Platão e Aristóteles
Platão e Aristóteles
Platão e Aristóteles
conhecimento
Aristóteles
Dogmático que era, classifica explicitamente o corpo das ciências em três
grandes gêneros, a saber : a ciência prática, a ciência teorética e a ciência
poética, respectivamente definidas como o saber da perfeição moral, o
saber da realidade em si mesma e o saber da operação produtiva humana.
A ciência teorética constitui-se de três grandes áreas: a metafísica, a física
e a matemática, pilares superiores dos outros dois gêneros do Saber. A
metafísica é a sabedoria da formalidade geral da realidade-física, ou seja,
aquilo que precede essencialmente a natureza acidental dos entes,
indagando-se principalmente das causas, do ser, da substância e de Deus
como quatro formalidades principais e Inter-relacionadas.
A causa é dividida em formal, material, eficiente e final. A causa
formal de todo ente é a sua forma ( ousia deutera , substantia secunda) ,
entendida como princípio ativo do ser e do agir, é a pela qual o ente é
algo, a razão da coisa, princípio de sua natureza, causa de determinação e
limitação positiva ( o possível ) . A causa material ( ousia prote, substantia
prima) é o receptáculo puramente potencial da forma, o principio passivo
de todo ente, sendo a causa de limitação negativa (o impossível). Tais
intelecções abrangem a compreensão do ser finito em ato cuja substância
é composta precisamente dos expostos acima. A causa eficiente e a causa
final não encerram a estática intensiva do Ente, mas sim, as suas relações
potenciais e atuais com os fatores extrínsecos e predisponentes. A causa
eficiente é exigente de uma anterioridade e de uma posterioridade, uma
relação real formada pela necessidade anterior que gera um consequente
posterior. A causa final é a intenção ou objetivo pela qual o movimento
ocorre.
O ser é a formalidade máxima do ente, pela qual há uma comunhão
na realidade e como uma realidade, abarcando toda a existência e toda
aptidão de existir. Se tudo que foi, é e existirá é uno pelo ser, é também
diverso e múltiplo pelo ser, convindo então à heterogeneidade e
homogeneidade serem elementos basilares às modais, os modos de ser de
um ente; às categorias, gêneros extensivos de todo ente; e à sua própria
substância, intelectivamente compreendida como um processo de
intensidade. É a substancia o fundamento metafísico dos entes, aquilo que
é receptáculo da mutabilidade mas que é em si imutável. A substância dos
entes é composta tanto da forma quando da matéria, já explicadas. Por
isso são geráveis e geradas, corruptíveis e corruptoras. A universalidade
dos entes, ou seja, a classificação comum de vários semelhantes entre si, é
causada pela forma e predicada como espécie e definição.
A quantidade predicamental se divide em quantidade continua e discreta,
respectivamente ditas como o fundamento da dimensão espacial e a
divisão intelectiva dessa mesma dimensão espacial, surgindo daí o número
predicamental que da ordem e relação a uma multidão de partes,
nomeando-se unidade, valor e medida essa relação ao mesmo tempo
coletiva e individual de elementos a partir de um mínimo unitário. O lugar,
o movimento e o tempo são modais consecutivas e acidentais da
quantidade, sendo nesta ordem, superfície ambiente (ubi); ação motiva-
gerativa ( genésis), motiva-corruptora ( phtorá) , transitiva de uma
potência ao ato (kínesis) por movimento tópico (phóra), alterativo
(àlloiosis), aumentativo ( phtisis) ou diminutivo ( auxésis); e a numeração
de momentos passados , presentes e futuros da alteração- motiva de um
ente ou de um conjunto dado desses.
Da qualidade vem o hábito e disposição, potência e impotência , a paixão
e o sofrer, a forma e a figura. É o habito e o estado a disposição que dura,
duradoura, ao contrário da própria disposição que não durável. O
conhecimento e a virtude só podem ser dignas de tal nome quando são
hábitos e estados recorrentes do espirito. A justiça e a moderação são
exemplos de qualidades por hábito. Calor, frio, a saúde, a doença, são
qualidades de fácil mobilização, deste modo, passiveis a sofrer rápida
mudança. A potência, a capacidade vem da facilidade de fazer algo, em
outros dizeres, a aptidão natural, intensiva e ativa que um ente tem de
agir sobre si ou sobre outro. Há também as qualidades passivas e afeições,
também ditas sensíveis, capazes de sensibilizar a outrem. O doce e o
Azedo produzem a sensação do paladar, o tato é afetado pelo frio e pelo
quente. A cor é resultado de uma paixão de uma afeição sendo também
consequência natural de sensação. As coisas também se apresentam
triangulares ou quadrangulares, retas ou curvas, densas, ásperas , lisas,
todas resultantes da figura que visualizamos e da reação que um ente tem
por fatores externos.
A relação pode ser real, ou de razão predicamental ou
transcendental. Pode ser também não-mutua e mutua, conveniente e
desconveniente. Segundo a substância, temos a identidade e a
diversidade, segundo a quantidade temos a igualdade e desigualdade e
segundo a qualidade temos a semelhança ou a dessemelhança. A
distinção substancial pode ser também genérica, especifica e numérica
tópica, numérica-distante , numérica indistante, numérica- anterior e
numérica-posterior.