Recurso - Multa Avançar Sinal Vermelho Do Semáforo
Recurso - Multa Avançar Sinal Vermelho Do Semáforo
Recurso - Multa Avançar Sinal Vermelho Do Semáforo
AIT – I100251943
Eu, UBALDINO SOARES DA SILVA, RG nº 49925555 SSP/BA, CPF 050.629.935-04, CNH registro
sob o nº 02239004355, residente à rua Getúlio Vargas, nº 143, Bairro Mangabinha, Itabuna-
BA, CEP 45600-460, condutor do veículo Fiat Uno , de placa GVR 3128, sendo o Proprietário
Rosivaldo Soares Farias, cujo documento de Carteira Nacional de Habilitação segue em anexo,
venho respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, com fundamento na Lei nº 9.503/97,
interpor o presente recurso contra a aplicação de penalidade por suposta infração de trânsito,
conforme notificação anexa, o que faz da seguinte forma.
1 - Dos Fatos
De acordo com a mencionada notificação, transitava eu pela Av. Lomanto Junior na entrada da
Sapetinga SBC por volta das 22:14 horas no veículo de minha propriedade, acima citado, no
momento que, em tese, vim a AVANÇAR O SINAL VERMELHO DO SEMÁFORO – FISCALIZAÇÃO
ELETRÔNICA. Dessa forma, em tese, apontou-se violação ao Artigo 208 do Código de Trânsito
Brasileiro. Entretanto, como se verifica das preliminares de minha defesa demonstrarei que
não cabe tal infração por vários motivos que abaixo os delinearei, vejamos.
2 - Dos Direitos
Por alfa venho requerer a anulação do auto de infração, pela irregularidade apontada como
FALTA DE AFERIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS PELO INMETRO. Os equipamentos eletrônicos
necessitam estar com a sua calibração específica, para que emitam detecção exata, medindo
com precisão os eventos, de forma que sirva de prova dentro dos autos certificado do
INMETRO de estar devidamente aferido por aquele Instituto, não basta a simples afirmação da
Empresa de gerenciamento de transito, pois deve haver certificação por aquele Instituto, como
exige o Artigo 2º da Resolução 165 que está em conformidade com o Art. 280 § 2 que ainda
teve na deliberação 38 do Denatran sua regulamentação, vejamos:
Art. 2º...
Por outro lado, o Código de Trânsito Brasileiro foi instituído pela Lei no 9.503, de 23 de
setembro de 1997, com o objetivo de modernizar a legislação de trânsito do Brasil, em razão
dos elevados níveis estatísticos de acidentes do país, além da frequente transgressão das
normas de circulação pela sociedade. O Código surgiu, sobretudo, para aumentar a segurança
do trânsito e promover a educação para o trânsito.
De acordo com o dispositivo acima transcrito, o auto de infração será arquivado e seu registro
julgado insubsistente se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação da
autuação. Por outros termos, a lei instituiu um prazo decadencial de 30 (trinta) dias para a
autoridade de trânsito expedir a notificação da autuação ao infrator. Cumpre ressaltar, no
entanto, que o Código de Trânsito Brasileiro prevê uma primeira notificação de autuação, para
apresentação de defesa (art. 280), e uma segunda notificação, posteriormente, informando do
prosseguimento do processo, para que se defenda o apenado da sanção aplicada (art. 281).
Pela redação da ementa transcrita, vê-se que o Superior Tribunal de Justiça, concebido para
ser o uniformizador da interpretação da legislação federal, enuncia que não sendo notificado o
infrator para defesa dentro do prazo de 30 (trinta) dias, previsto no inciso II doparágrafo único
do artigo 281 do Código de Trânsito Brasileiro, opera-se a decadência do direito de punir do
Estado.Assim, para o STJ, a autoridade de trânsito tem o prazo de 30 (trinta) dias para a
notificação do infrator e não para a entrega da notificação na empresa responsável por seu
envio.
Convém registrar, entretanto, que o Voto do Relator Ministro Castro Meira abordou apenas de
passagem essa controvertida questão, razão pela qual ainda há quem sustente que o STJ
incorreu em imprecisão terminológica ao redigir a ementa do referido acórdão.Todavia, o
Superior Tribunal de Justiça repete o mesmo posicionamento em diversos outros julgados,
conforme se observa, por exemplo, pela ementa do EREspnº 803.487/RS, também da 1ª Seção
do STJ. Veja-se:
ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. INFRAÇÃO DE
TRÂNSITO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE SEM ANTERIOR
NOTIFICAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE DEFESA PRÉVIA. AUTUAÇÃO
IN FACIE EQUIVALENTE À NOTIFICAÇÃO DO COMETIMENTO DA
INFRAÇÃO. ANULAÇÃO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO A
PARTIR DA OCORRÊNCIA DO CERCEAMENTO DE DEFESA E DO AUTO
DE INFRAÇÃO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE PUNIR. PRECEDENTES.
De todo modo, ao comparar a ementa dos acórdãos proferidos pela Primeira Seção do
Superior Tribunal de Justiça com o texto da Resolução Contran no363, de 28 de outubro de
2010, percebe-se uma nítida divergência entre eles. O Contran diz que o órgão ou entidade de
trânsito possui o prazo de 30 (trinta) dias para entregar a notificação da autuação à empresa
responsável por seu envio, ao passo que o Superior Tribunal de Justiça preceitua que o órgão
ou entidade de trânsito possui o prazo de 30 (trinta) dias para entregar a notificação ao
infrator.
Desta forma, em que pese entendimentos contrários propugnados pela doutrina, depreende-
se que a controvérsia, ao menos em âmbito jurisprudencial, encontra-se dirimida atualmente
pelo Tribunal uniformizador da interpretação da legislação federal brasileira, no sentido de
que o órgão executivo de trânsito possui o prazo de 30 (trinta) dias contados da data do
cometimento da infração para entregar a notificação da autuação ao infrator e não para
entregá-la na empresa responsável por seu envio.
Contudo, é importante registrar que a Resolução nº 363, de 28 de outubro de 2010, do
Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, emitida com a finalidade de padronizar os
procedimentos administrativos utilizados pelos órgãos e entidades de trânsito integrados ao
Sistema Nacional de trânsito, está em pleno vigor. Ou seja, para o Conselho Nacional de
Trânsito, os órgãos de execução de trânsito possuem o prazo de 30 (trinta) dias para entregar
a notificação da autuação à empresa responsável por seu envio. Algo precisa ser mudado.
3 - Dos Pedidos
Ante o exposto, requer o arquivamento deste AIT por estar o aparelho de medição a mais de
12 meses sem aferição conforme consta na própria autuação, protestando ainda pela
produção de provas por todos os meios admitidos em direito e cabíveis à espécie, em especial
a pericial e testemunhal.
Em não sendo acolhido o pleito anterior, seja reconhecida o vencimento do prazo decadencial
de entrega da notificação, por ultrapassar o prazo contido no art. 281, §3º do Código de
Trânsito Brasileiro, uma vez que o recebimento da notificação aconteceu em meado do mês de
março e a suposta infração de trânsito ocorreu no dia 30 de janeiro de 2016.
Termos em que,
Pede deferimento.
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Ubaldino Soares da Silva