Cirurgia Med 2018
Cirurgia Med 2018
Cirurgia Med 2018
Sumário
CIRURGIA
DOR LOMBAR
OSTEOARTROSE
Doença degenerativa articular
a. Fisiopatologia
Destruição da cartilagem > lesão subcondral (osso abaixo da Articulações mais acometidas:
cartilagem) > tentativa de regeneração > osteófitos
coluna vertebral, quadril, joelho, IF
c. Diagnóstico
RX: osteófitos, redução do espaço articular, esclerose subcondral, cistos
subcondrais
*Até 20% dos idosos tem FR em baixos títulos!!!
d. Tratamento
Fisioterapia – reforço muscular
Perder peso
AINE – oral e/ou tópico
Creme de capsaicina
Duloxetina – se refratário
*Glicosamina e condroitina não tem benefício comprovado!!
HÉRNIA DE DISCO
Protrusão do núcleo pulposo sobre o ânulo fibroso com compressão do nervo
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 4
Nem sempre o nível da herniação coincide com o nível de saída da raiz nervosa!!!
Ex: pode ter acometimento de L5 por protrusão discal em L3-L4 (e não em L5-S1)
b. Diagnóstico
RM Cirurgia:
Refratário (6 semanas)
c. Tratamento Piora sintomática
Repouso relativo Síndrome da cauda equina –
Analgésico/AINE incontinência, anestesia em sela
Corticoide (?)
ESPONDILITE ANQUILOSANTE
Entesite ascendente – coluna vertebral
Sempre começa com uma sacroileíte!
Homem jovem
a. Clínica
Lombalgia inflamatória
Melhora com atividade física
Rigidez matinal > 30min
Posição do esquiador – coluna rígida
Uveíte anterior – extra-articular mais comum
Schober / Patrick-FABERE positivo
Oligoartrite de grandes articulações
Insuficiência aórtica – sopro diastólico
Fibrose pulmonar apical
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 5
b. Diagnóstico
Clínica (> 3 meses) + Sacroileíte simétrica (imagem)
HLA-B27 positivo
FR e anti-CCP negativos
c. Tratamento
Cessar tabagismo
AINE
Anti-TNF alfa – infliximabe
Anti-IL 17 – secuquinumabe
d. Diagnóstico diferencial
Artrite 3-4 semanas após infecção – intestinal (Shigella, Salmonella),
genital (Chlamydia)
Oligoartrite de grandes articulações assimétrica + dactilite + balanite
ARTRITE REATIVA
circinada + ceratodermia blenorrágica
Síndrome de Reiter: artrite + uretrite + conjuntivite
Tratamento: AINE + ATB
MIELOMA MÚLTIPLO
Tumor de plasmócitos (linfócitos B modificados) >
excesso de imunoglobulinas (gamaglobulina – IgG)
*O LB é produzido na MO e amadurecido no tecido linfoide – vira plasmócito ou LB de memória
C Cálcio
FA e cintilografia óssea NORMAIS! –
A Anemia
R Rim porque a lesão é lítica
O Osso
b. Diagnóstico
> 60% de plasmócitos na MO
> 10% de plasmócitos na MO ou plasmocitoma + 1 CARO ou relação cadeias leves envolvidas / não envolvidas > 100
ou 1 lesão focal na RM
c. Classificação
IgG Mais comum, melhor prognóstico
IgD Pior prognóstico
IgA -
Cadeia leve -
*Não tem aumento de IgM!
d. Estadiamento – ISS
B2-microglobulina – principal fator prognóstico
e. Tratamento
QT – RVP (lenalinomida, bortezomib, dexametasona)
Transplante autólogo de MO – < 76 anos com boa resposta à QT
NEFROLITÍASE
Tipos de cálculos
OXALATO DE
CÁLCIO – Hipercalciúria idiopática – sem hipercalcemia
70-80%
Cálculo coraliforme
ESTRUVITA – Fosfato amoníaco magnesiano
10-20% ITU por produtores de urease (Proteus, Klebsiella) – pH > 6
*Urease converte amônio em amônia, que é uma base
Hiperuricosúria – pH < 5
ÁCIDO ÚRICO –
Cálculo radiotransparente – não aparece no RX
5-10%
Gota
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 7
▪ LECO
Proximal + < 2cm + densidade < 1.000UH
*CI: gestante, aneurisma de aorta, anticoagulação
Indicações:
> 1cm ▪ NEFROLITOTOMIA PERCUTÂNEA
Refratário Proximal + > 2cm
Intervenção
urológica Recorrente Proximal + densidade > 1.000UH
Obstrução com insuficiência renal Polo renal inferior
Cálculo coraliforme Cálculo coraliforme
*Se ácido úrico: tentar conservador antes
▪ URETEROSCOPIA
Ureter médio/distal
2) CRÔNICO
Estimular ingesta hídrica
URGÊNCIAS UROLÓGICAS
Testículo horizontalizado (sinal de Angel)
TORÇÃO TESTICULAR Reflexo cremastérico ausente
– 12-18 anos Doppler: ausência de fluxo
Tratamento: orquidopexia bilateral
Dor melhora com elevação manual do testículo (sinal de Prehn)
Reflexo cremastérico presente
ORQUIEPIDIDIMITE
Doppler: fluxo aumentado
Tratamento: cultura + biópsia
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 8
ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS
CIRURGIA BARIÁTRICA
Fisiologia
Anorexígenos Orexígenos
Leptina – adipócito
Grelina – estômago (fundo e corpo)
CCK, GLP-1, PYY – intestino
Obesidade: dificuldade de induzir a saciedade – aumenta grelina, diminui leptina / CCK / GLP-1 / PYY
CLASSIFICAÇÃO
25-29.9 Sobrepeso
30-34.5 Obesidade grau I
35-39.9 Obesidade grau II
≥ 40 Obesidade grau III
≥ 50 Super-obeso
≥ 60 Super-superobeso
Indicações de cirurgia:
IMC > 40
> 18 anos ou 16 com autorização
IMC ≥ 35 + comorbidade
IMC ≥ 30 + DM2 grave > 30 anos
É obrigatório:
Refratário à 2 anos de tratamento clínico – endocrinologia, nutricionista
Controlar drogas e etilismo, distúrbios psiquiátricos
Plena compreensão da cirurgia
Técnicas
Restritiva
BANDA GÁSTRICA AJUSTÁVEL Anel regulável na JEG
Complicações: deslocamento do anel, reganho de peso
Restritiva + hormonal
SLEEVE Gastrectomia vertical – retira a parte do estomago que produz grelina
Complicações: fístula do ângulo de His, DRGE
Restritiva + disabsortiva – mista restritiva
Pouch gástrico (restritivo) + Y de Roux (disabsortivo)
BYPASS GÁSTRICO EM Y DE
Complicações: deiscência de anastomose (gastrojejunal não tem bile,
ROUX
jejunojejunal tem bile), hérnia de Petersen (interna, obstrução
intestinal), deficiência de ferro / B12 / B1
Disabsortiva + restritiva – mista disabsortiva
Gastrectomia horizontal (tira o piloro e com canal comum muito
SCORPINARO
curto) + colecistectomia
Complicações: + desnutrição proteica, úlcera de anastomose
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 9
DRGE, DM Y de Roux
Deficiência nutricional prévia /
Sleeve
tumor gástrico
COMPLICAÇÕES PÓS-BARIÁTRICA
SLEEVE Fístula de His
Fístula alimentar (gastrojejunal) / biliar (jejunojejunal)
Coledocolitíase
BGYR
Hérnia de Petersen
Obstrução – sem vômitos: alça biliopancreática
Estenose
Hemorragia
TODAS Reganho de peso
Intolerância alimentar
Deficiências vitamínicas
VASCULAR
ANEURISMA DA AORTA ABDOMINAL
Aneurisma: dilatação > 50% do diâmetro (geralmente > 3cm) – diferente de ectasia
a. Classificação
Fusiforme – mais comum Verdadeiro: contém todas as camadas
Sacular Pseudoaneurisma: hematoma pulsátil não
contido por todas as camadas
b. Etiologia
Degenerativo (aterosclerose)
c. Localização
I – INFRARRENAL (mais comum) Segmento livre abaixo das artérias renais
II – JUSTARRENAL Imediatamente após a emergência das artérias renais
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 10
d. Fatores de risco
Formação Expansão / Ruptura
Tabagismo – principal
Sexo masculino Tabagismo
Idade avançada Sexo feminino
Raça branca Diâmetro inicial, crescimento rápido
HF + HAS
Hipercolesterolemia Transplante renal / cardíaco
HAS VEF1 diminuído
DPOC Sacular
*DM NÃO É FR!
Fatores de proteção
DM
Sexo feminino
Negros
e. Diagnóstico
Rastreio, diagnóstico e seguimento
USG Avalia diâmetro transverso e longitudinal
Não avalia ruptura!
Mais preciso para delinear a anatomia e o diâmetro
AngioTC Classifica
Avalia trombos e calcificações
Ausência de radiação e contraste iodado
AngioRM
Não identifica calcificações
Avalia acometimento de outros vasos
Arteriografia Padrão-ouro, mas muito invasivo
Não identifica trombos
f. Rastreamento – USG
2.5-2.9 cm 5 anos
3.0-3.4 cm 3 anos
3.5-4.4 cm 1 ano
4.5-5.4 cm 6/6m
≥ 5.5 cm Cirurgia eletiva
g. Tratamento
▪ CLÍNICO
Seguimento com USG
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 11
▪ CIRÚRGICO
Indicações:
Diâmetro transverso ≥ 5.5 cm
Sacular
Aumento > 0.5cm/6m ou 1cm/1ano
Sintomático
Complicações – infecção, embolização
Endoleak:
Principal causa de falha no reparo endovascular
Vazamento de sangue entre a prótese e a parede do aneurisma
DISSECÇÃO DE AORTA
Rasgo na íntima, formando um falso lúmen da média
a. Fatores de risco
HAS – principal!
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 12
Aterosclerose
Cocaína e crack
Atividade física extenuante
Síndrome de Marfan, Ehlers-Danlos
Valva aórtica bicúspide, coartação de aorta, sd de Turner
Gestação
b. Classificação
A) Ascendente
Stanford
B) Não pega ascendente
I) Ascendente + Descendente
DeBakey II) Ascendente
III) Descendente (a. só torácica, b. torácica + abdominal)
A = I, II / B = III
c. Clínica
A: dor torácica, náuseas, sudorese
B: dor em região toracodorsal
d. Diagnóstico
Estável: angioTC
Instável: eco transtorácico
e. Tratamento
UTI + analgesia por opioide
BB +/- Nitroprussiato de sódio – manter FC < 60, PAS < 120
Cirurgia imediata
A (I, II)
*Risco de tamponamento cardíaco, ruptura de aorta
Clínico – se estável
Cirurgia se:
Dor persistente
B (III) Dilatação aneurismática da aorta
Isquemia de órgãos
Propagação distal
Dissecção retrógrada até aorta ascendente
a. Fatores de risco
Aterosclerose – tabagismo, dislipidemia, HAS, DM, hiper-homocisteinemia, negros
b. Clínica
Claudicação intermitente – dor na panturrilha após alguns minutos de caminhada que alivia após 2-5min em
repouso
Isquemia crítica – dor em repouso
Úlcera isquêmica
Pele seca, brilhante e sem pelos
Pulsos diminuídos em MMII
*Pulsos podem ser NORMAIS!
c. Diagnóstico
ITB (PAS tornozelo / PAS braço)
USG Doppler
Angio TC
Angiografia – padrão-ouro, pré-operatório
ITB
1.1: normal
0.5-0.9: claudicação
< 0.4: isquemia crítica
d. Tratamento
▪ CLÍNICO
Suspender tabagismo O controle da PA pode piorar sintomas!
Controle do DM / HAS / dislipidemia (LDL < 100)
AAS – diminui eventos CV
Exercício físico supervisionado
Cilostazol (inibidor da fosfodiesterase) – antiagregante + vasodilatador
▪ INTERVENÇÃO
Indicações:
Refratário ao tratamento clínico
Isquemia crítica (dor em repouso)
Úlcera que não cicatriza
EMBOLIA TROMBOSE
Sem claudicação prévia
Fonte: coração (FA) Claudicação prévia
Bifurcação femoral > bifurcação das ilíacas > Evolução da DAP (aterosclerose)
aorta Quadro clínico brando – colaterais
Quadro clínico catastrófico e exuberante
b. Clínica – 6Ps
Pain
Palidez
Parestesia
Pulsos diminuídos – PODE ter pulso normal!!!
Paralisia
Poiquilotermia – diferença de temperatura
c. Tratamento
Proteção térmica (algodão ortopédico)
Heparinização
Rutheford
I – Viável, sem ameaça
Arteriografia + trombolítico Trombose
IIA – Ameaça reversível com tratamento
IIB – Ameaça reversível com tratamento IMEDIATO Embolectomia (Fogarty)
Embolia
III – Irreversível (rigidez, anestesia, paralisia!) Amputação
▪ INTERVENÇÃO
C1 Escleroterapia / Laser
C2 Cirurgia
C3, C4 Meias elásticas / Cirurgia
C5 Cirurgia na insuficiência superficial / Meias elásticas (> 40mmHg)
C6 Curativo / Avaliar cirurgia
Úlceras
ARTERIAL VENOSA
Sem edema Edema
Pulso ausente Pulso presente
Seca Úmida
Melhora com membro pendente Melhora com membro em elevação
Região distal (dedos) Quente
Claudicação intermitente Acima do maléolo medial
CIRURGIA PEDIÁTRICA
CERVICAL
Causa: persistência do forame cego
CISTO TIREOGLOSSO Massa indolor, móvel à deglutição e protrusão da língua, na linha média
Tratamento: cirurgia de Sistrunk
Cisto na borda anterior do ECM, no ângulo da mandíbula
CISTO BRANQUIAL
Tratamento: excisão
PAREDE ABDOMINAL
Umbilical, alças recobertas por membrana
ONFALOCELE
Associado a outras malformações Parto cesárea
Paraumbilical (mais comum à direita), SNG + hidratação + ATB +
GASTROSQUISE alças expostas proteger conteúdo + cirurgia
Relação com atresia intestinal
DIGESTÓRIO
Sialorreia, engasgo, distensão (se fístula), SNG que não passa
HP de polidrâmnio
Associada a outras malformações (VACTREL)
Tratamento: gastrostomia de urgência > anastomose ou esofagocoloplastia
ATRESIA DE
ESÔFAGO A) Só atresia
B) Atresia com fístula proximal
C) Atresia com fístula distal – mais comum
D) Atresia com fístula proximal e distal
E) Só fístula (em H)
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 16
RESPIRATÓRIO
Morgnani: central (forame de Larry), rara, mais grave
Bochdalek: esquerda (póstero-lateral), mais comum
HÉRNIAS
Dispneia, diminuição do MV, RHA na ausculta torácica, abdome escavado
DIAFRAGMÁTICAS
Não faz VPP! Vai direto para IOT!
Tratamento: laparotomia oblíqua subcostal
VIAS BILIARES
Vias biliares vão sendo progressivamente substituídas por fibrose
ATRSIA DE VIAS Icterícia na 2ª/3ª semana às custas de BD + acolia fecal + colúria
BILIARES Diagnóstico: USG + biópsia
Tratamento: cirurgia de Kasai (até 8ª semana)
GENITOURINÁRIO
Palpável: retrátil x ectópico x inguinal
Não palpável: intra-abdominal x ausente > videolaparoscopia!
CRIPTORQUIDIA Tratamento:
Palpável: HCG IM ou GnRH nasal
Não palpável: orquidopexia (6-12m)
Twist + isquemia
Dor abrupta + Doppler sem fluxo
TORÇÃO
Phren negativo + Angel positivo
TESTICULAR
Reflexo cremastérico ausente
Tratamento: orquidopexia bilateral (< 6h)
Infecção
Dor progressiva + Doppler normal
ORQUITE Phren positivo
Reflexo cremastérico presente
Tratamento: cultura + biópsia
Escroto agudo mais comum
TORÇÃO DO
Dor insidiosa com piora progressiva + nódulo firme superior ao testículo + ponto
APÊNDICE
subcutâneo azulado (patognomônico!)
TESTICULAR
Tratamento: conservador – é autolimitado
Prepúcio sem retração manual
Tem que melhorar até 3 anos!
FIMOSE
Complicação: parafimose > redução manual imediata!!
Tratamento:
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 17
HEMORRAGIA DIGESTIVA
a. Conduta
1) ESTABILIZAÇÃO CLÍNICA
Cristaloide
Hemácias – se perda > 30% (> 1500ml), Hb < 7
Plasma – se RNI > 1.5
Plaquetas – se < 50.000
*Nas primeiras 24-48h NÃO pode confiar no hematócrito, porque perde hemácia e plasma na mesma proporção,
então não se altera
ÚLCERA PÉPTICA
Complicações:
Perfuração
Obstrução
Sangramento (mais comum e mais grave!)
Conduta:
1) TERAPIA CLÍNICA
Suspender AINE
Iniciar IBP
Tratar H. pylori
IBP IV
I / IIA / IIB
Endoscopia (2 métodos!): epinefrina + eletrocoagulação
IIC / III IBP VO
Técnicas:
Úlcera duodenal – aa. gastroduodenal Pilorotomia + Ulcerorrafia + Vagotomia troncular + Piloroplastia
Úlcera gástrica Gastrectomia + B1/B2/Y de Roux
VARIZES ESOFÁGICAS
Risco: pressão portal > 12mmHg
1) TERAPIA CLÍNICA
Terlipressina / Octreotide / Somatostatina IV – antes da EDA!
2) TERAPIA ENDOSCÓPICA
Ligadura ou escleroterapia
*Se refratário: balão / TIPS / cirurgia
3) PROFILAXIA
Primária: BB ou ligadura
Secundária: BB + ligadura
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 19
LACERAÇÃO DE MALLORY-WEISS
Vômitos vigorosos (etilista, gestante..)
Diagnóstico: EDA – laceração na junção esofagogástrica (pequena curvatura)
Tratamento: suporte (90% autolimitados)
NÃO CONFUNDIR!
SÍNDROME DE BOERHAAVE
Ruptura do esôfago devido a vômitos vigorosos
Tríade de Mackle: dor torácica + enfisema cervicomediastinal + vômitos
OUTROS
Sangue na via biliar
História: trauma hepático, cirurgia hepatobiliar, CA hepático – fístula entre o
HEMOBILIA vaso e o ducto biliar
Clínica: hemorragia + dor em HD + icterícia (tríade de Sandblom/Quincke)
Diagnóstico e tratamento: arteriografia
Dilatação de veias na mucosa gástrica – “estômago em melancia”
História: mulher, cirrose, colagenose (esclerodermia)
ECTASIA VASCULAR
Clínica: anemia ferropriva, sangramento pequeno e crônico
Diagnóstico e tratamento: EDA com coagulação + ferro + transfusão
Dilatação de uma artéria na submucosa – pequena curvatura do estômago
DIEULAFOY História/clínica: homem com sangramento maciço, indolor e recorrente
Diagnóstico e tratamento: EDA com coagulação
Múltiplas erosões na mucosa gástrica por isquemia
História: paciente internado – principalmente com coagulopatia e
GASTRITE (LAMG)
necessidade de VM por > 48h
Tratamento: IBP – pode aumentar risco de PNM nosocomial
Erosão de um pseudocisto na artéria esplênica
HEMOSSUCUS
Clínica: HDA + dor abdominal + HP de pancreatite
PANCREÁTICO
Tratamento: arteriografia
SÍNDROME DE RENDU- Telangiectasia hemorrágica hereditária
OSLER-WEBER Epistaxes de repetição + telangiectasias mucocutâneas + HF positiva
DOENÇA DIVERTICULAR
Pseudodivertículo – não tem camada muscular
FR: idoso, constipado crônico, dieta pobre em fibras
Maioria é assintomática
Local mais comum: cólon esquerdo
Complicações:
Diverticulite – mais comum em cólon esquerdo
Sangramento – mais comum em cólon direito
*Ou inflama ou sangra!
1) COLONOSCOPIA
Embolização
2) CIRURGIA
DIVERTÍCULO DE MECKEL
Jovens – principal causa de HDB em < 30 anos
Divertículo congênito verdadeiro – origem no ducto onfalomesentérico
Localização: íleo – 40-60cm da válvula ileocecal
Sangramento: mais comum em crianças / Diverticulite e obstrução: mais
comum em adultos
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 21
DISPLASIA VASCULAR
Má formação vascular intestinal > ectasia venosa na submucosa
Pode ocorrer em todo o TGI
Local mais comum: ceco
Sangramento é mais comum no cólon direito
Principal causa de HDB do intestino delgado
Principal causa de sangramento obscuro – diagnóstico por cápsula
endoscópica (nem a EDA nem a colonoscopia chegam no íleo)
Associação com estenose aórtica (síndrome de Heyder), doença renal e
doença de Von Willebrand
Tratamento: colonoscopia / inibidor VEGF / embolização por angiografia /
cirurgia
Sangramento obscuro: repetir EDA + colonoscopia > foco não encontrado > investigar intestino delgado (angiografia,
cápsula endoscópica, cintilografia, angioTC)
COMO DIFERENCIAR?
INDIRETA DIRETA
Vasos epigástricos inferiores Lateral Medial
Toque no canal inguinal Ponta do dedo Polpa do dedo
Manobra de Landivar –
Não aparece Aparece
oclusão do anel inguinal externo
*Se dúvida: USG > RM
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 24
HÉRNIA FEMORAL/CRURAL
Se anuncia abaixo do ligamento inguinal
Mais comum em mulheres Limites do canal femoral:
Mais comum à direita – à esquerda tem o sigmoide Trato iliopúbico (Thomson)
Entre todas, tem maior risco de encarceramento! Ligamento de Cooper
Veia femoral
CLASSIFICAÇÃO DE NYHUS – baseado no que é mais comum
I Indireta com anel inguinal interno normal
II Indireta com anel inguinal interno dilatado
Defeito na parede postRESrior
a) Direta
III
b) Indireta
c) Femoral/Crural
Recidivante
a) Direta
IV b) Indireta
c) Femoral/Crural
d) Mista
Formas de acesso:
TEP – Totalmente extraperitoneal
TAPP – Transabdominal pré-peritoneal
Anatomia laparoscópica:
Vasos epigástricos inferiores
Vasos deferentes – medial
Y INVERTIDO
Vasos espermáticos – lateral
Trato iliopúbico (ligamento inguinal)
Hérnias diretas: medial aos vasos epigástricos inferiores
TRIÂNGULOS Hérnias indiretas: lateral aos vasos epigástricos inferiores
Hérnias femorais: abaixo do trato iliopúbico (ligamento inguinal)
NUNCA FIXAR A TELA ABAIXO DO TRATO ILIOPÚBICO OU LATERAL AOS VASOS DEFERENTES –
onde estão o triângulo da Doom e da dor
COMPLICAÇÕES
▪ DOR CRÔNICA
Complicação mais comum nos reparos abertos com uso de tela
▪ ORQUITE ISQUÊMICA
Trombose do plexo pampiniforme
Dor + edema testicular
Evolui com atrofia testicular
Tratamento: conservador (analgesia)
▪ RECIDIVA
Mais comum na direta
Principal causa: erro técnico
NÃO tem diferença entre o reparo aberto e o laparoscópico!
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 26
HÉRNIA UMBILICAL
NA CRIANÇA – defeito congênito NO ADULTO – defeito adquirido
Tratamento
Conservador – resolução espontânea até 4-6 Tratamento
anos Conservador
HÉRNIAS LOMBARES
Características:
Maioria adquirida e unilateral
Idosos
Encarceramento é raro
HÉRNIA DE SPIEGEL
Características:
Se anuncia entre a borda lateral do músculo reto abdominal e a linha de Spiegel/semilunar (junção da
musculatura mais lateral do abdome)
Sobre ou abaixo da linha arqueada de Douglas (ao nível da cicatriz umbilical)
Diagnóstico: exame de imagem
OUTRAS
Pinçamento da borda antimesentérica
RICHTER Faz isquemia sem obstrução
Mais comum na hérnia femoral
LITTRÉ Divertículo de Meckel
AMYAND Apêndice na hérnia inguinal
GARANGEOT Apêndice na hérnia femoral
Do apêndice xifoide até a cicatriz umbilical
EPIGÁSTRICAS
Dor desproporcional ao tamanho – orifício é muito pequeno
POR DESLIZAMENTO Víscera – cólon > bexiga
Mulheres idosas
OBTURATÓRIA
Dor na face medial da coxa (sinal de Howship-Romberg)
PANTALONA Indireta + direta
FR: infecção da ferida cirúrgica, obesidade
INCISIONAL
Colágeno 3 > 1
HIPERTENSÃO PORTA
a. Anatomia
▪ SISTEMA PORTA HEPÁTICO
Veia mesentérica superior + veia esplênica > veia porta > capilares dentro do fígado > veia hepática > átrio direito
Também drenam para o sistema porta: Sistema porta: veia que se forma entre 2
Veia gástrica esquerda (esôfago, fundo gástrico) > veia porta redes de capilares
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 27
Hipertensão porta = obstrução dos sinusoides hepáticos (fibrose + nódulos de regeneração) + hiperfluxo no sistema
porta (vasodilatação esplâncnica)
b. Clínica
Hipertensão porta > congestão venosa > inversão do
Esplenomegalia fluxo / recanalização de vasos preexistentes > varizes
Varizes – esofágica, fundo gástrico, anorretal, abdominal
Cabeça de medusa – recanalização da veia umbilical
Encefalopatia (amônia “by-passa” o fígado e não é convertida em ureia)
Ascite – se aumento de pressão no sinusoide!
c. Diagnóstico
USG Doppler: veia porta > 12mm, veia esplênica > 9mm, fluxo hepatofugal
Elastografia: > 15-21 kPa
Gradiente pressórico entre veia porta e VCI: > 5 mmHg
d. Classificação
HIPERTENSÃO PORTA – pressão > 5mmHg
VARIZES DE ESÔFAGO
Pressão > 5 Hipertensão porta
Pressão ≥ 10 mmHg Varizes
Pressão ≥ 12 Risco de ruptura de varizes
NUNCA SANGROU – rastrear varizes de esôfago com EDA em pacientes com clínica/risco de HP (ex: cirrose)
Profilaxia primária se:
- Child B ou C
- Cherry red spots (pontos vermelhos)
- Calibre médio (≥ 5mm) ou grande (> 20mm)
ESTÁ SANGRANDO
Estabilização hemodinâmica
Reposição volêmica com cristaloide
Medicamentos
Somatostatina / octreotide / terlipressina – vasoconstrição esplâncnica
Omeprazol 80mg IV
Ceftriaxona 1g 24/24h > após melhora > Norfloxacino (total = 7 dias) – prevenção de PBE
JÁ SANGROU
Profilaxia secundária:
BB + ligadura elástica por EDA
*Se refratário: TIPS / transplante / cirurgia com shunt seletivo – esplenorrenal distal (Warren) ou desconexão ázigo-
portal com esplenectomia (1ª escolha na esquistossomose)
ASCITE
a. Diagnóstico
USG – detecta > 100ml
Exame físico: piparote, macicez móvel, semicírculos de Skoda, toque retal rechaçado
▪ PARACENTESE DIAGNÓSTICA
GASA = albumina soro – albumina ascite
Transudato – PTN > 2,5 IC, Budd Chiari
GASA ≥ 1,1
hipertensão porta PTN < 2,5 Cirrose
Exsudato – PTN > 2,5 Neoplasia, TB, pâncreas
GASA < 1,1
doença do peritônio PTN < 2,5 Síndrome nefrótica
c. Complicações
PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA (PBE)
Translocação bacteriana > infecção (bactéria no líquido ascítico) > inflamação > vasodilatação dos vasos do peritônio
Profilaxia
Síndrome
Após PBE (todos!): Albumina 1.5g/kg no 1º dia e 1g/kg no 3º dia
hepatorrenal
Diagnóstico diferencial
Ascite neutrofílica PNM > 250 + cultura negativa Tto = PBE
Tto: sintomático > ATB /
Bacterascite PNM < 250 + cultura positiva
assintomático > nova paracentese
Peritonite bacteriana Peritonite franca
Tto: cefalosporina de 3ª geração + metronidazol
secundária – PMN > 250 + 2: PTN > 1g / glicose < 50
+ TC + avaliar cirurgia
polimicrobiana / LDH aumentado
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
Amônia produzida pelas bactérias colônicas ao entrarem em contato com bolo alimentar > amônia no sangue >
sangue “bypassa” o fígado e não é detoxificado > amônia atravessa barreira hematoencefálica > ativação do sistema
GABA (depressão do SNC)
Classificação
A Associada à falência hepática aguda
B Associada à by-pass portossistêmico
C Associada à cirrose + hipertensão porta
SÍNDROME HEPATORRENAL
Produção exagerada de NO > vasodilatação esplâncnica > vasoconstrição renal exagerada (tentativa de
compensação) > IRA
Clínica: IRA “pré-renal” que não melhora com volume + urina concentrada e com sódio baixo
Diagnóstico: de exclusão! – tem que excluir outras causas de IRA (suspender diurético por pelo menos 2 dias
+ ausência de resposta com albumina)
Tratamento: albumina + terlipressina / transplante hepático
Classificação
Rápida progressão – sobrevida: < 2 semanas
Tipo 1 Precipitada por PBE
Cr > 2.5
Insidiosa – melhor prognóstico
Tipo 2 Espontânea
Cr 1.5-2
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 31
SÍNDROME HEPATOPULMONAR
Produção exagerada de NO > vasodilatação esplâncnica + vasodilatação pulmonar > dilatação dos capilares deixa as
hemácias longe da área de troca gasosa > sangue não oxigenado “bypassa” alvéolos
a. Clínica
“Estigmas hepáticos”:
Eritema palmar
Telangiectasia (aranhas vasculares)
Ginecomastia Hiperestrogenismo + Hipoandrogenismo =
Rarefação de pelos fenótipo feminino
Baqueteamento digital
Contratura de Dupuytren – álcool!
Tumefação de parótidas – álcool!
a. Estadiamento
CHILD-PUGH – Beata
1 2 3
Bilirrubina <2 2-3 >3
Encefalopatia - I, II III, IV
Albumina > 3,5 3-3,5 <3
TAP (RNI) < 1,7 / < 4s 1,7-2,3 / 4-6s > 2,3 / > 6s
Ascite - Leve (USG) Moderada (EF)
A: 5, 6
B: 7, 8, 9
C: > 10
b. Causas – VIDA
Vírus: B e C
Infiltração gordurosa: alcóolica, não alcóolica
Depósito: hemocromatose, doença de Wilson
Autoimune
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 32
HEPATITE B CRÔNICA
a. Conceito
HBsAg positivo > 6m 1) Imunotolerância: HBeAg + TGO/TGP normais
Cronificação: adultos (5%), crianças (30%), RN (90%) 2) Imunoeliminação: HBeAg + TGO/TGP aumentadas
3) Soroconversão: HBeAg – com anti-HBe e HBsAg +
b. Tratamento
Indicações:
Replicação viral (HBeAg ou HBV-DNA > 2.000) + > 30 anos ou lesão hepatocelular (ALT/TGP > 2x)
Exame complementar (biópsia ≥ A2F2, elastografia)
Coinfecção (HCV, HIV)
Imunossupressão (drogas, QT) RECIFE
Família (HF de hepatocarcinoma)
Extra-hepáticas (PAN, GN membranosa, doença de Gianotti-Crosti)
Medicamentos:
HBeAg positivo Interferon (alfapeg-IFN) via SC por 48 semanas
HBeAg negativo / sem
Tenofovir VO por tempo indefinido
resposta ao IFN / HIV
Nefropata / Hepatopata
Entecavir VO por tempo indefinido
grave / QT
HEPATITE C CRÔNICA
a. Conceito
HCV-RNA positivo > 6m
Cronificação: 80-90%
Sempre solicitar genotipagem – tipo 1 é o mais comum e o que menos responde ao tratamento!
*Muito mutagênico
b. Tratamento – todos!
Sofosbuvir + Velpatasvir por 12 semanas
Pangenotípico
*Se Child B/C: por 24 semanas ou + Ribavirina
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 33
c. Controle de cura
F3-F4 ou grupo de risco: HCV-RNA anual + USG 6/6m
Hepatite B Hepatite C
RN > criança > adulto 80-90%
PAN, GN membranosa, doença de Gianotti-Crosti Crioglobulinemia, GN mesângiocapilar, líquen, porfiria
Alguns: IFN, TDF ou Entecavir Todos: Sofosbuvir + Velpatasvir (SV)
DOENÇA DE WILSON
a. Fisiopatologia
Mutação genética (autossômico recessivo) que se expressa no fígado (ATP7B) > redução da excreção de cobre pelo
fígado + redução da produção de ceruloplasmina > acúmulo de cobre nos tecidos
c. Diagnóstico
Dosagem de ceruloplasmina diminuída < 20 – triagem!
Dosagem de cobre urinário > 100
Teste genético
Biópsia hepática – se dúvida
d. Tratamento
Quelantes: zinco, trientina, D-penicilamina
Transplante hepático – Nazer > 9
HEMOCROMATOSE
a. Fisiopatologia
Mutação no gene HFE > aumento da absorção intestinal de ferro > acúmulo e deposição de ferro nos tecidos
c. Diagnóstico
Saturação de transferrina > 50-60%
Ferritina > 200
Teste genético: mutação C282Y e H63D + rastrear parentes de 1º grau
RM: hipossinal em T2
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 34
d. Tratamento
Flebotomias (sangria)
Transplante hepático – não cura!
RASTRAMENTO DO CA HEPATOCELULAR
Indicações: cirrose, HB ou HC crônicas Deficiência de alfa1-antitripsina:
USG + dosagem de alfafetoproteína 6/6m cirrose + enfisema pulmonar +
paniculite necrosante/psoríase
- Nódulo < 10mm: repetir USG em 3m
- Nódulo > 10mm: TC ou RM > padrão típico (wash out) > diagnóstico (não precisa de biópsia)
OBSTRUÇÃO INTESTINAL
Dor abdominal + parada da eliminação de gases e fezes + distensão abdominal
a. Classificação
Mecanismo
Mecânica Funcional
Comprometimento da função
Agente físico – brida, tumor
motora
Altura
Alta – até o jejuno Baixa – íleo e cólon
Vômitos precoces Vômitos tardios, fecaloide
Grau
Total Suboclusão
Não passa nada Diarreia paradoxal
Gravidade
Simples Complicada
Isquemia de alça –
estrangulamento
-
(febre, taquicardia, alteração
do nível de consciência)
*Não dá pra diferenciar pela clínica!
b. Clínica
Parada de eliminação de gases e fezes
Dor em cólica
Distensão abdominal
Vômitos – precoce (alta), tardio/fecaloide (baixa)
Diarreia paradoxal – se suboclusão
Peristalse aumentada (de luta) – timbre metálico/borborigmos, ondas de Kussmaul
c. Diagnóstico
Laboratório
Alcalose metabólica hipoclorêmica – vômitos
Hipocalemia – SRAA
Acidose metabólica – se isquemia de alça (estrangulamento)
Delgado Cólon
Distensão central (até 5cm)
Distensão periférica (grosseira)
Pregas coniventes – empilhamento de moedas
Haustrações – formato em moldura
Níveis hidroaéreos em degrau – em pé
*Se RX inconclusivo: TC
Delgado Cólon
d. Tratamento
Suporte: dieta zero, hidratação venosa, SNG, correção de distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básico
MECÂNICA
DELGADO – local mais comum de obstrução
▪ BRIDA/ADERÊNCIA – mais comum
Obstrução + cirurgia abdominal prévia (independente do tempo)!!!! – principalmente andar inferior
Tratamento
Não complicada Suporte (48h) + gastrografin
Complicada / Refratário Lise das aderências (aberta ou vídeo)
*Gastrografin: contraste hiperosmolar – ajuda na resolução do edema e na monitorização
▪ ÍLEO BILIAR
Obstrução intestinal por um cálculo biliar
Colecistite + fístula entre a vesícula e o duodeno > impactação no íleo distal > obstrução do int. delgado
Local mais comum: íleo distal
Diagnóstico
RX/TC: pneumobilia + cálculo ectópico + distensão do delgado – tríade de Rigler
CÓLON
▪ CA COLORRETAL – mais comum
Principal: tumor carcinoide
▪ VOLVO
Pode ocorrer em qualquer segmento do TGI!
Sigmoide > ceco > gástrico
Torção sobre o próprio eixo > obstrução em alça fechada (2 pontos simultâneos) > evolução rápida para
isquemia
Obstrução em alça fechada mais comum:
Diagnóstico obstrução colônica + válvula íleo-cecal
RX: “grão de café”, “U invertido” competente
Enema baritado: afilamento (“bico de pássaro”)
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 37
Tratamento
Não complicada Descompressão endoscópica + sigmoidectomia eletiva
Complicada / Refratário Cirurgia de urgência (Hartmann)
Alto risco de recorrência!
*Volvo de ceco: cirurgia (colectomia direita com anastomose 1ª)
INFÂNCIA
▪ INTUSSUSCEPÇÃO – mais comum
Invaginação de uma alça dentro da outra
Criança: idiopática / Adulto: pólipo, divertículo, tumor
Local mais comum: junção ileocecal
Tratamento
Redução com enema – bário, hidrossolúvel ou ar
Refratário / Adulto: cirurgia
▪ BENZOAR
Alimento não digerido – cabelo, linho..
EDA – diagnóstico e terapêutico
▪ ÁSCARIS
▪ HÉRNIA
FUNCIONAL
ÍLEO PARALÍTICO
Todo o intestino
Causas
Pós operatório – é fisiológico (delgado: 24h / estômago: 48h / cólon: 72h)
Drogas – opioide, DHE, inflamação
Clínica
Parada da eliminação de gases e fezes
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 38
Dor abdominal
Distensão abdominal
Peristalse diminuída
Tratamento
Excluir causas mecânicas + suporte
Causas
Paciente grave (CTI, sepse)
Clínica
Parada da eliminação de gases e fezes
Dor abdominal
Distensão do cólon
Peristalse presente
Tratamento
Excluir causas mecânicas + suporte
Sem resposta (48-72h) / Ceco > 12cm: Neostigmina (parassimpático mimético)
Sem resposta: descompressão colonoscópica
Sem resposta: cecostomia percutânea ou cirúrgica Neostigmina
Cuidado com bradicardia: atropina!
ONCOLOGIA
PULMÃO
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO
Lesão assintomática no RX com até 3cm (6cm) – > 3cm: massa!
Conduta:
biópsia / ressecção
*Forma mais comum de apresentação do CA!
CARCINOMA BRONCOGÊNICO
Origem no epitélio respiratório – brônquios, bronquíolos e alvéolos
*CA que mais mata!
a. Classificação
NÃO PEQUENAS CÉLULAS –
PEQUENAS CÉLULAS (OAT CELL)
mais comum
Adenocarcinoma
Mais comum
Incidência vem aumentando
Paciente atípico: mulher jovem não tabagista
Acometimento periférico – derrame pleural
Grandes células
Mais raro
Acometimento periférico
b. Clínica
Tosse – mais comum
Hemoptise – central
Dispneia
Dor torácica
SÍNDROMES COMPRESSIVAS
Dor torácica – destruição do gradil costal
Síndrome de Pancoast Compressão do plexo braquial – parestesia em
(sulco superior) – Epidermoide região ulnar
epidermoide Síndrome de Horner – ptose, miose, anidrose,
enoftalmia
Edema de face
Síndrome da VCS – Pletora
Oat cell
oat cell Turgência jugular
Varizes no tórax e MMSS
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS
Hipercalcemia – PTH-like Epidermide QT curto
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 40
d. Diagnóstico
Biópsia
Periférico: biópsia percutânea (core biópsia) / toracotomia / videotoracoscopia (VATS)
Central: broncoscopia / USG endoscópica / escarro
e. Estadiamento
NÃO PEQUENAS CÉLULAS – TNM
Nódulo (≤ 3cm)
a) ≤ 1cm
T1
b) ≤ 2cm
c) ≤ 3cm
3-5cm ou brônquio fonte
T2 a) 3-4cm
b) 4-5cm
5-7cm
Pleura / Pericárdio parietal
T3
Parede torácica / N. frênico
Nódulo satélite no mesmo lobo
> 7cm
T4 Coração / Traqueia / Esôfago – irressecável
Nódulo satélite ipsilateral em lobo diferente – ressecável
N1 Hilares
N2 Mediastinais ipsilaterais
N3 Contralaterais / Supraclaviculares – irressecável
*Mediastinoscopia ou US endobrônquico + biópsia
f. Tratamento
▪ NÃO PEQUENAS CÉLULAS Irressecável:
T4 – exceto nódulo ipsilateral
1A (NPS): ressecção
N3
1B ou 2: ressecção + QT
M1
3A: ressecção + QT / QT + RT
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 41
3B: QT + RT
4: QT paliativa Pneumectomia: VEF1 > 80% (> 2L)
*Até 3A pode fazer cirurgia! Lobectomia: VEF1 >1.5L
Tabagismo: TCC + adesivos de nicotina + Bupropiona (se depressão) / Varenicilina iniciar 1 semana antes
TIREOIDE
NÓDULO DE TIREOIDE – CA não altera função da tireoide!
AVALIAR TSH
SUSPEITO:
< 30 anos / > 60 anos
Irradiação
HF
Rouquidão
Crescimento
USG: Chamas IV e V – vascularização central!
Sólido
Hipoecoico, irregular
Microcalcificações
*Linfonodo suspeito: hipoecoico, arredondado, > 0.5cm
CA DE TIREOIDE
▪ BEM DIFERENCIADO – mais comum, bom prognóstico, mulher jovem
PAPILÍFERO FOLICULAR
Mais comum 2º mais comum
Características
Mulher 20-40 anos Mulher 40-60 anos
Excelente prognóstico Bom prognóstico
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 42
Biópsia
Diagnóstico PAAF
*PAAF não diferencia CA de adenoma folicular!
CÉLULAS DE HURTHLE
Variante mais agressiva e menos diferenciada do folicular
Grande tamanho
Citoplasma eosinofílico e granular: oncócitos
Tratamento: tireoidectomia total + linfadenectomia
Corpos psamomatosos – parece uma papila
PRÓSTATA
CA DE PRÓSTATA
a. Epidemiologia
Tumor maligno mais comum no Brasil Metástase:
Adenocarcinoma (95%) osso – blástica (branca!)
Geralmente multifocal, localizado na zona periférica
Letalidade baixa
b. Fatores de risco
Idade avançada
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 43
HF
Negro
Dieta gordurosa, carnes vermelhas e defumadas
*Tabagismo e HPB NÃO são FR!
c. Clínica
Assintomático – crescimento periférico
Irritativos: urgência urinária
Obstrutivos: jato fraco
Dor – metástase óssea
d. Diagnóstico
Biópsia transretal (6 quadrantes, 12 fragmentos)
Indicações de biópsia:
Toque retal alterado
PSA > 4 (> 2.5 se < 60 anos)
PSA entre 2.5 e 4: refinamento
Velocidade > 0.75/ano
Densidade > 15 – afastar HBP
Fração livre < 25%
f. Estadiamento – RM
T1 Não palpável
T2 Palpável
T3 Extensão extracapsular
T4 Extensão para estruturas adjacentes
*Estadiar N + M se: PSA > 10, Gleason > 8, > T3 ou sintoma compatível com metástase
g. Tratamento
Prostatectomia radical
Localizada (≤ T2) RT
Vigilância – se PSA < 10 + Gleason ≤ 6
Privação androgênica – castração
Metastática Cirúrgica: orquiectomia bilateral
Química: análogos do GnRH (Leuprolide, Goserelina)
*Principal causa de incontinência urinária em homens: pós prostatectomia
h. Acompanhamento
PSA após 4-6 semanas: cirurgia < 0.2 (indetectável) / RT < 1
i. Diagnóstico diferencial
HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB)
Envelhecimento > queda da testosterona > aumenta receptores androgênicos na próstata > próstata responde
desproporcionalmente a qualquer estímulo > aumento de tamanho na zona de transição
Obstrução uretral
Estática – mecânica Crescimento prostático exagerado – DHT
Contração das fibras musculares do tecido prostático – receptores
Dinâmica – funcional
alfa1-adrenérgicos
Resposta do m. detrusor
Hipertrofia Diminuição da complacência e capacidade vesical
Denervação
Instabilidade vesical – contrações involuntárias
parassimpática
Fatores de risco
Idade avançada
Testículos funcionantes
Obesidade / síndrome metabólica
Fatores genéticos
Clínica
Obstrutivos – Irritativos –
LUTS de esvaziamento LUTS de enchimento
Jato fraco e intermitente
Esforço miccional
Urgência miccional
Esvaziamento incompleto – retenção
Polaciúria
urinária crônica > incontinência por
Incontinência urinária
transbordamento
Noctúria
Hesitância
Gotejamento
*Os sintomas NÃO são proporcionais ao tamanho da próstata!
Diagnóstico
História clínica (IPSS)
Toque retal Normal: 30g – 3 polpas digitais
EAS + Ureia / creatinina
PSA (< 10)
USG transretal – estima peso
Complicações
Retenção urinária aguda
ITU e prostatite SÍNDROME DE ABSORÇÃO HÍDRICA (PÓS-RTU)
Litíase vesical Hiponatremia dilucional
IRA / DRC Prevenção: usar eletrocautério bipolar ou laser /
Hematúria reduzir tempo operatório < 90min
Falência do detrusor
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 45
BEXIGA
CA DE BEXIGA
a. Epidemiologia
Tumor urotelial / células transicionais (95%)
Hematúria + > 40 anos =
b. Fatores de risco INVESTIGAR CA DE BEXIGA!
Tabagismo
Homem
> 40 anos
Exposição a hidrocarbonetos – pintor, frentista, sapateiro
c. Clínica
Hematúria macroscópica indolor
d. Diagnóstico
Citologia – se negativo, NÃO exclui!
Cistoscopia com biópsia (RTU com retirada do músculo adjacente!)
e. Tratamento
RTU-B + seguimento 3/3m
Não invade músculo (T1N0M0)
Recorrente / Multifocal (> 40%) / T1 > 3cm: + BCG intravesical
Invade músculo (≥ T2) QT neo > cistectomia + linfadenectomia > QT adjuvante
QT +/- ressecção da doença residual
Metástase
Tentar remissão completa!
ESÔFAGO
CA DE ESÔFAGO
a. Fatores de risco
Escamoso – externos Adenocarcinoma – internos
Tabagismo
Etilismo
Acalásia DRGE (esôfago de Barret)
Estenose cáustica Obesidade
Tilose palmoplantar
HPV Distal
Médio-proximal
*Mais comum
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 46
c. Diagnóstico
Esofagografia: sinal da “maçã mordida”, sinal do “degrau”
EDA + biópsia
Classificação de Siewert
I 1-5cm acima da JEG, esôfago distal
= CA de esôfago
II 1cm proximal até 2cm distal da JEG
III 2-5cm abaixo da JEG, estômago = CA de estômago
Broncoscopia: avalia invasão da
d. Estadiamento árvore traqueobrônquica (T4b)
T: US endoscópico +/- broncoscopia TC de tórax / PAAF: avalia
linfonodomegalia (TB? Mx?)
N: US endoscópico com PAAF + TC de tórax
M: TC tórax e abdome
a) Mucosa
T1 – precoce
b) Submucosa
T2 Muscular
T3 Adventícia
T4a Estruturas ressecáveis
T4b Estruturas irressecáveis
Não tem serosa!!!! – facilita metástase
e. Tratamento
Inicial – T1a Mucosectomia por EDA
Padrão – Resto QT/RT neo (≥ T2, N+) > Esofagectomia + linfadenectomia
Avançado – T4b / M1 Paliativo – dilatação esofágica / RT
ESTÔMAGO
CA DE ESTÔMAGO
Adenocarcinoma (95%)
*Proximal!
b. Clínica
Dispepsia com sinais de alarme
*Sd paraneoplásicas: acantose nigricans, tromboflebite migratória (Trousseau), ceratose
seborreica (Leser-Trelat)
c. Diagnóstico
Exame físico
EDA + biópsia
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 47
d. Classificações
BORRMAN – macro
I Polipoide / Não ulcerado
II Úlcera com bordas definidas
III Úlcera com infiltração
IV Infiltração / Linite plástica
LAUREN – micro
INTESTINAL – mais comum DIFUSO
Homem Mulher
Idoso Jovem
Esporádico Hereditário
FR: gastrite atrófica (H. pylori) FR: sangue A
Bem diferenciado Indiferenciado
Estruturas glandulares Células em anel de sinete
Melhor prognóstico Pior prognóstico
Distal Proximal
Disseminação hematogênica Disseminação por contiguidade e linfática
*Gene e-caderina
e. Estadiamento
Metástase transcelômica –
T: US endoscópico carcinomatose peritoneal
N: US endoscópico com PAAF + TC de abdome TEM QUE FAZER LAPAROSCOPIA DIAGNÓSTICA!
M: TC tórax e abdome + Laparoscopia
T1 – precoce, a) Mucosa
independente do N b) Submucosa
T2 Muscular
T3 Serosa
T4 Estruturas adjacentes
OUTROS
LINFOMA Não-Hodgkin de células B
MALT Erradicação da H. pylori (regressão do linfoma!) > sem resposta > QT
Local mais comum: estômago
Origem: células de Cajal
Maioria é benigno
Pronto-oncogene KIT (CD117), CD34
GIST
Diagnóstico: EDA (lesão regular submucosa) – não faz biópsia (só se for irressecável!)
< 2cm e assintomático: acompanhamento
> 2cm / irregular / ulcerado / heterogêneo: gastrectomia atípica sem linfadenectomia +/-
Imatinibe (KIT+, metástase, irressecável, > 3cm, > 4 mitoses/campo, recorrente)
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 48
COLORRETAL
CA COLORRETAL
Adenocarcinoma
Sequência adenoma-carcinoma (8-10 anos)
Mutação: gene APC – adquirida (80%) ou hereditária (PAF, 20%)
Sobre pólipos
Não neoplásicos Neoplásicos
Hiperplásicos – retossigmoide Adenocarcinoma – CA in situ
Inflamatórios Adenoma – viloso!
Hamartomatosos Serrilhado
*Pólipo = polipectomia > adenoma > colonoscopia em 3 anos
a. Síndromes hereditárias
POLIPOIDE HEREDITÁRIA
▪ POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAR (PAF)
Pólipos adenomatosos (> 100)
Gene APC mutante hereditário
100% evoluem para CCR
Retinite pigmentosa (75%)
Variantes:
Gardner PAF + dentes extranumerários + osteomas + tumores desmoides
Turcot PAF + tumores do SNC
Lynch I Colorretal
Lynch II Colorretal + outros
*Melhor prognóstico
▪ SÍNDROME DE PEUTZ-JEGHERS
Pólipos hamartomatosos
Manchas melanóticas em pele e mucosa CRONKHITE CANADA
Clínica: intussuscepção (dor), melena, anemia Não hereditária
Baixo risco para CA de cólon – colonoscopia 2/2 anos Japoneses idosos
Alopecia + distrofia ungueal
▪ SÍNDROME DE COWDEN
Pólipos hamartomatosos
Hiperceratose palmoplantar, nódulos verrucosos (triquilemomas)
Baixo risco para CA de cólon
b. Fatores de risco
Idade
HF
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 49
Síndromes hereditárias
DII
c. Clínica
Melena
Cólon direito Anemia
Massa palpável
Cólon esquerdo Alteração do hábito intestinal
Hematoquezia
Reto
Fezes em fita
d. Diagnóstico
CEA NÃO SERVE PARA DIAGNÓSTICO!
Colonoscopia + biópsia + CEA (acompanhamento)
Classificação de Haggitt
0 Não invasivo
1 Cabeça do pólipo
2 Colo do pólipo
3 Pedículo do pólipo
4 Base do pólipo – submucosa / sésseis
*Cabeça, ombro, joelho e pé
e. Rastreamento – colonoscopia
Esporádico ≥ 45 anos – HF 1º grau: 40 anos ou 10 anos antes
Colectomia segmentar
HF ≥ 40 anos
Lynch ≥ 20 anos
Colectomia total
PAF ≥ 10 anos
RETO – US transrretal
Excisão
Inicial – T1 > 5cm (alto): endoscópica
< 5cm (baixo): local
QT + RT neoadjuvante > cirurgia > QT adjuvante
Padrão – Resto > 5cm da borda anal: ressecção abdominal baixa (RAB) + excisão do
mesorreto + anastomose coloanal 1ª + ostomia de proteção
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 50
PÂNCREAS
CA DE PÂNCREAS
Adenocarcinoma ductal
a. Clínica
Icterícia
Cabeça
Sinal de Courvoisier
Dor abdominal – invasão do plexo nervoso celíaco
Corpo/Cauda
Perda de peso
Síndrome de Trousseau: paraneoplásica – tromboflebite migratória / DM súbito
b. Diagnóstico
TC de abdome + CA 19.9 (acompanhamento)
*Se irressecável: biópsia
c. Tratamento
QT/RT neoadjuvante: IPNM: amilase! – tem comunicação com ducto pancreático principal
Cística mucinosa: cisto único, septações finas, calcificação em casca de ovo
> 180 VMS ou veia porta
Cística serosa: múltiplos cistos multiloculados, septos radiantes, calcificação
< 180 AMS ou tronco celíaco central – não é cirúrgico!
+ Cirurgia:
Sem metástase / invasão vascular (tronco celíaco, AMS)
Cabeça Duodenopancreatectomia com reconstrução em Y de Roux (Whipple)
Corpo/Cauda Pancreatectomia distal + esplenectomia
FÍGADO
TUMORES BENIGNOS
Mulher adulta
> 5cm / desejo de engravidar:
Uso de ACO, anabolizante
cirurgia
ADENOMA Maioria sintomática
≤ 5cm:
Risco de ruptura (hemorragia) + malignização
suspender ACO
TC: wash out em fígado normal
Mulher jovem
HEMANGIOMA –
Síndrome de Kasabach-Merrit: plaquetopenia
mais comum de Conservador
TC: captação arterial periférica, centrípeta,
todos
homogênea, tardia
HIPERPLASIA Mulher jovem
Conservador
NODULAR FOCAL TC: cicatriz central – pode ter wash out
Hemangioma HNF
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 51
Adenoma
TUMORES MALIGNOS
Paliativo
METÁSTASES – Mais comum
maligno mais TC: múltiplas lesões hipocaptantes – exceção: *CCR: Metastasectomia –
comum rim, mama, melanoma (hiper) > lesão em alvo sobrar > 20-25% fígado normal /
40% Child A ou pós-QT
Hepatectomia:
FR: cirrose, hepatite B, aflatoxina Child A + sem HP +
Clínica: dor HD, perda de peso, hepatomegalia lesão única < 5cm
Rastreamento: USG + AFP 6/6m – se cirrose,
hepatite B crônica Transplante:
HEPATO
Diagnóstico: TC (wash out + cirrose) / AFP > 400 Child B/C + lesão única < 5cm /
CARCINOMA
– NÃO precisa de biópsia! até 3 < 3cm (critérios de Milão)
TC: wash out em fígado cirrótico
Paliativo:
*2 exames de imagem ou 1 exame de imagem + AFP > 400 Ablação / Quimioembolização /
Sorafenib
Sem associação com cirrose / AFP normal
Mulheres jovens
Clínica: massa abdominal, febre, aumento de
CA FIBROLAMELAR TGO/TGP Ressecção
TC: wash out + cicatriz central (calcificada) +
fígado normal
Melhor prognóstico
CHC Fibrolamelar
OUTROS
Células claras – mau prognóstico
FR: tabagismo
Assintomático / Hematúria + massa palpável + dor no flanco
CA DE RIM Associação com von Hippel-Lindau
Síndromes paraneoplásicas: hipercalcemia (PTH-r), HAS renovascular,
anemia/eritrocitose, Satuffer (disfunção hepática)
Tratamento: nefrectomia (≤ 4cm: parcial) – NÃO faz biópsia antes!
Origem em células germinativas – seminoma x não seminoma
FR: criptoquirdia
CA DE TESTÍCULO
Diagnóstico: US + LDH / B-HCG / AFP (não seminoma)
Tratamento: orquiectomia bilateral inguinal – NÃO faz biópsia antes!
Epidermoide
CA DE CANAL ANAL FR: HPV, sexo anal receptivo, AIDS
Tratamento: QT + RT (esquema Nigro)
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 52
PER-OPERATÓRIO
PRÉ-OPERATÓRIO
EXAMES PRÉ-OPERATÓRIOS
Em relação ao paciente:
< 45 anos -
45-54 anos ECG (homem)
55-70 ECG + hemograma
> 70 anos ECG + hemograma + eletrólitos + glicemia + função renal
*Outros a depender das comorbidades
Em relação à cirurgia:
Estimativa de perda > 2L, neurocirurgia,
Coagulograma
cirurgia cardíaca e torácica
Cirurgia cardíaca e torácica RX de tórax
0, 1: cirurgia
≥ 2: capacidade funcional ≥ 4 METs (subir ladeira, escada)?
Sim: cirurgia
Não: teste cardíaco não invasivo
▪ ASA
I – SAUDÁVEL -
II – DOENÇA CONTROLADA
HAS/DM controlada, tabagista, etilista, gestação
(sem limitação)
III – DOENÇA NÃO CONTROLADA
HAS/DM não controlada, IMC > 40, IAM/AVC > 3m
(com limitação)
IV – DOENÇA LIMITANTE IC descompensada, IAM/AVC < 3m, angina instável
Rotura de aneurisma aórtico, hemorragia
V – MORIBUNDO
intracraniana com HIC, politrauma
VI – MORTE ENCEFÁLICA -
*Emergência: +E
SUSPENDER
Inibidor da SLGT2: 3-4 dias
Antidiabético oral No dia
Acarbose: 24h
AINEs 1-3 dias -
*Coronariopata em uso de AAS:
Antiagregante 7-10 dias
manter! – exceto neurocirurgia
Novos anticoagulantes 24-48h
RNI ≤ 1.5
Warfarin 4-5 dias *Alto risco: manter HNF até 6h antes /
HBPM 24h até antes
PROFILAXIA TVP/TEP
▪ ESCORE DE CAPRINI
41-60 anos
Cirurgia pequena
1 ponto
ACO
ICC
61-74 anos
2 pontos
Cirurgia > 45min
> 75 anos
3 pontos
HP ou familiar de TVP
Cirurgia ortopédica, oncológica, bariátrica
5 pontos
AVC < 1m
PROFILAXIA ANTIBIÓTICA
Evitar infecção da ferida operatória (S. aureus) – germes da pele (gram positiva)
INTRA OPERATÓRIO
▪ MALLAMPATI – prevê IOT difícil
1 Pilar amigdaliano
2 Abertura da orofaringe
3 Base da úvula
4 Palato duro
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 55
▪ COMARCK-LEHANE
Opioide
ANALGESIA
Anestésico local
Halogenado (gás)
SEDAÇÃO Hipnótico venoso
Opioide
Succinil colina
Rocurônio
RELAXAMENTO MUSCULAR
Pancurônio
Anestésico local
BLOQUEIO NEUROVEGETATIVO Opioide
– simpático Anestésico local
TÉCNICAS ANESTÉSICAS
Agem na forma não ionizada
Quanto mais lipossolúvel, mais potente
Quanto maior a ligação proteica, maior a duração
Quanto maior o grau de ionização, menor a velocidade de ação
*NÃO se ligam à proteínas plasmáticas!
*Tem efeito inibitório (inibe a inibição)!
ANESTÉSICOS LOCAIS –
inativa canais de sódio do neurônio Lidocaína
(dor > temp > tato > motor) Potência média, dura 1-2h
*Aminoamidas Sem adrenalina: max 4-5mg/kg
Com adrenalina: max 7mg/kg – (max 500mg!)
2) Manutenção
3) Despertar
*Hipotensão: não fazer Propofol, Midazolam / fazer Quetamina, Etomidato
*Manter BIS 40-60 (0: sem atividade cortical / 100: acordado)
FIOS DE SUTURA
Monofilamentar Menor atrito / Maior memória / Menos infecção
Absorvível Menor resistência
Natural Mais reação inflamatória
*Categute, linho, seda, algodão
PÓS-OPERATÓRIO
COMPLICAÇÕES DA FERIDA OPERATÓRIA
SEROMA –
Tratamento: Compressão / Aspiração
acúmulo de linfa no SC
HEMATOMA –
Tratamento: reabrir e drenar – se volumoso
acúmulo de sangue e coágulo
4º ao 14º dia: líquido serohemático
DEISCÊNCIA APONEURÓTICA – Risco de evisceração, infecção de ferida e
defeito músculo-aponeurótico hérnia incisional
Tratamento: reoperar
Baixo débito: < 200ml/24h
Moderado débito: < 500ml/24h
Alto débito: > 500ml/24h
FÍSTULA
Tratamento: NPT + ATB (se favorável, sem
sintomas) / reoperar (se desfavorável, com
sintomas sistêmicos ou não tiver com dreno)
HIPERTERMIA MALIGNA
Síndrome muscular hereditária fármaco-induzida Abertura exagerada dos canais de cálcio >
FR: succinilcolina, anestésicos inalatórios (halotano, enflurano) contração muscular incessante
Sinal mais precoce: hipercapnia no capnógrafo (hipermetabolismo muscular) > hipertermia +
hipercapnia e acidose (consome O2 e libera
Tratamento: suspender fármaco + resfriamento + bicarbonato + CO2) + rabdomiólise (hipercalemia)
Dantrolene
CICATRIZAÇÃO
Principal: macrófagos
INFLAMATÓRIA –
Chega primeiro: neutrófilos
exsudato
Hemostasia + inflamação
PROLIFERATIVA – Principal: fibroblasto
tecido de granulação Fibroplasia + angiogênese + epitelização
Principal: miofibroblasto
MATURAÇÃO –
Contração da ferida
contração
Colágeno 3 > 1
*Fatores que prejudicam: infecção, idade, DM, tabagismo, vasculopatia, anemia, hipoalbuminemia, deficiência de vitaminas (A, C, K) e zinco,
corticoide
REMIT
Diminui insulina > aumenta hormônios contrarregulares (cortisol, glucagon, GH, adrenalina) >
catabolismo
Modulação
METABÓLICA 2.000ml SG 5% no pré-operatório
ENDÓCRINA Anestesia epidural
IMUNOLÓGICA Cirurgia laparoscópica
PROCTOLOGIA
DOENÇA HEMORROIDÁRIA
a. Etiologia
Constipação
Hipertensão porta
b. Clínica
INTERNA – acima da linha pectínea EXTERNA – abaixo da linha pectínea
Sangramento indolor
Dor perianal
Prolapso
c. Tratamento
INTERNA
1º GRAU Sem prolapso Dieta (fibras + água)
2º GRAU Prolapso com redução espontânea Ligadura
3º GRAU Prolapso com redução manual Ligadura +/- cirurgia
4º GRAU Prolapso irredutível Cirurgia
EXTERNA
< 72h Excisão
> 72h Banho de assento
FISSURA ANAL
Fissura > hipertonia contínua do esfíncter (porque dói) > isquemia (não cicatriza) > perpetuação da fissura
AGUDA CRÔNICA
< 6 semanas > 6 semanas
Localizada na linha média posterior
Dor ao evacuar + plicoma anal sentinela +
Causa: higiene inadequada
papila hipertrófica + branca
Dor ao evacuar + sangue no papel
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 59
Dieta com fibras + Pomadas (lidocaína / diltiazem / Pomadas (lidocaína / diltiazem / corticoide) >
corticoide) Esfincterotomia lateral interna parcial
ABSCESSO ANORRETAL
Infecção das glândulas de Chiari
*Tem origem entre o esfíncter interno e externo, atravessa o esfíncter interno e armazena muco na camada
submucosa
a. Classificação
Interesfincteriano Dá origem a todos os outros
Perianal Mais comum
Supraelevador / Pélvico Acima do músculo elevador do ânus
Isquiorretal Região endurecida e com flogose nas nádegas
b. Clínica
Dor perianal + abaulamento
c. Tratamento
Drenagem imediata + ATB (se leucocitose ou febre)
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 60
FÍSTULAS ANORRETAIS
Cronificação do abscesso
a. Classificação
Simples Complexos
Interesfincteriana – mais comum! Supraesfincteriana
Transesfincteriana Extraesfincteriana – iatrogênico!
b. Clínica
Dor + secreção purulenta
c. Tratamento
Simples: fistulotomia / fistulectomia
Complexa: sedenho
b. Estadiamento
TC de tórax + TC de abdome + RM de pelve
*Avaliar linfonodos inguinais
c. Tratamento
Esquema nigro: QT + RT exclusivos
*Se falha: cirurgia de Miles
QUEIMADURAS
Atendimento inicial
Cena segura
Afastar a vítima da fonte de calor
Interromper o processo – lavar com água em temperatura ambiente por
15min
Prevenir hipotermia – cobrir com lençóis secos
A – VIA AÉREA
Indicações de IOT:
Sinais de obstrução – rouquidão, estridor
Queimadura de face / cavidade oral
Queimadura cervical circunferencial
Edema importante
Disfagia
Rebaixamento do nível de consciência
Hipoxemia
SCQ > 40-50%
1º GRAU
Eritema, ardência e dor – ex: queimadura solar Hidratante + AINE
Epiderme
Superficial: Curativo + ATB
tópico (sulfadiazina de
2º GRAU /
Superficial (derme papilar): eritema, dor, com bolhas prata)
ESPESSURA PARCIAL
Profunda (derme reticular): palidez, dor, com/sem bolhas Profunda: Excisão precoce
+ Derme
do tecido necrótico +
enxerto
3º GRAU /
Excisão precoce do tecido
ESPESSURA TOTAL Indolor, aspecto em couro (escara)
necrótico + enxerto
+ Subcutâneo
4º GRAU
Ossos, tendões, Elétrica -
músculos
Irrigação com água morna
QUÍMICA Álcali é mais grave que ácido! sob baixa pressão (15-20L ou
30min)
Tratamento
▪ REPOSIÇÃO VOLÊMICA – Ringer Lactato
PARKLAND 4 x Peso x SCQ
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 62
Escarotomia –
Queimadura de espessura total circunferencial EXTERNA
incisão até subcutâneo
Fasciotomia –
Queimadura INTERNA – elétrica
incisão até fáscia muscular
▪ CTQ
Indicações:
2º grau > 10% COMPLICAÇÕES
3º grau Úlcera de Curling: estresse (HDA)
Face, mão/pé, genitália, articulações Úlcera de Marjolin: CEC
Química / elétrica / inalação
Comorbidades que pode piorar
Crianças
Intoxicações
MONÓXIDO DE CARBONO (CO) CIANETO
Cefaleia + rebaixamento do nível de consciência
Diferença entre satO2 e paO2
Rebaixamento do nível de consciência
Oxímetro NÃO é confiável!
Diagnóstico: aumento do lactato
Diagnóstico: dosagem de carboxi-hemoglobina
Tratamento: vitamina B12
Tratamento: IOT com FiO2 100% ou câmara
hiperbárica
ENXERTO RETALHO
Tem pedículo vascular
Grandes perdas teciduais
Não tem pedículo vascular
Axial: 1 único grande pedículo – mais viável, menos
< 48h: embebição / > 48h: neovascularização
retração, pior inervação
Queimaduras
Ao acaso: pequenos vasos do plexo subdérmico (só
pele + subcutâneo) – geralmente próximos ao defeito
DOR ABDOMINAL
Abordagem
1) Avaliar gravidade – choque?
2) Alívio sintomático – dor, náusea/vômito
3) Excluir gravidez e DIP – se mulher em idade fértil
4) Definir se é Clínico x Cirúrgico
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 63
ENCEFALOPATIA (NEUROPSIQUIÁTRICO)
INTOXICAÇÃO – presença de exposição
▪ SATURNISMO
Intoxicação pelo chumbo
Fator de risco: mineradoras, baterias, indústria automobilística, tintas, projéteis
a. Clínica
Dor abdominal, distensão
Anemia microcítica
Disfunção erétil, queda da libido
Encefalopatia, amnésia, demência
Distúrbio psiquiátrico
Linha gengival de Burton (azulada)
b. Diagnóstico
Dosagem de chumbo sérico
c. Tratamento
Interromper exposição
Quelantes: dimercaprol / DMSA / EDTA / vitamina C
a. Fisiopatologia
Deficiência da HMB sintase ou porfobilinogênio deaminase (PBG > HMG) > precipitantes: álcool, tabagismo, drogas,
estresse, progesterona > aumento de PBG e ALA > interação com receptores de dor no abdome
b. Epidemiologia
20-30 anos
c. Clínica
Surtos de:
Dor abdominal, distensão, hiperperistaltismo
Hiperatividade simpática
Neuropatia periférica, convulsão
Distúrbio psiquiátrico
d. Diagnóstico
Dosagem de PBG urinário – 1º exame!
Dosagem de ALA urinário
PGB deaminase eritrocitária / teste genético
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 64
e. Tratamento
Afastar precipitantes
Hematina / Arginato de heme – dá o heme pronto pra não estimular a cascata
SG hipertônico 10% – succinil-Coa desvia para o metabolismo do carboidrato e não estimula cascata
FEBRE PRÉVIA
INFECÇÃO
▪ FEBRE TIFOIDE
a. Etiologia
Salmonella entérica (sorotipo Typhi)
*Fator de risco: falta de saneamento/higiene – transmissão fecal-oral
b. Fisiopatologia
Hipocloridria (ex: IBP) > Salmonella não morre > atinge intestino e penetra pelas placas de Peyer (dor abdominal) >
atinge circulação > penetra na pele (roséola) + SNC (torpor) > volta para o intestino > sistema imune já conhece >
reação imune exacerbada > hemorragia + perfuração intestinal
c. Clínica
1ª-2ª semana
Febre
Sinal de Faget
Dor abdominal
Roséolas
Torpor
3ª-4ª semana
Melhora clínica
Hemorragia digestiva – mais comum
Perfuração ileal – mais grave
*Portador crônico (2-5%) – bactéria esconde na vesícula biliar (FR: doença biliar, cistite por S. haematobium) >
prolifera > sai com a bile > bactéria no intestino > bactéria nas fezes > perpetuação do ciclo de transmissão
d. Diagnóstico
Hemocultura – positiva em 50-70%
Coprocultura – positiva em 30-40%
Mielocultura – positiva em > 90% (mesmo com uso de ATB!)
e. Tratamento
Agudo: Cefalosporina de 3ª / Ciprofloxacino / Cloranfenicol
Crônico: Ciprofloxacino por 4 semanas + colecistectomia (se coprocultura de controle positiva)
Grave: Dexametasona
*Vacina: viajantes para áreas endêmicas
Obstrução da luz (fecalito, hiperplasia linfoide) > distensão > dor periumbilical (peritônio visceral – dor vaga,
inespecífica) > 12-24h > isquemia (aumenta pressão na parede e comprime artérias que irrigam de fora pra dentro) >
dor em FID (peritônio parietal – dor localizada, somática)
b. Clínica
Dor periumbilical que migra para FID
Anorexia, náuseas/vômitos, febre (geralmente baixa), disúria/piúria (retrocecal – íntimo contato com
bexiga/ureter)
Sinais clássicos:
c. Diagnóstico
Alta probabilidade (história clássica, homem, 10-30 anos): clínico
Média probabilidade (criança, idoso, mulher, obeso): imagem
Suspeita de complicação (massa, > 48h): imagem
d. Tratamento
SIMPLES Apendicectomia + ATB profilático
0-3: improvável
4-6: provável – observar por 12h ou imagem
7-10: muito provável – apendicectomia
e. Diagnóstico diferencial
Torção do apêndice epiploico (localizado no cólon)
Apendagite (epiploica)
Tratamento: conservador – é autolimitado
Criança + história de infecção recente
Linfadenite mesentérica
Tratamento: conservador – é autolimitado
DOENÇA DIVERTICULAR
Fisiopatologia
Baixo consumo de fibras > fezes duras e finas > maior pressão nos cólons > herniação de
mucosa e submucosa (falso!) onde entram as artérias retas na camada muscular
Complicações
Hemorragia – cólon D
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 67
DIVERTICULITE AGUDA
a. Fisiopatologia
Obstrução da luz (fecalitos) > distensão + isquemia > microperfurações > abscesso pericólico (tentativa de bloquear)
c. Diagnóstico
TC: parede espessa, borramento da gordura A fístula mais comum é a colovesical (ar e fezes na urina)
*Colonoscopia após 4-6 semanas – afastar CA colorretal *Mais comum em homens
▪ CLASSIFICAÇÃO DE HINCHEY
Abscesso pericólico
I Ia: fleimão – apenas borramento
Ib: abscesso – coleção
II Abscesso pélvico
III Peritonite purulenta
IV Peritonite fecal
*Classificação de Kaiser acompanha a de Hinchey, através dos achados na TC!
*O 1º episódio tem maior risco de perfuração!
Diverticulite
d. Tratamento
VASCULARIZAÇÃO
Gástrica esquerda: estômago, esôfago
Tronco celíaco Hepática comum: fígado, estômago, duodeno
Esplênica: baço, estômago, pâncreas
Pancreatoduodenal: pâncreas, duodeno
Intestinais e ileocólica: íleo, jejuno, ceco
Mesentérica superior
Cólica direita: cólon ascendente
Cólica média: cólon transverso
Cólica esquerda: cólon transverso, cólon descendente
Mesentérica inferior Sigmoidea: sigmoide
Retal superior: reto
*Cólica média (ramo da AMS) e cólica esquerda (ramo da AMI) se comunicam formando rede de colaterais (arco de Riolan)
b. Clínica
Dor abdominal súbita e intensa desproporcional ao exame físico
Temperatura retal < temperatura axilar (Lenander reverso)
Acidose metabólica
Taquipneia – tentativa de compensação
Irritação peritoneal – tardio!
c. Diagnóstico
Leucocitose, acidose metabólica, aumento de lactato – inespecífico
RX: pneumatose intestinal – tardio
AngioTC: falha de enchimento – mais usado
Angiografia mesentérica seletiva – padrão-ouro
d. Tratamento
Suporte: hidratação IV + ATB + corrigir DHE e ácido-básico
b. Clínica
Angina mesentérica – “comeu, doeu”
Perda de peso
Doença aterosclerótica: angina aos esforços, claudicação intermitente...
c. Diagnóstico
Angiografia mesentérica
d. Tratamento
Jovens: cirurgia de revascularização
Idoso / comorbidades: endovascular (stent)
COLITE ISQUÊMICA
Isquemia intestinal mais comum
Local mais comum: flexura esplênica (área de Griffiths) e junção retossigmoide (área de Sudeck)
Idoso que passa por um período de hipoperfusão
a. Etiologia
Hipoperfusão transitória – instabilidade hemodinâmica, correção
de AAA
b. Clínica
Colite – dor, diarreia muscossanguinolenta, febre, distensão
*Diferença da IMA: quadro transitório, mais leve e com sangramento
c. Diagnóstico
Clister opaco: “impressões digitais” – thumbprinting
Retossigmoidoscopia: mucosa inflamada
d. Tratamento
Suporte clínico – dieta zero + ATB + hidratação
Peritonite / Hemorragia / Colite fulminante / Refratário: cirurgia (colectomia parcial ou total)
PANCREATITE AGUDA
a. Etiologia
Biliar – obstrução transitória por cálculos pequenos! Amilase e lipase se elevam > 2h, mas a lipase
Alcóolica permanece alta por mais tempo (7-10 dias) e é mais
específica
Hipertrigliceridemia (TG > 500) – amilase normal
*Outras: drogas, pós-CPRE, escorpião, idiopática
b. Diagnóstico
Critérios de Atlanta – 2 dos 3
APACHE II: precisa de parâmetros intensivos,
Clínica: dor abdominal em barra/faixa (irradia pro dorso), mas a resposta é imediata!
náuseas/vômitos Ranson: avaliado na enfermaria, mas a
Laboratório: amilase e lipase > 3x resposta não é imediata!
c. Classificação
Edematosa (80%) Necrosante (20%)
Extensa necrose
Apenas edema do pâncreas
Hemorragia retroperitoneal
Autolimitada (3-7 dias)
Evolução de 3-6 semanas
TC com captação homogênea
TC com captação heterogênea
CRITÉRIOS DE BALTAZAR
A Normal 0
B Edema 1
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 71
GRAVE:
Ranson ≥ 3
Balthazar ≥ 6
APACHE II ≥ 8
PCR (> 48h) > 150
e. Tratamento
Medidas gerais
Dieta zero – se grave: enteral / NPT logo após estabilização
Reposição volêmica *Se colangite ou icterícia
Controle eletrolítico progressiva/persistente: CPRE
Analgesia com opioide
f. Complicações
EDEMATOSA NECROSANTE
Coleção fluida aguda
Necrose aguda
< 4 semanas Conduta expectante – se infecção:
Conduta expectante
punção + ATB
Pseudocisto pancreático
Clínica: amilase se mantém alta ou Necrose organizada (WON)
presença de massa palpável Conduta expectante – drenagem >
≥ 4 semanas
Conduta expectante – se sintomático necrosectomia se infecção, dor
ou complicação: drenagem por EDA persistente ou falha nutricional
*Se infectado: drenagem percutânea
Pseudocisto
NECROSE INFECTADA
Clínica: piora clínica geralmente após 7 dias
Diagnóstico: TC com sinal da “bolha de sabão” (gás) / punção + cultura
Tratamento: ATB (imipenem) + necrosectomia após 3-4 semanas
PANCREATITE CRÔNICA
a. Fisiopatologia
Inflamação > fibrose > calcificação progressiva e irreversível > insuficiência pancreática (endócrina e exócrina)
b. Etiologia
Alcóolica (70-80%)
*Outras: idiopática, genética, autoimune, metabólica
c. Clínica
Dor – “comeu, doeu”
Esteatorreia – ins. pancreática exócrina
DM – ins. pancreática endócrina
Icterícia, colangite – fibrose e retração
*Amilase e lipase normais, mesmo na agudização!
d. Diagnóstico
Biópsia – padrão-ouro
TC: dilatação dos ductos, calcificação e atrofia
USG endoscópico: microcalcificações – alterações mais precoces
CPRE – se for pra intervenção endoscópica
Teste da secretina
e. Tratamento – paliativo
Suspender álcool e tabagismo – todos!
Esteatorreia: dieta pobre em gordura, fracionar refeições, enzimas pancreáticas + IBP
DM: hipoglicemiante ou insulina
Dor: analgesia escalonada
Cirurgia
Dilatado: descompressão
Indicação: dor refratária
Não dilatado: ressecção
Obrigatório: CPRE antes – avaliar ducto principal
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 73
Ducto principal:
Dilatação por
CPRE (retirada de cálculos / stent na estenose)
cálculos/estenose
Descompressão cirúrgica – cirurgia de Puestow modificado/Partington-
Refratário a CPRE com
Rochelle (pancreatojejunostomia em Y de Roux)
dilatação > 7mm
*Se dilatação única: pancreatectomia segmentar
Sem dilatação Pancreatectomia total
SÍNDROME DISFÁGICA
a. Classificação – disfagia
De transferência – alta De condução – baixa
1/3 proximal – m. esquelético
2/3 distais – m. liso
Engasgo – dificuldade de transferir alimento da
Entalo – dificuldade de transferir alimento do
boca para o esôfago
esôfago para estômago
Doenças musculares ou neurológicas (miastenia,
Obstrução mecânica ou distúrbio motor
polimiosite, AVC)
*É o principal do caso clínico
*Faz parte do caso clínico
DISFAGIA DE CONDUÇÃO
a. Clínica
Disfagia – entalo
Regurgitação
Halitose
Perda de peso
b. Conduta
Esofagografia baritada – visualização indireta da luz do esôfago através de contraste ingerido
c. Etiologia
Obstrução mecânica Distúrbio motor
Divertículos – de Zenker
Acalásia
Anel de Schatzki
Espasmo esofagiano difuso
Tumores
Esclerodermia
Estenose péptica
DIVERTÍCULOS
▪ DIVERTÍCULO DE ZENKER
Hipertonia do EES (m. cricofaríngeo) > expulsão de mucosa e submucosa do esôfago através do triângulo de Killian
(região de maior fragilidade entre os músculos crico e tireofaríngeo) > divertículo hipofaríngeo/Zenker
a. Características
Ocorre por pulsão
Falso (não tem camada muscular)
Localizado na transição faringoesofágica
Mais comum em idoso (> 70 anos) e à esquerda
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 74
b. Clínica
Disfagia de condução – entalo
Halitose
Regurgitação
Broncoaspiração de repetição
Massa palpável cervical
c. Diagnóstico
Esofagografia baritada (imagem em adição) – padrão ouro
d. Tratamento
< 2cm: miotomia
≥ 2cm: miotomia + diverticulopexia (até 5cm) ou ectomia
≥ 3cm: miotomia + diverticulotomia por EDA
e. Complicações
Perfuração > mediastinite
▪ OUTROS DIVERTÍCULOS
a. Características
MÉDIO-ESOFÁGICO EPIFRÊNICO
Verdadeiro
Localizado no 1/3 médio do esôfago Falso
Ocorre por tração – linfonodos inflamados (ex: TB) Localização no 1/3 distal do esôfago –
ou infecções fibrosantes acima do diafragma
Também pode ocorrer por pulsão – distúrbios Ocorre por pulsão – distúrbios motores
motores
b. Diagnóstico
Esofagografia baritada
*Geralmente é assintomático
c. Tratamento
Sintomáticos
> 2cm
ACALÁSIA
Destruição dos plexos mioentéricos > hipertonia do EEI (P > 35mmHg) + perda do relaxamento fisiológico do EEI +
peristalse anormal > acúmulo de alimento > megaesôfago
*É fator de risco para CA de esôfago!
a. Classificação
Primária: idiopática (destruição do plexo de Auerbach) – mais comum
Secundária: doença de Chagas (destruição do plexo de Auerbach + Meissner)
b. Clínica
Disfagia de condução
Regurgitação
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 75
Perda de peso
*CA de esôfago: evolução em meses, pacientes idosos, perda de peso rápida
c. Diagnóstico
Esofagografia baritada – sinal do bico de pássaro/chama de vela
(afilamento do contraste)
EDA – afastar CA
Esofagomanometria – padrão ouro
d. Tratamento
Classificação de Mascarenhas
I – normal, só hipertonia Conservador: nitrato, BCC,
< 4cm
do EEI sildenafil, botóx
II – megaesôfago 4-7cm Dilatação endoscópica
Cardiomiotomia a Heller +
III – megaesôfago 7-10cm
fundoplicatura (evitar refluxo)
IV – dolicomegaesôfago > 10cm Esofagectomia
ANEL DE SCHATZKI
Estreitamento laminar do corpo do esôfago
b. Diagnóstico
Esofagografia baritada
c. Tratamento
Dilatação endoscópica
d. Diagnóstico diferencial
PLUMMER-VINSON / Estreitamento laminar hipofaríngeo – mais alto
PATERSON-KELLY Associação com anemia ferropriva
Disfagia
“Cólica esofágica”: precordialgia – dd com IAM!
b. Diagnóstico
Esofagografia baritada – esôfago em saca-rolhas
Esofagomanometria com teste provocativo – contrações simultâneas
c. Tratamento
Nitrato, BCC
Miotomia longitudinal – se grave/refratário
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 76
SÍNDROME DISPÉPTICA
Dispepsia: dor epigástrica ≥ 1 mês
*Refluxo não é dispepsia, mas confunde!
RISCO DE CA: > 40 anos / sinal de alarme: perda de peso, anemia, disfagia, odinofagia
a. Clínica
Esofagiano – típicos Extra-esofagianos – atípicos
Pirose – queimação retroesternal
Regurgitação
Faringite
Tosse crônica
Complicações (50%):
Rouquidão
Esofagite
Broncoespasmo
Úlcera
Pneumonia
Estenose péptica (dispepsia)
Esôfago de Barret
b. Diagnóstico
Clínico
EDA se:
> 40-45 anos
Sinais de alarme – anemia, odinofagia, disfagia, perda de peso
Refratariedade
*Alterações são vistas apenas em 50%!!!!!
▪ ESÔFAGO DE BARRET
DRGE > esofagite erosiva > metaplasia intestinal (escamoso > cilíndrico)
Fator de risco para adenocarcinoma – lesão pré-adenocarcinomatosa!
Diagnóstico: EDA (vermelho-salmão) + biópsia (metaplasia intestinal, células caliciformes)
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 77
Acompanhamento:
Sem displasia EDA a cada 3-5 anos
Displasia de baixo grau EDA anual / ablação endoscópica
Displasia de alto grau – CA in situ Ablação endoscópica
CA invasivo Esofagectomia
c. Tratamento
1) Medidas antirrefluxo
Perder peso
Elevar cabeceira
Deitar após 2-3h da alimentação
Eliminar alimentos que pessoalmente causem sintomas
2) Tratamento farmacológico
IBP por 8 semanas, pela manhã em jejum – omeprazol 20mg, pantoprazol 40mg, esomeprazol 40mg,
lansoprazol 30mg
*Recorrência: IBP sob demanda ou crônico
*Sem melhora: IBP dose dobrada (2x/dia)
Exames pré-operatórios:
pHmetria 24h – confirmação (padrão-ouro)
Esofagomanometria – escolher técnica
Técnicas:
Manometria normal – a peristalse é
normal, vai conseguir vencer a Fundoplicatura total – Nissen
fundoplicatura e não gerar acalásia
Fundoplicatura parcial
Manometria com p < 30mmHg distal ou
- Anterior: Dor e Thal
< 60% de atividade peristáltica
- Posterior: Lind e Toupet
b. Fisiopatologia
Facilitadores
AINEs Inibição da COX-1 > diminui produção de prostaglandinas > diminui barreira gástrica
1) Infecção do antro > destrói células D > diminui somatostatina e aumenta gastrina >
H. pylori hipercloridria
2) Infecção disseminada > destrói todas as células > hipocloridria + diminui barreira gástrica
c. Clínica
GÁSTRICA DUODENAL
Dispepsia piora 2-3h após alimentação e à noite
*Mais comum
Dispepsia piora com alimentação
Posterior: sangramento
Anterior: perfuração
d. Diagnóstico
< 40 anos e sem sinal de alarme: presunção
> 40 anos ou sinal de alarme: EDA – se gástrica: + biópsia + controle de cura (nova EDA após 8-12 semanas)
e. Classificação
Duodenal -
HIPERCLORIDRIA Gástrica tipo II Corpo gástrico
Gástrica tipo III Pré-pilórica
Gástrica tipo I Pequena curvatura baixa
HIPOCLORIDRIA
Gástrica tipo IV Pequena curvatura alta
f. Tratamento
1) Farmacológico
IBP por 4-8 semanas
Suspender AINEs
Tratar H. pylori: Claritromicina 500mg 12/12h + Amoxicilina 1g 12/12h + Omeprazol 20mg 12/12h por 14
dias – diminui recorrência!
CONTROLE DE CURA
Úlcera gástrica: nova EDA após 8-12 semanas
H. pylori: 4 semanas após término do tratamento – NÃO serve sorologia (fica positivo pra sempre)!
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 79
2) Cirúrgico
Indicações:
Refratário
Recidiva
Perfuração
Hemorragia refratária
Obstrução
Regras:
Se hipercloridria: vagotomia + antrectomia
Se gástrica: retirar a úlcera (CA?)
Billroth I: gastroduodenostomia (“junta o que sobrou”) Vagotomia troncular: o nervo vago emite um ramo que controla o
Billroth II: gastrojejunostomia + alça aferente (recebe relaxamento pilórico para o esvaziamento gástrico – com a vagotomia
secreção pancreática, biliar) troncular, o piloro não relaxa, por isso tem que fazer junto a piloroplastia
Outras:
HF 1º grau / HP de CA de estômago
Lesões pré-neoplásicas (Barret, gastrite atrófica)
Anemia ferropriva inexplicada
Deficiência de B12
PTI
Uso crônico de AINE
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 80
Complicações:
▪ SÍNDROME DE DUMPING
Ausência de piloro > perde a barreira/freio do piloro > alimento vai direto pro duodeno
Mais comum em BII
Tratamento: medidas dietéticas – fracionar refeições, deitar após as refeições
▪ GASTRITE ALCALINA
Ausência de piloro > refluxo biliar e pancreático para o estomago > gastrite
Mais comum em BII
Dor abdominal contínua em queimação, vômitos biliosos que não aliviam a dor
Tratamento: Y de Roux
MANEJO DE FERIDAS
TÉTANO – Clostridium tetani
a. Epidemiologia – notificação compulsória imediata!
Acidental Neonatal
Diminuição do número de casos Diminuição do número de casos
40-59 anos FR ainda muito prevalentes – parto domiciliar
Alta letalidade 30-40% (manipulação inadequada do coto umbilical)
Proteção:
Vacina: permanente
SAT: 2 semanas
IGHAT: 3 semanas
c. Clínica
Acidental Neonatal
Febre baixa / ausente
Consciência preservada Coto umbilical com sinais de infecção
Hipertonia muscular, hiperreflexia Choro constante, irritabilidade
Espasmos dolorosos, contraturas – opistótonos Dificuldade de sucção (trismo), rigidez bucal,
Trismo, risco sardônico, rigidez nucal, disfagia, hiperextensão em MMII, hiperflexão em MMSS,
hiperextensão do membro, abdome em tábua flexão dos punhos
Hiperativação do SNA
d. Diagnóstico
Clínico-epidemiológico
*NÃO precisa de confirmação laboratorial!
e. Tratamento
Hidratação
Analgesia
Sedação
IGHAT IM / SAT (antes: anti-histamínico) – neutraliza toxina
Penicilina / Metronidazol – erradica Clostridium tetani
*Notificação compulsória imediata a Secretaria Municipal de Saúde!
f. Profilaxia
LEVE GRAVE
UD < 5 ANOS - -
UD 5-10 ANOS - Vacina*
UD > 10 ANOS Vacina Vacina*
< 3 DOSES / INCERTO Vacina Vacina + Ig
RAIVA – viral
a. Epidemiologia
Rara
Letalidade 100%
Ciclo urbano: cão / gato
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 82
c. Clínica
Disfagia intensa – espasmo laríngeo
Hiperacusia
Fotofobia
Retenção urinária / constipação
d. Diagnóstico
Anticorpos no sangue ou líquor
Microscopia: corpúsculo de Negri – patognomônico!
*Notificação compulsória imediata a Secretaria Municipal de Saúde!
e. Tratamento
Protocolo Recife – mais precoce, casos confirmados
f. Profilaxia pós-exposição
Limpeza da ferida com água e sabão
NÃO faz sutura!!!! – se muito aberta, aproximar bordas e fazer soro no local 1h antes
Profilaxia de tétano
*Grave: extremidades, lambedura de mucosas, morcego
TRAUMA
Politrauma: ≥ 2 lesões (tórax, abdome, ossos longos, TCE) sendo 1 com risco vital
▪ DISTRIBUIÇÃO TRIMODAL
Segundos a minutos – Apneia (TCE/TRM)
Prevenção – cinto, lei seca, air bag
50% Lesão cardíaca ou aorta
Minutos a 24h –
Potencial de cura ATLS
30%
Sepse
> 24h –
TEP Bom atendimento médico
20%
Disfunção de múltiplos órgãos
▪ TRIAGEM
Número de vítimas < capacidade de atendimento Mais grave
Número de vítimas > capacidade de atendimento Maior chance de sobrevida
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 83
Indicações de VA artificial:
Apneia
Proteção de VA – vômitos, sangramento de face, queimadura de face/VA
Hematoma cervical pulsátil/expansão – rouquidão
Incapacidade de manter oxigenação
TCE grave (Glasgow ≤ 8)
Tipos:
Intubação orotraqueal
DEFINITIVA – Intubação nasotraqueal – pct consciente
protege VA (balonete na traqueia) Cricotireoidostomia cirúrgica
Traqueostomia
Cricotireoidostomia por punção
TEMPORÁRIA –
Máscara laríngea
não protege VA
Combitubo
TRAQUEOSTOMIA
Fratura de laringe (rouquidão, enfisema) > tenta IOT, faz TQT se não conseguir
B – RESPIRAÇÃO
Oferecer O2 (10-12L/min)
Exame respiratório
Oxímetro de pulso
TRAUMA DE TÓRAX
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
a. Clínica – componente ventilatório + hemodinâmico
MVF diminuído/abolido Principal causa: barotrauma por VM
Hipertimpanismo
Desvio contralateral da traqueia
Turgência jugular
Hipotensão – choque obstrutivo
b. Diagnóstico
Clínico!
*Pode usar FAST, se de fácil acesso – sinal do código de barra, ausência de
deslizamento pleural
c. Tratamento
Toracocentese de alívio –
Imediato
adultos: 4º e 5º EIC anterior a LAM / criança: 2º EIC na linha hemiclavicular
Definitivo Drenagem em selo d’água (toracostomia) – 5º EIC anterior a LAM
b. Tratamento
Imediata Curativo em 3 pontas
Definitiva Drenagem em selo d’água (toracostomia) – 5º EIC anterior a LAM
TÓRAX INSTÁVEL E CONTUSÃO PULMONAR – fraturas em ≥ 2 arcos costais consecutivos em pelo menos 2 pontos
a. Clínica
Dor
Respiração paradoxal
O que gera insuficiência respiratória é a
b. Tratamento dor e a contusão pulmonar –
Suporte: analgesia + O2 e não a respiração paradoxal
CONTUSÃO PULMONAR
RX com consolidações – altera > 24-48h
Tratamento: analgesia + O2 + oximetria e gasometria > IOT + VM se hipoxemia (paO2 < 60, satO2 < 90%)
b. Tratamento
Drenagem em selo d’água (toracostomia) – 5º EIC anterior a LAM
+ Toracotomia de urgência – se maciço
b. Diagnóstico
Clínica + FAST
c. Tratamento
Imediata Pericardiocentese (15-20ml)
Definitiva Toracotomia + reparo da lesão
*Pode ir direto para toracotomia
b. Diagnóstico
RX: alargamento do mediastino (> 8cm), perda do contorno aórtico,
desvio da traqueia/TOT para direita
AngioTC / aortografia – confirma
c. Tratamento
Tratar outras lesões – fica estável por 24h
Manter FC < 80 e PAM 60-70
Toracotomia ou reparo endovascular
Drenar se:
Necessidade de VM
PNEUMOTÓRAX SIMPLES
Transporte aéreo
Sintomático
Suspeitar se fratura de esterno
VD é o mais acometido
CONTUSÃO MIOCÁRDICA Clínica: hipotensão com aumento da PVC, discinesia, arritmias
Tratamento: sintomático
*Enzimas cardíacas NÃO tem importância na avaliação e tratamento!
TORACOTOMIA DE REANIMAÇÃO:
PCR pós trauma de tórax + sinais de vida (pupilas reagentes, movimentos, AESP)
*Objetivos: massagem direta, acessar saco pericárdico, controle de hemorragia, clampear aorta distal
Classe I II III IV
Perda < 15% / < 750ml 15-30% / < 1500ml 30-40% / < 2000ml > 40% / > 2000ml
PA Normal Normal Hipotensão Hipotensão
FC < 100 > 100 > 120 > 140
Sangue Não Não Sim Sim (maciço)
▪ REPOSIÇÃO VOLÊMICA
2 acessos periféricos – se não conseguiu: veia central, dissecção de safena, intra-ósseo
RL ou SF 0.9% aquecido
Adulto: 1000ml / Criança: 20ml/kg – não melhorou: hemoderivados
▪ ÁCIDO TRANEXÂMICO
Antifibrinolítico – inibe a plasmina, responsável pela fibrinólise (avaliado pelo tromboelastograma)
Indicações: sangramento não compressível
1ª dose nas primeiras 3h e dose de reforço em 8h
▪ AVALIAR PERFUSÃO
Diurese: > 0.5ml/kg/h (adultos), > 1ml/kg/h (crianças)
Sonda vesical – contraindicações: sangue no meato uretral, retenção urinária, hematoma perineal, fratura
de pelve > afastar lesão de uretra: uretrocistografia retrógrada
TRAUMA DE ABDOME
CONTUSO PENETRANTE
PAB: Fígado
Baço
PAF: Intestino delgado
Exames
Avalia lesões específicas (determina o grau) e o retroperitônio
TC –
Exige estabilidade hemodinâmica
estável
Não é ideal para: vísceras ocas, diafragma
Indicações:
VIDEOLAPAROSCOPIA – Lesão toracoabdominal
estável Lesão do diafragma – laparatomia (rafia!)
Dúvida
Mais sensível para identificar sangue
Feito à beira do leito
Aspirado inicial:
≥ 10ml de sangue
LAVADO PERITONEAL
Conteúdo TGI
DIAGNÓSTICO (LPD) –
instável
Pós-lavado:
Gram +
Hemácias > 100.000
Leucócitos > 500
Bile / fibras alimentares
Identifica líquido livre (anecoica) – no trauma: sangue!
Feito à beira do leito
Onde procurar:
FAST –
Saco pericárdico
instável
Hepatorrenal
Esplenorrenal
Suprapúbico
*E-FAST: + Tórax (avalia hemo/pneumotórax)
PAB 2) ALTERAÇÃO?
Não: reiniciar dieta + alta
Sim:
Virou cirúrgico: laparotomia
Leucocitose / Queda da Hb > 3: TC/FAST/LPD > positivo > laparotomia
*Uretrografia retrógrada
Hematúria
Trauma direto: intraperitoneal > líquido Intraperitoneal: lapatoromia
BEXIGA*
livre, peritonite! Extraperitoneal: sondagem por 10-14 dias
Fratura de pelve: extraperitoneal
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 89
Angioembolização ou nefrectomia
▪ HEMATOMAS RETROPERITONEAIS
Trauma penetrante / Contuso em zona 1: laparotomia!
FRATURA DE PELVE
a. Clínica
Discrepância dos MMII
Rotação lateral dos MMII
Hematoma em região perineal
Uretrorragia
Dor e crepitação
*Fratura em livro aberto: sangramento venoso
b. Tratamento
Amarrar a pelve (ao nível do trocanter maior)
Melhorou?
- Sim: cirurgia ortopédica (fixação externa)
- Não: FAST > sangue intraperitoneal (= lesão abdominal)?
Não: sangramento da pelve arterial > angioembolização (estável) / packing pré-peritoneal
Sim: laparotomia
D – DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA
Glasgow
Pupilas – miose (1), normal (2), midríase (3)
Déficit focal
TCE
GLASGOW – 3 a 15
1 – Ausente
2 – À pressão
ABERTURA OCULAR
3 – Ao chamado
4 – Espontâneo
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 90
1 – Ausente
2 – Sons incompreensíveis
RESPOSTA VERBAL 3 – Palavras inapropriadas
4 – Confuso
5 – Orientado
1 – Ausente
2 – Extensão (descerebra)
3 – Flexão anormal (decortica)
RESPOSTA MOTORA
4 – Flexão normal (movimento inespecífico)
5 – Localiza
6 – Obedece comandos
*Melhor resposta!
GLASGOW-P (ECG – RP) – 1 a 15
Ambas reagem 0
1 reage -1
Nenhuma reage -2
Observação
Indicações de TC:
Glasgow < 15 após 2h
Suspeita de fratura de crânio
Sinais de fratura de base de crânio (guaxinim, Battle, rinorreia, otorreia)
Hematoma occipital / parietal / temporal – crianças < 2a
TCE LEVE – 13-15
Vômitos (> 2)
> 65 anos
Uso de anticoagulantes
Perda da consciência prolongada
Amnésia retrógrada
Mecanismo perigoso de trauma: ejeção do veículo, atropelamento,
queda > 5 degraus ou 0.9m (< 2a) ou 1.5m (> 2a), vítima fatal
TC + avaliação neurocirúrgica + reavaliação seriada +
TCE MODERADO – 9-12
nova TC após 24h se piora ou alteração na TC inicial
+ IOT + cateter de PIC + manter PPC > 70 (PPC = PAM – PIC)
Medidas:
PAS > 100 (50-69 anos) ou > 110
Cabeceira elevada (30-45 graus)
TCE GRAVE – ≤ 8
Drenagem liquórica
Osmoterapia com manitol (se normotenso) ou salina hipertônica (se
hipotenso)
Hiperventilação leve e transitória – se refratário
*Corticoide e hipotermia não melhoram prognóstico!