2 Atividade - Levantamento de Dados - Versão 4

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Plano Diretor Municipal

ARAXÁ - MG

Levantamento de Dados
Revisão 2022
PREFEITURA MUNICIPAL
DE ARAXÁ
ARAXA.MG.GOV.BR
Plano Diretor Municipal
de Araxá
Prefeito
Robson Magela

Coordenação
Odilon Carneiro
Vinicius Martins

PREFEITURA
MUNICIPAL DE ARAXÁ
ARAXÁ.MG.GOV.BR

INSTITUTO DE
PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DE ARAXÁ
IPDSA.ORG.BR

D R Z G E OT E C N O LO G I A
E C O N S U LT O R I A
DRZ.COM.BR 2022
PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
ARAXÁ - MG

APRESENTAÇÃO
O Plano Diretor Municipal (PDE) é o instrumento básico da política de desenvolvimento e
expansão urbana, indispensável para determinar as intervenções a serem executadas pelo poder
público municipal e atender às exigências fundamentais de ordenamento das cidades. O PDE
induz a um processo de planejamento contínuo que visa a ampliação dos benefícios sociais, a
redução da desigualdade social e a garantia da oferta de serviços e equipamentos urbanos.

O PDE deve ser discutido e aprovado pela Câmara de Vereadores e, por fim, sancionado pelo
Poder Executivo Municipal. Seu resultado, na forma de lei, expressa o pacto firmado entre a
sociedade e os Poderes Executivo e Legislativo.

Em âmbito nacional, a Lei Federal nº 10.257 de 10 de julho 2001, o Estatuto da Cidade, veio
regulamentar os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, que tratam da política urbana.
No Estatuto da Cidade foram definidas as normas para a elaboração dos Planos Diretores
Municipais, regulando o uso da propriedade em prol do bem coletivo e prevendo, em forma de
lei, o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao
transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer.

Conforme o art. 41 do Estatuto da Cidade, “o Plano Diretor é obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes”. A mesma lei, em seu Art. 40, define ainda que “a lei que instituir o plano
diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada dez anos”, a fim de que as políticas de
desenvolvimento urbano sejam adequadas às novas realidades dos municípios.

O Plano Diretor vigente de Araxá foi instituído pela Lei nº 5.998 de 20 de junho de 2011,
necessitando ser atualizado. Nos termos do Art. 1 da referida lei, o PDE é o instrumento
estratégico de implementação da política municipal de desenvolvimento econômico, social e
ambiental do Município de Araxá. O plano é destinado a ordenar, promover e controlar o
desenvolvimento urbanístico do Município, baseado nas condições socioeconômicas locais.

Para a revisão, a Prefeitura Municipal de Araxá iniciou o processo licitatório nº 006/2021, cujo
objeto foi a contratação de empresa especializada para prestação de serviços técnicos
especializados de consultoria para a elaboração da revisão do Plano Diretor do Municipal. O
processo resultou no Contrato nº 007/2021, celebrado no dia 28 de setembro de 2021 entre o
Município de Araxá e a DRZ Geotecnologia e Consultoria. A empresa contratada deverá executar
o trabalho de Revisão do Plano Diretor Municipal conforme Termo de Referência (TR) e demais
peças do referido edital, em consonância com a legislação vigente aplicável.

A Revisão do PDE tem como objetivo geral representar a política de planejamento municipal e
adequá-la à nova realidade do Município, se fundamentando na Agenda 2030 e seus Objetivos
de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS), e na Nova Agenda Urbana. Neste contexto, as
temáticas tratadas na RPDE de Araxá serão vinculadas às metas dos ODS e, para facilitar sua

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identificação, o ícone do objetivo específico será apresentado ao longo do texto da temática


analisada.

Ademais, esta RPDE objetiva o desenvolvimento sustentável, incentivando a implementação do


conceito de Cidades Inteligentes. As Smart Cities visam a melhoria dos serviços prestados aos
cidadãos por meio da utilização de tecnologias da informação e comunicação (TIC) para
promover eficiência no planejamento, execução e manutenção dos serviços e infraestruturas
urbanas, no melhor interesse dos atores que atuam nestas cidades.

A revisão deste Plano Diretor Estratégico divide-se em 6 atividades e seus respectivos produtos,
conforme descrição a seguir:

• 1ª Atividade – Plano de Trabalho;

• 2ª Atividade – Levantamento de Dados;

• 3ª Atividade – Oficinas;

• 4ª Atividade – Definição das Diretrizes e Proposições;

• 5ª Atividade – Audiências Públicas;

• 6ª Atividade – Produtos Finais.

O presente produto refere-se à 2ª Atividade – Levantamento de Dados, da Revisão do Plano


Diretor Municipal de Araxá.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................... 1

INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................ 17

1. CARACTERIZAÇÃO ..........................................................................................................................................18

1.1 BREVE HISTÓRICO ..................................................................................................................................... 18

1.2 INSERÇÃO REGIONAL .............................................................................................................................. 19

5.1.1 MUNICÍPIOS LIMÍTROFES...............................................................................................................19

5.1.2 REGIÃO GEOGRÁFICA INTERMEDIÁRIA E IMEDIATA ...........................................................19

1.3 ACESSOS AO MUNICÍPIO ....................................................................................................................... 21

1.4 PAPEL NA REDE URBANA BRASILEIRA .............................................................................................. 22

1.5 PARTICIPAÇÃO NA ECONOMIA REGIONAL.................................................................................... 23

2. ÁREAS APTAS, ÁREAS COM RESTRIÇÃO E INAPTAS AO USO E OCUPAÇÃO ANTRÓPICOS


26

2.1 CONDICIONANTES GEOAMBIENTAIS ............................................................................................... 26

2.1.1 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA ................................................................................................ 26

2.1.2 DECLIVIDADE E HIPSOMETRIA.................................................................................................... 28

2.1.3 PEDOLOGIA E APTIDÃO DO SOLO ............................................................................................31

2.1.4 HIDROGRAFIA ................................................................................................................................... 34

2.1.5 FITOGEOGRAFIA E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ............................................................ 36

2.1.6 GESTÃO, FISCALIZAÇÃO E PROGRAMAS AMBIENTAIS ...................................................... 41

2.2 CONDICIONANTES SOCIOESPACIAIS ............................................................................................... 42

2.2.1 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO MUNICIPAL ............................................................................. 42

2.2.2 USO DO SOLO URBANO ............................................................................................................... 49

2.2.3 LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO .................................................................... 50

2.2.4 ÁREAS ÁPTAS, APTAS COM RESTRIÇÃO E INAPTAS AO USO E OCUPAÇÃO


ANTRÓPICOS ................................................................................................................................................... 52

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3. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ............................................................................................................. 59

3.1 DEMOGRAFIA ............................................................................................................................................ 59

3.2 VULNERABILIDADE SOCIAL ................................................................................................................... 61

3.3 DESENVOLVIMENTO HUMANO .......................................................................................................... 63

3.4 ECONOMIA ................................................................................................................................................. 64

3.5.1 PRODUTO INTERNO BRUTO ....................................................................................................... 65

3.5.2 VALOR ADICIONADO BRUTO A PREÇOS BÁSICOS ............................................................. 67

3.5.3 VALOR ADICIONADO FISCAL ...................................................................................................... 70

3.5.4 ESTABELECIMENTO E EMPREGOS POR ATIVIDADE ECONOMÔMICA ......................... 74

4. EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS ............................................................................................... 79

4.1 SAÚDE .......................................................................................................................................................... 79

4.2 EDUCAÇÃO................................................................................................................................................. 84

4.3 ASSISTÊNCIA SOCIAL .............................................................................................................................. 95

4.4 CULTURA E TURISMO ............................................................................................................................100

4.5 ESPORTE E LAZER .................................................................................................................................... 107

4.6 CEMITÉRIOS E SERVIÇOS FUNERÁRIOS........................................................................................... 110

4.7 SEGURANÇA.............................................................................................................................................. 110

5. INFRAESTRUTURA URBANA ...................................................................................................................... 113

5.1 SANEAMENTO BÁSICO ......................................................................................................................... 113

5.1.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA ....................................................................................................... 113

5.1.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO ....................................................................................................... 115

5.1.3 DRENAGEM PLUVIAL..................................................................................................................... 117

5.1.4 RESÍDUOS SÓLIDOS....................................................................................................................... 118

5.1.4.1 SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA............................................................................................ 121

5.2 ILUMINAÇÃO PÚBLICA E ENERGIA ELÉTRICA ............................................................................... 121

5.3 SISTEMA VIÁRIO ......................................................................................................................................122

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5.3.1 SISTEMA VIÁRIO MUNICIPAL .................................................................................................... 122

5.3.2 SISTEMA VIÁRIO URBANO ......................................................................................................... 127

5.4 ARBORIZAÇÃO URBANA...................................................................................................................... 128

6. CONDIÇÕES FUNDIÁRIAS .......................................................................................................................... 131

6.1 DISTRIBUIÇÃO POPULACIONAL ......................................................................................................... 131

6.2 CONDIÇÕES DE MORADIA .................................................................................................................. 131

6.3 DÉFCIT HABITACIONAL ........................................................................................................................ 133

6.4 OCUPAÇÕES IRREGULARES ................................................................................................................ 134

6.5 PROGRAMAS E PROJETOS HABITACIONAIS EXISTENTES ........................................................ 136

7. MOBILIDADE URBANA................................................................................................................................ 137

7.1 DESLOCAMENTO INDIVIDUAL NÃO MOTORIZADO ..................................................................137

7.1.1 DESLOCAMENTO CICLOVIÁRIO ............................................................................................... 137

7.1.2 DESLOCAMENTO PEATONAL.................................................................................................... 138

7.2 TRANSPORTE COLETIVO....................................................................................................................... 141

8. CAPACIDADE DE SUPORTE ATUAL E FUTURA ................................................................................... 143

8.1 PROJEÇÃO POPULACIONAL E EXPANSÃO URBANA ................................................................. 143

8.2 CAPACIDADE DE SUPORTE ................................................................................................................. 144

8.2.1 CAPACIDADE DE SUPORTE AMBIENTAL ............................................................................... 144

8.2.2 CAPACIDADE DE SUPORTE DE INFRAESTRUTURA URBANA ......................................... 145

8.2.3 CAPACIDADE DE SUPORTE DOS EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS ............. 146

9. GESTÃO MUNICIPAL ................................................................................................................................... 147

9.1 FINANÇAS PÚBLICAS............................................................................................................................. 147

9.1.1 RECEITAS FINANCEIRAS .............................................................................................................. 147

9.1.2 TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS ................................................................................... 151

9.1.3 RECEITAS TRIBUTÁRIAS E RECEITAS PRÓPRIAS .................................................................. 158

9.1.4 RECEITAS CORRENTES E RECEITA TRIBUTÁRIA ................................................................... 163

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9.1.5 DESPESAS FINANCEIRAS............................................................................................................. 164

9.1.6 DESPESAS POR FUNÇÃO ............................................................................................................ 167

9.1.7 DESPESA COM PESSOAL E A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL ............................... 170

9.1.8 EVOLUÇÃO DAS DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS EM RELAÇÃO ÀS RECEITAS


ORÇAMENTÁRIAS ......................................................................................................................................... 171

9.2 INDICADORES DE FINANÇAS PÚBLICAS ......................................................................................... 172

9.2.1 INDICADOR DE DEPENDÊNCIA ................................................................................................ 173

9.2.2 INDICADOR DE FINANCIAMENTOS DOS GASTOS ............................................................ 173

9.2.3 INDICADOR DE POUPANÇA ...................................................................................................... 174

9.2.4 INDICADOR DE CAPACIDADE DE INVESTIMENTO ............................................................ 176

9.3 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA ........................................................................................................... 179

10. CONSELHOS MUNICIPAIS ......................................................................................................................... 183

11. SÍNTESE DA 2ª ATIVIDADE – LEVANTAMENTO DE DADOS .......................................................... 187

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................................... 189

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Localização, municípios limítrofes e inserção regional. .......................................................... 20


Figura 2 – Acessos ao Município .........................................................................................................................21
Figura 3 - Corredores Logísticos Ferroviários ................................................................................................ 22
Figura 4 - Hierarquia das Cidades, com destaque para a classificação de Araxá .............................. 23
Figura 5 – Geologia de Araxá .............................................................................................................................. 26
Figura 6 - Geomorfologia de Araxá................................................................................................................... 27
Figura 7 – Hipsometria do território de Araxá, MG. ..................................................................................... 29
Figura 8 - Declividade no território de Araxá, MG. ...................................................................................... 30
Figura 9 - Perfil do solo Latossolo encontrado em Araxá...........................................................................31
Figura 10 - Tipologia do solo em Araxá ........................................................................................................... 32
Figura 11 - Aptidão do Solo .................................................................................................................................. 33
Figura 12 - Sub-bacias e hidrografia de Araxá............................................................................................... 34
Figura 13 - Pivô em área agrícola ....................................................................................................................... 43
Figura 14 - Leito Do Córrego Santa Rita (parcela canalizada) .................................................................. 43
Figura 15 - Área agricultável em Araxá............................................................................................................. 44
Figura 16 - Área de Mata – APP e Área Verde ............................................................................................... 44
Figura 17 - Áreas de pastagem ........................................................................................................................... 45
Figura 18 - Mapa de Inundação das Barragens 6, 7 e 8 da CBMM......................................................... 46
Figura 19 - Desenvolvimento do Distrito de Itaipu de Araxá entre 2013 e 2021 ................................ 49
Figura 20 – Escala de classificação do IDHM.................................................................................................. 63
Figura 21 - Hospital Dom Bosco ..........................................................................................................................81
Figura 22 - UPA 24 Horas ..................................................................................................................................... 82
Figura 23 - Equipamentos destinados à Saúde ............................................................................................. 84
Figura 24 - CEFET/MG – instituição pública de ensino técnico e superior........................................... 88
Figura 25 - UNIARÁ (Centro Universitário do Planalto de Araxá) ........................................................... 88
Figura 26 - Equipamentos de Educação .......................................................................................................... 95
Figura 27 - Equipamentos de Assistência Social ......................................................................................... 100
Figura 28 - Complexo Hidrotermal do Barreiro ........................................................................................... 101
Figura 29 - Parque do Cristo .............................................................................................................................. 101
Figura 30 - VI Fliaraxá – Festival Literário (2017) ......................................................................................... 102
Figura 31 - Museu Histórico de Araxá – Museu Dona Beja ..................................................................... 105
Figura 32 - Capela de São Sebastião .............................................................................................................. 105
Figura 33 - Casa do Poeta (antigo Cine/Clube Brasil). .............................................................................. 106
Figura 34- Teatro Municipal de Araxá ............................................................................................................ 107
Figura 35 - Centro Esportivo Álvaro Maneira............................................................................................... 108
Figura 36- Estádio Municipal Fausto Alvim ................................................................................................... 109
Figura 37 - Praça da Mangueira ....................................................................................................................... 109
Figura 38 - Cemitério das Paineiras.................................................................................................................. 110
Figura 39 - Localização dos Equipamentos de segurança e serviços funerários ...............................111
Figura 40 - Outdoor informando sobre a Usina Fotovoltaica prevista em Araxá ............................ 122
Figura 41 - Arborização na Rua Dom José Gaspar ..................................................................................... 130

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Figura 42 - Áreas de invasão identificadas no bairro Santa Maria ....................................................... 135


Figura 43 - Calçada nivelada com eixo viário .............................................................................................. 139
Figura 44 - Calçadas estreitas na Rua Cônego Cassiano ......................................................................... 139
Figura 45 - Rua Presidente Olegário Maciel, conhecida como "calçadão" ........................................ 140
Figura 46 - Calçada usada como estacionamento de estabelecimento comercial ......................... 140
Figura 47 - Calçada em péssimas condições em via de alto fluxo de veículos ................................. 141
Figura 48 - Ponto de ônibus com abrigo e transporte Coletivo em Araxá........................................ 142
Figura 49 - Organograma Estrutura Organizacional ................................................................................. 180
Figura 50 - Estrutura IPDSA ............................................................................................................................... 182

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - População total, urbana e rural, 1970-2010 ............................................................................... 59


Gráfico 2 - Pirâmide etária de Araxá, 2000-2010 .......................................................................................... 60
Gráfico 3 - IVS de Araxá e seus municípios limítrofes, 2010 .......................................................................61
Gráfico 4 - Evolução das dimensões do IDHM de Araxá, 2000-2010 .................................................... 63
Gráfico 5 - IDHM de Araxá e seus municípios limítrofes, 2010................................................................. 64
Gráfico 6 - Comparativo crescimento acumulado PIB de Mercado e Per Capita deflacionado a
preços constantes de 2019, período 2017-2019............................................................................................. 67
Gráfico 7 -Taxas de crescimento dos setores econômicos em relação ao VABPB/PIB de acordo
com valores a preços constantes de 2019, período 2017-2019 (em percentual) ................................ 69
Gráfico 8 - Comparativo entre o VABPB e VAF, com valores de 2018 e 2019 (milhões) .................. 71
Gráfico 9 - Crescimento acumulado das atividades econômicas, 2018 a 2020 .................................. 75
Gráfico 10 - Empregos por estabelecimento, média do período 2018-2020....................................... 76
Gráfico 11 - Fluxo escolar em Araxá, 1991 a 2010 .......................................................................................... 89
Gráfico 12 - Evolução do IDEB de Araxá: Municipal e Estadual – 4ªSérie/5ºAno .............................. 90
Gráfico 13 - Padrão construtivo dos domicílios em Araxá, 2010 ............................................................ 133
Gráfico 14 - Comparação dos índices das Receitas Correntes e Inflação no período 2018-2020
..................................................................................................................................................................................... 149
Gráfico 15 - Participação média das transferências da União no período 2018-2020 .................... 155
Gráfico 16 - Participação média das transferências do Estado, período 2018-2020 ....................... 157
Gráfico 17 - Comparativo entre o ICMS e FPM, Receitas Correntes e Transferências Correntes,
valores deflacionados a preços de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00) .............................................. 158
Gráfico 18 - Comparativo da participação média das rubricas com as Receitas Próprias (RT) e as
Receitas Tributárias (RT), período 2018-2020 ............................................................................................... 159
Gráfico 19 - Comparativo do crescimento acumulado das variáveis que compõem a Receita
Tributária, valores deflacionados a preços constantes de 2020, período 2018-2020 (%) ............. 162
Gráfico 20 - Execução Orçamentária, relação entre Despesa e Receita, valores deflacionados a
preços constantes de 2020, período 2018-2020 (em milhões) .............................................................. 172
Gráfico 21 - Comparação entre Capacidade de Investimentos e Investimentos, valores
deflacionados a preços constantes 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00) ............................................. 178

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LISTA DE MAPAS

Mapa 1 - Fitogeografia e Unidades de Conservação .................................................................................. 39


Mapa 2 - Uso do Solo Municipal ....................................................................................................................... 47
Mapa 3 - Restrições à Ocupação ....................................................................................................................... 57
Mapa 4 - Sistema Viário Municipal .................................................................................................................. 125

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Descrição e área das sub-bacias hidrográficas do Município de Araxá............................ 35


Tabela 2 - População por situação de domicílio, 1970-2010..................................................................... 59
Tabela 3 - População residente por faixa etária, 2000 a 2012 .................................................................. 59
Tabela 4 - Razão de dependência e Taxa de envelhecimento em Araxá, 2000-2010 .......................61
Tabela 5 - Indicadores de Vulnerabilidade em Araxá, 2000-2010........................................................... 62
Tabela 6 - Indicadores de pobreza em Araxá, 2000-2010 ......................................................................... 62
Tabela 7 - PIB de Mercado e Per Capita deflacionado a preços constantes de 2019 e Variação
Real em percentual, período 2017-2019........................................................................................................... 65
Tabela 8 -PIB/VABPB por setor de atividade com valores deflacionados a preços constantes de
2018, período 2017-2019 ....................................................................................................................................... 68
Tabela 9 -Valor Adicionado Fiscal com valores deflacionado a preços constantes de 2020,
período de 2018 a 2020 com valores deflacionados (Em R$) ................................................................... 70
Tabela 10 - Valor Bruto da Produção Agrícola (VBP) por tipo de lavoura, com valores
deflacionados a preços constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00) ......................................... 73
Tabela 11 - Estabelecimentos e Empregos por atividade econômica, período 2018 a 2020. ......... 74
Tabela 12 - Ramos de atividades geradoras de empregos e renda, média do período 2018-2020
....................................................................................................................................................................................... 77
Tabela 13 - Equipamentos de Educação em Araxá, 2011 e 2020 ............................................................. 85
Tabela 14 - Fluxo escolar por faixa etária em Araxá (%), 2000-2010 ...................................................... 89
Tabela 15 - Escolaridade da população de 25 anos ou mais em Araxá, 2000-2010 ......................... 89
Tabela 16 - Ideb por escola (4ª série/5º ano) ................................................................................................. 90
Tabela 17 - Equipamentos de Assistência Social ........................................................................................... 96
Tabela 18 - Equipamentos não governamentais de Assistência Social – Organizações da
Sociedade Civil ......................................................................................................................................................... 97
Tabela 19 - Leitos disponíveis nos hotéis de Araxá .................................................................................... 102
Tabela 20 - Equipamentos de lazer e saúde ................................................................................................ 107
Tabela 21 - Variação do abastecimento de água em Araxá, 2009 - 2019............................................ 114
Tabela 22 - Formas de acesso ao abastecimento de água de Araxá.................................................... 114
Tabela 23 -Indicadores do sistema de esgotamento sanitário de água em Araxá, 2009 - 2019 . 115
Tabela 24 - Níveis de atendimento de esgoto segundo macrorregião geográfica, Brasil e Araxá
...................................................................................................................................................................................... 116
Tabela 25 - Distribuição populacional (2000 - 2010) .................................................................................. 131
Tabela 26 - Situação dos domicílios particulares permanentes no município, 2010 ...................... 132
Tabela 27 - Domicílios urbanos inadequados em Araxá, 2010 .............................................................. 132
Tabela 28 - Déficit habitacional de Araxá, 2010. ......................................................................................... 133
Tabela 29 - Componentes do déficit habitacional ..................................................................................... 133
Tabela 30 - Cadastros para Programas Habitacionais em Araxá .......................................................... 134
Tabela 31 - Empreendimentos Habitacionais realizados em Araxá (2011 - 2016)............................. 136
Tabela 32 - Receitas Orçamentárias Municipais, valores deflacionados a preços constantes de
2020, período 2018-2020 (R$ 1,00) .................................................................................................................. 148

REVISÃO 2022 – V.4 | 11


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Tabela 33 - Comparativo da Receita Orçamentária com as Transferências Correntes, valores


deflacionados a preços constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00) ........................................ 151
Tabela 34 - Transferências Constitucionais, valores deflacionados a preços constantes de 2020,
período 2018-2020 (R$ 1,00) .............................................................................................................................. 152
Tabela 35 - Comparativo das Transferências Constitucionais da União, valores deflacionados a
preços constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00) ....................................................................... 153
Tabela 36 - Comparativo das Transferências Constitucionais do Estado com valores
deflacionados a preços constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00) ....................................... 155
Tabela 37 - Receitas Tributárias, valores deflacionados a preços de 2020, período 2018-2020 (R$
1,00) ............................................................................................................................................................................ 159
Tabela 38 - Relação entre Receita Tributária e Receita Corrente, valores deflacionados a preços
constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)...................................................................................... 164
Tabela 39 - Participação das Despesas Correntes e de Capital em relação a Despesa
Orçamentária, valores deflacionados a preços constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
..................................................................................................................................................................................... 165
Tabela 40 - Composição das Despesas Correntes e Despesas de Capital, valores deflacionados a
preços constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00) ....................................................................... 166
Tabela 41 - Despesas por Função, valores deflacionados a preços constantes de 2020 e médias
de valores e participação do período 2018-2020 (R$ 1,00) ..................................................................... 167
Tabela 42 - Despesas com Pessoal em relação à RCL, valores deflacionados a preços constantes
de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00) ............................................................................................................ 170
Tabela 43 - Resultado da Execução Orçamentária, relação entre Despesa e Receita, valores
deflacionados a preços constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00) ........................................ 171
Tabela 44 - Indicador de Dependência, valores deflacionados a preços constantes de 2020,
período 2018-2020 (R$ 1,00) .............................................................................................................................. 173
Tabela 45 - Indicador de Financiamentos dos Gastos, valores deflacionados a preços constantes
de 2019, período 2018-2020 (R$ 1,00) ............................................................................................................ 174
Tabela 46 - Indicador de Poupança, valores deflacionados a preços constantes de 2020 .......... 175
Tabela 47 - Capacidade de Investimento, valores deflacionados a preços constantes de 2020,
período 2018-2020 (Em R$ 1,00)....................................................................................................................... 176

REVISÃO 2022 – V.4 | 12


PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
ARAXÁ - MG

LISTA DE SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACESSUAS Programa Nacional de Promoção ao Acesso ao Mundo do Trabalho

APAE Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

APE Áreas de Proteção Especial

APP Área de Preservação Permanente

CAEI Centro de Atendimento à Educação Inclusiva

CAPS Centros de Atenção Psicossocial

CAS Atendimento a Pessoas com surdez

CBMM Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração

CEMIG Companhia Energética de Minas Gerais

CMAS Conselho Municipal de Assistência Social

CMDCA Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Araxá

CMDM Conselho Municipal do Direito da Mulher

CMEI Centro Municipal de Educação Infantil

CMIA Conselho Municipal do Idoso de Araxá

CMPC Conselho Municipal de Políticas Culturais

CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

COMAD Conselho Municipal de Políticas Sobre Álcool e Outras Drogas

COMPAC Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Araxá

COMPUR Conselho de Política Urbana

COMTUR Conselho Municipal de Turismo

COMUHABC Conselho Municipal de Habitação

COPAM Conselho Estadual de Política Ambiental do Estado de Minas Gerais

COPASA Companhia de Saneamento de Minas Gerais

CRAS Centro de Referência de Assistência Social

CREAS Centro de Referência Especializado de Assistência Social

DETRAN Departamento de Trânsito

EAD Ensino a Distância

EJA Educação de Jovens e Adultos

REVISÃO 2022 – V.4 | 13


PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
ARAXÁ – MG

EMPRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

ESF Equipe Saúde da Família

ETE Estação de Tratamento de Esgoto

ETM Equipe Técnica Municipal

FCA Ferrovia Centro-Atlântica S.A

FCCB Fundação Cultural Calmon Barreto

FJP Fundação João Pinheiro

FMDCA Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

FUNDEB Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos


Profissionais da Educação

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

IEPHA Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico

IMA Instituto Mineiro de Agropecuária

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

INPC Índice Nacional de Preços ao Consumidor

IPCA Índice de Preço ao Consumidor Amplo

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IPI Imposto sobre Produtos Industrializados

IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano

ISSQN Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza

ITBI Imposto Sobre a Transmissão de Bens Inter Vivos

IVS Índice de Vulnerabilidade Social

LC Lei Complementar

LOA Lei de Orçamento Anual

LRF Lei de Responsabilidade Social

MG Estado de Minas Gerais

MMA Ministério do Meio Ambiente

MTMAP Mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto do Paranaíba

NBR Norma Brasileira

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PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
ARAXÁ - MG

ODS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

PDAU Plano Municipal de Arborização Urbana

PDE Plano Diretor Municipal

PIB Produto Interno Bruto

PMAS Plano Municipal de Assistência Social

PMGIRS Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

PMSB Plano Municipal de Saneamento Básico

PMTA Plano Municipal de Turismo de Araxá

PMU Plano de Mobilidade Urbana

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

RCL Receita Corrente Líquida

RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural

SAA Sistema de Abastecimento de Água

SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

SES Sistema de Esgotamento Sanitário

SIDRA Sistema IBGE de Recuperação Automática

SISEMA Sistema Nacional do Meio Ambiente

SMAS Secretaria Municipal de Assistência Social

SMC Sistema Municipal de Cultura

SMDETIA Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Turismo e Inovações


Tecnológicas de Araxá

SMDR Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural

SME Secretaria Municipal de Esportes

SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação

SUS Sistema Único de Saúde

TR Termo de Referência

REVISÃO 2022 – V.4 | 15


PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
ARAXÁ – MG

UAB Universidade Aberta do Brasil

UBS Unidade Básica de Saúde

UC Unidades de Conservação

UPA Unidade de Pronto Atendimento

VABPB Valor Adicionado Bruto a Preços Básicos

VAF Valor Adicionado Fiscal

VBP Valor Bruto da Produção

REVISÃO 2022 – V.4 | 16


PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
ARAXÁ - MG

INTRODUÇÃO
A 2ª Atividade – Levantamento de Dados – consiste no levantamento e organização de
informações necessárias à construção do diagnóstico da situação atual do Município. O
diagnóstico elaborado pela ETC será composto a partir de dados secundários de órgãos oficiais,
levantamentos de informações técnicas, jurídicas e administrativas junto à Prefeitura, Instituto de
Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de Araxá – IPDSA e demais órgãos públicos,
levantamentos em campo e realização de reuniões técnicas com órgãos municipais, que serão as
principais fontes de informações junto às demais equipes integrantes do processo de revisão do
PDE.

O documento resultante da 2ª Atividade visa a compreensão da dinâmica do território, através


da caracterização da realidade social, econômica e ambiental, de forma a indicar as
condicionantes, potencialidades, fragilidades e eventuais conflitos existentes no município. As
avaliações devem contemplar análises sob os âmbitos regional e local.

Cada tema é analisado individualmente, com o objetivo de formar um dossiê sobre a realidade
do município e das expectativas do governo municipal (executivo e legislativo), dos órgãos
setoriais específicos e da sociedade local. Para que o resultado desta avaliação seja fiel à realidade
local, a participação da comunidade, garantida pela realização das audiências públicas é
fundamental.

Os dados aqui descritos, sobre condicionantes, deficiências e potencialidades do território


municipal, subsidiarão o desenvolvimento das diretrizes e proposições (4ª Atividade), as quais
caracterizarão o novo Plano Diretor.

REVISÃO 2022 – V.4 | 17


PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
ARAXÁ – MG

1. CARACTERIZAÇÃO
1.1 BREVE HISTÓRICO

O nome Araxá faz referência à sua população indígena originária, de etnia denominada Arachás,
que, em tupi-guarani, significa lugar alto onde primeiro se avista o sol. Nessa área também se
formou o Quilombo do Ambrósio – o maior de Minas Gerais no século XVIII.

Em busca de ouro e pedras preciosas, o desbravamento da região remonta a meados do século


XVIII, quando colonizadores chegam ao interior da Capitania de Minas. Dedicados à exploração
mineral, esses primeiros povoadores se estabeleceram inicialmente em Desemboque. Em 1766,
em função da alta tributação sobre o ouro exigida pelo governo, a região foi desmembrada da
Capitania de Minas Gerais e incorporada à de Goiás.

A partir de 1770, a economia mineradora começou a reduzir o ritmo, levando muitos moradores
da região a mudar o foco econômico, passando a se dedicar à criação de gado. Após a
descoberta da fertilidade da terra e o sal mineral das águas do Barreiro, o povoamento de Araxá
se intensificou. Em 1791, foi criada a Freguesia denominada São Domingos de Araxá. Em 1811, a
Freguesia é elevada a Julgado.

A organização dos moradores do Julgado do Araxá, sob a liderança de Ana Jacinta de São José,
conhecida como Dona Beja, exigiu que a localidade retornasse à Jurisdição de Minas Gerais em
1816. Em 1821, quando da promoção à vila, a Câmara Municipal exerceu papel fundamental da
administração local.

São Domingos de Araxá é elevada à categoria de cidade através da Lei Providencial de 19 de


dezembro de 1865 e, a partir de 1911, a cidade figura com o nome de Araxá, sendo composta por
5 distritos: o da sede, São Pedro de Alcântara, Dores de Santa Juliana, Nossa Senhora da
Conceição e Santo Antônio da Pratinha, hoje respectivamente, as cidades de Ibiá, Santa Juliana,
Perdizes e Pratinha. Posteriormente, o município de Araxá sofre uma redução territorial
desligando-se desses distritos e restringindo-se apenas ao distrito sede, em cumprimento ao
Decreto Lei nº 148 de 17 de dezembro de 1938.

Em 2008, nos termos da Lei Municipal n 5.335/2008, o município passa a ser composto por 2
distritos administrativos: Araxá e Itaipu de Araxá, sendo este primeiro o distrito sede.

Em janeiro de 2002 foi desencadeado o processo de elaboração do primeiro Plano Diretor da


cidade de Araxá, fruto de uma parceria entre prefeitura e Associação de Engenheiros e Arquitetos
de Araxá – AREA. Sua aprovação deu-se através da Lei n 4.135/2002. Em 2011 concretizou-se a
aprovação do segundo plano – Plano Diretor Estratégico, instituído através da Lei n 5.998/2011.

REVISÃO 2022 – V.4 | 18


PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
ARAXÁ - MG

1.2 INSERÇÃO REGIONAL

5.1.1 MUNICÍPIOS LIMÍTROFES

O Município de Araxá possui uma área de 1.164,062 km² e está localizado na porção oeste do
estado de Minas Gerais, na mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, nas coordenadas
geográficas 19°35'34" de Latitude Sul e 46°56'27" de longitude Oeste, conforme ilustrado na
Figura 1, e uma altitude média de 1.028 metros1.

Araxá dista 368 km da capital do Estado, 812 km da cidade do Rio de Janeiro, 574 km de São
Paulo, 537 km de Goiânia, 1.169 de Brasília e 179 Km de Uberlândia. Os municípios limítrofes são:
Perdizes a Noroeste; Sacramento a Sudoeste; Tapira a Sul e Ibiá a Leste (Figura 1).

Nos termos da Lei 4.874/2006, o Município é dividido em 5 setores: caracterizados como: Setor
Centro, Setor Norte, Setor Sul, Setor Leste e Setor Oeste, dos quais se subdividem 58 bairros2 e
28 unidades urbanas3.

5.1.2 REGIÃO GEOGRÁFICA INTERMEDIÁRIA E IMEDIATA

No ano de 2017, o IBGE apresentou um novo quadro de divisões regionais vinculado às mudanças
dos processos sociais, políticos e econômicos no Brasil desde a última versão da divisão regional,
de 1989.

A nova divisão regional pretende subsidiar o planejamento e gestão de políticas públicas nos
níveis federal e estadual para os próximos dez anos, assim como disponibilizar os novos recortes
para divulgação dos dados do IBGE4. Nesta nova regionalização, o município está inserido na
Região Geográfica Intermediária de Uberaba e Região Geográfica Imediata de Araxá.

A Região Geográfica Intermediária de Uberaba é parte de uma das treze regiões intermediárias
do estado de Minas Gerais. Ela é composta por 29 municípios, que estão subdivididos em 4
regiões geográficas imediatas: Uberaba, Araxá, Frutal e Iturama. A área total dessa região é de
36 944,930 km² e a população estimada é de 800.412 habitantes5.

A Região Geográfica Imediata de Araxá, por sua vez, inclui os municípios: Campos Altos, Ibiá,
Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Santa Rosa da Serra e Tapira. Araxá possui relevante importância

1 https://pt-br.topographic-map.com/legal/
2 Nos termos do Art. 4 da Lei 4.874/2006, “a denominação de BAIRRO é atribuída a um núcleo populacional urbano
contíguo que pode ser caracterizado pela integração de várias unidades urbanas ou pela evolução de uma delas.”
3 Nos termos do Art. 4 da Lei 4.874/2006, “UNIDADE URBANA é a denominação que se dá a um grupo primário ou
pequena comunidade, constituindo um agrupamento social, de proporções reduzidas, evidenciando um alto grau de
cooperação e associação, podendo ser denominadas como: vilas, conjuntos habitacionais, loteamentos, micro-
distristos, condomínios, etc.”.
4 IBGE, 2017.
5 IBGE, 2018.

REVISÃO 2022 – V.4 | 19


PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
ARAXÁ – MG

histórica no contexto histórico regional do oeste de Minas Gerais, e configura-se como cidade
polo dessa região, em função da sua economia, voltada para o setor da mineração e
agropecuária, além do turismo atrelado, sobretudo, à existência de águas termais e oferta de
atividades relacionadas ao ecoturismo.
Figura 1 – Localização, municípios limítrofes e inserção regional.

Fonte: BRASIL, 2022. DRZ – Gestão de Cidades, 2022.

REVISÃO 2022 – V.4 | 20


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ARAXÁ - MG

1.3 ACESSOS AO MUNICÍPIO

O município dispõe de infraestrutura ferroviária, aeroportuária e rodoviária, sendo esta última o


principal modal de transporte. A BR-262 se configura como rodovia de maior relevância, fazendo
a ligação entre Araxá e a capital do Estado e encontra-se atualmente em processo de duplicação.
Conjuntamente à BR-050, elas são responsáveis pelo escoamento de produtos da agroindústria,
da mineração e de demais produtos produzidos no interior do país, interligando o interior dos
estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais aos portos do Espírito Santo e Santos.

A BR-452 também desempenha um papel importante no município, sendo responsável pela


ligação de Pedrinópolis e Perdizes com os demais municípios da região geográfica imediata de
Araxá e desses com Uberlândia, município de maior importância da mesorregião do Triângulo
Mineiro e Alto Paranaíba.

A partir da Figura 2, é possível visualizar as demais rodovias federais e estaduais que permitem o
acesso ao Município, além das rodovias e estradas de menor escala administrativa, mas que
possuem grande importância local.

A localização do município é considerada privilegiada por se tratar de ponto estratégico de


conexão entre as Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país.
Figura 2 – Acessos ao Município

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2022.

REVISÃO 2022 – V.4 | 21


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ARAXÁ – MG

No que se refere ao transporte aeroportuário, o município de Araxá dispõe de um aeroporto,


Romeu Zema, localizado às margens das rodovias MG-452 e MG-262, que recebe voos
comerciais de aeronaves com mais de 60 assentos operados pela Azul Linhas Aéreas, ligando
Araxá às cidades de Belo Horizonte e Uberaba, além de voos de aeronaves de menor porte que
fazem ligação com Brasília, Belo Horizonte, Patos de Minas e São Paulo.

Com relação à rede ferroviária, a Ferrovia Centro-Atlântica S.A (FCA) possui 7.220 Km de extensão
e percorre mais de 300 municípios no país. A FCA é considerada o principal eixo de integração
entre as regiões Sudeste, Nordeste e Centro-oeste do país e promove a integração de Araxá com
três corredores logísticos – Centro-Sudeste, Minas-Rio e Centro-Leste, que se conectam aos
portos de Santos, Rio de Janeiro e Espírito Santo, respectivamente e que, por sua vez, fazem o
transporte de produtos, como: açúcar, soja, milho, fosfato, enxofre, fertilizantes, minerais,
combustíveis, entre outros.

Na região estão localizados três terminais integradores de grande relevância nacional, sendo eles:
de Araguari, Uberlândia e Uberaba.
Figura 3 - Corredores Logísticos Ferroviários

Fonte: VLI, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

1.4 PAPEL NA REDE URBANA BRASILEIRA

A classificação hierárquica urbana brasileira mais recente é a de 2018, elaborada pelo IBGE. Esta
classificação é baseada no estudo das “Regiões de Influência das Cidades”, mostrando as redes
formadas pelos principais centros urbanos do País, baseadas na presença de órgãos do executivo,
do judiciário, de grandes empresas e na oferta de ensino superior, serviços de saúde e domínios
de internet. Tais redes, às vezes, se sobrepõem à divisão territorial oficial, estabelecendo forte
influência até mesmo entre cidades situadas em diferentes unidades da Federação.

REVISÃO 2022 – V.4 | 22


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ARAXÁ - MG

A rede hierárquica de cidades é classificada conforme ilustra a Figura 4, em que Araxá se


enquadra como Centro Sub-regional B (3B).
Figura 4 - Hierarquia das Cidades, com destaque para a classificação de Araxá

Fonte: IBGE, 2018. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Conforme IBGE, os Centros Sub-regionais são caracterizados por terem atividades de gestão
menos complexas e possuírem áreas de influência menos extensas se comparadas às das Capitais
Regionais.

1.5 PARTICIPAÇÃO NA ECONOMIA REGIONAL

O município de Araxá ocupa papel de destaque em relação aos municípios circunvizinhos, fato
que fez com que nos estudos do IBGE, para além da definição da Região Geográfica Imediata de
Araxá, em que aparece como polo regional imediato, seu nome também foi usado para definir
uma microrregião homônima, composta por 10 municípios. Esta região, onde está inserido o
município de Araxá, apresenta atividades econômicas predominantes ligadas à mineração,
turismo, agropecuária, comércio e serviços.

Araxá, em razão da sua formação geológica, apresenta notáveis riquezas minerais: águas
sulfurosas e radioativas; apatita e o nióbio; este último, resultante do aproveitamento do mineral
denominada pirocloro. Além das atividades minerárias, tem-se verificado um constante
crescimento das atividades voltadas à indústria, comércio, serviços e ao setor rural.

REVISÃO 2022 – V.4 | 23


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ARAXÁ – MG

As águas de Araxá se tornaram atrativo turístico e fonte de renda desde o século XX, quando as
águas radioativas passaram a ser usadas como água mineral e as sulfurosas para fins terapêuticos
e medicinais.

O minério da apatita encontrado na região, através de avançada tecnologia de beneficiamento


realizado pela Mosaic Fertilizantes, é transformado em diversos fertilizantes que abastecem
grande parte da agricultura nacional.

Também em Araxá está presente a maior reserva em exploração de nióbio do mundo, cuja
extração e metalurgia ficam a cargo da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração – CBMM.
O nióbio advém do aproveitamento do mineral denominado pirocloro, do qual são obtidos
produtos industrializados, destacando-se o ferro-nióbio, empregado na produção de alguns
tipos de aços especiais, sobretudo, microligados e inoxidáveis. O nióbio também tem sido
altamente utilizado na indústria de tecnologia de ponta, fato que contribuiu para que se tornasse
um dos principais minerais em valor agregado. De acordo com a CODEMIG6, o nióbio produzido
em Araxá corresponde a 75% de toda a produção mundial, com uma exploração média de 70
mil toneladas por ano de ferronióbio, principal liga do metal.

A indústria de processamento de alimentos também possui relevância para a economia da cidade


com a produção de laticínios e doces. Considerando o aumento significativo da produção de
frutas, batatas e outros legumes essa indústria tende a prosperar.

De acordo com relatório de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – Dimensão Econômica


(2014), disponibilizados no site7 do IPDSA, o setor de comércio e serviços de Araxá é dinâmico,
diversificado e encontra-se em pleno processo de desenvolvimento, atendendo não somente à
população local, mas também aos residentes das cidades próximas. Especificamente, o setor de
serviços dispõe de grande número de unidades que contemplam variadas áreas de atuação e
apresenta um dos maiores crescimentos econômicos, sendo também o maior gerador de
emprego e renda do município.

Ainda conforme relatório supracitado, sobre as atividades relacionadas à agricultura e à criação


de rebanhos, cabe ressaltar que as boas condições climática e topográfica favorecem essas
atividades, o que faz com que produtores migrem para a região.

Conforme dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Turismo


e Inovações Tecnológicas de Araxá (SMDETIA), são consideras as principais atividades
econômicas desenvolvidas no município: indústrias de fertilizantes; usinagem e caldeirarias;
indústrias beneficiadoras de alimentos; metalúrgicas; laticínios; projetos e sistemas;
terraplanagem e pavimentação asfáltica. Como indutores dessas atividades, Araxá conta com a
presença de 4 sistemas de integração: Senat, Sesc, Senai e Sebrae.

6 Disponível em: < http://www.codemig.com.br/atuacao/mineracao/mineracao-de-niobio/>


7 Disponível em: <http://ipdsa.org.br/dados/link/155/arquivo/Dimens__o%20Econ__mica_DP%202014.pdf>

REVISÃO 2022 – V.4 | 24


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Com vistas a dar suporte à economia municipal, foi instituída a Lei nº 7.143/2017 que concede
incentivos para a instalação e expansão de empresas no município através benefícios fiscais, para
a aquisição de terras, entre outros.

REVISÃO 2022 – V.4 | 25


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2. ÁREAS APTAS, ÁREAS COM RESTRIÇÃO E INAPTAS AO USO E


OCUPAÇÃO ANTRÓPICOS
2.1 CONDICIONANTES GEOAMBIENTAIS

As condicionantes geoambientais foram analisadas com ênfase nas áreas urbanas consolidadas
e áreas de expansão urbana. Para identificar quais áreas do município estão aptas para o uso e
ocupação antrópico, é necessário mapear as restrições físicas e ambientais do território. Dentre
os principais fatores8 que limitam a possibilidade de uso e ocupação, constam as áreas com
declividade acentuada e áreas de preservação ambiental, ambas definidas de acordo com a
geologia e geomorfologia da região.

2.1.1 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

De acordo com o PMSB (2016), o embasamento geológico presente na região do Alto Paranaíba
em Minas Gerais data da era geológica Neoproterozóica e são, principalmente, a Formação Ibiá
e o Grupo Araxá, este último provindo da Bacia Sedimentar do Paraná. A região do município
ainda fica compreendida entre esta bacia sedimentar e Faixa Brasília, formada pela orogênese do
Brasil Central.
Figura 5 – Geologia de Araxá

Fonte: IPDSA, 2022. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de cidades, 2022.

8 BRASIL, Lei nº 6766/1979.

REVISÃO 2022 – V.4 | 26


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O Grupo Araxá9 caracteriza-se pelos derrames metamórficos, principalmente de granada-mica


xisto e granada-quartzo xisto que afloram no Cânion do Rio Araguari. A unidades da Canastra,
Rio Verde e Rio Verde Quartzito pertencem ao Grupo Ibiá, que se define por uma sequência
glaciogênica, com a presença de rochas xistosas máficas metamorfizadas.

O embasamento geológico (Figura 5) é o material que, ao sofrer intemperismo, se desdobra em


grânulos de diversos tamanhos e formas, que vão se acumulando até formarem as camadas ou
horizontes de solo.

Em relação aos padrões de unidades morfológicas, para Rocha e Rosa (2008), esses são
constituídos, predominantemente, por relevos de denudação de topo convexo, relevos de topo
aguçado e de topo tabular.

O Plano Municipal de Saneamento Básico de Araxá (2016), classifica o solo territorial em três
formas de relevo, demonstrados na Figura 6, sendo que: as chapadas ou platôs possuem altitude
entre 1.238 m e 1.379 m, com declividade entre 0° e 5°, presente na Serra da Canastra; o domínio
de colinas dissecadas e morros baixos ocupam mais de 65% da área do município, englobando
a sua sede municipal, apresenta declividade entre 5° e 20º, classificando o terreno de levemente
ondulado a ondulado; e morros e serras baixas são formações da Serra da Canastra, com
declividades entre 15° e 35°, e considerado um ponto de grande potencial turístico do município.
Figura 6 - Geomorfologia de Araxá

Fonte: PMSB, 2016..

9 PMSB, 2016.

REVISÃO 2022 – V.4 | 27


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2.1.2 DECLIVIDADE E HIPSOMETRIA

A declividade do terreno e o seu relevo influenciam diretamente na forma de ocupação do solo,


tanto nas áreas rurais quanto nas áreas urbanas. Para Rocha e Rosa (2008), e conforme demonstra
a Figura 7, a hipsometria no município de Araxá apresenta as seguintes características10:

• altitudes de 900 a 1000m correspondem a 69,27% da área do município;

• altitudes superiores a 1100m correspondem a 23,42% da área do município, e estão


situadas, sobretudo, nas serras da região sul.

• altitudes inferiores a 900m correspondem a 7,31% da área do município e representam


as menores altitudes encontradas, estão situadas, sobretudo, na região norte.

• a categoria altimétrica com menor expressão (menos de 1%), corresponde àquela que
supera os 1300m de altitude.

O mapa ilustrado pela Figura 7 apresenta a hipsometria do município de Araxá e, por meio de
sua análise, é possível verificar que as altitudes mais elevadas se localizam na Serra da Bocaina,
ultrapassando os 1350m. A Serra do Quilombo (a sudoeste do município, quase na divisa com
Sacramento), apresenta altitude de 1223m e destaca-se pela sua forma: topo principal levemente
aplainado e arredondado, drenagens temporárias e perenes, vertentes côncavas, convexas e
retilíneas.

A Serra do Monte Alto, à sudeste da Serra do Quilombo, possui altitude de 1250m; a Serra do
Sacramento ou Taquaral constitui o limite administrativo entre os munícipios de Araxá e
Sacramento, cuja altitude máxima representa 1250m e; a Serra Velha ou Santa Bárbara está
localizada ao norte do município, quase na divisa com Ibiá, e possui uma altitude máxima de
1047m.

Outro fator a ser considerado em relação à morfologia do solo municipal de Araxá é a declividade.
Analisando o mapa apresentado pela Figura 8, conclui-se que 66,17% da área do município
possui declividade variando entre 5 e 20%, ou seja, grande parte do relevo é suave ondulado a
ondulado; as áreas de relevo plano e plano a suave ondulado correspondem a 25,20%; os
restantes 8,63% da área municipal contém um relevo fortemente ondulado.

Com isso, fica evidente que o município apresenta a maior parte de seu território com condições
favoráveis à ocupação antrópica, abaixo de 20% de inclinação. As áreas mais declivosas são
encontradas nas serras, localizadas na divisa com os municípios de Sacramento e Ibiá.

10 ROCHA, ROSA (2008).

REVISÃO 2022 – V.4 | 28


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Figura 7 – Hipsometria do território de Araxá, MG.

Fonte: IPDSA, 2022. DRZ – Gestão de Cidades, 2022.

REVISÃO 2022 – V.4 | 29


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Figura 8 - Declividade no território de Araxá, MG.

Fonte: IPDSA, 2022. DRZ – Gestão de Cidades, 2022.

REVISÃO 2022 – V.4 | 30


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2.1.3 PEDOLOGIA E APTIDÃO DO SOLO

De acordo com o PMSB (2016), no município de Araxá, encontram-se os cambissolos: solos


embriônicos, novos, com seu horizonte B apresentando ainda material de origem em tamanhos
de grânulos, considerado um solo de transição, pois é encontrado em diversos lugares com
condições climáticas de relevo e vegetação diferentes.

Os Latossolos Vermelho-Escuro e Latossolos Roxos recebem11 esse nome devido à coloração


avermelhada, ocasionada devido à presença de ferro no material geológico. Os óxidos de ferro
revestem as partículas dos materiais presentes, sendo solos pouco erodidos e considerados solos
pobres (com pouco nutrientes).

Conforme descrição da EMBRAPA (2004), especificamente, o solo Latossoslos Vermelho-Escuro,


predominante em Araxá, possuem textura média, sendo típico de regiões com presença de
umidade e vegetação de campo e cerrado. Em relação à aptidão agrícola, é um solo que possui
baixa fertilidade natural devido à pobreza em nutrientes e, por vezes, ao elevado índice de
alumínios, o que exige correções químicas e adubações para que se atinja uma produtividade
satisfatória12.
Figura 9 - Perfil do solo Latossolo encontrado em Araxá

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Os Podzólicos Vermelho-Amarelo apresentam11 húmus ácido e são compostos por ferro e


alumínio. Seu horizonte B forma-se, devido à dissolução química destes elementos, já o horizonte
E apresenta coloração acinzentada, originando o nome russo Pod – abaixo e Zol – solo.

11 PMSB, 2016.
12 EMPRAPA, 2004. https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/965578/1/bpd442004altoparanaiba.pdf

REVISÃO 2022 – V.4 | 31


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Os Litossolos, ou solos Litolicos, são solos rasos e novos, sua ocorrência incide imediatamente
após o embasamento rochoso, apresentando seixos do material de origem em intemperismo, e
são solos monocamada.

Os solos presentes no município de Araxá estão caracterizados na Figura 10 e na Figura 11, a


seguir.
Figura 10 - Tipologia do solo em Araxá

Fonte: PMSB, 2016.

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Figura 11 - Aptidão do Solo

Fonte: EMBRAPA, 2017.

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2.1.4 HIDROGRAFIA

De acordo com relatório de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável de Araxá - Aspectos


físicos (2014), o município de Araxá está situado entre duas grandes bacias hidrográficas: Bacia
do Rio Grande e Bacia do Rio Paranaíba, sendo uma rede muito densa, constituída basicamente
por córregos e ribeirões, os quais dispõem de cursos de água perene, sendo alimentados em
parte do ano tanto pelas chuvas como pelo lençol freático.
Figura 12 - Sub-bacias e hidrografia de Araxá

Fonte: IPDSA, 2022. DRZ, Gestão de cidades, 2022.

REVISÃO 2022 – V.4 | 34


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Podemos destacar os cursos d’água de maior relevância e que estão diretamente ligados ao
abastecimento de água da cidade e à irrigação de lavouras: Córrego Bocaína, Córrego
Capivarinha, Córrego da Areia, Córrego Espigão Alto, Córrego da Galinha, Córrego da Usina,
Córrego do Retiro, Córrego do Sal, Córrego Feio, Córrego Grande, Córrego Mourão Machado e
Rio Capivara. A oeste do município tem-se o Ribeirão Marmelo, principal afluente da margem
esquerda do Rio Capivara, utilizado para a irrigação e agricultura local. O Rio Capivara, por sua
vez, coleta todas as drenagens do município, com exceção daquelas que deságuam no Ribeirão
do Inferno.

O Rio Quebra-Anzol, situado no município vizinho (Perdizes), coleta as águas do Rio Capivara
para, em seguida, serem encaminhadas para a represa de Nova Ponte. Dessa forma, os recursos
hídricos do município dirigem-se em sua totalidade para o Rio Araguari, que é um dos principais
afluentes do Rio Paranaíba, à margem esquerda.

Conforme dados fornecidos pelo Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de


Araxá (IPDSA), a rede hidrográfica do município é dividida em doze sub-bacias hidrográficas,
identificadas na Tabela 1 a seguir, incluindo as áreas que ocupam.
Tabela 1 - Descrição e área das sub-bacias hidrográficas do Município de Araxá
Sub-bacia Área % Sub-bacia Área %
Ribeirão do Inferno (Km 2
254,02) 21,80 Córrego Grande (Km
64,49)
2
5,54
Ribeirão Marmelo 224,40 19,26 Córrego do Sal 55,41 4,76
Ribeirão Capivara 145,53 12,49 Córrego Mourão Machado 40,24 3,45
Ribeirão Tamanduá 104,52 8,97 Córrego do Retiro 36,38 3,12
Córrego Fundo 102,92 8,83 Córregos Santa Rita 24,86 2,13
Córrego Pirapetinga 95,53 8,20 Córrego da Galinha 16,82 1,44

Total 1.165,12 km² (100%)


Fonte: IPDSA, 2022. Dados trabalhados pela DRZ, Gestão de cidades, 2022.

Com base na Tabela 1, verifica-se que a sub-bacia do Ribeirão do Inferno é a de maior dimensão,
ocupando 21,80% da área do município, seguida pela sub-bacia do Ribeirão Marmelo, com
19,26% de área ocupada.

A menor sub-bacia é a do Córrego da Galinha, ocupando 1,44% da área do município e localizada


na porção norte do perímetro urbano. Esta sub-bacia é caracterizada pela ocupação urbana e
pela inserção, em sua área, do Distrito Industrial de Araxá implantando em 1982 em uma área
total de 1.462.380m². A área da bacia recebe efluentes de atividades industriais, como por
exemplo indústria de laticínios, e parte dos efluentes domésticos, provenientes das Estações de
Tratamento de Efluentes (ETE) Camuã, Vila Universitária e Industrial, operadas pela COPASA.

Os mananciais do Município de Araxá pertencem à bacia hidrográfica do Rio Paranaíba, sendo o


Rio Araguari um dos seus principais afluentes. A maioria nasce nas serras que cortam o município
de leste a oeste e formam as sub bacias do Capivara, Pirapetinga e Marmelo. Os dois primeiros

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córregos estão comprometidos com as mineradoras e necessitam de monitoramento


permanente da qualidade de suas águas. As vazões oferecidas não excedem 5.000 litros/s.

Com exceção do Ribeirão do Inferno, as sub-bacias de Araxá contribuem para o Rio Quebra
Anzol, localizado no município vizinho de Perdizes. Este, por sua vez, é afluente do Rio Araguari,
também conhecido como Rio das Velhas, importante afluente do Paranaíba, já na divisa de Minas
Gerais com Goiás.

Segundo levantamento realizado pela PMA, a COPASA capta água para o município de Araxá
nos córregos Areia, Feio e Fundo. Diante dos vários comprometimentos de vazão que estes
mananciais vêm sofrendo e o risco de outros mananciais, potencialmente viáveis para captação,
também comprometidos, o Governo do Estado lavrou o Decreto nº. 29586/89 que define como
área de proteção especial para fins de preservação de mananciais, os terrenos que integram as
sub-bacias do Córrego Mourão Machado, Feio e Areia e; Córrego Fundo.

Ademais, de acordo com PMSB (2016), a COPASA realizou estudos de formação geológica da
microrregião de Araxá e constatou pouca disponibilidade hídrica subterrânea. Geralmente os
poços não ultrapassam 5000 l/hora. Por este motivo, não estão sendo recomendados projetos
agrícolas com uso intensivo de irrigação.

Conforme ROCHA (2006), no que se refere ao uso praticado nessas sub-bacias, as áreas das sub-
bacias do Ribeirão Pirapitinga e Capivara são destinadas ao abastecimento das atividades
minerárias, ocupando 20,69% da área do município. Nas sub-bacias dos Córregos do Sal e da
Galinha, as quais ocupam 6,20% da área municipal, está situado grande parte do perímetro
urbano e recebem, portanto, os esgotos sanitários do município. Além disso, na sub-bacia do
Córrego do Sal ocorre a explotação mineral por parte da CBMM e da Mosaic Fertilizantes.

2.1.5 FITOGEOGRAFIA E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Conforme PMSB, dois tipos de biomas são encontrados na mesorregião do Triângulo Mineiro e
Alto Paranaíba, o Cerrado, dominando maior área, e a Mata Atlântica, presente nos vales dos
principais rios, no Planalto do Araxá e Serra da Canastra, em altitudes acima de 1.000 m.

Há vários fatores que influenciam na distribuição das espécies da flora destes biomas, tais como
o clima, fertilidade, acidez do solo, a disponibilidade da água, o relevo, fatores antrópicos, além
da própria interação destes fatores13. Isso explica a grande riqueza de vegetação, com variadas
espécies de flora e arbóreas endêmicas, além das compartilhadas com outros biomas.

A vegetação do bioma cerrado se divide em formações florestais, formações savânicas e


formações campestres, as quais, também apresentam suas subdivisões e características.

Segundo o inventario florestal IEF 2009, o município apresenta as seguintes fitofisionomias:

13 IBRAM (2012).

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• Floresta Estacional Semidecidual submontana:

• Campos

• Campo rupestre

• Vereda

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), Área Restrita trata-se de um território sob
proteção, devido a alguma característica específica ou única, tendo como finalidade a sua
manutenção. As áreas são divididas em Áreas de Conservação, Áreas de Patrimônio Cultural e
Territórios de Ocupação Tradicional, tendo estas, suas subdivisões.

O município possui Áreas de Proteção Especial (APE), sendo essas duas porções localizadas a
leste do município, que devem ser regulamentadas pelo Estado, podendo se enquadrar
futuramente como Unidade de Conservação, nas categorias de Proteção Integral ou de Uso
Sustentável, nos termos da Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000. No caso de serem enquadradas
como Unidade de Conservação, deve ser desenvolvido plano de manejo, ou seja, um documento
técnico que estabelece o zoneamento e normas que devem presidir o uso da área e o manejo
dos recursos naturais em questão.

De acordo com dados fornecidos pela Divisão de Meio Ambiente do IPDSA, também em Araxá
encontram-se 5 RPPN, das quais se destaca a Reserva Ecocerrado Brasil14, que objetiva a
reconstituição da área de cerrado a partir da introdução e a multiplicação de espécies em
processo de extinção, a conservação e uso da sustentável da flora medicinal, a pesquisa científica
e a educação ambiental. Nessa, são realizadas atividades como a proteção de mananciais,
educação ambiental, implantação de banco de germoplasma, conservação e multiplicação de
plantas em extinção, desenvolvimento e produção sustentável de fitoterápicos, repovoamento da
flora nativa, curso avançado em plantas medicinais, pesquisa e manejo de plantas medicinais. Em
2005, a Reserva obteve sua qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público (OSCIP).

A localização das APE, RPPN, APP e maciços de vegetação remanescente está indicada no Mapa
1.

14 Disponível em: https://www.reservaecocerradobrasil.org/.

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2.1.6 GESTÃO, FISCALIZAÇÃO E PROGRAMAS AMBIENTAIS

Enquanto base comum a todas as políticas setoriais e à política urbana, é fundamental que os
Planos Diretores contemplem orientações relativas ao desenvolvimento urbano de forma a
aprimorar a gestão ambiental, mitigar passivos e promover a recuperação ambiental, estimulando
a conservação e a preservação de áreas ambientais relevantes e planejando o aprimoramento do
Sistema Ambiental e dos Serviços Ecossistêmicos.

Conforme informações coletadas na 3ª Atividade – Oficinas, verifica-se uma carência de


regulamentação ambiental a nível municipal para subsidiar a preservação ambiental no
município, também inexistem o Código ambiental municipal e o Plano Municipal de Meio
Ambiente, por exemplo.

Em contrapartida, cabe destacar que o CODEMA é um dos conselhos mais atuantes e o


policiamento ambiental tem atuação relevante no município.

Em se tratando do Licenciamento Ambiental, este é um dos mais importantes instrumentos de


gestão da Política Nacional de Meio Ambiental. Por meio dele, a administração pública visa
exercer o necessário controle sobre as atividades humanas que interferem nas condições
ambientais.

O Licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão


ambiental competente autoriza a localização, instalação, ampliação e operação
de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental.15

Desta forma, tem como preceito a conciliação entre o desenvolvimento econômico e o uso dos
recursos naturais, de modo a assegurar a sustentabilidade dos ecossistemas em suas
variabilidades físicas, bióticas, socioculturais e econômicas.

Em 16 de março de 2022 foi instituída a Lei nº 7.737 que dispõe sobre os critérios e procedimentos
destinados à atividade de licenciamento ambiental no Município de Araxá-MG. A lei estabelece
a Taxa de Licenciamento Ambiental (TLA), que visa conceder maior autonomia ao município para
tratar de questões ambientais que lhe compete, além de promover maior agilidade aos processos,
evitando-se eventuais deslocamentos para outras localidades para a obtenção deste documento.

Apesar de sua recente instituição, esta lei apresenta.16 pontos que divergem da Deliberação
Normativa COPAM nº 213, aspectos relacionados às competências, natureza do termo de
convênio com o Estado, em especial considerando as atribuições do CODEMA junto ao processo
de licenciamento as quais não estão estabelecidas pela legislação municipal.

15 Inciso I, art.1, resolução 237/97, CONAMA.


16 CODEMA, 2022.

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De acordo com dados repassados pela divisão de Meio Ambiente do IPDSA, em 2022 o município
conta com o Programa de Recuperação de Áreas Verdes e Áreas de Preservação Permanentes
Urbanas. No momento, estão sendo realizados projetos de recuperação nas áreas verdes dos
bairros Novo São Geraldo, Odilon José Carneiro 1 e 2, Veredas da Cidade, Alvorada, Morada do
Sol, Dona Adélia I e Praça Camuá.

Relacionado à educação ambiental, há programas sendo desenvolvidos em parceria com a


Secretaria de Educação e Secretaria de Ação Social. Também, em parceria com o Ministério do
Meio Ambiente e coordenado pelo Departamento de Educação e Cidadania Ambiental da
Secretaria de Biodiversidade17, destaca-se o projeto Sala Verde, que visa fomentar Centros de
Informações Ambientais no país. Em Araxá, o projeto está vinculado à divisão de Meio Ambiente
do IPDSA, responsável pela sua gestão. O último relatório anual dos resultados obtidos, divulgado
no site18 do IPDSA, data de 2015, demonstrado a necessidade de sua atualização.

Ainda conforme o setor supracitado, os principais problemas enfrentados pelo município estão
descritos a seguir:

• Descarte inadequado de resíduos;

• Queimadas recorrentes em algumas áreas verdes;

• Pressão imobiliária e de uso do solo em área dos mananciais de abastecimento de água;

• Assentamentos irregulares e invasões em áreas públicas;

• Animais domésticos em áreas públicas;

• Parcelamentos de solo rural irregulares;

• Descarte de efluente sanitário sem tratamento em curso d’água;

• Problemas de drenagem e processos erosivos.

2.2 CONDICIONANTES SOCIOESPACIAIS

2.2.1 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO MUNICIPAL

A classificação do uso e cobertura do solo possibilita a compreensão dos padrões de organização


do espaço, a identificação das deficiências e potencialidades do território, bem como das
atividades que causam impacto ao meio ambiente.

17 Disponível em: <http://salasverdes.mma.gov.br/sobre-o-projeto/>.


18 Disponível em: <http://ipdsa.org.br/sala_verde/categoria/3/resultados>.

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O uso e cobertura do solo municipal foram analisados por meio de dados e informações
fornecidas pelo IPDSA, e compatibilizados com imagens satélites disponíveis e atuais (2022). O
Mapa 2 apresenta as 8 (onze) classificações identificadas na utilização do município de Araxá:

• Urbano: compreende as áreas com edificações, tais como, vilarejos, distrito industrial,
cidades e outras áreas antrópicas, isoladas do centro urbano. Em Araxá, grande parte da
área urbana se concentra nas sub-bacias dos córregos da Galinha e do Sal.
Figura 13 - Pivô em área agrícola

Fonte: Google. Acesso em nov. 2021.

• Silvicultura: região onde a vegetação nativa foi substituída pela plantação de florestas
homogêneas de crescimento rápido, tais como, eucalipto e pinus. De acordo com Baggio
Filho (2003), no município de Araxá as florestas artificiais de pinus tropical foram
implantadas na década de 70. Grande parte dos maciços florestais plantados são de
eucalipto e estão localizados dentro dos limites das empresas mineradoras da cidade,
Mosaic e CBMM.

• Corpos d’água: estão representados pelos reservatórios de água natural ou artificial, tais
como, represas, lagos, lagoas e açudes.
Figura 14 - Leito Do Córrego Santa Rita (parcela canalizada)

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

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• Agricultura: corresponde à terra plantada com as culturas perenes e anuais, além das
terras preparadas para o plantio. Compreende também às terras com resíduos das
culturas anteriores e terrenos em período de pousio, cultivados no ano anterior.
Figura 15 - Área agricultável em Araxá

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021

• Mineração: refere-se à área ocupada pelas indústrias extrativistas de pirocloro (CBMM) e


apatita (Mosaic) situadas no munícipio. Nesta categoria, estão inclusas as minas, as
barragens de rejeito, os depósitos de material estéril e os parques industriais.

• Remanescentes Florestais: corresponde às formações florestais naturais cuja vegetação


é arbórea com dossel. Estão incluídas nesta categoria a Mata de Galeria, a Mata Seca e o
Cerradão.
Figura 16 - Área de Mata – APP e Área Verde

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Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

• Pastagem: pode ser nativa ou cultivada. A vegetação da pastagem nativa caracteriza-se


pelo predomínio de gramíneas, ervas, arbustos e árvores dispersas. Uma área de
pastagem nativa tem como principal atividade o pastoreio. A pastagem cultivada ocorre
em áreas onde a pastagem nativa foi suprimida e substituída por uma vegetação
herbáceo-gramínea de alto teor nutritivo para o gado.
Figura 17 - Áreas de pastagem

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021

Como uma das atividades de maior relevância para o município, sobretudo sob o aspecto
econômico, a mineração ocupa grande área na zona urbana do município. Entretanto, sob o
aspecto ambiental, a mineração pode gerar impactos negativos no território. Portanto, faz-se
necessário atentar-se ao modo como se inserem no município quando da revisão do Plano, de
forma que interesses econômicos não conflitem ou sobreponham ao bem-estar da população.

A atividade de mineração requer, para a sua execução, uma estrutura específica. As barragens
são parte integrante desta estrutura e têm o objetivo de conter água, sedimentos, rejeitos ou
resíduos, executando papel primordial para o funcionamento das mineradoras. Visando
promover a segurança da população e proteção do meio-ambiente, são realizados investimentos
constantes na gestão e controle destes equipamentos.

Atendendo a legislação e deliberações correlatas, as mineradoras elaboram os Planos de Ação


de Emergência de Barragem – PAE. Dentre outros pontos, o PAE promove estudos de cenários
de ruptura hipotética das barragens, apresentando as áreas passíveis de inundação. Apesar da
baixa probabilidade, existe a possibilidade de rompimento, desta forma as regiões de inundação
devem ser inutilizadas para a utilização antrópica.

Atualmente o complexo industrial da CBMM conta com seis barragens, sendo que duas estão em
processo de fechamento. No portal oficial da empresa são disponibilizados os PAE específicos

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para cada equipamento. A Figura 18 apresenta as áreas de inundação das barragens 6, 7 e 8, e


estas áreas devem ser consideradas para a definição das políticas de expansão urbana.
Figura 18 - Mapa de Inundação das Barragens 6, 7 e 8 da CBMM

Fonte: CBMM, 2022 – Imagem trabalhada pela DRZ, 2022.

A barragem do Complexo Mineiroquímico de Araxá (Mosaic) encontra-se em processo de


descaracterização desde 2019, tendo as obras de iniciadas em 2020.

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2.2.2 USO DO SOLO URBANO

A presente avaliação geoespacial de uso e ocupação do solo, baseada nas imagens de satélite
referentes ao ano de 202219, identificou o total de cinco usos em Araxá: residencial; comercial e
serviços; institucional; áreas verdes e APP; e vazio urbano. O levantamento preliminar, aponta
que, na Sede urbana, o uso residencial é predominante e ocorre em todas as áreas do perímetro
urbano. O uso comercial ocorre principalmente nas Avenidas Antônio Carlos, Imbiara, Getúlio
Vargas e Senador Montandon, além dos eixos comerciais e da região central. O uso institucional
encontra-se distribuído por toda cidade.

O Distrito de Itaipu consiste em um povoado rural e está situado no extremo oeste, na divisa de
Araxá e Perdizes, entre as rodovias BR-262 e BR-252. Surgiu na década de 1920, em função da
construção de uma estação ferroviária, em um trecho da Estrada de Ferro Oeste de Minas, de
forma que o povoado foi distribuído entre uma zona limítrofe, entre os municípios de Araxá e
Perdizes. Do lado araxaense20 encontram-se a Estação Ferroviária, a Escola Municipal Eunice
Weaver, um posto de saúde, 3 comércios, uma padaria comunitária e unidades residencias.

Os vazios urbanos, lotes/quadras não construídos e glebas não parceladas, localizam-se por todo
perímetro urbano, com menor intensidade na porção central. Dessa forma, apreende-se que, no
distrito de Itaipu de Araxá, há a predominância dos lotes de uso residencial; uso comercial
concentrados, principalmente, nas proximidades da Estação Ferroviária. As áreas institucionais
encontram-se distribuídas no perímetro do distrito, com a existência também de vazios urbanos.

A Figura 19 foi elaborada com base em imagens satélites disponíveis dos anos de 2013 e 2021.
Por meio da análise destas imagens é possível verificar as alterações ocorridas no Distrito de
Itaipu de Araxá no período considerado. Nota-se a abertura de vias e a construção de novas
residências. De acordo com informações repassadas pela Divisão de Urbanismo do IPDSA, nesse
mesmo intervalo de tempo também se verificou a ocorrência de ocupações espontâneas e
irregulares.
Figura 19 - Desenvolvimento do Distrito de Itaipu de Araxá entre 2013 e 2021

Fonte: GOOGLE, 2022. Imagens trabalhadas pela DRZ – Gestão de Cidades, 2022.

19 GOOGLE, 2022.
20 ROCHA (2009).

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Durante a realização da 3ª Atividade – Oficinas foi relatada a grande quantidade de vazios


urbanos no município, muitas das vezes, coincidindo com as áreas institucionais municipais.
Também foi informado que o IPDSA tem realizado um levantamento das áreas institucionais do
município.

2.2.3 LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO

O Uso do Solo Urbano de Araxá é regulamentado pela Lei nº4.292, de 01 de dezembro de 2003.
A partir desta, foram feitas 20 alterações, sendo a última a Lei nº 7.652, de 21 de outubro de 2021.
O zoneamento de Araxá classifica as áreas urbanas da sede em 21 zonas (incluindo suas
subdivisões) além das Zonas Ambientais e 5 corredores, sendo:

• 1 Zona Central;

• 4 Zonas Comerciais - ZC1, ZC2, ZC3, ZC4;

• 4 Zonas Residenciais - ZR1, ZR2, ZR3, ZR4 e ZEIS;

• 5 Zonas Industriais - ZMDI, ZODI, ZEDI, ZAMI, ZPI;

• 2 Zonas Turísticas - ZCAT, ZTPB.

• 4 Zonas de Diretrizes Especiais - ZITH, CITH, ZPA e FDA;

• Zonas Ambientais (a serem definidas pelo Código Ambiental);

• 4 Corredores Comerciais - CC1, CC2, CC3, CC4;

• 1 Corredor de Interesse Turístico e Histórico - CITH;

Além da lista de usos permitidos, permissíveis, a Lei nº 4.292 e seus anexos, apresentam os
parâmetros de uso e ocupação do solo: coeficiente de aproveitamento, taxa de ocupação e de
permeabilidade, altura das edificações, afastamentos, testada e área do lote, que são definidos
conforme os 10 "modelos de assentamento", associados às zonas permitidas, a saber:

• MABR - Modelo de Assentamento Básico Residencial Unifamiliar ou Multifamiliar;

• MABC - Modelo de Assentamento Básico Comercial ou de Serviços;

• MABM - Modelo de Assentamento Básico Misto (Residencial com comércio ou serviços);

• MAVR - Modelo de Assentamento Vertical Residencial Multifamiliar;

• MAVC - Modelo de Assentamento Vertical Comercial ou de Serviços;

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• MAVM - Modelo de Assentamento Vertical Misto (Residencial com comércio ou


serviços);

• MACH - Modelo de Assentamento Residencial Multifamiliar Horizontal para Condomínios


Horizontais;

• MACC - Modelo de Assentamento de Chácaras;

• MADI - Modelo de Assentamento para o Distrito Industrial;

• MAIM - Modelo de Assentamento para Indústria Minerária;

De acordo com a Divisão de Urbanismo do IPDSA, devido às diversas alterações pelas quais a Lei
de Uso e Ocupação foi submetida, verifica-se informações conflitantes entre os mapas e as leis.
Além disso, também foi informado que algumas definições como a de zoneamento, corredor e
modelo de assentamento, encontram-se em desuso atualmente, mostrando assim, a necessidade
de reestruturação desta lei. Também, cabe destacar que há divergência de versões atualizadas
desta lei disponibilizadas em fontes oficiais do município, o que pode gerar conflitos na sua
interpretação.

Para a compreensão dos parâmetros de uso e ocupação do solo de Araxá devem ser observados
de forma conjunta a Lei ordinária vigente, Mapa de Zoneamento em que constam as zonas e
corredores e; mapa de verticalização.
Quadro 2 – Parâmetros de Uso e Ocupação do Solo de Araxá
ZONA Modelos OCUPAÇÃO
de Coef. Taxa Altura Recuo Taxa de Afat. Testada Lote
Assenta Aprov Ocup máxima frontal Permeab. das mínima mínimo
mento máxima mínimo Mínima laterais (m) (m²)
Zona - - - - - - - - -
Central
ZC1 MABR, 2,1 70% 10m sub. IV 30% sub. IV N.E. N.E.
MABC,
MABM
MACH 1,0 50% 7m sub. IV 30% sub. IV 12 1080
ZC2 MABR. 2,1 70% 10m sub. IV 30% sub. IV N.E. N.E.
MABC,
MABM
MACH 1,0 50% 7m sub. IV 30% sub. IV 12 1080
ZC3 MABR, 2,1 70% 10m sub. IV 30% sub. IV N.E. N.E.
MABC,
MABM
ZC4 MABR, 2,1 70% 10m sub. IV 30% sub. IV N.E. N.E.
MABC,
MABM
ZR1 MABR 2,1 70% 10m sub. IV 30% sub. IV N.E. N.E.

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ZONA Modelos OCUPAÇÃO


de Coef. Taxa Altura Recuo Taxa de Afat. Testada Lote
Assenta Aprov Ocup máxima frontal Permeab. das mínima mínimo
mento máxima mínimo Mínima laterais (m) (m²)
ZR2 MABR,M 2,1 70% 10m sub. IV 30% sub. IV N.E. N.E.
ABC,
MABM
MACH 1,0 50% 7m sub. IV 30% sub. IV 12 1080
ZR3 MACC 0,6 20% N.E. 10m 60% l: 5m 30 3000
p: 5m
ZR4 MACC1 0,6 40% 2 Pav. 10m 60 3m 20 1000
ZEIS MABR, 2,1 70% 10m sub. IV 30% sub. IV N.E. N.E.
MABC,M
ABM
ZMDI MABR, 2,1 70% 10m sub. IV 30% sub. IV N.E. N.E.
MABC,
MABM
ZODI MADI 1,5 50% 10m 10m 30% l: 5m 20 1.800
p: sub.
IV
ZEDI MADI 1,5 50% 10m 10m 30% l: 5m 20 1.800
p: sub.
IV
ZAMI MAIM - - - - - - - -
(*)
ZPI MAIM - - - - - - - -
(*)
ZCAT MACC 0,6 20% N.E. 10m 60% l: 5m 30 3000
p: 5m
ZTPB calcular
conform
e Art. 56
ZITH - - - - - - - - -
CITH - - - - - - - - -
ZPA portaria
11411/G
M5
FDA conform
e anexo
4
Fonte: ARAXÁ, 2003. DRZ – Gestão de Cidade, 2022.

Nota: N.E - não especificado (a).(*) Os requisitos urbanísticos serão definidos pelo IPDSA em função da apresentação
obrigatória do EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e seu respectivo RIMA. Os valores apresentados podem ser alterados
quando o lote confronta vias classificadas como corredores.

2.2.4 ÁREAS ÁPTAS, APTAS COM RESTRIÇÃO E INAPTAS AO USO E OCUPAÇÃO


ANTRÓPICOS

Considerando as condições atuais de uso e ocupação do solo, é possível definir critérios para o
desenvolvimento sustentável do município e para a manutenção e expansão das atividades

REVISÃO 2022 – V.4 | 52


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produtivas e do perímetro urbano, determinando as áreas aptas, aptas com restrição ou inaptas
para ocupação antrópica, na área urbana e rural, com base nos seguintes parâmetros:

• Definição da aptidão do solo e das restrições impostas por terrenos frágeis;

• Áreas de preservação ambiental, conforme definição na legislação específica;

• Unidades de Conservação;

• Áreas de conflito entre a ocupação urbana, a utilização dos recursos naturais e o equilíbrio
ambiental.

Conforme a Lei Federal nº 6.766/79, as áreas acima de 30% de declividade são consideradas
impróprias ao uso residencial, devido à sua instabilidade e maior suscetibilidade à erosão, assim
como, em razão dos custos quanto à estruturação para urbanização. Entretanto, a definição dos
intervalos de declividades deve ser feita com base em critérios técnicos em relação à fragilidade
e ao uso e ocupação do solo, o que resulta em variações em relação aos parâmetros adotados
por diferentes autores.

Utilizando-se a classificação sugerida por Valente (1996), que divide as classes de declividade em
três possíveis recomendações para urbanização, modificada quanto ao limite de declividade para
as áreas com restrições e inaptas, que foi reduzido de 30 para 25%, em razão da maior fragilidade
dos Latossolos quando expostos pela supressão da cobertura vegetal, temos:

• Classe I - Declividade – 3 a 15%: Ótimo para ocupação urbana e edificações de habitação


convencionais (APTA);

• Classe II – Declividade - 15 a 25%: Embora não sejam áreas totalmente desfavoráveis à


ocupação urbana, poderá exigir a adoção de soluções técnicas (APTAS com restrições);

• Classe III – Declividade igual ou superior a 25%: Aptidão insatisfatória ao uso residencial,
salvo se atendidas exigências especiais quanto à preservação do meio físico (INAPTA).

Também estão incluídas como Inaptas (Classe III) as Áreas de Preservação Permanente – APP em
zonas rurais ou urbanas, conforme definidas pelo Novo Código Florestal – Lei Federal nº
12.651/2012, que incluem as florestas e demais formas de vegetação naturais situadas às margens
de lagos ou rios (perenes ou não), os altos de morros, as restingas e manguezais, as encostas
com declividade acentuada e as bordas de tabuleiros ou chapadas com inclinação maior que 45º.
Estas devem ser preservadas de qualquer tipo de uso, urbano ou rural, ressalvando-se o previsto
na Lei Federal nº 12.727/2012, que alterou o Novo Código Florestal admitindo a manutenção de
atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo rural em áreas rurais consolidadas até
22/07/2008, considerando as faixas de APP a serem preservadas ou recuperadas proporcionais
às dimensões dos imóveis, em referência ao módulo fiscal do município.

REVISÃO 2022 – V.4 | 53


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Cabe ressaltar que no Art. 56 do PDE vigente (2011), são consideradas como áreas de preservação
permanente as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

I – ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alta,
inclusive as áreas úmidas, em faixa marginal, cuja largura mínima será:

de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de


largura;

de 50 (cinquenta) metros para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50


(cinquenta) metros de largura;

II – ao redor de várzeas, lagoas e lagos, em um raio mínimo de 30 (trinta) metros;

III – ao redor de reservatórios d’água naturais ou artificiais, em um raio mínimo


de 50 (cinquenta) metros;

IV – nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados “olhos d’água,


qualquer que seja a sua situação topográfica, em um raio mínimo de 50
(cinquenta) metros;

V – no topo de morros, montes, montanhas e serras;

VI – nas encostas ou parte destas, com declividade superior a 45, equivalente a


100% na linha de maior declive;

VII – nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do


relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais.

Ainda, conforme PDE:

Art. 32. A Área de Consolidação Urbana poderá avançar sobre a Área de


Urbanização Restrita e sobre a Área de Expansão Urbana mediante a integração
de novos assentamentos desde que:

I. os novos lotes tenham dimensão mínima de 300 m2 (trezentos metros


quadrados);

II. as faixas das Áreas de Preservação Permanente – APP's nos cursos d'água
sejam de 50m (cinquenta metros) de cada margem e 70m (setenta metros) nas
nascentes, várzeas e olhos d'água, em todos os córregos inseridos no perímetro
urbano;

III. a previsão de via pública marginal em todas as APP's, nos dois lados, com
14m (quatorze metros) de largura, definindo uma faixa de, pelos menos, 64m
(sessenta e quatro metros) de proteção de cada lado dos córregos urbanos;

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Neste contexto, com base nas informações contidas nos mapas temáticos que integram o
diagnóstico ambiental da área do município, foi elaborado o Mapa de Restrições à Ocupação,
onde estão localizadas as áreas de preservação permanente relativas à rede de drenagem, os
terrenos com declividade superior a 25% e as áreas alagadas e alagáveis (Mapa 3). Cabe destacar
que o município tem desenvolvido programas de recuperação de áreas Verdes e áreas de
Preservação Permanente Urbanas.

A densa rede de drenagem existente na região e a localização do perímetro urbano em áreas de


cabeceiras, determinam a existência de áreas de preservação permanente relativas aos cursos
d’água e nascentes distribuídas em toda a área do município. Portanto, deve-se atentar para a
eventual expansão urbana, através da implantação de novos loteamentos e ocupações inerentes
ao crescimento urbano e industrial, para que essa seja compatível com a rede de drenagem
pluvial existente e prevista para o município.

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3. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
3.1 DEMOGRAFIA

A população atual estimada pelo IBGE para Araxá é de 108.403 habitantes 21, se configurando
como o 31º município mais populoso de Minas Gerais e o 1 da região geográfica imediata.
Estima-se que o município obteve um crescimento de aproximadamente 16% em relação ao
último Censo (2010), quando registrou uma população de 93.672 habitantes, dos quais 98,52%
eram residentes da área urbana e cuja densidade demográfica era de 80,45% hab/km². A
evolução populacional de Araxá, com ênfase na divisão entre população urbana e rural, pode ser
observada na Tabela 2 e no Gráfico 1.
Tabela 2 - População por situação de domicílio, 1970-2010
1970 1980 1991 2000 2010
Urbana 31.520 88,35% 51.311 96,08% 67.972 97,23% 77.743 98,41% 92.284 98,52%
Rural 4.156 11,65% 2.093 3,92% 1.939 2,77% 1.254 1,59% 1.388 1,48%
Total 35.676 53.404 69.911 78.997 93.672
Fonte: IBGE, 2019.

Gráfico 1 - População total, urbana e rural, 1970-2010


120000

100000

80000

60000

40000

20000

0
1970 1980 1991 2000 2010
Urbana Rural Total

Fonte: IBGE, 2019.

O planejamento público em termos socioeconômicos também deve ser norteado pelo estudo da
composição etária da população do Município, importante ferramenta na análise da qualidade
de vida. Com o conhecimento da composição etária da população, é possível delimitar estratégias
governamentais a médio e longo prazos para gestão de recursos.
Tabela 3 - População residente por faixa etária, 2000 a 2012
Idade 2000 2012
Menor 1 ano 1.238 1.235
1 a 4 anos 4.971 4.672
5 a 9 anos 6.916 6.234

21 IBGE, 2021(c).

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Idade 2000 2012


10 a 14 anos 7.459 7.347
15 a 19 anos 7.969 7.982
20 a 29 anos 13.165 17.731
30 a 39 anos 12.747 14.892
40 a 49 anos 10.676 13.605
50 a 59 anos 6.498 11.114
60 a 69 anos 4.146 6.165
70 a 79 anos 2.235 3.426
80 anos e mais 977 1.485
Total 78.997 95.888
Fonte: IBGE, 2021.

Na pirâmide etária de Araxá (Gráfico 2), é possível observar o afunilamento da base, evidenciando
a diminuição da natalidade e o crescimento do topo, indicando o aumento da expectativa de
vida e o crescente envelhecimento da população. Diante desse quadro, evidencia-se a
necessidade de o poder público promover políticas específicas direcionadas ao atendimento
dessa população.
Gráfico 2 - Pirâmide etária de Araxá, 2000-2010

Homens Mulheres Homens Mulheres

70 a 79 anos 70 a 79 anos
50 a 59 anos 50 a 59 anos
30 a 39 anos 30 a 39 anos
15 a 19 anos 15 a 19 anos
5 a 9 anos 5 a 9 anos
Menor 1 ano Menor 1 ano
10,0 5,0 ,0 5,0 10,0 10,0 5,0 ,0 5,0 10,0
Milhares Milhares

Fonte: PNUD, IPEA e FJP. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

A formulação de políticas públicas, principalmente nas áreas de saúde e previdência social,


também deve ser subsidiada pelo indicador razão de dependência, que mede a participação
relativa do contingente populacional potencialmente inativo, que deveria ser sustentado pela
parcela da população potencialmente produtiva. Valores elevados indicam que a população em
idade produtiva deve sustentar uma grande proporção de dependentes, significando
consideráveis encargos assistenciais para a sociedade.

O indicador razão de dependência consiste na razão entre o segmento etário da população


definido como economicamente dependente (os menores de 15 anos de idade e os de 65 anos
de idade ou mais) e o segmento etário potencialmente produtivo (entre 15 e 54 anos de idade).
É expresso em percentual, o qual representa a relação de crianças e idosos para cada grupo de
100 pessoas em idade ativa.

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Conforme dados do IBGE, em Araxá, no ano de 2010, a razão de dependência foi de 39,14, índice
mais baixo se comparado ao ano de 2000 (47,96), o que significa que o município não apresenta
dificuldades nesse sentido, visto que a população potencialmente produtiva ainda se apresenta
em maior quantidade do que a população economicamente dependente.
Tabela 4 - Razão de dependência e Taxa de envelhecimento em Araxá, 2000-2010
Faixa etária 2000 2010
Menor de 15 anos 20.584 19.038
15 a 64 anos 53.388 67.209
65 anos ou mais 5.025 7.425
Razão de dependência 47,96 39,14
Taxa de envelhecimento 6,36 7,81
Fonte: IBGE, 2000 e 2010. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Em linhas gerais, significa que, em Araxá, para cada 10 pessoas economicamente ativas, existem
aproximadamente 4 pessoas dependentes. Sob a ótica do cálculo da razão de dependência, o
aumento da população idosa foi compensado pela diminuição da população de até 14 anos.

3.2 VULNERABILIDADE SOCIAL

O Índice de Vulnerabilidade Social constitui-se num instrumento de identificação das falhas de


oferta de bens e serviços públicos no território nacional. Para o IPEA, quanto maior o IVS, mais
deficitária está a infraestrutura urbana, o capital humano, a renda e o trabalho; ativos estes que,
de acordo com a CF, deveriam ser providos aos cidadãos pelo Estado, nas suas diversas instâncias
administrativas.

O IVS de Araxá referente ao ano de 2010, é de 0,187 – considerado um índice muito baixo pela
metodologia do IPEA, sendo também inferior à média estadual neste mesmo ano (0,282). A baixa
vulnerabilidade social sugere que o Município de Araxá observa os direitos sociais de seus
moradores.
Gráfico 3 - IVS de Araxá e seus municípios limítrofes, 2010

Araxá 0,187

Sacramento 0,201

Perdizes 0,234

Tapira 0,246

Ibiá 0,278

Fonte: IPEA, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

Sob a ótica de alguns indicadores demonstrados na Tabela 5 abaixo, a situação da vulnerabilidade


social no município apresenta redução nos índices que seguem entre 2000 e 2010: percentual de
crianças extremamente pobres (passando de 2,71% para 1,76%,); percentual de mães chefes de

REVISÃO 2022 – V.4 | 61


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família sem ensino fundamental, completo e com filhos menores de 15 anos (passando de 12,12%
para 7,65%); percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam nem trabalham e são
vulneráveis à pobreza (que passou de 9,96% para 4,76%).

Ainda neste mesmo período, as condições de moradia também apresentaram melhoria, com o
acréscimo do percentual da população em domicílios com banheiro e água encanada no
município (passando de 97,84% para 99,29%).
Tabela 5 - Indicadores de Vulnerabilidade em Araxá, 2000-2010
Indicadores 2000 2010
Crianças e Jovens
% de crianças de 0 a 5 anos que não frequentam a escola 63,18 38,00
% de 15 a 24 anos que não estudam nem trabalham em domicílios
9,96 4,76
vulneráveis à pobreza
% de crianças com até 14 anos extremamente pobres 2,71 1,76
Adultos
% de pessoas de 18 anos ou mais sem ensino fundamental completo e
38,12 25,20
em ocupação informal
% de mães chefes de família, sem fundamental completo e com pelo
12,12 7,65
menos um filho menor de 15 anos de idade
% de pessoas em domicílios vulneráveis à pobreza e dependentes de
1,64 0,96
idosos
% de pessoas em domicílios vulneráveis à pobreza e que gastam mais de
- 0,24
uma hora até o trabalho
Condições de Moradia

% da população que vive em domicílios com banheiro e água encanada 97,84 99,29
Fonte: IBGE. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

A renda per capita mensal do município aumentou 32,78% entre o ano de 2000 a 2010 e
consequentemente, o percentual de pobres diminuiu 2,91% nesse mesmo período.

Conforme Tabela 6, Araxá apresenta baixos valores resultantes dos indicadores de pobreza. Em
10 anos, o percentual de pessoas extremamente pobres, isto é, pessoas com renda domiciliar per
capita igual ou inferior a R$ 70,00 (2010), reduziu aproximadamente 56%; o percentual de pessoas
pobres, isto é, pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 140,00 (2010), reduziu
aproximadamente 72%; o percentual de pessoas vulneráveis à pobreza, isto é, pessoas com renda
domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 255,00, equivalente a meio salário-mínimo (2010),
reduziu 62%. Todos os três indicadores apresentam valores abaixo do valor do Estado e muito
abaixo do valor nacional.
Tabela 6 - Indicadores de pobreza em Araxá, 2000-2010
% de extremamente pobres % de pobres % de vulneráveis à pobreza
2000 2010 2000 2010 2000 2010
Brasil 12,48 6,62 27,90 15,20 48,39 32,56
Minas
9,05 3,49 24,64 10,97 48,17 28,85
Gerais

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% de extremamente pobres % de pobres % de vulneráveis à pobreza


2000 2010 2000 2010 2000 2010
Araxá 1,78 0,78 10,37 2,91 33,78 12,91
Fonte: PNUD, IPEA e FJP,2013. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

O desenvolvimento do Município no âmbito da redução da pobreza


está em consonância com a meta 1.2 do ODS 1 “Erradicação da
Pobreza” das Nações Unidas, segundo a qual a pobreza no país deve
ser reduzida pela metade até 2030. Desta forma, políticas públicas
sociais devem continuar sendo estrategicamente implementadas para melhorar os índices
alcançados.

3.3 DESENVOLVIMENTO HUMANO

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é um indicador que compreende um


banco de dados com informações socioeconômicas sobre todos os municípios e estados do País,
considerando três indicadores:

• Longevidade: medida pela expectativa de vida ao nascer;

• Educação: medida pela escolaridade da população adulta, mais o fluxo escolar da


população jovem;

• Renda: medida pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita.

O índice varia no intervalo entre 0,000 e 1,000. Quanto mais próximo de 1,000, maior o
desenvolvimento humano de uma localidade.
Figura 20 – Escala de classificação do IDHM

Fonte: ATLAS BRASIL, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

O município de Araxá possui o 14º melhor IDHM do Estado de Minas Gerais, com um índice de
0,772 em 2010, considerado alto pela metodologia proposta pelo PNUD.
Gráfico 4 - Evolução das dimensões do IDHM de Araxá, 2000-2010

IDHM-Educação IDHM-Renda IDHM-Longevidade

2000 0,582 0,711 0,771

2010 0,709 0,756 0,858

Fonte: PNUD, IPEA e FJP, 2013. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

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O indicador de “esperança de vida ao nascer” é o número aproximado de anos que um grupo


de indivíduos nascidos no mesmo ano irá viver, se mantidas as mesmas condições desde o seu
nascimento. Em Araxá, esta variável é 76,49 anos e o IDHM-Longevidade é o que mais contribui
para o IDHM do Município, com 0,858, considerado muito alto pela metodologia adotada.

No IDHM-Educação de Araxá, destaca-se o fato de que, em 10 anos, foi o índice que mais cresceu,
com um aumento de 21,82% em relação ao censo de 2000. No período entre 2000 e 2010 o
IDHM-Renda foi o que apresentou menor aumento, com apenas 6,32% de crescimento na taxa.

Com IDHM de 0,772, o município apresenta índica mais favorável se comparado ao do Estado de
Minas Gerais, de 0,731, embora a taxa de crescimento deste último tenha se revelado maior
(17,15%).

Ao comparar-se o IDHM de Araxá com o de seus municípios limítrofes, o município apresenta o


melhor índice de desenvolvimento humano, como poder ser visto no Gráfico 5 a seguir.
Gráfico 5 - IDHM de Araxá e seus municípios limítrofes, 2010.

Araxá 0,772

Sacramento 0,732

Perdizes 0,723

Ibiá 0,718

Tapira 0,712

Fonte: PNUD, IPEA e FJP. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

As ações visando melhorar o IDHM são importantes pois contribuem


para alcançar o ODS 10 “Redução das Desigualdades”. Este objetivo
apresenta ações para incentivar, principalmente o aumento da renda
da população mais vulnerável.

3.4 ECONOMIA

A análise econômica tem como objetivo apresentar as principais informações macroeconômicas,


cujos resultados mostram as tendências de crescimento econômico de forma transparente,
servindo de subsídio para embasar diretrizes para o desenvolvimento econômico e social do
Município de Araxá.

As variáveis utilizadas para esta análise estão relacionadas ao Produto Interno Bruto (PIB), Valor
Adicionado Bruto a Preços Básicos (VABPB), Valor Adicionado Fiscal (VAF), Valor Bruto da
Produção (VBP), estabelecimentos econômicos e empregos. Para tanto, como metodologia, serão
utilizados os últimos três anos disponibilizados pelos Institutos de Pesquisas e Órgãos Públicos.
Para as variáveis do PIB e do VABPB, utilizou-se o período de 2017 a 2019, enquanto para o VAF

REVISÃO 2022 – V.4 | 64


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e o VBP o período de 2018 a 2020 e para o VAF, estabelecimentos econômicos e empregos, de


2018 a 2020.

O PIB está constituído pelo VABPB adicionado ao PIB Impostos, enquanto VABPB é composto
pelo somatório dos resultados dos setores econômicos (agropecuária, indústria e serviços
(serviços, comércio e administração pública).

Com vistas a possibilitar uma análise mais realista dos dados, os mesmos foram atualizados por
meio de índices de correção monetária que sustentam, medem e permitem as correções dos
valores financeiros, por meio dos indicadores de deflação usando o IPCA, INPC e Deflator
Implícito. Para os cálculos das variações nos períodos analisados foram considerados,
implicitamente, o ano imediatamente anterior ao ano inicial da análise.

3.5.1 PRODUTO INTERNO BRUTO

Principal indicador da atividade econômica, o PIB exprime o valor da produção realizada dentro
das fronteiras geográficas de um país, de um Estado e de um Município em um determinado
período, independentemente da nacionalidade e ou região das unidades produtoras.

Analisando a evolução real do PIB de Araxá, verifica-se uma situação de crescimento nos anos
2017 e 2019, culminando na média entre esses anos de crescimento de 7,24% no PIB de Mercado.
Os resultados são apresentados pelo IBGE e deflacionados pelo INPC, referentes aos anos entre
2017 e 2019 (Tabela 7).

O IBGE, fornece, por meio de um sistema de indicadores municipais informações econômicas


como ferramenta para o planejamento de políticas públicas. Com a promulgação da Constituição
Federal de 1988, que concedeu mais responsabilidade e autonomia aos municípios, ampliaram-
se as demandas por informações econômicas padronizadas e comparáveis em nível municipal,
tanto por parte de agentes públicos e privados, quanto por estudiosos da economia e pela
sociedade em geral. Os resultados do PIB dos Municípios permitem identificar as áreas de
geração de renda, a partir do levantamento de informações que captam as especificidades do
País.
Tabela 7 - PIB de Mercado e Per Capita deflacionado a preços constantes de 2019 e Variação Real em
percentual, período 2017-2019
PIB de Mercado (R$ 1,00) PIB Per Capita (R$ 1,00)
Ano
Valor Deflacionado Variação Real Valor Deflacionado Variação Real
2017 5.557.820.141,91 5,75% 53.295,55 4,74%
2018 6.463.264.444,80 16,29% 61.506,28 15,41%
2019 6.441.795.000,00 -0,33% 60.640,64 -1,41%
Média 6.154.293.195,57 7,24% 58.480,82 6,25%
Fonte: IBGE/Base de Dados (Sidra, 2020). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

REVISÃO 2022 – V.4 | 65


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Considerando os resultados do PIB de mercado referentes aos períodos 2017-2019, a economia


de Araxá apresentou crescimento médio de 7,24% no PIB de Mercado, devido às oscilações reais
ocorridas neste período, influenciadas pelas performances dos setores econômicos de acordo
com dados do VABPB ou PIB por Setor Econômico, que, por sua vez, apontou crescimento de
7,33%, influenciado pelas movimentações crescentes, sobretudo, da indústria. O retrospecto do
PIB foi liderado pelo Setor de Serviços com a maior representatividade econômica obtendo a
média de R$2.905.847.363,42, seguida pela Indústria com R$2.285.952.137,26 e a Agropecuária
com R$90.919.853,92 durante o período 2017-2019.

Ao comparar a média de crescimento real do PIB de Mercado de Araxá com o PIB nacional e
estadual, verifica-se que o desempenho do município Araxá, com crescimento 7,24%, supera o
crescimento do PIB do Brasil e do Estado de Minas Gerais, que cresceram 1,14% e 0,77%,
respectivamente. Os dados mineiros e brasileiros servem de alerta para minimizar as volatilidades
que a economia pode oferecer para o mercado e por extensão, para as atividades
socioeconômicas em todas as esferas.

O quadro de estabilidade vivido de Araxá não é o mesmo em grande parte dos municípios
brasileiros durante o período 2017-2019, já que muitos vivenciaram o reflexo dos problemas
relacionados à economia à política brasileira, além das desigualdades apresentadas nesta e nas
demais esferas.

Considerando os resultados do PIB Per Capita referentes aos períodos 2016-2017; 2017-2018
e 2018-2019 o crescimento médio foi 6,25%, inferior às variações do PIB de Mercado que atingiu
de 7,24%. Com o índice de crescimento no período 2016-2017 de 4,74%; aumento de 15,41% no
período 2017-2018 e retração de -1,41% no período de 2018-2019, ao se analisar a médica de
crescimento, as variações foram suficientes para impactar positivamente o PIB Per Capita. Em
estudos mais aprofundados, com valores reais do período 2017-2019, o PIB Per Capita médio
cresceu 1,14% no Estado de Minas Gerais, 1,58% no Brasil, ou seja, índices inferiores ao do
Município de Araxá, que pontuou 7,33% de crescimento econômico (Tabela 7).

Com base na análise sobre as médias do PIB, os números retratam que, para o PIB de Mercado,
a média é de R$6.154.293.195,57 e do PIB Per Capita de R$58.480,82, cerca de R$5 mil/mês,
durante o período 2017-2019. Considerando uma análise mais ampla, as médias do PIB Per Capita
do Município de Araxá, em valores reais superaram as médias do Estado de Minas Gerais
(R$30.055,86) e do Brasil (R$38.843,750).

Os dados e resultados do PIB auxiliam as entradas de investimentos diretos e indiretos para a


implantação e materialização de empreendimentos com a finalidade de agregar na participação
e decisões dos setores econômicos do município.

No Gráfico 6 está delineado importante cenário econômico abrangendo o crescimento


acumulado nas três esferas de gestão pública do país, em que mostram a performance

REVISÃO 2022 – V.4 | 66


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econômica dessas nos últimos três anos, onde a entidade pública deve avaliar seu
comportamento mediante os resultados alcançados nos níveis superiores hierarquicamente.

Em síntese, o município de Araxá apontou crescimento econômico no acumulado real de -15,91%


no PIB a Preços de Mercado22 entre os anos de 2017 e 2019, considerando valores reais de
R$5.557.820.141,91 e R$6.441.795.000,00. Paralelamente, o crescimento acumulado do PIB Per
Capita foi de 13,78%, dado o crescimento real de R$53.295,55 para R$60.640,64 (Gráfico 6).

Gráfico 6 - Comparativo crescimento acumulado PIB de Mercado e Per Capita deflacionado a preços
constantes de 2019, período 2017-2019
18,00% 15,91%
16,00%
13,78%
14,00%
12,00%
10,00%
7,13% PIB DE MERCADO
8,00%
5,03% PIB PER CAPITA
6,00%
3,19%
4,00% 2,00%
2,00%
0,00%
NACIONAL ESTADUAL MUNICIPAL

Fonte: IBGE/Base de Dados (Sidra, 2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

As economias nacional e estadual incluíram crescimentos acumulados inferiores aos do município


de Araxá. O comportamento econômico entre as esferas nacional, estadual e municipal
identificadas nesse estudo sugere que o município de Araxá deve avançar com os objetivos de
realizações sistemáticas de desenvolvimento, a fim de que alavanquem cada vez mais os
indicadores (Gráfico 6).

Consuma-se neste cenário, a performance de crescimento na mais relevante variável econômica


que mede as riquezas, que proporcionam a reflexão para a tomada de decisões para traçar novas
políticas públicas para a execução dos processos de desenvolvimento e crescimento econômico do
município de Araxá.

3.5.2 VALOR ADICIONADO BRUTO A PREÇOS BÁSICOS

Nessa análise, pretende-se mostrar o comportamento dos setores econômicos no Município de


Araxá, assim como identificar a distribuição das riquezas locais, o setor de maior relevância e o
mais vulnerável economicamente. Enfim, busca-se propiciar uma visão holística do município, a
fim de os objetivos da gestão possam ser alcançados, definindo assim, um planejamento
estratégico, que deve ser refletido no Valor Adicionado Fiscal e na arrecadação do município.

22 Inclui os impostos sobre os produtos.

REVISÃO 2022 – V.4 | 67


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Tabela 8 -PIB/VABPB por setor de atividade com valores deflacionados a preços constantes de 2018,
período 2017-2019
2017 2018 2019
Ramo de
Atividade Valor Valor Valor
Participação Participação Participação
Deflacionado Deflacionado Deflacionado

Agropecuária 95.869.760,16 2,02% 96.452.801,60 1,73% 80.437.000,00 1,45%

Indústria 1.800.362.254,97 37,96% 2.458.222.156,80 44,08% 2.599.272.000,00 47,01%

Serviços23 2.846.081.363,86 60,01% 3.021.867.726,40 54,19% 2.849.593.000,00 51,54%

Total 4.742.313.378,99 100,00% 5.576.542.684,80 100,00% 5.529.302.000,00 100,00%


Fonte: IBGE/Base de Dados (Sidra, 2020). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

Na distribuição do VABPB deflacionado por ramo de atividade, o município de Araxá seguiu o


perfil nacional dos municípios no período de 2017 a 2019. Ou seja, os serviços configuram-se
como sendo o setor mais expressivo, representando maior formação de volumes financeiros no
esforço produtivo da economia local e contribuindo para a criação de empregos e renda, além
de aumentar a receita do município. O setor da indústria ocupa a segunda colocação no ranking
da formação das riquezas e, por último, a agropecuária (Tabela 8).

Em relação ao desempenho médio dos setores econômicos no período 2017-2019, o município


de Araxá apresenta a seguinte distribuição com os dados do VABPB:

• Setor serviços: 55,25% de participação média no total do VABPB, foi a maior participação
VABPB, com média de crescimento de 1,72%, resultado das variações dos períodos,
sendo: 4,68% (2016-2017); 6,18% (2017-2018) e redução de -5,7% (2018-2019).

• Setor da indústria: 43,02% de participação média no total do VABPB, com crescimento


médio 16,47%, resultado das variações de: 7,13% (2016-2017); 36,54% (2017-2018) e 5,74%
(2018-2019).

• Setor da agropecuária: 1,73% de participação média no total do VABPB, com crescimento


médio negativo de -8,78%. resultado das variações de: -10,35% (2016-2017); 0,61% (2017-
2018) e -16,6% (2018-2019).

O setor agropecuário detém os menores valores, ou seja, a menor participação entre os setores
econômicos, apresentando baixa taxa de crescimento no período, indicando, portanto, ser o setor
mais afetado pelas oscilações econômicas, causadas pelas condições climáticas adversas e pelos
resultados da oferta agropecuária e da produção prejudicada. Assim, todo processo abarca um
retrocesso da continuidade do dinamismo industrial e redução de consumo local, não
beneficiando o setor de serviços.

Os segmentos industriais são imprescindíveis para o desenvolvimento local e regional, devido ao


seu potencial para transformar e agregar valores, participando de forma determinante na geração

23 O Setor de serviços é composto pelos serviços, comércio e administração pública.

REVISÃO 2022 – V.4 | 68


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de empregos e renda, possibilitando também o aumento da arrecadação do município. Dessa


forma, os investimentos municipais voltados para esse setor podem ser caracterizados como
condição primordial para a busca do desenvolvimento econômico e social.

Nesse sentido, diante da expectativa de normalidade climática, certamente serão assegurados


bons resultados na agropecuária e, por consequência os demais setores da economia ficam na
esperança de expansão econômica, de forma a oportunizar ganhos socioeconômicos para o
Município.

Não obstante, para atingir as metas de crescimento e desenvolvimento almejados pela


população, é importante mencionar que as taxas de crescimento do setor da agropecuária
representaria resultados positivos, ao invés dos números apresentados para o setor que, além
das condições climáticas adversas, foi marcado pela profunda crise brasileira que perdura até os
momentos atuais.

Fica evidente nessa análise, que os setores de serviços e indústria, são os que dão maior
visibilidade para o desenvolvimento local e regional. Cabe destacar também, que a indústria
superou o setor de serviços no ano de 2019, além apresentar o melhor desempenho na economia
do município de Araxá neste período.

Portanto, com base nos dados apresentados, que especificam a distribuição das riquezas por
setores no município e, com considerando que esses geram influência na definição de medidas
e na formulação de políticas públicas que, por sua vez, devem priorizar os níveis de
desenvolvimento local e regional, priorizando a interligação desses setores, recomenda-se que o
município resgate o setor da agropecuária, visto que esse é capaz de auxiliar a retomada de
crescimento dos demais.

O Gráfico 7 sintetiza os dados da Tabela 8 e permite a visualização do comportamento dos


setores por meio do VABPB:
Gráfico 7 -Taxas de crescimento dos setores econômicos em relação ao VABPB/PIB de acordo com
valores a preços constantes de 2019, período 2017-2019 (em percentual)

Média 16,47%
-8,78% 1,72%
-16,60%
2019 5,74%

-5,70% 0,61%
2018 36,54%
6,18%
-10,35%
2017
7,13%
4,68%

-20,00% -10,00% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00%

Agropecuária Indústria Serviços

Fonte: IBGE/Base de Dados (Sidra, 2020). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

REVISÃO 2022 – V.4 | 69


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O desempenho dos três setores econômicos do Município no período de 2017 a 2019, afetou
significativamente os resultados totais do VABPB. O setor de serviços, dado o seu protagonismo,
em detrimento dos setores da agropecuária e da indústria, apesar de não apresentar as maiores
variações, foi detentor dos maiores valores absolutos com 55,25% de participação na totalidade
do VABPB.

A Administração Pública, que compõe o setor de Serviços, tem relevante participação média de
10,13% no VABPB e 18,42% do setor de Serviços, com valor médio de R$535.185.956,70. A taxa
de crescimento médio da Administração Pública foi de 3,08% - resultado das variações de 7,09%
(2017); 1,01% (2018) e 1,14% (2019).

Esse desempenho demonstra a importância da Administração Pública na sustentação do


processo econômico local, superando individualmente o setor agropecuário e mostrando a
dependência dos empregos e da renda oriundos do setor público.

Em síntese, os resultados sugerem constantes investimentos nos setores econômicos, com a


finalidade de incrementar o processo de produção e serviços estabelecidos que favoreçam a
agregação de valor na produção, buscando uma distribuição mais equitativa entre os setores que
geram as riquezas do Município. Fica evidente também, a necessidade de fortalecimento do setor
industrial, devido à sua capacidade de exercer o efeito multiplicador e de externalidade
econômica tão necessários para os municípios.

3.5.3 VALOR ADICIONADO FISCAL

O VAF24 é um indicador calculado que visa demonstrar a participação municipal no repasse do


ICMS e do IPI, entre outros (Tabela 9), sendo referência para os municípios que se beneficiam da
arrecadação resultante das atividades econômicas. Nessa análise, foi considerado o valor
adicionado total e os índices de participação com a finalidade de identificar o comportamento
do município nesse conjunto de informações econômicas, de forma a constituir numa referência
de arrecadação para os municípios que se beneficiam dos resultados das atividades econômicas
residentes em Araxá.

A Tabela 9 mostra o VAF com valores deflacionados a preços constantes de 2020 e percentual
de participação, período 2018-2020 (R$ 1,00).
Tabela 9 -Valor Adicionado Fiscal com valores deflacionado a preços constantes de 2020, período de
2018 a 2020 com valores deflacionados (Em R$)
Valor Adicionado Fiscal (R$ 1,00) Índices de Participação
Ano
Valor Deflacionado Variação Real (%) Índices Variação (%)
2018 9.117.103.114,72 39,04 1,95 34,13

24 Define-se valor adicionado como o resultado da diferença entre o valor dos bens e serviços vendidos pela empresa,
quaisquer que sejam, e o valor dos bens e serviços comprados pela empresa junto a outras empresas. Significa assim
o acréscimo de valor que a empresa incorpora ao bem na cadeia produtiva (Montoro Filho, 1994, p. 27).

REVISÃO 2022 – V.4 | 70


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2019 10.177.088.278,00 11,63 2,06 5,76


2020 8.434.510.999,00 -17,12 1,62 -21,34
Média 9.242.900.797,24 11,18 1,88 6,18
Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais – SEFA (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de
Cidades.

O VAF médio de Araxá, no período entre 2018 e 2020, atingiu o valor de R$9.242.900.797,24, com
crescimento médio de 11,18%, resultado do crescimento de 39,04% em 2018; 11,63% em 2019 e
em 2020 a taxa de -17,12%. O crescimento dessa variável, aos níveis de 2018 e 2020 traz novos
horizontes para alinhar o processo desenvolvimento socioeconômico como sua meta principal.

Em consequência, os índices de participação que geram o VAF seguem o mesmo comportamento


com valores semelhantes, o que ocasionou um desconforto financeiro para o tesouro municipal
devido à queda de repasses no ano de 2020, comprometendo o município nos seus
compromissos com fornecedores.

A instabilidade nos repasses decorrente do comportamento do VAF, muito se deve à gravidade


política, econômica e financeira brasileira que geram desconforto e dificuldades na
comercialização dos bens e serviços que movem a economia do município.

Recomenda-se atenção especial às Instituições (Associação Comercial, SEBRAE, SENAC, SENAI e


à própria Administração Municipal, através da Secretaria de Desenvolvimento) para estimular os
segmentos do setor, a fim de oferecerem alternativas de atendimento à população residente e
público em geral por meio de lojas, farmácias, supermercados e entretenimentos.

Compete ao Município, como política pública, incentivar a entrada de investimentos com a


instalação de novas empresas e preocupar-se com as firmas existentes para promover o seu
desenvolvimento econômico.

A agricultura é um setor representativo para composição do VAF e, nessa linha de raciocínio, são
necessários ajustes e mecanismos políticos e econômicos para dinamizá-lo, estabelecendo metas
e programas de incentivos, além de parcerias com Instituições e cooperativas da mesma forma
como acontece com os setores de comércio/serviços e agropecuária, visando prospectar
indicadores sociais e econômicos que promovam mais rapidamente o desenvolvimento local.

O Gráfico 8 correlaciona o comportamento do VABPB e do VAF. Com o intuito de padronizar a


série temporal, foram analisadas as duas magnitudes econômicas nos anos de 2018 e 2019 para
destacar as diferenças de desempenho entre as VABPB e VAF que influenciam diretamente no
desenvolvimento do município.
Gráfico 8 - Comparativo entre o VABPB e VAF, com valores de 2018 e 2019 (milhões)

REVISÃO 2022 – V.4 | 71


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R$ 12.000.000,00
R$ 10.177.088,30
R$ 10.000.000,00 R$ 9.117.103,10

R$ 8.000.000,00
R$ 5.529.302,00
R$ 5.576.542,70 2018
R$ 6.000.000,00
2019
R$ 4.000.000,00

R$ 2.000.000,00

R$ 0,00
VAF VABPB

Fonte: IBGE/Base de Dados (Sidra, 2018). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

De acordo com a série histórica analisada, houve retração de -0,85% no VABPB e crescimento de
11,63% no VAF entre 2018 e 2019. O VAF, entre 2018 e 2019, são superiores aos índices de
inflação25 ocorridos em igual período, gerando significativo ganho financeiro para o município
de Araxá.

Observa-se ainda que, o valor médio do VABPB é inferior ao valor VAF. O comportamento de
crescimento dessa variável sugere cuidados na gestão das finanças públicas do Município, por
força do aumento dos valores de um período para outro, não sendo favoráveis à saúde financeira
de Araxá. Os dados dão o viés, que podem ser feitos maiores investimentos no setor industrial
através de incentivos fiscais e patrimoniais, entre outras formas de incentivo, de modo a
incrementar e fortalecer ainda mais esse setor da economia, favorecendo a agregação de valor
na produção em busca de maior equilíbrio na distribuição de riquezas e fortalecimento na
arrecadação.

A fim de melhorar o entendimento do comportamento das atividades primárias no contexto do


VAF, recorre-se ao Valor Bruto da Produção (VBP) como análise complementar (Tabela 10).

O Valor Bruto da Produção retrata o Índice de frequência anual, calculado com base na produção
agrícola municipal e nos preços recebidos pelos produtores mineiros. Engloba produtos da
agricultura, da pecuária, da silvicultura, do extrativismo vegetal, da olericultura, da fruticultura etc.
(SEAB, 2018).

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Secretaria da


Agricultura e Abastecimento (SEAB), tem-se que o VBP e seus respectivos ramos, apresentaram
crescimentos negativos no ano 2017, marcado pela elevada produção de 2017 e pela redução de
preços nos mercados agropecuários. Em nível nacional, segundo a Confederação da Agricultura

25 Utilizando as taxas de inflação medidas pelo IPCA, como efeito comparativo, o VAF configurou-se em ganho de
rentabilidade financeira nas contas públicas do município, visto que, a média inflacionária para o período 2018-2019
foi de 4,03% que foi decorrente dos índices de inflação contabilizados nos anos de 2018 (3,75%) e 2019 (4,31%).

REVISÃO 2022 – V.4 | 72


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e Pecuária do Brasil (CNA)26, considerando a média ponderada, a produção aumentou 14,00% em


relação ao ano de 2016, resultado das condições climáticas favoráveis, enquanto ocorria a
retração de 15,39% nos preços.

Os valores a seguir traduzem a supremacia econômica da agricultura em detrimento dos demais


segmentos econômicos do setor, que remete a maiores investimentos na agroindústria como
forma de catalisar os níveis de crescimento e desenvolvimento econômico local.
Tabela 10 - Valor Bruto da Produção Agrícola (VBP) por tipo de lavoura, com valores deflacionados a
preços constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
Tipo de Participação
2018 2019 2020 Média
lavoura Média

Temporária 105.983.134,95 103.463.322,00 133.818.000,00 109.423.500,06 70,31%

Permanente 58.888.088,52 37.846.005,00 49.237.000,00 46.208.417,56 29,69%

Total 164.871.223,47 141.309.327,00 183.055.000,00 155.631.917,62 100,00%


Fonte: Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB)/ Departamento de Economia Rural (DERAL). Dados
trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades

O resultado do período 2018-2020 mostrou, em média, a participação de 29,69%, das lavouras


permanentes e 70,31% das lavouras temporárias na totalidade do VBP. Considerando o ano
imediatamente anterior, o VBP apresentou crescimento de 23,69% (2018); -14,29% (2019); e
29,54% (2020), culminando no crescimento médio de 12,98% devido ao crescimento da
agricultura em torno de 30,0% no ano de 2020.

O desempenho médio das atividades é resultado dos crescimentos médios de 15,30% para as
lavouras permanentes e de 13,07% para as lavouras temporárias, muito por conta da
movimentação financeira das lavouras temporárias.

O crescimento acumulado teve o seguinte desempenho entre os anos 2018 e 2020:

• Elevação de 11,03% no VBP total, considerando os valores R$164.871.223,47 e


R$183.055.000,00;

• Crescimento das lavouras temporárias de 26,26%, com os valores de


R105.983.134,95,00 e R133.818.000,00; e

• Retração das lavouras permanentes de -16,39%, com os valores de R$58.888.088,52 e


R$49.237.000,00.

Em síntese, o desempenho pode ser considerando excepcional considerando o ano de 2020, em


que o VBP total atingiu R$183,0 milhões, onde R$ 133,8 milhões foi decorrente do cultivo da
lavoura temporária e R$49,2 de lavouras permanentes.

26 Boletim PIB do Agronegócio de 06 abril de 2018.

REVISÃO 2022 – V.4 | 73


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3.5.4 ESTABELECIMENTO E EMPREGOS POR ATIVIDADE ECONOMÔMICA

Este tópico considera os dados estatísticos para visualizar a dinâmica quantitativa dos
Estabelecimentos por Atividades Econômicas que contribuem para gerar empregos no município
de Araxá, considerando a média do período entre 2018 e 2020 (Tabela 11).
Tabela 11 - Estabelecimentos e Empregos por atividade econômica, período 2018 a 2020.
Atividades Estabelecimentos Empregos
Econômicas 2018 2019 2020 2018 2019 2020
Indústria 225 226 225 5.596 5.740 5.493
Construção Civil 158 140 144 1.096 1.408 1.653
Serviços27 2.264 2.215 2.158 20.642 21.066 20.177
Agropecuária 301 308 304 815 795 719
Total 2.948 2.889 2.831 28.149 29.009 28.042
Fonte: MTE/RAIS em 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

Na composição dos estabelecimentos, no período 2018-2020, na média, o setor de serviços


participou com 76,57%, o setor agropecuário com 10,53%, a indústria com 7,8% e a construção
civil com 5,1% em relação a totalidade dos estabelecimentos. Os setores de serviços e
agropecuária respondem por 87,1% dos estabelecimentos do Município, refletindo a relevância
que exercem na composição das atividades econômicas de Araxá.

Na composição dos empregos, em média, o setor de serviços lidera a ocupação de trabalhadores


do município com 72,64%, seguido pela indústria com 19,75%, construção civil com 4,88% e
pelo setor agropecuária com 2,73%, dos empregos. Os setores de serviços e indústria,
responderam por 92,39% de participação nos empregos formais do município.

Considerando a média do período 2018-2020, houve queda da quantidade de estabelecimentos


de –1,82%, e os empregos retraíram -1,29%, destacando o crescimento de ocupação de 3,06%
(2019); retração de -3,59% (2018) e -3,33% (2020). Esse comportamento ocorreu em função das
movimentações setoriais de empregos e estabelecimentos no Município, conforme segue:

• Setor de serviços: teve queda de -1,80% na quantidade de estabelecimentos, e retração


de -7,11% nos empregos, destacando o crescimento de 2,05% nos empregos em 2019,
não capaz de suportar os crescimentos negativos ocorrido em 2018 (-19,17%) e 2020 (-
4,22%);

• Setor da indústria: a taxa de crescimento na quantidade de estabelecimentos foi negativa


de -1,42%, e retração de -1,65% nos empregos, destacando o crescimento de 2,57% em
2019, não sendo capaz de superar a retração de 2018 (-3,22) e 2020 (-4,30%);

27 Serviços está composto pelos dados do comércio atacado e varejo, serviços em geral e administração pública.

REVISÃO 2022 – V.4 | 74


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• Setor agropecuário: queda de -0,09% na quantidade de estabelecimentos e -5,86% nos


empregos, em todos os anos houve retração no número de empregos agrícolas: -5,56
em 2018, -2,45% em 2019 e -9,56% em 2020.

• Setor da Construção Civil: retração de -5,56% de estabelecimentos e crescimento de


10,95% no número de empregos, devido à retração de -13,02% (2018) e aumento de
28,47% (2019) e 17,4% (2020).

Em relação ao crescimento acumulado da quantidade de estabelecimentos e de empregos no


período 2018-2020, o setor de serviços é o maior empregador do Município, refletindo na
economia como um todo, visto que a administração pública, que é um segmento desse setor, é
a maior empregadora de Araxá.

Os setores da indústria, construção civil, comércio e serviços e a agropecuária compõem a rede


econômica ou a força-motriz para medir os níveis de crescimento e desenvolvimento econômico
do município. Não obstante, as características de cada setor e seus respectivos segmentos e
ramos de atividade, faz-se necessário que os agentes econômicos e os gestores público busquem
o crescimento aliado ao fortalecimento da economia local e regional.

Dessa forma, a partir do Gráfico 9, pode-se ter uma ideia de uma gestão baseada nas
potencialidades, entraves e visão de como se deve lidar com os setores econômicos, a fim de que
se definam os rumos que o município deve seguir para alcançar os objetivos sobre o
gerenciamento das políticas públicas, que podem alavancar os destinos sociais e econômicos do
Município:
Gráfico 9 - Crescimento acumulado das atividades econômicas, 2018 a 2020

60,00%
50,82%
50,00%

40,00%
Estabelecimento
30,00%
Emprego
20,00%

10,00%
0,00% 1,00%
0,00%
-1,84% -2,25% -0,38%
-10,00% -4,68% -3,97%
-8,86%
-11,78%
-20,00%
Indústria Construção Comércio Agropecuária Total
Civil e Serviços

Fonte: MTE/RAIS (2020). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

REVISÃO 2022 – V.4 | 75


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O crescimento acumulado de estabelecimentos culminou, em média, com retração de -3,97% de


empregos foi de -0,38%. Os índices negativos foram registrados para os estabelecimentos, exceto
para a agropecuária, nos empregos a construção civil não apresentou retração.

O maior destaque no emprego ficou por conta da Construção Civil, com crescimento acumulado
acima de 50% e no estabelecimento, apenas a agropecuária cresceu 1,0%. Fica evidente e ao
mesmo tempo preocupante as quedas no crescimento dos estabelecimentos.

O Gráfico 10 retrata a relação entre a quantidade de empregos e a quantidade de


estabelecimentos. A relevância dessa relação tem o objetivo de alertar para o fato de que ao se
gerar oportunidades de trabalho, incentiva-se também a entrada de novas empresas e fortalece
as existentes, além de aumentar a arrecadação de impostos, que devem ser revertidos em
melhorias de infraestrutura, segurança e condições de vida da população.

O mercado de trabalho é dividido em setores, cada um com sua especificidade, como por
exemplo, a agricultura e a pecuária, lidam com matéria-prima; a indústria com a transformação
da matéria-prima, a construção civil com a transformação dos objetos utilizáveis e o comércio e
serviços com os mais diversos segmentos.

A matriz de insumo-produto clarifica esse raciocínio, ao considerar a inter-relação entre os


setores, ou seja, a matéria-prima que é extraída da agricultura e da pecuária é modificada e se
materializa na indústria para em seguida ser comercializada no mercado de bens e serviços.

Essa base exige, naturalmente, a existência de empresas ou estabelecimentos que precisam de


tecnologia e recursos humanos para produção e, nesse sentido, o interesse pela equivalência de
empregos por estabelecimentos se torna relevante para a tomada de decisões e investimentos
para geração de renda, mão-de-obra e rentabilidade ou retorno financeiro para as empresas.
Gráfico 10 - Empregos por estabelecimento, média do período 2018-2020

Agropecuária 2,55

Comércio e Serviços 9,33

Construção Civil 9,43

Indústria 24,93

0 5 10 15 20 25 30

Fonte: MTE/RAIS/IPARDES (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

O ranking da equivalência média da quantidade de trabalhadores por estabelecimento é liderado


pela indústria com 24,93; seguido pela construção civil com 9,43; comércio e serviços com 9,33
e agropecuária com 2,55 pessoas por estabelecimento. A média de empregos é de 9,83
trabalhadores por estabelecimento.

REVISÃO 2022 – V.4 | 76


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Esses dados revelam a importância do setor industrial e do setor de comércio e serviços para a
geração de empregos e renda como forma de fomentar a economia local, sugerindo esforços do
executivo para atrair a entrada de novas empresas e incentivar permanentemente as empresas
existentes, possibilitando a criação de novos empregos, gerando assim, investimentos para o
município e prevenindo o esvaziamento populacional. Considera-se que a produção
agropecuária pode ser utilizada na transformação de produtos, dada a possibilidade de se
aproveitar as potencialidades locais, no que se refere ao processamento industrial dos produtos
primários.

Algumas atividades delineadas merecem atenção e estabelecem parâmetros para a economia


local, como por exemplo, a produção industrial que, diante de aumento de R$1,00 se multiplica
pela produção da própria indústria e dos demais setores da economia, resultando em aumento
adicional de R$1,40, que totaliza um aumento de R$2,40 no PIB, atuando como efeito
multiplicador relevante para os setores econômicos. Na agropecuária esse efeito final estaria no
valor de R$1,66. Nos Serviços R$1,49 (CNI)28. Analisando os dados da população ocupada, verifica-
se que a maior parte da mão de obra empregada formalmente em Araxá está alocada no setor
de serviços (Tabela 12).
Tabela 12 - Ramos de atividades geradoras de empregos e renda, média do período 2018-2020
Ramos de Atividade Média de empregos Participação (%)
Comércio Varejista 6.517 22,95
Administração Pública 4.261 15,00
Alojamento e Comunicação 2.762 9,72
Indústria Metalúrgica 2.417 8,51
Administração Técnica Profissional 2.023 7,12
IBGE Subsetor 2.019 7,11
Transporte e Comunicações 1.517 5,34
Médicos serviços odontológicos e veterinários 1.415 4,98
Construção Civil 1.386 4,88
Ensino 1.078 3,80
Alimentos e Bebidas 1.077 3,79
Indústria Química 922 3,25
Agricultura 776 2,73
Comércio Atacadista 646 2,27
Instituição Financeira 410 1,44
Indústria Mecânica 395 1,39
Prod. Mineral Não Metálico 258 0,91
Extrativa Mineral 203 0,71

28 Confederação Nacional da Indústria, Perfil da Indústria Brasileira de 19 de julho de 2019.

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Ramos de Atividade Média de empregos Participação (%)


Madeira e Mobiliário 143 0,50
Outras empresas com menos de 100 empregos 195 0,07
Total 28.400 100,00
Fonte: MTE/RAIS (2020). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

Entre as principais atividades econômicas, a Administração Pública, comércio varejista,


alojamento e comunicação e Indústria metalúrgica juntas, geram 15.956 empregos que
correspondem a 56,18% do total médio de postos de trabalho do Município de Araxá (Tabela 12).

Os números, apesar de mostrarem a importância do setor público na geração de empregos e


renda, sugerem atenção para os setores produtivos da economia, no sentido de gerar empregos
nas atividades privadas e minimizar a dependência de Administração Pública e das transferências
de renda do governo federal, tais como previdência social e bolsa família, entre outros.

Dessa forma, é necessário desenvolver políticas públicas econômicas e estratégias para fomentar
e estruturar as atividades privadas, de forma a atrair empresas e empreendedores, especialmente
indústrias, dada sua capacidade de gerar empregos e renda para promover o desenvolvimento
municipal.

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4. EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS


4.1 SAÚDE

Conforme levantamento publicado pelo IPDSA realizado em 2013, os serviços de saúde de Araxá
compreendem desde os atendimentos básicos e especializados, ambulatoriais, hospitalares,
atendimentos de urgência e de emergência, capacidade de atendimento em Saúde Pública, até
aos de apoio ao diagnóstico no SUS e em clínicas privadas.

Em se tratando dos estabelecimentos públicos de saúde do município, de acordo com dados


levantados junto à Secretaria Municipal de Saúde (2021), a atenção primária de saúde conta com:

• 23 equipes de Estratégia Saúde da Família, sendo que dessas, 11 ocupam um espaço


único;

• 4 Unidades de Saúde da Família (USF), com 3 equipes de ESF em cada Unidade.

Já os equipamentos referentes à atenção primária e secundária compreendem:

• 4 unidades de Saúde com atendimento básico e secundário. Essas unidades realizam


atendimentos à população de forma programada ou por demanda espontânea, nas
especialidades básicas, clínica médica, consulta e procedimentos de enfermagem,
odontologia, ginecologia, pediatria e psiquiatria, além das especialidades de Atenção
Secundária, cujos agendamentos são realizados após encaminhamentos feitos pela rede
de atenção básica.

A Quadro 1 lista toda a estrutura disponibilizada pelo Município de Araxá no quesito saúde
pública e respectiva localização dos equipamentos.
Quadro 1 - Equipamentos de Saúde de Araxá
Equipamento Endereço
ESF Abolição Rua José Pinto da Silva, 135 – Abolição
ESF Ana Pinto Rua David Roberto Rezende, 210 – Ana Pinto
ESF João Ribeiro Rua Paul Harris, 223 – João Ribeiro
ESF Pão de Açúcar Rua Alyrio Texeira, 280 – Pão de Açúcar
ESF Santa Luzia Rua Laurindo Baleeiro, 340 – Santa Luzia
ESF São Pedro Rua Alexandre Gondim, 157 – São Pedro
ESF Tiradentes Rua Anésia Montovani, 255 – Tiradentes
ESF Urciano Lemos Rua Lazaro Vaz de São Paulo, 75 – Urciano Lemos
ESF Leblon Rua José Veríssimo Camelo, 131 – Leblon
ESF Vila Estância Rua João Pereira de Resende, 30 – Novo Santo Antônio
ESF Max Neumann Rua Ubaldina Vieira Mendes, 65 – Max Neumann
ESF Centro (Unicentro) Av. Damaso Drumond, 275 – Centro

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Equipamento Endereço
ESF Santo Antônio (Unicentro)
ESF Jardim Europa (Unicentro)
ESF Jardim Europa (Uninordeste)
ESF Orozino Teixeira (Uninordeste) Av. Dr. Pedro de Paula Lemos, 1110 – Ana Antônia
ESF Jardim das Oliveiras (Uninordeste)
ESF Alvorada (Unioeste)
ESF Boa Vista (Unioeste) Av. Auxiliadora Paiva, 255 – Serra Morena
ESF São Domingos (Unioeste)
ESF Santa Terezinha (Unisse)
ESF Vila Silvéria (Unisse) Rua Edmar Cunha, 135 – Santa Terezinha
ESF Padre Alaor (Unisse)
Unileste Av. Cassiano de Paula Nascimento, 290 – Santo Antônio
Uninorte Rua Lázaro Vaz de São Paulo, 105 – Urciano Lemos
Unisa Rua Piauí, 35 – São Geraldo
Unisul Avenida Aracely de Paula, 4050 – Vila Silveria
USF Max Neumann Rua Ubaldina Vieira Mendes, 65 – Max Neumann
PIID Av. Rosária Isaura de Araújo
Distrito de Itaipu Zona Rural – Distrito de Itaipu
Centro de Apoio Diagnóstico Dr.
Rua Calimerio Guimarães, 850 – Centro
Orlando Padovani
CEO Centro de Especialidade
Av. Eugênio Cândido de Oliveira, 50
Odontológica
CEREST Centro de Referência em
Praça Governador Valadares, 463
Saúde do Trabalhador
CTA Centro de Testagem e
Rua Calimério Guimarães, 850
Aconselhamento
Centro de Assistência Farmacêutica Rua Joaquim Alves Barcelos, 435
Farmácia de Minas Rua Capitão Jaime Gotelip, 120
Laboratório Municipal de Análises
Rua Calimério Guimarães, 850
Clínicas de Araxá
Secretaria Municipal de Saúde de
Av. Rosária Isaura de Araújo
Araxá
CAPS AD Rua Nossa Senhora do Carmo, 100
CAPS II Maria Pirola Rua Argenita, 570
CAPS Infanto Juvenil Rua Nossa Senhora da Conceição, 306
UPA 24 Horas Av. João Paulo II
Centro de Vacinação Av. Damaso Drummon, 257
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2022.

Dos estabelecimentos de saúde listados acima, cabe destacar que o Centro de Referência em
Saúde do Trabalhador (CEREST) possui alcance regional ao atender toda a microrregião de saúde.

Ainda conforme a Secretaria Municipal de Saúde, atualmente, o município possui 75% de


cobertura populacional de ESF e 93% de atenção básica, de forma que se objetiva a expansão

REVISÃO 2022 – V.4 | 80


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dessa rede para que seja alcançada 100% de cobertura populacional. Dada a demanda por ESF,
foi sugerida pela secretaria a construção de Unidades nos seguintes bairros: Mangabeiras, Pão
de Açúcar IV, Jardim das Oliveiras, Jardim Europa e Camuá/Fenícia. Para além dessas, o município
também carece de UTI Neonatal e pediátrica.

A equipe ESF Rural encontra-se em fase de implantação, aguardando o credenciamento médico,


para solicitação junto ao Ministério da Saúde. Enquanto não ocorre a efetivação do
credenciamento, o município tem contado com o Projeto Conexão Rural para o atendimento da
população, com ponto de apoio da equipe na USF Max Neumann e atendimento na Unidade de
Saúde de Itaipu e escolas municipais das comunidades da zona rural.

Com relação à capacidade de atendimento, Araxá dispõe de 65 leitos (35 SUS e 30 particulares),
cujo atendimento é feito por 115 médicos.
Figura 21 - Hospital Dom Bosco

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Em se tratando dos Programas de Saúde e Redes de Atenção à Saúde, o município conta com:

• Programa de controle de Tabagismo;

• Setor de Fonoaudiologia com atendimento de fonoaudiólogos na UNISA e Triagem


Auditiva Neonatal;

• Setor de Fisioterapia com sala em UBS para atendimentos fisioterápicos;

• CER – Centro Especializado de Reabilitação tipo 2 credenciado na APAE com atendimento


SUS para reabilitação física, neurológica e ostomias;

REVISÃO 2022 – V.4 | 81


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• Setor de Saúde Mental com CAPS II credenciado, CAPS AS e CAPS IJ em processo de


credenciamento;

• Setor de Nutrição com atendimento regionalizado em UBS;

• Setor de Saúde Bucal com atendimentos em clínicas regionalizadas em UBS e o CEO –


Centro Especializado Odontológico na UNISA;

• Referência técnica para Saúde da Mulher em rede de atenção integral, nas esferas
primária, secundária e vigilância em saúde;

• Referência técnica para Saúde do Homem e Saúde do Idoso em rede de atenção integral,
nas esferas primária, secundária e vigilância em saúde;

• Referência técnica para a Saúde da Criança e Adolescente em rede de atenção integral,


nas esferas primária, secundária e vigilância em saúde;

• Programa Saúde na Escola em parceria com a Secretaria de Educação;

• Centro de Referência em Saúde do Trabalhador – CEREST – Araxá;

• Centro de Testagem Anônima de IST – CTA – Araxá;

• Programa interdisciplinar de Internação Domiciliar;

• Programa de Assistência Farmacêutica.


Figura 22 - UPA 24 Horas

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Quanto à morbidade local, a análise dos dados relativos ao ano de 2010, demonstra que as
principais causas de internação hospitalar em Araxá, em ordem decrescente foram: doenças do

REVISÃO 2022 – V.4 | 82


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aparelho circulatório (15,2%), gravidez incluindo parto e puerpério (13,6%) e doenças do aparelho
respiratório (11,5%), doenças do aparelho digestivo (11,1%), seguidas pelas demais causas em
menor proporção.

A mortalidade, nesta mesma análise, se deu, principalmente, pelas doenças do aparelho


circulatório (33,6%), doenças do aparelho respiratório (17,6%) e demais causas definidas (19,1%).

Cabe destacar que o município possui o Plano Municipal de Saúde (2018-2021) e, em 2022,
encontra-se em processo de revisão e atualização29.

Conforme informações coletadas na 3ª Atividade – Oficinas, o setor conta com altos recursos
financeiros disponíveis, advindos da arrecadação municipal, entretanto, o município não possui
um hospital municipal público, de forma que o atendimento pelo SUS fica restrito a algumas
instituições como a Casa do Caminho e Santa Casa de Misericórdia. Também foi pontuada a
carência de profissionais especializados da área, a obsolescência do sistema de cadastramento e
consulta e a carência de um Departamento de Vigilância Sanitária.

A partir da análise dos dados demonstrados e com base na Figura 23, conclui-se que, há
demanda para a implantação de novos equipamentos de saúde em áreas ainda não atendidas.
Para além dessas, os demais equipamentos existentes no município encontram-se bem
distribuídos na malha urbana.

A esperança de vida ao nascer é o indicador utilizado para compor a dimensão Longevidade do


IDHM e faz referência ao ODS3 “Saúde e Bem-estar”. O valor dessa variável no município era
de 71,23 anos, em 2000, e de 76,49 anos, em 2010.

A taxa de mortalidade infantil, definida como o número de óbitos de crianças com menos de um
ano de idade para cada mil nascidos vivos, passou de 25,07 por mil nascidos vivos em 2000 para
13,10 por mil nascidos vivos em 201030, decréscimo de 47,7%.

Com a taxa observada em 2010 o município não cumpre ainda com a


meta 3.2 do ODS 3 “Saúde e Bem-estar”, segundo a qual a
mortalidade infantil no país deve estar abaixo de 12 óbitos por mil
nascidos vivos em 2030.

A Figura 23 espacializa os equipamentos destinados à Saúde na malha urbana de Araxá e, por


meio da sua análise, percebe-se a distribuição uniforme destes locais e as regiões mais indicadas
para possíveis novas instalações.

29 ARAXÁ, 2022.
30 ATLAS BRASIL, 2021.

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Figura 23 - Equipamentos destinados à Saúde

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2022.

4.2 EDUCAÇÃO

Considerando o item, 3.3 – Desenvolvimento Humano, Araxá demonstra uma constante evolução
nos índices de IDHM-E, sendo esta a dimensão que mais cresceu entre os anos de 2000 e 2010.
Este índice mede a qualidade da educação no município e é composto por dois subíndices: a
escolaridade da população adulta e o fluxo escolar da população jovem.

Cabe destacar que o município possui o Plano Municipal de Educação, instituído pela Lei nº 6.891
de 25 de junho de 2015, que estabelece diretrizes para garantir os avanços desejados para a

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educação no município ao longo de sua vigência, sendo uma importante ferramenta para o
planejamento da política educacional.

Araxá dispõe de instituições educacionais que contemplam todos os níveis de educação, do


infantil ao superior. Em 2020, o município apresentava31 um total de 46 unidades de ensino básico
e infantil, 35 de ensino fundamental e 11 de ensino médio.
Tabela 13 - Equipamentos de Educação em Araxá, 2011 e 2020
Ensino
Ano Ensino Básico Ensino Médio Total
Fundamental
2011 43 36 11 90
2020 46 35 11 92
Fonte: IBGE, 2011 e 2020. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Comparado ao ano de aprovação do PDE vigente (2011), observa-se uma sensível ampliação da
quantidade de equipamentos do Ensino Básico de educação, uma redução da quantidade de
equipamentos do Ensino Fundamental e manutenção da quantidade equipamentos do Ensino
Médio.

O Quadro 2 contém a descrição de cada uma dessas instituições por natureza de gestão,
modalidades de ensino e endereço das mesmas.
Quadro 2 - Equipamentos públicos de ensino regular em Araxá, 2021
Modalidade de
Nome Localização
ensino
Anita Mesquita Educação Infantil Rua Alagoas, 105 – São Geraldo
Araci Predelina de Av. Professora Auxiliadora Paiva, 2.135 – Boa
Educação Infantil
Lima Vista
Azália Guimarães Educação Infantil Rua Antônio Barreto, 255 – Fertiza
Balão Mágico Educação Infantil Rua Pernambuco, 1.110 – Alvorada
Rua Sebastião Ferreira Pinto, 645 – Ana Pinto
Cássio Barsante Educação Infantil
de Almeida
Rua José Severino de Aguiar, 155 – Ana Pinto
Conceição Velasco Educação Infantil
de Almeida
Delica Pereira Vale Educação Infantil Rua Tupi, 178 – Bairro Sto. Antônio
Dona Adélia Valle Educação Infantil Rua Irineia Alves de Paiva, 1300 – Estância
Doralice Afonso de
Educação Infantil Av. Francino Ferreira da Silva, 40 – Ana Antônia
Azevedo
Rua Clarimundo Batista da Costa, 200, Bairro
Dona Petrosa Educação Infantil
São Pedro
Magdalena Lemos Educação Infantil Rua José Alberto Fontes, 40 – Urciano Lemos
Profa. Maria das
Dôres Faria Educação Infantil Rua Pernambuco, 1.155, Bairro São Domingos
Fonseca
CEMEI

Armindo Barbosa – Rua Sebastião Ferreira Pinto, 635 – Ana Pinto


Educação Infantil
PROINFÂNCIA de Almeida

31 IBGE, 2020.

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Modalidade de
Nome Localização
ensino
Dalva Santos Zema Educação Infantil Rua José Pedro da Silva, 200 – Pão de Açucar
De Fátima Educação Infantil Rua Rio Grande do Norte, 247 – São Geraldo
Professora Olga
Educação Infantil Rua Calimério Guimarães, 808 – Centro
Cunha Pinheiro
Francisca Querina Rua Lázaro Severino Gomes, 195 – Lot Novo
Educação Infantil
Martins de Oliveira Pão de Açucar IV
Sarah Valle Abraão Educação Infantil Rua Antônio de Freitas, 185 - Abolição
Profa. Marlene Rua Doutor Bernardino Ladeira, 400, Bairro
Educação Infantil
Braga Guimarães Max Neumann
Querobina Gomes
Educação Infantil Rua Geraldo Lima, 75, Bairro Pão de Açúcar IV
Borges
Vicente Pereira da Rua Maria Gonçalves Nolli, s/nº, Bairro Jardim
Educação Infantil
Silva das Oliveiras
Dom Pixote Educação Infantil Rua Thieres Botelho, 110 – Centro
Francisco Braga Educação Infantil Av. Washington Barcelos, 1300 – Bom Jesus
EMEI

Lucas Teixeira dos


Educação Infantil Rua Modesto Cristino Filho, 285 – Santa Luzia
Satnos Junior
Agar de Affonseca Rua Maria Auxiliadora Oliveira, 415, Bairro Pão
Ensino Fundamental
e Silva de Açúcar IV
Alice Moura Ensino Fundamental Rua Dr. Edmar Cunha, 150 – Leda Barcelos
Aziz J. Chaer Ensino Fundamental Rua Deolina Dias Rosa, 325 – Orozino Teixeira
Professora Lélia Avenida Ministro Olvavo Drummond, 05 – São
Ensino Fundamental
Guimarães Geraldo
Benedito de Paula Rua Maria Gonçalves Nolli, s/nº, Bairro Jardim
Ensino Fundamental
Filho das Oliveiras
Dona Gabriela Ensino Fundamental Rua Padre Anchieta, 169 – Centro
Rua Joaquim Candido da Silva, 45 – Urciano
Manoela Lemos Ensino Fundamental
Lemos
Professor Nelson
Ensino Fundamental Rua Santo Antônio, 1240 – Santo Antônio
Gomes
Professora
Ensino Fundamental Rua José Andrade de Freitas, 350 – Boa Vista
Auxiliadora Paiva
Professora
Avenida José Severino de Aguiar, 155 – Urciano
Leonilda Ensino Fundamental
Lemos
Montandon
Profa. Porfírio de Av. Bernardino Ladeira, 430, Bairro Max
Ensino Fundamental
Azevedo Leite Neumann
Antônio Agusto de Ensino Fundamental
Fazenda Mourão Rachado
Paiva (Zona Rural)
Ensino Fundamental BR-262, Km 718 – Serra da Boa Vista, Itaípu –
Eunice Weaver
(Zona Rural) Distrito de Araxá/MG
Francisco Primo de Ensino Fundamental
Escola Municipal

Unidade Urbana – Bosque dos Ipês


Melo (Zona Rural)
Ensino Fundamental
José Bento MG-428, Km 20 -Boca da Mata
(Zona Rural)
Ensino Fundamental
Padre Inácio Fazenda Santa Terezinha
(Zona Rural)

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Modalidade de
Nome Localização
ensino

Padre Evaristo
CESU

Supletivo Rua Padre Anchieta, 169 - Centro


Afonso

Rua Onésimo Simões Borges, 55, Bairro


Anexo Loren Ensino Fundamental
Alvorada
Anexo Cepac Ensino Fundamental Rua Alceu Geraldo da Silva, 25, Bairro Abolição
Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2021. Dados trabalhados pela DRZ, 2021.

Também fazem parte da rede municipal de educação32: 1 Biblioteca Pública Municipal e suas
sucursais, 1 Polo da Universidade Aberta do Brasil – UAB, 1 Centro de Atendimento à Educação
Inclusiva e 7 Unidades de Ensino Conveniadas.

A rede estadual de ensino no município é composta por 15 escolas. Dessas, em 2021, 5 foram
municipalizadas e em 2022 irão compor a rede municipal de ensino, sendo elas: E.E. Delfim
Moreira, E.E. Dr. Eduardo Montandon, E.E. Lia Salgado, E.E. Padre João Botelho, E.E. Pio XII. A rede
federal de ensino no município conta com o CEFET/Campus Araxá.

Das instituições de ensino listadas, 2 foram contempladas com reformas e melhorias entre 2016
e 2018, 10 entre 2019 e 2020, 4 em 2021 e estão previstas reformas em 3 escolas para o ano de
2022. Para atender a demanda de crianças de 0 a 3 anos, é prevista a construção de 2 novas
Unidades de Educação Infantil nos Bairros Mangabeiras e Jardim Europa, além da ampliação de
salas nos CEMEIS já existentes.

Embora muitas instituições de ensino tenham sido reformadas nos últimos anos, conforme dados
repassados pela Secretaria de Educação, os CEMEI não atendem à demanda da população e
muitos carecem de reformas, apresentando, em sua grande maioria, estado de conservação
regular e ruim.

No município também são verificadas instituições de ensino superior e técnico, com sistema de
ensino presencial, semipresencial e à distância – EAD. No seguimento público, o CEFET oferece
cursos presenciais, além da educação técnica de nível médio. Segundo a Secretaria de Educação,
a partir de dados cedidos pelo CEFET, a unidade de ensino dispõe de programas de permanência
na escola para alunos com baixa renda familiar, como bolsas de complementação educacional,
bolsa de permanência, bolsa alimentação, bolsa para aquisição de equipamentos e bolsa para
acesso à internet.

32 Secretaria Municipal de Educação, 2022.

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Figura 24 - CEFET/MG – instituição pública de ensino técnico e superior

Fonte: DRZ – Gestão Cidades, 2021.

Também há a oferta de cursos de graduação e pós-graduação na modalidade EAD através do


Polo da Universidade Aberta do Brasil – UAB.

O munícipio também possui uma Instituição de Ensino Superior particular, o Centro Universitário
do Planalto de Araxá- UNIARAXÁ, que oferece vagas para cursos presenciais de graduação e pós-
graduação na modalidade presencial e EAD. Na UNIARAXÁ, o Centro Acadêmico tornou-se polo
EAD de graduação, o que propiciou um aumento considerável no número de matrículas nesta
modalidade nos últimos anos.
Figura 25 - UNIARÁ (Centro Universitário do Planalto de Araxá)

Fonte: DRZ – Gestão Cidades, 2021.

Além desta, também foram identificados vários polos de Instituições particulares de Ensino
Superior que oferecem cursos de graduação e pós-graduação na modalidade EaD e/ou
semipresencial como a UNIFRAN/Cruzeiro do Sul, UNIUBE, UNOPAR, UNIP, UNINTER, Estácio de

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ARAXÁ - MG

Sá, Instituto Educacional Santa Clara, SENAC – SP (Polo Araxá), UNICESUMAR,


Anhembi/Morumbi, Faculdade de Gestão Woli- FGW, dentre outras.

O município também dispõe de equipamentos de educação profissional técnica de nível médio,


sediados em instituições de ensino privadas como as Unidades Integradas SSESI/SENAI, SENAC,
Centro Educacional Santa Edwiges, Bit Araxá - Educação Profissional e Escola Politécnica.

A Figura 26 demonstra a espacialização das instituições apresentadas no Quadro 2, apresentando


também a área de abrangência de cada modalidade de ensino. A literatura brasileira define
parâmetros para nortear a implantação destas instituições. Segundo Moretti (1997, p.141), as
escolas de Educação Infantil devem estar posicionadas a 500 metros de distâncias das unidades
habitacionais, e as de Primeiro e Segundo Graus a 800 metros, possibilitando acesso a pé em não
mais que 15 minutos.

O município de Araxá tem demonstrado avanços significativos em praticamente todas as etapas


e níveis educacionais ao longo dos anos, com destaque para os jovens de 18 a 20 anos com
ensino médio completo que, de 2000 a 20010, apresentou um acréscimo de 56,57%, passando
de 33,62% para 52,64%. Esse último valor supera o valor estadual (42,82%) e nacional (41,01%).
Em contrapartida, a faixa etária de 15 a 17 anos apresentou queda de 20,50% entre os anos de
200 e 2010.
Tabela 14 - Fluxo escolar por faixa etária em Araxá (%), 2000-2010
Araxá MG BR
2000 2010 2010 2010
Crianças de 5 a 6 anos na escola 87,98 97,84 92,16 91,12
Crianças de 11 a 13 anos na escola 77,5 85,47 87,96 84,86
Jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo 26,20 20,83 23,44 27,11
Jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo 33,62 52,64 42,82 41,01
Fonte: PNUD, IPEA e FJP, 2013. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Gráfico 11 - Fluxo escolar em Araxá, 1991 a 2010


120

100

80
1991
60
2000
40 2010

20

0
5 a 6 anos 11 a 13 anos 15 a 17 anos 18 a 20 anos

Fonte: PNUD, IPEA e FJP, 2013. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Tabela 15 - Escolaridade da população de 25 anos ou mais em Araxá, 2000-2010


Araxá MG BR

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2000 2010 2010 2010


Fundamental completo 40,71 58,34 46,40 50,75
Ensino médio completo 25,14 40,77 32,25 35,83
Ensino superior completo 7,86 12,98 10,57 11,27
Fonte: PNUD, IPEA e FJP, 2013. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

A análise da escolaridade da população adulta de Araxá demonstra que a parcela da população


que chega a concluir as etapas educacionais vem subindo significativamente ao longo dos anos,
estando acima da média nacional e estadual nos 3 níveis em questão (2010).

A parcela da população com ensino superior completo, aumentou de 7,86% em 2000 para 12,98%
em 2010, representando uma evolução de 65,14%. Quando comparado aos índices estaduais e
nacionais, Araxá também se destaca em relação a outros indicadores sociais, com destaque para
a parcela da população considerada analfabeta. Os dados oficiais apontam índice de
analfabetismo de 5,16%, no município, enquanto em Minas Gerais este índice chega a 10,36% e
sobe para 11,82% na esfera nacional.

Os dados do IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, apresentados no Gráfico 12


indicam a evolução da qualidade da educação no Munícipio de Araxá o no período de 2007 a
2019, contabilizando ligeira queda em 2015.
Gráfico 12 - Evolução do IDEB de Araxá: Municipal e Estadual – 4ªSérie/5ºAno
8
7,4
7,5 7,2
7 7 7
7 6,7
6,5 6,4 6,4
6,5 6,2 6,3
6 6,1
6

5,5 5,2

5
2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019

Municipal Estadual

Fonte: INEP. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades,2022.

A Tabela 16 apresenta a classificação das instituições educacionais municipais em relação aos


índices do IDEB, evidenciando que na Rede Municipal de Ensino a grande maioria dos índices
superam as metas projetadas.
Tabela 16 - Ideb por escola (4ª série/5º ano)
Escola Municipal Ano 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Obtido 3,8 4,2 6,1 5,3 6,6 5,6 5,8 5,9
E.M. Aziz J Chaer
Meta 3,8 4,2 4,6 4,9 5,1 5,4 5,7 6,0
E.M. de Aplicação Obtido 4,2 4,9 5,9 6,1 6,3 6,2 6,4 6,1
Lelia Guimarães Meta 4,3 4,6 5,1 5,3 5,6 5,9 6,1 6,4

REVISÃO 2022 – V.4 | 90


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Escola Municipal Ano 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Obtido 5,3 6,3 6,8 6,8 7,3 6,7 6,8 7,1
E.M. Dona Gabriela
Meta 5,4 5,7 6,0 6,3 6,5 6,7 6,9 7,1
Obtido 5,4 ** *
E.M. Eunice Weaver
Meta 5,7 5,9 6,1 6,4 6,6 6,8
E.M. Francisco Primo Obtido 6,9 6,9 6,3
De Melo Meta 7,1 7,2 7,4 7,6
Obtido 4,5 5,0 6,4 6,3 6,6 6,2 6,2 6,0
E.M. Manoela Lemos
Meta 4,6 4,9 5,3 5,6 5,8 6,1 6,3 6,6
Obtido 4,9 6,0 **
E.M. Pe. Inácio
Meta 5,2 5,5 5,7 6,0 6,2 6,5
Meta 4,4 5,0 5,5 5,9 6,3 6,2 6,5 6,6
E.M. Profa. Auxiliadora Paiva
Obtido 4,4 4,8 5,2 5,4 5,7 6,0 6,2 6,5
E.M. Profa Leonilda Obtido 4,0 5,1 4,9 5,1 5,4 5,6 6,0 5,8
Montadon Meta 4,1 4,4 4,8 5,1 5,4 5,6 5,9 6,2
Obtido 4,6 5,2 6,2 6,7 6,7 6,4 6,4 7,1
E.M. Professor Nelson Gomes
Meta 4,6 5,0 5,4 5,6 5,9 6,1 6,4 6,6
E.M. Professora Romalia Obtido 5,9 6,2
Porfiro de Azevedo Leite Meta 6,1 6,3
Obtido 7,7 7,2 7,3
Escola Municipal Alice Moura
Meta 7,8 7,9 8,1
Nota: * Número de participantes no SAEB insuficiente para que os resultados sejam divulgados; ** Sem média no SAEB
2017: Não participou ou não atendeu os requisitos necessários para ter o desempenho calculado; os resultados marcados
em verde referem-se ao IDEB que atingiu a meta projetada.

Fonte: INEP, 2020. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

O setor educacional33 também conta com parcerias para o desenvolvimento de projetos e


programas, descritos a seguir:

• Cientistas do Cerrado - parceria com a CBMM, incentiva o compromisso com o meio


ambiente, a sustentabilidade e o futuro por meio de diferentes iniciativas, a observação,
a experimentação e o registro das experiências e vivências, a partir de temas de pesquisa
propostos, realizado por professores e alunos das instituições de ensino de Araxá.

• Bombeiro Mirim - parceria com o Corpo de Bombeiros, visa a educação preventiva,


cidadania, integração e empatia.

• Escolinha de Esportes Especializados - parceria com a Secretaria Municipal de Esportes,


promove a integração de crianças e adolescentes através da prática de esportes e
contribui para o desenvolvimento humano, social, educacional e físico dos alunos
envolvidos.

33 ARAXÁ, 2022.

REVISÃO 2022 – V.4 | 91


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• PROERD - Programa Educacional de Resistência às Drogas - parceria com o 37º Batalhão


da Polícia Militar, tem como missão ensinar aos estudantes habilidades para tomada de
boas decisões, para ajudá-los a conduzir suas vidas de maneira segura e saudável, tendo
como foco os benefícios à saúde sobre o não uso de drogas.

• Sanitaristas Mirins - parceria com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), tem como
objetivo levar orientações sobre cuidados com a sanidade animal, vegetal, ambiental e
segurança alimentar aos alunos do 4º e 5º anos das cinco escolas rurais do município.

• Projeto Xadrez na Escola - desenvolvido em parceria com o Clube de Xadrez nas escolas
de tempo integral, visa promover o desenvolvimento de habilidades como memorização,
concentração, raciocínio lógico-dedutivo, resolução de problemas, imaginação,
criatividade, planejamento e paciência.

• Programa Saúde na Escola (PSE) - desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde em


todas as Unidades de ensino, visa contribuir para a formação integral dos estudantes por
meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, com vistas ao enfrentamento
das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças e jovens
da rede pública de ensino.

• Projeto Psicólogo na Escola - a Secretaria Municipal de Educação conta com 10


profissionais que atuam diretamente nas Unidades de ensino com a atribuição de estudar
e intervir no comportamento humano no contexto da educação. As competências do
psicólogo vão ao encontro da prevenção, especialmente na melhoria da adaptação e na
promoção do bem-estar no ambiente escolar e na qualidade educacional.

No que concerne as políticas de inclusão, na rede municipal de ensino, o atendimento aos alunos
com necessidades educativas especiais é coordenado, desde 2016, pelo Núcleo de Educação
Inclusiva por meio do Centro de Atendimento à Educação Inclusiva – CAEI, que possui em seu
quadro profissionais especializados, contratados pela Prefeitura Municipal e conta com recursos
do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA), por meio do
desenvolvimento do Projeto AME - O futuro se constrói hoje.

A Secretaria Municipal de Educação também mantém parceria com a Secretaria Municipal de


Saúde que cede 01 psicóloga para o CAEI e sempre que há necessidade o Núcleo de Educação
Inclusiva conta também com a parceria da Secretaria Municipal de Ação e Promoção Social.
Assim, alguns alunos são atendidos em outras Instituições parceiras do Centro de Atendimento
à Criança (CAC) e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), que oferece atendimento
educacional pedagógico e clínico.

As crianças e adolescentes que necessitam de atendimento especializado com profissionais das


áreas de psiquiatria, psicologia, psicopedagogia, pedagogia, fonoaudiologia, fisioterapia, reforço
escolar, terapia ocupacional e assistência social são avaliados e encaminhados para o Centro de

REVISÃO 2022 – V.4 | 92


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Atendimento à Educação Inclusiva – CAEI, que conta atualmente com 21 profissionais para o
atendimento especializado aos estudantes.

De acordo com informações levantados junto à Secretaria Municipal, com base em dados do
INEP, a rede pública e privada de ensino do município apresentou um aumento de 21,60% de
matrículas de alunos na Educação Especial entre 2015 e 2020.

A Secretaria Municipal de Educação dispõe de 01 ônibus escolar adaptado para fazer o transporte
das crianças e adolescentes com múltiplas deficiências de suas residências até as Unidades de
ensino. Também são transportados através de recursos públicos municipais os alunos que
estudam na APAE, além daqueles residentes na zona rural.

Para os alunos que necessitam, as escolas contam também com o Professor de Apoio à
Comunicação, Linguagem e Tecnologias Assistivas (Professor de Apoio). Esse professor tem a
função de apoiar o processo pedagógico de escolarização do estudante com disfunção
neuromotora grave, deficiência múltipla ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) matriculado na
escola comum, sendo 1 professor para até 3 estudantes matriculados no mesmo ano de
escolaridade e frequentes na mesma turma.

Visando o preenchimento de vagas na Educação Infantil e levantamento da demanda de crianças


que necessitam de uma vaga, a Secretaria Municipal de Educação utiliza, desde 2017, o sistema
de Cadastro Escolar, que é feito anualmente pelos pais ou responsáveis, preferencialmente nas
Unidades de ensino mais próximas de sua residência, sendo que todas as crianças de 4 e 5 anos
têm vaga garantida na pré-escola.

O município de Araxá oferece à população com 15 anos ou mais, oportunidades para darem
continuidade aos estudos, por meio da educação de jovens e adultos – EJA. Em 2021, o município
de Araxá foi contemplado com o Programa Trilhas de Futuro, proposto pela SEE/MG, com a
abertura de 1.175 cursos técnicos profissionalizantes, o que fez com que estudantes da EJA,
maiores de 18 anos, pudessem se matricular-se e frequentar a educação profissional técnica, de
forma concomitante ao ensino regular ofertado nas escolas municipais e estaduais. A oferta dos
cursos foi feita por meio de uma articulação com as Unidades Integradas SESI/SENAI e entidades
privadas e de formação profissional.

Na rede municipal de ensino, a merenda escolar é preparada nas próprias Unidades de ensino,
por profissionais capacitados. Ademais, todo o processo da merenda escolar, desde a aquisição
dos gêneros alimentícios, o armazenamento, a confecção e a distribuição aos estudantes é feito
com acompanhamento de uma equipe de profissionais do Setor de Alimentação e Nutrição da
Secretaria Municipal de Educação.

Com relação à capacitação dos professores, a Secretaria Municipal de Educação realiza


periodicamente capacitações por meio de Módulo integrado e incentiva os profissionais a
participarem de programas de formação continuada.

REVISÃO 2022 – V.4 | 93


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Quanto à acessibilidade, 35% das instituições públicas não atendem a essas normas, portanto,
algumas escolas necessitam de reformas para suprir essa lacuna. Do total de instituições, 41%
apresenta acessos inadequados, 35% apresenta carência de dimensões e 72% carece de
instalações sanitárias.

Em se tratando da modernização do sistema, a rede municipal utiliza um banco de dados do


sistema GOVERNA que subsidia as áreas de Recursos Humanos e Logística. Em 2020 foi
implementado em todas as Unidades da rede o Programa de Gestão Acadêmica (Publicenter),
também utilizado pela SME para gestão de informações relativas às Unidades de ensino.

As escolas públicas de Ensino Fundamental, contam com laboratórios de informática para uso
dos recursos tecnológicos por alunos e professores. Também na rede municipal, a Secretaria de
Educação conta com o Núcleo de Tecnologia, responsável por orientar, acompanhar e avaliar as
atividades referentes ao uso das TIC na educação. Em 2021 estão sendo adquiridos equipamentos
para substituição/reposição nos laboratórios de informática e de uso administrativo.

Segundo a SME, os principais desafios enfrentados pelo setor nos anos de 2020 e 2021 e que
devem ser avaliados quando da elaboração do PDE, estão listados abaixo:

• Paralisação das atividades escolares de forma presencial em razão da pandemia da Covid-


19, a partir do mês de março de 2020 até julho de 2021, o que agravou os riscos de evasão
e abandono dos estudantes, exigindo a adoção de estratégias de busca ativa de crianças
e adolescentes;

• Grande dificuldade dos estudantes e suas famílias durante o período de suspensão das
aulas, devido às desigualdades sociais e a falta de acesso a serviços e equipamentos de
telecomunicação (internet/computador) adequados para o ensino remoto;

• Grande demanda de crianças de 0 a 3 anos que necessitam de vaga nas creches;

• Quantidade de Unidades de Educação Infantil insuficientes para atendimento à demanda


de crianças, especialmente na faixa etária de 0 a 3 anos;

• Várias Unidades de ensino encontram-se em condições precárias, necessitando de


reformas e melhorias. A Administração Municipal priorizou 07 Unidades de ensino para
serem inicialmente contempladas com melhorias e já deu início às reformas;

• Escolas e Educadores tiveram que se reinventar com o uso das novas tecnologias e
adoção de novas metodologias para promover o fortalecimento de vínculos entre os
estudantes e a escola;

• Defasagem na aprendizagem dos estudantes que ficou mais evidenciada durante o


período da pandemia da COVID-19, devido às questões socioeconômicas e a ausência
das atividades presenciais.

REVISÃO 2022 – V.4 | 94


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Com relação a abrangência dos equipamentos da educação, conforme Figura 26, em que foram
identificados aqueles públicos, observa-se que estão bem distribuídos na malha urbana do
município.

A meta 4.1 do ODS 4 “Educação de Qualidade” estabelece a meta de,


até 2030, garantir que todos os alunos completem o ensino primário e
secundário gratuito, equitativo e de qualidade.
Figura 26 - Equipamentos de Educação

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2022.

4.3 ASSISTÊNCIA SOCIAL

Assistência Social é uma política pública, estabelecida pela Constituição Federal que forma,
juntamente com a saúde e a previdência, o tripé da seguridade social. São leis que embasam o
trabalho da assistência social: a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Normas Operacionais
Básicas, o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e a Política Nacional de Assistência Social
(PNAS).

Araxá possui um Plano Municipal de Assistência Social – PMSA não instituído por lei, com vigência
para os anos de 2022 a 2025 e que deve ser analisado associado ao PDE para futuras tomadas
de decisão concernentes ao tema.

REVISÃO 2022 – V.4 | 95


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Em razão da falta de informação do PDE de 2011, não é possível estabelecer relação com a
situação que o Município se encontrava na época, assim como verificar se houve melhora ou
piora quanto aos equipamentos e serviços oferecidos a respeito da Assistência Social.

A Tabela 17 a seguir demonstra a atual estrutura pública que Araxá disponibiliza para o
atendimento da Política de Assistência Social e seus respectivos endereços. A maioria dos
equipamentos encontra-se34 com estado de conservação ruim e regular, sem atender às normas
de acessibilidade.
Tabela 17 - Equipamentos de Assistência Social
Equipamento Endereço
Rua Antenor Silva Soares, 300 - Bairro Francisco
RAS Francisco Duarte
Duarte
Rua Marcolino Coelho Borges, 395 – Bairro
CRAS Abolição
Abolição
Núcleo de Convivência Rua Edmundo Rodrigues da Silva, 445 – Bairro
Leblon Leblon
Núcleo de Convivência Rua Teresa Guimarães Natal,
Proteção Social Boa Vista 15 – Bairro Boa Vista
Básica Núcleo de Convivência Rua Eurindo Barbosa de Lacerda, 245 Bairro Pão
Pão de Açúcar de Açúcar
Núcleo de Convivência Rua Luiz Dumont Fonseca,
Santo Antônio 205, Bairro Santo Antônio
Núcleo de Convivência Rua Maria Helena de Paula,120, Bairro Pão de
Pão de Açúcar IV* Açúcar IV
Núcleo de Convivência
Rua Dorvaline Martins,15, Bairro Tiradentes
Tiradentes
CREAS* Avenida Imbiara, 900, Centro
Proteção Social
Casa Abrigo Rua Juca Ferreira, 100, Fertiza
Especial
Casa Lar Rua Capitão José Porfírio, 187, Centro
*Serviços já implantados, porém, sem sede própria, com construção prevista.

Fonte: PMAS. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Na instância não governamental, os equipamentos que complementam os serviços relacionados


à assistência social estão apresentados na Tabela 18.

De acordo com os dados de PMAS, em 2021 existiam 10.857 famílias cadastradas no Cadastro
Único para programas sociais, dentre as quais: 5.051 com renda per capita familiar até R$89,00;
693 com renda per capita familiar entre R$89,01 e R$178,00; 2.254 com renda per capita familiar
entre R$178,01 e meio salário-mínimo e; 2.859 com renda per capita acima de meio salário-
mínimo.

34 ARAXÁ, 2022.

REVISÃO 2022 – V.4 | 96


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Tabela 18 - Equipamentos não governamentais de Assistência Social – Organizações da Sociedade


Civil
Equipamento Endereço
APAC - Associação de Proteção e Assistência ao Rua Tenente Coronel Hermenegildo
Condenado Magalhães no150 – Orozino Teixeira
APAE – Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais Av. Imbiara, 1920 – Centro
Associação Damas Salesianas de Araxá Av. Imbiara, 130 - centro
Associação de Amparo a Crianças, Adolescentes e
Av. Senador Montandon, 98, bairro Centro
Adultos com Câncer
Associação Brasileira Kosmo’s de Artes Marciais Rua Pará, 720, São Geraldo
Associação do Banco de Cadeiras de Rodas do Rotary Av. Geraldo Porfírio Botelho, 2335, Sala 02,
Club de Araxá Fertiza
Rua José Ferreira Pinto, 155 – Guilhermina
Associação Lar Ebenezer
Vieira Chaer
Associação Obras Assistenciais Augusto Lima Rua Argenita, 282, Santo Antônio
Banco de Leitos e Colchões Especiais do Rotary Club de
Av. Geraldo Porfírio Botelho, 2335, Fertiza
Araxá
CAMTA- Centro de Atendimento Múltiplo dos Talentos Av. Getúlio Vargas, 411, Centro / Rua
de Araxá Franklin de Castro, 507 A, Centro
Fonte: PMAS. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2022.

A secretaria Municipal de Ação Social tem realizado diversas ações e programas nos últimos anos.
Nas unidades de atendimento de Proteção Social Básica são ofertadas atividades e oficinas, como
pode ser visto no Quadro 3 a seguir.
Quadro 3 - Atividades ofertadas nas unidades de atendimento de Proteção Social Básica
Equipamento Atividades
Zumba
Alongamento
CRAS Francisco Duarte
Roda de Conversa
Curso de Qualificação Profissional para Mulheres
Zumba - Reforço Escolar - Roda de Conversa
CRAS Abolição
Curso de Qualificação Profissional para adolescentes
Roda de Conversa
Núcleo de Convivência Leblon
Artesanato
Roda de Conversa
Núcleo de Convivência Boa Vista Curso de inclusão digital para idosos
Zumba
Roda de Conversa
Núcleo de Convivência Pão de Açúcar
Curso de Inclusão Digital para idosos
Zumba – Alongamento - Artesanato
Núcleo de Convivência Santo Antônio
Roda de Conversa
Núcleo de Convivência Pão de Açúcar
Roda de Conversa
IV
Núcleo de Convivência Tiradentes -
Fonte: Secretaria Municipal de Ação Social de Araxá. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2022.

REVISÃO 2022 – V.4 | 97


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No município é ofertado o programa Renda Básica Araxá, que visa o repasse direto de recurso
financeiro aos beneficiários, mediante cumprimento de condicionalidades, como forma de acesso
à renda, aos seus direitos básicos, criando possibilidades de melhoria de qualidade de vida.

Para atendimento aos adolescentes, o município conta com o aporte de um programa


socioambiental direcionado a faixa etária de 14 a 17 anos, o Programa Casa do Pequeno
Jardineiro. Este disponibiliza uma bolsa no valor de meio salário-mínimo para cada adolescente,
com finalidade de trazer alívio na situação de vulnerabilidade socioeconômica familiar.

A Secretaria de Assistência Social fornece o Projeto Belo Banho, que tem como objetivo melhorar
a qualidade de vida dos idosos por meio da reforma e adequação dos banheiros das residências.
Em 2022 a secretaria contabiliza 50 famílias atendidas e 70 cadastradas.

No âmbito da proteção social básica é desenvolvido também no município, o Programa Nacional


de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho – Acessuas Trabalho, que visa promover ações
de articulação, mobilização e encaminhamento de pessoas em situação de vulnerabilidade e, ou,
risco social para garantia do direito de cidadania a inclusão ao mundo do trabalho, por meio do
acesso aos cursos de qualificação e formação profissional, ações de inclusão produtiva de serviços
de intermediação de mão de obra. As pessoas atendidas encontram-se em situação de
vulnerabilidade e risco social, com idade entre 16 e 59 anos, com prioridade para usuários dos
serviços e benefícios socioassistenciais.

Na sede da Secretaria de Ação Social existe o setor de Habitação, que desenvolve ações
integradas e articuladas que visam facilitar o acesso à moradia digna, minimizando o déficit
habitacional do município. São executadas atividades tais como: atendimento, orientação e
acompanhamento das famílias beneficiadas do Programa Minha Casa Minha Vida; averiguação e
visita técnica em indícios de irregularidade nos imóveis dos empreendimentos, acompanhamento
e avaliação para locação de imóveis para o benefício de aluguel social; entre outros.

Em 2022, o setor de Habitação tem desenvolvido também o Projeto Mãos à Obra, que tem como
objetivo a doação de materiais de construção para famílias de baixa renda que necessitam de
pequenas reformas em suas moradias. Para 2022 o setor responsável tem a estimativa de atender
300 famílias e, até julho, foram aprovados os cadastros de 143 famílias.

Ainda conforme Secretaria Municipal de Ação Social de Araxá, para o enfrentamento de situações
emergenciais, são concedidos benefícios nas modalidades de Cesta Básica, Auxílio Funeral,
passagem rodoviária intermunicipal, documentação civil, Aluguel Social e Auxílio Moradia.

Os programas Auxílio Moradia e Aluguel Social tem como público-alvo pessoas em situação de
extrema vulnerabilidade social; mulheres vítimas de violência doméstica e em situação de
extremo risco que possuem perspectivas de emancipação financeira. As atividades desenvolvidas
são o pagamento de benefício de ½ salário-mínimo para famílias solo e 1 salário-mínimo para

REVISÃO 2022 – V.4 | 98


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família composta. Os atendimentos são realizados na Secretaria de Ação Social (Setor de


Habitação), no CRAS e CREA.

O Auxílio Moradia tem como objetivo a emancipação financeira da família, proteção da família e
melhor qualidade de vida. Em 2022 o projeto acompanha 66 famílias e fornece o benefício para
outras 49. O programa Aluguel Social tem como principal objetivo a proteção da família e melhor
qualidade de vida, em 2022 foram atendidas 30 famílias.

Segundo dados obtidos junto à Secretaria, todos os servidores são capacitados de acordo com
a sua função exercida, os equipamentos utilizados são informatizados, mas há a necessidade de
substituição de alguns desses, bem como de aumentar o número de estações de trabalho.
Também foi manifestada a necessidade de aquisição de um sistema específico para a gestão das
atividades executadas pela mesma.

Ademais, no PMAS (2022 – 2025), são descritas metas e estratégicas, constando como objetivos
do setor:

• Manter em pleno funcionamento a Secretaria Municipal de Ação Social;

• Fortalecer e ampliar o acesso à Proteção Básica no Município;

• Fortalecer e ampliar o acesso aos serviços de habitação no Município;

• Fortalecer e ampliar o acesso à Proteção Especial no Município;

• Manutenção da Casa dos Conselhos;

• Manutenção das atividades do Conselho Tutelar.

Com base na Figura 27, em que constam equipamentos públicos e de organizações da social
civil, verifica-se que há boa distribuição dos equipamentos de assistência social na malha urbana
do município.

REVISÃO 2022 – V.4 | 99


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ARAXÁ – MG

Figura 27 - Equipamentos de Assistência Social

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2022.

4.4 CULTURA E TURISMO

O turismo de Araxá configura uma das principais fontes de renda do município, além de gerar
empregos e fomentar o comércio local, o que demanda o gerenciamento o setor de forma eficaz.

Araxá dispõe de uma grande diversidade de atrações turísticas, com opções que vão desde o
turismo de bem-estar, ecológico, cultural, rural, de negócios e eventos.

Em se tratando do ecoturismo, o município de Araxá compõe o Circuito da Canastra, importante


circuito de turismo do estado de Minas Gerais, composto por um conjunto de cachoeiras e
paisagens naturais. Inseridas nessa modalidade, no município, encontram-se a Serra da Bocaina
e Horizonte Perdido, que atraem admiradores da natureza e diversos eventos que envolvem a
prática de esporte ao ar livre como escalada, montanhismo, moutain bike, highline.

Cabe ressaltar que, na década de 40 o município já se destacava como Polo Turístico, a partir da
inauguração do Complexo Termal Grande Hotel e Balneário em abril de 1944, atualmente, sob
concessão da Rede Tauá.

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As águas salitrosas do Barreiro, provenientes de processos geológicos relacionados a vulcanismos


de mais de 90 milhões de anos, devido às suas propriedades medicinais, tornaram-se grande
atrativo turístico do município desde o século XIX. No Grande Hotel e Termas de Araxá são
oferecidos tratamentos estéticos e relaxantes, banhos de lama negra, além de conter um conjunto
de fontes e jardins projetados pelo paisagista Roberto Burle Marx.

Em função do seu valor histórico e paisagístico, em 1989, o Complexo Hidrotermal e Hoteleiro do


Barreiro de Araxá, que compreende o Tauá Grande Hotel, fonte Dona Beja, fonte Andrade Júnior,
parque do Hotel Rádio, Mata da Cascatinha, capela do Barreiro e o atual Hotel Nacional Inn
Previdência Araxá, foi tombado pelo Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de
Minas Gerais – IEPHA.
Figura 28 - Complexo Hidrotermal do Barreiro

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Araxá ainda dispõe de grande diversidade arquitetônica e atrativos turísticos como o Museu
Histórico de Araxá – Dona Beja, a Igreja de São Sebastião, a Fundação Cultural Calmon Barreto,
Igreja Matriz de São Domingos, o Santuário Nossa Senhora de Fátima, o Centro de Referência da
Cultura Negra e a Serra da Bocaina.
Figura 29 - Parque do Cristo

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

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A diversidade turística do município e a sua capacidade de hospedagem tem atraído variados


eventos culturais, fato este, que vem consolidando Araxá como um dos polos culturais do estado,
sobretudo, dentro do cenário de turismo de eventos.

Fazem parte do calendário de eventos de Araxá: o Festival Literário de Araxá (FLIARAXÁ), com
abrangência nacional, tendo recebido no ano de 2019 um público estimado de mais de 30 mil
pessoas35; o FestNatal, o Encontro Nacional de Automóveis antigos, a Copa Internacional de
Mountain Bike, o Festival Internacional do Queijo – ExpoQueijo, entre outros. Além disso, o
município também se destaca na produção de cafés com selo de excelência, doces, cachaças e
queijos produzidos artesanalmente, que incrementam seu potencial turístico.
Figura 30 - VI Fliaraxá – Festival Literário (2017)

Fonte: site Agenda BH, 2017. Fotografia: Daniel Bianchini.

De acordo com Plano Municipal de Turismo de Araxá (PMTA), é de interesse da Secretaria


Municipal de Desenvolvimento Econômico Turismo e Inovações Tecnológicas de Araxá
(SMDETIA) a elaboração de um inventário turístico que contemple todos os serviços e
equipamentos turísticos do Município. Ainda segundo SMEDETIT, os serviços hoteleiros dispõem
de 2.704 leitos aproximadamente, distribuídos nos hotéis listados na Tabela 19 a seguir:
Tabela 19 - Leitos disponíveis nos hotéis de Araxá
Hotéis Leitos disponíveis Hotéis Leitos disponíveis
Tauá Grande Hotel 750 Hotel da Torre 120
Hotel Nacional Inn 250 Hotel Cidade 86
Plazza Inn 80 Hotel Morada do Sol 123
Hotel Pousada Dona Beja 190 Ribeiro Palace Hotel 120
Hotel SESC 377 Avenida Park hotel 120
Virgilius Palace Hotel 180 Hotel Catuira 120
Fenix Hotel 190 Araxá Palace Hotel 98

35 https://jornalinteracao.com.br/

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Fonte: SMETIA. Dados trabalhados pela DRZ, Gestão de cidades, 2021.

Conforme informações obtidas junto à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico


Turismo e Inovações Tecnológicas de Araxá – SMDETIA, em 2021, com vistas a desenvolver o
potencial turístico do município por meio de ações planejadas pela secretaria, foi elaborado o
Plano Municipal de Turismo – PMTA, que dispõe de diretrizes e metas estabelecidas para os 4
anos de governo da gestão atual.

De acordo com diagnóstico do PMTA, constam como desafios enfrentados no setor:

• Falta de sinergia entre a as entidades responsáveis pelo turismo, patrimônio e cultura do


município: SMDETIA e FCCB;

• Falta de integração e aproximação junto ao produto “Ecoturismo e Turismo


Gastronômico” e sua associação ao novo Circuito Turístico Nascentes das Gerais e
Canastra;

• Carência na oferta de produtos turísticos formatados, catalogados e devidamente


estruturados;

• Falta de integração entre o trade turístico;

• Fragilidade do serviço de receptivo local;

• Necessidade de Fortalecimento do COMTUR;

• Carência e falta de incentivo de empreendedorismo no desenvolvimento do turismo local.

De forma a complementar esses desafios, durante a 3ª Atividade – Oficinas foram destacados


também a subutilização do aeroporto existente e a demanda por um Plano de Ação no setor.

Os bens culturais36, assim como os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico, contribuem para a dignidade e para
o senso de comunidade e cidadania. Nesse sentido, o município deve reconhecer ou facilitar a
preservação de seus bens culturais de interesse de preservação no território, de forma a valorizar
aqueles que denotam valor para a sociedade araxaense.

Instituída através da Lei Municipal n 1.905/1984, a Fundação Cultural Calmon Barreto de Araxá –
FCCB, figura como entidade gestora do patrimônio cultural municipal e tem sua atuação voltada
para a proteção da memória e cultura do povo37.

36 Entendidos como formas de expressão; modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e
tecnológicas; obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-
culturais.
37 http://fundacaocalmonbarreto.mg.gov.br/fccb

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Araxá também dispõe de órgãos colegiados que atuam na salvaguarda do patrimônio cultural
do município, a exemplo do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural – COMPAC e Conselho
Municipal de Políticas Culturais – CMPC, cuja gestão está sob responsabilidade da FCCB.

Ademais, sob o aspecto legal, para além da legislação ordinária municipal, existem dispositivos
legais que regulamentam a proteção do patrimônio da cidade, como é demonstrado a seguir:

• Lei Municipal n 7.108/2016: regula o Sistema Municipal de Cultura – SMC.

• Lei Municipal 5.508/2009: estabelece normas de proteção do patrimônio cultural do


Município de Araxá.

O patrimônio arquitetônico de Araxá compreende bens inventariados e tombados, situados


predominantemente na zona urbana. Em 2021, constam38 13 bens tombados protegidos no
âmbito municipal pelo COMPAC. Desses, dois bens também são protegidos pelo Estado de Minas
Gerais, pelo IEPHA, conforme exposto a seguir:

Bens tombados pelo COMPAC:

• Bens imóveis: Edifício Nacional / Centro de Cultura (Antigo Banco Comércio e Indústria
de Minas Gerais/Banco Nacional), Estação Ferroviária de Itaipu, Fachada Frontal do
Colégio São Domingos, Igreja Matriz de São Domingos, Igreja de São Sebastião, Sede da
Fundação Cultural Calmon Barreto (Antiga Estação Ferroviária), Cine/Clube Brasil, Museus
Histórico de Araxá - Dona Beja, Palácio Nagib Feres (Antiga Câmara Municipal de Araxá)
e Praça Governador Valadares;

• Bens imateriais: Modo de fazer o Doce Ambrosia de Araxá;

• Bens móveis: imagem de Nossa Senhora do Rosário.

Bens imóveis tombados pelo IEPHA-MG: Complexo Hidrotermal do Barreiro e Igreja de São
Sebastião.

38 http://fundacaocalmonbarreto.mg.gov.br/

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Figura 31 - Museu Histórico de Araxá – Museu Dona Beja

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Figura 32 - Capela de São Sebastião

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Conforme dados disponibilizados pela Fundação Cultural Calmon Barreto, estão sendo
elaborados os dossiês para registro junto ao IEPHA-MG dos bens imateriais considerados
Patrimônio Histórico e Cultural do município. Constam como principais bens: Tecelagem Manual,
a Folia de Reis, os ternos de Congado e Moçambique, o fazer e o tocar a Viola Caipira e o Modo
de Fazer o Queijo Artesanal da Região.

Apesar de o município dispor de lei própria que visa promover e regulamentar a proteção do seu
patrimônio cultural – Lei n 5.508/2009, durante realização da 3ª Atividade – Oficinas, foi

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destacado que há uma carência de políticas públicas de preservação dos imóveis municipais,
sobretudo daqueles particulares.
Figura 33 - Casa do Poeta (antigo Cine/Clube Brasil).

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Conhecido como um dos polos culturais do estado, o Município de Araxá atrai eventos de
gêneros variados, como festas religiosas, festivais e encontros temáticos, festivais gastronômicos,
eventos empresariais, espetáculos de música, dança e teatro.

O Teatro Municipal39, inaugurado em 2012, faz parte de um projeto que buscou promover a
valorização arquitetônica e urbanística do centro de Araxá. O teatro possui parte da edificação
enterrada, o volume que aflora sobre o solo, abre-se para uma esplanada, criando um teatro de
arena que funciona como concha acústica. Dessa forma, é palco para eventos de estilos diversos,
como musicais, peças teatrais, eventos oficiais, literários, acadêmicos, civis, etc.

O projeto do teatro também proporciona uma forte ligação visual com a praça e Igreja Matriz,
de forma que a sua cobertura abriga um grande espelho d’água com fontes, formando um
mirante. O caminho do mirante forma uma passarela que se encontra com o eixo central da
praça, chegando até a Igreja.

Na Oficina Técnica realizada para a 3ª Atividade da RPDE de Araxá foi identificada a necessidade
de potencializar a utilização do teatro, uma vez que o local se encontra subutilizado considerando
a estrutura existente.

39 Fundação Calmón Barreto, 2022.

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Figura 34- Teatro Municipal de Araxá

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

4.5 ESPORTE E LAZER

Os equipamentos públicos da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de Araxá abrangem


diversas modalidades esportivas, variando entre centros esportivos, arenas poliesportivas,
ginásios de esportes, campos de futebol, pista de skate, pista de bicicross e outros.

No ano de 2008, existia um total de 101 equipamentos de lazer e esporte, dentre eles ginásios,
quadras poliesportivas, campos, como pode ser visto na Tabela 20 abaixo.
Tabela 20 - Equipamentos de lazer e saúde
Especificação Quantidade
Ginásios Municipais 07
Ginásios Poliesportivos em Escolas Estaduais 15
Quadras Poliesportivas e de areia em Escolas Estaduais 06
Campo de Futebol em Escolas Estaduais 01
Quadras Poliesportivas em Escolas Municipais e Conveniadas 09
Campos de Futebol em Escolas Municipais e Conveniadas 04
Ginásio Poliesportivo em Escolas Municipais e Conveniadas 02
Quadras Poliesportivas em Praças Esportivas da PMA 12
Campo Society em Praças Poliesportivas da PMA 02
Ginásios Particulares 05
Associações de Funcionários e Clubes 13
Campos de Araxá 13
Campos Rurais 12
Total 101
Fonte: Departamento de Esportes da Prefeitura Municipal de Araxá, 2013. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de
Cidades, 2021.

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Conforme a Secretaria Municipal de Esportes (SME), os equipamentos como praças e centros


esportivos são de sua responsabilidade, a exemplo do Estádio Fausto Alvim, Centro Esportivo
Álvaro Maneira (ATC), Centro Social Urbano Pedro Bispo (CSU) e Centro Esportivo Nadyr Barcelos
(Buracanã).

O antigo ATC e o CSU dispõem de acessibilidade completa com banheiros próprios, entrada
apropriada, sinalização e espaços definidos, ao passo que no estádio, não existem banheiros
apropriados para receber pessoas com necessidades de acessibilidade. Os demais equipamentos
mencionados necessitam de adaptações para acessibilidade como rampas e banheiros
apropriados. Com exceção do Bucaranã, que necessita de reforma geral para seu funcionamento,
todos os espaços recebem atividades e atendem às expectativas da população araxaense.

Atualmente, a Acessoria de Esportes Amador e Rural tem desenvolvido projetos que envolvem a
prática de modalidades diversas, contemplando um público também diverso. Com vistas a
propiciar a prática de esportes ao público com deficiência são oferecidos esportes paralímpicos
como atletismo e natação na piscina do ATC às terças, quartas e sextas-feiras, sendo ofertado
também o transporte dos atletas. No mesmo espaço, às quartas e sextas-feiras é oferecida
escolinha de futebol feminino com jovens de 10 a 15 anos.

A Secretaria de Esportes é parceira na cessão do espaço do antigo ATC para o desenvolvimento


do projeto (Viva a Vida) que atende alunos carentes das escolas municipais, de segunda a sexta-
feira, com a prática da natação, tênis e dança, onde é fornecido também o lanche e
acompanhamento psicológico e educacional para os alunos.

Cabe destacar que está prevista para o ano de 2022 a retomada do projeto Bom de Bola, Bom
na Escola em parceria com os CRAS de Araxá, com treinamento de futebol no estádio Fausto
Alvim.

A Assessoria de Esportes Amador e Rural também é responsável pela realização do Campeonato


“Ruralão”, que não foi realizado nos últimos anos devido ao enfrentamento da pandemia da
Covid-19, e tem previsão de retomada para o ano de 2022.

Dentre as modalidades esportivas mais praticadas no município, destacam-se: futebol,


caminhada, corrida, futsal, handebol, voleibol, basquete, futebol Society, futevôlei, entre outros.
Figura 35 - Centro Esportivo Álvaro Maneira

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

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Figura 36- Estádio Municipal Fausto Alvim

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Além dos equipamentos citados, o município dispõe40 de praças (62) e parques, que contém
equipamentos para a prática esportiva e mobiliários para atividades passivas como a Praça da
Mangueira, que contém bancos e tratamento paisagístico.

Ainda conforme este setor, não existe levantamento do mobiliário urbano, tampouco do estado
de conservação das praças e áreas verdes existentes no município. A manutenção dessas áreas é
de responsabilidade da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos que, semanalmente, publica
nos canais de comunicação da prefeitura, o cronograma de oferta desse serviço.

De acordo com apontamentos feitos durante a 3ª Atividade – Oficinas, embora o setor tenha
ampliado a oferta de programas e projetos, com a valorização da prática de esporte feminino,
por exemplo, muitos desses espaços, têm sido subutilizados no município.
Figura 37 - Praça da Mangueira

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

40 ARAXÁ, 2022.

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4.6 CEMITÉRIOS E SERVIÇOS FUNERÁRIOS

O município de Araxá possui dois cemitérios urbanos públicos: Cemitério das Paineiras e
Cemitério São João Batista, localizados, respectivamente, na Rua Dois de Novembro, 104, no
bairro Centro e; Avenida Tancredo Neves, 2845-3007, no bairro Vila Silveria. As capelas
mortuárias existentes também são públicas.

Durante a realização da 3ª Atividade – Oficinas, foi informado que há a necessidade de ampliação


dos cemitérios e serviços funerários no município. Especialmente o cemitério São João Batista
tem enfrentado problemas relacionados à sua capacidade, não comportando demandas atuais e
futuras. Também foi ressaltada a falta de regulamentação para a instalação de cemitérios e
crematórios particulares em Araxá.
Figura 38 - Cemitério das Paineiras

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

4.7 SEGURANÇA

Araxá conta com o Plano Integrado de Segurança Pública que visa otimizar o sistema de
segurança no município por meio de ações de modernização, ampliação, proteção do patrimônio
público, qualificação e interação das forças de segurança41. De forma complementar ao plano, a
Lei nº 7.796/2022 institui o Conselho Municipal de Segurança Pública, o Fundo Municipal de
Segurança Pública e dispõe sobre a consolidação da Política Municipal de Segurança Pública

Segundo dados disponibilizados pelo IPDSA42, o município de Araxá dispõe das seguintes
unidades de segurança, conforme demonstra o Quadro 4 a seguir.
Quadro 4 - Equipamentos de segurança pública
Equipamento Endereço
Delegacia Regional de Polícia Civil Rua Cecílio Salomão, 110, bairro Centro
Delegacia Rural de Polícia Civil Rua Vítor Purri Filho, 191, bairro Guimarães

41 ARAXÁ, 2021.
42 http://ipdsa.org.br/dados/link/156/arquivo/Dimens__o%20Social_DP%20-%202014.pdf

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Equipamento Endereço
Polícia Militar (sede) Rua Cecílio Salomão, 110, bairro Centro
Delegacia da Mulher Rua Calimério Guimarães, 515.
Corpo de Bombeiros Militar de Araxá Avenida Dâmaso Drumond, bairro Vila São Pedro
Av. Tenente-Coronel Hermenegildo Magalhães, 55
Cadeia Pública Municipal
Bairro - Orozino Teixeira
IML – Instituto Médico Legal Rua Cientista Djalma Guimarães, 20 - Guimarães
Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Durante a realização da 3ª Atividade – Oficinas, foi destacado como aspecto positivo do setor a
existência do programa Olho Vivo, por outro lado, como ponto negativo, foi ressaltada a
inexistência de uma Guarda Municipal no Município que poderia suprir a necessidade de maior
monitoramento das praças e rodoviária do município. Demais informações sobre o setor não
foram disponibilizadas.

A Figura 39 apresenta a espacialização dos equipamentos de segurança e de serviços funerários.


Pela análise da imagem se percebe a concentração na área central da cidade pelas unidades
relacionadas ao sistema de segurança local e a dispersão dos cemitérios públicos, situados no
centro e na porção sul da cidade.
Figura 39 - Localização dos Equipamentos de segurança e serviços funerários

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

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Foi constatado43 que existe uma carência no Município de Araxá com relação à gestão das áreas
pertencentes ao patrimônio do município que precisa ser superada. Em 2022, o Município não
usufrui de inventário atualizado dessas áreas e imóveis, sendo necessária a elaboração de
políticas estratégicas que visem o levantamento e a administração adequada deste patrimônio.

Nos eventos realizados para a 3ª Atividade da RPDE, também foi identificada a necessidade de
elaboração de um diagnóstico socioambiental participativo, para traçar as diretrizes do que a
população anseia nas questões vinculadas à cultura, esporte, lazer e segurança pública.

43 ARAXÁ, 2022.

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5. INFRAESTRUTURA URBANA
5.1 SANEAMENTO BÁSICO

O saneamento básico engloba os serviços, infraestruturas e instalações do sistema de


abastecimento de água, esgotamento sanitário, gestão de resíduos sólidos e drenagem e manejo
das águas pluviais, sendo de extrema necessidade para a saúde da população e para a
preservação ambiental.

Embora não tenha sido institucionalizado, em 2016 o município de Araxá desenvolveu seu Plano
Municipal de Saneamento Básico, em conformidade com a Lei Federal nº 11.445/2007. No
anteprojeto de lei que integra o PMSB constam 28 ações de interesse local para o
desenvolvimento do setor. Das ações propostas, vale destacar a implantação de licenciamento e
fiscalização ambiental, com o controle das atividades potencial ou efetivamente degradadoras e
poluidoras; e o incentivo à adoção de posturas e práticas sociais e econômicas ambientalmente
sustentáveis.

As ações para melhorar o saneamento básico contribuem para


alcançar as metas propostas no ODS 6 “Água Potável e
Saneamento”, o qual busca o acesso universal e equitativo à água
potável, garantir o seu uso consciente e sustentável e melhorar sua
qualidade.

5.1.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O sistema de abastecimento de água é composto pelas etapas de captação, adução, tratamento,


reservação e distribuição de água.

Em Araxá, o órgão responsável pelo gerenciamento e operação do Sistema de Abastecimento de


Água (SAA) e do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) é a Companhia de Saneamento de
Minas Gerais (COPASA), cujo contrato prevê a prestação de serviços a partir de 2 de março de
1969 até 08 de novembro de 2032.

Conforme PMSB, sob o controle da COPASA, o sistema de abastecimento de água de Araxá foi
um dos primeiros do país a obter certificação ISSO 9001/2000, fornecida pelo British Standarts
Institution – BSI, através da qual foram verificados e avaliados requisitos relacionados ao
atendimento à legislação, controle de qualidade do fornecedor com foco no cliente, capacitação
dos empregados, planejamento da qualidade, calibração de equipamentos de medição,
monitoramento e medidas de processos e produtos, processo para resolver reclamações do
cliente, ação preventiva e corretiva e melhoria contínua. Cabe destacar que no relatório de
avaliação da BSI constou como destaque o atendimento ao cliente, no caso, a população de
Araxá, atingindo acima de 90% de satisfação.

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A partir da Tabela 21 abaixo, em que consta a variação do abastecimento de água no município


de Araxá entre os anos de 2009 e 2019, nota-se que houve melhorias significativas, sobretudo,
no que diz respeito à extensão da rede de água, que sofreu ampliação de 115,98%, chegando a
atender cerca de 99,12% da população no ano de 2019. De acordo com dados mais atualizados
(2021) disponibilizados pela COPASA, 93,4% da população recebe água tratada. Ainda segundo
a mesma, não existem áreas com problema de abastecimento no município.
Tabela 21 - Variação do abastecimento de água em Araxá, 2009 - 2019
Informações 2009 2019 Variação 2009-2019 (%)
População total residente (habitantes) 92.927 106.229 14,31
População atendida com abastecimento de água 98.425 99.125 0,7
Quantidade de Ligações Ativas de Água (un.) 29.421 41.389 40,68
Quantidade de Ligações Totais de Água (un.) 29.527 41.389 40,17
Quantidade de Economias Ativas (un.) 33.998 45.935 35,11
Quantidade de Economias Residenciais Ativas 30.184 41.302 36,83
Extensão da Rede de Água (km) 321,58 694,55 115,98
Volume de Água Produzido (1000m³/ano) 6.620,07 8.157,30 23,22
Volume de Água Tratada em ETA (1000m³/ano) 6.620,07 8.157,30 23,22
Fonte: SNIS, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

De acordo com dados do Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA), o sistema de


abastecimento de água de Araxá caracteriza-se pelas seguintes formas de acesso:
Tabela 22 - Formas de acesso ao abastecimento de água de Araxá
Formas de Abastecimento de Água – 2010 (domicíio) Total Urbana Rural
Total 29.287 28.807 480
Rede geral 28.318 28.312 6
Poço ou nascente dentro da propriedade 690 326 364
Poço ou nascente fora da propriedade 169 115 54
Carro-pipa ou água da chuva 7 7 -
Rio, açude, lago ou igarapé 25 7 18
Outra 78 40 38
Fonte: Sidra, 2010. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Conforme Tabela 22 acima, apreende-se que, em 2010, a maioria das formas de abastecimento
dos domicílios da área rural de Araxá era feita através de poço, com apenas 6 domicílios
abastecidos pela rede geral de água.

Para abastecer Araxá, a COPASA capta água nos córregos Areia, Feio e Fundo da sub-bacia
formada pelo Córrego Fundo. O Decreto Estadual n° 29.586/89 define como área de proteção
especial para fins de preservação de mananciais de água pelo município, os terrenos que
integram as bacias do Córrego Feio e do Córrego Fundo com superfície de 149 km² (IPDSA, 2002).
Existem três pontos de captação de água nesses dois mananciais, os quais alimentam uma
Estação de Tratamento de Água (ETA).

Cabe observar que Araxá possui uma estação anual de seca, fazendo com que a disponibilidade
hídrica diminua drasticamente nesta época. Os loteamentos das chácaras mais distantes, são

REVISÃO 2022 – V.4 | 114


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abastecidos por poços artesianos, muitas vezes sem os devidos procedimentos necessários para
garantir a qualidade da água.

Conforme dados levantados junto à ARSAE, agência reguladora dos serviços de água e esgoto
no Estado, no período de janeiro de 2019 a abril de 2021, não houve registro de racionamento
em nenhuma localidade do município. Também, de acordo a mesma, em 2021, Araxá contava
com 3.511 famílias beneficiadas com tarifa social44, correspondendo a 8,1% do total atendido.

Durante a 3ª Atividade – Oficinas, foram ressaltadas a carência de alternativas para captação de


água, a grande perda de água durante o seu tratamento e a falta de planejamento para o
abastecimento de água no município.

5.1.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO

A COPASA é responsável pelo gerenciamento e operação do Sistema de Esgotamento Sanitário


(SES) do município de Araxá, com serviços previstos em contrato a partir de novembro de 2002
até novembro de 2032.

De acordo com Tabela 23, durante o período de 10 anos analisados (2009 a 2019), o sistema de
esgotamento evoluiu, sobretudo no que diz respeito ao volume de esgoto tratado, cuja variação
foi de 2.067,06%, e à ampliação da extensão rede de esgotos, que passou 542,97km em 2019,
apresentando crescimento de 71,74%. As ligações e as economias tiveram um acréscimo de
42,74% e 33,84%, respectivamente.

Cabe ressaltar que o nível de atendimento do esgotamento sanitário se manteve alto, mesmo
com leve decréscimo de 2009, com 100% da população atendida e 94% em 2019. Entretanto,
nota-se um salto expressivo do esgoto tratado nesse período. Se em 2009, 5,37% do esgoto
coletado constava como tratado, em 2019, esse valor saltou para 100%, ou seja, todo o volume
de esgoto coletado (78,18%) recebe tratamento adequado no município.
Tabela 23 -Indicadores do sistema de esgotamento sanitário de água em Araxá, 2009 - 2019
Variação 2009-2019
Informações 2009 2019
(%)
População total residente (habitantes) 92.927 106.229 14,31
População total atendida com esgotamento sanitário 96.493 98.542 2,12
População urbana residente (habitantes) 91.398 104.655 14,50
Volume de esgoto coletado 3.701,81 4.314,41 16,55
Volume de esgoto tratado 199,09 4.314,41 2.067,06
Extensão da rede de esgotos 315,63km 542,07km 71,74
Índice de coleta de esgoto 77,28% 78,18% 0,9
Índice de tratamento de esgoto 5,37% 100% 94,63
Índice de atendimento urbano de esgoto 100% 94% 6

44Conforme ARSAE-MG, a tarifa Social é um benefício para as famílias de baixa renda que reduz em até 40% as
faturas dos serviços de água e esgoto da Copasa.

REVISÃO 2022 – V.4 | 115


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ARAXÁ – MG

Variação 2009-2019
Informações 2009 2019
(%)
Quantidade de ligações de esgoto ativas 28.944 41.315 42,74
Quantidade de Economias ativas de esgoto 33.295 45.560 33,84
Fonte: SNIS, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Conforme dados levantados junto à COPASA em 2022, o índice de atendimento aos serviços de
coleta e tratamento de esgoto é de 92,73%. Segundo a mesma, os bairros não atendidos referem-
se às áreas de ocupação irregular.

Dos efluentes gerados no município, os do tipo doméstico são os responsáveis pelo maior volume
gerado, provindo principalmente de residências e edificações públicas, onde se concentram os
aparelhos sanitários.

De acordo com a COPASA, no ano de 2015, os serviços de coleta de esgoto da ETE Central de
Araxá atendiam 90% da população urbana, sendo que as demais ETEs (Barreirinho, Barreiro, Boa
Vista, Camuá, Distrito Industrial e Universitária) complementavam a demanda da vazão para a
coleta de 100% do esgoto na área urbana do município.

Comparativamente ao Estado de minas Gerais, às macrorregiões do país e ao índice nacional, o


percentual de atendimento de esgotamento sanitário e de tratamento dos esgotos coletados na
área urbana de Araxá encontra-se em posição privilegiada, conforme Tabela 24 abaixo:
Tabela 24 - Níveis de atendimento de esgoto segundo macrorregião geográfica, Brasil e Araxá
Índice de Atendimento com rede - Índice de tratamento dos esgotos
Região Coleta de Esgotos (%) – 2019 coletados (%) - 2019
Total Urbano Esgotos gerados Esgotos coletados
Norte 57,5 15,8 22,0 82,8
Nordeste 73,9 36,7 33,7 82,7
Sudeste 91,1 83,7 55,5 73,4
Sul 90,5 53,1 47,0 94,6
Centro-Oeste 89,7 63,6 56,8 93,2
Brasil 83,7 61,9 49,1 78,5
Araxá 78,18 94,16 - 100,0
Fonte: SNIS, 2019. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

De acordo com PMSB, o município não possui Plano Diretor de Esgotamento Sanitário. O
planejamento deste setor ocorre através de estudos internos da COPASA. Os investimentos em
andamento e previstos contemplam ampliações de todo sistema, envolvendo rede coletora e
estação de tratamento de esgoto. Considerando que este serviço atualmente atende toda a
população urbana da sede, deve ser prevista ampliação que priorize o atendimento nas regiões
carentes deste serviço.

REVISÃO 2022 – V.4 | 116


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ARAXÁ - MG

5.1.3 DRENAGEM PLUVIAL

O sistema de drenagem urbana de Araxá é operado pela Prefeitura Municipal, responsável pela
execução dos serviços de micro e macrodrenagem de águas pluviais e pelas instalações de
infraestrutura.

Conforme PMSB45 (2016), existem vários pontos sujeitos à enchente em Araxá. Uma das áreas está
situada no Córrego Grande, a partir do Bairro Bom Jesus até́ o Ana Pinto de Almeida. Essa parte
do córrego não está́ canalizada e não possui vegetação ciliar, além disso existem ocupações
irregulares às margens do rio, o que provoca o assoreamento do leito. A canalização do córrego
está prevista em projeto, no qual transfere-se o problema para jusante, evitando inundações em
área urbana.

Outros córregos que devem ser canalizados: Córrego Santa Rita, afluentes do Córrego do Meio
e o Córrego da Galinha. Este último não é canalizado e tem uma população irregularmente
instalada, apesar de não ter enchentes que provoquem inundações frequentes.

O Município de Araxá não possui um Plano Diretor de Drenagem. Há de se salientar que a


canalização de córregos nem sempre é benéfica, pois, as águas captadas ganham velocidade e
força pelo leito canalizado, provocando um acúmulo de água quando chega no leito natural. A
melhor forma de evitar esses problemas é garantir a não ocupação das áreas inundáveis (leito
maior), permitindo que os rios e córregos tenham cheias periódicas, evitando o seu
assoreamento.

Os elementos da drenagem se subdividem em macrodrenagem e microdrenagem. No município


de Araxá, foi proposto no PMSB um sistema de macrodrenagem composto por 11 microbacias.
Já a microdrenagem é formada pelo sistema de galerias pluviais do município.

Cabe observar que ainda existem domicílios na cidade que não estão ligados às redes coletoras
de esgoto, lançando os efluentes na rede de drenagem, fossas negras ou em pequenos cursos
d’água.

Para além dos problemas citados, o PMSB, com base em análises de campo, aponta algumas
deficiências encontradas no município com relação à drenagem urbana, ocasionadas, sobretudo,
pela expansão da rede urbana sem o devido planejamento e que devem ser consideradas quando
da elaboração do plano aqui proposto.

Em Araxá, tem-se observado a ampliação da malha urbana com o crescimento de novos


loteamentos residenciais, além da ocupação de áreas inadequadas para moradia como encostas

45 Em conformidade com o Edital e Termo de Referência do Processo Licitatório 002/2014 e Ato Convocatório
009/2013, foram realizados, o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) e Plano Municipal de Gestão Integrada
de Resíduos Sólidos (PMGIRS) em 2016. Embora não tenham sido institucionalizados, os estudos têm norteado as
políticas relacionadas à melhoria da salubridade ambiental, proteção dos recursos hídricos e promoção da saúde
pública do município.

REVISÃO 2022 – V.4 | 117


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ARAXÁ – MG

de morros, APP, planícies de inundação e áreas próximas a corpos d’água, que além de provocar
a diminuição das áreas permeáveis, também gera um aumento da vazão das águas pluviais que
são direcionadas para os leitos dos rios, ocasionando assim, enxurradas e enchentes em regiões
específicas.

Como áreas do perímetro urbano suscetíveis a enchentes, tem-se:

• Rua TV Um, Rua TV Dois, Rua Isaura Maria, Rua Deolinda Dias Rosa, Rua Joaquim Geraldo
Filho, Avenida Dr. Pedro de Paula Lemos, Avenida Dr. Atílio Colombo, Avenida Ademar
Guimarães, Rua dos João-de-barro, Rua dos Beija-Flores, Rua Ermelinda Soares de
Lourdes, Rua Oscar Alves do Santos, Rua Cento e Dezoito, Rua Luzia de Rezende, Rua
Funcionário Guerra, Rua Odete C. Réis, Rua Pará, Rua do Matadouro, Rua Rosalvo Santos,
Avenida João Paulo II, Avenida Orcalino Afonso Ribeiro, Avenida Wilson Borges, Avenida
Divino Alves Ferreira, Avenida Pedro Honorato da Silva Rua Pedro Lemos, Rua José
Ângelo de Moura.

A ocupação irregular dos leitos dos rios também está relacionada, muitas vezes, com a disposição
irregular de resíduos nessas águas, sendo esta uma das principais causas de contaminação e
assoreamento. Dentre os inúmeros impactos negativos decorrentes dessa prática, nota-se a
poluição dos mananciais superficiais, a produção de odores desagradáveis, a poluição visual, a
depreciação das propriedades próximas à área e a perda da qualidade do ecossistema no
entorno.

A própria população acaba sendo vítima dessa poluição, contraindo doenças de veiculação
hídrica pelo contato com a água, principalmente quando há o transbordamento das águas em
épocas de chuvas intensas, como é o caso dos moradores do Bairro Urciano Lemos, que lançam
grande parte dos seus dejetos em locais inadequados, principalmente no entorno do Córrego da
Galinha.

Também consta como deficiência, a existência de redes coletoras e interceptoras sem o


direcionamento para uma estação de tratamento de efluente, lançando o efluente coletado
diretamente na drenagem natural, ou seja, nos cursos d’água da cidade.

Durante a realização da 3ª Atividade – Oficinas, foi ressaltada a carência de manutenção nos


equipamentos e rede de drenagem e a falta de um Plano Municipal de Drenagem.

5.1.4 RESÍDUOS SÓLIDOS

Conforme PMGIRS, os serviços manejo de resíduos sólidos públicos em Araxá são de


responsabilidade da Secretaria de Serviços Urbanos.

REVISÃO 2022 – V.4 | 118


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ARAXÁ - MG

A gestão de resíduos sólidos46 é realizada pela administração pública e por uma empresa
terceirizada (Liarth Limpeza Urbana). A empresa é responsável pelos serviços de coleta, transporte
e disposição final dos resíduos sólidos domiciliares.

Em 2022, 100% da população é atendida pelo serviço de coleta de lixo. Os resíduos de serviços
de saúde são recolhidos separadamente dos domiciliares, coletados e transportados em veículos
exclusivos. Todo o volume de resíduo coletado é encaminhado, temporariamente, até área de
transbordo localizada próximo à sede administrativa do aterro sanitário de Araxá.

Como sendo parte integrante da gestão dos resíduos sólidos urbanos, a reciclagem de materiais
segregados pela coleta seletiva, conforme PMGIRS, desempenha papel relevante para a
conservação e a preservação ambiental do município ao reduzir a geração de resíduos e
colaborar com a reinserção do material no processo produtivo, além de favorecer também a
inclusão social dos catadores informais a partir da organização de cooperativas e associações
que promovem a valorização deste trabalho.

No Município de Araxá, a coleta seletiva é otimizada por meio de implementação de logística, de


forma que galpões são cedidos pela Prefeitura Municipal de Araxá para acomodar cooperativas
de coletores de materiais recicláveis. A racionalização das etapas do processo que a envolve,
permite que o empreendimento dos catadores seja sustentável do ponto de vista econômico,
social e ambiental, aperfeiçoando a relação entre a organização dos catadores e o poder público,
no sentido do reconhecimento da prestação de serviços.

Atualmente, existem 3 associações e 1 cooperativa. No ano de 2021, foram coletadas e


comercializadas 470 toneladas de material reciclável (Quadro 5).
Quadro 5 - Organizações de Coleta seletiva e quantidade de material reciclável comercializado em
2021
Material Reciclável
Organizações coletado Endereço
comercializado
Reciclara - Associação dos Catadores de Rua Primavera, 395 A, bairro
70 toneladas
Materiais Recicláveis de Araxá Parque das Flores
Foco Ambiental Associação de Catadores de Rua José Helena de Souza 220,
90 toneladas
Papel Plástico, Metal e Vidro Araxá bairro Vila Silveria
Dona Beja - Cooperativa dos Produtores de Rua Primavera, 395 B, bairro
115 toneladas
Materiais Recicláveis de Araxá Parque das Flores
Cooperare – Cooperativa dos Produtores de Rua Eduardo de Souza Filho,
195 toneladas
Materiais Recicláveis de Araxá 335, bairro Vila Silveria.
Fonte: IPDSA, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Para a realização da coleta seletiva, a sede do município foi dividida em setores, de forma que
cada setor é atendido de segunda a sexta-feira, de 7 horas às 17 horas, com exceção do setor
central, cuja coleta se dá a partir das 18 horas.

46 IPDSA, 2021.

REVISÃO 2022 – V.4 | 119


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Durante a realização das atividades para a 3ª Atividade – Oficinas, foi informado que, embora a
coleta seletiva tenha sido objeto de planejamento do setor, ela ainda é ineficiente e não atende
todas as áreas da cidade. Nas oficinas também foi informado que as cooperativas e associações
competem diretamente com os catadores autônomos, que muitas vezes não respeitam os
protocolos estabelecidos pelo Poder Executivo.

Em Araxá, a deposição de resíduos sólidos (RDD) produzidos pela população é realizada no


Aterro Sanitário municipal, inaugurado em 05 de junho de 2008. Em 2022 uma empresa
terceirizada é responsável por toda a gestão do aterro, incluindo administração e operação.

O aterro sanitário de Araxá obteve licença ambiental definitiva aprovada pelo Conselho Estadual
de Política Ambiental do Estado de Minas Gerais (COPAM) com validade até o ano de 2014. Em
2022 a licença de operação do aterro está em processo de renovação.

Situado na BR-146 (trecho Araxá/Patos de Minas), a cerca de 3,7 quilômetros do entroncamento


com a BR-262, o local possui boas condições de acesso por via pavimentada e recebe todo o lixo
gerado na cidade.

O aterro sanitário tem capacidade volumétrica total de 751.362 m3, distribuídos em 6 plataformas
com altura máxima de 6 metros cada. A área total, somando o aterro sanitário com 14.593 m 2 e
o aterro controlado com 57.698 m2, é de 22 hectares e, considerando as ampliações previstas, o
local tem vida útil estimada de 20 anos.

Além de servir como depósito de rejeitos, o espaço físico possui sistema de drenagem especial,
direcionando todo o chorume resultante da decomposição dos resíduos para as piscinas
anaeróbicas de tratamento, evitando, assim, contaminações do subsolo e dos corpos hídricos.
Existe, ainda, o sistema de captação do biogás através de chaminés que direcionam para a
superfície os gases gerados pela decomposição do lixo, onde são queimados evitando-se, assim
possíveis danos à atmosfera e mau cheiro. Atualmente, o aterro recebe resíduos domiciliares,
parte dos resíduos de construção civil, animais mortos e resíduos de poda, capina e varrição.

O município não possui um Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.


O resíduo gerado por essa atividade é encaminhado para um aterro localizado no Distrito
Industrial, não havendo controle do volume depositado, tampouco triagem prévia para posterior
deposição, mostrando a necessidade de políticas estratégicas neste quesito. No dia 15 de
fevereiro de 2022 foi encaminhado à Câmara Municipal o Projeto de Lei n 14/2022 que visa
regulamentar no âmbito do Município a gestão sustentável de Resíduos da Construção Civil
(RCC).

Os resíduos de saúde são depositados em uma estação de transbordo localizada dentro dos
limites do aterro, para depois serem destinadas por empresa privada em conformidade com as
normas ambientais.

REVISÃO 2022 – V.4 | 120


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Com relação aos materiais recicláveis, sua triagem é realizada através das três cooperativas de
reciclagem existentes no município.

Em 2011 foram instalados ecopontos em diferentes pontos da cidade para o depósito de materiais
recicláveis e itens gerais, exceto resíduos orgânicos ou não recicláveis. Porém, devido a fatores
como falta de manutenção, falta de informação, entre outros motivos, estes locais acabaram
sendo inutilizados, o que fez com que a prefeitura encerrasse sua operação.

5.1.4.1 SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA

Os serviços púbicos de limpeza abrangem tarefas como varrição, poda de árvores, limpeza em
estabelecimentos públicos (capina de terrenos, limpeza de parques de exposição, limpeza de
cemitério, limpeza de feiras, limpeza de bocas de lobo etc.). Essas atividades são responsabilidade
do setor de Serviços Urbanos da PMA.

5.2 ILUMINAÇÃO PÚBLICA E ENERGIA ELÉTRICA

A distribuição de energia elétrica no município de Araxá é realizada pela Companhia Energética


de Minas Gerais – CEMIG e o atendimento abrange quase a totalidade do município. Segundo
dados do IBGE, no ano de 2010, cerca de 99,96% do total dos domicílios de Araxá tinha acesso à
rede de energia elétrica, com apenas 25 domicílios sem este recurso, conforme demonstra o
Quadro 6.
Quadro 6 - Domicílios particulares permanente que tinham energia elétrica de companhia
distribuidora (unidades)
Situação dos domicílios Domicílios
Tinham 29.262
Não tinham 25
Total 29.287
Fonte: IBGE. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Conforme informações repassadas na 3ª Atividade – Oficinas, através de esforços da Secretaria


Municipal de Serviços, em 2021 foi feita a substituição de luminárias convencionais por LED em
alguns pontos de Araxá, sendo prevista a substituição em toda o município47.

Em se tratando de fontes alternativas de energia, o setor privado, através da empresa Powertis


tem investido cerca de 300 milhões de reais na construção de uma usina fotovoltaica no
município de Araxá48. Com área de instalação de 256 hectares e uma capacidade instalada de

47 https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2021/09/03/interna_gerais,1302429/araxa-vai-trocar-2-mil-lampadas-
para-acabar-com-escuridao-na-cidade.shtml
48 https://www.araxaagora.com.br/noticia/comecam-obras-de-usina-fotovoltaica-que-deve-gerar-500-empregos-
em-araxa.

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112,5MWp, a usina pretende gerar 275GWh por ano, o suficiente para abastecer mais de 120 mil
residências, evitando assim, a emissão de mais de 128 mil toneladas de CO2 na atmosfera.
Figura 40 - Outdoor informando sobre a Usina Fotovoltaica prevista em Araxá

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Os resultados apresentados estão de acordo com a meta 7.1 do ODS


7 “Energia limpa e acessível”, que propõe assegurar, até 2030, o
acesso universal, confiável, moderno a preços acessíveis a serviços de
energia.

5.3 SISTEMA VIÁRIO

5.3.1 SISTEMA VIÁRIO MUNICIPAL

A articulação viária municipal de Araxá é composta por rodovias federais e estaduais, sendo as
principais vias de acesso ao município: BR-146, BR-262, BR-452 e MG-428. Em 2022, estas vias
apresentam condição ruim de pavimentação. Apesar de a gestão dessas vias serem de
responsabilidade dos governos federal e estadual, é interessante que as administrações
municipais elaborem políticas estratégicas visando a manutenção.

A rodovia BR-262, além de ser a principal ligação da capital do estado com Araxá, também faz
integração de Minas Gerais com Mato Grosso do Sul e São Paulo, possuindo 2.213 km de
extensão. Em Minas gerais, a rodovia tem seu maior trecho e passa por cidades importantes como
Belo Horizonte e Uberaba.

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Nacionalmente, esta rodovia representa importante papel dentro do complexo viário brasileiro,
pelo fato de possibilitar o escoamento de produtos agrícolas, pecuários, mineração e industriais
de municípios de matrizes econômicas diversificadas.

Conforme dados obtidos junto à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural – SMDR, em


Araxá constam como principais estradas rurais para o escoamento da produção: Estrada Mourão
Rachado, Estrada da Antinha, Estrada da Argenita, Estrada do Garimpo, Do Ouro, Estrada Mário
Rodrigues de Paiva, Antiga Araxá/Tapira e Estrada Oribedes.

Ainda conforme a SMDR, a recuperação e readequação dessas estradas, das pontes e mata
burros é realizada diariamente através de programa específico (não indicado). A recuperação e
manutenção da pavimentação das vias e bolsões é feita com cascalhamento.

Visando o desenvolvimento das atividades socioeconômicas de Araxá, políticas devem ser


desenvolvidas para otimizar o sistema viário municipal, aumentando a eficiência nos
deslocamentos realizados no Município.

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5.3.2 SISTEMA VIÁRIO URBANO

A malha viária de Araxá é formada por um traçado ortogonal e irregular, sobretudo, nas áreas
centrais, estruturada pelas avenidas Imbiara e Antônio Carlos, que cortam a cidade no sentido
norte-sul, assim como pela Av. Dâmaso Drummond, Av. Wilson Borges, Av. João Moreira Salles,
que juntas, contornam e cortam a cidade também nesse mesmo sentido. Na região central,
destacam-se as vias: Getúlio Vargas e Olegário Maciel, esta última, trata-se de uma via peatonal
e abriga diversas atividades de comércio e serviço.

Ao Norte, a Av. Amazonas faz conexão da cidade com o Aeroporto e Distrito Industrial e segue
para a BR-262. Já ao Sul, a Av. Geraldo Porfírio Botelho chega à Região do Barreiro e; a Av.
Tancredo Neves se conecta à MG-428 em direção à Franca. Contornando o município a Oeste, a
Av. José Ananias de Aguiar, popularmente conhecida como Comboio, cumpre a função de escoar
produtos produzidos no município, principalmente aqueles provenientes da mineração.

Em conformidade com a Lei de Uso e Ocupação do Solo do Município – Lei n4.292/2003, a


hierarquia viária segue a seguinte categorização e respectiva descrição das vias que a compõe:
Quadro 7 - Classificação e descrição das Vias de Araxá conforme Lei de Uso e Ocupação do Solo
Classificação: Vias de Ligação Regional
Definição: são responsáveis por promover a ligação da cidade com seu entorno, carreando
substanciais volumes de tráfego inter e intraurbano.
Nomes:
Av. Amazonas; Av. João Moreira Sales; Av. José Porfírio Botelho
Av. Dâmaso Drummond; Av. João Paulo Av. Tancredo Neves;
Av. Hítalo Ros; Av. José Ananias de Aguiar; Av. Wilson Borges.
Classificação: Vias Arteriais
Definição: são as destinadas ao tráfego preferencial e à circulação de veículos entre áreas distantes
orientando o fluxo para as vias de ligação regional, com vistas a melhor distribuição do tráfego nas
vias coletoras e locais.
Nomes:
Av. Ananias Teixeira;
Av. Antônio Carlos Av. José Severino de Aguiar; R. Elza Lemos
Av. Cap. Berlamino de Paula Av. Sebastião Ferreira Pinto; R. Honório, de Paiva Abreu;
Machado; Av. Senador Montandon; R. Joaquim Benevides de Ávila;
Av. Cassiano de Paula Av. Vereador João Sena; R. Joaquim Geraldo Filho
Nascimento; Av. Washington Barcelos; R. Luiz Valle Teixeira;
Av. Divino Alves Ferreira; Av. Wilson Borges; R. Padre Anchieta;
Av. Dr. Danilo Cunha; R. Belo Horizonte; R. Pará;
Av. Dr. Pedro de Paula Lemos; R. Cônego Cassiano; R. Pernambuco;
Av. Geraldo Porfírio Botelho; R. Dalci Santos Cunha; R. Terêncio Pereira;
Av. Getúlio Vargas; R. Deolinda, das Rosas; R. Uberaba;
Av. Imbiara; R. Domingos, de Mambro; R. Ziza Montandon,
Av. João Paulo II;
Classificação: Vias Coletoras
Definição: são as que possibilitam a circulação de veículos entre as vias arteriais e locais.
Nomes:
Av. Astolfo Lemos; R. da Consolação; R. Juca Gonçalves;
Av. das Palmeiras; R. do Corredor; R. Marcolina Coelho Borges;

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Av. Padre Vicente Priante; R. Dom José Gaspar; R. Marechal Deodoro;


Av. Pref. Aracely de Paula; R. Edmar Cunha; R. Maria Muller;
Av. Rosália Isaura de Araújo; R. Edmundo Rodrigues da Silva; R. Nair Moreira Rodrigues
Av. Tonico do Alonso; R. Eurindo Barbosa de Lacerda; Maneira;
R. Adelina Gomes Pereira; R. Ferreira Benfica; R. Nhá Chica;
R. Alexandre Dumont; IX. R. Francisco Ferreira da Silva; R. Paul Harris;
R. Antônio M. Ferreira; R. Franklin, de Castro; R. Pres. Olegário Maciel;
R. Atílio Colombo; R. Geralda Miguel Radespiel; R. Quintino Amâncio;
R. Benedito Guimarães de R. Irinéia Alves de Paiva; R. Rio Branco;
Castro; R. João Magalhães; R. Rômulo Maneira Rodrigues;
R. Brígido de Melo Filho; R. Joaquim Teodoro da Silva; R. Rossine Rodrigues Duarte;
R. Calimério Guimarães; R. José Andrade de Freitas; R. Santo Antônio;
R. Capitão Izidro; R. José Ângelo de Moura; R. Thieres Botelho;
R. Capitão José Porfírio; R. José Barbosa de Castro; R. Valdemar Siqueira;
R. Carvalho Lopes; R. José Montandon de Paiva; R. Virgílio, de Abreu;
R. Claudionor Afonso de R. José Pedro; R. Waldomira Lemos Guimarães;
Resende; R. José Pinto da Silva; R. Wellington Lemos
R. Costa Sena;

Classificação: Vias Locais


Definição: são as destinadas ao tráfego lento e à circulação de veículos entre áreas próximas, devendo
ser usadas como acesso a áreas residenciais, comerciais ou industriais, e serem construídas de modo a
dificultar sua utilização como atalho entre vias arteriais.
Nomes: demais vias
Classificação: Vias Especiais
Definição: são as destinadas a usos específicos, tais como vias para pedestres, transporte coletivo,
bicicletas, vias mistas, possuindo características geométricas específicas ao uso a que se destinam
Nomes:
Alameda Helena Pereira de
R. das Orquídeas; R. dos Diamantes;
Morais;
R. das Paineiras; R. dos Lírios;
R. das Ágatas;
R. das Palmas; R. dos Pavões;
R. das Ametistas;
R. das Rosas; R. dos Pardais;
R. das Andorinhas;
R. das Safiras; R. dos Rouxinóis;
R. das Araras;
R. das Turquesas; R. dos Rubis;
R. das Camélias;
R. das Violetas; R. dos Sabiás;
R. das Figueiras;
R. dos Berilos; R. dos Sanhaços;
R. das Hortênsias;
R. dos Canários; R. dos Topázios;
R. dos Juritis;
R. dos Cardeais; R. dos Tucanos;
R. das Margaridas;
R. dos Cristais; R. dos Uirapurus.
R. das Opalas;
Fonte: Lei Municipal nº 4.292/2003. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

5.4 ARBORIZAÇÃO URBANA

Além da função paisagística, a arborização urbana contribui significativamente para a melhoria


da qualidade do ambiente urbano, desde que bem planejada e adequada aos demais elementos
da cidade.

Uma boa arborização é essencial à qualidade de vida em uma cidade. Por suas
múltiplas funções, a árvore urbana atua diretamente sobre o clima, a qualidade

REVISÃO 2022 – V.4 | 128


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do ar, o nível de ruídos e sobre a paisagem, além de constituir refúgio


indispensável à fauna remanescente nas cidades49.

Em 2010, Araxá apresentava arborização em 81,0% das vias públicas50. Entretanto, em função do
lapso temporal desde a elaboração do último censo, esse valor deve ser revisto.

Conforme informações levantadas junto à Divisão de Meio Ambiente do IPDSA, o município não
dispõe de Plano Municipal de Arborização Urbana (PDAU). Entretanto, em 2008, com base no
Manual Técnico de Arborização e Poda do Município de São Paulo, foi elaborado o Manual de
Arborização, que objetiva estabelecer normas técnicas para promover a implantação da
arborização no espaço público, de modo também a prevenir as distorções causadas pela falta de
planejamento do município.

A manutenção da arborização urbana é feita pela Secretaria de Serviços Urbanos em vias


públicas, responsável por divulgar semanalmente nas redes sociais municipais os locais onde
serão prestados os serviços de limpeza, poda, corte, capina e manutenção.

Para que seja realizada a poda e o corte de árvores no município, é necessário que os munícipes
retirem uma autorização no IPDSA. Atualmente, esse processo de solicitação de autorização está
passando por modificações, sendo prevista a possibilidade da realização do pedido de forma
online. Cabe destacar que desde novembro de 2021, o setor tem acompanhado e feito
levantamento georreferenciado das podas com base na emissão das autorizações.

Constam como maiores problemas enfrentados pelo setor relacionados à arborização municipal
de Araxá, a existência de árvores antigas e de grande porte, que muitas das vezes, acabam
causando danos e rompimentos das calçadas e tubulações existentes, além da obstrução de
mobiliário urbano, que pode gerar riscos aos transeuntes.

Em 2022, Araxá no dispõe de um cadastro da arborização urbana informatizado. A elaboração


deste cadastro é instrumento importante para a gestão inteligente e eficaz do município, pois
ajuda a evitar conflitos com a infraestrutura da cidade e obter os benefícios advindos dessa
vegetação nas urbes.

A Lei municipal nº 3.295 de 22 de setembro de 1997 disciplina o plantio, corte e poda de árvores
no Município de Araxá.

Durante a realização da 3ª Atividade – Oficinas, foi destacado programas de produção de mudas


em parceria com o setor privado, a exemplo do Programa Fazenda Senhor Jesus e um programa
realizado em parceria com a Secretaria de Ação Social, o Programa Casa do Pequeno Jardineiro51.

49Manual de Arborização, IPDSA, 2008.


50IBGE, 2021.
51 O Programa mencionado é um centro de educação ambiental e formação para o trabalho, preparando adolescentes
para a vida e o exercício da cidadania, voltado para a proteção social de adolescentes e jovens através de oficinas de

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Além dessas iniciativas, conforme divisão de Meio Ambiente do IPDSA, as empresas Mosaic e
CBMM também produzem mudas e disponibilizam para a população.
Figura 41 - Arborização na Rua Dom José Gaspar

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

educação ambiental e jardinagem, atividades lúdicas e interativas, objetivando o fortalecimento dos vínculos familiares
e comunitários. Disponível em: <https://www.minasgerais.com.br/pt/atracoes/araxa/casa-do-pequeno-jardineiro>.

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6. CONDIÇÕES FUNDIÁRIAS
A maioria dos municípios brasileiros sofreu um intenso processo de urbanização nas últimas
décadas. O crescimento da população, principalmente nos centros urbanos, junto ao despreparo
para receber este aumento populacional tem gerado impactos ambientais e intensificado as
desigualdades sociais.

A análise das condições fundiárias de Araxá é de extrema importância para a formulação


adequada das diretrizes para políticas habitacionais no Município. No entanto, os dados
existentes estão atualizados em partes, sendo necessário prever ações que visem a renovação
das informações para que norteiem com exatidão as decisões por parte dos gestores públicos.

6.1 DISTRIBUIÇÃO POPULACIONAL

Em 2000, havia 22.062 domicílios particulares permanentes em Araxá, após 10 anos este número
aumentou 32,74%, totalizando 29.287 residências. Comparando a quantidade de domicílios
urbanos, entre 2000 e 2010 Araxá vivenciou um aumento de 32,94% unidades, estas residências
atendem 98,41% da população da cidade mineira. A Tabela 25 apresenta a divisão entre os
domicílios rurais e urbanos, e compara com o crescimento populacional no mesmo período
(2000-2010).
Tabela 25 - Distribuição populacional (2000 - 2010)
População Domicílios
2000 2010 Variação (%) 2000 2010 Variação (%)
Urbana 77.743 92.284 18,70 21.668 28.807 32,94
Rural 1.254 1.388 10,68 394 480 21,82
Total 78.997 93.672 18,57 22.062 29.287 32,74
Nota: (1) Domicílio Particular Permanente é o domicílio que foi construído a fim de servir exclusivamente para habitação
e, na data de referência, tinha a finalidade de servir de moradia a uma ou mais pessoas (IBGE, 2010).
Fonte: SIDRA, 2021 (Tabela 185). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2022.

O município não dispõe de Plano Municipal de Habitação, entretanto, foi expressa intenção do
setor para a sua elaboração quando da aprovação do novo Plano Diretor, que deve balizar as
diretrizes a serem previstas.

6.2 CONDIÇÕES DE MORADIA

Para a análise das condições de moradia foram utilizados os dados elaborados pelo último Censo
do IBGE de 2010 e sistematizados pela Fundação João Pinheiro. Em 2010, o município contava
com aproximadamente 1.085 dos domicílios urbanos considerados inadequados em pelos menos
um componente, representando 3,70% do total de domicílios, 1.959 estavam vagos (6,68%), 1.410

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apresentavam coabitação familiar (4,81%), 241 apresentavam condições precárias (0,82%) e 1739
tinham relativo ônus excessivo com aluguel (5,93%)52.

Os domicílios são classificados como inadequados segundo os critérios de inadequação fundiária,


carência de infraestrutura, ausência de banheiro de uso exclusivo, cobertura inadequada e
adensamento excessivo dos domicílios próprios.
Tabela 26 - Situação dos domicílios particulares permanentes no município, 2010
Área urbana Área rural Total
Total de domicílios 28.828 477 29.305
Domicílios urbanos inadequados* 1085 - -
Coabitação familiar 1.393 18 1.410
Domicílios precários 229 12 241
Domicílios vagos 1.942 17 1.959
Ônus excessivo com aluguel - - 1.739
*: Os domicílios considerados inadequados possuem pelo menos um componente de inadequação. Os componentes de
inadequação dos domicílios urbanos estão detalhados na Tabela 27.
Fonte: IBGE, 2010 em FJP, 2013.

Tabela 27 - Domicílios urbanos inadequados em Araxá, 2010


Componente inadequado Total Total relativo (*)
Abastecimento de água 523 1,78%
Esgotamento sanitário 410 1,40%
Iluminação elétrica 44 0,15%
Destino do lixo 147 0,50%
Banheiro exclusivo 90 0,31%
Adensamento de domicílio próprio 273 0,93%
Adensamento de domicílio alugados 124 0,42%
Pelo menos um componente inadequado (Total) 1.085 3,70%
*:Relativo ao número total de domicílios em Araxá.
Fonte: IBGE, 2010 em FJP, 2013. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Com base nos dados fornecidos pelo Censo de 2010 também é possível analisar o tipo de material
utilizado nas paredes externas das residências. Com estes dados pode-se avaliar o nível do
padrão construtivo dos imóveis de Araxá. Conforme ilustrado pelo Gráfico 13, vê-se que
prevalecem as construções em alvenaria com revestimento, representando 89% dos domicílios.
A segunda tipologia mais recorrente é a de alvenaria sem revestimento com 9,6% das unidades
domiciliares. Assim, conclui-se que a grande maioria dos domicílios possuem boa condição
construtiva.

52 IBGE, 2010 em FJP, 2021.

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Gráfico 13 - Padrão construtivo dos domicílios em Araxá, 2010

1%

10% Alvenaria com Revestimento

Alvenaria sem Revestimento

Demais revestimentos (Madeira emparelhada


- Madeira aproveitada - Taipa Revestida -
Taipa não Revestida - Outro Material)
89%

Fonte: IBGE, 2010. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

As informações apresentadas acima demonstram o cenário que Araxá apresentava sobre a


condição da moradia da população em 2010, entretanto, faz-se necessário a atualização dos
dados para que sejam desenvolvidas políticas públicas nesse sentido.

6.3 DÉFCIT HABITACIONAL

O déficit habitacional53 engloba os domicílios sem condições de habitabilidade (domicílios


precários), as famílias conviventes (coabitação familiar), moradores com renda de até três
salários-mínimos que comprometem 30% ou mais de sua renda com o pagamento de aluguel
de seu domicílio (ônus excessivo com aluguel) e moradores que vivem em imóveis com cômodos
compartilhados, como cortiços, e que foram alugados ou cedidos (adensamento de domicílio
alugado).

Conforme consta na Tabela 28, o déficit habitacional total de Araxá, em 2010, era de 3.516
domicílios, sendo 3.486 residências na área urbana, o que representava 99,15% da demanda.
Tabela 28 - Déficit habitacional de Araxá, 2010.
Área urbana Área rural Total
3.486 30 3.516
Fonte: IBGE, 2010 em FJP, 2021.

Dos componentes que compõe o índice de déficit habitacional, o ônus excessivo com aluguel
representa maior parcela (49,47%), seguido da coabitação familiar (40,14%), como pode ser visto
na Tabela 29.
Tabela 29 - Componentes do déficit habitacional
Domicílios precários 241 Adensamento excessivo 124
Coabitação familiar 1.411 Déficit Habitacional total 3.515
Ônus excessivo com aluguel 1.739
Fonte: IBGE, 2010 em FJP, 2021.

53 FJP, 2021.

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De acordo com informações obtidas junto à Secretaria Municipal de Ação Social, No ano de 2013,
em Araxá, constavam54 os seguintes cadastros para programas habitacionais no município,
separados por categorias:
Tabela 30 - Cadastros para Programas Habitacionais em Araxá
Categorias N de Cadastros
Arrimo de Família 1.773
Pessoas portadoras de deficiência 256
Pessoas idosas 243
Casal com filhos menores de idade 627
Número total de cadastros 3.134
Fonte: Secretaria Municipal de Ação Social, 2013. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Em se tratando da população em situação de rua, em 2021 foram identificadas 35 pessoas nessas


condições no município.

6.4 OCUPAÇÕES IRREGULARES

Ocupações irregulares são as moradias instaladas em loteamentos realizados à margem da


legislação urbanística, ambiental, civil, penal e/ou registraria, nos quais se abrem ruas e se
demarcam lotes sem o devido controle do Poder Público55. Para a tomada de decisões relativas
às ocupações irregulares, Araxá conta com o Comitê de Invasões, que tem como objetivo analisar
o contexto municipal e decidir sobre as ações que serão implementadas com cada família que
habita esses locais.

O setor de Habitação, por meio do comitê, planeja realizar, entre 2022 e 2023, 100 desocupações
de famílias residentes em áreas de ocupação irregular e de risco. Até julho de 2022 foram
realizadas 43 desocupações. No total, o comitê contabiliza 302 famílias atendidas entre as
desocupações e os trabalhos de conscientização.

Em Araxá, de acordo com dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Ação Social (Setor de
Habitação), foram identificadas áreas de invasão com 261 residências, isto é, áreas ocupadas
irregularmente por pessoas que não obtém título de propriedade do lote e sem a devida
aprovação do órgão municipal responsável. Nessas residências, vivem aproximadamente 302
famílias, distribuídas por bairro conforme Quadro 8, ocupando, muitas das vezes, áreas
institucionais, áreas verdes e APP do município.
Quadro 8 - Ocupações irregulares em Araxá
Bairro Residências Bairro Residências
Abolição 01 Salomão Drummont 09
Aeroporto 14 Santa Maria 23
Ana Pinto de Almeida 49 Santo Antônio 01
Armando Santos 05 São Domingos 09

54 ARAXÁ, 2021.
55 PINTO, 2006.

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Bom Vista 02 São Francisco 60


Bom Jesus 46 São Geraldo 01
Francisco Duarte 11 Serra Morena 04
Novo Horizonte 13 Tiradentes 03
Fonte: Secretaria Municipal de Ação Social. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Figura 42 - Áreas de invasão identificadas no bairro Santa Maria

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Segundo dados disponibilizados pelo setor de Meio Ambiente do IPDSA, em 2021, foi feita a
remoção de 44 assentamentos irregulares na Rua Pará, situados junto à APP do Córrego Santa
Rita.

No município também foram identificados loteamentos clandestinos, tanto em área urbana como
rural (identificados no PDE vigente como chacreamentos), sendo áreas nas quais o proprietário
do lote subdivide o mesmo sem o controle e a anuência do poder público municipal, a exemplo
do loteamento Boa Vista, Encontro das Águas, entre outros. Nas zonas rurais, cabe destacar que
a regulamentação e ocupação do solo competem à União e não ao município.

Com relação aos loteamentos em área urbana, frequentemente, estes são divididos em frações
inferiores ao permitido na Lei Federal de Parcelamento do Solo Urbano (Lei nº 6.766/79 e suas
alterações) e não possuem a infraestrutura mínima exigida pela legislação urbanística municipal.
Os loteamentos clandestinos são também irregulares quanto à legislação registrária, visto que os
“lotes” são vendidos de maneira informal.

Sendo assim, faz-se necessário prever diretrizes para novas políticas públicas de habitação,
visando coibir a implantação de novas ocupações irregulares no território municipal,
principalmente nas áreas urbanas. Quanto à regularização destas áreas, é necessário estudo

REVISÃO 2022 – V.4 | 135


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específico de cada uma delas, para avaliar a viabilidade e a possibilidade de regularização nos
moldes da Lei Federal nº 13.465/2017.

Conforme dados obtidos junto à SMDR, em Itaipu constavam ocupações irregulares, e de acordo
com informações coletadas na 3ª Atividade – Oficinas, é prevista a implementação de perímetro
urbano neste local, para fins de regularização.

6.5 PROGRAMAS E PROJETOS HABITACIONAIS EXISTENTES

Com vistas a mitigar o déficit de moradias no município, de acordo com levantamento realizado
junto à Secretaria Municipal de Ação Social, foram entregues 5 e estão sendo previstos 2
empreendimentos compostos por unidades Habitacionais de Interesse Social – HIS, cujos
projetos estão representados na Tabela 31.
Tabela 31 - Empreendimentos Habitacionais realizados em Araxá (2011 - 2016)
Ano Empreendimento Execução Nº de unidades
2011 Max Neumann Executado 497
2013 Residencial Pão de Açúcar III Executado 500
2014 Residencial Villa Verde Executado 223
2014 Residencial Villa Mayor Executado 233
2016 Residencial Pão de Açúcar IV Executado 500
- Residencial “Guaraci” Prevista -
Bairro no antigo loteamento Nosso Lar Prevista -
Fonte: Secretaria Municipal de Ação Social, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Junto à sede da Secretaria de Ação Social, encontra-se o setor de Habitação, de modo que
desenvolvem ações integradas e articuladas que visam facilitar o acesso à moradia digna e reduzir
o déficit habitacional do município. De forma conjunta, executam ações como: atendimento,
orientação e acompanhamento das famílias beneficiadas do Programa Minha Casa Minha Vida
(MCMV), averiguação e visita técnica em imóveis com indícios de irregularidade,
acompanhamento e avaliação para locação de imóveis para o benefício de aluguel social, entre
outras.

No ano de 2022 o Setor de Habitação desenvolve os programas Projeto Mãos à Obra, Planta
Popular e o REURB (em parceria com o Governo do Estado de MG).

Durante a realização da 3ª Atividade – Oficinas, sobre o tema, foi informado que o setor carece
de um Projeto de Habitação Popular contínuo e de um Plano Municipal de Habitação. Também
foi destacada como ação positiva, a ativação do Conselho Municipal de Habitação no município.

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7. MOBILIDADE URBANA
A mobilidade urbana figura como um dos principais componentes do direito à cidade e da
formação de centros urbanos mais sustentáveis, inclusivos, humanos, justos e economicamente
eficientes. Uma mobilidade acessível, além de garantir o direito de ir e vir, contribui para a
efetivação de outros direitos sociais como educação, saúde e cultura.

A Política Nacional de Mobilidade Urbana, Lei nº 12.587/2012, que deve ser seguida em todo país.
Fundamenta-se nos princípios de acessibilidade universal, desenvolvimento sustentável,
equidade no acesso ao transporte coletivo e ao espaço público, na gestão democrática, na
segurança no deslocamento, na justa distribuição de ônus e bônus e na eficiência, eficácia e
efetividade da circulação urbana e da prestação de serviços de transporte.

Nesse sentido, a mobilidade deve ser priorizada na formulação das políticas públicas que visem
o planejamento e a orientação das dinâmicas urbanas. O Plano Diretor, por sua vez, deve prever
contribuições para a melhoria das condições de mobilidade nos municípios, indicando diretrizes
para a formulação de uma política municipal voltada ao desenvolvimento de uma cidade mais
inclusiva e segura, capaz de favorecer a livre circulação de pessoas e mercadorias.

Araxá não possui um Plano de Mobilidade Urbana, no PDE vigente (Lei n5.998/2011), o capítulo
IX é dedicado ao tema, contemplando diretrizes concernentes à mobilidade e ao transporte
público.

7.1 DESLOCAMENTO INDIVIDUAL NÃO MOTORIZADO

Os modos de deslocamento não motorizados, a pé ou de bicicleta, são os principais meios de


locomoção em muitas cidades brasileiras, sobretudo naquelas com até 100 mil habitantes.
Independentemente do tamanho das cidades, a Lei Federal nº 12.587/2012 prevê a prioridade do
transporte não motorizado sobre o transporte individual motorizado.

Para avaliar a adequação atual e futura do deslocamento não motorizado, a análise será dividida
em dois tópicos: deslocamento cicloviário e deslocamento peatonal (pedestres).

7.1.1 DESLOCAMENTO CICLOVIÁRIO

O uso da bicicleta tem aumentado muito no Brasil, onde grande parte da população adota a
bicicleta como principal meio de transporte, devido à facilidade de uso, aos custos mais reduzidos
de manutenção e à promoção e melhoria da qualidade de vida e bem-estar físico.

Alguns aspectos influenciam na qualidade da mobilidade dos ciclistas, tais como:

• Qualidade física da infraestrutura;

REVISÃO 2022 – V.4 | 137


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• Qualidade ambiental dos trajetos;

• Infraestrutura contínua;

• Facilidade para guardar a bicicleta;

• Integração da bicicleta com outros modais.

O município de Araxá dispõe de uma malha cicloviária reduzida e descontinuada, estando


concentrada apenas em alguns loteamentos mais recentes. Nesse caso, o município deve investir
em políticas de incentivo ao ciclismo, promover intervenções para garantir a melhoria da
sinalização vertical e horizontal, além de investir na expansão e continuidade da malha cicloviária
existente.

7.1.2 DESLOCAMENTO PEATONAL

Deve ser considerado no planejamento viário a garantia de uma locomoção urbana eficaz, de
modo a possibilitar e/ou aprimorar a acessibilidade universal para pedestres, sobretudo daqueles
que apresentam algum tipo de Mobilidade Reduzida (PMR) ou Pessoas com Deficiência (PCD).

As calçadas, como sendo espaços reservados para a circulação e permanência dos pedestres,
devem ser concebidas e qualificadas, de modo a favorecer as condições de caminhabilidade56 e
se tornarem espaços seguros para os deslocamentos a pé.

Para que seja garantida a qualidade das calçadas, é importante que seu dimensionamento
considere o fluxo de pedestres, possibilitando a configuração de uma rede de caminhos que
visem estimular os deslocamentos a pé. Ainda, a fim de que componham um ambiente
confortável para a convivência entre as pessoas, é essencial que as calçadas disponham de
mobiliário, vegetação, iluminação, além de um sistema de drenagem das águas da chuva
eficiente. A pavimentação deve ser firme e contínua, de modo a conferir conforto e segurança
aos pedestres, incluindo facilidades para PMR e PCD. Além disso, a sinalização deve ser coerente
com a dinâmica e ambiente urbano por onde as pessoas caminham57.

Nos últimos anos, em Araxá, foram feitas melhorias nas calçadas e passeios públicos,
principalmente em áreas centrais urbanas, entretanto, ainda são observados muitos pontos que
necessitam de adequações, sobretudo no que diz respeito à acessibilidade desses espaços
públicos.

56 De acordo com o Índice de Caminhabilidade elaborado pelo ITDP, o conceito de caminhabilidade (walkability, em
inglês) foca nas condições do espaço urbano vistas sob a ótica do pedestre. Em linhas gerais, pode ser definido
como a medida em que as características do ambiente urbano favorecem a sua utilização para deslocamentos a pé.
Disponível em: < http://itdpbrasil.org/wp-content/uploads/2019/05/Caminhabilidade_Volume-3_Ferramenta-
ALTA.pdf>.
57 WRI Brasil, 8 Princípios das Calçadas. Disponível em: <https://wribrasil.org.br/sites/default/files/8-Principios-
Calcada_2019.pdf.>.

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Figura 43 - Calçada nivelada com eixo viário

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Também nas áreas centrais, cujo traçado remonta ao início da ocupação da cidade, são
observadas calçadas com dimensões reduzidas, que, muitas das vezes, inviabilizam ou dificultam
o deslocamento dos pedestres, comprometendo também a segurança desses.
Figura 44 - Calçadas estreitas na Rua Cônego Cassiano

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Com vistas a privilegiar o deslocamento do pedestre, no ano de 2013, como parte do projeto de
Revitalização Urbanística e Arquitetônica da Região Central, foi realizada a construção do
Calçadão da rua Presidente Olegário Maciel, passando a ser uma via exclusivamente peatonal,
conhecida por abrigar grande diversidade de atividades comerciais e de serviços.

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Figura 45 - Rua Presidente Olegário Maciel, conhecida como "calçadão"

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

Em Araxá, a regulamentação sobre a padronização e o uso das calçadas é insuficiente para


garantir sua utilização de forma segura. Muitas calçadas apresentam características com
dimensões variadas, além de pontos de obstrução e utilização em desconformidade com as
normas jurídicas vigentes.

Neste sentido, verifica-se que comércios, bares e restaurantes utilizam os passeios públicos como
extensão de suas vitrines, vagas de estacionamento e para disposição de mesas e cadeiras,
prejudicando a fluidez dos deslocamentos.
Figura 46 - Calçada usada como estacionamento de estabelecimento comercial

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2022.

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O Ministério Público58 também averiguou a situação das calçadas no Município de Araxá e


solicitou parecer do Poder Executivo, enfatizando a necessidade de se regulamentar de forma
eficiente a utilização e composição destes espaços. Este tema é objeto de discussão nas 4ª e 6ª
Atividades desta RPDE, e as alterações cabíveis devem ser implementadas na legislação correlata.
Figura 47 - Calçada em péssimas condições em via de alto fluxo de veículos

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

7.2 TRANSPORTE COLETIVO

O transporte público coletivo de Araxá é realizado por uma empresa terceirizada, a Vera Cruz
Transporte e Turismo LTDA, e está dividido em 23 linhas de transporte, formando 23 rotas que
atendem quase toda a extensão da área urbana, operando de segunda à domingo das 6:00h às
22:50h.

Atualmente, a empresa faz uso do sistema de Georreferenciamento da Cittati – Cita Mobi. A


plataforma disponibiliza o gerenciamento de linhas e horários praticados e previstos para
determinada localização, além de fornecer a opção de traçar rotas, facilitando a compreensão do
melhor tempo de trajeto.

Conforme informações levantadas junto à Vera Cruz, constam como áreas não servidas:
loteamento Veredas Belvedere, Jardim Europa IV e V, Vilagio II, Vila das Artes e; áreas deficitárias:
Residencial Camua, Residencial Vilagio I.

Segundo a mesma, o sistema de transporte coletivo atende cerca de 241.429 passageiros


mensalmente. Além disso, toda a frota está adequada às normas de acessibilidade. Desde maio

58 Ministério Público do Estado de Minas Gerais, embasado nos Procedimentos Extrajudiciais n 09/2010, 53/2011,
13/2013, 14/2013 e 18/2013 da 1ª Promotoria de Justiça de Araxá – Curadoria do Meio Ambiente e Urbanismo.

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de 2019, quando foi feito o último ajuste do valor das tarifas, têm-se cobrado R$3,90 daqueles
que usam o cartão da empresa (VC card) e R$4,00 para os que compram em dinheiro.

No município, existe um ponto principal onde se encontram todas as linhas, porém, este tem
atuado no limite de sua capacidade, e não possui infraestrutura básica para o usuário, não
havendo banheiros públicos disponíveis, por exemplo.
Figura 48 - Ponto de ônibus com abrigo e transporte Coletivo em Araxá

Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

A Vera Cruz ainda indica que há 530 pontos de ônibus distribuídos no município, sendo que,
destes, apenas 65 possuem abrigo e nem todos dispõem de dispositivos com informações de
trajeto e horários, sendo essa uma responsabilidade atribuída à Prefeitura.

Durante a realização da 3ª Atividade – Oficinas, para além das questões expostas, foi ressaltada
a insuficiência de pontos de ônibus no município e a dificuldade de acesso aos pontos turísticos
através do transporte público municipal.

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8. CAPACIDADE DE SUPORTE ATUAL E FUTURA


8.1 PROJEÇÃO POPULACIONAL E EXPANSÃO URBANA

Suprir as necessidades básicas de uma população requer, entre outras ações, a formulação de
planos e programas sociais que, para serem implementados de maneira adequada, precisam, no
mínimo, se basear em uma previsão do tamanho desta população. As projeções populacionais,
para o setor público, auxiliam no conhecimento e quantificação de demandas futuras de diversas
naturezas59.

Diversos são os métodos e modelos matemáticos aplicados aos estudos populacionais. Dados
históricos, socioeconômicos como os índices demográficos disponíveis, são variáveis importantes
e que devem ser analisadas no processo, considerando que cada município possui uma realidade
particular.

Com base nas variáveis analisadas no item 3.1 Demografia, optou-se pela utilização do modelo
matemático logístico como método para projeção populacional do Município de Araxá e dados
de todos os censos demográficos disponíveis. Este modelo, dado por uma equação diferencial, é
descrito matematicamente por:
L
p (t) =
1 + 𝑘′𝑒 −𝑘𝑡

Onde:
(𝐿−𝑃 )
K’: 𝑃 0 : fatores inibidores de crescimento (constante);
T: tempo;
k: taxa de crescimento (constante);
L: carga de suporte ou limite da população (constante);
P (t): população no tempo t.

Os resultados encontram-se no Quadro 9, e por meio de sua análise é previsto que a população
de Araxá aumente 24,4% até 2033, com 26.455 habitantes a mais, apresentando um crescimento
médio de 2.405 habitantes por ano.
Quadro 9 - Projeção populacional por ano
Ano População Ano População Ano População
2000 78.997 2024 114.471 2029 125.125
2010 93.672 2025 116.482 2030 127.449
2021 108.403 2026 118.551 2031 129.843
2022 110.610 2027 120.679 2032 132.312
2023 112.514 2028 122.870 2033 134.858
Fonte: DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

59 BRITO et al.,2010

REVISÃO 2022 – V.4 | 143


PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
ARAXÁ – MG

A projeção populacional apresentada utiliza os dados censitário dos anos 2000 e 2010 e a
estimativa divulgada pelo IBGE para o ano de 2021, por isso, pode estar diferente da realidade
atual.

Considerando o cenário econômico de Araxá, com a expansão da oferta de mão de obra por
meio da chegada de novas empresas e indústrias no município, é prudente que as gestões
públicas considerem um crescimento populacional mais acelerado que o exposto no Quadro 9.
Este cenário possibilita um aumento na população economicamente ativa, impactando de
maneira direta o indicador da razão de dependência apresentado item 3.1 deste produto.

Devido ao crescimento da cidade, é fundamental estabelecer diretrizes sólidas para a criação de


novas áreas de expansão urbana de Araxá e fomentar o adensamento de áreas que já tenham
infraestrutura básica consolidada.

8.2 CAPACIDADE DE SUPORTE

Com base no diagnóstico contido na 2ª Atividade da Revisão do PDE, no presente tópico é feita
a avaliação da capacidade de suporte municipal, num horizonte de 10 anos, em relação aos
seguintes itens: suporte ambiental, de infraestrutura, equipamentos e serviços públicos.

A classificação dos tópicos considera as estruturas existentes em Araxá e extrapola o cenário para
definição das capacidades, caso nenhuma política ou estratégia seja alterada.

8.2.1 CAPACIDADE DE SUPORTE AMBIENTAL

REGULAR
Não há grandes problemas

Conforme apresentado no presente diagnóstico, sobre as características ambientais, Araxá não


apresenta grandes problemas. As condições de relevo e solo, principalmente nas áreas próximas
à malha urbana consolidada, não apresentam grandes restrições para a ocupação antrópica.
Como especificado no Capítulo 2, cerca de 66% da área municipal apresenta relevo com até 20%
de inclinação, favorecendo a implantação de novos loteamentos.

Para tanto, é recomendável cautela na aprovação de novos loteamentos, visando não impactar
de maneira negativa, principalmente, os pontos de captação de água para abastecimento do
município, localizados à leste da sede, as APP e áreas com caracterização de qualidade de flora
e fauna importantes para o contexto ambiental. Outro fator relevante, que influencia diretamente
na expansão da malha urbana, é a existência das mineradoras que, devido à sua atividade,
necessitam que locais estratégicos não sejam ocupados para promover a segurança desta
comunidade mineira.

REVISÃO 2022 – V.4 | 144


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Referente aos locais de floresta nativa e de preservação permanente, Araxá possui áreas de
proteção especial localizadas à leste no município, com potencial para serem transformadas em
Unidade de Conservação. Um segundo ponto positivo é a instituição de 5 RPPN, que podem ser
canais para promover a conscientização dos habitantes em prol do engajamento das questões
ambientais.

Na escala urbana, para a arborização é essencial a implementação do Plano de Arborização


Urbana em um curto prazo, visando regulamentar e facilitar a fiscalização das ações referente à
temática. Tal ação também, visa solucionar os problemas identificados nesta revisão, como os
conflitos causados entre a arborização e a iluminação pública e/ou pavimentação das calçadas e
o plantio de uma única espécie ou de espécies exóticas.

O município é permeado por recursos hídricos e, em 2022, não apresenta problemas críticos com
poluição e fornecimento das águas. Entretanto, deve-se incentivar a fiscalização de atividades
que podem ocasionar contaminação (atividades agrícolas, mineração, cemitérios).

De forma geral, a capacidade de suporte ambiental do Município de Araxá, em 2022, é


considerada em situação regular. Considerando a projeção populacional, políticas estratégicas
devem ser implementadas, a fiscalização dos setores correlatos ao meio ambiente deve ser
fortalecida e estudos analíticos sobre a abertura de poços de captação devem ser executados.

8.2.2 CAPACIDADE DE SUPORTE DE INFRAESTRUTURA URBANA

REGULAR
Políticas estratégicas são
necessárias

A infraestrutura de abastecimento de água, sistema de esgotamento sanitário, coleta de resíduos


sólidos, energia elétrica e iluminação pública atendem à demanda atual e demonstram constante
atualização nos serviços prestados conforme aumento da população. Vale destacar o progresso
realizado na quantidade de volume de esgoto tratado no município. No período de 2009 e 2019
Araxá apresentou uma melhora de 2.067%.

O abastecimento de água e o sistema de esgotamento sanitário são gerenciados pela COPASA,


que tem responsabilidade por estes serviços até 2032. Desta forma, a implantação da
infraestrutura necessária para a realização destes serviços deve acompanhar a expansão das áreas
urbanas de Araxá.

O capítulo 5 demonstra que o Município apresenta pontos susceptíveis às enchentes e a


inexistência de mata ciliar em alguns córregos. Considerando o aumento populacional projetado
para os próximos 10 anos, é recomendável a elaboração do Plano Diretor de Drenagem,
influenciando na gestão estratégica e nas ações para o melhoramento deste setor.

REVISÃO 2022 – V.4 | 145


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Para a iluminação pública, sugere-se a permanência das ações de substituição das lâmpadas de
sódio por LED e a busca pela solução dos conflitos da iluminação pública com a arborização
urbana.

Quanto à mobilidade urbana e sistema viário, o Poder Executivo deve focar na implementação
de projetos e ações de incentivo ao deslocamento não motorizado, visto que, assim como
apontado na análise do capítulo 7 Mobilidade Urbana, Araxá apresenta, em parte de seu
território, condições físicas favoráveis a adoção de modos ativos de deslocamento. Ademais,
verificou-se a necessidade de aprimorar os serviços de fiscalização da construção e ocupação das
calçadas, para que sejam executadas conforme especificado por lei.

Por meio da análise da infraestrutura existente no município, compreende-se que Araxá


apresenta uma capacidade de suporte adequada para população atual (2022), sendo necessários
poucos ajustes nos temas supracitados. Quando relacionada à projeção populacional realizada
neste Capítulo se conclui que a capacidade de suporte futura pode ser prejudicada, caso
estratégias específicas na sejam implementadas.

8.2.3 CAPACIDADE DE SUPORTE DOS EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PÚBLICOS

BOA
Estrutura robusta

Observou-se a demanda para a realização do levantamento georreferenciado das informações


necessárias e da implementação de um sistema para auxiliar na gestão destes serviços. Araxá tem
potencial para se transformar em um polo referência na aplicação de mecanismos relacionados
ao conceito de Smart Cities, apesar de, em 2022, não explorar este tema profundamente.

De forma geral, os equipamentos públicos de saúde, assistência social e educação são


diversificados e estrategicamente bem-posicionados no território de Araxá, suprindo a demanda
existente.

Vislumbrando um futuro mais próspero e menos burocrático, as gestões governamentais devem


investir na modernização da estrutura municipal, implementando serviços que proporcionem
uma melhor experiência e interação entre poder público e população.

Araxá possui uma robusta estrutura de atendimento aos munícipes e, considerando as políticas
atuais e as correlacionando com a projeção de aumento populacional, o município encontra-se
alinhado com as diretrizes para o desenvolvimento sustentável.

REVISÃO 2022 – V.4 | 146


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9. GESTÃO MUNICIPAL
9.1 FINANÇAS PÚBLICAS

Entende-se o conceito de finanças públicas como o conjunto de ações e problemas que integram
o processo de arrecadação e execução de despesas pela administração pública e a gestão do
patrimônio público. Abrangem todos os atos relativos à arrecadação de tributos, captação de
outros recursos, formulação e execução dos orçamentos, realização de compras, fiscalização,
controle interno e prestação de contas.

Para que o governo possa realizar políticas de alocação e de realocação de recursos escassos,
torna-se imprescindível a existência de fontes de arrecadação de recursos, necessárias ao
pagamento do que chamamos de estrutura pública, responsável pelos estudos e aplicação de
políticas econômicas objetivadas na equidade e no crescimento da renda.

Este tópico apresenta dados estatísticos, a partir das variáveis “Receitas” e “Despesas” relativos ao
período 2018-2020 no município de Araxá, sendo utilizados implicitamente os dados de 2017 para
demonstrar a variação percentual de 2018 e, por conseguinte, em relação aos demais anos. Em
todas as análises, as variações que apontam o desempenho em relação a determinado ano são
combinadas com o valor do ano anterior. As informações utilizadas foram extraídas da Secretaria
do Tesouro Nacional – SICONFI/FINBRA, Prefeitura Municipal de Araxá e IBGE. Os valores
atribuídos para os documentos foram atualizados, ou seja, foram deflacionados a preços
constantes de 2020, de acordo com os indicadores oficiais utilizados para correção de valores.

Conceitualmente, as receitas e despesas públicas são indicadores do volume e da capacidade de


inversão do poder público municipal, influenciando diretamente a circulação financeira. A
arrecadação, por possuir diversas fontes, varia muito em função da área do município, da
população e das atividades econômicas, entre outras variantes. As despesas, geralmente
indexadas às receitas, são previstas nos orçamentos públicos a partir das receitas orçamentárias,
normalmente ficando à mercê da restrição orçamentária do Município e do atendimento à Lei de
Responsabilidade Social (LRF).

9.1.1 RECEITAS FINANCEIRAS

A receita é composta, fundamentalmente, por Receitas Correntes60, que derivam em outras


variáveis e que exercem grande influência na gestão pública, principalmente sobre sua alocação,
de acordo com as despesas por função.

60Receitas Correntes - Receitas que apenas aumentam o patrimônio não duradouro do Estado, isto é, que se
esgotam dentro do período anual. Compreendem as receitas tributárias, patrimoniais, industriais e outras de
natureza semelhante, bem como de transferências correntes (STN, 2016).

REVISÃO 2022 – V.4 | 147


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Nesse estudo, pode-se identificar que a mobilidade de recursos destinados ao FUNDEB é


legalmente uma redução na Receita Corrente, que conceitualmente resulta na formação da
Receita Corrente Líquida (RCL). A dedução das receitas correntes para formação do FUNDEB
objetiva a elevação e uma nova distribuição dos investimentos em educação, disponibilizados
para os municípios para atenderem às demandas do Ensino Fundamental e da Educação Infantil.

A Tabela 32 a seguir, apresenta as análises das receitas orçamentárias do Município de Araxá com
valores atualizados ou deflacionados a preços constantes de 2020.
Tabela 32 - Receitas Orçamentárias Municipais, valores deflacionados a preços constantes de 2020,
período 2018-2020 (R$ 1,00)
Receita Receita Corrente
Dedução da Receita
Receita Corrente Intraorçamentária Receita de
Ano Receita Orçamentária
Corrente (1) Líquida (4) Capital (5)
Corrente (2) (6) = (1+4+5)
(3) = (1-2)
2018 426.777.357,93 44.515.438,97 382.261.918,95 17.880.560,78 5.882.562,69 450.540.481,40
2019 474.153.087,34 44.641.351,60 429.511.735,74 14.003.099,95 5.210.352,68 493.366.539,97
2020 482.807.772,57 46.586.810,10 436.220.962,47 24.212.796,78 5.685.525,97 512.706.095,32
Média 461.246.072,61 45.247.866,89 415.998.205,72 18.698.819,17 5.592.813,78 485.537.705,56
Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura Municipal de Araxá, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidade.

Em relação à participação média no conjunto das receitas do Município no período 2018-2020,


as Receitas Correntes foram responsáveis por 95,00%, enquanto as Receitas de Capital 61 tiveram
1,15% de participação das receitas orçamentárias e as receitas Intraorçamentárias 3,85% para o
período.

As deduções das Receitas Correntes legais responderam, em média, por 9,81% da Receita
Corrente e 9,32% da Receita Orçamentária, cujos recursos financeiros devem ser realocados na
Educação. A Receita Corrente Líquida média (Receita Corrente - Deduções da Receita Corrente)
representa 85,68% das receitas orçamentárias (Tabela 32).

No contexto do desempenho62 médio das receitas no período 2018-2020, as Receitas Correntes


aumentaram 3,40%; as Receitas de Capital na média cresceram 0,72%. Cabe observar que no
crescimento acumulado entre 2018 e 2020, essas duas receitas proporcionaram crescimento
médio de 4,20% na Receita Orçamentária, que correspondeu ao valor médio de
R$485.537.705,56. Entretanto, os valores atribuídos as receitas de capital pouco influenciaram na
totalização das receitas orçamentárias.

As receitas correntes de 2018 caíram -2,73%, aumentaram 11,10% em 2019, e 1,83% em 2020,
representando um ganho acumulado real de R$56.030.414,64 nos três anos, período no qual o

61 Receitas que apenas aumentam o patrimônio duradouro do Estado, como, por exemplo, aquelas provenientes
da observância de um período ou do produto de um empréstimo contraído pelo Estado em longo prazo.
Compreendem, assim, a constituição de dívidas, a conversão em espécie de bens e direitos, reservas, bem como a
transferência de Capital (STN, 2016).
62 As variações medem os níveis de crescimentos das rubricas relacionadas as receitas orçamentárias oriundas das

receitas correntes e de capital.

REVISÃO 2022 – V.4 | 148


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Município de Araxá mostrou sinais de estabilização econômica, colocando a arrecadação em


estado de crescimento, com índice superior à taxa de inflação no mesmo período.

Para mensurar as perdas e ganhos financeiros no período 2018-2020, avaliou-se o crescimento


da “Receita Corrente”, com base na média dos 3 anos, comparado aos índices de inflação,
considerados o termômetro para aferir o crescimento ou não da economia (Gráfico 14).
Gráfico 14 - Comparação dos índices das Receitas Correntes e Inflação no período 2018-2020
12,00% 11,10%

10,00%

8,00%

6,00%
4,31% 4,52% 4,19%
3,75% 3,40%
4,00%
1,83%
2,00%

0,00%
2018 2019 2020 Média
-2,00%
-2,73%
-4,00%

INFLAÇÃO RECEITA CORRENTE

Fonte: STN/FINBRA e SEFA-PR, 2021. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades

Os desempenhos da receita corrente dos anos de 2018 e 2020 afetaram sobremaneira a


arrecadação do Município, já que foram apresentados índices de inflação consideráveis, iniciando
um processo de perdas iniciais, mas que foram recuperados ao final do período. Com essas
movimentações, Araxá deve reestruturar e projetar as despesas de custeio e investimentos
futuros, considerando, que as despesas são dinâmicas e exigem maior arrecadação para
possibilitar conforto financeiro para melhor atendimento as demandas locais.

O desempenho da Receita Corrente foi satisfatório somente no ano de 2019, com crescimento
de 11,10% superando o índice de inflação do ano. Esse crescimento foi capaz de suprir as perdas
financeiras do ano de 2018 aos cofres públicos do município, haja vista, a defasagem das taxas
entre as receitas correntes e a inflação. Em 2020, as receitas correntes com crescimento de 1,83%
não superaram a inflação de 4,52%, o que interfere no planejamento das contas públicas, visto
que os orçamentos são projetados, no mínimo, de acordo com a inflação.

A média entre 2018 e 2020 demonstrou que a inflação superou os índices médios de crescimento
das receitas correntes em 0,79% (Inflação de 4,19% adicionada ao crescimento de 3,4%). Houve
perda financeira média no período, se concretizou ao desempenho das receitas correntes de
2020 e 2018, já que em 2019 os resultados foram acima dos índices inflacionários. Assim, o
crescimento das receitas correntes atualizadas no período 2018-2020, quando comparado à
inflação, se constituiu em perdas financeiras para o município, mostrando o peso inflacionário
para o período nas receitas correntes (Gráfico 14).

REVISÃO 2022 – V.4 | 149


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Com relação às análises de desempenho, as deduções da receita corrente, na média do período,


apresentaram elevação de 1,15%, dado os resultados de -1,19% (2018); 0,28% (2019) e de 4,36%
(2020). Os números mostram que os recursos destinados à educação foram menores em 2018,
se comparados com os anos de 2020 e 2019, ocasionando quedas em investimentos e custeio
para a educação, comprometendo a gestão o ensino municipal.

Sobre as Receitas de Capital, o crescimento médio foi de 0,72%, marcado por oscilações em seus
valores, o que influenciou o aumento de 4,48% em 2018, retração de -11,43% em 2019 e de 9,12%
em 2020. Dessa forma, o Município possui crescimento acumulado decrescente de -3,35%, o que
se faz necessário averiguar a arrecadação tributária para fazer frente às despesas de capital e
atingir as metas de crescimento e desenvolvimento esperados.

Considerando a evolução média das Receitas Orçamentárias no período 2018-2020, em valores


atualizados, houve crescimento de 4,20%, índice superior aos índices de inflação em média,
4,19%. No período, identificou-se retração de -0,83% (2018); aumento de 9,51% (2019) e de 3,92%
(2020). Ressalta-se que o crescimento acumulado no período com 13,80% das Receitas de
Orçamentarias.

O crescimento acumulado real da arrecadação do Município de Araxá apresentou os seguintes


desempenhos no período, considerando os anos de 2018 e 2020:

• Receitas Correntes: crescimento de 13,13%, considerando os valores R$ 426.777.357,93


e R$ 482.807.772,57

• Deduções: crescimento de 4,65%, considerando os valores de R$44.515.438,97 e


R$46.586.810,10;

• Receitas Correntes Líquidas: crescimento de 14,12%, considerando os valores de R$


382.261.918,95 e R$436.220.962,47;

• Receitas de Capital: retração de -3,35%, considerando os valores R$5.882.562,69 e


R$5.685.525,97;

• Receitas Orçamentárias: crescimento de 13,80%, considerando os valores


R$450.540.481,40 e R$512.706.095,32;

Ao considerar o “crescimento acumulado”, com exceção das Receitas de Capital, as demais


rubricas apresentaram aumentos, com ênfase para a Receita Corrente Líquida. As Deduções
Legais influenciam diretamente a educação básica. Esses desempenhos exigem, continuamente,
estudos atualizados e sistematizados e, sobretudo, planejamento eficaz para elevar as receitas e
aplicar racionalmente os recursos.

REVISÃO 2022 – V.4 | 150


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9.1.2 TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS

A Constituição Federal de 1988 aborda a partilha de impostos de recolhimento Federal ou


Estadual através de transferências para os Estados, Distrito Federal e Municípios, sendo um
mecanismo fundamental para amenizar as desigualdades regionais, considerando que a
arrecadação tributária, às vezes, não é suficiente para manter os serviços básicos inerentes à
administração pública.

As transferências são, portanto, uma das formas de tornar o setor público mais bem desenhado,
sendo seu uso destinado a compatibilizar as ações públicas com os recursos necessários para
atendê-las, de forma que possa maximizar o bem-estar da população63.

As transferências constitucionais são compostas basicamente pelas Transferências Correntes e


Transferências de Capital que formam a Receita Efetiva. Os dados sugerem, basicamente a
identificação da equivalência entre a Receita Orçamentária e as Transferências Correntes para
visualizar a capacidade de arrecadação municipal durante determinado exercício fiscal. Essa
análise indica que quanto maior a equivalência, menor é a participação das receitas próprias do
Município (Tabela 33).
Tabela 33 - Comparativo da Receita Orçamentária com as Transferências Correntes, valores
deflacionados a preços constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
Origem dos Recursos (R$) Equivalência Crescimento Real (%)
Receita e
Ano Transferências Receita Transferências Receita
Transferência
Correntes (A) Orçamentária (B) (%) = (A/B) *100 Correntes Orçamentária

2018 322.840.098,84 450.540.481,40 71,66 -0,34 -0,83

2019 357.293.444,27 493.366.539,97 72,42 10,67 9,51

2020 362.863.578,16 512.706.095,32 70,77 1,56 3,92

Média 347.665.707,09 485.537.705,56 71,62 3,96 4,20


Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura Municipal de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

Comparando as Receitas Orçamentárias com as Transferências Correntes (sem as deduções)


recebidas pelo Município, verificou-se equivalência média de 71,62% no período 2018-2020, ou
seja, as transferências correntes têm relevante participação nas receitas orçamentárias do
Município. A maior equivalência ocorreu em 2019, quando alcançou 72,42%, evidenciando o peso
financeiro das Transferências Correntes no contexto das receitas públicas. As Receitas
Orçamentárias tiveram crescimento médio de 4,20% e as Transferências Correntes de 3,96%
durante o período de 2018-2020.

O crescimento acumulado das Transferências Correntes entre 2018 e 2020 foi de 12,40%,
considerando os valores de R$322.840.098,84 e R$362.863.578,16. Os valores advindos do FPM
e o ICMS configuram como os principais responsáveis dos repasses governamentais para o
Município.

63 (GASPARINI e MIRANDA, 2006, p. 10).

REVISÃO 2022 – V.4 | 151


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Os níveis de crescimento das Transferências Correntes foram de -0,34% em 2018; 10,67% em 2019
e 1,56% em 2020, enquanto as Transferências Totais, foram de -1,10%; 9,88% e -1,98% no mesmo
período. Na média, as Transferências Correntes foram superiores às Transferências Totais, onde
a primeira, cresceu 12,40% e a segunda cresceu 3,58%, levando-se em conta os baixos valores
proporcionais das transferências de capital.

As Transferências Correntes são as mais representativas para os Municípios, por meio dos
repasses da União, Estado e Outras Transferências (Transferências Multigovernamentais,
Transferências de Convênios e Transferências de Instituições Privadas), em menor extensão
financeira que as Transferências de Capital (Tabela 34).
Tabela 34 - Transferências Constitucionais, valores deflacionados a preços constantes de 2020,
período 2018-2020 (R$ 1,00)
Transferências Correntes
Transferências Transferências
Ano Multigovernamentais Capital Totais (6)
Total (4)
União (1) Estado (2) Convênios e Outras (5) 4+5
1+2+3
(3)

2018 106.048.997,32 175.686.145,07 41.104.956,45 322.840.098,84 2.562.917,64 325.403.016,48

2019 106.073.300,61 196.683.366,93 54.536.776,73 357.293.444,27 257.034,38 357.550.478,64

2020 121.677.180,23 192.581.087,20 48.605.310,73 362.863.578,16 1.749.956,10 364.613.534,26

Média 111.266.492,72 188.316.866,40 48.082.347,97 347.665.707,09 1.523.302,70 349.189.009,79


Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura Municipal de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

As transferências correntes do Estado são mais relevantes para a economia do município de


Araxá, enquanto as transferências da União se mantêm em nível abaixo, porém ambas refletem
enorme importância na composição das transferências constitucionais totais.

Considerando a média da evolução no período 2018-2020, as Transferências Constitucionais


apresentaram as seguintes variações:

• Transferências Correntes (somatório das Transferências Correntes da União, Estado e


Outras Transferências): crescimento de 3,96%;

• Transferências da União: crescimento de 7,11%

• Transferências do Estado: crescimento de 2,86%;

• Transferências Multigovernamentais: crescimento de 3,42%

• Transferências de Capital: crescimento de 147,13%;

• Transferências totais: crescimento de 3,58%.

Em suma, as Transferências Constitucionais, com exceção das Transferências Correntes da União


e as Transferências de Capital, mostraram comportamento financeiro abaixo da inflação média

REVISÃO 2022 – V.4 | 152


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(4,19%) durante o período 2018-2020, significando perda financeira na arrecadação. No


comparativo com as principais contas macroeconômicas, tem-se:

• PIB com variação média real de -0,3% e inflação média de 4,19% referente ao período
2018-2020, parâmetro para comparativo com as finanças públicas municipais;

• O crescimento médio das Transferências Totais, de 3,58%, inferior à inflação, de


4,19% no período 2018-2020, refletindo diretamente nas contas públicas municipal, o
que poderia auxiliar no cumprimento orçamentário com reflexos políticos, econômicos e
sociais claros.

As Transferências Constitucionais da União se tratam da mais relevante contribuição na


arrecadação do Município. Estes repasses, no período 2018-2020, são representados pelo Fundo
de Participação dos Municípios (FPM), Compensação Financeira pela Exploração de Recursos
Naturais (CFERN), Serviço Único de Saúde (SUS), Fundo Nacional do Desenvolvimento da
Educação (FNDE), Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), Imposto Territorial Rural (ITR), e
Outras Transferências da União (Transferências do Salário Educação, PNAE, PNATE, verbas
parlamentar e Lei Candir 87/86 etc.) (Tabela 35).
Tabela 35 - Comparativo das Transferências Constitucionais da União, valores deflacionados a
preços constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
Transferências da União Anos Média
(Variáveis) 2018 2019 2020 2018-2020

FPM 47.644.067,65 49.646.099,93 44.907.253,76 47.399.140,45


CFERN 10.029.890,76 10.647.254,24 6.939.465,99 9.205.537,00
SUS 37.274.284,98 32.714.165,62 42.328.007,27 37.438.819,29
FNAS 763.561,09 4.170.088,04 3.079.412,32 2.671.020,48
FNDE 4.373.009,57 1.441.502,34 3.969.412,39 3.261.308,10
ITR 581.631,54 410.402,76 359.771,00 450.601,77
Outras Transferências 5.382.551,73 7.043.787,66 20.093.857,50 10.840.065,63
Total da União 106.048.997,32 106.073.300,61 121.677.180,23 111.266.492,72
Fonte: STN/FINBRA/Secretaria de Estado da Fazenda (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

Os desempenhos reais das Transferências da União consideram as dificuldades do Município de


Araxá originados pela crise política e econômica brasileira, estabelecida e evidenciada a partir
dos anos 2014 e 2015. Exceto o FPM, CFERN e ITR, as demais transferências apontaram médias
de crescimento positivas no período (Tabela 35):

• FPM: retração média de -0,66%, devido ao crescimento de 3,36% (2018) e 4,20% (2019) e
a redução de -9,55% (2020) referente aos repasses dessa esfera;

• CFERN: retração média de -3,77%, resultado do crescimento de 17,35% (2018), de 6,16%


(2019) e retração -34,82% em 2020;

REVISÃO 2022 – V.4 | 153


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• SUS: crescimento médio de 9,09%, resultado do crescimento de 10,12% (2018); retração


de -12,23% (2019), e recuperação de 29,39% (2020), motivada pela pandemia advinda do
Covid-19;

• FNAS: crescimento médio de 150,50%, resultado do crescimento de 31,51% (2018);


446,14% (2019) e retração de -26,15% (2020);

• FNDE crescimento médio de 40,18%, resultado do crescimento de 12,20% (2018); retração


de -67,04% (2019) e aumento de 175,37% (2020);

• ITR: retração média de -15,77%, resultado das quedas em todos os anos, sendo: -5,53%
(2018); -29,44% e -12,34% em 2020.

• Outras Transferências da União: crescimento médio de 69,08%, resultado da retração de


-8,88% (2018) e crescimento de 30,86% (2019) e 185,27% (2020);

• UNIÃO, no total as transferências dessa esfera apresentaram crescimento de 69,08%,


decorrente dos aumentos nos três anos sob análise, ou seja, 6,59% (2018); 0,02% (2019) e
14,71% (2020).

As Transferências Constitucionais da União para o Município de Araxá consistiram na seguinte


configuração ao tratar de crescimento acumulado entre os anos 2018 e 2020:

• FPM: queda de -5,74%, considerando os valores de R$47.644.067,65 e R$44.907.253,76;

• CFERN: queda de -30,81%, considerando os valores de R$10.029.890,76 e R$ 6.939.465,99;

• FNAS: crescimento de 303,30%, considerando os valores R$ 763.561,09 e R$3.079.412,32;

• SUS: crescimento de 13,56%, considerando os valores de R$ 37.274.284,98 e R$


42.328.007,27;

• FNDE: queda de -9,23%, considerando os valores R$3.897.584,51 e R$3.969.412.39;

• ITR: queda de -38,14%, considerando os valores de R$581.631,54 e R$359.771,00;

• Outras Transferências da União: crescimento de 273,31%, considerando os valores


R$5.382.551,73 e R$20.093.857,50; e

• Transferências Totais da União: crescimento de 14,74%, considerando os valores de


R$106.048.97,32 e R$ 121.677.180,23.

Em contraponto, considerando os anos de 2018 e 2020, houve aumento da inflação de 3,75%


para 4,52% e, ao mesmo tempo, quedas relevantes, no FPM, CFERN, FNDE e ITR que
comprometem no conjunto das Transferências Constitucionais. Levando-se em conta,
principalmente, as perdas de valores significativos nos repasses do FPM e CFERN.

REVISÃO 2022 – V.4 | 154


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O Gráfico 15, a seguir, apresenta a relação da composição das Transferências Constitucionais e


Repasses da União, considerando valores atualizados.
Gráfico 15 - Participação média das transferências da União no período 2018-2020
9,74%
2,93% 0,40%

2,40%

42,60%

33,65%

8,27%

FPM CFERN SUS FNAS FNDE ITR Outras Transferências

Fonte: STN/FINBRA (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades

Os dados de participação mostrados servem para consolidar os repasses do FPM como a principal
fonte de arrecadação para a maioria dos municípios brasileiros, de forma que Araxá não é
exceção, onde 42,60% das transferências da União são realizadas por meio do FPM.

O FPM é a principal transferência obrigatória da União para os municípios, e


seus critérios de distribuição são, principalmente, proporcionais a população,
sendo de fundamental importância para os pequenos municípios,
principalmente, dada sua fragilidade estrutura econômica e social (STN, 2012).

Sobre as Transferências do Estado, estas têm expressiva participação na arrecadação do


município. As transferências foram representadas pelo ICMS, IPVA, SUS, IPI, CIDE e Compensação
Financeira pela Produção de Petróleo (Lei nº 7990/89), conforme Tabela 36.
Tabela 36 - Comparativo das Transferências Constitucionais do Estado com valores deflacionados a
preços constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
Transferências do Estado Anos Média 2018-
(Variáveis) 2018 2019 2020 2020

ICMS 148.938.774,88 173.167.667,99 160.706.402,78 160.937.615,22


IPVA 22.171.456,82 18.718.206,62 25.064.248,84 21.984.637,43
SUS 330.481,36 152.028,76 803.352,54 428.620,89
CIDE 167.586,88 97.592,11 77.645,05 114.274,68
IPI 2.382.223,49 1.871.884,04 1.896.383,05 2.050.163,53
Outras 1.695.621,64 2.675.987,40 4.033.054,94 2.801.554,66
Total do Estado 175.686.145,07 196.683.366,93 192.581.087,20 188.316.866,40
Fonte: STN/FINBRA/Secretaria de Estado da Fazenda (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

REVISÃO 2022 – V.4 | 155


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Da receita total do ICMS, 25% (vinte e cinco por cento) são destinados aos municípios. No caso
do IPVA, 50% (cinquenta por cento) da arrecadação são destinados aos municípios nos quais se
verifique o licenciamento dos veículos. Trata-se dos valores mais expressivos na composição da
arrecadação municipal. As rubricas CIDE e SUS tiveram os menores níveis de crescimento real, ao
passo que a rubrica ICMS obteve maior média do período.

Os desempenhos reais das transferências constitucionais do Estado entre 2018 e 2020 foram:

• ICMS: crescimento 1,52% em média no período 2018-2020, resultado do decréscimo de -


4,50% (2018) e crescimento de 16,27% (2018) e decréscimo de -7,20% e (2020);

• IPVA: crescimento médio de 10,17%, com crescimento de 12,18% (2018) e retração de


15,58% (2019) e elevação 33,90% (2020);

• SUS: crescimento médio de 203,46%, com acréscimo de 235,95% em 2018, redução de -


54% (2019) e aumento de 428,42% (2020);

• CIDE: retração de –28,46% em média no período 2018-2020, com reduções nos três anos
em 2018 (-23,18), 2019 (-41,77) e 2020 (-20,44%);

• IPI: crescimento média de 0,31%, com crescimento de 21,04% (2018), retração de 21,42%
(2019) e crescimento de 1,31% (2020).

• Outras Transferências do Estado: crescimento médio de 36,18% sem registro de


crescimento no ano de 2018; crescimento de 57,82% e 50,71% nos anos de 2019 e 2020,
respectivamente.

Considerando valores atualizados para cálculo do crescimento acumulado entre os anos de 2018
e 2020, a distribuição das transferências constitucionais do Estado para o Município revelou a
configuração:

• ICMS: crescimento de 7,90%, considerando os valores de R$148.938.774,88 e


R$160.706.402,78, superior ao aumento da inflação de 3,75% para 4,52% no período;

• IPVA: crescimento de 13,05%64, considerando os valores de R$22.171.456,82 e


R$25.064.248,84, superior ao aumento da inflação de 3,75% para 4,52% no período;

• SUS: crescimento de 143,09%, considerando os valores de R$330.481,36 e R$803.352,54,


superior ao aumento da inflação de 3,75% para 4,52% no período;

• CIDE: retração de -53,67%, considerando os valores de R$ 167.586,88 e R$77.645,05;

64 Contribuiu para esse resultado a elevação da frota de veículos do município de 68.390 para 71.611 que
corresponde ao crescimento acumulado de 4,71% entre os anos de 2018 e 2020. O crescimento na quantidade de
veículos do município de Araxá foi inferior ao da frota do Estado de Minas Gerais que foi contemplado com o
aumento de 7,70% resultado da frota de veículos de 11.191.341 para 12.053.218 conforme registro no Detran-MG.

REVISÃO 2022 – V.4 | 156


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• IPI: retração de -20,39%, considerando os valores de R$ 2.382.223,49 e R$1.896.383,05;

• Outras Transferências do Estado: crescimento de 137,85%, considerando os valores de


R$384.683,08 e R$4.033.054,94.

• Transferências Totais do Estado: crescimento de 9,62%, considerando os valores de


R$175.686.145,07 e R$ 192.581.087,20;

A análise do crescimento acumulado entre 2018 e 2020, apenas o CIDE e o IPI o crescimento
acumulado tiveram retrospecto negativo. O desempenho crescente das demais transferências é
um handicap favorável para o município e o desafio é a utilização de métodos que venham fazer
as correções necessárias nas peças com dificuldades saúde financeira.

O Gráfico 16 apresenta a participação em valores médios das Transferências Constitucionais do


Estado em relação ao total, pela ordem de grandeza:
Gráfico 16 - Participação média das transferências do Estado, período 2018-2020
1,09% 1,49%
0,06%
0,23%

11,67% ICMS
IPVA
SUS
CIDE
IPI
85,46%
Outras

Fonte: STN/FINBRA/Secretaria de Estado da Fazenda (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades

Os dados de participação apresentados servem para consolidar os repasses ICMS como sendo a
primeira maior fonte de arrecadação do Munícipio e Araxá, onde 85,46% das Transferências do
Estado são realizadas por meio do ICMS.

O ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) que o


consumidor paga no ato da compra de uma mercadoria é empregado pelos
estados e municípios em políticas públicas sociais para educação, saúde e
segurança. Em casos específicos, também é usado como incentivo ao
desenvolvimento de setores como a produção de alimentos e a indústria
automobilística, além da geração de energia renovável no caso específico do
Paraná (SEFA, 2016).

O IPVA com 11,67% se consolida na segunda posição do ranking das transferências do Estado,
sendo uma importante fonte de arrecadação do Município.

REVISÃO 2022 – V.4 | 157


PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
ARAXÁ – MG

O Gráfico 17, a seguir, apresenta a comparação entre os repasses do ICMS e do FPM com o total
das Receitas Correntes e Transferências Correntes do Município de Araxá.
Gráfico 17 - Comparativo entre o ICMS e FPM, Receitas Correntes e Transferências Correntes, valores
deflacionados a preços de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
600.000.000,00

500.000.000,00

400.000.000,00

300.000.000,00

200.000.000,00

100.000.000,00

0,00
RECEITA CORRENTE TRANSF. CORRENTE FPM ICMS

2018 2019 2020

Fonte: STN/FINBRA/Secretaria de Estado da Fazenda (2019). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

Considerando a média dos valores, o repasse financeiro oriundo do ICMS é o mais relevante
entre as Transferências do Estado, correspondendo a 46,30% das transferências correntes e
34,9% das receitas correntes. Por isso, propagandas institucionais a respeito da exigência da
emissão de Notas Fiscais é uma medida plausível para tornar os índices de transferências ainda
melhores.

O FPM participa com 13,68% das transferências correntes e 10,31% das receitas correntes, valores
significativos e motivadores para estimular o crescimento econômico municipal para atingir níveis
mais elevados. Juntas, as rubricas FPM e ICMS representam 59,97% das transferências
correntes e 45,21% das receitas correntes, as duas rubricas são imprescindíveis para a gestão
da administração pública municipal.

9.1.3 RECEITAS TRIBUTÁRIAS E RECEITAS PRÓPRIAS

Historicamente os municípios apresentam dificuldades para aumentar a arrecadação, devido às


falhas e fragilidades na fiscalização e no processo de modernização tributária. Para aumentar a
arrecadação, os municípios devem estruturar sua administração tributária em função da
responsabilidade pela cobrança, arrecadação e inscrição da dívida ativa.

A receita tributária própria municipal é composta por impostos, taxas e contribuições. Os


impostos municipais são: Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU); Imposto Sobre Serviços De
Qualquer Natureza (ISSQN); Imposto Sobre a Transmissão de Bens Inter Vivos (ITBI); Taxas de
Alvará/Licenciamento e Taxa de Coleta de Lixo.

REVISÃO 2022 – V.4 | 158


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Para a análise da receita tributária de Araxá, foram estabelecidos os detalhes de cada rubrica
quanto ao crescimento dinâmico e acumulado e aos índices de participação no contexto da
Receita Própria e da Receita Tributária no período 2018-2020 (Tabela 37).
Tabela 37 - Receitas Tributárias, valores deflacionados a preços de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
Anos Média do Crescimento
período Médio
Receitas Municipais
2018 2019 2020 2018-2020 2018-2020
(R$) (%)
IPTU 19.842.904,49 18.308.671,40 16.050.188,50 18.067.254,80 8,40
ISSQN 27.443.185,61 32.434.771,62 31.659.560,67 30.512.505,96 5,47
ITBI 5.650.250,55 6.497.776,79 6.644.996,96 6.264.341,43 3,43
TAXAS 3.913.052,24 3.946.396,12 3.973.171,17 3.944.206,51 -2,03
Receitas Próprias 56.849.392,89 61.188.285,94 58.327.917,30 58.788.532,04 4,63
IRRF 9.751.952,37 11.356.621,41 13.000.374,59 11.369.649,46 12,04
Receitas Tributárias 66.601.345,26 72.544.237,35 71.328.291,89 70.157.658,50 5,76
Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura Municipal Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

As informações da Tabela 37 são determinantes para exibir as vulnerabilidades e potencialidades


do Município em relação à arrecadação tributária, que é uma obrigação constitucional. As
rubricas apresentaram crescimentos no período (exceto para TAXAS, que constaram queda de -
2,03%). Todas as demais rubricas apresentam crescimento, impactando nos ganhos das receitas
tributárias do município quando comparados com as taxas de inflação em igual período.

Mas mesmo diante deste quadro, vale recorrer à máxima de que os Municípios devem estruturar
e modernizar a sua administração tributária municipal, uma vez que é responsável pelo
lançamento, cobrança e inscrição na dívida ativa, no sentido de reduzir drasticamente a
inadimplência dos contribuintes.

Destaca-se que a arrecadação com IPTU e ISSQN, pela relevância no contexto da arrecadação
própria dos municípios brasileiros, representam os maiores níveis de arrecadação em Araxá,
tendo os maiores índices de participação na Receita Própria e na Receita Tributária.

Há muita receita sendo desprezada pelos Municípios e a justificativa principal é


o ônus político de cobrar impostos. É necessário enfrentar este ônus com
sabedoria, para ficar livre de possíveis penalidades e melhorar a receita própria
diminuindo a dependência das transferências. A cobrança correta do ISSQN e
da Contribuição de Melhoria certamente superariam as receitas do IPTU na
grande maioria dos municípios” (MELO, 2010).

O Gráfico 18 apresenta a participação média das rubricas IPTU, ISSQN, ITBI, Taxas, e IRRF em
relação ao total das Receitas Próprias e Receitas Tributárias do Município de Araxá.
Gráfico 18 - Comparativo da participação média das rubricas com as Receitas Próprias (RT) e as
Receitas Tributárias (RT), período 2018-2020

REVISÃO 2022 – V.4 | 159


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60,00%
51,90%
50,00% 43,49%
40,00%
30,73%
30,00% 25,75%

20,00% 16,21%
10,66% 8,93%
10,00% 6,71% 5,62%
0,00%
0,00%
IPTU ISSQN ITBI TAXAS IRRF

RECEITAS PRÓPRIAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS

Fonte: STN/FINBRA/Prefeitura Municipal de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades

O ISSQN é a rubrica com maior participação na RP, com 51,90% e 43,49% na RT. O IPTU, com
participação média de 30,73% na RP e 25,75% na RT se constituindo como rubrica de segunda
maior participação. A rubrica IRRF, que integra apenas a RT e configura como uma ação de
responsabilidade do Governo Federal, responde por 16,21% Receitas Tributárias. O ITBI com
10,66% da RP e 8,93% da RT e as TAXAS com 6,71% de participação RP e 5,62% da RT.

Esses dados revelam a arrecadação do ITBI e TAXAS que se estabelecem como duas rubricas
importantes para medir o nível de comercialização imobiliária e de taxas referentes aos serviços
prestados pelo município são baixas e devem ser razão de análises das causas, bem como, as
ações dos gestores para aumentar a arrecadação das receitas próprias.

Em relação ao crescimento médio, que não necessariamente representa os maiores valores


financeiros, as rubricas que compõem as receitas próprias municipais tiveram o seguinte
desempenho no período 2018-2020:

• ISSQN: crescimento 5,47%, é a maior fonte de arrecadação da Receita Tributária, sendo


resultado do crescimento de 0,06% (2018), 18,19% em 2019 e queda 2,39% em 2020. O
ganho acumulado no período atingiu o valor de R$4.216.375,06.

• IPTU: crescimento médio de 8,40%, com variações de 45,26% (2018); -7,73% (2019) e -
12,34% (2020). Essa rubrica é a segunda maior fonte de receita municipal com mais
viabilidade econômica, desde que utilizado os mecanismos eficientes de modernização
tributária. A perda acumulada no período atingiu o valor de R$3.792.715,99.

• Ressalta-se que o IPTU Per Capita (IPTU/População65 ) em 2020 foi de R$150,99 (valor
considerado baixo por ser uma base de cálculo anual).

65Considerando a população estimada de 106.299 no ano de 2020 e arrecadação de R$16.050.188,50 de IPTU que
resultou R$150,99 por habitante (STN, 2021).

REVISÃO 2022 – V.4 | 160


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• TAXAS: retração média -2,03%, retração de -7,61% (2018) e aumento de 0,85% (2019) e
0,68% em 2020. Essa rubrica se refere ao pagamento que a população efetua ao
Município para fazer frente às despesas públicas capazes de promover melhorias, tais
como, a valorização dos imóveis de propriedade privada, em virtude de obras públicas
como pavimentação, limpeza, coleta de lixo, iluminação, arborização etc. As perdas
financeiras acumuladas no período atingiram R$60.118,93 em função da retração na
arrecadação com as Taxas municipais.

• ITBI: crescimento médio de 3,43%, com retração de -6,99% (2018), crescimento de 15,00%
(2019) e de 2,27% (2020). O ganho financeiro acumulado perfez o valor de
R$994.746,41 ao final do período.

• IRRF: crescimento médio de 12,04%, acréscimo de 5,20% (2018); 16,45% (2019) e acréscimo
de 14,47% (2020). Os valores do IRRF são também oriundos dos pagamentos efetuados
aos servidores e aos serviços terceirizados por pessoas físicas e jurídicas. O ganho
financeiro acumulado perfez o valor de R$3.248.422,22 ao final do período.

• As Receitas Próprias do Município: crescimento médio de 4,63%, resultado do


crescimento de 10,93% (2018) e 7,63% (2019) e retração de -4,67% em 2020. No período
as contas que representam as Receitas Próprias acumularam ganho financeiro no
montante de R$1.478.524,41.

• Receitas Tributárias: crescimento médio de 5,76%, resultado do crescimento de 10,05%


(2018) e 8,92% (2019) e retração de -1,68% em 2020. As movimentações das receitas
tributárias representaram ganho financeiro acumulada de R$4.726.946,63.

Esse comparativo sustenta que as receitas municipais atingiram ganhos financeiros reais ao longo
do período, de acordo com o desempenho, porém, no efeito cascata, considerando os resultados
absolutos e reais dos anos 2018, 2019 e 2020, o IPTU, diferente das demais rubricas, mostrou
perdas de R$3.792.715,99.

Os indicadores Receita Própria e Receita Tributária, em média cresceram, respectivamente, 4,63%


e 5,77% e são animadores quando comparados com os índices de inflação (IPCA), cuja média
ficou em 4,19% no período 2018-2020. Esses indicadores são reflexo das performances municipais
no tocante às receitas tributárias, apesar das dificuldades políticas e econômicas do Brasil nos
últimos anos.

A Gestão Pública deve investir e fortalecer o setor de tributos, provocando situações para tornar
mais eficiente a arrecadação das Receitas Próprias. Para isso, a qualificação dos servidores,
modernização tecnológica com equipamentos de informática e soluções de sistemas que venham
ao encontro das necessidades de alimentar os processos de cobrança e reaver os ativos
estocados no montante da dívida ativa dos contribuintes.

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Não obstante, o ótimo desempenho das Receitas Próprias, para melhorar a arrecadação é
necessário o enfrentamento das demandas e dos investimentos suficientes para cumprimento
das obrigações constitucionais e da LRF com políticas públicas que promovam o desenvolvimento
e consequentemente, a melhor performance das rubricas inerentes. Com a elevação da Receita
Própria, a tendência é reduzir a dependência dos repasses constitucionais.

O Gráfico 19 apresenta o crescimento acumulado real da Receita Tributária por meio das rubricas:
IPTU, IRRF, ISSQN, Taxas e ITBI no período 2018-2020.
Gráfico 19 - Comparativo do crescimento acumulado das variáveis que compõem a Receita
Tributária, valores deflacionados a preços constantes de 2020, período 2018-2020 (%)
40,00% 33,31%

30,00%

20,00% 17,61%
15,36%

10,00%
1,54%
0,00%
IPTU ISSQN ITBI TAXAS IRRF
-10,00%

-20,00%

-30,00% -19,11%
Fonte: STN/FINBRA/Secretaria de Estado da Fazenda (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

As rubricas ITBI e IRRF tiveram os melhores índices de crescimento acumulado da Receita


Tributária no período entre 2018 e 2020, como é demonstrado a seguir:

• IPTU: retração acumulado de -19,11%, considerando os valores de R$19.842.904,49 e


R$16.050.188,50. Crescimento menor que as taxas de inflação do período de 3,75% para
4,52% no período;

• ISSQN: crescimento acumulada de 15,36%, considerando os valores de R$27.443.185,61 e


R$31.659.569,67. Em análise comparativa com índices de inflação de 3,75% para 4,52%, o
superávit financeiro considerável no período;

• ITBI: crescimento acumulado de 17,61%, considerando os valores de R$5.650.250,55 e


R$6.644.996,96. O crescimento foi maior que o aumento da inflação de 3,75% para 4,52%
no período refletindo em ganho financeiro;

• Taxas: crescimento acumulado de 1,54%, considerando os valores de R$3.913.052,24 e


R$3.973.171,77. Resultado que condiciona a taxa de crescimento inferior aos índices de

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inflação de 3,75% para 4,52% no período, dados revelam perda financeira diante da
inflação;

• IRRF: crescimento acumulado de 33,31%, considerando os valores R$9.751.952,37 e R$


13.000.374,59. O crescimento acumulado do IRRF foi superior ao aumento da inflação de
3,75% para 4,52% no período.

• Receita Própria: obteve crescimento acumulado de 2,60%, considerando os valores


R$56.849.392,89 e R$58.327.917,30. No conjunto as Receitas Próprias, de acordo com as
rubricas, obteve crescimento inferior a inflação de igual período. Resultado que
condiciona a taxa de crescimento inferior aos índices de inflação de 3,75% para 4,52% no
período, dados revelam perda financeira diante da inflação;

• A Receita Tributária obteve crescimento acumulado de 7,1-%, considerando os valores


R$66.601.345,26 e R$71.328.291,89. No conjunto as Receitas Próprias, de acordo com as
rubricas, obteve crescimento superior a inflação de igual período. Em análise conjunta
com os índices de inflação de 3,75% para 4,52% no período, perfaz um superávit
financeiro.

Em resumo, fica evidente que o crescimento das TAXAS e IPTU é inferior aos índices inflacionários,
impactando negativamente nas Receitas Próprias do Município.

Apesar de adequadas as condições tributárias na gestão das Receitas Próprias, com o devido
cumprimento das normas constitucionais, devem-se estabelecer medidas sólidas e efetivas.
Assim, o espelho dos resultados acumulativos mostra que o norte das decisões é exposto com o
aumento da arrecadação e serviços públicos e a consequente melhora da qualidade de vida para
a população local e regional.

9.1.4 RECEITAS CORRENTES E RECEITA TRIBUTÁRIA

A Receita Tributária, parte integrante das Receitas Correntes, compreende o pagamento de


impostos, taxas e contribuições de melhoria que o Município recebe de seus contribuintes,
conforme previsto na legislação municipal, em consonância com as Constituições Federal e
Estadual e o Código Tributário Nacional (Kohama, 2013).

A Receita Tributária é uma parcela significativa da Receita Corrente, mostrando a correlação entre
ambas, conforme preveem as Finanças Públicas, significando o ingresso de recursos financeiros
para aplicação em despesas correspondentes ou para atividades correntes ou de capital, de
acordo os programas e ações de governo, para atendimento às demandas da coletividade.

Dessa forma, as receitas tributárias são de suma importância para a administração pública.
Portanto, devem ser dispendidos esforços para aumentá-las e, consequentemente, minimizar a
dependência das transferências constitucionais. Sua estrutura está demonstrada na Tabela 38.

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As Receitas Tributárias, permite ao Município a administração dos impostos, taxas e contribuições


que fazem parte das Receitas Próprias, sendo uma fonte de arrecadação que possibilita
conjecturar um cenário parcial da performance econômica através dos tributos municipais e
indicativos econômicos vislumbrados pelo desempenho do ISSQN e, IPTU.
Tabela 38 - Relação entre Receita Tributária e Receita Corrente, valores deflacionados a preços
constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
Ano Receita Tributária (A) (R$) Receita Corrente (B) (R$) Indicador (A:B) *100
2018 66.601.345,26 426.777.357,93 15,61
2019 72.544.237,34 474.153.087,34 15,30
2020 71.328.291,89 482.807.772,57 14,77
Média 70.157.958,16 461.246.072,61 15,21
Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura Municipal de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

A Receita Tributária apresentou crescimento médio de 5,76% no período 2018-2020, de acordo


com as variações de crescimento a cada ano. Enquanto a Receita Corrente do Município teve
elevação de 3,4%, o que demonstra que as Receitas Tributárias estão em um ritmo de crescimento
superior ao das Receitas Correntes e refletem um indicador de participação médio de 15,21. A
melhor participação ocorreu em 2018, com 15,61 (Tabela 38).

Esses dados remetem à proposta de busca pelo Município por mecanismos eficazes para realizar
a atualização e modernização fiscal, com a finalidade de melhorar os índices de arrecadação e
ampliar os serviços públicos para a comunidade através de investimentos, além de reduzir a
dependência financeira das Transferências Constitucionais.

O Município deve, ainda, exercer os limites de apuração, de acordo com a capacidade


contributiva da população, através dos tributos, que poderão ser revistos no processo de
modernização na estrutura municipal e na adoção de fiscalização mais eficaz, visando aprimorar
o desempenho da política tributária a médio e longo prazo.

9.1.5 DESPESAS FINANCEIRAS

Despesa pública trata-se do conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos, a fim de
cumprir os compromissos assumidos de acordo com a Lei de Orçamento Anual (LOA), com o
intuito de viabilizar o funcionamento dos serviços públicos. Segundo Jund (2008), a despesa é
parte integrante do orçamento e corresponde às autorizações para os gastos com diversidade
de atribuições governamentais. Despesa pública também pode ser definida como o conjunto de
gastos realizados pelos entes públicos para custear os serviços públicos (despesas correntes)
prestados à sociedade ou para a realização de investimentos (despesas de capital).

Para fiscalização e planejamento das despesas, a Lei Complementar nº 101/2000, conhecida como
Lei de Responsabilidade Social (LRF), é um instrumento que fixa limites para o endividamento das

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esferas governamentais, obrigando a definição de metas fiscais e anuais com as respectivas fontes
de receita para cada despesa.

A Tabela 39 a seguir, apresenta a proporção entre as Despesas de Capital e Despesas Correntes,


revelando o peso da manutenção da estrutura administrativa sobre o Município de Araxá.
Tabela 39 - Participação das Despesas Correntes e de Capital em relação a Despesa Orçamentária,
valores deflacionados a preços constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
Despesas Despesas de Despesas
Ano % % %
Correntes Capital Orçamentárias
2018 359.341.700,80 89,57% 41.856.971,57 10,43% 401.198.672,37 100,00%
2019 394.159.917,47 92,19% 33.401.523,99 7,81% 427.561.441,46 100,00%
2020 378.554.731,89 88,16% 50.836.369,60 11,84% 429.391.101,49 100,00%
Média 377.352.116,72 89,98% 42.031.621,72 10,02% 419.383.738,44 100,00%
Fonte: STN-FINBRA (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

No período 2018-2020, em média, as Despesas Correntes corresponderam a 89,88% e as


Despesas de Capital a 10,02% de participação nas Despesas Orçamentárias, com algumas
oscilações para cima e para baixo. As Despesas Correntes apresentaram crescimento médio de
3,57%, resultado das variações percentuais de 4,97% (2018); 9,69% (2019) e -3,96% (2020).

O crescimento médio das Despesas de Capital atingiu 16,65%, devido às variações de 17,96%
(2018); -20,20% (2019) e 52,20% (2020). Destaca-se a baixa participação das Despesas de Capital
em relação as Despesas Orçamentárias, principalmente, em 2019 com 7,81%, o que dificultou a
realização de investimentos mais robustos.

O crescimento médio das Despesas Orçamentárias atingiu 4,40% no período, em decorrência


das taxas de crescimento de 6,19%, de 6,57% (2019) e 0,43% (2020). Dessa forma, não houve uma
convergência de direcionamentos, como prevê teoria das finanças públicas, ou seja, os gastos
não acompanharam o ordenamento das receitas, principalmente nos anos de 2018 e 2020 em
que se identificou maior crescimento das despesas em relação as receitas. Isso evidencia a
importância de medir a evolução dos gastos públicos na comparação com os indicadores de
crescimento das receitas municipais.

Ao se comparar o crescimento médio da Receita Orçamentária com a Despesa Orçamentária,


observa-se que, no total, as Despesas Orçamentárias cresceram 4,40% e as Receitas
Orçamentarias aumentaram 4,20%, demonstrando o ritmo convergente de acordo com o
orçamento no período 2018-2020. De qualquer forma, pelos resultados das totalizações, a
equivalência entre Receitas e Despesas, demonstra situação confortável entre estas variáveis,
conforme prevê teoria das finanças públicas, onde a arrecadação é suficiente para cobrir os
gastos, independente das taxas de crescimento de ambas.

A Tabela 40 apresenta o detalhamento das informações sobre a composição das despesas,


apontando os principais diagnósticos para tomadas de decisão. As principais rubricas que

REVISÃO 2022 – V.4 | 165


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compõem as despesas objeto desse estudo estão fragmentadas em despesas com pessoal e
encargos e juros e encargos da dívida pública pelo lado das despesas correntes e de outro lado,
os investimentos e amortização da dívida representando as despesas de capital.
Tabela 40 - Composição das Despesas Correntes e Despesas de Capital, valores deflacionados a
preços constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
Anos Média do Período
Elementos Contábeis
2018 2019 2020 2018-2020

Pessoal e encargos (1) 205.532.384,96 221.114.019,14 225.891.204,09 217.512.536,06

Juros e encargos da dívida (2) 684.471,32 695.503,55 2.554.669,50 1.311.548,12

Outras despesas correntes (3) 153.124.844,52 172.350.394,78 150.108.858,30 158.528.032,53

Despesas Correntes 4 = (1+2+3) 359.341.700,80 394.159.917,47 378.554.731,89 377.352.116,72

Investimentos (5) 40.219.364,27 30.773.577,27 49.051.167,42 40.014.702,99

Amortização da dívida (6) 1.637.607,31 2.627.946,72 1.785.202,18 2.016.918,74

Despesas de Capital (7) = (5+6) 41.856.971,57 33.401.523,99 50.836.369,60 42.031.621,72

Desp. Orçamentárias 8 = (4+7) 401.198.672,38 427.561.441,46 429.391.101,49 419.383.738,44


Fonte: STN-FINBRA (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

Os elementos contábeis apresentados se referem às despesas habituais nas contas públicas, cujos
valores mais relevantes estão localizados nas Despesas Correntes que, sistematicamente, vêm
aumentando ao longo do tempo, mantendo um padrão de normalidade, ao passo que as
Despesas de Capital se mostram mais instáveis. Nesse contexto, as Despesas com Pessoal são as
mais acentuadas e geram as maiores preocupações (Tabela 40).

Considerando a média das Despesas Correntes relativa ao período 2018-2020, destaca-se:

• Despesas com Pessoal: crescimento de 3,50%. Decorrente de acréscimos de 0,76% (2018);


7,58% (2019) e 2,16% (2020). Em média, o índice de crescimento não superou a média
inflacionária em igual período (4,19%), o que é salutar para as finanças do município;

• Pagamentos de juros: crescimento de 91,98%. Decorrente do acréscimo de 7,01% (2018)


e elevação de 1,61% (2019) e de 267,31% (2020).

• Outras Despesas Correntes: crescimento de 3,62%. Decorrente do crescimento de 11,21%


(2018) e 12,56% (2019) e -12,90% (2020).

Considerando a média das Despesas de Capital relativa ao período 2018-2020, destaca-se:

• Investimentos: crescimento de 20,88%. Com aumentos de: 26,74% (2018); -23,49% (2019)
e 59,39% (2020); e

• Amortizações da Dívida: com retração de -9,31%. Decorrente da retração de -56,33 em


2018, crescimento de 60,47% em 2019 e novamente retração -32,07% em 2020.

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Duas variáveis merecem destaque: o aumento dos pagamentos de juros e das amortizações da
Dívida, demostrando que, em média, o Município está cumprindo suas obrigações como devedor
e de outro com financiamentos de investimentos que acarretam pagamentos de juros devido às
operações de crédito.

Entretanto, mesmo que a partir do ano 2019, os valores investidos tiveram aumentado, houve
perda relativa da capacidade de investimentos, porém, no ano de 2020 observou-se que o
incremento de investimento foi relevante, recuperando-se da retração vivida no ano anterior.
Deduz-se, assim, que as contas de capital, tanto de Receita como Despesa, precisam ser
analisadas com critérios, de forma a repensar os investimentos necessários de curto, médio e
longo prazos para o Município.

9.1.6 DESPESAS POR FUNÇÃO

As Despesas por Função correspondem ao somatório das Despesas Correntes e Despesas de


Capital e refletem as prioridades do governo municipal na alocação dos recursos disponíveis nos
cofres públicos, de acordo com o orçamento anual das receitas e despesas, conforme Tabela 41.

De acordo com estudos realizados por Amarante e Moreira (2008) há uma tendência à diminuição
dos gastos com administração ao longo do tempo na economia brasileira. Para isso, a
racionalidade na gestão pública deve ser uma prática normal com a menor utilização de recursos
possível.

As despesas por função podem ser entendidas também como o maior nível de agregação das
rubricas das áreas de atuação do setor público para justificar a destinação dos recursos advindos
das Transferências Constitucionais, impostos, contribuições, taxas etc. Os gestores públicos
devem se atentar quanto à aplicação dos recursos para o bem comum de acordo com o
orçamento de despesa e receita, maximizando o respeito e confiança da população.

A análise das Despesas por Função demonstra o destino das Receitas Orçamentárias do
Município no período entre 2018-2020, objetivando mensurar a destinação dada pelo executivo
no que se refere à prestação de serviços à sociedade (Tabela 41).
Tabela 41 - Despesas por Função, valores deflacionados a preços constantes de 2020 e médias de
valores e participação do período 2018-2020 (R$ 1,00)
Despesas (R$) Médias
Função
2018 2019 2020 Valores (R$) Participação
Administração 61.745.335,75 66.915.077,26 62.362.050,80 63.674.154,60 15,18%

Legislativa 15.806.036,02 15.976.411,44 15.956.097,83 15.912.848,43 3,79%

Segurança Pública 4.108.142,41 5.218.139,79 6.530.873,07 5.285.718,42 1,26%

Assistência Social 28.501.791,56 31.441.673,06 23.430.176,07 27.791.213,56 6,63%

Previdência Social 34.980.010,39 33.621.981,53 33.414.734,16 34.005.575,36 8,11%

Saúde 95.148.869,19 106.114.230,73 117.301.782,04 106.188.293,99 25,32%

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Despesas (R$) Médias


Função
2018 2019 2020 Valores (R$) Participação
Trabalho 95.581,75 116.243,55 227.811,86 146.545,72 0,03%

Educação 80.827.858,28 87.086.769,68 85.108.453,68 84.341.027,21 20,11%

Cultura 3.643.107,29 6.099.784,77 6.053.179,07 5.265.357,04 1,26%

Urbanismo 42.674.643,41 40.485.794,86 46.548.350,39 43.236.262,89 10,31%

Habitação 402.149,48 427.537,62 683.081,80 504.256,30 0,12%

Saneamento 150.583,67 0,00 0,00 50.194,56 0,01%

Gestão Ambiental 1.001.525,85 909.763,38 871.241,81 927.510,34 0,22%

Agricultura 5.534.392,26 2.743.086,91 2.276.210,99 3.517.896,72 0,84%

Comércio e Serviços 334.695,95 378.543,60 410.459,54 374.566,37 0,09%

Transporte 5.945.004,85 6.856.764,97 4.725.830,87 5.842.533,56 1,39%

Desporto e Lazer 2.929.682,83 2.738.514,83 1.696.451,54 2.454.883,07 0,59%

Encargos Especiais 2.322.078,63 3.323.450,27 4.177.340,43 3.274.289,78 0,78%

Intraorçamentária 15.047.182,80 17.107.673,21 17.616.975,54 16.590.610,52 3,96%

Total das Despesas 401.198.672,37 427.561.441,46 429.391.101,49 419.383.738,44 100,00%


Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura Municipal de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

As Despesas por função atingiram crescimento médio real de 4,40%, crescimento superior à
inflação no período 2018-2020, que teve média de 4,19%. Com isso, a inflação teve um ritmo de
crescimento menos acelerado do que os gastos por função no período.

O Município de Araxá distribui as receitas orçamentárias para dezenove contas públicas, sendo
as principais localizadas nas despesas com Saúde, Educação e Administração. Essas despesas,
de acordo com detalhamento a seguir, são responsáveis por um percentual elevado de
participação nas despesas orçamentárias, haja vista a movimentação média em relação as
Despesas Orçamentárias referentes ao período 2018-2020 (Tabela 41).

As três maiores dimensões são responsáveis, em média, por 60,61% das Despesas Orçamentárias
do Município, equivalente ao valor de R$ 254.203.475,80. Para as demais funções, restaram
39,39%, correspondendo ao valor de R$165.180.262,64.

• Saúde: 25,32% do total, com valor médio de R$106.188.293,99; e

• Educação: 20,11% do total, com valor médio de R$84.341.027,21;

• Administração: 15,18% do total, com valor médio de R$63.674.154,60.

As três dimensões seguintes caracterizam outro importante grupo de Despesas por Função no
Município, com participação entre 6% e 11%, totalizando 25,05% em média com valor médio de
R$105.033.051,81:

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• Urbanismo: 10,31%;

• Previdência Social: 8,11%

• Assistência Social: 6,63%;

As cinco dimensões a seguir obtiveram participação entre 1% e 4%, correspondendo a 11,66% de


participação nas Despesas Orçamentárias, com valor médio de R$48.897.067,97:

• Intraorçamentária: 3,96%

• Legislativa: 3,79%;

• Transporte: 1,39%

• Segurança Pública: 1,26%;

• Cultura: 1,26%

As demais dimensões obtiveram participação entre 0,01% e 0,84%, correspondendo a 2,68% de


participação total nas Despesas Orçamentárias, com valor médio de R$11.250.142,86.

Ressalta-se os menores valores, os quais são destinados ao Saneamento, Comércio e Serviços e


Habitação na relação das Despesas por Função. Tais setores demandam atenção especial e
contínua como forma de motivação, dada a representatividade que têm para o desenvolvimento
local, agregando valor à produção e gerando empregos e bem-estar da população.

O crescimento médio real das despesas com Educação, Saúde e Administração no período,
conforme segue:

• Saúde: crescimento médio de 7,98%, com crescimento de 1,87% (2018); 11,52% (2019) e
de 10,54% (2020);

• Educação: crescimento média de 1,61%, retração de -0,65% (2018); crescimento de 7,74%


(2019) e retração de -2,27% (2020);

• Administração: crescimento médio de 1,88%, crescimento de 4,06% (2018) e 8,37%


(2019) e com retração de -6,80% (2020);

Tratamento especial está associado à despesa por função Encargos Especiais, a qual engloba as
despesas que dissociadas a um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente
(dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins). Obteve crescimento médio de 7,24% no
período de 2018 a 2020, devido à queda de -47,10% (2018); crescimento de 43,12% (2019) e
25,69% (2020).

REVISÃO 2022 – V.4 | 169


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Os gastos municipais tendem a aumentar de forma crescente devido à uma série de fatores, tais
como, o aumento das responsabilidades na execução das políticas públicas pelo Estado e pela
União, pois os municípios absorveram atribuições que antes eram executadas pelos outros entes,
caso da Saúde e Educação do ensino fundamental, entre outras.

Além do estudo das Despesas, cabe aos gestores, refletir sobre inovações qualitativas potenciais
e inovações nas ações governamentais, além dos processos e empreendimento realizados pelo
Município, dadas as carências existentes.

9.1.7 DESPESA COM PESSOAL E A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

A análise das Despesas com Pessoal foi realizada em consonância com os limites estabelecidos
pela LRF, que, dentre outras atribuições, expressa os limites de Despesas com Pessoal sobre as
Receitas Correntes Líquidas RCL, as quais são apuradas somando toda a Receita anual, excluídas
as duplicidades (Art. 2º, §3, da LRF).

Em Araxá, a Despesa com Pessoal e Encargos é responsável por uma parcela significativa da
Despesa Corrente municipal. Entretanto, a participação financeira das Despesas com Pessoal
mostrou um bom desempenho no período 2018-2020, atingindo média de 52,34% da RCL,
inferior aos limites estabelecidos na LRF (Tabela 42).
Tabela 42 - Despesas com Pessoal em relação à RCL, valores deflacionados a preços constantes de
2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
Anos
RCL e Despesa com Pessoal
2018 2019 2020

Receita Corrente Líquida (R$) 382.261.918,95 429.511.735,74 436.220.962,47

Despesa com Pessoal e Encargos (R$) 205.532.384,96 221.114.019,14 225.891.204,09

Gasto Pessoal em relação a RCL (%) 53,77 51,48 51,78

Limite Máximo66 (54%) 206.421.436,23 231.936.337,30 235.559.319,73

Limite Prudencial (Parágrafo. Único, Art. 22 da LRF) 57% 217.889.293,80 244.821.689,37 248.645.948,61

Limite Máximo (Incisos I, II e III, Art. 20 da LRF) 60% 229.357.151,37 257.707.041,44 261.732.577,48
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

Os dados evidenciam que o Município apresenta situação confortável em relação aos limites
estabelecidos pela LRF. Em se tratando das Despesas com Pessoal, a maior variação ocorreu em
2018, quando atingiu 53,77% e se aproximou do índice limite de 54,0%, mas não foi o suficiente
para deixar o Município com margem incômoda em relação aos limites estabelecidos por Lei.

O crescimento médio das despesas com pessoal e encargos de 3,5%, foi ligeiramente inferior à
taxa média de inflação em igual período. Destacou-se o crescimento de 7,58% das despesas com

66 Parágrafo Único, Art. 19, Art. 2 inciso III e Art. 22 da LRF.

REVISÃO 2022 – V.4 | 170


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pessoal no ano de 2019, entretanto, o Município reagiu no ano seguinte com crescimento de
2,16%.

Outro apontamento de relevância é que, apesar dos percentuais de gasto com pessoal, este gasto
elevou-se no acumulado do período em 9,91%, considerando os valores R$205.532.384,96 e
R$225.891.204,09. Comparando com os índices de inflação do período, que atingiram 2,95% e
4,31%, respectivamente, entende-se que houve extrapolação dessas Despesas, frente à linha
inflacionária, com valores e percentuais de utilização que podem comprometer aos limites
previstos na LRF.

De qualquer forma, é sempre aconselhável a racionalização econômica com as Despesas de


Pessoal. A gestão municipal de recursos humanos deve ficar atenta e, sempre que necessário,
fazer ajustes para atender à legislação. São indispensáveis medidas de precaução para
salvaguardar a saúde financeira do Município, dada a necessidade de disponibilidades financeiras
para a realização de outros investimentos e despesas que integram o PPA e a LDO.

9.1.8 EVOLUÇÃO DAS DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS EM RELAÇÃO ÀS RECEITAS


ORÇAMENTÁRIAS

A Tabela 43 permite a comparação entre as Despesas e as Receitas Orçamentárias, com a


finalidade de mostrar diretrizes para propiciar maior racionalidade econômica na gestão pública
municipal. As Receitas e Despesas públicas são indicadores do volume e da capacidade de
inversão do poder público municipal, influenciando diretamente a circulação financeira das
Finanças Públicas.
Tabela 43 - Resultado da Execução Orçamentária, relação entre Despesa e Receita, valores
deflacionados a preços constantes de 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
Média 2018-
Descrição 2018 2019 2020
2020
Receita Orçamentária 450.540.481,40 493.366.539,97 512.706.095,32 485.537.705,56
Despesa Orçamentária 401.198.672,37 427.561.441,46 429.391.101,49 419.383.738,44
Superávit Orçamentário 49.341.809,03 65.805.098,51 83.314.993,83 65.153.967,12
Despesa/Receita 89,05% 86,66% 83,75% 85,64%
Equilíbrio Orçamentário 10,95% 13,34% 16,25% 14,36%
Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

O superávit orçamentário mais comprometedor ocorreu em 2018, com participação de 89,05%


das Despesas em relação às Receitas, determinando índice de equilíbrio orçamentário de 10,95%.
Em média, a relação Despesa/Receita atingiu 85,64% no período 2018-2020, enquanto a média
do equilíbrio orçamentário foi de 14,36% com superávit médio de R$ 65.153.967,12,
demonstrando que o Município apresenta baixo risco de endividamento.

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As Despesas Orçamentárias mais relevantes em valores absolutos ocorreram em 2020, quando


as Despesas de Capital foram mais elevadas, com Investimentos próximos de R$50 milhões. Nesse
mesmo ano, as Receitas Orçamentárias perfizeram os maiores valores, que resultaram em
superávit nas contas públicas no valor de R$83,3milhões (Tabela 43).

O extrato das finanças públicas de Araxá está representado graficamente na simples comparação
da movimentação entre as receitas e despesas orçamentárias durante o período 2018-2020
(Gráfico 20).
Gráfico 20 - Execução Orçamentária, relação entre Despesa e Receita, valores deflacionados a preços
constantes de 2020, período 2018-2020 (em milhões)
550.000,0
512.706,1
493.366,5
500.000,0
450.540,5
450.000,0

400.000,0 427.561,4 429.391,1


401.198,7

350.000,0
2018 2019 2020

Receita Orçamentária Despesa Orçamentária

Fonte: STN/FINBRA e Prefeitura Municipal de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

Os dados mostram uma aproximação acentuada e crescente entre as duas fontes (arrecadação e
gastos), com situação anormal no ano de 2020, em que as despesas ficaram muito próximas das
receitas com uma diferença de R$ 83.314.993,80. Assim, compete aos gestores públicos do
Município equalizarem as contas, principalmente em relação aos gastos de custeio.

9.2 INDICADORES DE FINANÇAS PÚBLICAS

Os estudos e a compreensão sobre os indicadores econômicos e financeiros representam as


possibilidades de tomada de decisões pela Administração Pública, para a aplicação de
Investimentos e Despesas em geral, servindo como um norteador, de forma que o Executivo
tenha fundamentos técnicos no sentido de salvaguardar a gestão do patrimônio público.

Além disso, os Indicadores são capazes de medir as estratégias utilizadas pelos gestores públicos,
no sentido de justificar as tomadas de decisão na administração dos recursos, possibilitando a
caracterização das atividades e dos impactos no mercado de trabalho, na renda familiar e nas
finanças públicas municipais, além de permitir a análise das possibilidades de desenvolvimento
socioeconômico de Araxá.

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9.2.1 INDICADOR DE DEPENDÊNCIA

Através desde índice, busca-se avaliar em que medida o Município depende das receitas
transferidas para poder oferecer o conjunto de bens e serviços à população. Trata-se da relação
entre Receitas Transferidas e Despesas Totais, em que quanto mais próximo de “1” maior a
dependência do Município em relação às transferências, conforme Tabela 44.
Tabela 44 - Indicador de Dependência, valores deflacionados a preços constantes de 2020, período
2018-2020 (R$ 1,00)
Ano Receita Transferida67 (A) Despesa Orçamentária (B) Indicador (A: B)
2018 325.403.016,48 401.198.672,37 0,81
2019 357.550.478,64 427.561.441,46 0,84
2020 364.613.534,26 429.391.101,49 0,85
Média 349.189.009,79 419.307.105,59 0,83
Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura Municipal de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

No período 2018-2020, verificou-se uma média de 0,83 no Indicador de Dependência, o que


indica que o município de Araxá tem de moderado para alto grau de dependência sobre as
Transferências Constitucionais da União e do Estado, determinantes para auxiliar na gestão
pública quando comparadas com as Despesas Orçamentárias. Para cada R$1,00 de Despesa
Orçamentária, o Município utilizou:

• R$ 0,81 da receita transferida em 2018;

• R$ 0,84 da receita transferida em 2019;

• R$ 0,85 da receita transferida em 2020.

Os indicadores de 2019 e 2020 são os mais preocupantes e merecem atenção por parte da
Administração Pública, no que se refere aos destinos dos recursos, à forma de racionalização e à
qualidade nos dispêndios públicos.

9.2.2 INDICADOR DE FINANCIAMENTOS DOS GASTOS

O indicador de financiamento dos gastos públicos permite mostrar a relação entre despesas
correntes e receita tributária, ou seja, em que medida o município consegue cobrir seus gastos
de custeio da máquina administrativa com sua arrecadação própria (excluídas as Receitas
Transferidas e Operações de Crédito). Quanto maior o índice, menor o esforço tributário.

A Tabela 45 mostra o comportamento da receita tributária e da despesa corrente como variáveis


que fornecem elementos para identificação do indicador de financiamentos dos gastos. Tem o
objetivo de mostrar a equivalência da arrecadação advinda da Receita Tributária com as Despesas

67 Somatório da transferência corrente e transferência de capital.

REVISÃO 2022 – V.4 | 173


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Correntes e indicar as eventuais fragilidades da arrecadação, por meio das Receitas Tributárias
para compor o suporte financeiro e fazer frente aos gastos públicos.
Tabela 45 - Indicador de Financiamentos dos Gastos, valores deflacionados a preços constantes de
2019, período 2018-2020 (R$ 1,00)
Ano Despesa Corrente (A) Receita Tributária (B) Indicador (A:B)
2018 359.341.700,80 66.601.345,26 5,40
2019 394.159.917,47 72.544.237,34 5,43
2020 378.554.731,89 71.328.291,89 5,31
Média 377.352.116,72 70.157.958,16 5,38
Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura Municipal de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

Em média, o Indicador de Financiamento dos Gastos atingiu 5,38. Em 2020, observou-se o


pior indicador, ou seja, nesse momento, houve menor participação da receita tributária para fazer
frente aos gastos públicos do Município, onerando assim, as Transferências Constitucionais. Os
resultados mostram que a Receita Tributária disponibilizou R$1,00 para Despesas Correntes no
valor de:

• R$ 5,40, em 2018;

• R$ 5,43 em 2019;

• R$ 5,31 em 2020.

Essa relação comprova a dependência do Município sobre outras fontes de recursos, inclusive
externos, por meio, de operações de crédito para cumprir as Despesas Correntes e de Capital. A
Receita Tributária participou, em média, com 18,59% em relação às Despesas Correntes e com
15,21% em relação às Receitas Correntes, refletindo assim, a baixa participação da receita
tributária para fazer frente aos gastos públicos.

Diante do crescimento da Receita Tributária, cuja média foi de 5,76% no período e do crescimento
das Despesas Correntes de 3,57%, apesar da melhora da participação da Receita Tributária,
recomenda-se atenção sobre os recursos disponíveis.

9.2.3 INDICADOR DE POUPANÇA

A poupança pública reflete o esforço da administração em relação ao saneamento financeiro do


Município e é calculada obtendo-se o saldo resultante da diferença entre Receitas Correntes e
Despesas Correntes no período entre 2018 e 2020, correspondendo à renda líquida municipal. Se
a arrecadação exceder os gastos, há superávit público e, ao contrário, ocorre déficit público. A
poupança maior significa o uso mais racional dos recursos financeiros, podendo ser destinados
a investimentos que priorizem uma melhor infraestrutura e consequentemente, beneficiem a
população, conforme as prioridades do Município.

REVISÃO 2022 – V.4 | 174


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Todos os indicadores que possuem relevância que afetam o desempenho de uma gestão focada
nos aspectos econômicos e sociais. Em outras palavras permite aos gestores tomar decisões “mais
acertadas” aos anseios da população proporcionando consequentemente melhores benefícios
sociais para a população.
Tabela 46 - Indicador de Poupança, valores deflacionados a preços constantes de 2020
Ano Receita Corrente (A) Despesa Corrente (B) Poupança Indicador (A:B)
2018 426.777.357,93 359.341.700,80 67.435.657,13 1,19
2019 474.153.087,34 394.159.917,47 79.993.169,87 1,20
2020 482.807.772,57 378.554.731,89 104.253.040,68 1,28
Média 461.246.072,06 377.352.116,72 83.893.955,89 1,22
Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura Municipal de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

Inicialmente, percebe-se que a poupança do Município de Araxá apresentou superávit em todos


os anos, com destaque para o ano de 2020, no qual foi identificada a maior diferença entre as
duas variáveis, ultrapassando a poupança acima de R$100 milhões.

Os números revelam, que quanto maior a Poupança, menor a Despesa Corrente, entretanto,
elevação na Poupança a partir de 2018 impactando no aumento a taxas crescentes das Receitas
Correntes. O Município passou a ter indicador de poupança acima de “1” em todos os anos.

A poupança observada durante o período 2018-2020, mostra que os níveis de Despesas e


Receitas Correntes se distanciaram entre os anos por três motivos:

• Elevação na despesa;

• Aumento expressivo das despesas com pessoal e encargos;

• Aumento da demanda por serviços públicos.

Os resultados mostram que, em média, para cada R$1,00 de Despesa Corrente, o Município
necessitou de R$ 1,22 da Receita Corrente no período. Os índices, a cada ano, demostraram que,
para cada R$1,00 de Despesa Corrente, foi necessário:

• R$1,19 de Receita Corrente em 2018;

• R$1,20 de Receita Corrente em 2019;

• R$1,28 de Receita Corrente em 2020.

Isso reforça a tese de que são necessários cuidados, organização e modernização tributária, para
que o Município tenha capacidade financeira para formar reservas, objetivando incrementar os
investimentos públicos para atender as demandas crescentes da população.

REVISÃO 2022 – V.4 | 175


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Diante desse resultado, ganha força o argumento de que a poupança pública é um indicador que
deveria ser sistematicamente monitorado pelos executivos públicos, caso o objetivo seja atingir
taxas mais elevadas de crescimento. Nem sempre o objetivo é ter uma poupança pública mais
alta possível, mas sim financiar os investimentos necessários para promover o crescimento e o
desenvolvimento local.

9.2.4 INDICADOR DE CAPACIDADE DE INVESTIMENTO

A Tabela 47 apresenta os valores, deflacionados a preços constantes de 2020, que analisam a


Capacidade de Investimento e o Indicador de Investimentos no período entre 2018 e 2020. A
Capacidade de Investimento é fruto da relação entre Investimentos, Receita Corrente e Despesas
Correntes, somadas as Amortizações.
Tabela 47 - Capacidade de Investimento, valores deflacionados a preços constantes de 2020, período
2018-2020 (Em R$ 1,00)
Valores Deflacionados (R$ 1,00)
Variáveis
2018 2019 2020 Média
Receita Orçamentária (RO 450.540.481,40 493.366.539,97 512.706.095,32 485.537.705,56
Receita Corrente 426.777.357,93 474.153.087,34 482.807.772,57 461.246.072,61
Transferências Totais 325.403.016,48 357.550.478,64 364.613.534,26 349.189.009,79
Transferência Corrente 322.840.098,84 357.293.444,27 362.863.578,16 347.665.707,09
Receita Efetiva68 423.535.373,10 473.457.127,88 482.807.772,57 459.933.424,51
Despesas Correntes 359.341.700,80 394.159.917,47 378.554.731,89 377.352.116,72
Operações de Crédito 3.241.984,83 695.959,46 0,00 1.312.648,10
Investimentos (I) 40.219.364,27 30.773.577,27 49.051.167,42 40.014.702,99
Amortização da Dívida 1.637.607,31 2.627.946,72 1.785.202,18 2.016.918,74
Despesa corrente +
360.979.308,10 396.787.864,19 380.339.934,07 379.369.035,45
amortização
Capacidade de Investimento69 62.556.065,00 76.669.263,69 102.467.838,50 80.564.389,06
Capacidade de Investimento70 14,77% 16,19% 21,22% 17,52%
(%) = (I / RO) *100 8,93% 6,24% 9,57% 8,24%
Indicador = I/RO 0,09 0,06 0,10 0,08
Fonte: STN-FINBRA e Prefeitura Municipal de Araxá (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidade.

Os indicadores mostram que as taxas de investimento oscilaram durante o período, no entanto,


a existência da capacidade de investimento oferece margem para novos investimentos por ser,
na maioria dos anos, superior aos investimentos realizados. Algumas variáveis, como

68 Receita Efetiva = Receita Corrente – Operações de Crédito


69 Capacidade de Investimento = Receita Efetiva – (Despesa Corrente + Amortização)
70 Capacidade de Investimento % = (Capacidade de Investimento / Receita Efetiva) *100

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Investimentos e Amortização da Dívida, são termômetros para visualizar as possibilidades para a


viabilização de novos empreendimentos e contração de novas operações de crédito.

O indicador de capacidade de investimento é utilizado para mensurar os resultados sobre


Investimentos realizados, de forma a vislumbrar as condições proativas para decisões que
envolvam os anseios da população, tendências e necessidades futuras. Os Investimentos incluem
aqueles realizados diretamente pelo Município ou por meio de convênios com o Estado e/ou
União ou, ainda, de Transferências de Capital.

O investimento mede a parcela da receita total do município destinada à população, capaz de


gerar bem-estar humano e melhores expectativas no ambiente de negócios, sendo, portanto,
ferramenta de fundamental importância para o desenvolvimento local.

No período 2018-2020, os Investimentos do Município de Araxá apontaram 8,24% de


participação média na totalidade da Receita Orçamentária, com destaque para 2020, com
participação de 9,57%. Considerando as variações em média, os Investimentos cresceram 20,88%.

O crescimento acumulado dos Investimentos foi de 21,96% no período, considerando os valores


de R$ 40.219.364,27 (2018), e R$49.051.167,42 (2020). Esse resultado contemplou o aumento de
valores destinados aos investimentos municipais. Essa revisão orçamentária para aumentar os
índices é fundamental e urgente para o Município que deve, também, rever a arrecadação
tributária para reforçar o potencial de investimentos.

Os resultados mostram que, para cada R$1,00 de Receita Orçamentária, o Município investiu, em
média, apenas R$0,08 no período 2018-2020. Nos resultados anuais, para cada R$1,00 de Receita
Orçamentária, o Município investiu:

• R$0,09 em 2018; • R$0,06em 2019; • R$0,10 em 2020.


Essa equivalência é muito baixa e reforça a necessidade de que sejam revistos a arrecadação
própria e o endividamento do Município, de forma a captar novas operações de crédito junto às
instituições bancárias a fim de promover investimentos. O Município aplicou em investimentos,
valores menores que a Capacidade de Investimento (Gráfico 21).

A Capacidade de Investimento de Araxá foi intensificada crescentemente ao longo dos anos,


diferentemente dos investimentos realizados. Também cabe destacar que as despesas correntes
adicionadas às amortizações foram inferiores às Receitas Efetivas, permitindo assim, que seja
vislumbrado um horizonte para novos investimentos.

As finanças públicas dos médios municípios, como no caso de Araxá, são significativas para a
realização de obras de investimentos que exijam grandes aportes de recursos, capazes de elevar
e melhorar a situação socioeconômica do município. Deste modo, Araxá, sinaliza uma boa
capacidade de investimento e, para isso, a readequação da destinação de recursos é
imprescindível.

REVISÃO 2022 – V.4 | 177


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O impacto dessas informações para a gestão dos recursos públicos, associado a estrutura
orçamentária municipal deve ser aprimorada, de forma a buscar uma gestão cada vez mais
comprometida com a população local.
Gráfico 21 - Comparação entre Capacidade de Investimentos e Investimentos, valores deflacionados
a preços constantes 2020, período 2018-2020 (R$ 1,00)
120.000.000,00
102.467.838,50
100.000.000,00

76.669.263,69
80.000.000,00
62.556.065,00
60.000.000,00
49.051.167,42
40.219.364,27
40.000.000,00 30.773.577,27

20.000.000,00

0,00
2018 2019 2020

Investimento Capacidade de Investimento

Fonte: STN/FINBRA (2021). Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades.

A Capacidade de Investimento do Município é de 17,52%, em média, correspondendo ao valor


de R$80.564.389,06, enquanto os investimentos médios responderam por 8,24% da Receita
Orçamentária com o valor de R$40.014.702,99. Ao mesmo tempo, os Investimentos
correspondem na média 95,2% das Despesas de Capital.

Como o município possui significativa participação das transferências governamentais como


fonte de receita, baixa participação das receitas oriundas de arrecadação própria de tributos e
pequena autonomia para investimentos, pode-se constatar que a diversificação e dinâmica
econômica são limitadas, devido às possibilidades financeiras e econômicas da administração.

A questão investimento é crucial para a administração pública, porém, este envolve muitas regras
e o não cumprimento das mesmas pode limitar o desenvolvimento em todas as esferas de
governo. Pesquisadores mostram que os investimentos se elevam substancialmente com o
cumprimento das regras, pois possibilita resultados advindos de menor dívida em relação a
arrecadação, e isso faz com que a capacidade de poupança seja ampliada, como sendo um viés
importante para aumentar os níveis de investimentos.

Tem-se informações de que a LRF vem sendo cumprida, como por exemplo, limite de gastos com
pessoal que respeita os limites permitidos de acordo com a Lei. Assim, é importante se valer de
que as contas da prefeitura em equilíbrio, geram a percepção de ganhos coletivos.

A intensificação da Capacidade de Investimento é necessária para ampliar os Investimentos, de


forma a fazer frente às demandas econômicas e sociais e atender à LOA e à LRF. A Despesa total

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é a rubrica com expectativas de elevação, em face à necessidade de maiores Investimentos. Por


isso, a elevação dos níveis de arrecadação é uma meta extremamente desafiadora para o gestor
no cumprimento do PPA, LOA e LDO.

9.3 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA

A estrutura organizacional administrativa da Prefeitura Municipal de Araxá, segundo a Lei nº


7.488/2021 de 2021 é composta por cargos políticos, de assessoramento, de direção e chefia, de
provimento em comissão e de livre exoneração pelo prefeito. Nessa, constam como secretarias
e demais órgãos municipais:

I Gabinete do Prefeito Municipal;

II Secretaria de Governo;

III Gabinete do Vice-Prefeito Municipal;

IV Procuradoria Geral do Município;

V Secretaria Municipal de Fazenda, Planejamento e Gestão;

VI Controladoria e Auditoria Geral do Município;

VII Secretaria Municipal De Educação;

VIII Secretaria Municipal De Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo;

IX Secretaria Municipal de Obras Públicas e Mobilidade Urbana;

X Secretaria Municipal de Serviços Urbanos;

XI Secretaria Municipal de Saúde;

XII Secretaria Municipal de Ação Social;

XIII Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária;

XIV Secretaria Municipal de Segurança Pública;

XV Secretaria Municipal de Esportes.

Esta Lei também estabelece as lotações, atribuições e vencimentos de cada cargo.

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Figura 49 - Organograma Estrutura Organizacional

Fonte: ARAXÁ, 2021. DRZ – Gestão de Cidades, 2022.

Conforme informações levantadas na 3ª Atividade – Oficinas, foram apontadas como demandas


a criação das secretarias de Turismo e Meio Ambiente, que hoje atuam de forma compartilhada
com outros setores e necessitam de maior autonomia para sua atuação.

De acordo com dados obtidos junto à Secretaria Municipal de Fazenda, Planejamento e Gestão,
no que diz respeito à estrutura administrativa atual, essa não atende à demanda do serviço
público municipal, assim como os edifícios que abrigam as unidades desta Secretaria carecem de
maior espaço físico para melhor distribuição dos setores e órgãos, fornecendo assim, melhores
condições de trabalho para seus servidores.

Segunda a mesma, no momento não há programas permanentes de capacitação para os


servidores municipais.

Quanto aos planos de carreira, no momento, apenas os profissionais da saúde são contemplados,
embora necessite de atualização. Com relação aos demais servidores, cabe destacar que o regime
jurídico do servidor público da administração direta, autárquica e fundacional do Município, de
ambos os Poderes, é estabelecido pela Lei nº 1.288/1974 (Estatuto dos Servidores Municipais),
suas alterações e leis complementares, observada ainda a legislação específica referente às
categorias funcionais.

Conforme descrito, em 1990 foi instituída a Lei nº 2.360, a qual modificou o Estatuto supracitado
em vários aspectos, especialmente no que tange às regras de progressão funcional horizontal, e
estabeleceu o quadro de pessoal, com respectivos cargos e vencimentos, que, todavia, carece de
atualização.

Importante ressaltar que no ano de 2021 foi protocolada na Câmara Municipal de Araxá um
Projeto de Lei que visa estabelecer um novo Estatuto aos servidores municipais, modificando

REVISÃO 2022 – V.4 | 180


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diversas regras do regime jurídico dos mesmos, a fim de modernizar as relações funcionais entre
os servidores e a Administração.

Uma vez aprovado o novo Estatuto funcional, o Poder Executivo Municipal pretende realizar
estudo técnico de atualização da estrutura de cargos, funções e vencimentos dos servidores, para
encaminhar projeto de lei que busque instituir o novo plano de cargos e vencimentos, com vistas
a valorizar o servidor público e consequentemente melhorar a qualidade dos serviços prestados
à comunidade.

Nos termos da Lei n 5.998/2011, o Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de


Araxá – IPDSA é um órgão de natureza fundacional, com personalidade jurídica de direito público,
e tem como objetivos:

• dar continuidade ao processo de planejamento e monitoramento do desenvolvimento


econômico, social, urbano e ambiental do Município, compatibilizando ações na
condução do desenvolvimento sustentável;

• garantir e promover, direta ou indiretamente, a implantação dos projetos estratégicos do


Plano Diretor Estratégico;

• desenvolver e, no que couber, implantar as diretrizes do Plano Diretor Estratégico;

• ordenar o desenvolvimento urbano para consecução das funções sociais da cidade, com
a distribuição adequada das atividades urbanas, formando parcerias e fiscalizando o
desenvolvimento urbano;

• criar soluções integradas, visando melhores condições sociais e econômicas da


população;

• articular e integrar políticas e diretrizes setoriais, que interfiram na estruturação urbana;

• implantar banco de informações e dados necessários ao desenvolvimento, planejamento


e gestão do município;

• desenvolver e implantar a política de meio ambiente do Município;

• dar suporte técnico, administrativo e financeiro ao Conselho Municipal de Defesa e


Conservação do Meio Ambiente – CODEMA e ao Conselho Municipal de Política Urbana
– COMPUR.

• A estrutura organizacional do IPDSA foi instituída conforme demonstra o organograma


da Figura 50 a seguir.

REVISÃO 2022 – V.4 | 181


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Figura 50 - Estrutura IPDSA

Fonte: ARAXÁ, 2021. DRZ – Gestão de Cidades, 2022.

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10. CONSELHOS MUNICIPAIS


O controle social pode ser feito individualmente, por qualquer cidadão ou por um grupo de
pessoas. Os conselhos gestores de políticas públicas são canais efetivos de participação, que
permitem estabelecer uma sociedade na qual a cidadania deixa de ser apenas um direito, mas
uma realidade. A importância dos conselhos está no seu papel de fortalecimento da participação
democrática da população, na formulação e implementação de políticas públicas71.

De acordo com o Ministério da Transparência e Controladoria Geral da União,

Os conselhos são espaços públicos de composição plural e paritária entre Estado


e sociedade civil, de natureza deliberativa e consultiva, cuja função é formular e
controlar a execução das políticas públicas setoriais. Os conselhos são o principal
canal de participação popular encontrada nas três instâncias de governo
(federal, estadual e municipal)72.

Na instância municipal, os conselhos são os órgãos que atuam no controle social das políticas
públicas e orçamentárias das diversas áreas do município. Em Araxá foram identificados os
seguintes conselhos:
Quadro 10 - Conselhos Municipais de Araxá
Conselhos Municipais Lei de criação
de Assistência Social – CMAS Lei n 3.057/1995
dos Direitos da Pessoa Idosa – CMIA Lei n 3.492/1999 – alterada pelas Leis nº 4.288/2003,
5.771/2010 e 7.269/2018
do Meio Ambiente – CODEMA Lei n 1.898/1984 – alterada pela Lei nº 7.200/2007
de Habitação – COMUHAB Lei n 3.292/1997 – revogada pela Lei nº 5.635/2009
dos Direitos da Criança e do Adolescente – Lei n 3.655/2000 – alterada pelas Leis nº 5.013/2007 e
CMDCA 6.087/2011
De Política Urbana – COMPUR Lei n 4.135/2002 – alterada pela Lei nº 5.998/2011
das Políticas sobre Álcool e Outras Drogas –
Lei n 6.016/2011 – alterada pela Lei nº 7.232/2017
COMAD
dos Direitos da Mulher – CMDM Lei n 3.977/2001 – revogada pela Lei nº 7.594/2021
do Turismo - COMTUR Lei n 7.235/2017 – alterada pela Lei n 7451/2020
do Patrimônio Cultural - COMPAC Lei nº 5.508/2009 – alterada pela Lei nº 7.503/2021
das Políticas Culturais - CMPC Lei n.º 7.108/2016 – alterada pela Lei nº 7.509/2021
de Desenvolvimento e Acompanhamento do
Processo de Revisão do Plano Diretor – Decreto Municipal nº 552/2021
CMDAPD
de Segurança Pública - COMUSEG Lei nº 7.796 de 19 de maio de 2022
De Saúde - CMSA Lei nº 2.624 de 10 setembro de 1993
Prefeitura Municipal de Araxá. Dados trabalhados pela DRZ – Gestão de Cidades, 2021.

71 Controladoria Geral da União, 2018.


72 Controladoria Geral da União, 2018.

REVISÃO 2022 – V.4 | 183


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Os conselhos são mantidos como órgãos normativos, deliberativos, controladores e fiscalizadores


das ações recorrentes no Município. Dos conselhos apresentados, não foi possível identificar, em
sua totalidade, quais são ativos no município.

O CODEMA é o conselho de maior atuação e representatividade no Município, sendo responsável


pela gestão dos recursos naturais de Araxá. É composto por representantes do Poder Executivo
Municipal, de Órgãos e entidades nacionais e estaduais de meio ambiente, entidades de
trabalhadores e da sociedade civil e entidades empresariais. Como sendo um conselho ativo,
realiza reuniões periódicas mensalmente (às segundas quartas-feiras do mês).

O COMPUR é integrante da estrutura do IPDSA, sendo composto por 22 conselheiros efetivos e


22 suplentes. Tem por finalidade estudar, planejar e propor diretrizes para a formulação e
implementação das políticas públicas de desenvolvimento urbano, bem como acompanhar,
monitorar e avaliar sua execução. Conforme informações levantadas na 3ª Atividade – Oficinas,
esse conselho não está ativo atualmente.

O CMDCA é composto por 12 membros titulares e 12 suplentes e tem a competência de apontar


as diretrizes para garantir as políticas públicas para a infância e adolescência no município.

O CMIA tem por finalidade, dentre outras, propor medidas e atividades que visem interesses e
direitos do idoso e a sua integração política, cultural, socioeconômica na comunidade e é
composto por 11 membros.

O CMAS (Conselho Municipal de Assistência Social) tem por competência, dentre outras,
participar do planejamento municipal de Assistência Social e atuar na formulação das diretrizes,
na definição das prioridades e controle da execução política de Assistência Social. É composto
por 12 membros.

O COMUHAB tem como uma das suas competências a definição e acompanhamento dos
projetos e da política de Habitação e é composto por 18 representantes.

O COMAD, dentre outras competências, é responsável por formular, deliberar e fiscalizar,


juntamente com a Secretaria Municipal de Ação e Promoção Social e demais Políticas Públicas,
Sociedade Civil e Organizados, a Política Municipal Sobre Drogas (PROMAD), harmonizando-a
com o sistema nacional e estadual de prevenção, de tratamento, de recuperação e reinserção
social de dependentes, fiscalização e repressão ao uso e abuso de substâncias psicoativas, lícitas
e ilícitas. É composto por 9 representantes governamentais e não-governamentais e seus
respectivos suplentes.

O CMDM tem por finalidade garantir à mulher o pleno exercício de sua cidadania, por meio de
propostas, acompanhamento, fiscalização, promoção, aprovação e avaliação de políticas para as
mulheres, em todas as esferas da Administração Pública Municipal, destinadas a garantir a
igualdade de oportunidades e de direitos entre homens e mulheres, promovendo a integração e

REVISÃO 2022 – V.4 | 184


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a participação da mulher no processo social, econômico e cultural. É composto por 10


representantes.

O COMTUR tem como objetivo promover uma maior articulação entre os participantes em prol
do desenvolvimento do potencial turístico do município de forma a sugerir projetos e ações
eficientes, sustentáveis e em consonância com os anseios da comunidade e, principalmente,
daqueles que dependem direta ou indiretamente da atividade turística. É composto por 21
membros e as reuniões ocorrem mensalmente.

O COMPAC tem como objetivo orientar a formulação da política municipal de proteção ao


patrimônio cultural e as ações de proteção, podendo ser mediante inventário, registro,
tombamento, vigilância, desapropriação ou outras formas de acautelamento e preservação. É um
órgão colegiado, consultivo e normativo, com composição paritária entre o Poder Público e a
Sociedade Civil. Atualmente, a Fundação Calmon Barreto exerce a função de órgão executivo do
COMPAC.

O CMPC tem como objetivo promover a participação democrática dos vários segmentos da
sociedade que integram a ação cultural de Araxá, visando garantir a todos, o pleno exercício dos
direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional, além de apoiar, incentivar, valorizar e
difundir as manifestações culturais. É um órgão colegiado, deliberativo, consultivo e normativo,
com composição paritária entre Poder Público e Sociedade Civil. Está vinculado à Fundação
Cultural Calmon Barreto, órgão gestor de cultura do município.

O CMDAPD tem como objetivo acompanhar e opinar nas diferentes fases do processo da revisão
do PDE e, posteriormente, contribuir para a revisão dos instrumentos legais conforme
necessidade, no que se refere às suas atribuições, composição e funcionamento.

O COMUSEG, instituído em 2022, tem como objetivo, dentre outros, formular a política municipal
de segurança pública, fixando prioridades para a consecução das ações, a captação e aplicação
dos recursos destinados ao Fundo Municipal de Segurança Pública.

O CMSA atua na formulação e proposição de estratégias e no controle da execução da política


de Saúde de Araxá, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros. O conselho é composto por
16 titulares e 32 suplentes, sua composição foi atualizada para atuação até 2026.

Nas oficinas técnicas (3ª Atividade – Oficinas), foi identificado que, com exceção do CODEMA,
CMDAPD, COMUHAB, COMTUR, CMSA e COMUSEG os demais conselhos estão inativos. A
configuração do município de Araxá demanda conselhos atuantes e estruturados, que deem
suporte para as administrações municipais. Desta forma estratégias devem ser adotadas para
incentivar que os conselhos voltem à atividade.

Também foi ressaltada, nas oficinas técnicas, a necessidade de ampliação e fortalecimento dos
Conselhos municipais do município, bem como do fortalecimento do regime interno dos

REVISÃO 2022 – V.4 | 185


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mesmos. Foi destacada como demanda a qualificação do diálogo entre os conselhos, poder
público e sociedade civil araxaense.

REVISÃO 2022 – V.4 | 186


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11. SÍNTESE DA 2ª ATIVIDADE – LEVANTAMENTO DE DADOS


O Levantamento de Dados refere-se à 2ª Atividade do processo de revisão do Plano Diretor
Municipal de Araxá, conforme Termo de Referência anexo ao Edital do Processo Pregão
Presencial n 05.003/2021, que resultou no Contrato n 007/2021, celebrado no dia 28 de
setembro de 2021 entre o Município de Araxá e a DRZ Geotecnologia e Consultoria. O resultado
dessa fase é um diagnóstico da situação atual do município.

No início foram analisados os aspectos gerais de inserção do município, em que se constatou


que Araxá possui papel relevante no contexto histórico regional do oeste de Minas Gerais,
configurando-se como cidade polo dessa região em razão da sua economia, atratividade turística
e infraestrutura disponível. Com relação aos acessos, o município dispõe de infraestrutura
ferroviária, aeroportuária e rodoviária, e sua localização é considerada privilegiada por se tratar
de ponto estratégico de conexão entre as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país.

As condicionantes geoambientais do município foram abordadas de forma a identificar as áreas


que estão aptas para o uso e a ocupação antrópico, com base nas restrições físicas e ambientais
do território. Os dados coletados indicam que, de forma geral, apesar da grande diversidade de
solos e restrições de natureza ambiental-regional, o município possui potencialidades para o seu
desenvolvimento e expansão, desde que sejam consideradas e respeitadas as suas áreas
ambientalmente frágeis e a capacidade de infraestrutura instalada e prevista, a fim de que atingir
um desenvolvimento econômico sustentável, social e justo.

Em se tratando dos aspectos socioeconômicos, verificou-se que embora muitos dados estejam
defasados por conta do longo período sem a realização do recenseamento pelo IBGE, em sua
maioria, são considerados promissores em termos de vulnerabilidade social e desenvolvimento
humano do município.

Araxá dispõe de grande diversidade de atrações turísticas e rico patrimônio cultural, que devem
ser explorados de forma articulada à preservação cultural e ambiental.

Apesar de muitos municípios terem vivenciado o reflexo negativo dos problemas relacionados à
economia e à política brasileira nos últimos anos, Araxá apresenta um quadro de estabilidade
econômica, com crescimentos acumulados superiores àqueles apresentados nas esferas estadual
e nacional. Este cenário sugere que o município deve avançar com os objetivos de realizações
sistemáticas de desenvolvimento, a fim de que seus indicadores sejam impulsionados.

Com relação aos setores de atividades, verificou-se que os serviços correspondem ao setor mais
expressivo, representando maior formação de volumes financeiros no esforço produtivo da
economia local, contribuindo para a criação de empregos e renda, além de aumentar a receita
do município. O setor da indústria ocupa a segunda colocação no ranking da formação das
riquezas, ficando o setor da agropecuária em último lugar.

REVISÃO 2022 – V.4 | 187


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Quanto aos equipamentos e serviços públicos, foi observado que há uma demanda pela
ampliação de atendimento em alguns setores específicos, porém, em sua maioria, estão bem
distribuídos na malha urbana e servem satisfatoriamente à população araxaense.

Os dados sobre a infraestrutura urbana de Araxá, apresentados no decorrer do texto,


demonstraram que o município tem evoluído positivamente com a melhoria de índices
relacionados ao tratamento de saneamento básico, iluminação pública, sistema viário, entre
outros.

No que se refere às condições fundiárias do município, políticas públicas habitacionais devem ser
previstas visando conter o déficit habitacional, assim como coibir a implantação de novas
ocupações irregulares no território municipal, que têm ampliado significativamente nos últimos
anos no território municipal de Araxá, tanto em zonas urbanas como rurais.

A análise sobre a mobilidade urbana no município verificou que há uma demanda pela ampliação
e qualificação das estruturas que envolvem o transporte público e sistema viário municipal.
Também foi observada a necessidade de beneficiamento dos deslocamentos por modos não
motorizados e de melhoria das condições das calçadas. Especialmente, com relação às calçadas
e passeios públicos, devido ao histórico de utilização indevida desses espaços no município, deve
ser previsto um plano capaz de estabelecer padrões de pavimentação e regulamentação para a
utilização dos mesmos.

As finanças públicas e a estrutura administrativa municipal de Araxá foram analisadas e, conforme


apontado, o município teve sua capacidade de investimento intensificada crescentemente ao
longo dos anos, diferentemente dos investimentos realizados, o que indica que Araxá deve prever
a readequação da destinação final dos seus recursos. Para além disso, também foi sugerido que
o município reveja a sua arrecadação tributária, a fim de reforçar ainda mais seu potencial de
investimentos.

Sobre os conselhos municipais, constatou-se que, embora haja grande diversidade,


contemplando uma variedade de assuntos inerentes às questões da cidade e da política urbana,
ainda há uma carência pela implementação e ativação de conselhos de outras instâncias. Além
disso, no que se referem aos existentes ativos, foi relatada a demanda pelo fortalecimento dos
seus regimentos internos, de forma a qualificar também a articulação e o diálogo entre os
mesmos, o poder público e a sociedade civil.

Este diagnóstico embasará a 4ª Atividade – Definição das Diretrizes e Propostas da RPDE, em que
serão apontadas diretrizes de curto, médio e longo prazo, para posterior revisão da legislação e
elaboração do Plano de Ação e Investimentos municipal.

REVISÃO 2022 – V.4 | 188


PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
ARAXÁ - MG

REFERÊNCIAS
_____. Decreto nº. 29586 de 8 de junho de 89. Define área de proteção especial situada no

Município de Araxá, para fins de preservação de mananciais, para abastecimento de


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_____. Divisão Regional do Brasil em Regiões Geográficas Imediatas e Regiões

Geográficas Intermediárias. Rio de Janeiro: IBGE, 2017.

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https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/araxa/panorama/>. Acesso em 05 dez. 2021

_____. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças


públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras

providências.

_____. Lei do Plano Diretor Estratégico de Araxá nº 5.998, de 20 de junho de 2011. Dispõe sobre

o Plano Diretor Estratégico, o sistema e o processo de planejamento e gestão do


desenvolvimento urbano do Município de Araxá.

_____. Lei n° 4.874 de 12 de abril de 2006. Dispõe sobre o escalonamento urbano do

município de Araxá e dá outras providências.

_____. Lei n° 4.875 de 12 de abril de 2006. Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano

no Município de Araxá, e dá outras providências.

_____. Lei n° 891 de 10 de março de 1965. Autoriza o Prefeito Municipal a conceder


mediante concorrência pública, a execução e exploração dos serviços de água e

esgotos sanitários do Município.

_____. Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da Política Nacional de

Mobilidade Urbana; revoga dispositivos dos Decretos-Leis nos 3.326, de 3 de


junho de 1941, e 5.405, de 13 de abril de 1943, da Consolidação das Leis do

Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e


das Leis nos 5.917, de 10 de setembro de 1973, e 6.261, de 14 de novembro de

1975; e dá outras providências.

REVISÃO 2022 – V.4 | 189


PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
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_____. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).

_____. Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017. Dispõe sobre a regularização fundiária rural
e urbana (...) e dá outras providências.

_____. Lei nº 4.292, de 01 de dezembro de 2003. Altera na íntegra a Lei 2.401 de 28 de


dezembro de 1.990 que dispõe sobre o uso e a ocupação do solo urbano no

Município de Araxá, e dá outras providências. Dispões sobre o uso e ocupação


do solo urbano no Município de Araxá.

_____. Lei nº 4.511, de 15 de outubro de 2004. Altera dispositivos da Lei Municipal


n4.292 de 01 de dezembro de 2003.

_____. Lei nº 4.541, de 15 de dezembro de 2004. Dispõe sobre a estrutura organizacional


do Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de Araxá, cria

cargos e dá outras providências.

_____. Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979. Dispõe sobre o Parcelamento do Solo

Urbano e dá outras Providências. Texto compilado.

_____. Plano de Saneamento Básico do Município de Araxá (PMSB). Araxá, 2016(.

_____. Plano Diretor Estratégico. Araxá, 2011.

_____. Portal Transparência, Araxá, 2021. Disponível em:

http://201.62.57.11:8445/transparencia/. Acesso em: novembro de 2021.

_____. Programa Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta – Bicicleta Brasil: Caderno de

referência para elaboração de Plano de Mobilidade por Bicicleta nas Cidades.


Brasília: Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana, 2007.

_____. Lei n° 4.135 de 30 de dezembro de 2002. Dispõe sobre o Plano Diretor

Estratégico, o sistema e o processo de planejamento e gestão do


desenvolvimento urbano do Município de Araxá.

REVISÃO 2022 – V.4 | 190


PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
ARAXÁ - MG

ABNT. NBR-9050. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos


urbanos. 3 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.

ARAXÁ. Edital do Processo Pregão Presencial nº 05.003/2021. Prestação de serviços para atuar,
avaliar, adequar e atualizar o Plano Diretor Estratégico do Município de Araxá/MG,
conforme especificações e quantidades constantes no edital e seus anexos.

BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da

Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras


providências.

BRITO, L. P. G.; CAVENAGHI, S.; JANNUZZI, P. M. Estimativas e projeções populacionais


para pequenos domínios: uma avaliação da precisão para municípios do Rio de

Janeiro em 2000 e 2007. In: Revista Brasileira de Estudos de População, Rio de

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REVISÃO 2022 – V.4 | 191


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ARAXÁ – MG

SOUZA, Josimar dos Reis de. Qualidade de Vida à luz do processo de Urbanização
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Acesso em: 10 dez. 2021.

REVISÃO 2022 – V.4 | 194


PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO
ARAXÁ - MG

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ARAXÁ

MUNICÍPIO DE ARAXÁ
INSTITUTO DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE ARAXÁ
CNPJ: 08.877.670/0001-77
Praça Coronel Adolfo, nº 33 – Centro, Araxá/MG
CEP: 38.183-218
araxa.mg.gov.br • [email protected]

COORDENADORES DO GRUPO DE TRABALHO INTERNO DO IPDSA


Odilon Carneiro – Chefe Urbanismo
Vinicius Martins – Chefe Meio Ambiente
GRUPO DE TRABALHO INTERNO
Ney Dutra- Superintendente
Aline Gisele Silva – Chefe da Fiscalização
Ezequiel Borges – Chefe da Divisão de Informação e Administração
Mithsu Michelle M. M. Machado – Secretária Executiva

PREFEITO MUNICIPAL
Robson Magela

REVISÃO 2022 – V.4 | 195


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ARAXÁ – MG

DRZ GESTÃO DE CIDADES

DRZ GEOTECNOLOGIA E CONSULTORIA LTDA.


CNPJ: 04.915.134/0001-93 • CREA Nº 41972
Avenida Higienópolis, 32, 4° andar, Centro
CEP 86 020-080 • Londrina/PR
drz.com.br

EQUIPE TÉCNICA
José Roberto Hoffmann – Coordenador Geral – Engenheiro Civil – CREA-PR 6125/D
Henrique Ferrarini Ferreira – Coordenador da Equipe Técnica – Arquiteto e Urbanista – CAU A132542-6
Anderson Araujo de Aguiar – Engenheiro Cartógrafo
Lara Goulart Martins – Engenheira Sanitarista e Ambiental

EQUIPE DE APOIO
Agostinho de Rezende – Diretor Geral – CRA-PR 6459
Claudia Leocádio Dias – Assistente Social
Demétrius Coelho Souza – Advogado
Luis Guilherme Ferreira Leite – Geógrafo

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