2 Atividade - Levantamento de Dados - Versão 4
2 Atividade - Levantamento de Dados - Versão 4
2 Atividade - Levantamento de Dados - Versão 4
ARAXÁ - MG
Levantamento de Dados
Revisão 2022
PREFEITURA MUNICIPAL
DE ARAXÁ
ARAXA.MG.GOV.BR
Plano Diretor Municipal
de Araxá
Prefeito
Robson Magela
Coordenação
Odilon Carneiro
Vinicius Martins
PREFEITURA
MUNICIPAL DE ARAXÁ
ARAXÁ.MG.GOV.BR
INSTITUTO DE
PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DE ARAXÁ
IPDSA.ORG.BR
D R Z G E OT E C N O LO G I A
E C O N S U LT O R I A
DRZ.COM.BR 2022
PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
ARAXÁ - MG
APRESENTAÇÃO
O Plano Diretor Municipal (PDE) é o instrumento básico da política de desenvolvimento e
expansão urbana, indispensável para determinar as intervenções a serem executadas pelo poder
público municipal e atender às exigências fundamentais de ordenamento das cidades. O PDE
induz a um processo de planejamento contínuo que visa a ampliação dos benefícios sociais, a
redução da desigualdade social e a garantia da oferta de serviços e equipamentos urbanos.
O PDE deve ser discutido e aprovado pela Câmara de Vereadores e, por fim, sancionado pelo
Poder Executivo Municipal. Seu resultado, na forma de lei, expressa o pacto firmado entre a
sociedade e os Poderes Executivo e Legislativo.
Em âmbito nacional, a Lei Federal nº 10.257 de 10 de julho 2001, o Estatuto da Cidade, veio
regulamentar os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, que tratam da política urbana.
No Estatuto da Cidade foram definidas as normas para a elaboração dos Planos Diretores
Municipais, regulando o uso da propriedade em prol do bem coletivo e prevendo, em forma de
lei, o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao
transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer.
Conforme o art. 41 do Estatuto da Cidade, “o Plano Diretor é obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes”. A mesma lei, em seu Art. 40, define ainda que “a lei que instituir o plano
diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada dez anos”, a fim de que as políticas de
desenvolvimento urbano sejam adequadas às novas realidades dos municípios.
O Plano Diretor vigente de Araxá foi instituído pela Lei nº 5.998 de 20 de junho de 2011,
necessitando ser atualizado. Nos termos do Art. 1 da referida lei, o PDE é o instrumento
estratégico de implementação da política municipal de desenvolvimento econômico, social e
ambiental do Município de Araxá. O plano é destinado a ordenar, promover e controlar o
desenvolvimento urbanístico do Município, baseado nas condições socioeconômicas locais.
Para a revisão, a Prefeitura Municipal de Araxá iniciou o processo licitatório nº 006/2021, cujo
objeto foi a contratação de empresa especializada para prestação de serviços técnicos
especializados de consultoria para a elaboração da revisão do Plano Diretor do Municipal. O
processo resultou no Contrato nº 007/2021, celebrado no dia 28 de setembro de 2021 entre o
Município de Araxá e a DRZ Geotecnologia e Consultoria. A empresa contratada deverá executar
o trabalho de Revisão do Plano Diretor Municipal conforme Termo de Referência (TR) e demais
peças do referido edital, em consonância com a legislação vigente aplicável.
A Revisão do PDE tem como objetivo geral representar a política de planejamento municipal e
adequá-la à nova realidade do Município, se fundamentando na Agenda 2030 e seus Objetivos
de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS), e na Nova Agenda Urbana. Neste contexto, as
temáticas tratadas na RPDE de Araxá serão vinculadas às metas dos ODS e, para facilitar sua
A revisão deste Plano Diretor Estratégico divide-se em 6 atividades e seus respectivos produtos,
conforme descrição a seguir:
• 3ª Atividade – Oficinas;
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................... 1
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................ 17
1. CARACTERIZAÇÃO ..........................................................................................................................................18
4.2 EDUCAÇÃO................................................................................................................................................. 84
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE MAPAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
LC Lei Complementar
TR Termo de Referência
UC Unidades de Conservação
INTRODUÇÃO
A 2ª Atividade – Levantamento de Dados – consiste no levantamento e organização de
informações necessárias à construção do diagnóstico da situação atual do Município. O
diagnóstico elaborado pela ETC será composto a partir de dados secundários de órgãos oficiais,
levantamentos de informações técnicas, jurídicas e administrativas junto à Prefeitura, Instituto de
Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de Araxá – IPDSA e demais órgãos públicos,
levantamentos em campo e realização de reuniões técnicas com órgãos municipais, que serão as
principais fontes de informações junto às demais equipes integrantes do processo de revisão do
PDE.
Cada tema é analisado individualmente, com o objetivo de formar um dossiê sobre a realidade
do município e das expectativas do governo municipal (executivo e legislativo), dos órgãos
setoriais específicos e da sociedade local. Para que o resultado desta avaliação seja fiel à realidade
local, a participação da comunidade, garantida pela realização das audiências públicas é
fundamental.
1. CARACTERIZAÇÃO
1.1 BREVE HISTÓRICO
O nome Araxá faz referência à sua população indígena originária, de etnia denominada Arachás,
que, em tupi-guarani, significa lugar alto onde primeiro se avista o sol. Nessa área também se
formou o Quilombo do Ambrósio – o maior de Minas Gerais no século XVIII.
A partir de 1770, a economia mineradora começou a reduzir o ritmo, levando muitos moradores
da região a mudar o foco econômico, passando a se dedicar à criação de gado. Após a
descoberta da fertilidade da terra e o sal mineral das águas do Barreiro, o povoamento de Araxá
se intensificou. Em 1791, foi criada a Freguesia denominada São Domingos de Araxá. Em 1811, a
Freguesia é elevada a Julgado.
A organização dos moradores do Julgado do Araxá, sob a liderança de Ana Jacinta de São José,
conhecida como Dona Beja, exigiu que a localidade retornasse à Jurisdição de Minas Gerais em
1816. Em 1821, quando da promoção à vila, a Câmara Municipal exerceu papel fundamental da
administração local.
Em 2008, nos termos da Lei Municipal n 5.335/2008, o município passa a ser composto por 2
distritos administrativos: Araxá e Itaipu de Araxá, sendo este primeiro o distrito sede.
O Município de Araxá possui uma área de 1.164,062 km² e está localizado na porção oeste do
estado de Minas Gerais, na mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, nas coordenadas
geográficas 19°35'34" de Latitude Sul e 46°56'27" de longitude Oeste, conforme ilustrado na
Figura 1, e uma altitude média de 1.028 metros1.
Araxá dista 368 km da capital do Estado, 812 km da cidade do Rio de Janeiro, 574 km de São
Paulo, 537 km de Goiânia, 1.169 de Brasília e 179 Km de Uberlândia. Os municípios limítrofes são:
Perdizes a Noroeste; Sacramento a Sudoeste; Tapira a Sul e Ibiá a Leste (Figura 1).
Nos termos da Lei 4.874/2006, o Município é dividido em 5 setores: caracterizados como: Setor
Centro, Setor Norte, Setor Sul, Setor Leste e Setor Oeste, dos quais se subdividem 58 bairros2 e
28 unidades urbanas3.
No ano de 2017, o IBGE apresentou um novo quadro de divisões regionais vinculado às mudanças
dos processos sociais, políticos e econômicos no Brasil desde a última versão da divisão regional,
de 1989.
A nova divisão regional pretende subsidiar o planejamento e gestão de políticas públicas nos
níveis federal e estadual para os próximos dez anos, assim como disponibilizar os novos recortes
para divulgação dos dados do IBGE4. Nesta nova regionalização, o município está inserido na
Região Geográfica Intermediária de Uberaba e Região Geográfica Imediata de Araxá.
A Região Geográfica Intermediária de Uberaba é parte de uma das treze regiões intermediárias
do estado de Minas Gerais. Ela é composta por 29 municípios, que estão subdivididos em 4
regiões geográficas imediatas: Uberaba, Araxá, Frutal e Iturama. A área total dessa região é de
36 944,930 km² e a população estimada é de 800.412 habitantes5.
A Região Geográfica Imediata de Araxá, por sua vez, inclui os municípios: Campos Altos, Ibiá,
Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Santa Rosa da Serra e Tapira. Araxá possui relevante importância
1 https://pt-br.topographic-map.com/legal/
2 Nos termos do Art. 4 da Lei 4.874/2006, “a denominação de BAIRRO é atribuída a um núcleo populacional urbano
contíguo que pode ser caracterizado pela integração de várias unidades urbanas ou pela evolução de uma delas.”
3 Nos termos do Art. 4 da Lei 4.874/2006, “UNIDADE URBANA é a denominação que se dá a um grupo primário ou
pequena comunidade, constituindo um agrupamento social, de proporções reduzidas, evidenciando um alto grau de
cooperação e associação, podendo ser denominadas como: vilas, conjuntos habitacionais, loteamentos, micro-
distristos, condomínios, etc.”.
4 IBGE, 2017.
5 IBGE, 2018.
histórica no contexto histórico regional do oeste de Minas Gerais, e configura-se como cidade
polo dessa região, em função da sua economia, voltada para o setor da mineração e
agropecuária, além do turismo atrelado, sobretudo, à existência de águas termais e oferta de
atividades relacionadas ao ecoturismo.
Figura 1 – Localização, municípios limítrofes e inserção regional.
A partir da Figura 2, é possível visualizar as demais rodovias federais e estaduais que permitem o
acesso ao Município, além das rodovias e estradas de menor escala administrativa, mas que
possuem grande importância local.
Com relação à rede ferroviária, a Ferrovia Centro-Atlântica S.A (FCA) possui 7.220 Km de extensão
e percorre mais de 300 municípios no país. A FCA é considerada o principal eixo de integração
entre as regiões Sudeste, Nordeste e Centro-oeste do país e promove a integração de Araxá com
três corredores logísticos – Centro-Sudeste, Minas-Rio e Centro-Leste, que se conectam aos
portos de Santos, Rio de Janeiro e Espírito Santo, respectivamente e que, por sua vez, fazem o
transporte de produtos, como: açúcar, soja, milho, fosfato, enxofre, fertilizantes, minerais,
combustíveis, entre outros.
Na região estão localizados três terminais integradores de grande relevância nacional, sendo eles:
de Araguari, Uberlândia e Uberaba.
Figura 3 - Corredores Logísticos Ferroviários
Fonte: VLI, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
A classificação hierárquica urbana brasileira mais recente é a de 2018, elaborada pelo IBGE. Esta
classificação é baseada no estudo das “Regiões de Influência das Cidades”, mostrando as redes
formadas pelos principais centros urbanos do País, baseadas na presença de órgãos do executivo,
do judiciário, de grandes empresas e na oferta de ensino superior, serviços de saúde e domínios
de internet. Tais redes, às vezes, se sobrepõem à divisão territorial oficial, estabelecendo forte
influência até mesmo entre cidades situadas em diferentes unidades da Federação.
Fonte: IBGE, 2018. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
Conforme IBGE, os Centros Sub-regionais são caracterizados por terem atividades de gestão
menos complexas e possuírem áreas de influência menos extensas se comparadas às das Capitais
Regionais.
O município de Araxá ocupa papel de destaque em relação aos municípios circunvizinhos, fato
que fez com que nos estudos do IBGE, para além da definição da Região Geográfica Imediata de
Araxá, em que aparece como polo regional imediato, seu nome também foi usado para definir
uma microrregião homônima, composta por 10 municípios. Esta região, onde está inserido o
município de Araxá, apresenta atividades econômicas predominantes ligadas à mineração,
turismo, agropecuária, comércio e serviços.
Araxá, em razão da sua formação geológica, apresenta notáveis riquezas minerais: águas
sulfurosas e radioativas; apatita e o nióbio; este último, resultante do aproveitamento do mineral
denominada pirocloro. Além das atividades minerárias, tem-se verificado um constante
crescimento das atividades voltadas à indústria, comércio, serviços e ao setor rural.
As águas de Araxá se tornaram atrativo turístico e fonte de renda desde o século XX, quando as
águas radioativas passaram a ser usadas como água mineral e as sulfurosas para fins terapêuticos
e medicinais.
Também em Araxá está presente a maior reserva em exploração de nióbio do mundo, cuja
extração e metalurgia ficam a cargo da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração – CBMM.
O nióbio advém do aproveitamento do mineral denominado pirocloro, do qual são obtidos
produtos industrializados, destacando-se o ferro-nióbio, empregado na produção de alguns
tipos de aços especiais, sobretudo, microligados e inoxidáveis. O nióbio também tem sido
altamente utilizado na indústria de tecnologia de ponta, fato que contribuiu para que se tornasse
um dos principais minerais em valor agregado. De acordo com a CODEMIG6, o nióbio produzido
em Araxá corresponde a 75% de toda a produção mundial, com uma exploração média de 70
mil toneladas por ano de ferronióbio, principal liga do metal.
Com vistas a dar suporte à economia municipal, foi instituída a Lei nº 7.143/2017 que concede
incentivos para a instalação e expansão de empresas no município através benefícios fiscais, para
a aquisição de terras, entre outros.
As condicionantes geoambientais foram analisadas com ênfase nas áreas urbanas consolidadas
e áreas de expansão urbana. Para identificar quais áreas do município estão aptas para o uso e
ocupação antrópico, é necessário mapear as restrições físicas e ambientais do território. Dentre
os principais fatores8 que limitam a possibilidade de uso e ocupação, constam as áreas com
declividade acentuada e áreas de preservação ambiental, ambas definidas de acordo com a
geologia e geomorfologia da região.
De acordo com o PMSB (2016), o embasamento geológico presente na região do Alto Paranaíba
em Minas Gerais data da era geológica Neoproterozóica e são, principalmente, a Formação Ibiá
e o Grupo Araxá, este último provindo da Bacia Sedimentar do Paraná. A região do município
ainda fica compreendida entre esta bacia sedimentar e Faixa Brasília, formada pela orogênese do
Brasil Central.
Figura 5 – Geologia de Araxá
Fonte: IPDSA, 2022. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de cidades, 2022.
Em relação aos padrões de unidades morfológicas, para Rocha e Rosa (2008), esses são
constituídos, predominantemente, por relevos de denudação de topo convexo, relevos de topo
aguçado e de topo tabular.
O Plano Municipal de Saneamento Básico de Araxá (2016), classifica o solo territorial em três
formas de relevo, demonstrados na Figura 6, sendo que: as chapadas ou platôs possuem altitude
entre 1.238 m e 1.379 m, com declividade entre 0° e 5°, presente na Serra da Canastra; o domínio
de colinas dissecadas e morros baixos ocupam mais de 65% da área do município, englobando
a sua sede municipal, apresenta declividade entre 5° e 20º, classificando o terreno de levemente
ondulado a ondulado; e morros e serras baixas são formações da Serra da Canastra, com
declividades entre 15° e 35°, e considerado um ponto de grande potencial turístico do município.
Figura 6 - Geomorfologia de Araxá
9 PMSB, 2016.
• a categoria altimétrica com menor expressão (menos de 1%), corresponde àquela que
supera os 1300m de altitude.
O mapa ilustrado pela Figura 7 apresenta a hipsometria do município de Araxá e, por meio de
sua análise, é possível verificar que as altitudes mais elevadas se localizam na Serra da Bocaina,
ultrapassando os 1350m. A Serra do Quilombo (a sudoeste do município, quase na divisa com
Sacramento), apresenta altitude de 1223m e destaca-se pela sua forma: topo principal levemente
aplainado e arredondado, drenagens temporárias e perenes, vertentes côncavas, convexas e
retilíneas.
A Serra do Monte Alto, à sudeste da Serra do Quilombo, possui altitude de 1250m; a Serra do
Sacramento ou Taquaral constitui o limite administrativo entre os munícipios de Araxá e
Sacramento, cuja altitude máxima representa 1250m e; a Serra Velha ou Santa Bárbara está
localizada ao norte do município, quase na divisa com Ibiá, e possui uma altitude máxima de
1047m.
Outro fator a ser considerado em relação à morfologia do solo municipal de Araxá é a declividade.
Analisando o mapa apresentado pela Figura 8, conclui-se que 66,17% da área do município
possui declividade variando entre 5 e 20%, ou seja, grande parte do relevo é suave ondulado a
ondulado; as áreas de relevo plano e plano a suave ondulado correspondem a 25,20%; os
restantes 8,63% da área municipal contém um relevo fortemente ondulado.
Com isso, fica evidente que o município apresenta a maior parte de seu território com condições
favoráveis à ocupação antrópica, abaixo de 20% de inclinação. As áreas mais declivosas são
encontradas nas serras, localizadas na divisa com os municípios de Sacramento e Ibiá.
11 PMSB, 2016.
12 EMPRAPA, 2004. https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/965578/1/bpd442004altoparanaiba.pdf
Os Litossolos, ou solos Litolicos, são solos rasos e novos, sua ocorrência incide imediatamente
após o embasamento rochoso, apresentando seixos do material de origem em intemperismo, e
são solos monocamada.
2.1.4 HIDROGRAFIA
Podemos destacar os cursos d’água de maior relevância e que estão diretamente ligados ao
abastecimento de água da cidade e à irrigação de lavouras: Córrego Bocaína, Córrego
Capivarinha, Córrego da Areia, Córrego Espigão Alto, Córrego da Galinha, Córrego da Usina,
Córrego do Retiro, Córrego do Sal, Córrego Feio, Córrego Grande, Córrego Mourão Machado e
Rio Capivara. A oeste do município tem-se o Ribeirão Marmelo, principal afluente da margem
esquerda do Rio Capivara, utilizado para a irrigação e agricultura local. O Rio Capivara, por sua
vez, coleta todas as drenagens do município, com exceção daquelas que deságuam no Ribeirão
do Inferno.
O Rio Quebra-Anzol, situado no município vizinho (Perdizes), coleta as águas do Rio Capivara
para, em seguida, serem encaminhadas para a represa de Nova Ponte. Dessa forma, os recursos
hídricos do município dirigem-se em sua totalidade para o Rio Araguari, que é um dos principais
afluentes do Rio Paranaíba, à margem esquerda.
Com base na Tabela 1, verifica-se que a sub-bacia do Ribeirão do Inferno é a de maior dimensão,
ocupando 21,80% da área do município, seguida pela sub-bacia do Ribeirão Marmelo, com
19,26% de área ocupada.
Com exceção do Ribeirão do Inferno, as sub-bacias de Araxá contribuem para o Rio Quebra
Anzol, localizado no município vizinho de Perdizes. Este, por sua vez, é afluente do Rio Araguari,
também conhecido como Rio das Velhas, importante afluente do Paranaíba, já na divisa de Minas
Gerais com Goiás.
Segundo levantamento realizado pela PMA, a COPASA capta água para o município de Araxá
nos córregos Areia, Feio e Fundo. Diante dos vários comprometimentos de vazão que estes
mananciais vêm sofrendo e o risco de outros mananciais, potencialmente viáveis para captação,
também comprometidos, o Governo do Estado lavrou o Decreto nº. 29586/89 que define como
área de proteção especial para fins de preservação de mananciais, os terrenos que integram as
sub-bacias do Córrego Mourão Machado, Feio e Areia e; Córrego Fundo.
Ademais, de acordo com PMSB (2016), a COPASA realizou estudos de formação geológica da
microrregião de Araxá e constatou pouca disponibilidade hídrica subterrânea. Geralmente os
poços não ultrapassam 5000 l/hora. Por este motivo, não estão sendo recomendados projetos
agrícolas com uso intensivo de irrigação.
Conforme ROCHA (2006), no que se refere ao uso praticado nessas sub-bacias, as áreas das sub-
bacias do Ribeirão Pirapitinga e Capivara são destinadas ao abastecimento das atividades
minerárias, ocupando 20,69% da área do município. Nas sub-bacias dos Córregos do Sal e da
Galinha, as quais ocupam 6,20% da área municipal, está situado grande parte do perímetro
urbano e recebem, portanto, os esgotos sanitários do município. Além disso, na sub-bacia do
Córrego do Sal ocorre a explotação mineral por parte da CBMM e da Mosaic Fertilizantes.
Conforme PMSB, dois tipos de biomas são encontrados na mesorregião do Triângulo Mineiro e
Alto Paranaíba, o Cerrado, dominando maior área, e a Mata Atlântica, presente nos vales dos
principais rios, no Planalto do Araxá e Serra da Canastra, em altitudes acima de 1.000 m.
Há vários fatores que influenciam na distribuição das espécies da flora destes biomas, tais como
o clima, fertilidade, acidez do solo, a disponibilidade da água, o relevo, fatores antrópicos, além
da própria interação destes fatores13. Isso explica a grande riqueza de vegetação, com variadas
espécies de flora e arbóreas endêmicas, além das compartilhadas com outros biomas.
13 IBRAM (2012).
• Campos
• Campo rupestre
• Vereda
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), Área Restrita trata-se de um território sob
proteção, devido a alguma característica específica ou única, tendo como finalidade a sua
manutenção. As áreas são divididas em Áreas de Conservação, Áreas de Patrimônio Cultural e
Territórios de Ocupação Tradicional, tendo estas, suas subdivisões.
O município possui Áreas de Proteção Especial (APE), sendo essas duas porções localizadas a
leste do município, que devem ser regulamentadas pelo Estado, podendo se enquadrar
futuramente como Unidade de Conservação, nas categorias de Proteção Integral ou de Uso
Sustentável, nos termos da Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000. No caso de serem enquadradas
como Unidade de Conservação, deve ser desenvolvido plano de manejo, ou seja, um documento
técnico que estabelece o zoneamento e normas que devem presidir o uso da área e o manejo
dos recursos naturais em questão.
De acordo com dados fornecidos pela Divisão de Meio Ambiente do IPDSA, também em Araxá
encontram-se 5 RPPN, das quais se destaca a Reserva Ecocerrado Brasil14, que objetiva a
reconstituição da área de cerrado a partir da introdução e a multiplicação de espécies em
processo de extinção, a conservação e uso da sustentável da flora medicinal, a pesquisa científica
e a educação ambiental. Nessa, são realizadas atividades como a proteção de mananciais,
educação ambiental, implantação de banco de germoplasma, conservação e multiplicação de
plantas em extinção, desenvolvimento e produção sustentável de fitoterápicos, repovoamento da
flora nativa, curso avançado em plantas medicinais, pesquisa e manejo de plantas medicinais. Em
2005, a Reserva obteve sua qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público (OSCIP).
A localização das APE, RPPN, APP e maciços de vegetação remanescente está indicada no Mapa
1.
Enquanto base comum a todas as políticas setoriais e à política urbana, é fundamental que os
Planos Diretores contemplem orientações relativas ao desenvolvimento urbano de forma a
aprimorar a gestão ambiental, mitigar passivos e promover a recuperação ambiental, estimulando
a conservação e a preservação de áreas ambientais relevantes e planejando o aprimoramento do
Sistema Ambiental e dos Serviços Ecossistêmicos.
Desta forma, tem como preceito a conciliação entre o desenvolvimento econômico e o uso dos
recursos naturais, de modo a assegurar a sustentabilidade dos ecossistemas em suas
variabilidades físicas, bióticas, socioculturais e econômicas.
Em 16 de março de 2022 foi instituída a Lei nº 7.737 que dispõe sobre os critérios e procedimentos
destinados à atividade de licenciamento ambiental no Município de Araxá-MG. A lei estabelece
a Taxa de Licenciamento Ambiental (TLA), que visa conceder maior autonomia ao município para
tratar de questões ambientais que lhe compete, além de promover maior agilidade aos processos,
evitando-se eventuais deslocamentos para outras localidades para a obtenção deste documento.
Apesar de sua recente instituição, esta lei apresenta.16 pontos que divergem da Deliberação
Normativa COPAM nº 213, aspectos relacionados às competências, natureza do termo de
convênio com o Estado, em especial considerando as atribuições do CODEMA junto ao processo
de licenciamento as quais não estão estabelecidas pela legislação municipal.
De acordo com dados repassados pela divisão de Meio Ambiente do IPDSA, em 2022 o município
conta com o Programa de Recuperação de Áreas Verdes e Áreas de Preservação Permanentes
Urbanas. No momento, estão sendo realizados projetos de recuperação nas áreas verdes dos
bairros Novo São Geraldo, Odilon José Carneiro 1 e 2, Veredas da Cidade, Alvorada, Morada do
Sol, Dona Adélia I e Praça Camuá.
Ainda conforme o setor supracitado, os principais problemas enfrentados pelo município estão
descritos a seguir:
O uso e cobertura do solo municipal foram analisados por meio de dados e informações
fornecidas pelo IPDSA, e compatibilizados com imagens satélites disponíveis e atuais (2022). O
Mapa 2 apresenta as 8 (onze) classificações identificadas na utilização do município de Araxá:
• Urbano: compreende as áreas com edificações, tais como, vilarejos, distrito industrial,
cidades e outras áreas antrópicas, isoladas do centro urbano. Em Araxá, grande parte da
área urbana se concentra nas sub-bacias dos córregos da Galinha e do Sal.
Figura 13 - Pivô em área agrícola
• Silvicultura: região onde a vegetação nativa foi substituída pela plantação de florestas
homogêneas de crescimento rápido, tais como, eucalipto e pinus. De acordo com Baggio
Filho (2003), no município de Araxá as florestas artificiais de pinus tropical foram
implantadas na década de 70. Grande parte dos maciços florestais plantados são de
eucalipto e estão localizados dentro dos limites das empresas mineradoras da cidade,
Mosaic e CBMM.
• Corpos d’água: estão representados pelos reservatórios de água natural ou artificial, tais
como, represas, lagos, lagoas e açudes.
Figura 14 - Leito Do Córrego Santa Rita (parcela canalizada)
• Agricultura: corresponde à terra plantada com as culturas perenes e anuais, além das
terras preparadas para o plantio. Compreende também às terras com resíduos das
culturas anteriores e terrenos em período de pousio, cultivados no ano anterior.
Figura 15 - Área agricultável em Araxá
Como uma das atividades de maior relevância para o município, sobretudo sob o aspecto
econômico, a mineração ocupa grande área na zona urbana do município. Entretanto, sob o
aspecto ambiental, a mineração pode gerar impactos negativos no território. Portanto, faz-se
necessário atentar-se ao modo como se inserem no município quando da revisão do Plano, de
forma que interesses econômicos não conflitem ou sobreponham ao bem-estar da população.
A atividade de mineração requer, para a sua execução, uma estrutura específica. As barragens
são parte integrante desta estrutura e têm o objetivo de conter água, sedimentos, rejeitos ou
resíduos, executando papel primordial para o funcionamento das mineradoras. Visando
promover a segurança da população e proteção do meio-ambiente, são realizados investimentos
constantes na gestão e controle destes equipamentos.
Atualmente o complexo industrial da CBMM conta com seis barragens, sendo que duas estão em
processo de fechamento. No portal oficial da empresa são disponibilizados os PAE específicos
A presente avaliação geoespacial de uso e ocupação do solo, baseada nas imagens de satélite
referentes ao ano de 202219, identificou o total de cinco usos em Araxá: residencial; comercial e
serviços; institucional; áreas verdes e APP; e vazio urbano. O levantamento preliminar, aponta
que, na Sede urbana, o uso residencial é predominante e ocorre em todas as áreas do perímetro
urbano. O uso comercial ocorre principalmente nas Avenidas Antônio Carlos, Imbiara, Getúlio
Vargas e Senador Montandon, além dos eixos comerciais e da região central. O uso institucional
encontra-se distribuído por toda cidade.
O Distrito de Itaipu consiste em um povoado rural e está situado no extremo oeste, na divisa de
Araxá e Perdizes, entre as rodovias BR-262 e BR-252. Surgiu na década de 1920, em função da
construção de uma estação ferroviária, em um trecho da Estrada de Ferro Oeste de Minas, de
forma que o povoado foi distribuído entre uma zona limítrofe, entre os municípios de Araxá e
Perdizes. Do lado araxaense20 encontram-se a Estação Ferroviária, a Escola Municipal Eunice
Weaver, um posto de saúde, 3 comércios, uma padaria comunitária e unidades residencias.
Os vazios urbanos, lotes/quadras não construídos e glebas não parceladas, localizam-se por todo
perímetro urbano, com menor intensidade na porção central. Dessa forma, apreende-se que, no
distrito de Itaipu de Araxá, há a predominância dos lotes de uso residencial; uso comercial
concentrados, principalmente, nas proximidades da Estação Ferroviária. As áreas institucionais
encontram-se distribuídas no perímetro do distrito, com a existência também de vazios urbanos.
A Figura 19 foi elaborada com base em imagens satélites disponíveis dos anos de 2013 e 2021.
Por meio da análise destas imagens é possível verificar as alterações ocorridas no Distrito de
Itaipu de Araxá no período considerado. Nota-se a abertura de vias e a construção de novas
residências. De acordo com informações repassadas pela Divisão de Urbanismo do IPDSA, nesse
mesmo intervalo de tempo também se verificou a ocorrência de ocupações espontâneas e
irregulares.
Figura 19 - Desenvolvimento do Distrito de Itaipu de Araxá entre 2013 e 2021
Fonte: GOOGLE, 2022. Imagens trabalhadas pela DRZ – Gestão de Cidades, 2022.
19 GOOGLE, 2022.
20 ROCHA (2009).
O Uso do Solo Urbano de Araxá é regulamentado pela Lei nº4.292, de 01 de dezembro de 2003.
A partir desta, foram feitas 20 alterações, sendo a última a Lei nº 7.652, de 21 de outubro de 2021.
O zoneamento de Araxá classifica as áreas urbanas da sede em 21 zonas (incluindo suas
subdivisões) além das Zonas Ambientais e 5 corredores, sendo:
• 1 Zona Central;
Além da lista de usos permitidos, permissíveis, a Lei nº 4.292 e seus anexos, apresentam os
parâmetros de uso e ocupação do solo: coeficiente de aproveitamento, taxa de ocupação e de
permeabilidade, altura das edificações, afastamentos, testada e área do lote, que são definidos
conforme os 10 "modelos de assentamento", associados às zonas permitidas, a saber:
De acordo com a Divisão de Urbanismo do IPDSA, devido às diversas alterações pelas quais a Lei
de Uso e Ocupação foi submetida, verifica-se informações conflitantes entre os mapas e as leis.
Além disso, também foi informado que algumas definições como a de zoneamento, corredor e
modelo de assentamento, encontram-se em desuso atualmente, mostrando assim, a necessidade
de reestruturação desta lei. Também, cabe destacar que há divergência de versões atualizadas
desta lei disponibilizadas em fontes oficiais do município, o que pode gerar conflitos na sua
interpretação.
Para a compreensão dos parâmetros de uso e ocupação do solo de Araxá devem ser observados
de forma conjunta a Lei ordinária vigente, Mapa de Zoneamento em que constam as zonas e
corredores e; mapa de verticalização.
Quadro 2 – Parâmetros de Uso e Ocupação do Solo de Araxá
ZONA Modelos OCUPAÇÃO
de Coef. Taxa Altura Recuo Taxa de Afat. Testada Lote
Assenta Aprov Ocup máxima frontal Permeab. das mínima mínimo
mento máxima mínimo Mínima laterais (m) (m²)
Zona - - - - - - - - -
Central
ZC1 MABR, 2,1 70% 10m sub. IV 30% sub. IV N.E. N.E.
MABC,
MABM
MACH 1,0 50% 7m sub. IV 30% sub. IV 12 1080
ZC2 MABR. 2,1 70% 10m sub. IV 30% sub. IV N.E. N.E.
MABC,
MABM
MACH 1,0 50% 7m sub. IV 30% sub. IV 12 1080
ZC3 MABR, 2,1 70% 10m sub. IV 30% sub. IV N.E. N.E.
MABC,
MABM
ZC4 MABR, 2,1 70% 10m sub. IV 30% sub. IV N.E. N.E.
MABC,
MABM
ZR1 MABR 2,1 70% 10m sub. IV 30% sub. IV N.E. N.E.
Nota: N.E - não especificado (a).(*) Os requisitos urbanísticos serão definidos pelo IPDSA em função da apresentação
obrigatória do EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e seu respectivo RIMA. Os valores apresentados podem ser alterados
quando o lote confronta vias classificadas como corredores.
Considerando as condições atuais de uso e ocupação do solo, é possível definir critérios para o
desenvolvimento sustentável do município e para a manutenção e expansão das atividades
produtivas e do perímetro urbano, determinando as áreas aptas, aptas com restrição ou inaptas
para ocupação antrópica, na área urbana e rural, com base nos seguintes parâmetros:
• Unidades de Conservação;
• Áreas de conflito entre a ocupação urbana, a utilização dos recursos naturais e o equilíbrio
ambiental.
Conforme a Lei Federal nº 6.766/79, as áreas acima de 30% de declividade são consideradas
impróprias ao uso residencial, devido à sua instabilidade e maior suscetibilidade à erosão, assim
como, em razão dos custos quanto à estruturação para urbanização. Entretanto, a definição dos
intervalos de declividades deve ser feita com base em critérios técnicos em relação à fragilidade
e ao uso e ocupação do solo, o que resulta em variações em relação aos parâmetros adotados
por diferentes autores.
Utilizando-se a classificação sugerida por Valente (1996), que divide as classes de declividade em
três possíveis recomendações para urbanização, modificada quanto ao limite de declividade para
as áreas com restrições e inaptas, que foi reduzido de 30 para 25%, em razão da maior fragilidade
dos Latossolos quando expostos pela supressão da cobertura vegetal, temos:
• Classe III – Declividade igual ou superior a 25%: Aptidão insatisfatória ao uso residencial,
salvo se atendidas exigências especiais quanto à preservação do meio físico (INAPTA).
Também estão incluídas como Inaptas (Classe III) as Áreas de Preservação Permanente – APP em
zonas rurais ou urbanas, conforme definidas pelo Novo Código Florestal – Lei Federal nº
12.651/2012, que incluem as florestas e demais formas de vegetação naturais situadas às margens
de lagos ou rios (perenes ou não), os altos de morros, as restingas e manguezais, as encostas
com declividade acentuada e as bordas de tabuleiros ou chapadas com inclinação maior que 45º.
Estas devem ser preservadas de qualquer tipo de uso, urbano ou rural, ressalvando-se o previsto
na Lei Federal nº 12.727/2012, que alterou o Novo Código Florestal admitindo a manutenção de
atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo rural em áreas rurais consolidadas até
22/07/2008, considerando as faixas de APP a serem preservadas ou recuperadas proporcionais
às dimensões dos imóveis, em referência ao módulo fiscal do município.
Cabe ressaltar que no Art. 56 do PDE vigente (2011), são consideradas como áreas de preservação
permanente as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:
I – ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alta,
inclusive as áreas úmidas, em faixa marginal, cuja largura mínima será:
II. as faixas das Áreas de Preservação Permanente – APP's nos cursos d'água
sejam de 50m (cinquenta metros) de cada margem e 70m (setenta metros) nas
nascentes, várzeas e olhos d'água, em todos os córregos inseridos no perímetro
urbano;
III. a previsão de via pública marginal em todas as APP's, nos dois lados, com
14m (quatorze metros) de largura, definindo uma faixa de, pelos menos, 64m
(sessenta e quatro metros) de proteção de cada lado dos córregos urbanos;
Neste contexto, com base nas informações contidas nos mapas temáticos que integram o
diagnóstico ambiental da área do município, foi elaborado o Mapa de Restrições à Ocupação,
onde estão localizadas as áreas de preservação permanente relativas à rede de drenagem, os
terrenos com declividade superior a 25% e as áreas alagadas e alagáveis (Mapa 3). Cabe destacar
que o município tem desenvolvido programas de recuperação de áreas Verdes e áreas de
Preservação Permanente Urbanas.
3. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
3.1 DEMOGRAFIA
A população atual estimada pelo IBGE para Araxá é de 108.403 habitantes 21, se configurando
como o 31º município mais populoso de Minas Gerais e o 1 da região geográfica imediata.
Estima-se que o município obteve um crescimento de aproximadamente 16% em relação ao
último Censo (2010), quando registrou uma população de 93.672 habitantes, dos quais 98,52%
eram residentes da área urbana e cuja densidade demográfica era de 80,45% hab/km². A
evolução populacional de Araxá, com ênfase na divisão entre população urbana e rural, pode ser
observada na Tabela 2 e no Gráfico 1.
Tabela 2 - População por situação de domicílio, 1970-2010
1970 1980 1991 2000 2010
Urbana 31.520 88,35% 51.311 96,08% 67.972 97,23% 77.743 98,41% 92.284 98,52%
Rural 4.156 11,65% 2.093 3,92% 1.939 2,77% 1.254 1,59% 1.388 1,48%
Total 35.676 53.404 69.911 78.997 93.672
Fonte: IBGE, 2019.
100000
80000
60000
40000
20000
0
1970 1980 1991 2000 2010
Urbana Rural Total
O planejamento público em termos socioeconômicos também deve ser norteado pelo estudo da
composição etária da população do Município, importante ferramenta na análise da qualidade
de vida. Com o conhecimento da composição etária da população, é possível delimitar estratégias
governamentais a médio e longo prazos para gestão de recursos.
Tabela 3 - População residente por faixa etária, 2000 a 2012
Idade 2000 2012
Menor 1 ano 1.238 1.235
1 a 4 anos 4.971 4.672
5 a 9 anos 6.916 6.234
21 IBGE, 2021(c).
Na pirâmide etária de Araxá (Gráfico 2), é possível observar o afunilamento da base, evidenciando
a diminuição da natalidade e o crescimento do topo, indicando o aumento da expectativa de
vida e o crescente envelhecimento da população. Diante desse quadro, evidencia-se a
necessidade de o poder público promover políticas específicas direcionadas ao atendimento
dessa população.
Gráfico 2 - Pirâmide etária de Araxá, 2000-2010
70 a 79 anos 70 a 79 anos
50 a 59 anos 50 a 59 anos
30 a 39 anos 30 a 39 anos
15 a 19 anos 15 a 19 anos
5 a 9 anos 5 a 9 anos
Menor 1 ano Menor 1 ano
10,0 5,0 ,0 5,0 10,0 10,0 5,0 ,0 5,0 10,0
Milhares Milhares
Fonte: PNUD, IPEA e FJP. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
Conforme dados do IBGE, em Araxá, no ano de 2010, a razão de dependência foi de 39,14, índice
mais baixo se comparado ao ano de 2000 (47,96), o que significa que o município não apresenta
dificuldades nesse sentido, visto que a população potencialmente produtiva ainda se apresenta
em maior quantidade do que a população economicamente dependente.
Tabela 4 - Razão de dependência e Taxa de envelhecimento em Araxá, 2000-2010
Faixa etária 2000 2010
Menor de 15 anos 20.584 19.038
15 a 64 anos 53.388 67.209
65 anos ou mais 5.025 7.425
Razão de dependência 47,96 39,14
Taxa de envelhecimento 6,36 7,81
Fonte: IBGE, 2000 e 2010. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
Em linhas gerais, significa que, em Araxá, para cada 10 pessoas economicamente ativas, existem
aproximadamente 4 pessoas dependentes. Sob a ótica do cálculo da razão de dependência, o
aumento da população idosa foi compensado pela diminuição da população de até 14 anos.
O IVS de Araxá referente ao ano de 2010, é de 0,187 – considerado um índice muito baixo pela
metodologia do IPEA, sendo também inferior à média estadual neste mesmo ano (0,282). A baixa
vulnerabilidade social sugere que o Município de Araxá observa os direitos sociais de seus
moradores.
Gráfico 3 - IVS de Araxá e seus municípios limítrofes, 2010
Araxá 0,187
Sacramento 0,201
Perdizes 0,234
Tapira 0,246
Ibiá 0,278
família sem ensino fundamental, completo e com filhos menores de 15 anos (passando de 12,12%
para 7,65%); percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam nem trabalham e são
vulneráveis à pobreza (que passou de 9,96% para 4,76%).
Ainda neste mesmo período, as condições de moradia também apresentaram melhoria, com o
acréscimo do percentual da população em domicílios com banheiro e água encanada no
município (passando de 97,84% para 99,29%).
Tabela 5 - Indicadores de Vulnerabilidade em Araxá, 2000-2010
Indicadores 2000 2010
Crianças e Jovens
% de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola 63,18 38,00
% de 15 a 24 anos que não estudam nem trabalham em domicílios
9,96 4,76
vulneráveis à pobreza
% de crianças com até 14 anos extremamente pobres 2,71 1,76
Adultos
% de pessoas de 18 anos ou mais sem ensino fundamental completo e
38,12 25,20
em ocupação informal
% de mães chefes de família, sem fundamental completo e com pelo
12,12 7,65
menos um filho menor de 15 anos de idade
% de pessoas em domicílios vulneráveis à pobreza e dependentes de
1,64 0,96
idosos
% de pessoas em domicílios vulneráveis à pobreza e que gastam mais de
- 0,24
uma hora até o trabalho
Condições de Moradia
% da população que vive em domicílios com banheiro e água encanada 97,84 99,29
Fonte: IBGE. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
A renda per capita mensal do município aumentou 32,78% entre o ano de 2000 a 2010 e
consequentemente, o percentual de pobres diminuiu 2,91% nesse mesmo período.
Conforme Tabela 6, Araxá apresenta baixos valores resultantes dos indicadores de pobreza. Em
10 anos, o percentual de pessoas extremamente pobres, isto é, pessoas com renda domiciliar per
capita igual ou inferior a R$ 70,00 (2010), reduziu aproximadamente 56%; o percentual de pessoas
pobres, isto é, pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 140,00 (2010), reduziu
aproximadamente 72%; o percentual de pessoas vulneráveis à pobreza, isto é, pessoas com renda
domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 255,00, equivalente a meio salário-mínimo (2010),
reduziu 62%. Todos os três indicadores apresentam valores abaixo do valor do Estado e muito
abaixo do valor nacional.
Tabela 6 - Indicadores de pobreza em Araxá, 2000-2010
% de extremamente pobres % de pobres % de vulneráveis à pobreza
2000 2010 2000 2010 2000 2010
Brasil 12,48 6,62 27,90 15,20 48,39 32,56
Minas
9,05 3,49 24,64 10,97 48,17 28,85
Gerais
O índice varia no intervalo entre 0,000 e 1,000. Quanto mais próximo de 1,000, maior o
desenvolvimento humano de uma localidade.
Figura 20 – Escala de classificação do IDHM
Fonte: ATLAS BRASIL, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
O município de Araxá possui o 14º melhor IDHM do Estado de Minas Gerais, com um índice de
0,772 em 2010, considerado alto pela metodologia proposta pelo PNUD.
Gráfico 4 - Evolução das dimensões do IDHM de Araxá, 2000-2010
Fonte: PNUD, IPEA e FJP, 2013. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
No IDHM-Educação de Araxá, destaca-se o fato de que, em 10 anos, foi o índice que mais cresceu,
com um aumento de 21,82% em relação ao censo de 2000. No período entre 2000 e 2010 o
IDHM-Renda foi o que apresentou menor aumento, com apenas 6,32% de crescimento na taxa.
Com IDHM de 0,772, o município apresenta índica mais favorável se comparado ao do Estado de
Minas Gerais, de 0,731, embora a taxa de crescimento deste último tenha se revelado maior
(17,15%).
Araxá 0,772
Sacramento 0,732
Perdizes 0,723
Ibiá 0,718
Tapira 0,712
Fonte: PNUD, IPEA e FJP. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
3.4 ECONOMIA
As variáveis utilizadas para esta análise estão relacionadas ao Produto Interno Bruto (PIB), Valor
Adicionado Bruto a Preços Básicos (VABPB), Valor Adicionado Fiscal (VAF), Valor Bruto da
Produção (VBP), estabelecimentos econômicos e empregos. Para tanto, como metodologia, serão
utilizados os últimos três anos disponibilizados pelos Institutos de Pesquisas e Órgãos Públicos.
Para as variáveis do PIB e do VABPB, utilizou-se o período de 2017 a 2019, enquanto para o VAF
O PIB está constituído pelo VABPB adicionado ao PIB Impostos, enquanto VABPB é composto
pelo somatório dos resultados dos setores econômicos (agropecuária, indústria e serviços
(serviços, comércio e administração pública).
Com vistas a possibilitar uma análise mais realista dos dados, os mesmos foram atualizados por
meio de índices de correção monetária que sustentam, medem e permitem as correções dos
valores financeiros, por meio dos indicadores de deflação usando o IPCA, INPC e Deflator
Implícito. Para os cálculos das variações nos períodos analisados foram considerados,
implicitamente, o ano imediatamente anterior ao ano inicial da análise.
Principal indicador da atividade econômica, o PIB exprime o valor da produção realizada dentro
das fronteiras geográficas de um país, de um Estado e de um Município em um determinado
período, independentemente da nacionalidade e ou região das unidades produtoras.
Analisando a evolução real do PIB de Araxá, verifica-se uma situação de crescimento nos anos
2017 e 2019, culminando na média entre esses anos de crescimento de 7,24% no PIB de Mercado.
Os resultados são apresentados pelo IBGE e deflacionados pelo INPC, referentes aos anos entre
2017 e 2019 (Tabela 7).
Ao comparar a média de crescimento real do PIB de Mercado de Araxá com o PIB nacional e
estadual, verifica-se que o desempenho do município Araxá, com crescimento 7,24%, supera o
crescimento do PIB do Brasil e do Estado de Minas Gerais, que cresceram 1,14% e 0,77%,
respectivamente. Os dados mineiros e brasileiros servem de alerta para minimizar as volatilidades
que a economia pode oferecer para o mercado e por extensão, para as atividades
socioeconômicas em todas as esferas.
O quadro de estabilidade vivido de Araxá não é o mesmo em grande parte dos municípios
brasileiros durante o período 2017-2019, já que muitos vivenciaram o reflexo dos problemas
relacionados à economia à política brasileira, além das desigualdades apresentadas nesta e nas
demais esferas.
Considerando os resultados do PIB Per Capita referentes aos períodos 2016-2017; 2017-2018
e 2018-2019 o crescimento médio foi 6,25%, inferior às variações do PIB de Mercado que atingiu
de 7,24%. Com o índice de crescimento no período 2016-2017 de 4,74%; aumento de 15,41% no
período 2017-2018 e retração de -1,41% no período de 2018-2019, ao se analisar a médica de
crescimento, as variações foram suficientes para impactar positivamente o PIB Per Capita. Em
estudos mais aprofundados, com valores reais do período 2017-2019, o PIB Per Capita médio
cresceu 1,14% no Estado de Minas Gerais, 1,58% no Brasil, ou seja, índices inferiores ao do
Município de Araxá, que pontuou 7,33% de crescimento econômico (Tabela 7).
Com base na análise sobre as médias do PIB, os números retratam que, para o PIB de Mercado,
a média é de R$6.154.293.195,57 e do PIB Per Capita de R$58.480,82, cerca de R$5 mil/mês,
durante o período 2017-2019. Considerando uma análise mais ampla, as médias do PIB Per Capita
do Município de Araxá, em valores reais superaram as médias do Estado de Minas Gerais
(R$30.055,86) e do Brasil (R$38.843,750).
econômica dessas nos últimos três anos, onde a entidade pública deve avaliar seu
comportamento mediante os resultados alcançados nos níveis superiores hierarquicamente.
Gráfico 6 - Comparativo crescimento acumulado PIB de Mercado e Per Capita deflacionado a preços
constantes de 2019, período 2017-2019
18,00% 15,91%
16,00%
13,78%
14,00%
12,00%
10,00%
7,13% PIB DE MERCADO
8,00%
5,03% PIB PER CAPITA
6,00%
3,19%
4,00% 2,00%
2,00%
0,00%
NACIONAL ESTADUAL MUNICIPAL
Fonte: IBGE/Base de Dados (Sidra, 2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.
Tabela 8 -PIB/VABPB por setor de atividade com valores deflacionados a preços constantes de 2018,
período 2017-2019
2017 2018 2019
Ramo de
Atividade Valor Valor Valor
Participação Participação Participação
Deflacionado Deflacionado Deflacionado
• Setor serviços: 55,25% de participação média no total do VABPB, foi a maior participação
VABPB, com média de crescimento de 1,72%, resultado das variações dos períodos,
sendo: 4,68% (2016-2017); 6,18% (2017-2018) e redução de -5,7% (2018-2019).
O setor agropecuário detém os menores valores, ou seja, a menor participação entre os setores
econômicos, apresentando baixa taxa de crescimento no período, indicando, portanto, ser o setor
mais afetado pelas oscilações econômicas, causadas pelas condições climáticas adversas e pelos
resultados da oferta agropecuária e da produção prejudicada. Assim, todo processo abarca um
retrocesso da continuidade do dinamismo industrial e redução de consumo local, não
beneficiando o setor de serviços.
Fica evidente nessa análise, que os setores de serviços e indústria, são os que dão maior
visibilidade para o desenvolvimento local e regional. Cabe destacar também, que a indústria
superou o setor de serviços no ano de 2019, além apresentar o melhor desempenho na economia
do município de Araxá neste período.
Portanto, com base nos dados apresentados, que especificam a distribuição das riquezas por
setores no município e, com considerando que esses geram influência na definição de medidas
e na formulação de políticas públicas que, por sua vez, devem priorizar os níveis de
desenvolvimento local e regional, priorizando a interligação desses setores, recomenda-se que o
município resgate o setor da agropecuária, visto que esse é capaz de auxiliar a retomada de
crescimento dos demais.
Média 16,47%
-8,78% 1,72%
-16,60%
2019 5,74%
-5,70% 0,61%
2018 36,54%
6,18%
-10,35%
2017
7,13%
4,68%
Fonte: IBGE/Base de Dados (Sidra, 2020). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.
O desempenho dos três setores econômicos do Município no período de 2017 a 2019, afetou
significativamente os resultados totais do VABPB. O setor de serviços, dado o seu protagonismo,
em detrimento dos setores da agropecuária e da indústria, apesar de não apresentar as maiores
variações, foi detentor dos maiores valores absolutos com 55,25% de participação na totalidade
do VABPB.
A Administração Pública, que compõe o setor de Serviços, tem relevante participação média de
10,13% no VABPB e 18,42% do setor de Serviços, com valor médio de R$535.185.956,70. A taxa
de crescimento médio da Administração Pública foi de 3,08% - resultado das variações de 7,09%
(2017); 1,01% (2018) e 1,14% (2019).
A Tabela 9 mostra o VAF com valores deflacionados a preços constantes de 2020 e percentual
de participação, período 2018-2020 (R$ 1,00).
Tabela 9 -Valor Adicionado Fiscal com valores deflacionado a preços constantes de 2020, período de
2018 a 2020 com valores deflacionados (Em R$)
Valor Adicionado Fiscal (R$ 1,00) Índices de Participação
Ano
Valor Deflacionado Variação Real (%) Índices Variação (%)
2018 9.117.103.114,72 39,04 1,95 34,13
24 Define-se valor adicionado como o resultado da diferença entre o valor dos bens e serviços vendidos pela empresa,
quaisquer que sejam, e o valor dos bens e serviços comprados pela empresa junto a outras empresas. Significa assim
o acréscimo de valor que a empresa incorpora ao bem na cadeia produtiva (Montoro Filho, 1994, p. 27).
O VAF médio de Araxá, no período entre 2018 e 2020, atingiu o valor de R$9.242.900.797,24, com
crescimento médio de 11,18%, resultado do crescimento de 39,04% em 2018; 11,63% em 2019 e
em 2020 a taxa de -17,12%. O crescimento dessa variável, aos níveis de 2018 e 2020 traz novos
horizontes para alinhar o processo desenvolvimento socioeconômico como sua meta principal.
A agricultura é um setor representativo para composição do VAF e, nessa linha de raciocínio, são
necessários ajustes e mecanismos políticos e econômicos para dinamizá-lo, estabelecendo metas
e programas de incentivos, além de parcerias com Instituições e cooperativas da mesma forma
como acontece com os setores de comércio/serviços e agropecuária, visando prospectar
indicadores sociais e econômicos que promovam mais rapidamente o desenvolvimento local.
R$ 12.000.000,00
R$ 10.177.088,30
R$ 10.000.000,00 R$ 9.117.103,10
R$ 8.000.000,00
R$ 5.529.302,00
R$ 5.576.542,70 2018
R$ 6.000.000,00
2019
R$ 4.000.000,00
R$ 2.000.000,00
R$ 0,00
VAF VABPB
Fonte: IBGE/Base de Dados (Sidra, 2018). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.
De acordo com a série histórica analisada, houve retração de -0,85% no VABPB e crescimento de
11,63% no VAF entre 2018 e 2019. O VAF, entre 2018 e 2019, são superiores aos índices de
inflação25 ocorridos em igual período, gerando significativo ganho financeiro para o município
de Araxá.
Observa-se ainda que, o valor médio do VABPB é inferior ao valor VAF. O comportamento de
crescimento dessa variável sugere cuidados na gestão das finanças públicas do Município, por
força do aumento dos valores de um período para outro, não sendo favoráveis à saúde financeira
de Araxá. Os dados dão o viés, que podem ser feitos maiores investimentos no setor industrial
através de incentivos fiscais e patrimoniais, entre outras formas de incentivo, de modo a
incrementar e fortalecer ainda mais esse setor da economia, favorecendo a agregação de valor
na produção em busca de maior equilíbrio na distribuição de riquezas e fortalecimento na
arrecadação.
O Valor Bruto da Produção retrata o Índice de frequência anual, calculado com base na produção
agrícola municipal e nos preços recebidos pelos produtores mineiros. Engloba produtos da
agricultura, da pecuária, da silvicultura, do extrativismo vegetal, da olericultura, da fruticultura etc.
(SEAB, 2018).
25 Utilizando as taxas de inflação medidas pelo IPCA, como efeito comparativo, o VAF configurou-se em ganho de
rentabilidade financeira nas contas públicas do município, visto que, a média inflacionária para o período 2018-2019
foi de 4,03% que foi decorrente dos índices de inflação contabilizados nos anos de 2018 (3,75%) e 2019 (4,31%).
O desempenho médio das atividades é resultado dos crescimentos médios de 15,30% para as
lavouras permanentes e de 13,07% para as lavouras temporárias, muito por conta da
movimentação financeira das lavouras temporárias.
Este tópico considera os dados estatísticos para visualizar a dinâmica quantitativa dos
Estabelecimentos por Atividades Econômicas que contribuem para gerar empregos no município
de Araxá, considerando a média do período entre 2018 e 2020 (Tabela 11).
Tabela 11 - Estabelecimentos e Empregos por atividade econômica, período 2018 a 2020.
Atividades Estabelecimentos Empregos
Econômicas 2018 2019 2020 2018 2019 2020
Indústria 225 226 225 5.596 5.740 5.493
Construção Civil 158 140 144 1.096 1.408 1.653
Serviços27 2.264 2.215 2.158 20.642 21.066 20.177
Agropecuária 301 308 304 815 795 719
Total 2.948 2.889 2.831 28.149 29.009 28.042
Fonte: MTE/RAIS em 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.
27 Serviços está composto pelos dados do comércio atacado e varejo, serviços em geral e administração pública.
Dessa forma, a partir do Gráfico 9, pode-se ter uma ideia de uma gestão baseada nas
potencialidades, entraves e visão de como se deve lidar com os setores econômicos, a fim de que
se definam os rumos que o município deve seguir para alcançar os objetivos sobre o
gerenciamento das políticas públicas, que podem alavancar os destinos sociais e econômicos do
Município:
Gráfico 9 - Crescimento acumulado das atividades econômicas, 2018 a 2020
60,00%
50,82%
50,00%
40,00%
Estabelecimento
30,00%
Emprego
20,00%
10,00%
0,00% 1,00%
0,00%
-1,84% -2,25% -0,38%
-10,00% -4,68% -3,97%
-8,86%
-11,78%
-20,00%
Indústria Construção Comércio Agropecuária Total
Civil e Serviços
O maior destaque no emprego ficou por conta da Construção Civil, com crescimento acumulado
acima de 50% e no estabelecimento, apenas a agropecuária cresceu 1,0%. Fica evidente e ao
mesmo tempo preocupante as quedas no crescimento dos estabelecimentos.
O mercado de trabalho é dividido em setores, cada um com sua especificidade, como por
exemplo, a agricultura e a pecuária, lidam com matéria-prima; a indústria com a transformação
da matéria-prima, a construção civil com a transformação dos objetos utilizáveis e o comércio e
serviços com os mais diversos segmentos.
Agropecuária 2,55
Indústria 24,93
0 5 10 15 20 25 30
Esses dados revelam a importância do setor industrial e do setor de comércio e serviços para a
geração de empregos e renda como forma de fomentar a economia local, sugerindo esforços do
executivo para atrair a entrada de novas empresas e incentivar permanentemente as empresas
existentes, possibilitando a criação de novos empregos, gerando assim, investimentos para o
município e prevenindo o esvaziamento populacional. Considera-se que a produção
agropecuária pode ser utilizada na transformação de produtos, dada a possibilidade de se
aproveitar as potencialidades locais, no que se refere ao processamento industrial dos produtos
primários.
Dessa forma, é necessário desenvolver políticas públicas econômicas e estratégias para fomentar
e estruturar as atividades privadas, de forma a atrair empresas e empreendedores, especialmente
indústrias, dada sua capacidade de gerar empregos e renda para promover o desenvolvimento
municipal.
Conforme levantamento publicado pelo IPDSA realizado em 2013, os serviços de saúde de Araxá
compreendem desde os atendimentos básicos e especializados, ambulatoriais, hospitalares,
atendimentos de urgência e de emergência, capacidade de atendimento em Saúde Pública, até
aos de apoio ao diagnóstico no SUS e em clínicas privadas.
A Quadro 1 lista toda a estrutura disponibilizada pelo Município de Araxá no quesito saúde
pública e respectiva localização dos equipamentos.
Quadro 1 - Equipamentos de Saúde de Araxá
Equipamento Endereço
ESF Abolição Rua José Pinto da Silva, 135 – Abolição
ESF Ana Pinto Rua David Roberto Rezende, 210 – Ana Pinto
ESF João Ribeiro Rua Paul Harris, 223 – João Ribeiro
ESF Pão de Açúcar Rua Alyrio Texeira, 280 – Pão de Açúcar
ESF Santa Luzia Rua Laurindo Baleeiro, 340 – Santa Luzia
ESF São Pedro Rua Alexandre Gondim, 157 – São Pedro
ESF Tiradentes Rua Anésia Montovani, 255 – Tiradentes
ESF Urciano Lemos Rua Lazaro Vaz de São Paulo, 75 – Urciano Lemos
ESF Leblon Rua José Veríssimo Camelo, 131 – Leblon
ESF Vila Estância Rua João Pereira de Resende, 30 – Novo Santo Antônio
ESF Max Neumann Rua Ubaldina Vieira Mendes, 65 – Max Neumann
ESF Centro (Unicentro) Av. Damaso Drumond, 275 – Centro
Equipamento Endereço
ESF Santo Antônio (Unicentro)
ESF Jardim Europa (Unicentro)
ESF Jardim Europa (Uninordeste)
ESF Orozino Teixeira (Uninordeste) Av. Dr. Pedro de Paula Lemos, 1110 – Ana Antônia
ESF Jardim das Oliveiras (Uninordeste)
ESF Alvorada (Unioeste)
ESF Boa Vista (Unioeste) Av. Auxiliadora Paiva, 255 – Serra Morena
ESF São Domingos (Unioeste)
ESF Santa Terezinha (Unisse)
ESF Vila Silvéria (Unisse) Rua Edmar Cunha, 135 – Santa Terezinha
ESF Padre Alaor (Unisse)
Unileste Av. Cassiano de Paula Nascimento, 290 – Santo Antônio
Uninorte Rua Lázaro Vaz de São Paulo, 105 – Urciano Lemos
Unisa Rua Piauí, 35 – São Geraldo
Unisul Avenida Aracely de Paula, 4050 – Vila Silveria
USF Max Neumann Rua Ubaldina Vieira Mendes, 65 – Max Neumann
PIID Av. Rosária Isaura de Araújo
Distrito de Itaipu Zona Rural – Distrito de Itaipu
Centro de Apoio Diagnóstico Dr.
Rua Calimerio Guimarães, 850 – Centro
Orlando Padovani
CEO Centro de Especialidade
Av. Eugênio Cândido de Oliveira, 50
Odontológica
CEREST Centro de Referência em
Praça Governador Valadares, 463
Saúde do Trabalhador
CTA Centro de Testagem e
Rua Calimério Guimarães, 850
Aconselhamento
Centro de Assistência Farmacêutica Rua Joaquim Alves Barcelos, 435
Farmácia de Minas Rua Capitão Jaime Gotelip, 120
Laboratório Municipal de Análises
Rua Calimério Guimarães, 850
Clínicas de Araxá
Secretaria Municipal de Saúde de
Av. Rosária Isaura de Araújo
Araxá
CAPS AD Rua Nossa Senhora do Carmo, 100
CAPS II Maria Pirola Rua Argenita, 570
CAPS Infanto Juvenil Rua Nossa Senhora da Conceição, 306
UPA 24 Horas Av. João Paulo II
Centro de Vacinação Av. Damaso Drummon, 257
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2022.
Dos estabelecimentos de saúde listados acima, cabe destacar que o Centro de Referência em
Saúde do Trabalhador (CEREST) possui alcance regional ao atender toda a microrregião de saúde.
dessa rede para que seja alcançada 100% de cobertura populacional. Dada a demanda por ESF,
foi sugerida pela secretaria a construção de Unidades nos seguintes bairros: Mangabeiras, Pão
de Açúcar IV, Jardim das Oliveiras, Jardim Europa e Camuá/Fenícia. Para além dessas, o município
também carece de UTI Neonatal e pediátrica.
Com relação à capacidade de atendimento, Araxá dispõe de 65 leitos (35 SUS e 30 particulares),
cujo atendimento é feito por 115 médicos.
Figura 21 - Hospital Dom Bosco
Em se tratando dos Programas de Saúde e Redes de Atenção à Saúde, o município conta com:
• Referência técnica para Saúde da Mulher em rede de atenção integral, nas esferas
primária, secundária e vigilância em saúde;
• Referência técnica para Saúde do Homem e Saúde do Idoso em rede de atenção integral,
nas esferas primária, secundária e vigilância em saúde;
Quanto à morbidade local, a análise dos dados relativos ao ano de 2010, demonstra que as
principais causas de internação hospitalar em Araxá, em ordem decrescente foram: doenças do
aparelho circulatório (15,2%), gravidez incluindo parto e puerpério (13,6%) e doenças do aparelho
respiratório (11,5%), doenças do aparelho digestivo (11,1%), seguidas pelas demais causas em
menor proporção.
Cabe destacar que o município possui o Plano Municipal de Saúde (2018-2021) e, em 2022,
encontra-se em processo de revisão e atualização29.
Conforme informações coletadas na 3ª Atividade – Oficinas, o setor conta com altos recursos
financeiros disponíveis, advindos da arrecadação municipal, entretanto, o município não possui
um hospital municipal público, de forma que o atendimento pelo SUS fica restrito a algumas
instituições como a Casa do Caminho e Santa Casa de Misericórdia. Também foi pontuada a
carência de profissionais especializados da área, a obsolescência do sistema de cadastramento e
consulta e a carência de um Departamento de Vigilância Sanitária.
A partir da análise dos dados demonstrados e com base na Figura 23, conclui-se que, há
demanda para a implantação de novos equipamentos de saúde em áreas ainda não atendidas.
Para além dessas, os demais equipamentos existentes no município encontram-se bem
distribuídos na malha urbana.
A taxa de mortalidade infantil, definida como o número de óbitos de crianças com menos de um
ano de idade para cada mil nascidos vivos, passou de 25,07 por mil nascidos vivos em 2000 para
13,10 por mil nascidos vivos em 201030, decréscimo de 47,7%.
29 ARAXÁ, 2022.
30 ATLAS BRASIL, 2021.
4.2 EDUCAÇÃO
Considerando o item, 3.3 – Desenvolvimento Humano, Araxá demonstra uma constante evolução
nos índices de IDHM-E, sendo esta a dimensão que mais cresceu entre os anos de 2000 e 2010.
Este índice mede a qualidade da educação no município e é composto por dois subíndices: a
escolaridade da população adulta e o fluxo escolar da população jovem.
Cabe destacar que o município possui o Plano Municipal de Educação, instituído pela Lei nº 6.891
de 25 de junho de 2015, que estabelece diretrizes para garantir os avanços desejados para a
educação no município ao longo de sua vigência, sendo uma importante ferramenta para o
planejamento da política educacional.
Comparado ao ano de aprovação do PDE vigente (2011), observa-se uma sensível ampliação da
quantidade de equipamentos do Ensino Básico de educação, uma redução da quantidade de
equipamentos do Ensino Fundamental e manutenção da quantidade equipamentos do Ensino
Médio.
O Quadro 2 contém a descrição de cada uma dessas instituições por natureza de gestão,
modalidades de ensino e endereço das mesmas.
Quadro 2 - Equipamentos públicos de ensino regular em Araxá, 2021
Modalidade de
Nome Localização
ensino
Anita Mesquita Educação Infantil Rua Alagoas, 105 – São Geraldo
Araci Predelina de Av. Professora Auxiliadora Paiva, 2.135 – Boa
Educação Infantil
Lima Vista
Azália Guimarães Educação Infantil Rua Antônio Barreto, 255 – Fertiza
Balão Mágico Educação Infantil Rua Pernambuco, 1.110 – Alvorada
Rua Sebastião Ferreira Pinto, 645 – Ana Pinto
Cássio Barsante Educação Infantil
de Almeida
Rua José Severino de Aguiar, 155 – Ana Pinto
Conceição Velasco Educação Infantil
de Almeida
Delica Pereira Vale Educação Infantil Rua Tupi, 178 – Bairro Sto. Antônio
Dona Adélia Valle Educação Infantil Rua Irineia Alves de Paiva, 1300 – Estância
Doralice Afonso de
Educação Infantil Av. Francino Ferreira da Silva, 40 – Ana Antônia
Azevedo
Rua Clarimundo Batista da Costa, 200, Bairro
Dona Petrosa Educação Infantil
São Pedro
Magdalena Lemos Educação Infantil Rua José Alberto Fontes, 40 – Urciano Lemos
Profa. Maria das
Dôres Faria Educação Infantil Rua Pernambuco, 1.155, Bairro São Domingos
Fonseca
CEMEI
31 IBGE, 2020.
Modalidade de
Nome Localização
ensino
Dalva Santos Zema Educação Infantil Rua José Pedro da Silva, 200 – Pão de Açucar
De Fátima Educação Infantil Rua Rio Grande do Norte, 247 – São Geraldo
Professora Olga
Educação Infantil Rua Calimério Guimarães, 808 – Centro
Cunha Pinheiro
Francisca Querina Rua Lázaro Severino Gomes, 195 – Lot Novo
Educação Infantil
Martins de Oliveira Pão de Açucar IV
Sarah Valle Abraão Educação Infantil Rua Antônio de Freitas, 185 - Abolição
Profa. Marlene Rua Doutor Bernardino Ladeira, 400, Bairro
Educação Infantil
Braga Guimarães Max Neumann
Querobina Gomes
Educação Infantil Rua Geraldo Lima, 75, Bairro Pão de Açúcar IV
Borges
Vicente Pereira da Rua Maria Gonçalves Nolli, s/nº, Bairro Jardim
Educação Infantil
Silva das Oliveiras
Dom Pixote Educação Infantil Rua Thieres Botelho, 110 – Centro
Francisco Braga Educação Infantil Av. Washington Barcelos, 1300 – Bom Jesus
EMEI
Modalidade de
Nome Localização
ensino
Padre Evaristo
CESU
Também fazem parte da rede municipal de educação32: 1 Biblioteca Pública Municipal e suas
sucursais, 1 Polo da Universidade Aberta do Brasil – UAB, 1 Centro de Atendimento à Educação
Inclusiva e 7 Unidades de Ensino Conveniadas.
A rede estadual de ensino no município é composta por 15 escolas. Dessas, em 2021, 5 foram
municipalizadas e em 2022 irão compor a rede municipal de ensino, sendo elas: E.E. Delfim
Moreira, E.E. Dr. Eduardo Montandon, E.E. Lia Salgado, E.E. Padre João Botelho, E.E. Pio XII. A rede
federal de ensino no município conta com o CEFET/Campus Araxá.
Das instituições de ensino listadas, 2 foram contempladas com reformas e melhorias entre 2016
e 2018, 10 entre 2019 e 2020, 4 em 2021 e estão previstas reformas em 3 escolas para o ano de
2022. Para atender a demanda de crianças de 0 a 3 anos, é prevista a construção de 2 novas
Unidades de Educação Infantil nos Bairros Mangabeiras e Jardim Europa, além da ampliação de
salas nos CEMEIS já existentes.
Embora muitas instituições de ensino tenham sido reformadas nos últimos anos, conforme dados
repassados pela Secretaria de Educação, os CEMEI não atendem à demanda da população e
muitos carecem de reformas, apresentando, em sua grande maioria, estado de conservação
regular e ruim.
No município também são verificadas instituições de ensino superior e técnico, com sistema de
ensino presencial, semipresencial e à distância – EAD. No seguimento público, o CEFET oferece
cursos presenciais, além da educação técnica de nível médio. Segundo a Secretaria de Educação,
a partir de dados cedidos pelo CEFET, a unidade de ensino dispõe de programas de permanência
na escola para alunos com baixa renda familiar, como bolsas de complementação educacional,
bolsa de permanência, bolsa alimentação, bolsa para aquisição de equipamentos e bolsa para
acesso à internet.
O munícipio também possui uma Instituição de Ensino Superior particular, o Centro Universitário
do Planalto de Araxá- UNIARAXÁ, que oferece vagas para cursos presenciais de graduação e pós-
graduação na modalidade presencial e EAD. Na UNIARAXÁ, o Centro Acadêmico tornou-se polo
EAD de graduação, o que propiciou um aumento considerável no número de matrículas nesta
modalidade nos últimos anos.
Figura 25 - UNIARÁ (Centro Universitário do Planalto de Araxá)
Além desta, também foram identificados vários polos de Instituições particulares de Ensino
Superior que oferecem cursos de graduação e pós-graduação na modalidade EaD e/ou
semipresencial como a UNIFRAN/Cruzeiro do Sul, UNIUBE, UNOPAR, UNIP, UNINTER, Estácio de
100
80
1991
60
2000
40 2010
20
0
5 a 6 anos 11 a 13 anos 15 a 17 anos 18 a 20 anos
Fonte: PNUD, IPEA e FJP, 2013. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
A parcela da população com ensino superior completo, aumentou de 7,86% em 2000 para 12,98%
em 2010, representando uma evolução de 65,14%. Quando comparado aos índices estaduais e
nacionais, Araxá também se destaca em relação a outros indicadores sociais, com destaque para
a parcela da população considerada analfabeta. Os dados oficiais apontam índice de
analfabetismo de 5,16%, no município, enquanto em Minas Gerais este índice chega a 10,36% e
sobe para 11,82% na esfera nacional.
5,5 5,2
5
2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019
Municipal Estadual
Escola Municipal Ano 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Obtido 5,3 6,3 6,8 6,8 7,3 6,7 6,8 7,1
E.M. Dona Gabriela
Meta 5,4 5,7 6,0 6,3 6,5 6,7 6,9 7,1
Obtido 5,4 ** *
E.M. Eunice Weaver
Meta 5,7 5,9 6,1 6,4 6,6 6,8
E.M. Francisco Primo Obtido 6,9 6,9 6,3
De Melo Meta 7,1 7,2 7,4 7,6
Obtido 4,5 5,0 6,4 6,3 6,6 6,2 6,2 6,0
E.M. Manoela Lemos
Meta 4,6 4,9 5,3 5,6 5,8 6,1 6,3 6,6
Obtido 4,9 6,0 **
E.M. Pe. Inácio
Meta 5,2 5,5 5,7 6,0 6,2 6,5
Meta 4,4 5,0 5,5 5,9 6,3 6,2 6,5 6,6
E.M. Profa. Auxiliadora Paiva
Obtido 4,4 4,8 5,2 5,4 5,7 6,0 6,2 6,5
E.M. Profa Leonilda Obtido 4,0 5,1 4,9 5,1 5,4 5,6 6,0 5,8
Montadon Meta 4,1 4,4 4,8 5,1 5,4 5,6 5,9 6,2
Obtido 4,6 5,2 6,2 6,7 6,7 6,4 6,4 7,1
E.M. Professor Nelson Gomes
Meta 4,6 5,0 5,4 5,6 5,9 6,1 6,4 6,6
E.M. Professora Romalia Obtido 5,9 6,2
Porfiro de Azevedo Leite Meta 6,1 6,3
Obtido 7,7 7,2 7,3
Escola Municipal Alice Moura
Meta 7,8 7,9 8,1
Nota: * Número de participantes no SAEB insuficiente para que os resultados sejam divulgados; ** Sem média no SAEB
2017: Não participou ou não atendeu os requisitos necessários para ter o desempenho calculado; os resultados marcados
em verde referem-se ao IDEB que atingiu a meta projetada.
Fonte: INEP, 2020. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
33 ARAXÁ, 2022.
• Sanitaristas Mirins - parceria com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), tem como
objetivo levar orientações sobre cuidados com a sanidade animal, vegetal, ambiental e
segurança alimentar aos alunos do 4º e 5º anos das cinco escolas rurais do município.
• Projeto Xadrez na Escola - desenvolvido em parceria com o Clube de Xadrez nas escolas
de tempo integral, visa promover o desenvolvimento de habilidades como memorização,
concentração, raciocínio lógico-dedutivo, resolução de problemas, imaginação,
criatividade, planejamento e paciência.
No que concerne as políticas de inclusão, na rede municipal de ensino, o atendimento aos alunos
com necessidades educativas especiais é coordenado, desde 2016, pelo Núcleo de Educação
Inclusiva por meio do Centro de Atendimento à Educação Inclusiva – CAEI, que possui em seu
quadro profissionais especializados, contratados pela Prefeitura Municipal e conta com recursos
do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA), por meio do
desenvolvimento do Projeto AME - O futuro se constrói hoje.
Atendimento à Educação Inclusiva – CAEI, que conta atualmente com 21 profissionais para o
atendimento especializado aos estudantes.
De acordo com informações levantados junto à Secretaria Municipal, com base em dados do
INEP, a rede pública e privada de ensino do município apresentou um aumento de 21,60% de
matrículas de alunos na Educação Especial entre 2015 e 2020.
A Secretaria Municipal de Educação dispõe de 01 ônibus escolar adaptado para fazer o transporte
das crianças e adolescentes com múltiplas deficiências de suas residências até as Unidades de
ensino. Também são transportados através de recursos públicos municipais os alunos que
estudam na APAE, além daqueles residentes na zona rural.
Para os alunos que necessitam, as escolas contam também com o Professor de Apoio à
Comunicação, Linguagem e Tecnologias Assistivas (Professor de Apoio). Esse professor tem a
função de apoiar o processo pedagógico de escolarização do estudante com disfunção
neuromotora grave, deficiência múltipla ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) matriculado na
escola comum, sendo 1 professor para até 3 estudantes matriculados no mesmo ano de
escolaridade e frequentes na mesma turma.
O município de Araxá oferece à população com 15 anos ou mais, oportunidades para darem
continuidade aos estudos, por meio da educação de jovens e adultos – EJA. Em 2021, o município
de Araxá foi contemplado com o Programa Trilhas de Futuro, proposto pela SEE/MG, com a
abertura de 1.175 cursos técnicos profissionalizantes, o que fez com que estudantes da EJA,
maiores de 18 anos, pudessem se matricular-se e frequentar a educação profissional técnica, de
forma concomitante ao ensino regular ofertado nas escolas municipais e estaduais. A oferta dos
cursos foi feita por meio de uma articulação com as Unidades Integradas SESI/SENAI e entidades
privadas e de formação profissional.
Na rede municipal de ensino, a merenda escolar é preparada nas próprias Unidades de ensino,
por profissionais capacitados. Ademais, todo o processo da merenda escolar, desde a aquisição
dos gêneros alimentícios, o armazenamento, a confecção e a distribuição aos estudantes é feito
com acompanhamento de uma equipe de profissionais do Setor de Alimentação e Nutrição da
Secretaria Municipal de Educação.
Quanto à acessibilidade, 35% das instituições públicas não atendem a essas normas, portanto,
algumas escolas necessitam de reformas para suprir essa lacuna. Do total de instituições, 41%
apresenta acessos inadequados, 35% apresenta carência de dimensões e 72% carece de
instalações sanitárias.
As escolas públicas de Ensino Fundamental, contam com laboratórios de informática para uso
dos recursos tecnológicos por alunos e professores. Também na rede municipal, a Secretaria de
Educação conta com o Núcleo de Tecnologia, responsável por orientar, acompanhar e avaliar as
atividades referentes ao uso das TIC na educação. Em 2021 estão sendo adquiridos equipamentos
para substituição/reposição nos laboratórios de informática e de uso administrativo.
Segundo a SME, os principais desafios enfrentados pelo setor nos anos de 2020 e 2021 e que
devem ser avaliados quando da elaboração do PDE, estão listados abaixo:
• Grande dificuldade dos estudantes e suas famílias durante o período de suspensão das
aulas, devido às desigualdades sociais e a falta de acesso a serviços e equipamentos de
telecomunicação (internet/computador) adequados para o ensino remoto;
• Escolas e Educadores tiveram que se reinventar com o uso das novas tecnologias e
adoção de novas metodologias para promover o fortalecimento de vínculos entre os
estudantes e a escola;
Com relação a abrangência dos equipamentos da educação, conforme Figura 26, em que foram
identificados aqueles públicos, observa-se que estão bem distribuídos na malha urbana do
município.
Assistência Social é uma política pública, estabelecida pela Constituição Federal que forma,
juntamente com a saúde e a previdência, o tripé da seguridade social. São leis que embasam o
trabalho da assistência social: a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Normas Operacionais
Básicas, o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e a Política Nacional de Assistência Social
(PNAS).
Araxá possui um Plano Municipal de Assistência Social – PMSA não instituído por lei, com vigência
para os anos de 2022 a 2025 e que deve ser analisado associado ao PDE para futuras tomadas
de decisão concernentes ao tema.
Em razão da falta de informação do PDE de 2011, não é possível estabelecer relação com a
situação que o Município se encontrava na época, assim como verificar se houve melhora ou
piora quanto aos equipamentos e serviços oferecidos a respeito da Assistência Social.
A Tabela 17 a seguir demonstra a atual estrutura pública que Araxá disponibiliza para o
atendimento da Política de Assistência Social e seus respectivos endereços. A maioria dos
equipamentos encontra-se34 com estado de conservação ruim e regular, sem atender às normas
de acessibilidade.
Tabela 17 - Equipamentos de Assistência Social
Equipamento Endereço
Rua Antenor Silva Soares, 300 - Bairro Francisco
RAS Francisco Duarte
Duarte
Rua Marcolino Coelho Borges, 395 – Bairro
CRAS Abolição
Abolição
Núcleo de Convivência Rua Edmundo Rodrigues da Silva, 445 – Bairro
Leblon Leblon
Núcleo de Convivência Rua Teresa Guimarães Natal,
Proteção Social Boa Vista 15 – Bairro Boa Vista
Básica Núcleo de Convivência Rua Eurindo Barbosa de Lacerda, 245 Bairro Pão
Pão de Açúcar de Açúcar
Núcleo de Convivência Rua Luiz Dumont Fonseca,
Santo Antônio 205, Bairro Santo Antônio
Núcleo de Convivência Rua Maria Helena de Paula,120, Bairro Pão de
Pão de Açúcar IV* Açúcar IV
Núcleo de Convivência
Rua Dorvaline Martins,15, Bairro Tiradentes
Tiradentes
CREAS* Avenida Imbiara, 900, Centro
Proteção Social
Casa Abrigo Rua Juca Ferreira, 100, Fertiza
Especial
Casa Lar Rua Capitão José Porfírio, 187, Centro
*Serviços já implantados, porém, sem sede própria, com construção prevista.
De acordo com os dados de PMAS, em 2021 existiam 10.857 famílias cadastradas no Cadastro
Único para programas sociais, dentre as quais: 5.051 com renda per capita familiar até R$89,00;
693 com renda per capita familiar entre R$89,01 e R$178,00; 2.254 com renda per capita familiar
entre R$178,01 e meio salário-mínimo e; 2.859 com renda per capita acima de meio salário-
mínimo.
34 ARAXÁ, 2022.
A secretaria Municipal de Ação Social tem realizado diversas ações e programas nos últimos anos.
Nas unidades de atendimento de Proteção Social Básica são ofertadas atividades e oficinas, como
pode ser visto no Quadro 3 a seguir.
Quadro 3 - Atividades ofertadas nas unidades de atendimento de Proteção Social Básica
Equipamento Atividades
Zumba
Alongamento
CRAS Francisco Duarte
Roda de Conversa
Curso de Qualificação Profissional para Mulheres
Zumba - Reforço Escolar - Roda de Conversa
CRAS Abolição
Curso de Qualificação Profissional para adolescentes
Roda de Conversa
Núcleo de Convivência Leblon
Artesanato
Roda de Conversa
Núcleo de Convivência Boa Vista Curso de inclusão digital para idosos
Zumba
Roda de Conversa
Núcleo de Convivência Pão de Açúcar
Curso de Inclusão Digital para idosos
Zumba – Alongamento - Artesanato
Núcleo de Convivência Santo Antônio
Roda de Conversa
Núcleo de Convivência Pão de Açúcar
Roda de Conversa
IV
Núcleo de Convivência Tiradentes -
Fonte: Secretaria Municipal de Ação Social de Araxá. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2022.
No município é ofertado o programa Renda Básica Araxá, que visa o repasse direto de recurso
financeiro aos beneficiários, mediante cumprimento de condicionalidades, como forma de acesso
à renda, aos seus direitos básicos, criando possibilidades de melhoria de qualidade de vida.
A Secretaria de Assistência Social fornece o Projeto Belo Banho, que tem como objetivo melhorar
a qualidade de vida dos idosos por meio da reforma e adequação dos banheiros das residências.
Em 2022 a secretaria contabiliza 50 famílias atendidas e 70 cadastradas.
Na sede da Secretaria de Ação Social existe o setor de Habitação, que desenvolve ações
integradas e articuladas que visam facilitar o acesso à moradia digna, minimizando o déficit
habitacional do município. São executadas atividades tais como: atendimento, orientação e
acompanhamento das famílias beneficiadas do Programa Minha Casa Minha Vida; averiguação e
visita técnica em indícios de irregularidade nos imóveis dos empreendimentos, acompanhamento
e avaliação para locação de imóveis para o benefício de aluguel social; entre outros.
Em 2022, o setor de Habitação tem desenvolvido também o Projeto Mãos à Obra, que tem como
objetivo a doação de materiais de construção para famílias de baixa renda que necessitam de
pequenas reformas em suas moradias. Para 2022 o setor responsável tem a estimativa de atender
300 famílias e, até julho, foram aprovados os cadastros de 143 famílias.
Ainda conforme Secretaria Municipal de Ação Social de Araxá, para o enfrentamento de situações
emergenciais, são concedidos benefícios nas modalidades de Cesta Básica, Auxílio Funeral,
passagem rodoviária intermunicipal, documentação civil, Aluguel Social e Auxílio Moradia.
Os programas Auxílio Moradia e Aluguel Social tem como público-alvo pessoas em situação de
extrema vulnerabilidade social; mulheres vítimas de violência doméstica e em situação de
extremo risco que possuem perspectivas de emancipação financeira. As atividades desenvolvidas
são o pagamento de benefício de ½ salário-mínimo para famílias solo e 1 salário-mínimo para
O Auxílio Moradia tem como objetivo a emancipação financeira da família, proteção da família e
melhor qualidade de vida. Em 2022 o projeto acompanha 66 famílias e fornece o benefício para
outras 49. O programa Aluguel Social tem como principal objetivo a proteção da família e melhor
qualidade de vida, em 2022 foram atendidas 30 famílias.
Segundo dados obtidos junto à Secretaria, todos os servidores são capacitados de acordo com
a sua função exercida, os equipamentos utilizados são informatizados, mas há a necessidade de
substituição de alguns desses, bem como de aumentar o número de estações de trabalho.
Também foi manifestada a necessidade de aquisição de um sistema específico para a gestão das
atividades executadas pela mesma.
Ademais, no PMAS (2022 – 2025), são descritas metas e estratégicas, constando como objetivos
do setor:
Com base na Figura 27, em que constam equipamentos públicos e de organizações da social
civil, verifica-se que há boa distribuição dos equipamentos de assistência social na malha urbana
do município.
O turismo de Araxá configura uma das principais fontes de renda do município, além de gerar
empregos e fomentar o comércio local, o que demanda o gerenciamento o setor de forma eficaz.
Araxá dispõe de uma grande diversidade de atrações turísticas, com opções que vão desde o
turismo de bem-estar, ecológico, cultural, rural, de negócios e eventos.
Cabe ressaltar que, na década de 40 o município já se destacava como Polo Turístico, a partir da
inauguração do Complexo Termal Grande Hotel e Balneário em abril de 1944, atualmente, sob
concessão da Rede Tauá.
Araxá ainda dispõe de grande diversidade arquitetônica e atrativos turísticos como o Museu
Histórico de Araxá – Dona Beja, a Igreja de São Sebastião, a Fundação Cultural Calmon Barreto,
Igreja Matriz de São Domingos, o Santuário Nossa Senhora de Fátima, o Centro de Referência da
Cultura Negra e a Serra da Bocaina.
Figura 29 - Parque do Cristo
Fazem parte do calendário de eventos de Araxá: o Festival Literário de Araxá (FLIARAXÁ), com
abrangência nacional, tendo recebido no ano de 2019 um público estimado de mais de 30 mil
pessoas35; o FestNatal, o Encontro Nacional de Automóveis antigos, a Copa Internacional de
Mountain Bike, o Festival Internacional do Queijo – ExpoQueijo, entre outros. Além disso, o
município também se destaca na produção de cafés com selo de excelência, doces, cachaças e
queijos produzidos artesanalmente, que incrementam seu potencial turístico.
Figura 30 - VI Fliaraxá – Festival Literário (2017)
35 https://jornalinteracao.com.br/
Os bens culturais36, assim como os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico, contribuem para a dignidade e para
o senso de comunidade e cidadania. Nesse sentido, o município deve reconhecer ou facilitar a
preservação de seus bens culturais de interesse de preservação no território, de forma a valorizar
aqueles que denotam valor para a sociedade araxaense.
Instituída através da Lei Municipal n 1.905/1984, a Fundação Cultural Calmon Barreto de Araxá –
FCCB, figura como entidade gestora do patrimônio cultural municipal e tem sua atuação voltada
para a proteção da memória e cultura do povo37.
36 Entendidos como formas de expressão; modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e
tecnológicas; obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-
culturais.
37 http://fundacaocalmonbarreto.mg.gov.br/fccb
Araxá também dispõe de órgãos colegiados que atuam na salvaguarda do patrimônio cultural
do município, a exemplo do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural – COMPAC e Conselho
Municipal de Políticas Culturais – CMPC, cuja gestão está sob responsabilidade da FCCB.
Ademais, sob o aspecto legal, para além da legislação ordinária municipal, existem dispositivos
legais que regulamentam a proteção do patrimônio da cidade, como é demonstrado a seguir:
• Bens imóveis: Edifício Nacional / Centro de Cultura (Antigo Banco Comércio e Indústria
de Minas Gerais/Banco Nacional), Estação Ferroviária de Itaipu, Fachada Frontal do
Colégio São Domingos, Igreja Matriz de São Domingos, Igreja de São Sebastião, Sede da
Fundação Cultural Calmon Barreto (Antiga Estação Ferroviária), Cine/Clube Brasil, Museus
Histórico de Araxá - Dona Beja, Palácio Nagib Feres (Antiga Câmara Municipal de Araxá)
e Praça Governador Valadares;
Bens imóveis tombados pelo IEPHA-MG: Complexo Hidrotermal do Barreiro e Igreja de São
Sebastião.
38 http://fundacaocalmonbarreto.mg.gov.br/
Conforme dados disponibilizados pela Fundação Cultural Calmon Barreto, estão sendo
elaborados os dossiês para registro junto ao IEPHA-MG dos bens imateriais considerados
Patrimônio Histórico e Cultural do município. Constam como principais bens: Tecelagem Manual,
a Folia de Reis, os ternos de Congado e Moçambique, o fazer e o tocar a Viola Caipira e o Modo
de Fazer o Queijo Artesanal da Região.
Apesar de o município dispor de lei própria que visa promover e regulamentar a proteção do seu
patrimônio cultural – Lei n 5.508/2009, durante realização da 3ª Atividade – Oficinas, foi
destacado que há uma carência de políticas públicas de preservação dos imóveis municipais,
sobretudo daqueles particulares.
Figura 33 - Casa do Poeta (antigo Cine/Clube Brasil).
Conhecido como um dos polos culturais do estado, o Município de Araxá atrai eventos de
gêneros variados, como festas religiosas, festivais e encontros temáticos, festivais gastronômicos,
eventos empresariais, espetáculos de música, dança e teatro.
O Teatro Municipal39, inaugurado em 2012, faz parte de um projeto que buscou promover a
valorização arquitetônica e urbanística do centro de Araxá. O teatro possui parte da edificação
enterrada, o volume que aflora sobre o solo, abre-se para uma esplanada, criando um teatro de
arena que funciona como concha acústica. Dessa forma, é palco para eventos de estilos diversos,
como musicais, peças teatrais, eventos oficiais, literários, acadêmicos, civis, etc.
O projeto do teatro também proporciona uma forte ligação visual com a praça e Igreja Matriz,
de forma que a sua cobertura abriga um grande espelho d’água com fontes, formando um
mirante. O caminho do mirante forma uma passarela que se encontra com o eixo central da
praça, chegando até a Igreja.
Na Oficina Técnica realizada para a 3ª Atividade da RPDE de Araxá foi identificada a necessidade
de potencializar a utilização do teatro, uma vez que o local se encontra subutilizado considerando
a estrutura existente.
No ano de 2008, existia um total de 101 equipamentos de lazer e esporte, dentre eles ginásios,
quadras poliesportivas, campos, como pode ser visto na Tabela 20 abaixo.
Tabela 20 - Equipamentos de lazer e saúde
Especificação Quantidade
Ginásios Municipais 07
Ginásios Poliesportivos em Escolas Estaduais 15
Quadras Poliesportivas e de areia em Escolas Estaduais 06
Campo de Futebol em Escolas Estaduais 01
Quadras Poliesportivas em Escolas Municipais e Conveniadas 09
Campos de Futebol em Escolas Municipais e Conveniadas 04
Ginásio Poliesportivo em Escolas Municipais e Conveniadas 02
Quadras Poliesportivas em Praças Esportivas da PMA 12
Campo Society em Praças Poliesportivas da PMA 02
Ginásios Particulares 05
Associações de Funcionários e Clubes 13
Campos de Araxá 13
Campos Rurais 12
Total 101
Fonte: Departamento de Esportes da Prefeitura Municipal de Araxá, 2013. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de
Cidades, 2021.
O antigo ATC e o CSU dispõem de acessibilidade completa com banheiros próprios, entrada
apropriada, sinalização e espaços definidos, ao passo que no estádio, não existem banheiros
apropriados para receber pessoas com necessidades de acessibilidade. Os demais equipamentos
mencionados necessitam de adaptações para acessibilidade como rampas e banheiros
apropriados. Com exceção do Bucaranã, que necessita de reforma geral para seu funcionamento,
todos os espaços recebem atividades e atendem às expectativas da população araxaense.
Atualmente, a Acessoria de Esportes Amador e Rural tem desenvolvido projetos que envolvem a
prática de modalidades diversas, contemplando um público também diverso. Com vistas a
propiciar a prática de esportes ao público com deficiência são oferecidos esportes paralímpicos
como atletismo e natação na piscina do ATC às terças, quartas e sextas-feiras, sendo ofertado
também o transporte dos atletas. No mesmo espaço, às quartas e sextas-feiras é oferecida
escolinha de futebol feminino com jovens de 10 a 15 anos.
Cabe destacar que está prevista para o ano de 2022 a retomada do projeto Bom de Bola, Bom
na Escola em parceria com os CRAS de Araxá, com treinamento de futebol no estádio Fausto
Alvim.
Além dos equipamentos citados, o município dispõe40 de praças (62) e parques, que contém
equipamentos para a prática esportiva e mobiliários para atividades passivas como a Praça da
Mangueira, que contém bancos e tratamento paisagístico.
Ainda conforme este setor, não existe levantamento do mobiliário urbano, tampouco do estado
de conservação das praças e áreas verdes existentes no município. A manutenção dessas áreas é
de responsabilidade da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos que, semanalmente, publica
nos canais de comunicação da prefeitura, o cronograma de oferta desse serviço.
De acordo com apontamentos feitos durante a 3ª Atividade – Oficinas, embora o setor tenha
ampliado a oferta de programas e projetos, com a valorização da prática de esporte feminino,
por exemplo, muitos desses espaços, têm sido subutilizados no município.
Figura 37 - Praça da Mangueira
40 ARAXÁ, 2022.
O município de Araxá possui dois cemitérios urbanos públicos: Cemitério das Paineiras e
Cemitério São João Batista, localizados, respectivamente, na Rua Dois de Novembro, 104, no
bairro Centro e; Avenida Tancredo Neves, 2845-3007, no bairro Vila Silveria. As capelas
mortuárias existentes também são públicas.
4.7 SEGURANÇA
Araxá conta com o Plano Integrado de Segurança Pública que visa otimizar o sistema de
segurança no município por meio de ações de modernização, ampliação, proteção do patrimônio
público, qualificação e interação das forças de segurança41. De forma complementar ao plano, a
Lei nº 7.796/2022 institui o Conselho Municipal de Segurança Pública, o Fundo Municipal de
Segurança Pública e dispõe sobre a consolidação da Política Municipal de Segurança Pública
Segundo dados disponibilizados pelo IPDSA42, o município de Araxá dispõe das seguintes
unidades de segurança, conforme demonstra o Quadro 4 a seguir.
Quadro 4 - Equipamentos de segurança pública
Equipamento Endereço
Delegacia Regional de Polícia Civil Rua Cecílio Salomão, 110, bairro Centro
Delegacia Rural de Polícia Civil Rua Vítor Purri Filho, 191, bairro Guimarães
41 ARAXÁ, 2021.
42 http://ipdsa.org.br/dados/link/156/arquivo/Dimens__o%20Social_DP%20-%202014.pdf
Equipamento Endereço
Polícia Militar (sede) Rua Cecílio Salomão, 110, bairro Centro
Delegacia da Mulher Rua Calimério Guimarães, 515.
Corpo de Bombeiros Militar de Araxá Avenida Dâmaso Drumond, bairro Vila São Pedro
Av. Tenente-Coronel Hermenegildo Magalhães, 55
Cadeia Pública Municipal
Bairro - Orozino Teixeira
IML – Instituto Médico Legal Rua Cientista Djalma Guimarães, 20 - Guimarães
Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
Durante a realização da 3ª Atividade – Oficinas, foi destacado como aspecto positivo do setor a
existência do programa Olho Vivo, por outro lado, como ponto negativo, foi ressaltada a
inexistência de uma Guarda Municipal no Município que poderia suprir a necessidade de maior
monitoramento das praças e rodoviária do município. Demais informações sobre o setor não
foram disponibilizadas.
Foi constatado43 que existe uma carência no Município de Araxá com relação à gestão das áreas
pertencentes ao patrimônio do município que precisa ser superada. Em 2022, o Município não
usufrui de inventário atualizado dessas áreas e imóveis, sendo necessária a elaboração de
políticas estratégicas que visem o levantamento e a administração adequada deste patrimônio.
Nos eventos realizados para a 3ª Atividade da RPDE, também foi identificada a necessidade de
elaboração de um diagnóstico socioambiental participativo, para traçar as diretrizes do que a
população anseia nas questões vinculadas à cultura, esporte, lazer e segurança pública.
43 ARAXÁ, 2022.
5. INFRAESTRUTURA URBANA
5.1 SANEAMENTO BÁSICO
Embora não tenha sido institucionalizado, em 2016 o município de Araxá desenvolveu seu Plano
Municipal de Saneamento Básico, em conformidade com a Lei Federal nº 11.445/2007. No
anteprojeto de lei que integra o PMSB constam 28 ações de interesse local para o
desenvolvimento do setor. Das ações propostas, vale destacar a implantação de licenciamento e
fiscalização ambiental, com o controle das atividades potencial ou efetivamente degradadoras e
poluidoras; e o incentivo à adoção de posturas e práticas sociais e econômicas ambientalmente
sustentáveis.
Conforme PMSB, sob o controle da COPASA, o sistema de abastecimento de água de Araxá foi
um dos primeiros do país a obter certificação ISSO 9001/2000, fornecida pelo British Standarts
Institution – BSI, através da qual foram verificados e avaliados requisitos relacionados ao
atendimento à legislação, controle de qualidade do fornecedor com foco no cliente, capacitação
dos empregados, planejamento da qualidade, calibração de equipamentos de medição,
monitoramento e medidas de processos e produtos, processo para resolver reclamações do
cliente, ação preventiva e corretiva e melhoria contínua. Cabe destacar que no relatório de
avaliação da BSI constou como destaque o atendimento ao cliente, no caso, a população de
Araxá, atingindo acima de 90% de satisfação.
Conforme Tabela 22 acima, apreende-se que, em 2010, a maioria das formas de abastecimento
dos domicílios da área rural de Araxá era feita através de poço, com apenas 6 domicílios
abastecidos pela rede geral de água.
Para abastecer Araxá, a COPASA capta água nos córregos Areia, Feio e Fundo da sub-bacia
formada pelo Córrego Fundo. O Decreto Estadual n° 29.586/89 define como área de proteção
especial para fins de preservação de mananciais de água pelo município, os terrenos que
integram as bacias do Córrego Feio e do Córrego Fundo com superfície de 149 km² (IPDSA, 2002).
Existem três pontos de captação de água nesses dois mananciais, os quais alimentam uma
Estação de Tratamento de Água (ETA).
Cabe observar que Araxá possui uma estação anual de seca, fazendo com que a disponibilidade
hídrica diminua drasticamente nesta época. Os loteamentos das chácaras mais distantes, são
abastecidos por poços artesianos, muitas vezes sem os devidos procedimentos necessários para
garantir a qualidade da água.
Conforme dados levantados junto à ARSAE, agência reguladora dos serviços de água e esgoto
no Estado, no período de janeiro de 2019 a abril de 2021, não houve registro de racionamento
em nenhuma localidade do município. Também, de acordo a mesma, em 2021, Araxá contava
com 3.511 famílias beneficiadas com tarifa social44, correspondendo a 8,1% do total atendido.
De acordo com Tabela 23, durante o período de 10 anos analisados (2009 a 2019), o sistema de
esgotamento evoluiu, sobretudo no que diz respeito ao volume de esgoto tratado, cuja variação
foi de 2.067,06%, e à ampliação da extensão rede de esgotos, que passou 542,97km em 2019,
apresentando crescimento de 71,74%. As ligações e as economias tiveram um acréscimo de
42,74% e 33,84%, respectivamente.
Cabe ressaltar que o nível de atendimento do esgotamento sanitário se manteve alto, mesmo
com leve decréscimo de 2009, com 100% da população atendida e 94% em 2019. Entretanto,
nota-se um salto expressivo do esgoto tratado nesse período. Se em 2009, 5,37% do esgoto
coletado constava como tratado, em 2019, esse valor saltou para 100%, ou seja, todo o volume
de esgoto coletado (78,18%) recebe tratamento adequado no município.
Tabela 23 -Indicadores do sistema de esgotamento sanitário de água em Araxá, 2009 - 2019
Variação 2009-2019
Informações 2009 2019
(%)
População total residente (habitantes) 92.927 106.229 14,31
População total atendida com esgotamento sanitário 96.493 98.542 2,12
População urbana residente (habitantes) 91.398 104.655 14,50
Volume de esgoto coletado 3.701,81 4.314,41 16,55
Volume de esgoto tratado 199,09 4.314,41 2.067,06
Extensão da rede de esgotos 315,63km 542,07km 71,74
Índice de coleta de esgoto 77,28% 78,18% 0,9
Índice de tratamento de esgoto 5,37% 100% 94,63
Índice de atendimento urbano de esgoto 100% 94% 6
44Conforme ARSAE-MG, a tarifa Social é um benefício para as famílias de baixa renda que reduz em até 40% as
faturas dos serviços de água e esgoto da Copasa.
Variação 2009-2019
Informações 2009 2019
(%)
Quantidade de ligações de esgoto ativas 28.944 41.315 42,74
Quantidade de Economias ativas de esgoto 33.295 45.560 33,84
Fonte: SNIS, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
Conforme dados levantados junto à COPASA em 2022, o índice de atendimento aos serviços de
coleta e tratamento de esgoto é de 92,73%. Segundo a mesma, os bairros não atendidos referem-
se às áreas de ocupação irregular.
Dos efluentes gerados no município, os do tipo doméstico são os responsáveis pelo maior volume
gerado, provindo principalmente de residências e edificações públicas, onde se concentram os
aparelhos sanitários.
De acordo com a COPASA, no ano de 2015, os serviços de coleta de esgoto da ETE Central de
Araxá atendiam 90% da população urbana, sendo que as demais ETEs (Barreirinho, Barreiro, Boa
Vista, Camuá, Distrito Industrial e Universitária) complementavam a demanda da vazão para a
coleta de 100% do esgoto na área urbana do município.
De acordo com PMSB, o município não possui Plano Diretor de Esgotamento Sanitário. O
planejamento deste setor ocorre através de estudos internos da COPASA. Os investimentos em
andamento e previstos contemplam ampliações de todo sistema, envolvendo rede coletora e
estação de tratamento de esgoto. Considerando que este serviço atualmente atende toda a
população urbana da sede, deve ser prevista ampliação que priorize o atendimento nas regiões
carentes deste serviço.
O sistema de drenagem urbana de Araxá é operado pela Prefeitura Municipal, responsável pela
execução dos serviços de micro e macrodrenagem de águas pluviais e pelas instalações de
infraestrutura.
Conforme PMSB45 (2016), existem vários pontos sujeitos à enchente em Araxá. Uma das áreas está
situada no Córrego Grande, a partir do Bairro Bom Jesus até́ o Ana Pinto de Almeida. Essa parte
do córrego não está́ canalizada e não possui vegetação ciliar, além disso existem ocupações
irregulares às margens do rio, o que provoca o assoreamento do leito. A canalização do córrego
está prevista em projeto, no qual transfere-se o problema para jusante, evitando inundações em
área urbana.
Outros córregos que devem ser canalizados: Córrego Santa Rita, afluentes do Córrego do Meio
e o Córrego da Galinha. Este último não é canalizado e tem uma população irregularmente
instalada, apesar de não ter enchentes que provoquem inundações frequentes.
Cabe observar que ainda existem domicílios na cidade que não estão ligados às redes coletoras
de esgoto, lançando os efluentes na rede de drenagem, fossas negras ou em pequenos cursos
d’água.
Para além dos problemas citados, o PMSB, com base em análises de campo, aponta algumas
deficiências encontradas no município com relação à drenagem urbana, ocasionadas, sobretudo,
pela expansão da rede urbana sem o devido planejamento e que devem ser consideradas quando
da elaboração do plano aqui proposto.
45 Em conformidade com o Edital e Termo de Referência do Processo Licitatório 002/2014 e Ato Convocatório
009/2013, foram realizados, o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) e Plano Municipal de Gestão Integrada
de Resíduos Sólidos (PMGIRS) em 2016. Embora não tenham sido institucionalizados, os estudos têm norteado as
políticas relacionadas à melhoria da salubridade ambiental, proteção dos recursos hídricos e promoção da saúde
pública do município.
de morros, APP, planícies de inundação e áreas próximas a corpos d’água, que além de provocar
a diminuição das áreas permeáveis, também gera um aumento da vazão das águas pluviais que
são direcionadas para os leitos dos rios, ocasionando assim, enxurradas e enchentes em regiões
específicas.
• Rua TV Um, Rua TV Dois, Rua Isaura Maria, Rua Deolinda Dias Rosa, Rua Joaquim Geraldo
Filho, Avenida Dr. Pedro de Paula Lemos, Avenida Dr. Atílio Colombo, Avenida Ademar
Guimarães, Rua dos João-de-barro, Rua dos Beija-Flores, Rua Ermelinda Soares de
Lourdes, Rua Oscar Alves do Santos, Rua Cento e Dezoito, Rua Luzia de Rezende, Rua
Funcionário Guerra, Rua Odete C. Réis, Rua Pará, Rua do Matadouro, Rua Rosalvo Santos,
Avenida João Paulo II, Avenida Orcalino Afonso Ribeiro, Avenida Wilson Borges, Avenida
Divino Alves Ferreira, Avenida Pedro Honorato da Silva Rua Pedro Lemos, Rua José
Ângelo de Moura.
A ocupação irregular dos leitos dos rios também está relacionada, muitas vezes, com a disposição
irregular de resíduos nessas águas, sendo esta uma das principais causas de contaminação e
assoreamento. Dentre os inúmeros impactos negativos decorrentes dessa prática, nota-se a
poluição dos mananciais superficiais, a produção de odores desagradáveis, a poluição visual, a
depreciação das propriedades próximas à área e a perda da qualidade do ecossistema no
entorno.
A própria população acaba sendo vítima dessa poluição, contraindo doenças de veiculação
hídrica pelo contato com a água, principalmente quando há o transbordamento das águas em
épocas de chuvas intensas, como é o caso dos moradores do Bairro Urciano Lemos, que lançam
grande parte dos seus dejetos em locais inadequados, principalmente no entorno do Córrego da
Galinha.
A gestão de resíduos sólidos46 é realizada pela administração pública e por uma empresa
terceirizada (Liarth Limpeza Urbana). A empresa é responsável pelos serviços de coleta, transporte
e disposição final dos resíduos sólidos domiciliares.
Em 2022, 100% da população é atendida pelo serviço de coleta de lixo. Os resíduos de serviços
de saúde são recolhidos separadamente dos domiciliares, coletados e transportados em veículos
exclusivos. Todo o volume de resíduo coletado é encaminhado, temporariamente, até área de
transbordo localizada próximo à sede administrativa do aterro sanitário de Araxá.
Como sendo parte integrante da gestão dos resíduos sólidos urbanos, a reciclagem de materiais
segregados pela coleta seletiva, conforme PMGIRS, desempenha papel relevante para a
conservação e a preservação ambiental do município ao reduzir a geração de resíduos e
colaborar com a reinserção do material no processo produtivo, além de favorecer também a
inclusão social dos catadores informais a partir da organização de cooperativas e associações
que promovem a valorização deste trabalho.
Para a realização da coleta seletiva, a sede do município foi dividida em setores, de forma que
cada setor é atendido de segunda a sexta-feira, de 7 horas às 17 horas, com exceção do setor
central, cuja coleta se dá a partir das 18 horas.
46 IPDSA, 2021.
Durante a realização das atividades para a 3ª Atividade – Oficinas, foi informado que, embora a
coleta seletiva tenha sido objeto de planejamento do setor, ela ainda é ineficiente e não atende
todas as áreas da cidade. Nas oficinas também foi informado que as cooperativas e associações
competem diretamente com os catadores autônomos, que muitas vezes não respeitam os
protocolos estabelecidos pelo Poder Executivo.
O aterro sanitário de Araxá obteve licença ambiental definitiva aprovada pelo Conselho Estadual
de Política Ambiental do Estado de Minas Gerais (COPAM) com validade até o ano de 2014. Em
2022 a licença de operação do aterro está em processo de renovação.
O aterro sanitário tem capacidade volumétrica total de 751.362 m3, distribuídos em 6 plataformas
com altura máxima de 6 metros cada. A área total, somando o aterro sanitário com 14.593 m 2 e
o aterro controlado com 57.698 m2, é de 22 hectares e, considerando as ampliações previstas, o
local tem vida útil estimada de 20 anos.
Além de servir como depósito de rejeitos, o espaço físico possui sistema de drenagem especial,
direcionando todo o chorume resultante da decomposição dos resíduos para as piscinas
anaeróbicas de tratamento, evitando, assim, contaminações do subsolo e dos corpos hídricos.
Existe, ainda, o sistema de captação do biogás através de chaminés que direcionam para a
superfície os gases gerados pela decomposição do lixo, onde são queimados evitando-se, assim
possíveis danos à atmosfera e mau cheiro. Atualmente, o aterro recebe resíduos domiciliares,
parte dos resíduos de construção civil, animais mortos e resíduos de poda, capina e varrição.
Os resíduos de saúde são depositados em uma estação de transbordo localizada dentro dos
limites do aterro, para depois serem destinadas por empresa privada em conformidade com as
normas ambientais.
Com relação aos materiais recicláveis, sua triagem é realizada através das três cooperativas de
reciclagem existentes no município.
Em 2011 foram instalados ecopontos em diferentes pontos da cidade para o depósito de materiais
recicláveis e itens gerais, exceto resíduos orgânicos ou não recicláveis. Porém, devido a fatores
como falta de manutenção, falta de informação, entre outros motivos, estes locais acabaram
sendo inutilizados, o que fez com que a prefeitura encerrasse sua operação.
Os serviços púbicos de limpeza abrangem tarefas como varrição, poda de árvores, limpeza em
estabelecimentos públicos (capina de terrenos, limpeza de parques de exposição, limpeza de
cemitério, limpeza de feiras, limpeza de bocas de lobo etc.). Essas atividades são responsabilidade
do setor de Serviços Urbanos da PMA.
47 https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2021/09/03/interna_gerais,1302429/araxa-vai-trocar-2-mil-lampadas-
para-acabar-com-escuridao-na-cidade.shtml
48 https://www.araxaagora.com.br/noticia/comecam-obras-de-usina-fotovoltaica-que-deve-gerar-500-empregos-
em-araxa.
112,5MWp, a usina pretende gerar 275GWh por ano, o suficiente para abastecer mais de 120 mil
residências, evitando assim, a emissão de mais de 128 mil toneladas de CO2 na atmosfera.
Figura 40 - Outdoor informando sobre a Usina Fotovoltaica prevista em Araxá
A articulação viária municipal de Araxá é composta por rodovias federais e estaduais, sendo as
principais vias de acesso ao município: BR-146, BR-262, BR-452 e MG-428. Em 2022, estas vias
apresentam condição ruim de pavimentação. Apesar de a gestão dessas vias serem de
responsabilidade dos governos federal e estadual, é interessante que as administrações
municipais elaborem políticas estratégicas visando a manutenção.
A rodovia BR-262, além de ser a principal ligação da capital do estado com Araxá, também faz
integração de Minas Gerais com Mato Grosso do Sul e São Paulo, possuindo 2.213 km de
extensão. Em Minas gerais, a rodovia tem seu maior trecho e passa por cidades importantes como
Belo Horizonte e Uberaba.
Nacionalmente, esta rodovia representa importante papel dentro do complexo viário brasileiro,
pelo fato de possibilitar o escoamento de produtos agrícolas, pecuários, mineração e industriais
de municípios de matrizes econômicas diversificadas.
Ainda conforme a SMDR, a recuperação e readequação dessas estradas, das pontes e mata
burros é realizada diariamente através de programa específico (não indicado). A recuperação e
manutenção da pavimentação das vias e bolsões é feita com cascalhamento.
A malha viária de Araxá é formada por um traçado ortogonal e irregular, sobretudo, nas áreas
centrais, estruturada pelas avenidas Imbiara e Antônio Carlos, que cortam a cidade no sentido
norte-sul, assim como pela Av. Dâmaso Drummond, Av. Wilson Borges, Av. João Moreira Salles,
que juntas, contornam e cortam a cidade também nesse mesmo sentido. Na região central,
destacam-se as vias: Getúlio Vargas e Olegário Maciel, esta última, trata-se de uma via peatonal
e abriga diversas atividades de comércio e serviço.
Ao Norte, a Av. Amazonas faz conexão da cidade com o Aeroporto e Distrito Industrial e segue
para a BR-262. Já ao Sul, a Av. Geraldo Porfírio Botelho chega à Região do Barreiro e; a Av.
Tancredo Neves se conecta à MG-428 em direção à Franca. Contornando o município a Oeste, a
Av. José Ananias de Aguiar, popularmente conhecida como Comboio, cumpre a função de escoar
produtos produzidos no município, principalmente aqueles provenientes da mineração.
Uma boa arborização é essencial à qualidade de vida em uma cidade. Por suas
múltiplas funções, a árvore urbana atua diretamente sobre o clima, a qualidade
Em 2010, Araxá apresentava arborização em 81,0% das vias públicas50. Entretanto, em função do
lapso temporal desde a elaboração do último censo, esse valor deve ser revisto.
Conforme informações levantadas junto à Divisão de Meio Ambiente do IPDSA, o município não
dispõe de Plano Municipal de Arborização Urbana (PDAU). Entretanto, em 2008, com base no
Manual Técnico de Arborização e Poda do Município de São Paulo, foi elaborado o Manual de
Arborização, que objetiva estabelecer normas técnicas para promover a implantação da
arborização no espaço público, de modo também a prevenir as distorções causadas pela falta de
planejamento do município.
Para que seja realizada a poda e o corte de árvores no município, é necessário que os munícipes
retirem uma autorização no IPDSA. Atualmente, esse processo de solicitação de autorização está
passando por modificações, sendo prevista a possibilidade da realização do pedido de forma
online. Cabe destacar que desde novembro de 2021, o setor tem acompanhado e feito
levantamento georreferenciado das podas com base na emissão das autorizações.
Constam como maiores problemas enfrentados pelo setor relacionados à arborização municipal
de Araxá, a existência de árvores antigas e de grande porte, que muitas das vezes, acabam
causando danos e rompimentos das calçadas e tubulações existentes, além da obstrução de
mobiliário urbano, que pode gerar riscos aos transeuntes.
A Lei municipal nº 3.295 de 22 de setembro de 1997 disciplina o plantio, corte e poda de árvores
no Município de Araxá.
Além dessas iniciativas, conforme divisão de Meio Ambiente do IPDSA, as empresas Mosaic e
CBMM também produzem mudas e disponibilizam para a população.
Figura 41 - Arborização na Rua Dom José Gaspar
educação ambiental e jardinagem, atividades lúdicas e interativas, objetivando o fortalecimento dos vínculos familiares
e comunitários. Disponível em: <https://www.minasgerais.com.br/pt/atracoes/araxa/casa-do-pequeno-jardineiro>.
6. CONDIÇÕES FUNDIÁRIAS
A maioria dos municípios brasileiros sofreu um intenso processo de urbanização nas últimas
décadas. O crescimento da população, principalmente nos centros urbanos, junto ao despreparo
para receber este aumento populacional tem gerado impactos ambientais e intensificado as
desigualdades sociais.
Em 2000, havia 22.062 domicílios particulares permanentes em Araxá, após 10 anos este número
aumentou 32,74%, totalizando 29.287 residências. Comparando a quantidade de domicílios
urbanos, entre 2000 e 2010 Araxá vivenciou um aumento de 32,94% unidades, estas residências
atendem 98,41% da população da cidade mineira. A Tabela 25 apresenta a divisão entre os
domicílios rurais e urbanos, e compara com o crescimento populacional no mesmo período
(2000-2010).
Tabela 25 - Distribuição populacional (2000 - 2010)
População Domicílios
2000 2010 Variação (%) 2000 2010 Variação (%)
Urbana 77.743 92.284 18,70 21.668 28.807 32,94
Rural 1.254 1.388 10,68 394 480 21,82
Total 78.997 93.672 18,57 22.062 29.287 32,74
Nota: (1) Domicílio Particular Permanente é o domicílio que foi construído a fim de servir exclusivamente para habitação
e, na data de referência, tinha a finalidade de servir de moradia a uma ou mais pessoas (IBGE, 2010).
Fonte: SIDRA, 2021 (Tabela 185). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2022.
O município não dispõe de Plano Municipal de Habitação, entretanto, foi expressa intenção do
setor para a sua elaboração quando da aprovação do novo Plano Diretor, que deve balizar as
diretrizes a serem previstas.
Para a análise das condições de moradia foram utilizados os dados elaborados pelo último Censo
do IBGE de 2010 e sistematizados pela Fundação João Pinheiro. Em 2010, o município contava
com aproximadamente 1.085 dos domicílios urbanos considerados inadequados em pelos menos
um componente, representando 3,70% do total de domicílios, 1.959 estavam vagos (6,68%), 1.410
apresentavam coabitação familiar (4,81%), 241 apresentavam condições precárias (0,82%) e 1739
tinham relativo ônus excessivo com aluguel (5,93%)52.
Com base nos dados fornecidos pelo Censo de 2010 também é possível analisar o tipo de material
utilizado nas paredes externas das residências. Com estes dados pode-se avaliar o nível do
padrão construtivo dos imóveis de Araxá. Conforme ilustrado pelo Gráfico 13, vê-se que
prevalecem as construções em alvenaria com revestimento, representando 89% dos domicílios.
A segunda tipologia mais recorrente é a de alvenaria sem revestimento com 9,6% das unidades
domiciliares. Assim, conclui-se que a grande maioria dos domicílios possuem boa condição
construtiva.
1%
Fonte: IBGE, 2010. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
Conforme consta na Tabela 28, o déficit habitacional total de Araxá, em 2010, era de 3.516
domicílios, sendo 3.486 residências na área urbana, o que representava 99,15% da demanda.
Tabela 28 - Déficit habitacional de Araxá, 2010.
Área urbana Área rural Total
3.486 30 3.516
Fonte: IBGE, 2010 em FJP, 2021.
Dos componentes que compõe o índice de déficit habitacional, o ônus excessivo com aluguel
representa maior parcela (49,47%), seguido da coabitação familiar (40,14%), como pode ser visto
na Tabela 29.
Tabela 29 - Componentes do déficit habitacional
Domicílios precários 241 Adensamento excessivo 124
Coabitação familiar 1.411 Déficit Habitacional total 3.515
Ônus excessivo com aluguel 1.739
Fonte: IBGE, 2010 em FJP, 2021.
53 FJP, 2021.
De acordo com informações obtidas junto à Secretaria Municipal de Ação Social, No ano de 2013,
em Araxá, constavam54 os seguintes cadastros para programas habitacionais no município,
separados por categorias:
Tabela 30 - Cadastros para Programas Habitacionais em Araxá
Categorias N de Cadastros
Arrimo de Família 1.773
Pessoas portadoras de deficiência 256
Pessoas idosas 243
Casal com filhos menores de idade 627
Número total de cadastros 3.134
Fonte: Secretaria Municipal de Ação Social, 2013. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
O setor de Habitação, por meio do comitê, planeja realizar, entre 2022 e 2023, 100 desocupações
de famílias residentes em áreas de ocupação irregular e de risco. Até julho de 2022 foram
realizadas 43 desocupações. No total, o comitê contabiliza 302 famílias atendidas entre as
desocupações e os trabalhos de conscientização.
Em Araxá, de acordo com dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Ação Social (Setor de
Habitação), foram identificadas áreas de invasão com 261 residências, isto é, áreas ocupadas
irregularmente por pessoas que não obtém título de propriedade do lote e sem a devida
aprovação do órgão municipal responsável. Nessas residências, vivem aproximadamente 302
famílias, distribuídas por bairro conforme Quadro 8, ocupando, muitas das vezes, áreas
institucionais, áreas verdes e APP do município.
Quadro 8 - Ocupações irregulares em Araxá
Bairro Residências Bairro Residências
Abolição 01 Salomão Drummont 09
Aeroporto 14 Santa Maria 23
Ana Pinto de Almeida 49 Santo Antônio 01
Armando Santos 05 São Domingos 09
54 ARAXÁ, 2021.
55 PINTO, 2006.
Segundo dados disponibilizados pelo setor de Meio Ambiente do IPDSA, em 2021, foi feita a
remoção de 44 assentamentos irregulares na Rua Pará, situados junto à APP do Córrego Santa
Rita.
No município também foram identificados loteamentos clandestinos, tanto em área urbana como
rural (identificados no PDE vigente como chacreamentos), sendo áreas nas quais o proprietário
do lote subdivide o mesmo sem o controle e a anuência do poder público municipal, a exemplo
do loteamento Boa Vista, Encontro das Águas, entre outros. Nas zonas rurais, cabe destacar que
a regulamentação e ocupação do solo competem à União e não ao município.
Com relação aos loteamentos em área urbana, frequentemente, estes são divididos em frações
inferiores ao permitido na Lei Federal de Parcelamento do Solo Urbano (Lei nº 6.766/79 e suas
alterações) e não possuem a infraestrutura mínima exigida pela legislação urbanística municipal.
Os loteamentos clandestinos são também irregulares quanto à legislação registrária, visto que os
“lotes” são vendidos de maneira informal.
Sendo assim, faz-se necessário prever diretrizes para novas políticas públicas de habitação,
visando coibir a implantação de novas ocupações irregulares no território municipal,
principalmente nas áreas urbanas. Quanto à regularização destas áreas, é necessário estudo
específico de cada uma delas, para avaliar a viabilidade e a possibilidade de regularização nos
moldes da Lei Federal nº 13.465/2017.
Conforme dados obtidos junto à SMDR, em Itaipu constavam ocupações irregulares, e de acordo
com informações coletadas na 3ª Atividade – Oficinas, é prevista a implementação de perímetro
urbano neste local, para fins de regularização.
Com vistas a mitigar o déficit de moradias no município, de acordo com levantamento realizado
junto à Secretaria Municipal de Ação Social, foram entregues 5 e estão sendo previstos 2
empreendimentos compostos por unidades Habitacionais de Interesse Social – HIS, cujos
projetos estão representados na Tabela 31.
Tabela 31 - Empreendimentos Habitacionais realizados em Araxá (2011 - 2016)
Ano Empreendimento Execução Nº de unidades
2011 Max Neumann Executado 497
2013 Residencial Pão de Açúcar III Executado 500
2014 Residencial Villa Verde Executado 223
2014 Residencial Villa Mayor Executado 233
2016 Residencial Pão de Açúcar IV Executado 500
- Residencial “Guaraci” Prevista -
Bairro no antigo loteamento Nosso Lar Prevista -
Fonte: Secretaria Municipal de Ação Social, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
Junto à sede da Secretaria de Ação Social, encontra-se o setor de Habitação, de modo que
desenvolvem ações integradas e articuladas que visam facilitar o acesso à moradia digna e reduzir
o déficit habitacional do município. De forma conjunta, executam ações como: atendimento,
orientação e acompanhamento das famílias beneficiadas do Programa Minha Casa Minha Vida
(MCMV), averiguação e visita técnica em imóveis com indícios de irregularidade,
acompanhamento e avaliação para locação de imóveis para o benefício de aluguel social, entre
outras.
No ano de 2022 o Setor de Habitação desenvolve os programas Projeto Mãos à Obra, Planta
Popular e o REURB (em parceria com o Governo do Estado de MG).
Durante a realização da 3ª Atividade – Oficinas, sobre o tema, foi informado que o setor carece
de um Projeto de Habitação Popular contínuo e de um Plano Municipal de Habitação. Também
foi destacada como ação positiva, a ativação do Conselho Municipal de Habitação no município.
7. MOBILIDADE URBANA
A mobilidade urbana figura como um dos principais componentes do direito à cidade e da
formação de centros urbanos mais sustentáveis, inclusivos, humanos, justos e economicamente
eficientes. Uma mobilidade acessível, além de garantir o direito de ir e vir, contribui para a
efetivação de outros direitos sociais como educação, saúde e cultura.
A Política Nacional de Mobilidade Urbana, Lei nº 12.587/2012, que deve ser seguida em todo país.
Fundamenta-se nos princípios de acessibilidade universal, desenvolvimento sustentável,
equidade no acesso ao transporte coletivo e ao espaço público, na gestão democrática, na
segurança no deslocamento, na justa distribuição de ônus e bônus e na eficiência, eficácia e
efetividade da circulação urbana e da prestação de serviços de transporte.
Nesse sentido, a mobilidade deve ser priorizada na formulação das políticas públicas que visem
o planejamento e a orientação das dinâmicas urbanas. O Plano Diretor, por sua vez, deve prever
contribuições para a melhoria das condições de mobilidade nos municípios, indicando diretrizes
para a formulação de uma política municipal voltada ao desenvolvimento de uma cidade mais
inclusiva e segura, capaz de favorecer a livre circulação de pessoas e mercadorias.
Araxá não possui um Plano de Mobilidade Urbana, no PDE vigente (Lei n5.998/2011), o capítulo
IX é dedicado ao tema, contemplando diretrizes concernentes à mobilidade e ao transporte
público.
Para avaliar a adequação atual e futura do deslocamento não motorizado, a análise será dividida
em dois tópicos: deslocamento cicloviário e deslocamento peatonal (pedestres).
O uso da bicicleta tem aumentado muito no Brasil, onde grande parte da população adota a
bicicleta como principal meio de transporte, devido à facilidade de uso, aos custos mais reduzidos
de manutenção e à promoção e melhoria da qualidade de vida e bem-estar físico.
• Infraestrutura contínua;
Deve ser considerado no planejamento viário a garantia de uma locomoção urbana eficaz, de
modo a possibilitar e/ou aprimorar a acessibilidade universal para pedestres, sobretudo daqueles
que apresentam algum tipo de Mobilidade Reduzida (PMR) ou Pessoas com Deficiência (PCD).
As calçadas, como sendo espaços reservados para a circulação e permanência dos pedestres,
devem ser concebidas e qualificadas, de modo a favorecer as condições de caminhabilidade56 e
se tornarem espaços seguros para os deslocamentos a pé.
Para que seja garantida a qualidade das calçadas, é importante que seu dimensionamento
considere o fluxo de pedestres, possibilitando a configuração de uma rede de caminhos que
visem estimular os deslocamentos a pé. Ainda, a fim de que componham um ambiente
confortável para a convivência entre as pessoas, é essencial que as calçadas disponham de
mobiliário, vegetação, iluminação, além de um sistema de drenagem das águas da chuva
eficiente. A pavimentação deve ser firme e contínua, de modo a conferir conforto e segurança
aos pedestres, incluindo facilidades para PMR e PCD. Além disso, a sinalização deve ser coerente
com a dinâmica e ambiente urbano por onde as pessoas caminham57.
Nos últimos anos, em Araxá, foram feitas melhorias nas calçadas e passeios públicos,
principalmente em áreas centrais urbanas, entretanto, ainda são observados muitos pontos que
necessitam de adequações, sobretudo no que diz respeito à acessibilidade desses espaços
públicos.
56 De acordo com o Índice de Caminhabilidade elaborado pelo ITDP, o conceito de caminhabilidade (walkability, em
inglês) foca nas condições do espaço urbano vistas sob a ótica do pedestre. Em linhas gerais, pode ser definido
como a medida em que as características do ambiente urbano favorecem a sua utilização para deslocamentos a pé.
Disponível em: < http://itdpbrasil.org/wp-content/uploads/2019/05/Caminhabilidade_Volume-3_Ferramenta-
ALTA.pdf>.
57 WRI Brasil, 8 Princípios das Calçadas. Disponível em: <https://wribrasil.org.br/sites/default/files/8-Principios-
Calcada_2019.pdf.>.
Também nas áreas centrais, cujo traçado remonta ao início da ocupação da cidade, são
observadas calçadas com dimensões reduzidas, que, muitas das vezes, inviabilizam ou dificultam
o deslocamento dos pedestres, comprometendo também a segurança desses.
Figura 44 - Calçadas estreitas na Rua Cônego Cassiano
Com vistas a privilegiar o deslocamento do pedestre, no ano de 2013, como parte do projeto de
Revitalização Urbanística e Arquitetônica da Região Central, foi realizada a construção do
Calçadão da rua Presidente Olegário Maciel, passando a ser uma via exclusivamente peatonal,
conhecida por abrigar grande diversidade de atividades comerciais e de serviços.
Neste sentido, verifica-se que comércios, bares e restaurantes utilizam os passeios públicos como
extensão de suas vitrines, vagas de estacionamento e para disposição de mesas e cadeiras,
prejudicando a fluidez dos deslocamentos.
Figura 46 - Calçada usada como estacionamento de estabelecimento comercial
O transporte público coletivo de Araxá é realizado por uma empresa terceirizada, a Vera Cruz
Transporte e Turismo LTDA, e está dividido em 23 linhas de transporte, formando 23 rotas que
atendem quase toda a extensão da área urbana, operando de segunda à domingo das 6:00h às
22:50h.
Conforme informações levantadas junto à Vera Cruz, constam como áreas não servidas:
loteamento Veredas Belvedere, Jardim Europa IV e V, Vilagio II, Vila das Artes e; áreas deficitárias:
Residencial Camua, Residencial Vilagio I.
58 Ministério Público do Estado de Minas Gerais, embasado nos Procedimentos Extrajudiciais n 09/2010, 53/2011,
13/2013, 14/2013 e 18/2013 da 1ª Promotoria de Justiça de Araxá – Curadoria do Meio Ambiente e Urbanismo.
de 2019, quando foi feito o último ajuste do valor das tarifas, têm-se cobrado R$3,90 daqueles
que usam o cartão da empresa (VC card) e R$4,00 para os que compram em dinheiro.
No município, existe um ponto principal onde se encontram todas as linhas, porém, este tem
atuado no limite de sua capacidade, e não possui infraestrutura básica para o usuário, não
havendo banheiros públicos disponíveis, por exemplo.
Figura 48 - Ponto de ônibus com abrigo e transporte Coletivo em Araxá
A Vera Cruz ainda indica que há 530 pontos de ônibus distribuídos no município, sendo que,
destes, apenas 65 possuem abrigo e nem todos dispõem de dispositivos com informações de
trajeto e horários, sendo essa uma responsabilidade atribuída à Prefeitura.
Durante a realização da 3ª Atividade – Oficinas, para além das questões expostas, foi ressaltada
a insuficiência de pontos de ônibus no município e a dificuldade de acesso aos pontos turísticos
através do transporte público municipal.
Suprir as necessidades básicas de uma população requer, entre outras ações, a formulação de
planos e programas sociais que, para serem implementados de maneira adequada, precisam, no
mínimo, se basear em uma previsão do tamanho desta população. As projeções populacionais,
para o setor público, auxiliam no conhecimento e quantificação de demandas futuras de diversas
naturezas59.
Diversos são os métodos e modelos matemáticos aplicados aos estudos populacionais. Dados
históricos, socioeconômicos como os índices demográficos disponíveis, são variáveis importantes
e que devem ser analisadas no processo, considerando que cada município possui uma realidade
particular.
Com base nas variáveis analisadas no item 3.1 Demografia, optou-se pela utilização do modelo
matemático logístico como método para projeção populacional do Município de Araxá e dados
de todos os censos demográficos disponíveis. Este modelo, dado por uma equação diferencial, é
descrito matematicamente por:
L
p (t) =
1 + 𝑘′𝑒 −𝑘𝑡
Onde:
(𝐿−𝑃 )
K’: 𝑃 0 : fatores inibidores de crescimento (constante);
T: tempo;
k: taxa de crescimento (constante);
L: carga de suporte ou limite da população (constante);
P (t): população no tempo t.
Os resultados encontram-se no Quadro 9, e por meio de sua análise é previsto que a população
de Araxá aumente 24,4% até 2033, com 26.455 habitantes a mais, apresentando um crescimento
médio de 2.405 habitantes por ano.
Quadro 9 - Projeção populacional por ano
Ano População Ano População Ano População
2000 78.997 2024 114.471 2029 125.125
2010 93.672 2025 116.482 2030 127.449
2021 108.403 2026 118.551 2031 129.843
2022 110.610 2027 120.679 2032 132.312
2023 112.514 2028 122.870 2033 134.858
Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
59 BRITO et al.,2010
A projeção populacional apresentada utiliza os dados censitário dos anos 2000 e 2010 e a
estimativa divulgada pelo IBGE para o ano de 2021, por isso, pode estar diferente da realidade
atual.
Considerando o cenário econômico de Araxá, com a expansão da oferta de mão de obra por
meio da chegada de novas empresas e indústrias no município, é prudente que as gestões
públicas considerem um crescimento populacional mais acelerado que o exposto no Quadro 9.
Este cenário possibilita um aumento na população economicamente ativa, impactando de
maneira direta o indicador da razão de dependência apresentado item 3.1 deste produto.
Com base no diagnóstico contido na 2ª Atividade da Revisão do PDE, no presente tópico é feita
a avaliação da capacidade de suporte municipal, num horizonte de 10 anos, em relação aos
seguintes itens: suporte ambiental, de infraestrutura, equipamentos e serviços públicos.
A classificação dos tópicos considera as estruturas existentes em Araxá e extrapola o cenário para
definição das capacidades, caso nenhuma política ou estratégia seja alterada.
REGULAR
Não há grandes problemas
Para tanto, é recomendável cautela na aprovação de novos loteamentos, visando não impactar
de maneira negativa, principalmente, os pontos de captação de água para abastecimento do
município, localizados à leste da sede, as APP e áreas com caracterização de qualidade de flora
e fauna importantes para o contexto ambiental. Outro fator relevante, que influencia diretamente
na expansão da malha urbana, é a existência das mineradoras que, devido à sua atividade,
necessitam que locais estratégicos não sejam ocupados para promover a segurança desta
comunidade mineira.
Referente aos locais de floresta nativa e de preservação permanente, Araxá possui áreas de
proteção especial localizadas à leste no município, com potencial para serem transformadas em
Unidade de Conservação. Um segundo ponto positivo é a instituição de 5 RPPN, que podem ser
canais para promover a conscientização dos habitantes em prol do engajamento das questões
ambientais.
O município é permeado por recursos hídricos e, em 2022, não apresenta problemas críticos com
poluição e fornecimento das águas. Entretanto, deve-se incentivar a fiscalização de atividades
que podem ocasionar contaminação (atividades agrícolas, mineração, cemitérios).
REGULAR
Políticas estratégicas são
necessárias
Para a iluminação pública, sugere-se a permanência das ações de substituição das lâmpadas de
sódio por LED e a busca pela solução dos conflitos da iluminação pública com a arborização
urbana.
Quanto à mobilidade urbana e sistema viário, o Poder Executivo deve focar na implementação
de projetos e ações de incentivo ao deslocamento não motorizado, visto que, assim como
apontado na análise do capítulo 7 Mobilidade Urbana, Araxá apresenta, em parte de seu
território, condições físicas favoráveis a adoção de modos ativos de deslocamento. Ademais,
verificou-se a necessidade de aprimorar os serviços de fiscalização da construção e ocupação das
calçadas, para que sejam executadas conforme especificado por lei.
BOA
Estrutura robusta
Araxá possui uma robusta estrutura de atendimento aos munícipes e, considerando as políticas
atuais e as correlacionando com a projeção de aumento populacional, o município encontra-se
alinhado com as diretrizes para o desenvolvimento sustentável.
9. GESTÃO MUNICIPAL
9.1 FINANÇAS PÚBLICAS
Entende-se o conceito de finanças públicas como o conjunto de ações e problemas que integram
o processo de arrecadação e execução de despesas pela administração pública e a gestão do
patrimônio público. Abrangem todos os atos relativos à arrecadação de tributos, captação de
outros recursos, formulação e execução dos orçamentos, realização de compras, fiscalização,
controle interno e prestação de contas.
Para que o governo possa realizar políticas de alocação e de realocação de recursos escassos,
torna-se imprescindível a existência de fontes de arrecadação de recursos, necessárias ao
pagamento do que chamamos de estrutura pública, responsável pelos estudos e aplicação de
políticas econômicas objetivadas na equidade e no crescimento da renda.
Este tópico apresenta dados estatísticos, a partir das variáveis “Receitas” e “Despesas” relativos ao
período 2018-2020 no município de Araxá, sendo utilizados implicitamente os dados de 2017 para
demonstrar a variação percentual de 2018 e, por conseguinte, em relação aos demais anos. Em
todas as análises, as variações que apontam o desempenho em relação a determinado ano são
combinadas com o valor do ano anterior. As informações utilizadas foram extraídas da Secretaria
do Tesouro Nacional – SICONFI/FINBRA, Prefeitura Municipal de Araxá e IBGE. Os valores
atribuídos para os documentos foram atualizados, ou seja, foram deflacionados a preços
constantes de 2020, de acordo com os indicadores oficiais utilizados para correção de valores.
60Receitas Correntes - Receitas que apenas aumentam o patrimônio não duradouro do Estado, isto é, que se
esgotam dentro do período anual. Compreendem as receitas tributárias, patrimoniais, industriais e outras de
natureza semelhante, bem como de transferências correntes (STN, 2016).
A Tabela 32 a seguir, apresenta as análises das receitas orçamentárias do Município de Araxá com
valores atualizados ou deflacionados a preços constantes de 2020.
Tabela 32 - Receitas Orçamentárias Municipais, valores deflacionados a preços constantes de 2020,
período 2018-2020 (R$ 1,00)
Receita Receita Corrente
Dedução da Receita
Receita Corrente Intraorçamentária Receita de
Ano Receita Orçamentária
Corrente (1) Líquida (4) Capital (5)
Corrente (2) (6) = (1+4+5)
(3) = (1-2)
2018 426.777.357,93 44.515.438,97 382.261.918,95 17.880.560,78 5.882.562,69 450.540.481,40
2019 474.153.087,34 44.641.351,60 429.511.735,74 14.003.099,95 5.210.352,68 493.366.539,97
2020 482.807.772,57 46.586.810,10 436.220.962,47 24.212.796,78 5.685.525,97 512.706.095,32
Média 461.246.072,61 45.247.866,89 415.998.205,72 18.698.819,17 5.592.813,78 485.537.705,56
Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura Municipal de Araxá, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidade.
As deduções das Receitas Correntes legais responderam, em média, por 9,81% da Receita
Corrente e 9,32% da Receita Orçamentária, cujos recursos financeiros devem ser realocados na
Educação. A Receita Corrente Líquida média (Receita Corrente - Deduções da Receita Corrente)
representa 85,68% das receitas orçamentárias (Tabela 32).
As receitas correntes de 2018 caíram -2,73%, aumentaram 11,10% em 2019, e 1,83% em 2020,
representando um ganho acumulado real de R$56.030.414,64 nos três anos, período no qual o
61 Receitas que apenas aumentam o patrimônio duradouro do Estado, como, por exemplo, aquelas provenientes
da observância de um período ou do produto de um empréstimo contraído pelo Estado em longo prazo.
Compreendem, assim, a constituição de dívidas, a conversão em espécie de bens e direitos, reservas, bem como a
transferência de Capital (STN, 2016).
62 As variações medem os níveis de crescimentos das rubricas relacionadas as receitas orçamentárias oriundas das
10,00%
8,00%
6,00%
4,31% 4,52% 4,19%
3,75% 3,40%
4,00%
1,83%
2,00%
0,00%
2018 2019 2020 Média
-2,00%
-2,73%
-4,00%
Fonte: STN/FINBRA e SEFA-PR, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades
O desempenho da Receita Corrente foi satisfatório somente no ano de 2019, com crescimento
de 11,10% superando o índice de inflação do ano. Esse crescimento foi capaz de suprir as perdas
financeiras do ano de 2018 aos cofres públicos do município, haja vista, a defasagem das taxas
entre as receitas correntes e a inflação. Em 2020, as receitas correntes com crescimento de 1,83%
não superaram a inflação de 4,52%, o que interfere no planejamento das contas públicas, visto
que os orçamentos são projetados, no mínimo, de acordo com a inflação.
A média entre 2018 e 2020 demonstrou que a inflação superou os índices médios de crescimento
das receitas correntes em 0,79% (Inflação de 4,19% adicionada ao crescimento de 3,4%). Houve
perda financeira média no período, se concretizou ao desempenho das receitas correntes de
2020 e 2018, já que em 2019 os resultados foram acima dos índices inflacionários. Assim, o
crescimento das receitas correntes atualizadas no período 2018-2020, quando comparado à
inflação, se constituiu em perdas financeiras para o município, mostrando o peso inflacionário
para o período nas receitas correntes (Gráfico 14).
Sobre as Receitas de Capital, o crescimento médio foi de 0,72%, marcado por oscilações em seus
valores, o que influenciou o aumento de 4,48% em 2018, retração de -11,43% em 2019 e de 9,12%
em 2020. Dessa forma, o Município possui crescimento acumulado decrescente de -3,35%, o que
se faz necessário averiguar a arrecadação tributária para fazer frente às despesas de capital e
atingir as metas de crescimento e desenvolvimento esperados.
As transferências são, portanto, uma das formas de tornar o setor público mais bem desenhado,
sendo seu uso destinado a compatibilizar as ações públicas com os recursos necessários para
atendê-las, de forma que possa maximizar o bem-estar da população63.
O crescimento acumulado das Transferências Correntes entre 2018 e 2020 foi de 12,40%,
considerando os valores de R$322.840.098,84 e R$362.863.578,16. Os valores advindos do FPM
e o ICMS configuram como os principais responsáveis dos repasses governamentais para o
Município.
Os níveis de crescimento das Transferências Correntes foram de -0,34% em 2018; 10,67% em 2019
e 1,56% em 2020, enquanto as Transferências Totais, foram de -1,10%; 9,88% e -1,98% no mesmo
período. Na média, as Transferências Correntes foram superiores às Transferências Totais, onde
a primeira, cresceu 12,40% e a segunda cresceu 3,58%, levando-se em conta os baixos valores
proporcionais das transferências de capital.
As Transferências Correntes são as mais representativas para os Municípios, por meio dos
repasses da União, Estado e Outras Transferências (Transferências Multigovernamentais,
Transferências de Convênios e Transferências de Instituições Privadas), em menor extensão
financeira que as Transferências de Capital (Tabela 34).
Tabela 34 - Transferências Constitucionais, valores deflacionados a preços constantes de 2020,
período 2018-2020 (R$ 1,00)
Transferências Correntes
Transferências Transferências
Ano Multigovernamentais Capital Totais (6)
Total (4)
União (1) Estado (2) Convênios e Outras (5) 4+5
1+2+3
(3)
• PIB com variação média real de -0,3% e inflação média de 4,19% referente ao período
2018-2020, parâmetro para comparativo com as finanças públicas municipais;
• FPM: retração média de -0,66%, devido ao crescimento de 3,36% (2018) e 4,20% (2019) e
a redução de -9,55% (2020) referente aos repasses dessa esfera;
• ITR: retração média de -15,77%, resultado das quedas em todos os anos, sendo: -5,53%
(2018); -29,44% e -12,34% em 2020.
2,40%
42,60%
33,65%
8,27%
Os dados de participação mostrados servem para consolidar os repasses do FPM como a principal
fonte de arrecadação para a maioria dos municípios brasileiros, de forma que Araxá não é
exceção, onde 42,60% das transferências da União são realizadas por meio do FPM.
Da receita total do ICMS, 25% (vinte e cinco por cento) são destinados aos municípios. No caso
do IPVA, 50% (cinquenta por cento) da arrecadação são destinados aos municípios nos quais se
verifique o licenciamento dos veículos. Trata-se dos valores mais expressivos na composição da
arrecadação municipal. As rubricas CIDE e SUS tiveram os menores níveis de crescimento real, ao
passo que a rubrica ICMS obteve maior média do período.
Os desempenhos reais das transferências constitucionais do Estado entre 2018 e 2020 foram:
• CIDE: retração de –28,46% em média no período 2018-2020, com reduções nos três anos
em 2018 (-23,18), 2019 (-41,77) e 2020 (-20,44%);
• IPI: crescimento média de 0,31%, com crescimento de 21,04% (2018), retração de 21,42%
(2019) e crescimento de 1,31% (2020).
Considerando valores atualizados para cálculo do crescimento acumulado entre os anos de 2018
e 2020, a distribuição das transferências constitucionais do Estado para o Município revelou a
configuração:
64 Contribuiu para esse resultado a elevação da frota de veículos do município de 68.390 para 71.611 que
corresponde ao crescimento acumulado de 4,71% entre os anos de 2018 e 2020. O crescimento na quantidade de
veículos do município de Araxá foi inferior ao da frota do Estado de Minas Gerais que foi contemplado com o
aumento de 7,70% resultado da frota de veículos de 11.191.341 para 12.053.218 conforme registro no Detran-MG.
A análise do crescimento acumulado entre 2018 e 2020, apenas o CIDE e o IPI o crescimento
acumulado tiveram retrospecto negativo. O desempenho crescente das demais transferências é
um handicap favorável para o município e o desafio é a utilização de métodos que venham fazer
as correções necessárias nas peças com dificuldades saúde financeira.
11,67% ICMS
IPVA
SUS
CIDE
IPI
85,46%
Outras
Fonte: STN/FINBRA/Secretaria de Estado da Fazenda (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades
Os dados de participação apresentados servem para consolidar os repasses ICMS como sendo a
primeira maior fonte de arrecadação do Munícipio e Araxá, onde 85,46% das Transferências do
Estado são realizadas por meio do ICMS.
O IPVA com 11,67% se consolida na segunda posição do ranking das transferências do Estado,
sendo uma importante fonte de arrecadação do Município.
O Gráfico 17, a seguir, apresenta a comparação entre os repasses do ICMS e do FPM com o total
das Receitas Correntes e Transferências Correntes do Município de Araxá.
Gráfico 17 - Comparativo entre o ICMS e FPM, Receitas Correntes e Transferências Correntes, valores
deflacionados a preços de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
600.000.000,00
500.000.000,00
400.000.000,00
300.000.000,00
200.000.000,00
100.000.000,00
0,00
RECEITA CORRENTE TRANSF. CORRENTE FPM ICMS
Fonte: STN/FINBRA/Secretaria de Estado da Fazenda (2019). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.
Considerando a média dos valores, o repasse financeiro oriundo do ICMS é o mais relevante
entre as Transferências do Estado, correspondendo a 46,30% das transferências correntes e
34,9% das receitas correntes. Por isso, propagandas institucionais a respeito da exigência da
emissão de Notas Fiscais é uma medida plausível para tornar os índices de transferências ainda
melhores.
O FPM participa com 13,68% das transferências correntes e 10,31% das receitas correntes, valores
significativos e motivadores para estimular o crescimento econômico municipal para atingir níveis
mais elevados. Juntas, as rubricas FPM e ICMS representam 59,97% das transferências
correntes e 45,21% das receitas correntes, as duas rubricas são imprescindíveis para a gestão
da administração pública municipal.
Para a análise da receita tributária de Araxá, foram estabelecidos os detalhes de cada rubrica
quanto ao crescimento dinâmico e acumulado e aos índices de participação no contexto da
Receita Própria e da Receita Tributária no período 2018-2020 (Tabela 37).
Tabela 37 - Receitas Tributárias, valores deflacionados a preços de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
Anos Média do Crescimento
período Médio
Receitas Municipais
2018 2019 2020 2018-2020 2018-2020
(R$) (%)
IPTU 19.842.904,49 18.308.671,40 16.050.188,50 18.067.254,80 8,40
ISSQN 27.443.185,61 32.434.771,62 31.659.560,67 30.512.505,96 5,47
ITBI 5.650.250,55 6.497.776,79 6.644.996,96 6.264.341,43 3,43
TAXAS 3.913.052,24 3.946.396,12 3.973.171,17 3.944.206,51 -2,03
Receitas Próprias 56.849.392,89 61.188.285,94 58.327.917,30 58.788.532,04 4,63
IRRF 9.751.952,37 11.356.621,41 13.000.374,59 11.369.649,46 12,04
Receitas Tributárias 66.601.345,26 72.544.237,35 71.328.291,89 70.157.658,50 5,76
Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura Municipal Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.
Mas mesmo diante deste quadro, vale recorrer à máxima de que os Municípios devem estruturar
e modernizar a sua administração tributária municipal, uma vez que é responsável pelo
lançamento, cobrança e inscrição na dívida ativa, no sentido de reduzir drasticamente a
inadimplência dos contribuintes.
Destaca-se que a arrecadação com IPTU e ISSQN, pela relevância no contexto da arrecadação
própria dos municípios brasileiros, representam os maiores níveis de arrecadação em Araxá,
tendo os maiores índices de participação na Receita Própria e na Receita Tributária.
O Gráfico 18 apresenta a participação média das rubricas IPTU, ISSQN, ITBI, Taxas, e IRRF em
relação ao total das Receitas Próprias e Receitas Tributárias do Município de Araxá.
Gráfico 18 - Comparativo da participação média das rubricas com as Receitas Próprias (RT) e as
Receitas Tributárias (RT), período 2018-2020
60,00%
51,90%
50,00% 43,49%
40,00%
30,73%
30,00% 25,75%
20,00% 16,21%
10,66% 8,93%
10,00% 6,71% 5,62%
0,00%
0,00%
IPTU ISSQN ITBI TAXAS IRRF
Fonte: STN/FINBRA/Prefeitura Municipal de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades
O ISSQN é a rubrica com maior participação na RP, com 51,90% e 43,49% na RT. O IPTU, com
participação média de 30,73% na RP e 25,75% na RT se constituindo como rubrica de segunda
maior participação. A rubrica IRRF, que integra apenas a RT e configura como uma ação de
responsabilidade do Governo Federal, responde por 16,21% Receitas Tributárias. O ITBI com
10,66% da RP e 8,93% da RT e as TAXAS com 6,71% de participação RP e 5,62% da RT.
Esses dados revelam a arrecadação do ITBI e TAXAS que se estabelecem como duas rubricas
importantes para medir o nível de comercialização imobiliária e de taxas referentes aos serviços
prestados pelo município são baixas e devem ser razão de análises das causas, bem como, as
ações dos gestores para aumentar a arrecadação das receitas próprias.
• IPTU: crescimento médio de 8,40%, com variações de 45,26% (2018); -7,73% (2019) e -
12,34% (2020). Essa rubrica é a segunda maior fonte de receita municipal com mais
viabilidade econômica, desde que utilizado os mecanismos eficientes de modernização
tributária. A perda acumulada no período atingiu o valor de R$3.792.715,99.
• Ressalta-se que o IPTU Per Capita (IPTU/População65 ) em 2020 foi de R$150,99 (valor
considerado baixo por ser uma base de cálculo anual).
65Considerando a população estimada de 106.299 no ano de 2020 e arrecadação de R$16.050.188,50 de IPTU que
resultou R$150,99 por habitante (STN, 2021).
• TAXAS: retração média -2,03%, retração de -7,61% (2018) e aumento de 0,85% (2019) e
0,68% em 2020. Essa rubrica se refere ao pagamento que a população efetua ao
Município para fazer frente às despesas públicas capazes de promover melhorias, tais
como, a valorização dos imóveis de propriedade privada, em virtude de obras públicas
como pavimentação, limpeza, coleta de lixo, iluminação, arborização etc. As perdas
financeiras acumuladas no período atingiram R$60.118,93 em função da retração na
arrecadação com as Taxas municipais.
• ITBI: crescimento médio de 3,43%, com retração de -6,99% (2018), crescimento de 15,00%
(2019) e de 2,27% (2020). O ganho financeiro acumulado perfez o valor de
R$994.746,41 ao final do período.
• IRRF: crescimento médio de 12,04%, acréscimo de 5,20% (2018); 16,45% (2019) e acréscimo
de 14,47% (2020). Os valores do IRRF são também oriundos dos pagamentos efetuados
aos servidores e aos serviços terceirizados por pessoas físicas e jurídicas. O ganho
financeiro acumulado perfez o valor de R$3.248.422,22 ao final do período.
Esse comparativo sustenta que as receitas municipais atingiram ganhos financeiros reais ao longo
do período, de acordo com o desempenho, porém, no efeito cascata, considerando os resultados
absolutos e reais dos anos 2018, 2019 e 2020, o IPTU, diferente das demais rubricas, mostrou
perdas de R$3.792.715,99.
A Gestão Pública deve investir e fortalecer o setor de tributos, provocando situações para tornar
mais eficiente a arrecadação das Receitas Próprias. Para isso, a qualificação dos servidores,
modernização tecnológica com equipamentos de informática e soluções de sistemas que venham
ao encontro das necessidades de alimentar os processos de cobrança e reaver os ativos
estocados no montante da dívida ativa dos contribuintes.
Não obstante, o ótimo desempenho das Receitas Próprias, para melhorar a arrecadação é
necessário o enfrentamento das demandas e dos investimentos suficientes para cumprimento
das obrigações constitucionais e da LRF com políticas públicas que promovam o desenvolvimento
e consequentemente, a melhor performance das rubricas inerentes. Com a elevação da Receita
Própria, a tendência é reduzir a dependência dos repasses constitucionais.
O Gráfico 19 apresenta o crescimento acumulado real da Receita Tributária por meio das rubricas:
IPTU, IRRF, ISSQN, Taxas e ITBI no período 2018-2020.
Gráfico 19 - Comparativo do crescimento acumulado das variáveis que compõem a Receita
Tributária, valores deflacionados a preços constantes de 2020, período 2018-2020 (%)
40,00% 33,31%
30,00%
20,00% 17,61%
15,36%
10,00%
1,54%
0,00%
IPTU ISSQN ITBI TAXAS IRRF
-10,00%
-20,00%
-30,00% -19,11%
Fonte: STN/FINBRA/Secretaria de Estado da Fazenda (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.
inflação de 3,75% para 4,52% no período, dados revelam perda financeira diante da
inflação;
Em resumo, fica evidente que o crescimento das TAXAS e IPTU é inferior aos índices inflacionários,
impactando negativamente nas Receitas Próprias do Município.
Apesar de adequadas as condições tributárias na gestão das Receitas Próprias, com o devido
cumprimento das normas constitucionais, devem-se estabelecer medidas sólidas e efetivas.
Assim, o espelho dos resultados acumulativos mostra que o norte das decisões é exposto com o
aumento da arrecadação e serviços públicos e a consequente melhora da qualidade de vida para
a população local e regional.
A Receita Tributária é uma parcela significativa da Receita Corrente, mostrando a correlação entre
ambas, conforme preveem as Finanças Públicas, significando o ingresso de recursos financeiros
para aplicação em despesas correspondentes ou para atividades correntes ou de capital, de
acordo os programas e ações de governo, para atendimento às demandas da coletividade.
Dessa forma, as receitas tributárias são de suma importância para a administração pública.
Portanto, devem ser dispendidos esforços para aumentá-las e, consequentemente, minimizar a
dependência das transferências constitucionais. Sua estrutura está demonstrada na Tabela 38.
Esses dados remetem à proposta de busca pelo Município por mecanismos eficazes para realizar
a atualização e modernização fiscal, com a finalidade de melhorar os índices de arrecadação e
ampliar os serviços públicos para a comunidade através de investimentos, além de reduzir a
dependência financeira das Transferências Constitucionais.
Despesa pública trata-se do conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos, a fim de
cumprir os compromissos assumidos de acordo com a Lei de Orçamento Anual (LOA), com o
intuito de viabilizar o funcionamento dos serviços públicos. Segundo Jund (2008), a despesa é
parte integrante do orçamento e corresponde às autorizações para os gastos com diversidade
de atribuições governamentais. Despesa pública também pode ser definida como o conjunto de
gastos realizados pelos entes públicos para custear os serviços públicos (despesas correntes)
prestados à sociedade ou para a realização de investimentos (despesas de capital).
Para fiscalização e planejamento das despesas, a Lei Complementar nº 101/2000, conhecida como
Lei de Responsabilidade Social (LRF), é um instrumento que fixa limites para o endividamento das
esferas governamentais, obrigando a definição de metas fiscais e anuais com as respectivas fontes
de receita para cada despesa.
O crescimento médio das Despesas de Capital atingiu 16,65%, devido às variações de 17,96%
(2018); -20,20% (2019) e 52,20% (2020). Destaca-se a baixa participação das Despesas de Capital
em relação as Despesas Orçamentárias, principalmente, em 2019 com 7,81%, o que dificultou a
realização de investimentos mais robustos.
compõem as despesas objeto desse estudo estão fragmentadas em despesas com pessoal e
encargos e juros e encargos da dívida pública pelo lado das despesas correntes e de outro lado,
os investimentos e amortização da dívida representando as despesas de capital.
Tabela 40 - Composição das Despesas Correntes e Despesas de Capital, valores deflacionados a
preços constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
Anos Média do Período
Elementos Contábeis
2018 2019 2020 2018-2020
Os elementos contábeis apresentados se referem às despesas habituais nas contas públicas, cujos
valores mais relevantes estão localizados nas Despesas Correntes que, sistematicamente, vêm
aumentando ao longo do tempo, mantendo um padrão de normalidade, ao passo que as
Despesas de Capital se mostram mais instáveis. Nesse contexto, as Despesas com Pessoal são as
mais acentuadas e geram as maiores preocupações (Tabela 40).
• Investimentos: crescimento de 20,88%. Com aumentos de: 26,74% (2018); -23,49% (2019)
e 59,39% (2020); e
Duas variáveis merecem destaque: o aumento dos pagamentos de juros e das amortizações da
Dívida, demostrando que, em média, o Município está cumprindo suas obrigações como devedor
e de outro com financiamentos de investimentos que acarretam pagamentos de juros devido às
operações de crédito.
Entretanto, mesmo que a partir do ano 2019, os valores investidos tiveram aumentado, houve
perda relativa da capacidade de investimentos, porém, no ano de 2020 observou-se que o
incremento de investimento foi relevante, recuperando-se da retração vivida no ano anterior.
Deduz-se, assim, que as contas de capital, tanto de Receita como Despesa, precisam ser
analisadas com critérios, de forma a repensar os investimentos necessários de curto, médio e
longo prazos para o Município.
De acordo com estudos realizados por Amarante e Moreira (2008) há uma tendência à diminuição
dos gastos com administração ao longo do tempo na economia brasileira. Para isso, a
racionalidade na gestão pública deve ser uma prática normal com a menor utilização de recursos
possível.
As despesas por função podem ser entendidas também como o maior nível de agregação das
rubricas das áreas de atuação do setor público para justificar a destinação dos recursos advindos
das Transferências Constitucionais, impostos, contribuições, taxas etc. Os gestores públicos
devem se atentar quanto à aplicação dos recursos para o bem comum de acordo com o
orçamento de despesa e receita, maximizando o respeito e confiança da população.
A análise das Despesas por Função demonstra o destino das Receitas Orçamentárias do
Município no período entre 2018-2020, objetivando mensurar a destinação dada pelo executivo
no que se refere à prestação de serviços à sociedade (Tabela 41).
Tabela 41 - Despesas por Função, valores deflacionados a preços constantes de 2020 e médias de
valores e participação do período 2018-2020 (R$ 1,00)
Despesas (R$) Médias
Função
2018 2019 2020 Valores (R$) Participação
Administração 61.745.335,75 66.915.077,26 62.362.050,80 63.674.154,60 15,18%
As Despesas por função atingiram crescimento médio real de 4,40%, crescimento superior à
inflação no período 2018-2020, que teve média de 4,19%. Com isso, a inflação teve um ritmo de
crescimento menos acelerado do que os gastos por função no período.
O Município de Araxá distribui as receitas orçamentárias para dezenove contas públicas, sendo
as principais localizadas nas despesas com Saúde, Educação e Administração. Essas despesas,
de acordo com detalhamento a seguir, são responsáveis por um percentual elevado de
participação nas despesas orçamentárias, haja vista a movimentação média em relação as
Despesas Orçamentárias referentes ao período 2018-2020 (Tabela 41).
As três maiores dimensões são responsáveis, em média, por 60,61% das Despesas Orçamentárias
do Município, equivalente ao valor de R$ 254.203.475,80. Para as demais funções, restaram
39,39%, correspondendo ao valor de R$165.180.262,64.
As três dimensões seguintes caracterizam outro importante grupo de Despesas por Função no
Município, com participação entre 6% e 11%, totalizando 25,05% em média com valor médio de
R$105.033.051,81:
• Urbanismo: 10,31%;
• Intraorçamentária: 3,96%
• Legislativa: 3,79%;
• Transporte: 1,39%
• Cultura: 1,26%
O crescimento médio real das despesas com Educação, Saúde e Administração no período,
conforme segue:
• Saúde: crescimento médio de 7,98%, com crescimento de 1,87% (2018); 11,52% (2019) e
de 10,54% (2020);
Tratamento especial está associado à despesa por função Encargos Especiais, a qual engloba as
despesas que dissociadas a um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente
(dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins). Obteve crescimento médio de 7,24% no
período de 2018 a 2020, devido à queda de -47,10% (2018); crescimento de 43,12% (2019) e
25,69% (2020).
Os gastos municipais tendem a aumentar de forma crescente devido à uma série de fatores, tais
como, o aumento das responsabilidades na execução das políticas públicas pelo Estado e pela
União, pois os municípios absorveram atribuições que antes eram executadas pelos outros entes,
caso da Saúde e Educação do ensino fundamental, entre outras.
Além do estudo das Despesas, cabe aos gestores, refletir sobre inovações qualitativas potenciais
e inovações nas ações governamentais, além dos processos e empreendimento realizados pelo
Município, dadas as carências existentes.
A análise das Despesas com Pessoal foi realizada em consonância com os limites estabelecidos
pela LRF, que, dentre outras atribuições, expressa os limites de Despesas com Pessoal sobre as
Receitas Correntes Líquidas RCL, as quais são apuradas somando toda a Receita anual, excluídas
as duplicidades (Art. 2º, §3, da LRF).
Em Araxá, a Despesa com Pessoal e Encargos é responsável por uma parcela significativa da
Despesa Corrente municipal. Entretanto, a participação financeira das Despesas com Pessoal
mostrou um bom desempenho no período 2018-2020, atingindo média de 52,34% da RCL,
inferior aos limites estabelecidos na LRF (Tabela 42).
Tabela 42 - Despesas com Pessoal em relação à RCL, valores deflacionados a preços constantes de
2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
Anos
RCL e Despesa com Pessoal
2018 2019 2020
Limite Prudencial (Parágrafo. Único, Art. 22 da LRF) 57% 217.889.293,80 244.821.689,37 248.645.948,61
Limite Máximo (Incisos I, II e III, Art. 20 da LRF) 60% 229.357.151,37 257.707.041,44 261.732.577,48
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.
Os dados evidenciam que o Município apresenta situação confortável em relação aos limites
estabelecidos pela LRF. Em se tratando das Despesas com Pessoal, a maior variação ocorreu em
2018, quando atingiu 53,77% e se aproximou do índice limite de 54,0%, mas não foi o suficiente
para deixar o Município com margem incômoda em relação aos limites estabelecidos por Lei.
O crescimento médio das despesas com pessoal e encargos de 3,5%, foi ligeiramente inferior à
taxa média de inflação em igual período. Destacou-se o crescimento de 7,58% das despesas com
pessoal no ano de 2019, entretanto, o Município reagiu no ano seguinte com crescimento de
2,16%.
Outro apontamento de relevância é que, apesar dos percentuais de gasto com pessoal, este gasto
elevou-se no acumulado do período em 9,91%, considerando os valores R$205.532.384,96 e
R$225.891.204,09. Comparando com os índices de inflação do período, que atingiram 2,95% e
4,31%, respectivamente, entende-se que houve extrapolação dessas Despesas, frente à linha
inflacionária, com valores e percentuais de utilização que podem comprometer aos limites
previstos na LRF.
O extrato das finanças públicas de Araxá está representado graficamente na simples comparação
da movimentação entre as receitas e despesas orçamentárias durante o período 2018-2020
(Gráfico 20).
Gráfico 20 - Execução Orçamentária, relação entre Despesa e Receita, valores deflacionados a preços
constantes de 2020, período 2018-2020 (em milhões)
550.000,0
512.706,1
493.366,5
500.000,0
450.540,5
450.000,0
350.000,0
2018 2019 2020
Fonte: STN/FINBRA e Prefeitura Municipal de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.
Os dados mostram uma aproximação acentuada e crescente entre as duas fontes (arrecadação e
gastos), com situação anormal no ano de 2020, em que as despesas ficaram muito próximas das
receitas com uma diferença de R$ 83.314.993,80. Assim, compete aos gestores públicos do
Município equalizarem as contas, principalmente em relação aos gastos de custeio.
Além disso, os Indicadores são capazes de medir as estratégias utilizadas pelos gestores públicos,
no sentido de justificar as tomadas de decisão na administração dos recursos, possibilitando a
caracterização das atividades e dos impactos no mercado de trabalho, na renda familiar e nas
finanças públicas municipais, além de permitir a análise das possibilidades de desenvolvimento
socioeconômico de Araxá.
Através desde índice, busca-se avaliar em que medida o Município depende das receitas
transferidas para poder oferecer o conjunto de bens e serviços à população. Trata-se da relação
entre Receitas Transferidas e Despesas Totais, em que quanto mais próximo de “1” maior a
dependência do Município em relação às transferências, conforme Tabela 44.
Tabela 44 - Indicador de Dependência, valores deflacionados a preços constantes de 2020, período
2018-2020 (R$ 1,00)
Ano Receita Transferida67 (A) Despesa Orçamentária (B) Indicador (A: B)
2018 325.403.016,48 401.198.672,37 0,81
2019 357.550.478,64 427.561.441,46 0,84
2020 364.613.534,26 429.391.101,49 0,85
Média 349.189.009,79 419.307.105,59 0,83
Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura Municipal de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.
Os indicadores de 2019 e 2020 são os mais preocupantes e merecem atenção por parte da
Administração Pública, no que se refere aos destinos dos recursos, à forma de racionalização e à
qualidade nos dispêndios públicos.
O indicador de financiamento dos gastos públicos permite mostrar a relação entre despesas
correntes e receita tributária, ou seja, em que medida o município consegue cobrir seus gastos
de custeio da máquina administrativa com sua arrecadação própria (excluídas as Receitas
Transferidas e Operações de Crédito). Quanto maior o índice, menor o esforço tributário.
Correntes e indicar as eventuais fragilidades da arrecadação, por meio das Receitas Tributárias
para compor o suporte financeiro e fazer frente aos gastos públicos.
Tabela 45 - Indicador de Financiamentos dos Gastos, valores deflacionados a preços constantes de
2019, período 2018-2020 (R$ 1,00)
Ano Despesa Corrente (A) Receita Tributária (B) Indicador (A:B)
2018 359.341.700,80 66.601.345,26 5,40
2019 394.159.917,47 72.544.237,34 5,43
2020 378.554.731,89 71.328.291,89 5,31
Média 377.352.116,72 70.157.958,16 5,38
Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura Municipal de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.
• R$ 5,40, em 2018;
• R$ 5,43 em 2019;
• R$ 5,31 em 2020.
Essa relação comprova a dependência do Município sobre outras fontes de recursos, inclusive
externos, por meio, de operações de crédito para cumprir as Despesas Correntes e de Capital. A
Receita Tributária participou, em média, com 18,59% em relação às Despesas Correntes e com
15,21% em relação às Receitas Correntes, refletindo assim, a baixa participação da receita
tributária para fazer frente aos gastos públicos.
Diante do crescimento da Receita Tributária, cuja média foi de 5,76% no período e do crescimento
das Despesas Correntes de 3,57%, apesar da melhora da participação da Receita Tributária,
recomenda-se atenção sobre os recursos disponíveis.
Todos os indicadores que possuem relevância que afetam o desempenho de uma gestão focada
nos aspectos econômicos e sociais. Em outras palavras permite aos gestores tomar decisões “mais
acertadas” aos anseios da população proporcionando consequentemente melhores benefícios
sociais para a população.
Tabela 46 - Indicador de Poupança, valores deflacionados a preços constantes de 2020
Ano Receita Corrente (A) Despesa Corrente (B) Poupança Indicador (A:B)
2018 426.777.357,93 359.341.700,80 67.435.657,13 1,19
2019 474.153.087,34 394.159.917,47 79.993.169,87 1,20
2020 482.807.772,57 378.554.731,89 104.253.040,68 1,28
Média 461.246.072,06 377.352.116,72 83.893.955,89 1,22
Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura Municipal de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.
Os números revelam, que quanto maior a Poupança, menor a Despesa Corrente, entretanto,
elevação na Poupança a partir de 2018 impactando no aumento a taxas crescentes das Receitas
Correntes. O Município passou a ter indicador de poupança acima de “1” em todos os anos.
• Elevação na despesa;
Os resultados mostram que, em média, para cada R$1,00 de Despesa Corrente, o Município
necessitou de R$ 1,22 da Receita Corrente no período. Os índices, a cada ano, demostraram que,
para cada R$1,00 de Despesa Corrente, foi necessário:
Isso reforça a tese de que são necessários cuidados, organização e modernização tributária, para
que o Município tenha capacidade financeira para formar reservas, objetivando incrementar os
investimentos públicos para atender as demandas crescentes da população.
Diante desse resultado, ganha força o argumento de que a poupança pública é um indicador que
deveria ser sistematicamente monitorado pelos executivos públicos, caso o objetivo seja atingir
taxas mais elevadas de crescimento. Nem sempre o objetivo é ter uma poupança pública mais
alta possível, mas sim financiar os investimentos necessários para promover o crescimento e o
desenvolvimento local.
Os resultados mostram que, para cada R$1,00 de Receita Orçamentária, o Município investiu, em
média, apenas R$0,08 no período 2018-2020. Nos resultados anuais, para cada R$1,00 de Receita
Orçamentária, o Município investiu:
As finanças públicas dos médios municípios, como no caso de Araxá, são significativas para a
realização de obras de investimentos que exijam grandes aportes de recursos, capazes de elevar
e melhorar a situação socioeconômica do município. Deste modo, Araxá, sinaliza uma boa
capacidade de investimento e, para isso, a readequação da destinação de recursos é
imprescindível.
O impacto dessas informações para a gestão dos recursos públicos, associado a estrutura
orçamentária municipal deve ser aprimorada, de forma a buscar uma gestão cada vez mais
comprometida com a população local.
Gráfico 21 - Comparação entre Capacidade de Investimentos e Investimentos, valores deflacionados
a preços constantes 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
120.000.000,00
102.467.838,50
100.000.000,00
76.669.263,69
80.000.000,00
62.556.065,00
60.000.000,00
49.051.167,42
40.219.364,27
40.000.000,00 30.773.577,27
20.000.000,00
0,00
2018 2019 2020
A questão investimento é crucial para a administração pública, porém, este envolve muitas regras
e o não cumprimento das mesmas pode limitar o desenvolvimento em todas as esferas de
governo. Pesquisadores mostram que os investimentos se elevam substancialmente com o
cumprimento das regras, pois possibilita resultados advindos de menor dívida em relação a
arrecadação, e isso faz com que a capacidade de poupança seja ampliada, como sendo um viés
importante para aumentar os níveis de investimentos.
Tem-se informações de que a LRF vem sendo cumprida, como por exemplo, limite de gastos com
pessoal que respeita os limites permitidos de acordo com a Lei. Assim, é importante se valer de
que as contas da prefeitura em equilíbrio, geram a percepção de ganhos coletivos.
II Secretaria de Governo;
De acordo com dados obtidos junto à Secretaria Municipal de Fazenda, Planejamento e Gestão,
no que diz respeito à estrutura administrativa atual, essa não atende à demanda do serviço
público municipal, assim como os edifícios que abrigam as unidades desta Secretaria carecem de
maior espaço físico para melhor distribuição dos setores e órgãos, fornecendo assim, melhores
condições de trabalho para seus servidores.
Quanto aos planos de carreira, no momento, apenas os profissionais da saúde são contemplados,
embora necessite de atualização. Com relação aos demais servidores, cabe destacar que o regime
jurídico do servidor público da administração direta, autárquica e fundacional do Município, de
ambos os Poderes, é estabelecido pela Lei nº 1.288/1974 (Estatuto dos Servidores Municipais),
suas alterações e leis complementares, observada ainda a legislação específica referente às
categorias funcionais.
Conforme descrito, em 1990 foi instituída a Lei nº 2.360, a qual modificou o Estatuto supracitado
em vários aspectos, especialmente no que tange às regras de progressão funcional horizontal, e
estabeleceu o quadro de pessoal, com respectivos cargos e vencimentos, que, todavia, carece de
atualização.
Importante ressaltar que no ano de 2021 foi protocolada na Câmara Municipal de Araxá um
Projeto de Lei que visa estabelecer um novo Estatuto aos servidores municipais, modificando
diversas regras do regime jurídico dos mesmos, a fim de modernizar as relações funcionais entre
os servidores e a Administração.
Uma vez aprovado o novo Estatuto funcional, o Poder Executivo Municipal pretende realizar
estudo técnico de atualização da estrutura de cargos, funções e vencimentos dos servidores, para
encaminhar projeto de lei que busque instituir o novo plano de cargos e vencimentos, com vistas
a valorizar o servidor público e consequentemente melhorar a qualidade dos serviços prestados
à comunidade.
• ordenar o desenvolvimento urbano para consecução das funções sociais da cidade, com
a distribuição adequada das atividades urbanas, formando parcerias e fiscalizando o
desenvolvimento urbano;
Na instância municipal, os conselhos são os órgãos que atuam no controle social das políticas
públicas e orçamentárias das diversas áreas do município. Em Araxá foram identificados os
seguintes conselhos:
Quadro 10 - Conselhos Municipais de Araxá
Conselhos Municipais Lei de criação
de Assistência Social – CMAS Lei n 3.057/1995
dos Direitos da Pessoa Idosa – CMIA Lei n 3.492/1999 – alterada pelas Leis nº 4.288/2003,
5.771/2010 e 7.269/2018
do Meio Ambiente – CODEMA Lei n 1.898/1984 – alterada pela Lei nº 7.200/2007
de Habitação – COMUHAB Lei n 3.292/1997 – revogada pela Lei nº 5.635/2009
dos Direitos da Criança e do Adolescente – Lei n 3.655/2000 – alterada pelas Leis nº 5.013/2007 e
CMDCA 6.087/2011
De Política Urbana – COMPUR Lei n 4.135/2002 – alterada pela Lei nº 5.998/2011
das Políticas sobre Álcool e Outras Drogas –
Lei n 6.016/2011 – alterada pela Lei nº 7.232/2017
COMAD
dos Direitos da Mulher – CMDM Lei n 3.977/2001 – revogada pela Lei nº 7.594/2021
do Turismo - COMTUR Lei n 7.235/2017 – alterada pela Lei n 7451/2020
do Patrimônio Cultural - COMPAC Lei nº 5.508/2009 – alterada pela Lei nº 7.503/2021
das Políticas Culturais - CMPC Lei n.º 7.108/2016 – alterada pela Lei nº 7.509/2021
de Desenvolvimento e Acompanhamento do
Processo de Revisão do Plano Diretor – Decreto Municipal nº 552/2021
CMDAPD
de Segurança Pública - COMUSEG Lei nº 7.796 de 19 de maio de 2022
De Saúde - CMSA Lei nº 2.624 de 10 setembro de 1993
Prefeitura Municipal de Araxá. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.
O CMIA tem por finalidade, dentre outras, propor medidas e atividades que visem interesses e
direitos do idoso e a sua integração política, cultural, socioeconômica na comunidade e é
composto por 11 membros.
O CMAS (Conselho Municipal de Assistência Social) tem por competência, dentre outras,
participar do planejamento municipal de Assistência Social e atuar na formulação das diretrizes,
na definição das prioridades e controle da execução política de Assistência Social. É composto
por 12 membros.
O COMUHAB tem como uma das suas competências a definição e acompanhamento dos
projetos e da política de Habitação e é composto por 18 representantes.
O CMDM tem por finalidade garantir à mulher o pleno exercício de sua cidadania, por meio de
propostas, acompanhamento, fiscalização, promoção, aprovação e avaliação de políticas para as
mulheres, em todas as esferas da Administração Pública Municipal, destinadas a garantir a
igualdade de oportunidades e de direitos entre homens e mulheres, promovendo a integração e
O COMTUR tem como objetivo promover uma maior articulação entre os participantes em prol
do desenvolvimento do potencial turístico do município de forma a sugerir projetos e ações
eficientes, sustentáveis e em consonância com os anseios da comunidade e, principalmente,
daqueles que dependem direta ou indiretamente da atividade turística. É composto por 21
membros e as reuniões ocorrem mensalmente.
O CMPC tem como objetivo promover a participação democrática dos vários segmentos da
sociedade que integram a ação cultural de Araxá, visando garantir a todos, o pleno exercício dos
direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional, além de apoiar, incentivar, valorizar e
difundir as manifestações culturais. É um órgão colegiado, deliberativo, consultivo e normativo,
com composição paritária entre Poder Público e Sociedade Civil. Está vinculado à Fundação
Cultural Calmon Barreto, órgão gestor de cultura do município.
O CMDAPD tem como objetivo acompanhar e opinar nas diferentes fases do processo da revisão
do PDE e, posteriormente, contribuir para a revisão dos instrumentos legais conforme
necessidade, no que se refere às suas atribuições, composição e funcionamento.
O COMUSEG, instituído em 2022, tem como objetivo, dentre outros, formular a política municipal
de segurança pública, fixando prioridades para a consecução das ações, a captação e aplicação
dos recursos destinados ao Fundo Municipal de Segurança Pública.
Nas oficinas técnicas (3ª Atividade – Oficinas), foi identificado que, com exceção do CODEMA,
CMDAPD, COMUHAB, COMTUR, CMSA e COMUSEG os demais conselhos estão inativos. A
configuração do município de Araxá demanda conselhos atuantes e estruturados, que deem
suporte para as administrações municipais. Desta forma estratégias devem ser adotadas para
incentivar que os conselhos voltem à atividade.
Também foi ressaltada, nas oficinas técnicas, a necessidade de ampliação e fortalecimento dos
Conselhos municipais do município, bem como do fortalecimento do regime interno dos
mesmos. Foi destacada como demanda a qualificação do diálogo entre os conselhos, poder
público e sociedade civil araxaense.
Em se tratando dos aspectos socioeconômicos, verificou-se que embora muitos dados estejam
defasados por conta do longo período sem a realização do recenseamento pelo IBGE, em sua
maioria, são considerados promissores em termos de vulnerabilidade social e desenvolvimento
humano do município.
Araxá dispõe de grande diversidade de atrações turísticas e rico patrimônio cultural, que devem
ser explorados de forma articulada à preservação cultural e ambiental.
Apesar de muitos municípios terem vivenciado o reflexo negativo dos problemas relacionados à
economia e à política brasileira nos últimos anos, Araxá apresenta um quadro de estabilidade
econômica, com crescimentos acumulados superiores àqueles apresentados nas esferas estadual
e nacional. Este cenário sugere que o município deve avançar com os objetivos de realizações
sistemáticas de desenvolvimento, a fim de que seus indicadores sejam impulsionados.
Com relação aos setores de atividades, verificou-se que os serviços correspondem ao setor mais
expressivo, representando maior formação de volumes financeiros no esforço produtivo da
economia local, contribuindo para a criação de empregos e renda, além de aumentar a receita
do município. O setor da indústria ocupa a segunda colocação no ranking da formação das
riquezas, ficando o setor da agropecuária em último lugar.
Quanto aos equipamentos e serviços públicos, foi observado que há uma demanda pela
ampliação de atendimento em alguns setores específicos, porém, em sua maioria, estão bem
distribuídos na malha urbana e servem satisfatoriamente à população araxaense.
No que se refere às condições fundiárias do município, políticas públicas habitacionais devem ser
previstas visando conter o déficit habitacional, assim como coibir a implantação de novas
ocupações irregulares no território municipal, que têm ampliado significativamente nos últimos
anos no território municipal de Araxá, tanto em zonas urbanas como rurais.
A análise sobre a mobilidade urbana no município verificou que há uma demanda pela ampliação
e qualificação das estruturas que envolvem o transporte público e sistema viário municipal.
Também foi observada a necessidade de beneficiamento dos deslocamentos por modos não
motorizados e de melhoria das condições das calçadas. Especialmente, com relação às calçadas
e passeios públicos, devido ao histórico de utilização indevida desses espaços no município, deve
ser previsto um plano capaz de estabelecer padrões de pavimentação e regulamentação para a
utilização dos mesmos.
Este diagnóstico embasará a 4ª Atividade – Definição das Diretrizes e Propostas da RPDE, em que
serão apontadas diretrizes de curto, médio e longo prazo, para posterior revisão da legislação e
elaboração do Plano de Ação e Investimentos municipal.
REFERÊNCIAS
_____. Decreto nº. 29586 de 8 de junho de 89. Define área de proteção especial situada no
providências.
_____. Lei do Plano Diretor Estratégico de Araxá nº 5.998, de 20 de junho de 2011. Dispõe sobre
_____. Lei n° 4.875 de 12 de abril de 2006. Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano
_____. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
_____. Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017. Dispõe sobre a regularização fundiária rural
e urbana (...) e dá outras providências.
ARAXÁ. Edital do Processo Pregão Presencial nº 05.003/2021. Prestação de serviços para atuar,
avaliar, adequar e atualizar o Plano Diretor Estratégico do Município de Araxá/MG,
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SOUZA, Josimar dos Reis de. Qualidade de Vida à luz do processo de Urbanização
Contemporânea: análise a partir de indicadores municipais, intraurbanos e das
MUNICÍPIO DE ARAXÁ
INSTITUTO DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE ARAXÁ
CNPJ: 08.877.670/0001-77
Praça Coronel Adolfo, nº 33 – Centro, Araxá/MG
CEP: 38.183-218
araxa.mg.gov.br • [email protected]
PREFEITO MUNICIPAL
Robson Magela
EQUIPE TÉCNICA
José Roberto Hoffmann – Coordenador Geral – Engenheiro Civil – CREA-PR 6125/D
Henrique Ferrarini Ferreira – Coordenador da Equipe Técnica – Arquiteto e Urbanista – CAU A132542-6
Anderson Araujo de Aguiar – Engenheiro Cartógrafo
Lara Goulart Martins – Engenheira Sanitarista e Ambiental
EQUIPE DE APOIO
Agostinho de Rezende – Diretor Geral – CRA-PR 6459
Claudia Leocádio Dias – Assistente Social
Demétrius Coelho Souza – Advogado
Luis Guilherme Ferreira Leite – Geógrafo