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Faculdade de Tecnologia de Mococa – Mário Robertson de Sylos Filho

APLICAÇÕES DA INTERNET DAS COISAS EM


AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL
Guilherme Peruçolo Prado
Faculdade de Tecnologia de Mococa
Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

Prof. Dr. Jean Miler Scatena


Faculdade de Tecnologia de Mococa
Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

RESUMO

Com a evolução da Internet, a tecnologia da internet das coisas (IOT – Internet Of


Things) está conectando tudo ao nosso redor, como televisores, telefones,
smartphones, fechaduras, interfones, câmeras, etc. Com essa nova tecnologia
associada a domótica, podemos realizar a interconexão de todos os recursos
habitacionais e interligá-los a internet, criando um sistema de gerenciamento e
segurança remotos. Tendo em vista esses aspectos, o presente projeto tem como
principal característica, a criação de um sistema integrado, o qual irá controlar
alguns recursos através de um hardware específicos onde esses recursos serão
gerenciados de forma remota através da internet. Para isso será utilizada uma
interface desenvolvida para a plataforma Android, que irá realizar o acesso a um
hardware de controle de dispositivos, no caso um Raspberry Pi 3, que controlará
uma câmera e uma campainha, sendo que ao ser pressionado a campainha, o
aplicativo recebe uma notificação avisando o usuário que a alguém está na porta e
recebe a imagem do acesso a câmera, permitindo o usuário realizar o
reconhecimento da pessoa visitante, e permitindo o acesso, a qual pode ser
acionada remotamente. Para realizar essas tarefas, será utilizada linguagem Python
com o Framework Django para comunicação entre o aplicativo e os dispositivos.

Palavras-chave: Internet das coisas; raspberry pi; IoT; automação residencial;


domótica;
Faculdade de Tecnologia de Mococa – Mário Robertson de Sylos Filho

1. INTRODUÇÃO

A internet das Coisas (IdC) ou Internet of Things (IoT), surge como uma
evolução do que conhecemos relacionado à internet, trazendo um novo paradigma
tecnológico, cultural e social, mas também revolucionando modelos de negócio e a
interação da sociedade com o meio ambiente seja ele por meio de objetos físicos ou
virtuais onde os limites entre eles estão cada vez mais tênues. Devemos isso ao fato
que não temos apenas computadores conectados, mas objetos que antes não se
pensava em conectá-los como fogão, geladeira, eletrodomésticos em geral,
automóveis, entre outros, temos uma pluralidade de equipamentos conectados à
rede. (MANCINI, 2018)
De acordo com o Cisco IBSG, estima que o conceito de IoT se iniciou entre
2008 e 2009 onde o número de dispositivos conectados por pessoa era de quase 2,
onde inicialmente o número era de 0.08 em 2003, foi para 1,84 em 2010, onde se
iniciou o conceito, e a quantidade quase dobrou em 2015 que foi para 3,47 e estima-
se que em 2020 a quantidade de dispositivos por pessoa será de 6,58 (EVANS,
2011).

Figura 1 - Disposição de dispositivos conectados - Fonte: EVANS, 2011 - Cisco IBSG, abril de 2011
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Junto com este aumento de dispositivos e a grande busca de segurança e


conforto vem nos mostrando um aumento de sistema automatizados em residências,
que são uma grande parcela de projetos IoT. (BOLZANI, 2004).
Estes sistemas consistem em sensores capazes de captar eventos, como
presença de pessoas em determinados cômodos ou alguém tocando a campainha e
a partir destes eventos o sistema toma alguma ação partindo de suas configurações
(BOLZANI, 2004).
No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), entre os
anos de 1996 e 2006, tivemos um aumento da população com idade superior a
oitenta anos, que passou de 11,5% para 13,2%, e em algumas ocasiões tendem a
manter sua independência morando sozinho, ou acompanhado com pessoas que
não tem condições de ficar o tempo todo em casa, entretanto muitas vezes estes
idosos têm limitações por conta de problemas de saúde ou até deficiências
provocadas por enfermidades comuns em idade avançada, como auditiva e visual,
limitando suas atividades. (SOUZA, 2016).
Associando o conceito de domótica com os recursos de IOT, temos uma
vasta área de aplicações, a qual podemos ter o controle remoto de uma residência,
através do monitoramento e controle de segurança a distância. (DIAS e
PIZZOLATO, 2004)
Tendo em vista os conceitos sobre IoT e automação residencial, o presente
projeto tem como objetivo principal apresentar um modelo de smarthouse, ou casa
inteligente, que inicialmente será desenvolvido uma campainha que será conectada
à internet, possibilitando o controle da entrada da casa a partir de um aplicativo no
smartphone que está conectado a uma placa Raspberry Pi 3, que possui um módulo
relê, que fará o controle de abertura da porta da residência, e uma câmera para
reconhecimento que também será acessível pelo aplicativo.
Para realizar a comunicação será desenvolvido um aplicativo de comunicação
utilizando o framework Django que trabalha com a linguagem de programação
Python. Acompanhado do Django, será utilizada a linguagem Python para o
gerenciamento e o controle da porta GPIO (General purpose input output) do
Raspberry, o qual estão os dispositivos integrados a plataforma, e o banco de
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dados, que também está conectada a plataforma Firebase da Google, que é


responsável pelo envio das notificações até o aplicativo.

2. LEVANTAMENTO BIBLIOGRAFICO.

2.1. Domótica

A domótica, é o termo usado para nomear residências que empregam


serviços automatizados, e podem oferecer ao usuário uma maior segurança e
comodidade. (DIAS e PIZZOLATO, 2004)
Descrevendo seu conceito, a domótica, é uma rede de serviços diretamente
conectados que são responsáveis por realizar gerenciamento e controle de tarefas
na área de automação residencial. (ACCARDI e DODONOV, 2012)
O sistema da domótica é composto por uma série de dispositivos e sistemas
conectados que tem como objetivo coletar informações do meio em que ele é
inserido visando seu gerenciamento e supervisão. Estes dispositivos consistem em
sensores, atuadores, que realizam a troca de informações entre si ou com centrais
de controle para realizar o processamento dos dados recebidos, realizando assim
ajustes a determinados dispositivos ou gerando algum tipo de sinalização. (DIAS e
PIZZOLATO, 2004)
Na automação existem grande variedades de dispositivos, indo de simples
sensores ou pequenos motores, a complexas centrais de controle, proporcionando
uma grande variedade de dispositivos para atender as necessidades e oferecer uma
melhor experiencia ao usuário final do projeto. Podemos classificar estes
dispositivos como controladores, sensores, atuadores e interfaces, onde: Os
controladores têm a função de monitorar os sensores, e realizar os comandos
necessários nos atuadores conforme a necessidade. (CASADOMO, 2010).
Os sensores são os responsáveis pelas coletas das informações através de
eventos e medições de grandezas físicas como temperatura ou umidade e enviá-las
ao controlador para que sejam tratadas e convertidas em valores validos para o
sistema. (CASADOMO, 2010).
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Os atuadores são dispositivos eletromecânicos que recebem os comandos


vindo da controladora e acionam dispositivos automatizados, onde sua maioria são
módulos de acionamentos ligados entre os equipamentos e a rede elétrica.
(CASADOMO, 2010).
A interface são os dispositivos que permitem a leitura das informações e a
interação do usuário com o sistema. Na Figura 2, mostramos um exemplo dos
componentes para automação.

Figura 2 -. Exemplo da comunicação dos elementos básicos na Automação Residencial


(CASADOMO, 2010).

A domótica vem evoluindo e crescendo dia a dia e aumentando cada vez


mais sua inclusão em nossas atividades diárias, e já apresenta uma grande
variedade de recursos tecnológicos que podem ser adotados para instalações
domésticas promovendo além de conforto e segurança, um grande auxílio às
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pessoas com idade avançada ou que possuem algum tipo de deficiência que
dificulta a realização de suas atividades diárias. (SOUZA, 2016).
Dentro das aplicações na área de domótica, temos como exemplo, o
gerenciamento de consumo de energia, controle de temperaturas, iluminação,
sistema de refrigeração, controles de acessos (interno e externo), sendo que a
principal característica, é permitir a autonomia na gerência dos processos que
conduzem esses controles. (DIAS e PIZZOLATO, 2004)

2.2. Internet das Coisas (IOT)

Atualmente temos não apenas computadores conectados a redes, mas sim


uma grande variedade de dispositivos e que tendem a aumentar seus números e
variedades, previsões indicam que terão aproximadamente 50 bilhões de
dispositivos conectados até 2020 no mundo, uma média de 6.58 dispositivo por
pessoa. (EVANS, 2011).
Esta quantidade de dispositivos nos mostra que não apenas computadores
estrarão conectados, mas dispositivos que antes não se pensava em conectá-los a
internet, como eletrodomésticos ou redes de iluminação. (EVANS, 2011).
Por conta desta pluralidade de dispositivos conectados, nos teremos
inúmeras aplicações para IoT, cada vez mais se tornando presente no dia-a-dia com
objetivo de aumentar a qualidade de vida e tornar o mundo mais eficiente e eficaz
com toda a parte computacional passando despercebido pelos usuários. (MANCINI,
2018)
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Na figura 6 mostra um panorama da aplicação de IoT.

Figura 3- Aplicações de IoT. Fonte: MANCINI, 2018


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Segundo Zambarda (2014), a ideia de se conectar dispositivos do dia-a-dia


vem desde 1991, quando a internet como é conhecida hoje se popularizou. Mas
podemos seguir suas raízes até MIT, 1999 onde Kevin Ashton propôs pela primeira
vez o termo “Internet das Coisas” e dez anos depois escreveu o artigo para a revista
RFID Journal, “A Coisa da Internet das Coisas”. Mas em artigo publicado em 2009
Ashton (2009) diz que o ideia original do IoT era dos objetos físicos se conectarem a
internet com a capacidade de coletar dados a partir de sensores quer permitiria que
os computadores compreendessem nosso ambiente sem a necessidade de uma
pessoa para alimentar estes dados ao sistema, tendo maior precisão nesta coleta,
sem perdas ou limitações do ser humano.
De acordo com Evans (2011), o IoT foi a primeira grande evolução da
internet, já que desde seu surgimento ela essencialmente sempre cumpriu com
aquilo para que foi projetada. Essa evolução tem uma grande importância, levando a
aplicações com grandes potenciais mudando como as pessoas trabalham e se
divertem, tornando a internet algo sensorial permitindo algo mais proativo e menos
reativo.
Não podemos deixar de citar o constante crescimento das aplicações IoT
devido ao grande publico entusiasta levando em consideração os baixos preços, e
variedades de placas para desenvolvimento, como Arduino, ESP8266 e Raspberry
Zero, que são placas com um custo baixo e fácil aplicação em projetos DIY (Do it
Yourself , “faça você mesmo”).(Internet Of Things, 2018)
Como exemplo deste crescimento, podemos citar a parceria do Instituído de
Pesquisa Eldorado junto as empresas Claro e Embratel e Embrapa (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) que juntos buscam soluções IoT no setor
agropecuário, que é responsável por 40% do produto interno bruto do país. O projeto
chamado Fazenda Conectada tem como objetivo, monitorar em tempo real
plantações de Café, Milho, Cana-de-açúcar e Sorgo, coletando dados sobre o
cultivo, para um melhor aproveitamento da irrigação e reduzir custos de produção.
(PERIN, 2019)
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2.3. Raspberry pi 3

De acordo com a Raspberry.org, é um computador de baixo custo com o


tamanho aproximadamente de um cartão, possui um processador Broadcom
BCM2837 64bits ARMv8 CortexA-53 Quadcore com o Clock de 1.2 Ghz, Memória
RAM de 1GB, adaptador integrado Wifi 802.11n, Bluetooth 4.1 BLE integrado, e
conector Ethernet, para conexão com monitor temos entrada HDMI, e 4 portas USB
2.0 para conexão de periféricos como teclado e mouse. (RASPBERRYPI, 2018).
O seu grande diferencial é seu conector GPIO de 40 pinos que nos permite o
controle de outros periféricos como, reles ou sensores, possui um conector para
câmeras, e outro para display, um micro USB para alimentação e conector P2 para
áudio e vídeo. Seu sistema operacional é instalado a partir de um cartão de
microSD, normalmente utilizando distribuições open sourse baseada em Linux
(RASPBERRYPI, 2018).
A partir desta placa é possível realizar o controle dos equipamentos usando
os módulos, como relê para acionamento de equipamentos e iluminação e leitura de
sensores para segurança, tudo a partir da interface GPIO da placa, como exemplo
ligaremos um relê para a abertura da fechadura eletrônica e um botão para o
acionamento da campainha. Inicialmente o acesso ao servidor seria apenas pelo
aplicativo, posteriormente para o projeto finalizado existe a possibilidade de se
colocar tanto uma tela HDMI apenas para visualização, como um display
touchscreen para o controle no local. (RASPBERRYPI, 2018).
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Figura 4 - Raspberry Pi 3. Fonte: https://www.filipeflop.com/blog/primeiros-passos-raspberry-pi-e-


linux/
.

2.4. Python e Django Framework

A linguagem base para o desenvolvimento do nosso web server foi o Python,


que é uma linguagem de alto nível, orientada a objetos, de tipagem dinâmica, e
proposito geral desenvolvida por Guido Van Rossum em 1990, é linguagem
interpretada por um interpretador presenta dentro da plataforma, é modular por
patrão, onde pode-se adicionar bibliotecas de acordo com a necessidade do
programador. Muito utilizada para Machine Learn e Data mining e desenvolvimento
web.
Para a realização da comunicação web com os componentes, usamos o
Django framework, que é um framework para desenvolvimento web de alto nível
desenvolvido na linguagem Python trabalhando junto ao um banco de dados
relacional que no caso do protótipo será o SQlite, porém pode-se utilizar outros
como, PostgreSQL para aplicações mais robustas. (DJANGO 2019)
Para comunicação entre o aplicativo Android e nosso web service, usamos
uma biblioteca do Django chamado Django Rest Framework, que nos possibilita a
criação de APIs para comunicação usando formato JSON (JavaScript Object
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Notation) ideal para aplicação mobile por conta da economia da quantidade de


dados e simplicidade na compreensão. (DJANGO REST 2019)
A comunicação é feita através de requisições HTTP (Hypertext Transfer
Protocol), versão mais utilizada é a versão 1.1, o protocolo HTTP é baseado em
requisições, entre o cliente podendo ser o navegador ou aplicação, também
conhecido como user agente, e o servidor.
O cliente faz a solicitação de um recurso ou resource, enviando um pacote de
dados com algumas informações de cabeçalho, headers, a uma URL do servidor, o
servidor recebe este pacote e envia uma resposta de volta podendo ser algum dado
solicitado ou outro cabeçalho.
As requisições são feitas usando métodos que também são chamados de
verbos Http, GET, que faz a solicitação a representação de um ou mais recursos,
POST, faz uma solicitação a criação de um novo recurso, que são os dados
presente no corpo da requisição, no nosso caso em formato JSON, mas poderia ser
em outros formatos com XML, DELETE que faz a solicitação para remoção de um
recurso, PUT atualiza um recurso especificado na URI ou caso não exista pode criar
um, e o HEAD que retorna funções de um recurso semelhante ao GET porém não
retorna o recurso no corpo da requisição.(VIEIRA 2019)

2.5. Google Firebase

Para notificações no aplicativo, foi utilizado uma plataforma online do Google,


o Firebase, uma plataforma que contém vários serviços como banco de dados,
armazenamento de dados, hospedagem, autenticação de usuário, permitindo aos
desenvolvedores utilizarem de uma plataforma sem a necessidade de se preocupar
infraestrutura. (FIREBASE 2019)
Nós usamos o serviço Firebase Cloud Messaging, que possibilita o envio de
notificação para aplicativos, podendo ser elas enviadas apenas para um aparelho
por via de um token, ou para grupos de aparelhos criados usando os mesmos
tokens, ou todos os aparelhos que tenham o mesmo pacote da aplicação cadastrado
na plataforma, se adequando as necessidades do projeto, o disparo das notificações
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podem ser feito através terminal da própria plataforma ou por bibliotecas por meio
do token de acesso da aplicação.(FIREBASE 2019)

2.6. Aplicativo Android

O Aplicativo para o celular foi desenvolvido no utilizando Android Studio que é


um ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) oficial para desenvolvimento de
aplicações Android baseado na plataforma IntelliJ. A IDE nos permite o
desenvolvimento de aplicações utilizando as linguagens Java e Kotlin, além de
ferramentas avançadas para criação das telas visuais da aplicação. (ANDROID,
2013)
Utilizamos como linguagem base para o desenvolvimento do aplicativo a
linguagem Java, sendo assim, o aplicativo é o responsável por acessar o nosso
webservice através de requisições HTTP PUT para o acesso a porta desejada ou
outro componente, e ao acesso streaming do vídeo na câmera do aparelho.
(ANDROID, 2013)

3. DESENVOLVIMENTO

O objetivo do projeto, seria a demonstração de como seria a comunicação


entra a aplicação e os dispositivos, mostrando alguns dos componentes mais
básicos para o controle de uma residência, e seu acesso.
Existe no mercado uma grande diversidade de módulos, a partir desde
módulos que será coletado a maioria das informações. Usamos um modulo relé,
normalmente um modulo usado no controle de acionamentos elétricos em geral,
como por exemplo, motores, bombas, solenoides.
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Figura 5 - Diagrama de ligação dos componentes com a interface GPIO do Raspberry Pi. Fonte:
Desenvolvido pelo autor.

Existem placas fabricadas com diversas quantidades de relés já acoplados no


mercado, sendo necessário apenas dimensionar quantos componentes o projeto
final precisará, aproveitando melhor as saídas da interface GPIO. Existe uma grande
variedade de módulos sendo eles sensores, atuadores, e motores possibilitando a
adequação do sistema de acordo com as necessidades do usuário. Como exemplo,
no protótipo, utilizamos uma câmera que é ligada diretamente ao Raspberry Pi 3,
sendo que placa tem apenas um conector para câmera, mas que para a
implementação pode-se ter a necessidade de utilizar mais câmeras, sendo elas
câmeras IP, ou ligadas em um servidor ou DVR, variando de acordo com as
necessidades do usuário.
Para comunicação entre o aplicativo do celular e nossa controladora usamos
Django Framework que faz esta comunicação via API entre os aplicativos de
interface, onde ele possibilita o acesso de vários dispositivos, através desta
requisição que é feita as alterações de acesso ao banco
É alterado o valor da respectiva porta ou atuador para o valor de 1, como
exemplo temos a porta com id “1” seu valor de acesso está como “0”, ao se realizar
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a requisição este valor é alterado para “1”, onde o programa escrito em Python que
está sendo executado em segundo plano no nosso servidor realiza o ativação do
atuador e abre a porta.
Este mesmo sistema pode funcionar com a maioria dos atuadores. Existe
como possibilidade a inclusão de uma interface padrão no local além do acesso
remoto pelos smartphones permitindo acesso em postos estratégicos facilitando
acesso ao controle assim da mesma maneira que o smartphone auxilia no acesso,
não se tem a dependência dele.
Podia-se ter usado outros frameworks para desenvolvimento web como
Flask que também é um Framework baseado em Python, ou em qualquer outra
linguagem de programação mais simples que tenha suporta a criação de APIs mas
optamos pelo Django por conta da facilidade de implementação tanto da aplicação
base, quanto bibliotecas externas, e não ser uma aplicação de exige muito do
servidor, que no nosso caso é um Raspberry Pi, e também a sua segurança já
implementada de acesso e controle dos usuários com o Django Admin que já vem
nativo na aplicação.
A partir de um programa escrito em Python faz-se a checagem direta no
banco para ver se houve alguma alteração, que são as solicitações vinda do
aplicativo para o acionamento do relé, chegando a cada dois segundos teve alguma
alteração no banco diretamente por comando SQL, após o acionamento ele faz a
alteração dessa do valor no banco conectando pelo web service por questões de
controle. Podendo assim gerar um log de acesso, em caso de aplicações maior o
ideal será salvar este log diretamente no banco junto com controle do usuário que
fez o acionamento como demonstrado na Figura 5 os processos realizados para o
acesso.
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Figura 5 - Modelagem UML dos processo realizados no projeto

Para o acesso ao web service através da rede, nossa aplicação foi


hospedada utilizando a aplicação Apache2 com junto a biblioteca WSGI (Web
Server Gateway Interface), que é uma especificação universal entre web servers e
aplicações da linguagem Python, ela é responsável pela execução do no aplicativo
no servidor.
O aplicativo Android foi desenvolvido como a interface para os comandos do
usuário atuadores, mas pode-se colocar uma interface padrão no local, ou em locais
específicos de acordo com a necessidade do projeto, como por exemplo no banheiro
para pessoas idosas caso acontece algo, outra pessoa preciso acionar outro
atuador, assim mesmo o smartphone trazendo a praticidade e o conforto, não se fica
totalmente dependente dele. Na Figura 6 podemos ver o aplicativo de exemplo, onde
pode-se acessar o atuador respectivo a câmera que está vendo ou acessa-lo por
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fora em um por um caminho mais rápido, assim não tem a necessidade de acessar
sempre as câmeras. Vemos também a distribuição dos atuadores no aplicativos, e a
tela principal que serve com um dashboard onde poderá encontrar a informações
importantes ao usuário.

Figura 6- Telas do aplicativo Android desenvolvido como exemplo

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a implementação do presente projeto, percebeu-se que os projetos de


automação residencial proporcionam um grande aumento em questão de segurança,
conforto, eficiência no controle de recursos, proporcionando um aumento na
qualidade de vida.
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Junto com a crescente oferta de equipamentos e desenvolvimento de novos,


e com a democratização dos preços, não tem mais a necessidade de realizar um
investimento considerável para a realização destes projetos, junto com a facilidade e
utilização destes equipamentos, interfaces intuitivas ao usuário de fácil acesso até
as pessoas que não são familiarizadas com a tecnologia.
Hoje passamos por um processo onde a tecnologia cada vez mais faz parte
do nosso dia a dia, cada vez mais criando autonomia, o melhor exemplo disso são
as assistentes virtuais, que já podem realizar funções básicas, que também fazem
parte de todo esse universo do IoT, um bom exemplo disso é o grande aumento das
teleconsultas, onde o paciente não precisa nem sair de casa, o envio de
diagnósticos pela internet, possível realizar as leituras em tempo real de sinais vitais
com dispositivos wearables, a diminuição que pode nos proporcionar no tempo de
resposta para qualquer acontecimento a essas pessoas.
Essa automação pode auxiliar pessoas com uma idade mais elevada ou com
alguma necessidade especial, a se manterem independentes e seguras, pois pode-
se interligar ao sistema de controle da residência, elementos de controle de saúde,
permitindo o envio e o monitoramento a distância da condição de vida dessas
pessoas.
Estes são exemplos de como um projeto de IoT junto com projetos em
Domótica pode auxiliar pessoas que antes existia uma grande demanda de mão de
obra especializada e acompanhamento muitas vezes tendo uma grande
dependência disso, as vezes causando abandono, maus tratos.
O presente projeto demonstrou uma pequena parte do potencial destas duas
áreas, IoT e Domótica, onde cada vez mais vem se desenvolvendo, e concluímos
que se bem aplicados pode nos proporcionar um grande aumento na qualidade de
vida e economia de recursos, que podem se apresentar as vezes escassos e
podemos ver um amadurecimento da área, pois além de uma grande variedade de
atuadores e sensores a facilidade para se encontrar equipamento e a facilidade
para montar os projetos sem levar em consideração o investimento por partes de
grandes empresas como por exemplo o Google, com o Home Hub conectando
dispositivos como lâmpadas inteligentes junto a assistente virtual, a Amazon com a
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Echo Show conectando a assistente virtual Alexa, e o grande potencial de


desenvolvimento da área e a grande variedade de aplicações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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