina e
do pulmão (C34.-)
produtos de resíduos dessas substâncias (X49.-; Z57.5)
(Quadro XX)
10. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
11. Emissões de fornos de coque (X49.-; Z57.5)
12. Níquel e seus compostos (X49.-; Z57.5)
13. Acrilonitrila  (X49.-; Z57.5)
14. Indústria do alumínio (fundições) (X49.-; Z57.5)
15. Neblinas de óleos minerais (óleo de corte) (X49.-; Z57.5)
16. Fundições de metais (X49.-; Z57.5)
17.  

VII - Neoplasia maligna dos ossos e


cartilagens articulares dos membros Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
(Inclui “Sarcoma Ósseo”) (C40.-) 

1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5)


(Quadro I)
2. Alcatrão, breu, betume, hulha mineral, parafina e
VIII - Outras neoplasias malignas da
produtos de resíduos dessas substâncias causadores de
pele (C44.-)
epiteliomas da pele (X49.-; Z57.5) (Quadro XX)
3. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
4. Radiações ultravioletas (W89; Z57.1)

IX - Mesotelioma (C45.-):Mesotelioma
da pleura (C45.0), Mesotelioma do
Asbesto ou Amianto (X49.-; Z57.2) (Quadro II)
peritônio (C45.1) e Mesotelioma do
pericárdio (C45.2)

1. Alcatrão, breu, betume, hulha mineral, parafina e produtos


de resíduos dessas substâncias (X49.-; Z57.5 (Quadro XX)
2. Aminas aromáticas e seus derivados (Beta-naftilamina,
X - Neoplasia maligna da bexiga (C67.-)
2-cloroanilina, benzidina, o-toluidina, 4-cloro-orto-toluidina
(X49.-; Z57.5)
3. Emissões de fornos de coque (X49.-; Z57.5)

1. Benzeno  (X46.-; Z57.5) (Quadro III)


2. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
3. Óxido de etileno (X49.-; Z57.5)
XI - Leucemias (C91-C95.-) 4. Agentes antineoplásicos (X49.-; Z57.5)
5. Campos eletromagnéticos (W90.-; Z57.5)
6. Agrotóxicos clorados (Clordane e Heptaclor) (X48.-;
Z57.4)

118
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

DOENÇAS DO SANGUE E DOS ÓRGÃOS HEMATOPOÉTICOS


RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo III da CID-10) 

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE


DOENÇAS
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL

1. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro III)


I - Síndromes Mielodisplásicas (D46.-)
2. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)

II - Outras anemias devidas a transtornos Chumbo ou seus compostos tóxicos  (X49.-; Z57.5)
enzimáticos (D55.8) (Quadro VIII)

Derivados nitrados e aminados do Benzeno (X46.-;


III - Anemia Hemolítica adquirida (D59.2)
Z57.5)

IV -  Aplástica devida a outros agentes 1. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro III)
externos (D61.2) 2. Radiações ionizantes (W88.-) (Quadro XXIV)

V - Anemia Aplástica não especificada, Anemia 1. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro III)
hipoplástica SOE, Hipoplasia medular (D61.9) 2. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)

VI - Anemia Sideroblástica secundária a toxinas 


Chumbo ou seus compostos tóxicos (X46.-; Z57.5)
(Inclui “Anemia Hipocrômica, Microcítica, com
(Quadro VIII)
Reticulocitose”) (D64.2)

1. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro III)


VII - Púrpura e outras manifestações
2. Cloreto de Vinila  (X46.-) (Quadro XIII)
hemorrágicas (D69.-)
3. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)

1. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro III)


VIII - Agranulocitose (Neutropenia tóxica) 2. Radiações ionizantes  (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
(D70)  3. Derivados do Fenol, Pentaclorofenol,
Hidroxibenzonitrilo (X49.-; XZ57.5)

IX - Outros transtornos especificados 1. Benzeno  (X46.-; Z57.5) (Quadro III)


dos glóbulos brancos: leucocitose, reação 2. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro
leucemóide (D72.8) XXIV)

X - Metahemoglobinemia (D74.-) Aminas aromáticas e seus derivados (X49.-; Z57.5)

DOENÇAS ENDÓCRINAS, NUTRICIONAIS E METABÓLICAS


RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo IV da CID-10) 

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

1. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro


VIII)
I - Hipotireoidismo devido a 2. Hidrocarbonetos halogenados (Clorobenzeno e seus
substâncias exógenas (E03.-) derivados) (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
  3. Tiuracil (X49.-; Z57.5)
4. Tiocinatos (X49.-; Z57.5)
Tiuréia (X49.-; Z57.5)

Clorobenzeno e seus derivados (X46.-; Z57.4 e Z57.5)  (Quadro


II - Outras Porfirias (E.80.2) 
XIII)

119
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

INTERVALO CID-10 CNAE

E10-E14 1091  3600  3701  3702  3811  3812  3821  3822  3839  3900  4120  4211 
4213  4222  4223  4291  4292  4299  4313  4319  4329  4399  4721  4921 
4922  4923  4924  4929  4930  5030  5231  5239  8011  8012  8020  8030 
8121  8122  8129  8411  9420

TRANSTORNOS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO RELACIONADOS


COM O TRABALHO (Grupo V da CID-10) 

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

1. Manganês  X49.-; Z57.5) (Quadro XV)


I - Demência em outras doenças
2. Substâncias asfixiantes: CO, H2S, etc. (sequela) (X47.-;
específicas classificadas em outros locais
Z57.5) (Quadro XVII)
(F02.8) 
3. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX)

II - Delirium, não sobreposto a demência, 1. Brometo de Metila  (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)
como descrita (F05.0) 2. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX)

1. Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos (X46.-


; Z57.5) (Quadro III)
2. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5)
(Quadro VIII)
3. Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e outros
solventes orgânicos halogenados neurotóxicos (X46.-; Z57.5)
III - Outros transtornos mentais
(Quadro XIII)
decorrentes de lesão e disfunção
4. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)
cerebrais e de doença física (F06.-):
5. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5)
Transtorno Cognitivo Leve (F06.7)
(Quadro XV)
6. Mercúrio e seus compostos tóxicos  (X49.-; Z57.4 e Z57.5)
(Quadro XVI)
7. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX)
8. Outros solventes orgânicos neurotóxicos  (X46.-; X49.-;
Z57.5)

1. Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos (X46.-


; Z57.5) (Quadro III)
2. Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e outros
IV - Transtornos de personalidade e de
solventes orgânicos halogenados neurotóxicos (X46.-; Z57.5)
comportamento decorrentes de doença,
(Quadro XIII)
lesão e de disfunção de personalidade
3. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)
(F07.-): Transtorno Orgânico de
4. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5)
Personalidade (F07.0); Outros
(Quadro XV)
transtornos de personalidade e de
5. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5)
comportamento decorrentes de doença,
(Quadro XVI)
lesão ou disfunção cerebral (F07.8)
6. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX)
7. Outros solventes orgânicos neurotóxicos  (X46.-; X49.-;
Z57.5)

120
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

1. Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos (X46.-


; Z57.5) (Quadro III)
2. Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e outros
solventes orgânicos halogenados neurotóxicos (X46.-; Z57.5)
(Quadro XIII)
3. Brometo de Metila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
V - Transtorno Mental Orgânico ou
4. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5)
Sintomático não especificado (F09.-) 
(Quadro XV)
5. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5)
(Quadro XVI)
6. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX)
7. Outros solventes orgânicos neurotóxicos  (X46.-; X49.-;
Z57.5)

VI - Transtornos mentais e
1. Problemas relacionados com o emprego e com o
comportamentais devidos ao uso
desemprego: Condições difíceis de trabalho (Z56.5)
do álcool: Alcoolismo Crônico
2. Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96)
(Relacionado com o Trabalho) (F10.2)

1. Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos (X46.-


; Z57.5) (Quadro III)
2. Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e outros
solventes orgânicos halogenados neurotóxicos (X46.-; Z57.5)
(Quadro XIII)
3. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)
VII - Episódios Depressivos (F32.-) 4. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5)
(Quadro XV)
5. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5)
(Quadro XVI)
6. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5)(Quadro XIX)
7. Outros solventes orgânicos neurotóxicos  (X46.-; X49.-;
Z57.5)

1. Outras dificuldades físicas e mentais relacionadas com


VIII -  Reações ao “Stress” Grave e
o trabalho : reação após acidente do trabalho grave ou
Transtornos de Adaptação (F43.-): Estado
catastrófico, ou após assalto no trabalho (Z56.6)
de “Stress” Pós-Traumático (F43.1) 
2. Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96)

1. Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos (X46.-


; Z57.5) (Quadro III)
2. Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e outros
solventes orgânicos halogenados (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
3. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)
IX - Neurastenia (Inclui “Síndrome de 4. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5)
Fadiga”) (F48.0) (Quadro XV)
5. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5)
(Quadro XVI)
6. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX)
7. Outros solventes orgânicos neurotóxicos  (X46.-; X49.-;
Z57.5)

Problemas relacionados com o emprego e com o


desemprego (Z56.-): Desemprego (Z56.0); Mudança de
X - Outros transtornos neuróticos emprego (Z56.1); Ameaça de perda de emprego (Z56.2);
especificados (Inclui “Neurose Ritmo de trabalho penoso (Z56.3); Desacordo com patrão e
Profissional”) (F48.8)  colegas de trabalho (Condições difíceis de trabalho) (Z56.5);
Outras dificuldades físicas e mentais relacionadas com o
trabalho (Z56.6)

121
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

1.  Problemas relacionados com o emprego e com o


XI - Transtorno do Ciclo Vigília-Sono
desemprego: Má adaptação à organização do horário de
Devido a Fatores Não-Orgânicos
trabalho (Trabalho em Turnos ou Trabalho Noturno) (Z56.6)
(F51.2)
2. Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96) 

XII - Sensação de Estar Acabado 1. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3)


(“Síndrome de Burn-Out”, “Síndrome do 2. Outras dificuldades físicas e mentais relacionadas com o
Esgotamento Profissional”) (Z73.0) trabalho (Z56.6)

INTERVALO CID-10 CNAE

0710  0990  1011  1012  1013  1220  1532  1622  1732  1733  2211  2330 
2342  2451  2511  2512  2531  2539  2542  2543  2593  2814  2822  2840 
2861  2866  2869  2920  2930  3101  3102  3329  3600  3701  3702  3811 
F10-F19 3812  3821  3822  3839  3900  4120  4211  4213  4221  4292  4299  4313 
4319  4321  4329  4399  4520  4912  4921  5030  5212  5221  5222  5223 
5229  5231  5232  5239  5250  5310  6423  7810  7820  7830  8121  8122 
8129  8411  8423  8424  9420 

0710  0990  1011  1012  1013  1031  1071  1321  1411  1412  2330  2342 
2511  2543  2592  2861  2866  2869  2942  3701  3702  3811  3812  3821 
F20-F29 3822  3839  3900  4120  4211  4213  4222  4223  4291  4292  4299  4312 
4391  4399  4921  4922  4923  4924  4929  5212  5310  6423  7732  7810 
7820  7830  8011  8012  8020  8030  8121  8122  8129  8423  9420

0710  0892  0990  1011  1012  1013  1031  1220  1311  1313  1314  1321 
1330  1340  1351  1359  1411  1412  1413  1422  1531  1532  1540  2091 
2123  2511  2710  2751  2861  2930  2945  3299  3600  4636  4711  4753 
F30-F39 4756  4759  4762  4911  4912  4921  4922  4923  4924  4929  5111  5120 
5221  5222  5223  5229  5310  5620  6110  6120  6130  6141  6142  6143 
6190  6311  6422  6423  6431  6550  8121  8122  8129  8411  8413  8423 
8424  8610  8711  8720  8730  8800

0710  0990  1311  1321  1351  1411  1412  1421  1532  2945  3600  4711 
4753  4756  4759  4762  4911  4912  4921  4922  4923  4924  4929  5111  
F40-F48 5120  5221  5222  5223  5229  5310  6110  6120  6130  6141  6142  6143 
6190  6311  6422  6423  8011  8012 8020  8030  8121  8122  8129  8411 
8423  8424  8610 

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO RELACIONADAS COM O


TRABALHO
 (Grupo VI da CID-10) 
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE
DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5)


I - Ataxia Cerebelosa (G11.1) 
(Quadro XVI)

II - Parkisonismo Secundário devido a Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5)


outros agentes externos (G21.2) (Quadro XV)

1. Brometo de metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)


2. Tetracloroetano (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
III - Outras formas especificadas de 3. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5)
tremor (G25.2)  (Quadro XVI)
4. Outros solventes orgânicos neurotóxicos (X46.-; X49.-;
Z57.5)

122
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

1. Mercúrio e seus compostos tóxicos  (X49.-; Z57.4 e Z57.5)


IV - Transtorno extrapiramidal do
(Quadro XVI)
movimento não especificado (G25.9)
2. Cloreto de metileno (Diclorometano) e outros solventes
 
halogenados neurotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)

Problemas relacionados com o emprego e com o


V - Distúrbios do Ciclo Vigília-Sono
desemprego: Má adaptação à organização do horário de
(G47.2)
trabalho (Trabalho em Turnos ou Trabalho Noturno) (Z56.6) 

VI - Transtornos do nervo trigêmio Tricloroetileno e outros solventes halogenados


(G50.-)  neurotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)

1. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI)


VII - Transtornos do nervo olfatório
2. Sulfeto de hidrogênio (X49.-; Z57.5) (Quadro XVII)
(G52.0) (Inclui “Anosmia”)
3.        

VIII -Transtornos do plexo braquial


(Síndrome da Saída do Tórax, Síndrome Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)
do Desfiladeiro Torácico) (G54.0)

IX - Mononeuropatias dos Membros


Superiores (G56.-): Síndrome do Túnel
do Carpo (G56.0); Outras Lesões do
Nervo Mediano: Síndrome do Pronador
Redondo (G56.1); Síndrome do Canal
de Guyon (G56.2); Lesão do Nervo Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)
Cubital (ulnar): Síndrome do Túnel
Cubital(G56.2); Lesão do Nervo Radial
(G56.3); Outras Mononeuropatias dos
Membros Superiores: Compressão do
Nervo Supra-escapular (G56.8)

X - Mononeuropatias  do  membro


inferior (G57.-): Lesão do Nervo Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)
Poplíteo Lateral (G57.3)

1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5)


(Quadro I)
2. Chumbo e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro
XI - Polineuropatia devida a outros
VIII)
agentes tóxicos (G62.2)
3. Fósforo (X48.-; X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XII)
 
4. Sulfeto de Carbono  (X49.-; Z57.5)(Quadro XIX)
5. n-Hexano  (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
6. Metil-n-Butil Cetona (MBK) (X46.-; Z57.5)

XII - Polineuropatia induzida pela


Radiações ionizantes (X88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
radiação (G62.8) 

1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5)


(Quadro I)
2. Chumbo e seus compostos tóxicos  (X49.-; Z57.5) (Quadro
XIII - Encefalopatia Tóxica Aguda (G92.1) VIII)
  3. Hidrocarbonetos alifáticos ou aromáticos (seus derivados
halogenados neurotóxicos) (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
4. Mercúrio e seus derivados tóxicos  (X49.-; Z57.4 e Z57.5)
(Quadro XVI)

123
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

1. Tolueno e Xileno (X46.-; Z57.5) (Quadro III)


2. Chumbo e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro
VIII)
3. Solventes orgânicos halogenados neurotóxicos (X46.-;
XIV - Encefalopatia Tóxica Crônica
Z57.5) (Quadro XIII)
(G92.2)
4. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro
 
XVI)
5. Substâncias asfixiantes: CO, H2S, etc. (seqüela) (X47.-;
Z57.5) (Quadro XVII)
Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX)

INTERVALO CID-10 CNAE

0113  0210  0220  0810  1011  1012  1013  1321  1411  1412  1610  1621 
1732  1733  1931  2330  2342  2511  2539  2861  3701  3702  3811  3812 
G40-G47 3821  3822  3839  3900  4120  4211  4213  4222  4223  4291  4292 
4299  4313  4319  4399  4921  4922  4923  4924  4929  4930  5212  8011 
8012  8020  8030  8121  8122  8129

0155  1011  1012  1013  1062  1093  1095  1313  1351  1411  1412  1421 
1529  1531  1532  1533  1539  1540  2063  2123  2211  2222  2223  2229 
G50-G59 2349  2542  2593  2640  2710  2759  2944  2945  3240  3250  4711  5611 
5612  5620  6110  6120  6130  6141  6142  6143  6190  6422  6423  8121 
8122  8129  8610

DOENÇAS DO OLHO E ANEXOS RELACIONADAS COM O TRABALHO


(Grupo VII da CID-10) 
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE
DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e


Z57.5) (Quadro I)
I - Blefarite (H01.0) 
2. Radiações Ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
3. Cimento  (X49.-; Z57.2)

1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e


Z57.5) (Quadro I)
2. Berílio e seus compostos tóxicos  (X49.-; Z57.5) (Quadro
IV)
3. Flúor e seus compostos tóxicos (X49.-)  (Quadro XI)
4. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV)
5. Cloreto de etila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
6. Tetracloreto de carbono  (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
7. Outros solventes halogenados tóxicos (X46.-; Z57.4 e
Z57.5) (Quadro XIII)
II - Conjuntivite (H10)
8. Ácido sulfídrico (Sulfeto de hidrogênio) (X49.-; Z57.5)
 
(Quadro XVII)
9. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
10. Radiações Ultravioletas  (W89; Z57.1
11. Acrilatos  (X49.-; Z57.5)
12. Cimento  (X49.-; Z57.2)
13. Enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriana 
(X44.-; Z57.2)
14. Furfural e Álcool Furfurílico (X45.-; Z57.5)
15. Isocianatos orgânicos (X49.-; Z57.5)
16. Selênio e seus compostos (X49.-; Z57.5)

124
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5)


(Quadro I)
III - Queratite e Queratoconjuntivite 2. Ácido sulfídrico (Sulfeto de hidrogênio) (X49.-; Z57.5)
(H16) (Quadro XVII)
  3. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
4. Radiações Infravermelhas (W90.-; Z57.1)
5. Radiações Ultravioletas (W89.-; Z57.1)

1. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)


IV - Catarata (H28) 
2. Radiações Infravermelhas (W90.-; Z57.1)

Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro


V - Inflamação Coriorretiniana (H30) 
XV)

1. Brometo de metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)


2. Cloreto de metileno (Diclorometano) e outros solventes
clorados neurotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
VI - Neurite Óptica (H46) 
3. Tetracloreto de carbono (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
4. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX)
5. Metanol (X45.-; Z57.5)

1. Brometo de metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)


VII -Distúrbios visuais subjetivos (H53.-)  2. Cloreto de metileno e outros solventes clorados
neurotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)

INTERVALO CID-10 CNAE

0210  0220  0810  1071  1220  1610  1622  2330  2342  3701  3702  3811 
3812  3821  3822  3839  3900  4120  4211  4212  4213  4222  4223  4291 
H53-H54 4299  4312  4313  4319  4321  4329  4391  4399  4741  4742  4743  4744 
4789  4921  4922  4923  4924  4929  4930  8011  8012  8020  8030  8121 
8122  8129

DOENÇAS DO OUVIDO RELACIONADAS COM O TRABALHO


(Grupo VIII da CID-10) 
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE
 DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

1. “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII)


I - Otite Média não-supurativa (H65.9) 2. Pressão atmosférica inferior à pressão padrão (W94.-;
Z57.8)

1. “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII)


II -Perfuração da Membrana do
2. Pressão atmosférica inferior à pressão padrão (W94.-;
Tímpano (H72 ou S09.2)
Z57.8)

III - Outras vertigens periféricas Cloreto de metileno e outros solventes halogenados tóxicos 


(H81.3)  (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)

1. Brometo de metila  (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)


IV - Labirintite (H83.0) 
2. “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII)

V - Efeitos do ruído sobre o ouvido


Exposição ocupacional ao Ruído (Z57.0; W42.-) (Quadro
interno/ Perda da Audição Provocada
XXI)
pelo Ruído e Trauma Acústico (H83.3)

1. Homólogos do Benzeno otoneurotóxicos (Tolueno e


Xileno) (X46.-; Z57.5) (Quadro III)
VI - Hipoacusia Ototóxica (H91.0)
2. Solventes orgânicos otoneurotóxicos (X46.-; Z57.8)
(Quadro XIII)

125
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

VII - Otalgia e Secreção Auditiva


(H92.-): Otalgia (H92.0), Otorréia “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII)
(H92.1) ou Otorragia (H92.2)

VIII - Outras percepções auditivas


anormais: Alteração Temporária do
Limiar Auditivo, Comprometimento Exposição ocupacional ao Ruído (Z57.0; X42.-) (Quadro XXI)
da Discriminação Auditiva e
Hiperacusia (H93.2)

IX - Outros transtornos especificados 1. Brometo de metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)
do ouvido (H93.8) 2. “Ar Comprimido”  (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII)

1. “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII)


X - Otite Barotraumática (T70.0)  2. Alterações na pressão atmosférica ou na pressão da água
no ambiente (W94.-; Z57.8)

1. “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII)


XI - Sinusite Barotraumática (T70.1)  2. Alterações na pressão atmosférica ou na pressão da água
no ambiente (W94.-)

1. “Ar Comprimido”  (W94.-; Z57.8)(Quadro XXIII)


XII - “Mal dos Caixões” (Doença de
2. Alterações na pressão atmosférica ou na pressão da água
Descompressão) (T70.4) 
no ambiente (W94.-; Z57.8)

XIII - Síndrome devida ao 1.       “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII)


deslocamento de ar de uma explosão 2.       Alterações na pressão atmosférica ou na pressão da
(T70.8) água no ambiente (W94.-; Z57.8)

DOENÇAS DO SISTEMA CIRCULATÓRIO RELACIONADAS COM O


TRABALHO (Grupo IX da CID-10)

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

1. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro


VIII)
2. Exposição ocupacional ao Ruído (Z57.0; X42.-) (Quadro
I - Hipertensão Arterial (I10.-)
XXI)
3. Problemas relacionados com o emprego e com o
desemprego (Z56.-)

1. Monóxido de Carbono (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII)


2. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX)
3. Nitroglicerina e outros ésteres do ácido nítrico (X49.-;
II - Angina Pectoris (I20.-) 
Z57.5)
4. Problemas relacionados com o emprego e com o
desemprego (Z56.-)

1. Monóxido de Carbono (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII)


2. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX)
3. Nitroglicerina e outros ésteres do ácido nítrico (X49.-;
III - Infarto Agudo do Miocárdio (I21.-)  
Z57.5)
4. Problemas relacionados com o emprego e com o
desemprego (Z56.-)

IV - Cor Pulmonale SOE ou Doença Complicação evolutiva das pneumoconioses graves,


Cardio-Pulmonar Crônica (I27.9) principalmente Silicose (Z57.2) (Quadro XVIII)

V - Placas epicárdicas ou pericárdicas Asbesto ou Amianto (W83.-; Z57.2) (Quadro II)


(I34.8)  

126
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

1. Derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos


(X46.-) (Quadro XIII)
VI - Parada Cardíaca (I46.-)  2. Monóxido de Carbono (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII)
3. Outros agentes potencialmente causadores de arritmia
cardíaca (Z57.5)

1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.5) (Quadro


I)
2. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro
VIII)
3. Derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos
(X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
4. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro
  XVI)
VII - Arritmias cardíacas (I49.-) 5. Monóxido de Carbono (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII)
  6. Agrotóxicos organofosforados e carbamatos (X48; Z57.4)
(Quadros XII e XXVII)
7. Exposição ocupacional a Cobalto (X49.-; Z57.5)
8. Nitroglicerina e outros ésteres do ácido nítrico (X49.-;
Z57.5)
9. Problemas relacionados com o emprego e com o
desemprego (Z56.-)

VIII - Ateroesclerose (I70.-) e Doença


Sulfeto de carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX)
Ateroesclerótica do Coração (I25.1)

1. Cloreto de vinila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)


IX - Síndrome de Raynaud (I73.0)  2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
3. Trabalho em baixas temperaturas (frio) (W93.-; Z57.6)

1. Cloreto de vinila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)


X - Acrocianose e Acroparestesia (I73.8)  2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
3. Trabalho em baixas temperaturas (frio) (W93.-; Z57.6)

INTERVALO CID-10 CNAE

I05-I09 4921

I10-I15 0111  1411  1412  4921  4922  4923  4924  4929  5111  5120 

1621  4120  4211  4213  4221  4222  4223  4291  4299  4329  4399  4921 
I20-I25
4922  4930  6110  6120  6130  6141  6142  6143  6190

0113  0210  0220  0810  1011  1012  1013  1061  1071  1411  1412  1610 
1931  2029  2330  2342  3600  3701  3702  3811  3812  3821  3822  3839 
I30-I52 3900  4120  4211  4213  4222  4223  4291  4292  4299  4312  4313  4319 
4391  4399  4621  4622  4623  4921  4922  4923  4924  4929  4930  8121 
8122  8129  8411  9420

0810  1071  2330  2342  3600  3701  3702  3811  3812  3821  3822  3839 
3900  4120  4211  4213  4222  4223  4291  4299  4312  4313  4319  4321 
I60-I69
4391  4399  4921  4922  4923  4924  4929  4930  8112  8121  8122  8129 
8411  8591  9200  9311  9312  9313  9319  9420 

1011  1012  1013  1020  1031  1033  1091  1092  1220  1311  1321  1351 
1411  1412  1413  1422  1510  1531  1532  1540  1621  1622  2123  2342 
2542  2710  2813  2832  2833  2920  2930  2944  2945  3101  3102  3329 
I80-I89
3701  3702  3811  3812  3821  3822  3839  3900  4621  4622  4623  4721 
4722  4921  4922  5611  5612  5620  8011  8012  8020  8030  8121  8122 
8129  8411  8610  9420  9491  9601 

127
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO RELACIONADAS COM O


TRABALHO
(Grupo X da CID-10) 

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO


DOENÇAS
DE NATUREZA OCUPACIONAL

I - Faringite Aguda, não especificada


1. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V)
(“Angina Aguda”, ”Dor de Garganta”)
2. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV)
(J02.9)

1. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V)


II - Laringotraqueíte Aguda (J04.2) 
2. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV)

1. Carbonetos metálicos de tungstênio sinterizados (X49.-;


Z57.2 e Z57.5) (Quadro VII)
2. Cromo e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro
X)
3. Poeiras de algodão, linho, cânhamo ou sisal (Z57.2)
(Quadro XXVI)
4. Acrilatos (X49.-; Z57.5)
5. Aldeído fórmico e seus polímeros (X49.-; Z57.5)
6. Aminas aromáticas e seus derivados (X49.-; Z57.5)
7. Anidrido ftálico (X49.-; Z57.5)
8. Azodicarbonamida (X49.-; Z57.5)
9. Carbetos de metais duros: cobalto e titânio (Z57.2)
10. Enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriano
(X44.-; Z57.3)
III - Outras Rinites Alérgicas (J30.3)  11. Furfural e Álcool Furfurílico (X45.-; Z57.5)
12. Isocianatos orgânicos  (X49.-; Z57.5)
13. Níquel e seus compostos (X49.-; Z57.5)
14. Pentóxido de vanádio  (X49.-; Z57.5)
15. Produtos da pirólise de plásticos, cloreto de vinila,
teflon  (X49.-; Z57.5)
16. Sulfitos, bissulfitos e persulfatos (X49.-; Z57.5)
17. Medicamentos: macrólidos; ranetidina ; penicilina e
seus sais; cefalosporinas  (X44.-; Z57.3)
18. Proteínas animais em aerossóis (Z57.3)
19. Outras substâncias de origem vegetal (cereais,
farinhas, serragem etc.) (Z57.2)
20. Outras susbtâncias químicas sensibilizantes da pele e
das vias respiratórias (X49.-; Z57.2) (Quadro XXVII)
 

1. Arsênico e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e


Z57.5) (Quadro I)
2. Cloro gasoso (X47.-; Z57.5) (Quadro IX)
3. Cromo e seus compostos tóxicos (X49.-) (Quadro X)
4. Gás de flúor e Fluoreto de Hidrogênio (X47.-; Z57.5)
(Quadro XI)
5. Amônia  (X47.-; Z57.5)
IV - Rinite Crônica  (J31.0) 
6. Anidrido sulfuroso (X49.-; Z57.5)
7. Cimento  (Z57.2)
8. Fenol e homólogos (X46.-; Z57.5)
9. Névoas de ácidos minerais (X47.-; Z57.5)
10. Níquel e seus compostos  (X49.-; Z57.5)
11. Selênio e seus compostos (X49.-; Z57.5)
 

V - Faringite Crônica (J31.2)  Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V)

128
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO


DOENÇAS
DE NATUREZA OCUPACIONAL

1. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V)


VI - Sinusite Crônica (J32.-)
2. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV)

1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e


Z57.5) (Quadro I)
2. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI)
VII - Ulceração ou Necrose do Septo Nasal
3. Cromo e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro
(J34.0) 
X)
4. Soluções e aeoressóis de Ácido Cianídrico e seus
derivados (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII)

1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e


Z57.5) (Quadro I)
VIII - Perfuração do Septo Nasal (J34.8) 
2. Cromo e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro
X)

IX - Laringotraqueíte Crônica (J37.1) Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V)

1. Cloro gasoso (X47.-; Z57.5) (Quadro IX)


2. Exposição  ocupacional  à poeira de sílica livre (Z57.2-)
(Quadro XVIII)
X - Outras Doenças Pulmonares Obstrutivas 3. Exposição ocupacional a poeiras de algodão, linho,
Crônicas (Inclui: “Asma Obstrutiva”, cânhamo ou sisal (Z57.2) (Quadro XXVI)
“Bronquite Crônica”, “Bronquite Asmática”, 4. Amônia (X49.-; Z57.5)
“Bronquite Obstrutiva Crônica”)  (J44.-) 5. Anidrido sulfuroso (X49.-; Z57.5)
6. Névoas e aerossóis de ácidos minerais (X47.-; Z57.5)
7. Exposição ocupacional a poeiras de carvão mineral
(Z57.2)

Mesma lista das substâncias sensibilizantes produtoras


XI - Asma (J45.-)  de Rinite Alérgica (X49.-; Z57.2, Z57.4 e Z57.5)
 

1. Exposição ocupacional a poeiras de carvão mineral


XII - Pneumoconiose dos Trabalhadores do (Z57.2)
Carvão (J60.-)  2. Exposição ocupacional a poeiras de sílica-livre (Z57.2)
(Quadro XVIII)

XIII - Pneumoconiose devida ao Asbesto Exposição ocupacional a poeiras de asbesto ou amianto


(Asbestose) e a outras fibras minerais (J61.-) (Z57.2) (Quadro II)

XIV - Pneumoconiose devida à poeira de Exposição ocupacional a poeiras de sílica-livre (Z57.2)


Sílica  (Silicose) (J62.8) (Quadro XVIII)

Exposição ocupacional a poeiras de berílio e seus


XV - Beriliose (J63.2) compostos tóxicos (Z57.2) (Quadro IV)
 

XVI - Siderose (J63.4) Exposição ocupacional a poeiras de ferro (Z57.2)

XVII - Estanhose (J63.5) Exposição ocupacional a poeiras de estanho (Z57.2)

1. Exposição ocupacional a poeiras de carboneto de


tungstênio (Z57.2) (Quadro VII)
XVIII - Pneumoconiose devida a outras 2. Exposição ocupacional a poeiras de carbetos de metais
poeiras inorgânicas especificadas (J63.8) duros (Cobalto, Titânio, etc.) (Z57.2)
  3. Exposição ocupacional a rocha fosfática (Z57.2)
4. Exposição ocupacional a poeiras de alumina (Al2O3)
(“Doença de Shaver”) (Z57.2)

XIX - Pneumoconiose associada com Exposição ocupacional a poeiras de sílica-livre (Z57.2)


Tuberculose (“Sílico-Tuberculose”) (J65.-) (Quadro XVIII)

129
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO


DOENÇAS
DE NATUREZA OCUPACIONAL

XX - Doenças das vias aéreas devidas a poeiras


Exposição ocupacional a poeiras de algodão, linho,
orgânicas (J66.-): Bissinose (J66.0), devidas a
cânhamo, sisal (Z57.2) (Quadro XXVI)
outras poeiras orgânicas especificadas (J66.8)

XXI - Pneumonite por Hipersensibilidade


a Poeira Orgânica (J67.-): Pulmão do
Granjeiro (ou Pulmão do Fazendeiro) (J67.0);
Bagaçose (J67.1); Pulmão dos Criadores de
Pássaros (J67.2);Suberose (J67.3);Pulmão
dos Trabalhadores de Malte (J67.4); Pulmão 1. Exposição ocupacional a poeiras contendo
dos que Trabalham com Cogumelos (J67.5); microorganismos e parasitas infecciosos vivos e seus
Doença Pulmonar Devida a Sistemas de produtos tóxicos (Z57.2) (Quadro XXV)
Ar Condicionado e de Umidificação do Ar 2. Exposição ocupacional a outras poeiras orgânicas
(J67.7); Pneumonites de Hipersensibilidade (Z57.2)
Devidas a Outras Poeiras Orgânicas  (J67.8);
Pneumonite de Hipersensibilidade Devida a
Poeira Orgânica não especificada (Alveolite
Alérgica Extrínseca SOE; Pneumonite de
Hipersensibilidade SOE (J67.0)

1. Berílio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro


IV)
2. Bromo  (X49.-; Z57.5) (Quadro V)
3. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI)
4. Gás Cloro (X47.-; Z57.5) (Quadro IX)
XXII - Bronquite e Pneumonite devida a 5. Flúor ou seus compostos tóxicos (X47.-; Z57.5) (Quadro
produtos químicos, gases, fumaças e vapores XI)
(“Bronquite Química Aguda”) (J68.0) 6. Solventes halogenados irritantes respiratórios (X46.-;
Z57.5) (Quadro XIII)
7. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV)
8. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5)
(Quadro XV)
9. Cianeto de hidrogênio (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII)

1. Berílio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro


IV)
2. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V)
3. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI)
XXIII - Edema Pulmonar Agudo devido a
4. Gás Cloro (X47.-; Z57.5) (Quadro IX)
produtos químicos, gases, fumaças e vapores
5. Flúor e seus compostos (X47.-; Z57.5) (Quadro XI)
(Edema Pulmonar Químico) (J68.1) 
6. Solventes halogenados irritantes respiratórios (X46.-;
Z57.5) (Quadro XIII)
7. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV)
8. Cianeto de hidrogênio (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII)

1. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V)


2. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI)
3. Gás Cloro (X47.-; Z57.5) (Quadro IX)
XXIV - Síndrome de Disfunção Reativa das 4. Solventes halogenados irritantes respiratórios (X46.-;
Vias Aéreas (SDVA/RADS) (J68.3) Z57.5) (Quadro XIII)
5. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV)
6. Cianeto de hidrogênio (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII)
7. Amônia (X49.-; Z57.5)

130
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO


DOENÇAS
DE NATUREZA OCUPACIONAL

1. Arsênico e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e


Z57.5) (Quadro I)
2. Berílio e seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro IV)
3. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V)
4. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI)
5. Gás Cloro (X47.-; Z57.5) (Quadro IX)
6. Flúor e seus compostos (X47.-; Z57.5) (Quadro XI)
7. Solventes halogenados irritantes respiratórios (X46.-;
XXV - Afeccções respiratórias crônicas Z57.5) (Quadro XIII)
devidas à inalação de gases, fumos, vapores e 8. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV)
substâncias químicas: Bronquiolite Obliterante 9. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5)
Crônica, Enfisema Crônico Difuso, Fibrose (Quadro XV)
Pulmonar Crônica (J68.4) 10. Cianeto de hidrogênio (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII)
11. Ácido Sulfídrico (Sulfeto de hidrogênio) (X47.-; Z57.5)
(Quadro XVII)
12. Carbetos de metais duros (X49.-; Z57.5)
13. Amônia (X49.-; Z57.5)
14. Anidrido sulfuroso (X49.-; Z57.5)
15. Névoas e aerosóis de ácidos minerais (X47.-; Z57.5)
16. Acrilatos (X49.-; Z57.5)
Selênio e seus compostos (X49.-; Z57.5)

XXVI - Pneumonite por Radiação


(manifestação aguda) (J70.0) e Fibrose
Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
Pulmonar Conseqüente a Radiação
(manifestação crônica) (J70.1)

Exposição ocupacional a poeiras de Asbesto ou


XXVII - Derrame pleural (J90.-) 
Amianto (Z57.2) (Quadro II)

Exposição ocupacional a poeiras de Asbesto ou


XXVIII - Placas pleurais (J92.-) 
Amianto  (Z57.2) (Quadro II)

XXIX - Enfisema intersticial (J98.2)  Cádmio ou seus compostos  (X49.-; Z57.5) (Quadro VI)

XXX - Transtornos respiratórios em outras 1. Exposição ocupacional a poeiras de Carvão Mineral


doenças sistêmicas do tecido conjuntivo (Z57.2)
classificadas em outra parte (M05.3): 2. Exposição ocupacional a poeiras de Sílica livre (Z57.2)
“Síndrome de Caplan” (J99.1) (Quadro XVIII)

DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTIVO RELACIONADAS COM O


TRABALHO
(Grupo XI da CID-10) 

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

1. Névoas  de fluoretos ou seus compostos tóxicos (X47.-;


Z57.5) (Quadro XI)
I - Erosão Dentária (K03.2)
2. Exposição  ocupacional  a outras névoas ácidas (X47.-;
Z57.5)

1. Névoas de Cádmio ou seus compostos (X47.-; Z57.5)


II - Alterações pós-eruptivas da cor dos (Quadro VI)
tecidos duros dos dentes (K03.7) 2. Exposição ocupacional a metais: Cobre, Níquel, Prata
(X47.-; Z57.5)

131
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro


III - Gengivite Crônica (K05.1)
XVI)

1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.5)


(Quadro I)
IV - Estomatite Ulcerativa Crônica (K12.1)  2. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro XII)
3. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro
XVI)

1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.5)


(Quadro I)
V - Gastroenterite e Colite tóxicas (K52.-) 
2. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI)
3. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)

VI - Outros transtornos funcionais do


intestino (“Síndrome dolorosa abdominal Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5)
paroxística apirética, com estado (Quadro VIII)
suboclusivo (“cólica do chumbo”) (K59.8)

VII - Doença Tóxica do Fígado (K71.-):


Doença Tóxica do Fígado, com Necrose 1. Cloreto de Vinila, Clorobenzeno,  Tetracloreto de
Hepática (K71.1); Doença Tóxica do Fígado, Carbono, Clorofórmio, e outros solventes halogenados
com Hepatite Aguda (K71.2); Doença hepatotóxicos (X46.- e X48.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)
Tóxica do Fígado com Hepatite Crônica 2. Hexaclorobenzeno (HCB) (X48.-; Z57.4 e Z57.5)
Persistente (K71.3); Doença Tóxica do 3. Bifenilas policloradas (PCBs) (X49.-; Z57.4 e Z57.5)
Fígado com Outros Transtornos Hepáticos 4. Tetraclorodibenzodioxina (TCDD) (X49.-)
(K71.8)

1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5)


(Quadro I)
VIII - Hipertensão Portal (K76.6)
2. Cloreto de Vinila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII)
3. Tório (X49.-; Z57.5)

INTERVALO CID-10 CNAE

0810  1011  1012  1013  1071  1411  1412  1531  1540  1610  1621  1732  1733 
K35-K38 2451  2511  2512  2832  2833  2930  3101  3329  4621  4622  4623  4921  4922 
8610 

0113  0210  0220  0230  0810  1011  1012  1013  1020  1031  1033  1041  1051 
1061  1066  1071  1091  1122  1321  1354  1510  1610  1621  1622  1629  1722 
1732  1733  1931  2211  2212  2219  2330  2341  2342  2349  2443  2449  2451 
2511  2512  2521  2539  2541  2542  2543  2592  2593  2710  2815  2822  2832 
K40-K46 2833  2861  2866  2869  2930  2943  2944  2945  3011  3101  3102  3329  3701 
3702  3811  3812  3821  3822  3839  3900  4120  4211  4212  4213  4221  4222 
4223  4291  4292  4299  4312  4313  4319  4321  4329  4391  4399  4621  4622 
4623  4632  4634  4687  4721  4722  4741  4742  4743  4744  4789  4921  4922 
4930  5212  8121  8122  8129  9420

132
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

DOENÇAS DA PELE E DO TECIDO SUBCUTÂNEO RELACIONADAS COM


O TRABALHO (Grupo XII da CID-10)

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

1. Cromo e seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro X)


2. Hidrocarbonetos alifáticos ou aromáticos (seus
I - Outras Infecções Locais da Pele e derivados tóxicos) (Z57.5) (Quadro XIII)
do Tecido Subcutâneo: “Dermatoses 3. Microorganismos e parasitas infecciosos vivos e seus
Pápulo-Pustulosas e suas complicações produtos tóxicos (Z57.5) (Quadro XXV)
infecciosas” (L08.9) 4. Outros agentes químicos ou biológicos que afetem
a pele, não considerados em outras rubricas (Z57.5)
(Quadro XXVII)

1. Cromo e seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro X)


II - Dermatite Alérgica de Contato devida a
2. Mercúrio e seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro
Metais (L23.0)
XVI)

III - Dermatite Alérgica de Contato devida Adesivos, em exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro


a Adesivos (L23.1) XXVII)

IV - Dermatite Alérgica de Contato devida


Fabricação/manipulação de Cosméticos (Z57.5) (Quadro
a Cosméticos (fabricação/manipulação)
XXVII)
(L23.2)

V - Dermatite Alérgica de Contato devida a Drogas, em exposição ocupacional  (Z57.5) (Quadro


Drogas em contato com a pele (L23.3) XXVII)

VI - Dermatite Alérgica de Contato devida  Corantes, em exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro


a Corantes (L23.4) XXVII)

1. Cromo e seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro X)


2. Fósforo ou seus produtos tóxicos (Z57.5) (Quadro XII)
3. Iodo (Z57.5) (Quadro XIV)
VII - Dermatite Alérgica de Contato devida
4. Alcatrão, Breu, Betume, Hulha Mineral, Parafina ou
a outros produtos químicos (L23.5)
resíduos dessas substâncias (Z57.8) (Quadro XX)
 
5. Borracha (Z57.8) (Quadro XXVII)
6. Inseticidas (Z57.5) (Quadro XXVII)
7. Plásticos (Z57.8) (Quadro XXVII)

VIII - Dermatite Alérgica de Contato


Fabricação/manipulação de Alimentos (Z57.5) (Quadro
devida a Alimentos em contato com a pele
XXVII)
(fabricação/ manipulação) (L23.6)

IX - Dermatite Alérgica de Contato devida


Manipulação de Plantas, em exposição ocupacional
a Plantas (Não inclui plantas usadas como
(Z57.8) (Quadro XXVII)
alimentos) (L23.7)

X - Dermatite Alérgica de Contato


Agentes químicos, não especificados anteriormente, em
devida a outros agentes (Causa Externa
exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro XXVII)
especificada) (L23.8)

XI - Dermatite de Contato por Irritantes Detergentes, em exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro


devida a Detergentes (L24.0) XXVII)

XII - Dermatite de Contato por Irritantes Óleos e Gorduras, em exposição ocupacional (Z57.5)


devida a Óleos e Gorduras (L24.1) (Quadro XXVII)

XIII - Dermatite de Contato por Irritantes


1. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro III)
devida a Solventes: Cetonas, Ciclohexano,
2. Hidrocarbonetos aromáticos ou alifáticos ou seus
Compostos do Cloro, Ésteres, Glicol,
derivados halogenados tóxicos (Z57.5) (Quadro XIII)
Hidrocarbonetos (L24.2)

133
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

XIV - Dermatite de Contato por Irritantes Cosméticos, em exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro


devida a Cosméticos (L24.3) XXVII)

XV - Dermatite de Contato por Irritantes


Drogas, em exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro
devida a Drogas em contato com a pele
XXVII)
(L24.4)

1. Arsênio e seus compostos arsenicais (Z57.5) (Quadro I)


XVI - Dermatite de Contato por Irritantes 2. Berílio e seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro IV)
devida a outros produtos químicos: 3. Bromo (Z57.5) (Quadro V)
Arsênio, Berílio, Bromo, Cromo, Cimento, 4. Cromo e seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro X)
Flúor, Fósforo, Inseticidas (L24.5) 5. Flúor ou seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro XI)
6. Fósforo (Z57.5) (Quadro XII)

XVII -  Dermatite de Contato por Irritantes


Alimentos, em exposição ocupacional (Z57.8) (Quadro
devida a Alimentos em contato com a pele
XXVII)
(L24.6)

XVIII - Dermatite de Contato por Irritantes Plantas, em exposição ocupacional (Z57.8) (Quadro


devida a Plantas, exceto alimentos (L24.7) XXVII)

XIX - Dermatite de Contato por Irritantes Agentes químicos, não especificados anteriormente, em


devida a outros agentes: Corantes (L24.8) exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro XXVII)

Agrotóxicos  e outros produtos químicos (X48.-; Z57.4 e


XX - Urticária Alérgica (L50.0) 
Z57.5) (Quadro XXVII)

XXI - Urticária devida ao Calor e ao Frio Exposição ocupacional a calor e frio (W92,-; W93.-; Z57.6)
(L50.2)  (Quadro XXVII)

Exposição ocupacional a agentes químicos, físicos e


XXII - Urticária de Contato (L50.6)  biológicos que afetam a pele (X49.-; Z57.4 e Z57.5)
(Quadro XXVII)

Exposição ocupacional a radiações actínicas (X32.-;


XXIII - Queimadura Solar (L55) 
Z57.1) (Quadro XXVII)

XXIV - Outras Alterações Agudas da Pele


devidas a Radiação Ultravioleta (L56.-):
Dermatite por Fotocontato (Dermatite de
Berloque) (L56.2); Urticária Solar (L56.3);
Outras Alterações Agudas Especificadas Radiação Ultravioleta (W89.-; Z57.1) (Quadro XXVII)
da Pele devidas a Radiação Ultravioleta
(L56.8); Outras Alterações Agudas da Pele
devidas a Radiação Ultravioleta, sem outra
especificação (L56.9);

XXV - Alterações da Pele devidas a


Exposição Crônica   a Radiação Não
Ionizante (L57.-): Ceratose Actínica (L57.0); Radiações não-ionizantes (W89.-; X32.-; Z57.1) (Quadro
Outras Alterações: Dermatite Solar, “Pele XXVII)
de Fazendeiro”, “Pele de Marinheiro”
(L57.8)

XXVI - Radiodermatite (L58.-):
Radiodermatite Aguda (L58.0);
Radiodermatite Crônica (L58.1);
Radiodermatite, não especificada (L58.9); Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV)
Afecções da pele e do tecido conjuntivo
relacionadas com a radiação, não
especificadas (L59.9)

134
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

1. Derivados halogenados dos hidrocarbonetos


aromáticos, Monoclorobenzeno, Monobromobenzeno,
Hexaclorobenzeno (X46.; Z57.5) (Quadro XIII)
XXVII - Outras formas de Acne: “Cloracne”
2. Derivados do fenol, pentaclorofenol e do
(L70.8)
hidrobenzonitrilo (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XXVII)
3. Policloretos de Bifenila (PCBs) (X49.-; Z57.4 e Z57.5)
(Quadro XXVII)

XXVIII - Outras formas de Cistos


Foliculares da Pele e do Tecido Subcutâneo: Óleos e gorduras de origem mineral ou sintéticos (X49.-;
“Elaioconiose” ou “Dermatite Folicular” Z57.5) (Quadro XXVII)
(L72.8)

1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e


Z57.5) (Quadro I)
2. Clorobenzeno e Diclorobenzeno (X46.-; Z57.4 e Z57.5)
(Quadro XIII)
3. Alcatrão, Breu, Betume, Hulha Mineral, Parafina,
Creosoto, Piche, Coaltar ou resíduos dessas substâncias
(Z57.8) (Quadro XX)
4. Antraceno e Dibenzoantraceno (Z57.5) (Quadro XX)
5. Bismuto (X44.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
6. Citostáticos  (X44.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
7. Compostos nitrogenados: Ácido nítrico, Dinitrofenol
XXIX - Outras formas de hiperpigmentação (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
pela melanina: “Melanodermia” (L81.4) 8. Naftóis adicionados a corantes (X49,-; Z57.5) (Quadro
XXVII)
9. Óleos de corte (Z57.5) (Quadro XXVII)
10. Parafenilenodiamina e seus derivados (X49.-; Z57.5)
(Quadro XXVII)
11. Poeira de determinadas madeiras (Z57.3) (Quadro
XXVII)
12. Quinino e seus derivados (Z57.5) (Quadro XXVII)
13. Sais de ouro (X44.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
14. Sais de prata (Seqüelas de Dermatite Crônica de
Contato) (X44.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
 

1. Arsênio e seus compostos (X49.-; Z57.4 e Z57.5)


(Quadro I)
2. Hidroquinona e ésteres derivados (X49.-; Z57.5)
(Quadro XXVII)
XXX - Leucodermia, não classificada em 3. Monometil éter de hidroquinona (MBEH) (X49.-;
outra parte (Inclui “Vitiligo Ocupacional”) Z57.5) (Quadro XXVII)
(L81.5)  4. para-Aminofenol (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
5. para-Butilfenol (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
6. para-Cresol (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
7. Catecol e Pirocatecol (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII)
8. Clorofenol  (X46.-; Z57.4 e Z57.5)(Quadro XXVII)

XXXI - Outros transtornos especificados Derivados halogenados dos hidrocarbonetos


da pigmentação: “Porfiria Cutânea Tardia” aromáticos: minocloro-benzeno, monobromo-benzeno,
(L81.8) hexaclorobenzeno (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII)

XXXII - Ceratose Palmar e Plantar Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e


Adquirida (L85.1) Z57.5) (Quadro I)

1. Cromo e seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro X)


XXXIII - Úlcera Crônica da Pele, não
2. Enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriana 
classificada em outra parte (L98.4)
(Z57.8) (Quadro XXVII)

135
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

1. Cloreto de etila (anestésico local) (W93.-; Z57.6)


XXXIV - Geladura (Frostbite) Superficial
(Quadro XIII)
(T33): Eritema Pérnio 
2. Frio (X31.-; W93.-; Z57.6) (Quadro XXVII)

1. Cloreto de etila (anestésico local) (W93.-; Z57.6)


XXXV - Geladura (Frostbite) com Necrose
(Quadro XIII)
de Tecidos (T34) 
2. Frio (X31.-; W93.-; Z57.6) (Quadro XXVII)

INTERVALO CID-10 CNAE

L60-L75 8610 

0113  1011  1012  1013  1071  1411  1412  1610  1621  1931  2451  5611 
L80-L99
5620  8121  8122  8129  8610 

DOENÇAS DO SISTEMA OSTEOMUSCULAR E DO TECIDO


CONJUNTIVO, RELACIONADAS COM O TRABALHO
(Grupo XIII da CID-10) 

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE


DOENÇAS
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL

1. Exposição ocupacional a poeiras de carvão mineral 


I - Artrite Reumatóide associada a
(Z57.2)
Pneumoconiose dos Trabalhadores do Carvão
2. Exposição ocupacional a poeiras de sílica livre 
(J60.-): “Síndrome de Caplan” (M05.3)
(Z57.2) (Quadro XVIII)

Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5)


II - Gota induzida pelo chumbo (M10.1) 
(Quadro VIII)

III - Outras Artroses (M19.-)  Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)

IV - Outros transtornos articulares não 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)


classificados em outra parte: Dor Articular (M25.5) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)

1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)


V - Síndrome Cervicobraquial (M53.1) 
2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)

1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)


VI - Dorsalgia (M54.-): Cervicalgia (M54.2); Ciática
2. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3)
(M54.3); Lumbago com Ciática (M54.4)
3. Condições difíceis de trabalho (Z56.5)

VII - Sinovites e Tenossinovites (M65.-): Dedo


em Gatilho (M65.3); Tenossinovite do Estilóide 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)
Radial (De Quervain) (M65.4); Outras Sinovites e 2. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3)
Tenossinovites (M65.8); Sinovites e Tenossinovites, 3. Condições difíceis de trabalho (Z56.5)
não especificadas (M65.9)

136
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE


DOENÇAS
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL

VIII - Transtornos dos tecidos moles relacionados


com o uso, o uso excessivo e a pressão, de origem
ocupacional (M70.-): Sinovite Crepitante Crônica
da mão e do punho (M70.0); Bursite da Mão
(M70.1); Bursite do Olécrano (M70.2); Outras
1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)
Bursites do Cotovelo (M70.3); Outras Bursites
2. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3)
Pré-rotulianas (M70.4); Outras Bursites do Joelho
3. Condições difíceis de trabalho (Z56.5)
(M70.5); Outros transtornos dos tecidos moles
relacionados com o uso, o uso excessivo e a
pressão (M70.8); Transtorno não especificado
dos tecidos moles, relacionados com o uso, o uso
excessivo e a pressão (M70.9).

IX - Fibromatose da Fascia Palmar: “Contratura ou 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)


Moléstia de Dupuytren” (M72.0) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)

X - Lesões do Ombro (M75.-): Capsulite Adesiva


do Ombro (Ombro Congelado, Periartrite do
Ombro) (M75.0); Síndrome do Manguito Rotatório
1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)
ou Síndrome do Supraespinhoso (M75.1);
2. Ritmo de trabalho penoso (Z56)
Tendinite Bicipital (M75.2); Tendinite Calcificante
3. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
do Ombro (M75.3);  Bursite do Ombro (M75.5);
Outras Lesões do Ombro (M75.8); Lesões do
Ombro, não especificadas (M75.9) 

XI - Outras entesopatias (M77.-): Epicondilite


1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)
Medial (M77.0); Epicondilite lateral (“Cotovelo
2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
de Tenista”); Mialgia (M79.1)

XII - Outros transtornos especificados dos tecidos 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)
moles (M79.8) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)

1. Cádmio ou seus compostos (X49.-) (Quadro VI)


XIII - Osteomalácia do Adulto induzida por
2. Fósforo e seus compostos (Sesquissulfeto de
drogas (M83.5)
Fósforo) (X49.-; Z57.5) (Quadro XII)

XIV - Fluorose do Esqueleto (M85.1)  Flúor e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5)  (Quadro XI)

1. Fósforo e seus compostos (Sesquissulfeto de


XV - Osteonecrose (M87.-): Osteonecrose devida a
Fósforo) (X49.-; Z57.5) (Quadro XII)
drogas (M87.1); Outras Osteonecroses secundárias
2. Vibrações localizadas  (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
(M87.3)
3. Radiações ionizantes (Z57.1) (Quadro XXIV)

XVI - Osteólise (M89.5) (de falanges distais de


Cloreto de Vinila  (X49.-; Z57.5) (Quadro XIII)
quirodáctilos)

XVII - Osteonecrose no “Mal dos Caixões” (M90.3) “Ar Comprimido”  (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII)

XVIII - Doença de Kienböck do Adulto (Osteo-


condrose do Adulto do Semilunar do Carpo)
Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
(M93.1) e outras Osteocondro-patias especificadas
(M93.8)

137
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

INTERVALO CID-10 CNAE

0113  0131  0133  0210  0220  0810  0892  0910  1011  1012  1013  1020  1031 
1033  1041  1051  1052  1061  1064  1071  1072  1091  1122  1220  1311  1321 
1351  1354  1411  1412  1413  1532  1621  1732  1733  1931  2012  2019  2312 
2330  2341  2342  2349  2431  2443  2449  2511  2522  2539  2543  2550  2710 
2813  2815  2822  2852  2853  2854  2861  2862  2865  2866  2869  2920  2930 
M00-M25 2944  2945  2950  3011  3102  3600  3701  3702  3811  3812  3821  3822  3839 
3900  4120  4211  4212  4213  4221  4222  4223  4291  4292  4299  4312  4313 
4319  4321  4329  4391  4399  4621  4622  4623  4636  4661  4711  4721  4921 
4922  4923  4924  4929  4930  5012  5021  5212  5310  5611  5620  7719  8121 
8122  8129  8411  8424  8430  8591  8610  9200  9311  9312  9313  9319  9420 
9491  9601 

M30-M36 1412  8121  8122  8129  8610

0113  0131  0133  0210  0220  0230  0500  0710  0810  0892  0910  0990  1011 
1012  1013  1020  1031  1033  1041  1051  1052  1061  1062  1064  1071  1072 
1092  1122  1311  1312  1321  1323  1340  1351  1354  1411  1412  1413  1421 
1422  1510  1532  1610  1621  1622  1623  1629  1710  1721  1722  1732  1733 
1931  2012  2019  2029  2040  2091  2093  2123  2211  2212  2219  2221  2222 
2312  2320  2330  2341  2342  2349  2391  2431  2439  2441  2443  2449  2451 
2511  2513  2521  2522  2539  2542  2543  2550  2592  2593  2710  2722  2733 
M40-M54
2813  2815  2822  2832  2833  2852  2853  2854  2861  2862  2864  2866  2869 
2920  2930  2942  2943  2944  2945  2950  3011  3101  3102  3240  3321  3329 
3600  3701  3702  3811  3812  3821  3822  3839  3900  4120  4211  4212  4213 
4222  4223  4291  4292  4299  4311  4312  4313  4319  4321  4329  4391  4399 
4621  4622  4623  4632  4636  4661  4681  4682  4685  4686  4687  4689  4921 
4922  4923  4924  4929  4930  5012  5021  5211  5212  5221  5222  5223  5229 
5310  5612  5620  6431  7719  7732  8121  8122  8129  8424  8430  8610  9420 

0113  0155  0210  0220  1011  1012  1013  1020  1031  1033  1051  1052  1062 
1064  1092  1093  1094  1095  1096  1099  1122  1311  1314  1321  1323  1340 
1351  1352  1354  1359  1411  1412  1413  1414  1421  1510  1521  1529  1531 
1532  1533  1540  1623  1732  1733  1742  1749  2040  2063  2091  2110  2121 
2123  2211  2219  2221  2222  2223  2229  2312  2319  2342  2349  2439  2443 
2449  2451  2531  2539  2541  2542  2543  2550  2591  2592  2593  2610  2631 
2632  2640  2651  2710  2721  2722  2732  2733  2740  2751  2759  2813  2814 
M60-M79
2815  2822  2823  2824  2840  2853  2854  2861  2864  2866  2869  2920  2930 
2941  2942  2943  2944  2945  2949  3092  3101  3102  3104  3230  3240  3250 
3291  3299  3316  3329  3701  3702  3811  3812  3821  3822  3839  3900  4221 
4632  4634  4711  4713  4912  5111  5120  5212  5221  5222  5223  5229  5310 
5320  5612  5620  6021  6022  6110  6120  6130  6141  6142  6143  6190  6209 
6311  6399  6422  6423  6431  6550   7410  7490  7719  7733  8121  8122  8129 
8211  8219  8220  8230  8291  8292  8299  8610  9420  9601

DOENÇAS DO SISTEMA GÊNITO-URINÁRIO RELACIONADAS COM O


TRABALHO (Grupo XIV da CID-10) 

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

I - Síndrome Nefrítica Aguda (N00.-) Hidrocarbonetos alifáticos halogenados nefrotóxicos (X46.-;


  Z57.5) (Quadro XIII)

II - Doença Glomerular Crônica (N03.-) Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro
  XVI)

138
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE


DOENÇAS
NATUREZA OCUPACIONAL

1. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI)


2. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro
III - Nefropatia túbulo-intersticial
VIII)
induzida por metais pesados (N14.3)
3. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5)
(Quadro XVI)

Hidrocarbonetos alifáticos halogenados nefrotóxicos (X46.-;


IV - Insuficiência Renal Aguda (N17) 
Z57.5) (Quadro XIII)

V - Insuficiência Renal Crônica (N18)   Chumbo ou seus compostos (X49.-; Z57.5)  (Quadro VIII)

VI - Cistite Aguda (N30.0) Aminas aromáticas e seus derivados (X49.-; Z57.5) 

1. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro


VIII)
2. Radiações ionizantes (W88.-: Z57.1) (Quadro XXIV)
VII - Infertilidade Masculina (N46)
3. Chlordecone (X48.-; Z57.4)
4. Dibromocloropropano (DBCP) (X48.-; Z57.4 e Z57.5)
5. Calor (trabalho em temperaturas elevadas) (Z57.6)

TRAUMATISMOS, ENVENENAMENTOS E ALGUMAS OUTRAS


CONSEQÜÊNCIAS DE CAUSAS EXTERNAS, RELACIONADOS COM O
TRABALHO
(Grupo XIX da CID-10)

AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE


DOENÇAS
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL

I - Efeitos tóxicos de Solventes Orgânicos (T52.-):


Álcoois (T51.8) e Cetonas (T52.4); Benzeno, Tolueno
e Xileno (T52.1 e T52.2); Derivados halogenados
dos Hidrocarbonetos Alifáticos e Aromáticos (T53):
Tetracloreto de Carbono (T53.0); Clorofórmio (T53.1);
Tricloroetileno (T53.2); Tetracloroetileno (T53.3); Exposição ocupacional a agentes tóxicos em
Dicloroetano (T53.4); Clorofluor-carbonos (T53.5); outras indústrias (Z57.5)
Outros derivados halogenados de hidrocarbonetos
alifáticos (T53.6); Outros derivados halogenados
de hidrocarbonetos aromáticos (T53.7); Derivados
halogenados de hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos,
não especificados (T53.9); Sulfeto de Carbono (T65.4)

II - Efeito tóxico de Substâncias Corrosivas (T54): Fenol


e homólogos do fenol (T54.0); Flúor e seus compostos
(T65.8); Selênio e seus compostos (T56.8); Outros
Exposição ocupacional a agentes tóxicos em
compostos orgânicos corrosivos (T54.1); Ácidos corrosivos
outras indústrias (Z57.5)
e substâncias ácidas similares (T54.2); Álcalis cáusticos
e substâncias alcalinas similares (T54.3); Efeito tóxico de
substância corrosiva, não especificada (T54.9).

III - Efeito tóxico de Metais (T56): Arsênico e seus


compostos (T57.0); Cádmio e seus compostos (T56.3);
Chumbo e seus compostos (T56.0); Cromo e seus Exposição ocupacional a agentes tóxicos em
compostos (T56.2); Manganês e seus compostos (T57.2); outras indústrias (Z57.5)
Mercúrio e seus compostos (T56.1); Outros metais (T56.8);
Metal, não especificado (T56.9). 

139
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

IV - Asfixiantes Químicos (T57-59): Monóxido de Carbono


(T58); Ácido cianídrico e cianetos (T57.3); Sulfeto de Exposição ocupacional a agentes tóxicos em
hidrogênio (T59.6); Aminas aromáticas e seus derivados outras indústrias (Z57.5)
(T65.3)

V - Praguicidas (Pesticidas, “Agrotóxicos”) (T60):


Exposição ocupacional a agentes tóxicos na
Organofosforados e Carbamatos (T60.0); Halogenados
Agricultura (Z57.4)
(T60.1); Outros praguicidas (T60.2)

VI - Efeitos da Pressão do Ar e da Pressão da Água (T70):


Barotrauma Otítico (T70.0); Barotrauma Sinusal (T70.1); Exposição ocupacional a pressões
Doença Descompressiva (“Mal dos Caixões”) (T70.3); atmosféricas anormais (W94.-; Z57.8)
Outros efeitos da pressão do ar e da água (T70.8).

INTERVALO CID-10 CNAE

0210  0220  0230  0810  1011  1012  1013  1033  1041  1061  1071  1122  1321  1510 
1532  1610  1621  1622  1732  1733  1931  2212  2330  2342  2391  2511  2512  2539 
2542  2543  2593  2832  2833  2866  2869  2930  3011  3101  3102  3329  3701  3702 
3811  3812  3821  3822  3839  3900  4120  4211  4213  4221  4222  4223  4291  4292 
S00-S09
4299  4312  4313  4319  4321  4329  4391  4399  4520  4530  4541  4542  4621 
4622  4623  4635  4671  4672  4673  4674  4679  4687  4731  4732  4741  4742  4743 
4744  4789  4921  4922  4930  5212  5320  7810  7820  7830  8011  8012  8020  8030 
8121  8122  8129  9420 

0113  0131  0133  0210  0220  0230  0810  1011  1012  1013  1071  1321  1510  1610 
1621  1622  1629  1732  1733  1931  2330  2342  2512  2539  2543  2832  2833  2866 
S20-S29 2869  3600  3701  3702  3811  3812  3821  3822  3839  3900  4120  4211  4213  4221 
4222  4223  4291  4292  4299  4321  4399  4621  4622  4623  4632  4687  4741  4742 
4743  4744  4789  4921  4922  4930  5212  5310  8121  8122  8129  9420 

0131  0133  0210  0220  1011  1012  1013  1061  1071  1610  1621  2330  2342  2511 
2512  3101  3329  3701  3702  3811  3812  3821  3822  3839  3900  4120  4211  4213 
S30-S39 4221  4222  4223  4291  4299  4312  4313  4319  4321  4329  4391  4399  4621  4622 
4623  4687  4722  4741  4742  4743  4744  4789  4921  4930  5212  5221  5222  5223 
5229  7810  7820  7830  8121  8122  8129  9420

0131  0133  0210  0220  0500  0810  1011  1012  1013  1031  1033  1041  1051  1061 
1064  1071  1091  1122  1321  1351  1354  1411  1412  1510  1531  1532  1533  1540 
1610  1621  1622  1623  1629  1722  1732  1733  1931  2212  2221  2222  2223  2229 
2330  2342  2349  2391  2451  2511  2512  2539  2542  2543  2592  2593  2710  2813 
2815  2822  2823  2832  2833  2861  2866  2869  2930  2944  2945  2950  3101  3102 
S40-S49 3329  3701  3702  3811  3812  3821  3822  3839  3900  4120  4211  4213  4221  4222 
4223  4291  4292  4299  4312  4313  4319  4321  4329  4391  4399  4520  4530  4541 
4542  4618  4621  4622  4623  4635  4661  4671  4672  4673  4674  4679  4687  4721 
4722  4731  4732  4741  4742  4743  4744  4784  4789  4921  4922  4930  5212  5221 
5222  5223  5229  5310  5320  7719  7810  7820  7830  8011  8012  8020  8030  8121 
8122  8129  9420 

0210  0220  0810  1011  1012  1013  1031  1033  1041  1051  1061  1064  1071  1091 
1092  1093  1096  1099  1122  1311  1321  1354  1411  1412  1510  1531  1532  1533 
1540  1610  1621  1622  1623  1629  1722  1732  1733  2211  2221  2222  2223  2229 
2330  2341  2342  2391  2511  2512  2539  2542  2543  2592  2593  2710  2759  2813 
2822  2823  2832  2833  2861  2866  2869  2930  2944  2945  2950  3011  3101  3102 
S50-S59
3329  3701  3702  3811  3812  3821  3822  3839  3900  4120  4211  4213  4221  4222 
4223  4291  4292  4299  4312  4313  4319  4321  4322  4329  4391  4399  4520  4621 
4622  4623  4635  4661  4685  4686  4687  4689  4711  4721  4722  4741  4742  4743 
4744  4784  4789  4921  4923  4924  4929  4930  5212  5221  5222  5223  5229  5310 
5320  7719  7732  7810  7820  7830  8011  8012  8020  8030  8121  8122  8129  9420

140
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

INTERVALO CID-10 CNAE

0113  0210  0220  0500  0810  1011  1012  1013  1031  1033  1041  1042  1051  1052 
1061  1062  1063  1064  1071  1072  1091  1092  1093  1094  1096  1099  1122  1311 
1312  1321  1323  1340  1351  1353  1354  1359  1411  1412  1510  1529  1531  1532 
1533  1540  1610  1621  1622  1623  1629  1710  1721  1722  1731  1732  1733  1741 
1742  1749  1813  1931  2012  2019  2029  2061  2063  2091  2092  2123  2211  2212 
2219  2221  2222  2223  2229  2311  2312  2319  2330  2341  2342  2349  2391  2392 
2399  2431  2439  2441  2443  2449  2451  2452  2511  2512  2513  2521  2522  2531 
2532  2539  2541  2542  2543  2550  2591  2592  2593  2599  2632  2651  2710  2721 
2722  2732  2733  2740  2751  2759  2790  2811  2812  2813  2814  2815  2821  2822 
S60-S69
2823  2824  2825  2829  2831  2832  2833  2840  2852  2853  2854  2861  2862  2864 
2865  2866  2869  2920  2930  2941  2942  2943  2944  2945  2949  2950  3011  3012 
3032  3091  3092  3099  3101  3102  3103  3104  3220  3230  3240  3250  3291  3299 
3319  3329  3701  3702  3811  3812  3821  3822  3832  3839  3900  4120  4211  4213 
4221  4222  4223  4291  4292  4299  4312  4313  4319  4321  4322  4329  4391  4399 
4520  4621  4622  4623  4632  4634  4661  4671  4672  4673  4674  4679  4681  4682 
4685  4686   4687  4689  4711  4721  4722  4741  4742  4743  4744  4789  4930 
5211  5212  5320  5819  5829  7719  7732  7810  7820  7830  8121  8122  8129  8423 
9420  9529 

0210  0220  1011  1012  1013  1033  1122  1610  1621  1622  2330  2391  2511  2512 
2539  3101  3329  3701  3702  3811  3812  3821  3822  3839  3900  4120  4211  4213 
4221  4222  4223  4291  4299  4312  4321  4391  4399  4520  4530  4541  4542  4618 
S70-S79
4687  4731  4732  4741  4742  4743  4744  4784  4789  4921  4930  5212  5221  5222 
5223  5229  5232  5250  5320  7810  7820  7830  8011  8012  8020  8030  8121  8122 
8129  9420

0210  0220  0230  0500  0710  0810  0990  1011  1012  1013  1031  1033  1041  1051 
1061  1062  1064  1071  1072  1092  1096  1099  1122  1321  1351  1354  1411  1412 
1510  1531  1532  1540  1610  1621  1622  1623  1629  1710  1721  1722  1732  1733 
1931  2012  2019  2029  2073  2091  2211  2219  2222  2312  2320  2330  2341  2342 
2391  2439  2443  2449  2451  2511  2512  2521  2522  2539  2542  2543  2550  2592 
2593  2651  2710  2812  2813  2815  2821  2822  2823  2831  2832  2833  2840  2852 
2854  2861  2862  2864  2865  2866  2869  2930  2943  2944  2945  2950  3011  3101 
S80-S89
3102  3329  3600  3701  3702  3811  3812  3821  3822  3839  3900  4120  4211  4213 
4221  4222  4223  4291  4292  4299  4312  4313  4319  4321  4322  4329  4391  4399 
4520  4530  4541  4542  4618  4621  4622  4623  4632  4635  4636  4637  4639  4661 
4671  4672  4673  4674  4679  4681  4682  4685  4686  4687  4689  4711  4722  4723 
4731  4732  4741  4742  4743  4744  4784  4789  4912  4921  4922  4923  4924  4929 
4930  5211  5212  5221  5222  5223  5229  5232  5250  5310  5320  7719  7732  7810 
7820  7830  8011  8012  8020  8030  8121  8122  8129  8423  8424  9420

0210  0220  0500  0810  1011  1012  1013  1031  1033  1041  1051  1061  1062  1064 
1071  1072  1092  1093  1122  1311  1321  1351  1354  1411  1412  1510  1532  1610 
1621  1622  1623  1629  1710  1721  1722  1732  1733  1931  2029  2091  2219  2221 
2222  2312  2330  2341  2342  2391  2431  2439  2441  2443  2449  2451  2511  2512 
2513  2521  2522  2531  2539  2542  2543  2592  2593  2710  2722  2815  2822  2831 
2832  2833  2840  2852  2853  2854  2861  2862  2865   2866  2869  2920  2930 
S90-S99
2943  2944  2945  2950  3011  3101  3102  3329  3600  3701  3702  3811  3812  3821 
3822  3839  3900  4120  4211  4213  4221  4222  4223  4291  4292  4299  4312  4313 
4319  4321  4322  4329  4391  4399  4621  4622  4623  4661  4681  4682  4685  4686 
4687  4689  4711  4784  4912  4921  4922  4930  5111  5120  5212  5221  5222  5223 
5229  5232  5250  5310  5320  6423  6431  6550  7719  7732  7810  7820  7830  8011 
8012  8020  8030  8121  8122  8129  8423  8424  8610  9420 

141
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

INTERVALO CID-10 CNAE

0210  0220  0710  0810  0892  0910  1011  1013  1020  1031  1033  1041  1042  1061 
1062  1071  1072  1091  1092  1093  1122  1220  1311  1312  1321  1351  1352  1353 
1411  1412  1510  1531  1532  1533  1540  1610  1621  1622  1629  1733  1932  2014 
2019  2029  2032  2091  2211  2221  2223  2229  2312  2320  2330  2341  2342  2391 
2451  2511  2512  2521  2522  2539  2542  2592  2593  2640  2740  2751  2790  2813 
T90-T98 2814  2822  2862  2864  2866  2869  2920  2930  2944  2945  2950  3091  3092  3101 
3102  3600  3701  3702  3811  3812  3821  3822  3839  3900  4120  4211  4213  4221 
4291  4292  4299  4312  4313  4319  4321  4322  4391  4399  4635  4661  4681  4682 
4687  4721  4741  4743  4744  4784  4922  4923  4924  4929  4930  5012  5021  5030 
5212  5221  5222  5223  5229  5231  5232  5239  5250  5310  5320  7719  7732 
8011  8012  8020  8030  8121   8122  9420

FONTE: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6042.


htm>. Acesso em: 4 nov. 2010.

Mesmo assim, não cabe a aplicação de multa por não emissão de CAT,
quando o enquadramento decorrer de aplicação do NTEP, conforme disposto no §
5º, art. 22 da Lei nº 8.213/1991, acrescentado pela Lei nº 11.430/2006.

Na segunda modalidade, o nexo causal entre o trabalho e o agravo é


estabelecido pela verificação de que este decorre de agente etiológico ou fator de
risco de natureza ocupacional, arrolados na Lista A do Anexo II do Regulamento
da Previdência Social. (GARCIA, 2008).

Esta Lista A apresenta o rol dos diversos “Agentes ou Fatores de Risco


de Natureza Ocupacional”. Nesse caso, o nexo causal gera presunção absoluta
da natureza ocupacional do agravo. Por isso, nessa situação, presente o nexo
etiológico entre o agravo e o trabalho, o empregador não pode sequer tentar elidir
essa presunção, pois a doença é considerada como de natureza ocupacional.

NOTA

Os agravos decorrentes dos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza


ocupacional da Lista A do Anexo II do RPS, presentes nas atividades econômicas dos
empregadores cujo segurado tenha sido exposto, ainda que parcial ou indiretamente, são
necessariamente considerados doenças profissionais ou do trabalho (independentemente do
NTEP), não se aplicando, neste caso, a possibilidade de a empresa demonstrar que o agravo
não possui nexo causal com o trabalho exercido pelo empregado.

Garcia (2008) ainda destaca que nos agravos em que se analisa se existe, ou
não, o nexo técnico epidemiológico (NTE) entre o ramo de atividade econômica
da empresa (CNAE) e a entidade mórbida motivadora da incapacidade (CID),
conforme Lista B do Anexo II do RPS (doenças relacionadas ao trabalho), devem
ser destacadas outras importantes observações, também presentes na Instrução
Normativa 16/2007 do INSS:

142
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

• a inexistência do nexo técnico epidemiológico não elide o nexo causal entre


o trabalho e o agravo, cabendo à perícia médica a caracterização técnica do
acidente do trabalho fundamentadamente, sendo obrigatório o registro e a
análise do relatório do médico assistente, além dos exames complementares que
eventualmente o acompanhem (art. 2º, § 4º);
• na situação prevista acima, a perícia médica poderá, se necessário, solicitar as
demonstrações ambientais da empresa, efetuar pesquisa ou realizar vistoria
do local de trabalho ou solicitar Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP),
diretamente ao empregador (art. 2º, § 5º) – (Ver modelo do formulário de Perfil
Profissiográfico Previdenciário no Anexo);
• a perícia médica do INSS poderá deixar de aplicar o nexo técnico epidemiológico
mediante decisão fundamentada, quando dispuser de informações ou elementos
circunstanciados e contemporâneos ao exercício da atividade que evidenciem a
inexistência de nexo causal entre o agravo e o trabalho (art. 2º, § 6º);
• o segurado poderá requerer, após recebimento do resultado da decisão quanto
ao benefício, cópia da conclusão pericial e de sua justificativa, em caso de não
aplicação do NTEP pela perícia médica (art. 2º, § 7º).

Essas regras se justificam, por não se tratar da segunda hipótese, acima


indicada, referente ao agravo necessariamente considerado doença ocupacional
ou do trabalho, em razão da presença de agente etiológico ou fator de risco na
atividade econômica do empregador, com exposição do segurado, em que a
caracterização do nexo causal ocupacional não admite demonstração em contrário.

Assim, em ambas as situações explanadas, como prevê o art. 3º da Instrução


Normativa 16/2007, a existência do nexo entre o trabalho e o agravo não implica
o reconhecimento automático da incapacidade para o trabalho, que deverá ser
definida pela perícia médica.

Efetivamente, de acordo com o art. 20, §1º, ‘c’, da Lei nº 8.213/1991, não são
consideradas doenças do trabalho as que não produzam incapacidade laborativa.
Por isso, reconhecida a incapacidade para o trabalho (pela perícia médica do INSS,
ou mesmo judicialmente) e estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo, são
devidas as prestações acidentárias a que o beneficiário tenha direito. (GARCIA,
2008).

NOTA

Resumidamente, pode-se adotar a seguinte sistematização:


• Doença do Trabalho = Nexo Causal + Incapacidade Laboral.
• Nexo Causal = Nexo Etiológico ou Nexo Técnico Epidemiológico.
• Doença do Trabalho (Nexo Etiológico + Incapacidade): presunção absoluta.
• Doença do Trabalho (NTE + Incapacidade): presunção relativa.

143
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

A perícia médica do INSS, quando constatar indícios de culpa ou dolo por


parte do empregador, em relação aos benefícios por incapacidade concedidos,
deverá oficiar à Procuradoria Federal especializada – INSS, subsidiando-a com
evidências e demais meios de prova colhidos, notadamente quanto aos programas
de gerenciamento de riscos ocupacionais, para as providências cabíveis, inclusive
para ajuizamento de ação regressiva contra os responsáveis, conforme previsto
nos arts. 120 e 121 da Lei nº 8.213/1991, de modo a possibilitar o ressarcimento à
Previdência Social do pagamento de benefícios por morte ou por incapacidade,
permanente ou temporária. (GARCIA, 2008).

NOTA

Veja a seguir no anexo extraído do site da Previdência, o modelo de formulário do


PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO – PPP se suas instruções para o preenchimento.

ANEXO

PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO – PPP

I SEÇÃO DE DADOS ADMINISTRATIVOS

1 – CNPJ do Domicílio
2 – Nome Empresarial 3 – CNAE
Tributário/ CEI

4 – Nome do Trabalhador 5 – BR/ PDH 6 – NIT

7 – Data do 8 – Sexo 10 – Data de 11 – Regime


9 – CTPS (Nº, Série e UF)
Nascimento (F/M) Admissão Revezamento

12 – CAT Registrada

12.1 – Data do 12.2 – Número da


12.2 – Número da CAT 12.1 – Data do Registro
Registro CAT

13 – Lotação e Atribuição

13.1 – Período 13.2 – CNPJ/ CEI 13.3 – Setor 13.4 – Cargo 13.5 – 13.6 – 13.7 –
Função CBO Cód.
GFIP

14 – Profissiografia

14.1 – Período 14.2 – Descrição das Atividades

144
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

II SEÇÃO DE REGISTROS AMBIENTAIS

15 – Exposição a Fatores de Riscos

15.1 – Período 15.2 – Tipo 15.3 – Fator 15.4 – Intens./ 15.5 – Técnica 15.6 – EPC 15.7 – EPI 15.8
de Risco Conc. Utilizada Eficaz Eficaz –
(S/N) (S/N) CA
EPI

15.9 – Atendimento aos requisitos das NR-06 e NR-09 do MTE pelos EPI informados (S/N)
Foi tentada a implementação de medidas de proteção coletiva, de caráter administrativo ou
de organização do trabalho, optando-se pelo EPI por inviabilidade técnica, insuficiência ou
interinidade, ou ainda em caráter complementar ou emergencial.
Foram observadas as condições de funcionamento e do uso ininterrupto do EPI ao longo do
tempo, conforme especificação técnica do fabricante, ajustada às condições de campo.
Foi observado o prazo de validade, conforme Certificado de Aprovação – CA do MTE.
Foi observada a periodicidade de troca definida pelos programas ambientais, comprovada
mediante recibo assinado pelo usuário em época própria.
Foi observada a higienização.

16 – Responsável Pelos Registros Ambientais

16.1 – Período 16.2 – NIT 16.3 – Registro Conselho 16.4 – Nome do Profissional
de Classe Legalmente Habilitado

III SEÇÃO DE RESULTADOS DE MONITORAÇÃO BIOLÓGICA

17 – Exames Médicos Clínicos e Complementares (Quadros I e II, da NR 07)

17.1 – Data 17.2 – Tipo 17.3 – Natureza 17.4 – Exame 17.5 – Indicação
(R/S) de Resultados

( ) Alterado
( ) Estável
( ) Agravamento
__/__/____ ( ) Normal
( ) Ocupacional
( ) Não
Ocupacional

18 – Responsável Pela Monitoração Biológica

18.1 – Período 18.2 – NIT 18.3 – Registro Conselho de 18.4 Nome do


Classe Profissional Legalmente
Habilitado

__/__/____ a __/__/____ ---- ---- ----

145
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

IV RESPONSÁVEIS PELAS INFORMAÇÕES

Declaramos, para todos os fins de direio, que as informações prestadas neste documento são verídicas
e foram transcritas fielmente dos registros administrativos, das demonstrações ambientais e dos
programas médicos de responsabilidade da empresa. É de nosso conhecimento que a prestação de
informações falsas neste documento constitui crime de falsificação de documento público, nos termos
do art. 297 do Código Penal e, também, que tais informações são de caráter privativo do trabalhador,
constituindo crime, nos termos da Lei n.º 9.029/95, práticas discriminatórias decorrentes de sua
exigibilidade por outrem, bem como de sua divulgação para terceiros, ressalvado quando exigida pelos
órgãos públicos competentes.

19 – Data Emissão PPP 20 – Representante Legal da Empresa

20.1 – NIT 20.2 – Nome

_________________________________
Carimbo Assinatura

NIT Nome

_________________________________
Carimbo Assinatura

Observações:

DECLARO TER RECEBIDO DOCUMENTO ORIGINAL (EMISSÃO) REFERENTE AO PERFIL


PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO, CONFORME CITADO, AOS PERÍODOS TRABALHADOS E
FUNÇÕES CORRESPONDENTES.

BLUMENAU, _____ DE ______________________DE ________.

________________________________________________
Assinatura do funcionário

INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO

CAMPO DESCRIÇÃO INSTRUÇÃO DE PREENCHIMENTO

SEÇÃO I SEÇÃO DE DADOS ADMINISTRATIVOS

CNPJ relativo ao estabelecimento escolhido como domicílio


tributário, nos termos do art. 127 do CTN, no formato
XXXXXXXX/XXXX-XX; ou
CNPJ do Domicílio Matrícula no Cadastro Específico do INSS (Matrícula CEI)
1
Tributário/CEI relativa à obra realizada por Contribuinte Individual ou ao
estabelecimento escolhido como domicílio tributário que
não possua CNPJ, no formato XX.XXX.XXXXX/XX, ambos
compostos por caracteres numéricos.

2 Nome Empresarial Até 40 (quarenta) caracteres alfanuméricos.

146
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

Classificação Nacional de Atividades Econômicas da


empresa, completo, com 7 (sete) caracteres numéricos,
no formato XXXXXX-X, instituído pelo IBGE através da
3 CNAE
Resolução CONCLA nº 07, de 16/12/2002.
A tabela de códigos CNAE-Fiscal pode ser consultada na
Internet, no site www.cnae.ibge.gov.br.

4 Nome do Trabalhador Até 40 (quarenta) caracteres alfabéticos.

BR – Beneficiário Reabilitado; PDH – Portador de


Deficiência Habilitado; NA – Não Aplicável.
Preencher com base no art. 93, da Lei nº 8.213, de 1991,
que estabelece a obrigatoriedade do preenchimento dos
cargos de empresas com 100 (cem) ou mais empregados
5 BR/PDH com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de
deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:
I - até 200 empregados........................................................2%;
II - de 201 a 500...................................................................3%;
III - de 501 a 1.000...............................................................4%;
IV - de 1.001 em diante. .....................................................5%.

Número de Identificação do Trabalhador com 11 (onze)


caracteres numéricos, no formato XXX.XXXXX.XX-X.
O NIT corresponde ao número do PIS/PASEP/CI sendo que,
6 NIT
no caso de Contribuinte Individual (CI), pode ser utilizado
o número de inscrição no Sistema Único de Saúde (SUS) ou
na Previdência Social.

7 Data do Nascimento No formato DD/MM/AAAA.

8 Sexo (F/M) F – Feminino; M – Masculino.

Número, com 7 (sete) caracteres numéricos, Série, com 5


9 CTPS (Nº, Série e UF) (cinco) caracteres numéricos e UF, com 2 (dois) caracteres
alfabéticos, da Carteira de Trabalho e Previdência Social.

10 Data de Admissão No formato DD/MM/AAAA.

Regime de Revezamento de trabalho, para trabalhos em


turnos ou escala, especificando tempo trabalhado e tempo
11 Regime de Revezamento de descanso, com até 15 (quinze) caracteres alfanuméricos.
Exemplo: 24 x 72 horas; 14 x 21 dias; 2 x 1 meses.
Se inexistente, preencher com NA – Não Aplicável.

Informações sobre as Comunicações de Acidente do


Trabalho registradas pela empresa na Previdência Social,
nos termos do art. 22 da Lei nº 8.213, de 1991, do art. 169
da CLT, do art. 336 do RPS, aprovado pelo Dec. nº 3.048, de
12 CAT REGISTRADA
1999, do item 7.4.8, alínea “a” da NR-07 do MTE e dos itens
4.3.1 e 6.1.2 do Anexo 13-A da NR-15 do MTE, disciplinado
pela Portaria MPAS nº 5.051, de 1999, que aprova o Manual
de Instruções para Preenchimento da CAT.

12.1 Data do Registro No formato DD/MM/AAAA.

Com 13 (treze) caracteres numéricos, com formato


XXXXXXXXXX-X/XX.
12.2 Número da CAT Os dois últimos caracteres correspondem a um número
seqüencial relativo ao mesmo acidente, identificado por
NIT, CNPJ e data do acidente.

147
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

Informações sobre o histórico de lotação e atribuições do


trabalhador, por período.
A alteração de qualquer um dos campos - 13.2 a 13.7 -
13 LOTAÇÃO E ATRIBUIÇÃO implica, obrigatoriamente, a criação de nova linha, com
discriminação do período, repetindo as informações que
não foram alteradas.

Data de início e data de fim do período, ambas no formato


DD/MM/AAAA.
13.1 Período
No caso de trabalhador ativo, a data de fim do último
período não deverá ser preenchida.

Local onde efetivamente o trabalhador exerce


suas atividades. Deverá ser informado o CNPJ do
estabelecimento de lotação do trabalhador ou da empresa
tomadora de serviços, no formato XXXXXXXX/XXXX-XX;
13.2 CNPJ/CEI
ou
Matrícula CEI da obra ou do estabelecimento que não
possua CNPJ, no formato XX.XXX.XXXXX/XX, ambos
compostos por caracteres numéricos.

Lugar administrativo na estrutura organizacional da


13.3 Setor empresa, onde o trabalhador exerce suas atividades
laborais, com até 15 (quinze) caracteres alfanuméricos.

Cargo do trabalhador, constante na CTPS, se empregado


ou trabalhador avulso, ou constante no Recibo de Produção
13.4 Cargo
e Livro de Matrícula, se cooperado, com até 30 (trinta)
caracteres alfanuméricos.

Lugar administrativo na estrutura organizacional da


empresa, onde o trabalhador tenha atribuição de comando,
13.5 Função chefia, coordenação, supervisão ou gerência. Quando
inexistente a função, preencher com NA – Não Aplicável,
com até 30 (trinta) caracteres alfanuméricos.

Classificação Brasileira de Ocupação vigente à época, com 6


(seis) caracteres numéricos:
1- No caso de utilização da tabela CBO relativa a 1994,
utilizar a CBO completa com 5 (cinco) caracteres,
completando com “0” (zero) a primeira posição;
2- No caso de utilização da tabela CBO relativa a 2002,
utilizar a CBO completa com 6 (seis) caracteres.
Alternativamente, pode ser utilizada a CBO, com 5 (cinco)
caracteres numéricos, conforme Manual da GFIP para
usuários do SEFIP, publicado por Instrução Normativa da
13.6 CBO Diretoria Colegiada do INSS:
1- No caso de utilização da tabela CBO relativa a 1994,
utilizar a CBO completa com 5 (cinco) caracteres;
2- No caso de utilização da tabela CBO relativa a 2002,
utilizar a família do CBO com 4 (quatro) caracteres,
completando com “0” (zero) a primeira posição.
A tabela de CBO pode ser consultada na Internet, no site
www.mtecbo.gov.br.
OBS: Após a alteração da GFIP, somente será aceita a CBO
completa, com 6 (seis) caracteres numéricos, conforme a
nova tabela CBO relativa a 2002.

148
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

Código Ocorrência da GFIP para o trabalhador, com 2


(dois) caracteres numéricos, conforme Manual da GFIP para
13.7 Código Ocorrência da GFIP
usuários do SEFIP, publicado por Instrução Normativa da
Diretoria Colegiada do INSS.

Informações sobre a profissiografia do trabalhador, por


período.
14 PROFISSIOGRAFIA
A alteração do campo 14.2 implica, obrigatoriamente, a
criação de nova linha, com discriminação do período.

Data de início e data de fim do período, ambas no formato


14.1 Período DD/MM/AAAA. No caso de trabalhador ativo, a data de
fim do último período não deverá ser preenchida.

Descrição das atividades, físicas ou mentais, realizadas


pelo trabalhador, por força do poder de comando a
que se submete, com até 400 (quatrocentos) caracteres
14.2 Descrição das Atividades alfanuméricos.
As atividades deverão ser descritas com exatidão, e de
forma sucinta, com a utilização de verbos no infinitivo
impessoal.

SEÇÃO II SEÇÃO DE REGISTROS AMBIENTAIS

Informações sobre a exposição do trabalhador a fatores


de riscos ambientais, por período, ainda que estejam
neutralizados, atenuados ou exista proteção eficaz.
Facultativamente, também poderão ser indicados os fatores
de riscos ergonômicos e mecânicos. A alteração de qualquer
EXPOSIÇÃO A FATORES um dos campos - 15.2 a 15.8 - implica, obrigatoriamente,
15
DE RISCOS a criação de nova linha, com discriminação do período,
repetindo as informações que não foram alteradas.
OBS.: Após a implantação da migração dos dados do PPP
em meio magnético pela Previdência Social, as informações
relativas aos fatores de riscos ergonômicos e mecânicos
passarão a ser obrigatórias.

Data de início e data de fim do período, ambas no formato


15.1 Período DD/MM/AAAA. No caso de trabalhador ativo, a data de
fim do último período não deverá ser preenchida.

F – Físico; Q – Químico; B – Biológico; E – Ergonômico/


Psicossocial, M – Mecânico/de Acidente, conforme
classificação adotada pelo Ministério da Saúde, em
“Doenças Relacionadas ao Trabalho: Manual de
15.2 Tipo
Procedimentos para os Serviços de Saúde”, de 2001.
A indicação do Tipo “E” e “M” é facultativa.
O que determina a associação de agentes é a superposição
de períodos com fatores de risco diferentes.

Descrição do fator de risco, com até 40 (quarenta) caracteres


alfanuméricos.
15.3 Fator de Risco Em se tratando do Tipo “Q”, deverá ser informado o nome
da substância ativa, não sendo aceitas citações de nomes
comerciais.

Intensidade ou Concentração, dependendo do tipo de


agente, com até 15 (quinze) caracteres alfanuméricos.
15.4 Intensidade / Concentração
Caso o fator de risco não seja passível de mensuração,
preencher com NA – Não Aplicável.

149
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

Técnica utilizada para apuração do item 15.4, com até 40


(quarenta) caracteres alfanuméricos.
15.5 Técnica Utilizada
Caso o fator de risco não seja passível de mensuração,
preencher com NA – Não Aplicável.

S – Sim; N – Não, considerando se houve ou não a


eliminação ou a neutralização, com base no informado nos
15.6 EPC Eficaz (S/N) itens 15.2 a 15.5, assegurada as condições de funcionamento
do EPC ao longo do tempo, conforme especificação técnica
do fabricante e respectivo plano de manutenção.

S – Sim; N – Não, considerando se houve ou não a


atenuação, com base no informado nos itens 15.2 a 15.5,
observado o disposto na NR-06 do MTE, assegurada a
observância:
1- da hierarquia estabelecida no item 9.3.5.4 da NR-09 do
MTE (medidas de proteção coletiva, medidas de caráter
administrativo ou de organização do trabalho e utilização
de EPI, nesta ordem, admitindo-se a utilização de EPI
somente em situações de inviabilidade técnica, insuficiência
ou interinidade à implementação do EPC, ou ainda em
15.7 EPI Eficaz (S/N)
caráter complementar ou emergencial);
2- das condições de funcionamento do EPI ao longo do
tempo, conforme especificação técnica do fabricante
ajustada às condições de campo;
3- do prazo de validade, conforme Certificado de Aprovação
do MTE;
4- da periodicidade de troca definida pelos programas
ambientais, devendo esta ser comprovada mediante recibo;
e
5- dos meios de higienização.

Número do Certificado de Aprovação do MTE para o


Equipamento de Proteção Individual referido no campo
15.8 C.A. EPI 154.7, com 5 (cinco) caracteres numéricos.
Caso não seja utilizado EPI, preencher com NA – Não
Aplicável.

RESPONSÁVEL PELOS Informações sobre os responsáveis pelos registros


16
REGISTROS AMBIENTAIS ambientais, por período.

Data de início e data de fim do período, ambas no formato


DD/MM/AAAA. No caso de trabalhador ativo sem
16.1 Período
alteração do responsável, a data de fim do último período
não deverá ser preenchida.

Número de Identificação do Trabalhador com 11 (onze)


caracteres numéricos, no formato XXX.XXXXX.XX-X.
O NIT corresponde ao número do PIS/PASEP/CI sendo que,
16.2 NIT
no caso de Contribuinte Individual (CI), pode ser utilizado
o número de inscrição no Sistema Único de Saúde (SUS) ou
na Previdência Social.

Número do registro profissional no Conselho de Classe,


com 9 (nove) caracteres alfanuméricos, no formato
XXXXXX-X/XX ou XXXXXXX/XX.
A parte “-X” corresponde à D – Definitivo ou P – Provisório.
16.3 Registro Conselho de Classe
A parte “/XX” deve ser preenchida com a UF, com 2 (dois)
caracteres alfabéticos.
A parte numérica deverá ser completada com zeros à
esquerda.

150
TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP

Até 40 (quarenta) caracteres alfabéticos.


Nome do Profissional
16.4
Legalmente Habilitado

SEÇÃO DE RESULTADOS DE MONITORAÇÃO


SEÇÃO III
BIOLÓGICA

EXAMES MÉDICOS Informações sobre os exames médicos obrigatórios, clínicos


17 CLÍNICOS E e complementares, realizados para o trabalhador, constantes
COMPLEMENTARES nos Quadros I e II, da NR-07 do MTE.

17.1 Data No formato DD/MM/AAAA.

A – Admissional; P – Periódico; R – Retorno ao Trabalho; M


17.2 Tipo
– Mudança de Função; D – Demissional.

Natureza do exame realizado, com até 50 (cinqüenta)


caracteres alfanuméricos.
17.3 Natureza No caso dos exames relacionados no Quadro I da NR-07, do
MTE, deverá ser especificada a análise realizada, além do
material biológico coletado.

17.4 Exame (R/S) R – Referencial; S – Seqüencial.

Preencher Normal ou Alterado. Só deve ser preenchido


Estável ou Agravamento no caso de Alterado em exame
Seqüencial. Só deve ser preenchido Ocupacional ou Não
Ocupacional no caso de Agravamento.
17.5 Indicação de Resultados
OBS: No caso de Natureza do Exame “Audiometria”,
a alteração unilateral poderá ser classificada como
ocupacional, apesar de a maioria das alterações
ocupacionais serem constatadas bilateralmente.

RESPONSÁVEL PELA Informações sobre os responsáveis pela monitoração


18 MONITORAÇÃO biológica, por período.
BIOLÓGICA

Data de início e data de fim do período, ambas no formato


DD/MM/AAAA. No caso de trabalhador ativo sem
18.1 Período
alteração do responsável, a data de fim do último período
não deverá ser preenchida.

Número de Identificação do Trabalhador com 11 (onze)


caracteres numéricos, no formato XXX.XXXXX.XX-X.
O NIT corresponde ao número do PIS/PASEP/CI sendo que,
18.2 NIT
no caso de Contribuinte Individual (CI), pode ser utilizado
o número de inscrição no Sistema Único de Saúde (SUS) ou
na Previdência Social.

Número do registro profissional no Conselho de Classe,


com 9 (nove) caracteres alfanuméricos, no formato
XXXXXX-X/XX ou XXXXXXX/XX.
A parte “-X” corresponde à D – Definitivo ou P – Provisório.
18.3 Registro Conselho de Classe
A parte “/XX” deve ser preenchida com a UF, com 2 (dois)
caracteres alfabéticos.
A parte numérica deverá ser completada com zeros à
esquerda.

Nome do Profissional Até 40 (quarenta) caracteres alfabéticos.


18.4
Legalmente Habilitado

SEÇÃO IV RESPONSÁVEIS PELAS INFORMAÇÕES

Data em que o PPP é impresso e assinado pelos


19 Data de Emissão do PPP
responsáveis, no formato DD/MM/AAAA.

151
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

REPRESENTANTE LEGAL Informações sobre o Representante Legal da empresa, com


20
DA EMPRESA poderes específicos outorgados por procuração.

Número de Identificação do Trabalhador com 11 (onze)


caracteres numéricos, no formato XXX.XXXXX.XX-X.
O NIT corresponde ao número do PIS/PASEP/CI sendo que,
20.1 NIT
no caso de contribuinte individual (CI), pode ser utilizado
o número de inscrição no Sistema Único de Saúde (SUS) ou
na Previdência Social.

20.2 Nome Até 40 caracteres alfabéticos.

Carimbo e Assinatura Carimbo da Empresa e Assinatura do Representante Legal.

OBSERVAÇÕES

Devem ser incluídas neste campo, informações necessárias


à análise do PPP, bem como facilitadoras do requerimento
do benefício, como por exemplo, esclarecimento sobre
alteração de razão social da empresa, no caso de sucessora
ou indicador de empresa pertencente a grupo econômico.

152
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você viu que:

• O NTEP está diretamente relacionado com as chamadas doenças ocupacionais


muito mais do que com os acidentes típicos.
• Verificada a existência do referido nexo técnico epidemiológico, não mais cabe
ao empregado (segurado) provar ou demonstrar que a doença foi produzida ou
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade, ou
que a doença foi adquirida ou desencadeada em função de condições especiais
em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.

153
AUTOATIVIDADE

1 Verificada a existência do referido nexo técnico epidemiológico, não mais


cabe ao empregado provar ou demonstrar que a doença foi produzida ou
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

2 O nexo técnico epidemiológico presume:


( ) tratar de doença do trabalho.
( ) tratar de doença ou profissional.
( ) tratar de acidente no trabalho.
( ) tratar de doença organizacional.

3 Quem é o responsável por reconhecer a incapacidade para o trabalho e o nexo


entre o trabalho e o agravo, tornando devidas as prestações acidentárias a que o
beneficiário tenha direito:
( ) Ministério do Trabalho.
( ) Perícia médica do INSS.
( ) Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho.
( ) Técnico de Segurança do Trabalho.

4 Presume-se o nexo causal entre o agravo e o trabalho mediante o cruzamento/


combinação do CNAE (Código Nacional de Atividade Econômica) e a entidade
mórbida motivadora da incapacidade (relacionada na Classificação Internacional
de Doença – CID).
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

5 A presunção absoluta se dá pelos seguintes fatores:


( ) Nexo Causal + Incapacidade Laboral.
( ) Nexo Etiológico ou Nexo Técnico Epidemiológico.
( ) Doença do Trabalho (Nexo Etiológico + Incapacidade).
( ) Doença do Trabalho (NTE + Incapacidade).

154
LEITURA COMPLEMENTAR

DIVERSIDADE NO QUADRO DE PROFISSIONAIS: INCLUSÃO DE


MINORIAS NO MERCADO DE TRABALHO

Ainda hoje existem preconceitos e resistência na contratação de profissionais


pertencentes a grupos de minoria. O resultado: empresas com um quadro de
profissionais homogêneo em que nem todos os segmentos da sociedade estão
representados. E você, aceita as diferenças? Está livre dos preconceitos e valoriza a
diversidade no espaço de trabalho dentro da sua empresa?

O assunto é delicado, mas é necessário que se fale dele. Flávia Cintra,


jornalista, consultora de inclusão social e ativista de direitos humanos, diz que são
poucos os empresários atendidos em seus trabalhos de consultoria que convivem
de alguma forma com minorias. “Na minha rotina, estou acostumada a assessorar
diretores e gestores de empresas que nunca tinham sequer conversado com alguém
cego, surdo ou sentado em uma cadeira de rodas e que consideravam inviável
contratar um profissional com deficiência. Ao final dos trabalhos, as palavras
mais recorrentes são alívio e sucesso, pois se descobre que ter uma deficiência não
precisa representar um limite profissional ou social na vida de ninguém”.

Para muitos desses executivos, Flávia foi a primeira deficiente física com
quem trataram mais de perto. Ela perdeu os movimentos aos 18 anos depois de
um acidente de carro e, depois de um período complicado de adaptação, resolveu
lutar pelos direitos dos deficientes e por um mercado de trabalho mais igualitário.

“Tive uma fratura na coluna cervical e, por consequência, uma lesão


medular que me tornou tetraplégica. Foi uma fase muito dolorosa, de inseguranças,
tristezas e medos, mas que durou o tempo necessário para que eu percebesse que
se não podia mais andar, ainda podia fazer muitas outras coisas. Resolvi descobrir
quais e apostar nelas. Sempre fui indignada com as injustiças sociais, interessada
por direitos humanos. Sentar em uma cadeira de rodas, sabendo que não poderia
levantar tão cedo, fez com que eu dirigisse minha energia militante ao segmento
da população que passei a fazer parte”, conta.

Hoje, aos 35 anos, envolvida em diversos projetos de inclusão social no


mercado de trabalho, acompanhou algumas evoluções, inclusive na forma como
algumas empresas passaram a valorizar a diversidade no espaço de trabalho.
“Temos assistido multinacionais definindo metas de promoção da mulher em
posições de liderança, gestores de RH estendendo benefícios, como plano de
saúde, aos companheiros de seus colaboradores homossexuais, negros ascendendo
hierarquicamente nas empresas e, recentemente, a inclusão das pessoas com
deficiência no mundo corporativo”, avalia.

Uma dessas empresas é o Banco Real, que possui, inclusive, um Kit


Diversidade, que é enviado a todos os gerentes de agências e possui informações
155
de como tratar do preconceito. O material também instrui o gestor a perceber
qual segmento não está bem representado no quadro de profissionais na hora de
contratar um novo colaborador.

“Valorizamos a diversidade em todas as suas dimensões, pois acreditamos


que assim podemos construir as condições para que todos possam participar e
se desenvolver plenamente. Temos ações que reforçam o respeito às pessoas
como um dos quatro valores do Banco Real (respeito, integridade, trabalho em
equipe e profissionalismo)”, explica Maria Cristina Carvalho, superintendente de
Desenvolvimento Humano do Banco Real.

Sem dúvida, conviver com diferenças é fundamental para o desenvolvimento


de qualquer profissional. “É essa diversidade de talentos, interagindo abertamente
e com muito respeito, que gera criatividade e permite encontrar soluções exclusivas
para os negócios, em um mundo que também é diverso”, diz Maria Cristina.

Além disso, Flávia Cintra acrescenta que a vantagem para a empresa é


dupla: não só é socialmente responsável, como também é uma questão estratégica.
“No mundo todo, as corporações começam a perceber que quanto mais diverso
for seu público interno mais bem representado estará o perfil de seus clientes. Este
formato favorece a assertividade da construção de serviços, produtos e soluções
que geram venda e, consequentemente, lucro”, comenta.

De qualquer forma, ainda não se pode realmente falar em uma


democratização do mercado de trabalho. “Estamos vivendo um período de
transformação política, social e cultural em relação ao trabalho das pessoas com
deficiência e pertencentes aos grupos de minoria. A atual legislação brasileira
já oferece o aparato necessário à inclusão econômica, mas apenas leis não são
suficientes. Precisamos eliminar a desvantagem social, que está na maneira como
essas pessoas são vistas e tratadas”, explica Flávia.

Sua empresa também pode ajudar a mudar esse quadro, apostando também
na diversidade dos colaboradores. Afinal, você pode perceber que tem motivos de
sobra para implementar um programa de valorização às diferenças. Informe-se
sobre as leis e sobre programas que outras empresas já instituem e abra espaço,
democratize as contratações da sua empresa. Faça sua parte por um mundo mais
igualitário.

FONTE: FEJESP. Diversidade no quadro de profissionais: inclusão de minorias no mercado de


trabalho. Disponível em: <http://newsletter.cbss.com.br/2009/02/diversidade.htm>. Acesso em:
30 ago. 2010.

156
UNIDADE 3
TÓPICO 3

PORTADORES DE NECESSIDADES
ESPECIAIS

1 INTRODUÇÃO

Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) calculam que há


cerca de 610 milhões de pessoas com deficiência no mundo, das quais 386 milhões
fazem parte da população economicamente ativa. Avalia-se que 80% do total vivam
nos países em desenvolvimento. No Brasil, segundo o censo realizado no ano de
2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado em
2002, existem 24,5 milhões de brasileiros portadores de algum tipo de deficiência.
O critério utilizado pela primeira vez nesse levantamento foi o da Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), recomendado pela
Organização Mundial de Saúde.

Em 9 de dezembro de 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU)


aprovou a Declaração dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência,
defendendo o direito inerente das pessoas com deficiência ao respeito por sua
dignidade e o de ter suas necessidades levadas em consideração em todos os
estágios do planejamento socioeconômico.

FIGURA 15 – INCLUSÃO SOCIAL

FONTE: Disponível em: <http://educacaodialogica.blogspot.com/2009/05/o-


que-e-inclusao-social.html>. Acesso em: 4 nov. 2010.

157
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

Nos anos que se seguiram foram elaboradas várias diretrizes e recomendações


com o intuito de garantir à pessoa com deficiência o mesmo tratamento dispensado
a qualquer outro cidadão. Também foram estabelecidas datas simbólicas referentes
à questão, o que impulsionou o surgimento de muitos movimentos.

2 CONCEITO DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS


A Convenção 159 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de
1983, define pessoa com deficiência como aquela cuja possibilidade de conseguir,
permanecer e progredir no emprego é substancialmente limitada em decorrência
de uma reconhecida desvantagem física ou mental.

Araújo (2005) destaca que pessoa com deficiência abrange um conjunto


amplo de características. As deficiências podem ser físicas, sensoriais (da visão ou
da audição), ou intelectuais. Podem ser de nascença ou ter surgido em outra época
da vida, em função de doença ou acidente. Podem ter um impacto brando na
capacidade de trabalho e de interação com o meio físico e social ou consequências
maiores, que requerem apoio e assistência proporcionais.

FIGURA 16 – INCLUSÃO SOCIAL, TODOS TEM DIREITO

FONTE: Disponível em: <http://comunicacaoeinfo.blogspot.com/2010/03/


inclusao-social-todos-tem-direito.html>. Acesso em: 4 nov. 2010.

NOTA

A deficiência física pode ser definida como uma desvantagem, resultante


de um comprometimento ou de uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho
motor de uma determinada pessoa, ocasionando alterações ortopédicas e/ou neurológicas. A
deficiência física abrange uma variedade de condições não sensoriais que afetam o indivíduo
em termos de mobilidade, de coordenação motora geral ou da fala, como decorrência de
lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, ou ainda, de más formações congênitas
ou adquiridas. (CORDE, 1997).

158
TÓPICO 3 | PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

Conforme dados publicados pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos


(2004), os portadores de necessidades físicas apresentam:

• dificuldades locomotoras: pessoas que usam bengala, muletas, cadeira de rodas,


com membros inferiores mutilados, que usam algum tipo de aparato ortopédico
fixo ou provisório (gesso, ataduras ou curativos), mães com crianças de colo,
senhoras com sacolas, entre outras;
• dificuldades corporais: pessoas idosas, cardiopatas, reumáticas, portadoras
de Mal de Chagas, obesas, extremamente baixas ou de elevada estatura,
com membros superiores lesados, gestantes após o sexto mês de gravidez e
convalescentes em geral;
• dificuldades sensoriais: pessoas com perda de visão parcial, total ou problemas
clínicos como graus elevados de cataratas, astigmatismo, hipermetropia,
estrabismo e daltonismos; com perda parcial ou total de audição, com problemas
clínicos nos tímpanos e no ouvido médio, com problemas de fala total (mudas)
ou parcial;
• dificuldades mentais/culturais: pessoas com diferentes graus de incapacidade
mental, analfabetos ou sem o domínio do idioma português.

Assim, são considerados portadores de deficiência física os indivíduos que


apresentam comprometimento da capacidade motora, nos padrões considerados
normais para a espécie humana.

O quadro a seguir apresenta as principais definições quanto aos tipos de


deficiências.

QUADRO 10 – DEFINIÇÕES DOS TIPOS DE DEFICIÊNCIAS


TIPOS DEFINIÇÕES
Paraplegia Perda total das funções motoras dos membros inferiores.
Paraparesia Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores.
Monoplegia Perda total das funções motoras de um só membro (inferior ou superior).
Monoparesia Perda parcial das funções motoras de um só membro (inferior ou superior).
Tetraplegia Perda total das funções motoras dos membros inferiores e superiores.
Tetraparesia Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores e superiores.
Triplegia Perda total das funções motoras em três membros.
Triparesia Perda parcial das funções motoras em três membros.
Hemiplegia Perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo).
Perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou
Hemiparesia
esquerdo).
Amputação Perda total ou parcial de um determinado membro ou segmento de membro.
Lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central, tendo como consequência
Paralisia Cerebral
alterações psicomotoras, podendo ou não causar deficiência mental/intelectual.
Estado de um indivíduo caracterizado por uma estrutura muito pequena,
decorrente de uma deficiência do crescimento provocada por insuficiência
Nanismo
endócrina ou má alimentação. A baixa estatura é sua característica principal, com
altura abaixo do terceiro percentil.
Situações em que é criada, artificialmente, uma ligação para o exterior, permanente
Ostomia
ou transitória. Ex.: colostomia, ileostomia, urostomia, traqueostomia.

FONTE: Jaime e Carmo (2005)

159
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

Referência o Ministério da Saúde (2008) que as principais causas das


deficiências são:

(1) os transtornos congênitos e perinatais, decorrentes da falta de assistência ou da


assistência inadequada às mulheres na fase reprodutiva;
(2) as doenças transmissíveis e crônicas não transmissíveis;
(3) as perturbações psiquiátricas;
(4) o abuso de álcool e de drogas;
(5) a desnutrição; e
(6) os traumas e as lesões, principalmente nos centros urbanos mais desenvolvidos,
onde são crescentes os índices de violência e de acidentes de trânsito.

De acordo com Araújo (2005), no Brasil, a Constituição Federal de 1988


incorporou garantias às pessoas com deficiência, proibindo a discriminação de
salários e de critérios de admissão, assumindo como responsabilidade do estado a
saúde, a assistência social e o atendimento educacional especializado, além de garantir
a reserva de um percentual de cargos públicos para as pessoas com deficiência.

Em decorrência, a Lei nº 7.853/89 traça a diretriz central a ser aplicada ao


tema em estudo, ao estabelecer que:

Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabem assegurar às pessoas


portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos,
inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à
previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros
que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar
pessoal, social e econômico.
Parágrafo único. Para o fim estabelecido no caput deste artigo, os órgãos
e entidades da administração direta e indireta devem dispensar, no
âmbito de sua competência e finalidade, aos assuntos objetos desta Lei,
tratamento prioritário e adequado, tendente a viabilizar, sem prejuízo
de outras, as seguintes medidas.

Assim, as pessoas portadoras de deficiências compõem uma parcela


significativa da população brasileira, e devem ter os mesmos acessos que uma
pessoa sem deficiência, a fim de garantir-lhes o direito de igualdade.

3 INCLUSÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS


NO MERCADO DE TRABALHO
Em todo o mundo, cresce a consciência de que a inclusão das pessoas com
deficiência é uma questão de ética, cidadania e redução da desigualdade social. E as
empresas ganharam um papel de destaque, contratando, mantendo e promovendo
pessoas com deficiência, reconhecendo sua potencialidade e dando-lhes condições
de desenvolvimento profissional.

160
TÓPICO 3 | PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

Contudo, Araújo (2005) destaca que as empresas podem ir além, atuando


junto aos seus parceiros e à comunidade e entidades do governo, contribuindo para
mudanças de cultura e comportamento que tornem a própria sociedade mais inclusiva.

NOTA

Para a inclusão das pessoas deficientes, deve-se garantir o direito de acesso aos
bens da sociedade – educação, saúde, trabalho, remuneração digna etc. Quanto à inclusão no
mercado de trabalho, é necessário assegurar as condições de interação das pessoas portadoras
de deficiência com os demais funcionários da empresa e com todos os parceiros e clientes
com os quais lhes cabia manter relacionamento.

FIGURA 17 – INCLUSÃO SOCIAL, DEFICIENTE FÍSICO

FONTE: O autor

Deve-se oferecer as possibilidades para que as pessoas com deficiência


física possam desenvolver seus talentos e permanecer na empresa, atendendo aos
critérios de desempenho previamente estabelecidos.

A inserção da pessoa com deficiência no contexto do trabalho é um tema


que vem fazendo parte das discussões dentro da Educação Especial já há muito
tempo, porém, a preocupação com essa questão começou a se estender para o meio
empresarial somente a partir da aprovação de leis específicas que tentam assegurar
esse direito. (CORDE, 1997).

Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (2007) destacam que as


empresas acreditam que as pessoas com deficiência têm condições de exercer um
trabalho, mas apontam algumas dificuldades em função:

• dela própria: falta de escolaridade, de interesse e de preparação profissional e


social;

161
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

• da empresa: condições inadequadas do ambiente físico e social, falta de


conhecimento sobre a deficiência;
• das instituições especiais: inadequação dos programas de treinamento
profissional e social, falta de contato com as empresas para conhecer as suas
necessidades;
• do governo: de proporcionar acesso à escola e ao transporte, falta de incentivo
para as empresas promoverem adaptações ergonômicas e desenvolverem
programas de responsabilidade social. Os cargos que os funcionários com
deficiência ocupavam exigiam pouca qualificação e o seu treinamento era
realizado no próprio local de trabalho.

NOTA

Lei nº 11.788/08 sobre o Estágio Supervisionado de estudantes (desenvolvido no


ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educando que estejam
frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional,
de Ensino Médio, da Educação Especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade
profissional da Educação de Jovens e Adultos) tem assegurados 10% das vagas; não são 10%
dos postos de trabalho da empresa, mas 10% das vagas oferecidas na empresa a título de estágio.
Assim, se forem oferecidas dez vagas de estágio, uma será para os deficientes. Portanto, essa lei
contribui também para a inclusão do deficiente no mercado de trabalho, sob a forma de estágio.
FONTE: Disponível em: <http://www.proffabiao.com.br/si/site/050613>. Acesso em: 4 nov. 2010.

Conforme o Ministério do Trabalho e Emprego (2007), a inserção do


portador de deficiências especiais no mercado de trabalho ocorrerá através do
apoio governamental à formação profissional, e a garantia de acesso aos serviços
concernentes, inclusive aos cursos regulares voltados à formação profissional; do
empenho do Poder Público quanto ao surgimento e à manutenção de empregos,
inclusive de tempo parcial, destinados às pessoas portadoras de deficiência que
não tenham acesso aos empregos comuns; a promoção de ações eficazes que
propiciem a inserção, nos setores público e privado de pessoas portadoras de
deficiência; a adoção de legislação específica que discipline a reserva de mercado
de trabalho, em favor das pessoas portadoras de deficiência, nas entidades da
Administração Pública e do setor privado, e que regulamente a organização de
oficinas e congêneres integradas ao mercado de trabalho, e a situação, nelas, das
pessoas portadoras de deficiência.

A Convenção nº 159 da OIT, convertida em lei no Brasil, milita em favor de


ações combinadas entre Estado, sociedade civil e empresas para a efetiva inclusão
da pessoa com deficiência no trabalho, sendo de se ressaltar a esse respeito o que
se contém no art. 5º do Decreto nº 3.298/99, que regulamenta a Lei nº 7.853/89 e a
Convenção em apreço, nos seguintes termos:

Art. 5º A Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de


Deficiência, em consonância com o Programa Nacional de Direitos

162
TÓPICO 3 | PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

Humanos, obedecerá aos seguintes princípios:


I – desenvolvimento de ação conjunta do Estado e da sociedade civil, de
modo a assegurar a plena integração da pessoa portadora de deficiência
no contexto socioeconômico e cultural;
II – estabelecimento de mecanismos e instrumentos legais e operacionais
que assegurem às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício
de seus direitos básicos que, decorrentes da Constituição e das leis,
propiciam o seu bem-estar pessoal, social e econômico; e
III – respeito às pessoas portadoras de deficiência, que devem receber
igualdade de oportunidades na sociedade por reconhecimento dos
direitos que lhes são assegurados, sem privilégios ou paternalismos.

A garantia de acesso ao trabalho para as pessoas com deficiência é prevista


tanto na legislação internacional como na brasileira. No Brasil, as cotas de vagas
para pessoas com deficiência foram definidas em lei de 1991, porém só passou a ter
eficácia no final de 1999, quando foi publicado o Decreto nº 3.298. Ela determina
que as empresas com mais de cem empregados contratem pessoas com deficiência,
segundo as seguintes cotas:

• 100 a 200 empregados, 2%;


• 201 a 1000 empregados, 3%;
• 501 a 1000, 4%;
• Acima de 1000 funcionários, 5%.

Posteriormente, foi aprovada a portaria definindo a gradação das multas


para o não cumprimento dessas cotas. Pode-se perceber um aumento da consciência
social e a ação fiscalizadora do Ministério Público, fazendo com que ocorra uma
ampliação do número de empresas que estão seguindo a legislação, estimulando-
as a manter o número de vagas destinadas a pessoas com deficiência prevista na
lei.

Esta lei também é conhecida como Lei de Cotas, e torna obrigatória a


contratação de pessoas com deficiência ou reabilitadas profissionalmente, por
parte de todas as empresas que tenham cem ou mais empregados.

Jaime e Carmo (2005) destacam que a publicação da Lei de Cotas torna


obrigatória a inserção das pessoas com deficiência no mundo do trabalho no Brasil
somente após:

• quarenta a três anos após a aprovação da Declaração Universal dos Direitos


Humanos (Art. 1 – Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e
direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos
outros com espírito de fraternidade);
• trinta e três anos após a Organização Internacional do Trabalho – OIT ter adotado
a Convenção nº 111, que trata da discriminação no emprego e na profissão;
• oito anos após a Convenção n° 159, sobre reabilitação profissional e emprego de
pessoas com deficiência;

163
UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO

• três anos depois da promulgação da Constituição Federal, que determina que a


República Federativa do Brasil tem como um dos seus fundamentos a dignidade
da pessoa humana, e inclui, dentre os direitos sociais, o direito ao trabalho.

164
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:

• São considerados portadores de deficiência física os indivíduos que apresentam


comprometimento da capacidade motora, nos padrões considerados normais
para a espécie humana.
• No Brasil, a Constituição Federal de 1988 incorporou garantias às pessoas com
deficiência, proibindo a discriminação de salários e de critérios de admissão,
assumindo como responsabilidade do estado a saúde, a assistência social e o
atendimento educacional especializado, além de garantir a reserva de um
percentual de cargos públicos para as pessoas com deficiência.
• Deve-se oferecer as possibilidades para que as pessoas com deficiência física
possam desenvolver seus talentos e permanecer na empresa, atendendo aos
critérios de desempenho previamente estabelecidos.
• A garantia de acesso ao trabalho para as pessoas com deficiência é prevista tanto
na legislação internacional como na brasileira. No Brasil, as cotas de vagas para
pessoas com deficiência foram definidas em lei de 1991, porém só passou a ter
eficácia no final de 1999, quando foi publicado o Decreto nº 3.298, e determina que
as empresas com mais de cem empregados contratem pessoas com deficiência,
segundo cotas definidas.

165
AUTOATIVIDADE

1 A Declaração dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência defende o


direito inerente das pessoas com deficiência ao respeito por sua dignidade e
o de ter suas necessidades levadas em consideração em todos os estágios do
planejamento socioeconômico.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

2 Os portadores de necessidades especiais não englobam as pessoas com:


( ) deficiência física.
( ) deficiência sensoriais (da visão ou da audição).
( ) deficiência de locomoção.
( ) analfabetos.
( ) deficiência intelectual.

3 As empresas oferecem vagas para os portadores de necessidades especiais, mas


elas muitas vezes não são preenchidas pela falta de escolaridade, de interesse e
de preparação profissional e social.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

4 As empresas com menos de 100 empregados não são obrigadas a contratar


pessoas com deficiência, conforme a lei de cotas. Apesar disso, as empresas com
mais de 1.000 empregados precisam manter a seguinte cota:
( ) 2%.
( ) 5%.
( ) 3%.
( ) 4%.

5 A lei de cotas deve ser obedecida somente pelas empresas privadas, não sendo
obrigatório no caso de órgãos públicos.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

6 A inserção do deficiente físico no mercado de trabalho fez com que as empresas


públicas e privadas, e a sociedade em geral, passe a garantir o acesso aos serviços
públicos e privados e a adoção de legislação específica.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.

166
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