Psicanálise e Técnicas de Abordagem Comunitária
Psicanálise e Técnicas de Abordagem Comunitária
Psicanálise e Técnicas de Abordagem Comunitária
Abordagem Comunitária
Prof.ª Maria Clara Alves de Barcellos Fernandes
Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.ª Maria Clara Alves de Barcellos Fernandes
F363p
ISBN 978-65-5663-901-7
ISBN Digital 978-65-5663-902-4
CDD 150
Impresso por:
Apresentação
Seja bem-vindo ao Livro Didático Psicanálise e Técnicas de
Abordagem Comunitária. Ao inaugurar um novo momento de estudo
com uma disciplina nova, muitas vezes os estudantes se perguntam sobre
a relevância de determinados assuntos para a sua formação e para a vida
prática. Nossa conversa se inicia, então, com um pensamento de Bleger
(1980), o qual defende que todo ser humano tem algo a ensinar, além de dizer
que toda experiência pode ser convertida em ensino. Assim, explicitamos a
importância deste conteúdo inserido na grade curricular da psicologia.
Bons estudos!
Prof.ª Maria Clara Alves de Barcellos Fernandes
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 51
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 100
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 153
UNIDADE 1 —
PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos a psicologia em sua relação com
o nome instituição. Veremos que o significado de instituição, para a psicologia
institucional, ganha uma acepção diferente da que temos usualmente. Para tanto,
a fim de não haver confusão, precisaremos entrar em contato com os possíveis
entendimentos de instituição dentro da psicologia de um modo geral.
3
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
E
IMPORTANT
4
TÓPICO 1 — O QUE É A INSTITUIÇÃO PARA A PSICOLOGIA?
TUROS
ESTUDOS FU
5
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
Dessa forma, as instituições são tidas como inerentes à nossa vida, fazendo
parte do modo de agir natural do homem. As nossas vidas estão tão entrelaçadas
às instituições que é difícil pensar como seria sem elas.
UNI
Referir-se à família como uma instituição significa dizer que existe uma
determinada organização social que faz com que esse modo de agrupamento entre as
pessoas seja considerado normal através dos anos, sem ser questionada, tornando-se uma
tradição, uma formação a ser repetida pelas pessoas.
Schultz e Schultz (2005) vão dizer que toda nossa leitura de mundo
se funda num reservatório de experiências precedentes a nós, nas próprias
vivências individuais e naquelas que nos foram transmitidas. Todo esse saber
virará um código de referências, a partir do qual olharemos o mundo. Os
6
TÓPICO 1 — O QUE É A INSTITUIÇÃO PARA A PSICOLOGIA?
dados e compreensões passados pela cultura e pelo social a nós serão tidos
como verdadeiros na medida em que já se provaram eficientes para o viver em
conjunto. Os modos de ver são instituídos pela repetição, não necessariamente
questionados e, então, pela sua consequente naturalização. É dessa maneira que
se estrutura a formação social das instituições.
7
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
ATENCAO
9
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
NTE
INTERESSA
3 PSICOLOGIA NA INSTITUIÇÃO
Você deve estar talvez se perguntando: como atua o psicólogo que
está dentro de uma instituição compreendida como estabelecimento? Qual é
a diferença de atuação de um psicólogo institucional para um psicólogo que
trabalha nas instituições?
10
TÓPICO 1 — O QUE É A INSTITUIÇÃO PARA A PSICOLOGIA?
11
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
12
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
13
AUTOATIVIDADE
15
16
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
PSICOLOGIA INSTITUCIONAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, trabalharemos mais detidamente acerca da
psicologia institucional, sua história, sua proposta, seus principais teóricos e a
atuação do psicólogo seguindo essa proposta de trabalho.
É por essa última definição que iremos operar daqui em diante. Isso
significa que um psicólogo pode trabalhar em um estabelecimento e utilizar o
modo de fazer psicologia pela psicologia institucional ou se utilizar de uma outra
proposta de trabalho.
17
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
ATENCAO
18
TÓPICO 2 — PSICOLOGIA INSTITUCIONAL
É por meio da função social do psicólogo que este irá se propor a trabalhar
as tarefas diárias de um grupo, trazendo seu bem-estar (psicohigiene): manejar as
relações interpessoais e o desenvolvimento do grupo.
19
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
20
TÓPICO 2 — PSICOLOGIA INSTITUCIONAL
21
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
Bleger (1984) afirma que o papel social do psicólogo clínico não é só focar
nas práticas curativas, mas trabalhar a saúde pública, de modo que se chegue a
uma psicohigiene da população (BLEGER, 1984).
22
TÓPICO 2 — PSICOLOGIA INSTITUCIONAL
O psicólogo que opta por trabalhar a partir desse viés precisa ter em mente
que não poderá estabelecer outra instituição dentro da que se comprometeu
a investigar, ou seja, o psicólogo operando pela psicohigiene não pode se
encaixar em outro modelo de organização e normatização, tais como escritórios,
consultórios ou laboratórios, posto que é necessário que ele se reserve em constante
investigação do ambiente em que se encontra para qualificar o seu trabalho como
psicólogo institucional, como disciplina e modo de condução clínica.
23
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
25
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
NTE
INTERESSA
Continue acompanhando!
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
27
AUTOATIVIDADE
29
5 Bleger entendia que o trabalho proposto pelo psicólogo institucional deveria
ser uma lógica pedagógica de intervenção e, para tanto, o psicólogo deveria
se posicionar como consultor ou assessor em um trabalho operacional em
grupos. Disserte sobre como Bleger entendia o processo pedagógico da
intervenção e a função de consultor/assessor do psicólogo no trabalho com
a psicologia institucional.
30
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
GRUPO E INSTITUIÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, trabalharemos acerca da importância do grupo
como componente complementar das instituições e das organizações. Entraremos
em contato com a produção de diferentes teóricos, que durante as suas pesquisas
se detiveram na relevância da função do grupo em uma instituição. São eles: José
Bleger, Kurt Lewin, Wilfred Bion e Enrique Pichon-Rivière.
2 AS INSTITUIÇÕES, AS ORGANIZAÇÕES, OS GRUPOS E O
PAPEL DE CADA UM PARA AS INSTITUIÇÕES
Como já trabalhado anteriormente, a instituição para a psicologia
institucional significa um valor ou regra social que, de tanto ser repetida ao
longo do tempo, ganha status de verdade, ou seja, instituição não se trata de um
estabelecimento/prédio, mas um modo de ver e viver que segue se reproduzindo
pela sociedade. Ela segue de maneira não necessariamente visível, pois não é
questionada. Somente se torna visível no instante em que passa a ser questionada
ou quebrada como regra. Um exemplo é a instituição casamento.
31
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
E
IMPORTANT
32
TÓPICO 3 — GRUPO E INSTITUIÇÃO
33
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
DICAS
Uma dica bem interessante para entender a psicologia das massas e a sua
formação de grupos é o filme A Onda, de 2009. Confira!
O primeiro pesquisador sobre grupos que traremos aqui será José Bleger,
criador da psicologia institucional. Bleger (1987) definiu o grupo como uma
reunião de indivíduos que se relacionam, dividindo algumas normas e regras na
execução de uma atividade.
Para além disso, também é uma sociabilidade que está guardada sob
uma dinâmica de indiferenciação, isto é, existem modos de as pessoas estarem
organizadas sob normas sem que elas interajam entre si. Bleger (1987) denominou
esse modelo como sociabilidade sincrética, em contraposição à sociabilidade por
interação.
Bleger (1987) vai dizer também que os grupos são instituições muito
complexas. De um lado, o grupo pode ser representado pela reunião de
instituições, mas por outro, ele pode se constituir também por organizações.
Dito de outra forma, o grupo, na medida em que vai passando o tempo, vai se
autonomizando e perdendo um pouco do objetivo inicial. Quando os objetivos se
perdem, esse grupo pode começar a se tornar antiterapêutico, pois ele passa a se
comportar como uma organização, um dever e não como experiência de trabalho
que possui metas a serem atingidas.
34
TÓPICO 3 — GRUPO E INSTITUIÇÃO
35
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
UNI
36
TÓPICO 3 — GRUPO E INSTITUIÇÃO
também fez pensar em uma proposta diferente sobre o tempo (o presente, o futuro
no presente e o passado no presente), isto é, uma visão de processualidade e
indispensabilidade de operar tanto no nível macroscópico quanto microscópico,
abrangendo o que ele denominou de unidades situacionais.
NTE
INTERESSA
O trabalho de Wilfred Bion com a psicologia dos grupos teve início em uma
ala do hospital da Segunda Guerra Mundial, em que era médico (Figura 18), com um quadro
aproximado de 400 pacientes, em que se presenciava um forte quadro de anarquia e
indisciplina. Com a finalidade de fazê-los entender suas dificuldades e descobrir modos de
lidar com elas, decidiu fazer uma experiência reunindo esses pacientes em grupos.
38
TÓPICO 3 — GRUPO E INSTITUIÇÃO
Essa experiência foi considerada efetiva por Bion. Aí, ele cunhou o
conceito de espírito de grupo, que ocorre quando existe uma meta em comum e
pela admissão, por parte do grupo, de seus limites.
39
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
40
TÓPICO 3 — GRUPO E INSTITUIÇÃO
41
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
43
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Pablo Castanho
RESUMO
44
TÓPICO 3 — GRUPO E INSTITUIÇÃO
Isto não significa dizer que qualquer "fazer" tenha efeitos terapêuticos.
O conceito de tarefa em Pichon-Rivière é complexo e fruto de muitos mal-
entendidos. Muitas pessoas acham que, se o grupo realiza a tarefa explicitamente
colocada, então o grupo trabalhou de modo operativo, e a saúde mental de seus
membros está sendo promovida. A despeito de algumas brechas que de fato
podemos encontrar no pensamento de Pichon-Rivière dando apoio a essa leitura,
acreditamos que ela não se sustente no conjunto da obra. Para esclarecermos esse
ponto, um texto particularmente interessante é
La noción de Tarea en Psiquiatría" (PICHON-RIVIÈRE, 1985).
Nesse artigo, Pichon-Rivière e Bauleo expõem a dissociação como
característica da pré-tarefa (aquilo que, como o próprio nome diz,
se opõe à tarefa): "Además es en esta pretarea donde se observa un
juego de disociaciones del pensar, actuar e sentir, como formando
parte también de los mecanismos antes enunciados [mecanismos de
defesa]" (PICHON-RIVIÈRE, 1985, p. 34, parênteses nosso).
45
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA E INSTITUIÇÃO
46
TÓPICO 3 — GRUPO E INSTITUIÇÃO
FONTE: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-24902012000100007>.
Acesso em: 30 jul. 2020.
47
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
48
AUTOATIVIDADE
49
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
( ) Podemos dizer que Kurt Lewin foi um dos pioneiros no estudo sobre
grupos.
( ) Kurt Lewin fundou a sua corrente teórica na Psicologia Social sob o nome
de Cognitivismo. As pesquisas de Lewin também foram relevantes para o
desenvolvimento de uma teoria organizacional psicológica que, no espaço
empresarial, é abordada nos estudos das relações humanas no trabalho.
( ) Kurt Lewin foi o responsável por criar os grupos operativos, grupos estes
que se fundamentavam na sua teoria do vínculo.
50
REFERÊNCIAS
A ONDA. Direção: Dennis Gansel. Alemanha: 2008. 101 min.
BARÓ, I. Sistema, grupo y poder: psicologia social desde Centroamerica II. San
Salvador: UCA, 1993.
51
TORRES, C. et al. Psicologia social: principais temas e vertentes. Porto Alegre:
Artmed, 2018.
52
UNIDADE 2 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
53
54
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, falaremos sobre o trabalho do psicólogo
institucional nas instituições hospitalares, seus limites e alcances. Para tanto, a fim
de que possamos entender o exercício profissional de um psicólogo em ambiente
hospitalar, orientado pela Psicologia Institucional, precisaremos trabalhar alguns
conceitos que orientam a prática desse profissional.
56
TÓPICO 1 — A PSICOLOGIA INSTITUCIONAL NAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES
57
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
58
TÓPICO 1 — A PSICOLOGIA INSTITUCIONAL NAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES
Guirado (2004) entendeu essa relação como uma relação de poder, haja
visto que médicos não estariam em uma escala de superioridade de saber diante
de um psicólogo ou qualquer outro profissional dentro de um hospital, embora o
imaginário social caminhe nesse sentido.
59
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
60
TÓPICO 1 — A PSICOLOGIA INSTITUCIONAL NAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES
Perante essas situações, Bock et al. (2003) entendem que, em sua atuação,
o psicólogo precisa investir na análise de seus limites perante a independência e
autonomia que o paciente deve exercer sobre sua própria vida, com atenção para
o psicólogo não ser mais um agente que limita as suas escolhas já restritas.
61
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
62
TÓPICO 1 — A PSICOLOGIA INSTITUCIONAL NAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES
ATENCAO
63
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
64
AUTOATIVIDADE
66
TÓPICO 2 — A
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
67
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
A Figura 8 ilustra a estrutura de uma sala de aula em que ali está presente
a configuração das relações de poder, as disciplinas de corpos e pensamentos etc.
ATENCAO
Ano após ano, professores e alunos na mesma configuração das salas de aula,
na repetição dos rituais cotidianos, dos horários estabelecidos, nas disciplinas de corpos e
pensamentos. Mudamos algum ponto aqui, outro ponto acolá da escola, dos currículos, das
posições em sala de aula ou da inserção da tecnologia, mas nunca a escola em si.
68
FIGURA 9 – JULGAMENTO
Dessa maneira, não existe motivo para conceber a instituição como um corpo
estranho, acima de nossas cabeças, com vida própria e independente de nós. Somos
nós que a fazemos. E, mesmo que na nossa consciência ou na nossa prática cotidiana
não reconheçamos tanto esse fato, concebemos a escola como natural e legítima.
Não podemos nos eximir, assim, de nosso papel como sociedade de pensá-la.
69
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
DICAS
70
E nisso a gente pode se perguntar: será que esse professor ou esse aluno
tem sido convidado a dizer, sinceramente, o que pensa e sente quanto às definições
estabelecidas e das quais eles serão os principais agentes?
71
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
72
Dessa forma, o que o autor quer dizer é que é preciso que as pessoas possam
se implicar em um conhecimento sobre si, sobre o outro, sobre a instituição e as
relações que perpassam a escola. Por isso, a relevância do trabalho com grupos
nas instituições, não tentando constituir um espaço de paz nos grupos ou em que
os conflitos sejam amenizados, muito menos excluir as diferenças individuais
para chegar a uma atmosfera mais harmônica ou a um denominador comum.
Por fim, é importante trazer uma fala sobre grupos em que o próprio
Bleger (1984, p. 52) afirma:
73
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
74
75
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
DICAS
O filme Pro dia nascer feliz (2007) é um documentário brasileiro muito importante,
que traz os universos escolares, tanto da esfera pública quanto da particular.
Segundo a autora, esse episódio aconteceu logo após eles terem realizado
um trabalho de intervenção com grupos operativos naquela escola, o que a levou
a pensar em como o psicólogo pode se sentir frente às possibilidades de trabalho
em uma instituição tão direcionada à repetição e reprodução das instituições de
penalidades e castigos. A Figura 13 ilustra que a escola, embora insira algumas
mudanças, acaba incorrendo a penalidades e castigos como forma de educar.
76
77
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
ATENCAO
O método de trabalho para o psicólogo, de acordo com José Bleger pode ser
esquematizado da seguinte maneira:
• enquadre do local, da atividade e das práticas a serem investidas pelo psicólogo;
• observação detalhada;
• investigação;
• compreensão e intervenção.
78
79
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
80
AUTOATIVIDADE
82
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, trabalharemos as demandas dirigidas ao psicólogo
usualmente e veremos, também, como a Psicologia Institucional entende que
se deve operar a partir e com essas demandas e expectativas sobre a atuação do
psicólogo.
Por último, veremos um estudo de caso que traz a dimensão das relações
institucionais na composição de um diagnóstico de um paciente.
83
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
É por meio do discurso que pode ser tomado também como ato, como
dispositivo que fabrica as palavras e as ideias – que estruturam as expectativas,
as verdades, as apropriações dos direitos de fala e das posições. Toda essa
composição é material de trabalho da Psicologia Institucional.
84
TÓPICO 3 — A PSICOLOGIA INSTITUCIONAL NO ENTRECRUZAMENTO DAS INSTITUIÇÕES
85
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
De acordo com Guirado (2009), é toda uma narrativa sobre diagnóstico que se
modifica, porque ela se faz a partir de uma noção de que os discursos que permeiam
o espaço de trabalho são também uma instituição, um dispositivo de análise.
86
TÓPICO 3 — A PSICOLOGIA INSTITUCIONAL NO ENTRECRUZAMENTO DAS INSTITUIÇÕES
FIGURA 16 – CAPS
87
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
E
IMPORTANT
Continue acompanhando!
88
TÓPICO 3 — A PSICOLOGIA INSTITUCIONAL NO ENTRECRUZAMENTO DAS INSTITUIÇÕES
NTE
INTERESSA
Não se trata de negá-las ou produzir uma prática sem elas, mas entender
que ela, como instrumentalizadora do olhar que o psicólogo vai dirigir ao seu
paciente/cliente, fabrica determinadas verdades e essas verdades produzem
realidades na vida de uma pessoa.
89
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
FIGURA 19 – FOUCAULT
90
TÓPICO 3 — A PSICOLOGIA INSTITUCIONAL NO ENTRECRUZAMENTO DAS INSTITUIÇÕES
91
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
92
TÓPICO 3 — A PSICOLOGIA INSTITUCIONAL NO ENTRECRUZAMENTO DAS INSTITUIÇÕES
93
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
LEITURA COMPLEMENTAR
94
TÓPICO 3 — A PSICOLOGIA INSTITUCIONAL NO ENTRECRUZAMENTO DAS INSTITUIÇÕES
95
UNIDADE 2 — PROBLEMATIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES, EDUCACIONAIS E DO MUNDO DO TRABALHO
FONTE: <https://www.scielo.br/j/pcp/a/KttSqk5tnLhjRm3YzNyMVxC/?format=pdf&lang=pt>.
Acesso em: 30 jul. 2020.
96
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
97
AUTOATIVIDADE
98
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
99
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, J. A. Metáforas da desordem: o contexto social da doença
mental. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
100
PATTO, M. Psicologia e Ideologia: uma introdução crítica à psicologia escolar.
São Paulo: T.A. Queiroz, 1984.
101
102
UNIDADE 3 —
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
103
104
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, trabalharemos mais detidamente sobre a Psicologia
Social Comunitária. Neste tópico, diferentes características das relações entre o
psicólogo e a comunidade serão trazidas, especificamente o histórico, as perspectivas
teóricas, os instrumentos de análise e intervenção disponíveis e a atuação do psicólogo
em comunidade.
105
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
TUROS
ESTUDOS FU
106
TÓPICO 1 — O QUE É A PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
107
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
108
TÓPICO 1 — O QUE É A PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
109
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
NOTA
Esse movimento nas universidades pôde gerar uma reflexão crítica quanto
à profissão da Psicologia e a sua função na sociedade, sobretudo em países do
Terceiro Mundo, que estão constantemente sendo vítimas de violação de direitos
humanos.
110
TÓPICO 1 — O QUE É A PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
111
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
DICAS
112
TÓPICO 1 — O QUE É A PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
Sawaia (2002) aponta que foi somente na década de 1970 que a Psicologia
Social conseguiu trazer mais consistência acerca do seu objetivo e do seu alvo de
intervenção, a partir do momento que se colocou como Psicologia Comunitária,
vertente de conhecimento que se coloca como não-elitista, a serviço do povo, com
o objetivo de suprimir a exploração e a dominação.
113
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
É no processo grupal que nos conectamos com o outro e é nele também que
reconhecemos nossa diferença e, dessa forma, produzimos a nossa identidade,
sendo o grupo exigência para a sua garantia ou transformação.
Desse modo, o processo grupal também pode fazer com que nos fixemos
em nossos modos de ser, nos subjugando a um poder autoritário, não levando em
conta que em um grupo, antes de mais nada, devemos ser considerados iguais em
direitos e deveres.
116
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
117
AUTOATIVIDADE
118
3 O conceito de comunidade nos traz o significado de coletividade, mas
também o da valorização das potencialidades humanas do indivíduo que
formam essa coletividade. De acordo com o entendimento de indivíduo
e sociedade da Psicologia Comunitária, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
119
120
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos as contribuições da Análise
Institucional para a Psicologia. No entanto, antes, precisamos entender o que foi
a Análise Institucional, seus conceitos e suas operacionalizações.
ATENCAO
121
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
NOTA
122
TÓPICO 2 — CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE INSTITUCIONAL
DICAS
Desse modo, é possível pensar que pessoas antes excluídas podem atuar
mais vivamente no cenário da vida comunitária, pois podem conseguir produzir
diferentes movimentos.
123
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
124
TÓPICO 2 — CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE INSTITUCIONAL
125
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
126
TÓPICO 2 — CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE INSTITUCIONAL
DICAS
Para ter acesso às intervenções dos analistas institucionais no Brasil, leia o livro:
KAMKHAGI, V.; SAIDON, O. Análise Institucional no Brasil. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1987.
3 PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO
Quando trabalhamos com a Psicologia Institucional, com a Psicologia
Social Comunitária ou com a Análise Institucional, é sempre importante lembrar
que essas perspectivas levam em consideração a necessidade histórica de efetivar
novas lutas, sempre na direção da produção da diferença de si e do outro.
127
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
Guattari (2004) também vai se referir a essa tradição filosófica que fez
coincidir com o sujeito uma essência ou uma natureza humana. Sob esse aspecto,
o simples fato de existir enquanto espécie seria o bastante para conferir ao humano
uma essência. Em grande proporção, não deixamos de ser atravessados por essa
noção que, de inúmeras formas, contribui para que a nossa vida seja estruturada
de modo bastante enrijecido, agindo a partir de regras e valores instituídos que,
ao tomarem uma determinada forma dominante, são naturalizados como algo
que deve continuar como é.
128
TÓPICO 2 — CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE INSTITUCIONAL
DICAS
FIGURA 15 – SUBJETIVIDADE
129
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
NOTA
130
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
131
AUTOATIVIDADE
132
3 A Análise Institucional trabalha muito no entendimento dos conceitos como
ferramentas de intervenção. Foi Georges Lapassade quem cunhou alguns
dos principais conceitos utilizados por institucionalistas e psicólogos
que utilizam a Análise Institucional como proposta de trabalho. Sobre os
conceitos cunhados pela Análise Institucional e o trabalho do psicólogo na
área, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
133
134
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, veremos como a Análise Institucional (A.I.)
tem inspirado muitos movimentos no Brasil. A influência vai desde a clínica
psicológica, as práticas em saúde coletiva, as intervenções no território da gestão
em saúde ou na pesquisa universitária; seus conceitos são constantemente
revisitados e usados.
2 TRANSFERÊNCIA E CONTRATRANSFERÊNCIA
Neste trecho, traremos a concepção de transferência e contratransferência
de Sigmund Freud, para que fique mais claro abaixo os desdobramentos deste
conceito por algumas correntes do movimento institucionalista.
Freud, como em grande parte de sua obra, foi elaborando esse conceito
ao longo de toda a sua pesquisa, pois o autor criava e reeditava suas ideais a
partir da experiência de sua prática clínica. Portanto, o conceito de transferência
ao longo de seus escritos foi trabalhado de algumas maneiras, mas sem
corromper seu sentido original, que é: os sujeitos fazem reedições dos vínculos
com as personagens significativas do início da sua vida (mãe, pai etc.), quando
aparece uma situação atual próxima de algum registro traumático infantil. Essa
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TÓPICO 3 — A ANÁLISE INSTITUCIONAL A PARTIR DO PENSAMENTO PSICANALÍTICO
2.1 TRANSFERÊNCIA FREUDIANA E SEUS IMPASSES PARA A
PSICOLOGIA INSTITUCIONAL
Marlene Guirado, professora de Psicologia e grande expoente da Psicologia
Institucional atual, propôs, em sua tese, um reajuste do conceito de transferência
para pensar essa relação entre psicólogo e público-alvo não só dentro de uma
dinâmica institucional (uma organização), mas em perspectiva com a análise das
instituições que atravessam o sujeito (GUIRADO, 2010).
A partir desse exemplo, Guirado (2010) conclui que não é possível atuar
somente com a ideia inicial de transferência, quando o psicólogo terapeuta tem
pouca margem de liberdade com relação aos seus incômodos e pontos de angústia
e quando o paciente ou analisando se apresenta de maneira bem diferente daquele
paciente que procura um terapeuta em seu consultório.
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TÓPICO 3 — A ANÁLISE INSTITUCIONAL A PARTIR DO PENSAMENTO PSICANALÍTICO
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NOTA
Dessa maneira, a A.I. coloca a si própria em análise, como caso. Além dos
casos da clínica, a própria clínica como caso.
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TÓPICO 3 — A ANÁLISE INSTITUCIONAL A PARTIR DO PENSAMENTO PSICANALÍTICO
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Grande parte dos estudos acerca do A.T. tenta produzir um perfil para o
acompanhante terapêutico a partir do seu aparecimento e conjuntura histórica.
No entanto, não se tem uma unanimidade científica, embora haja algumas marcas
que a caracterizam. Ainda não se chegou a um consenso científico: ela pode ser
vista a partir do olhar de diferentes teorias.
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DICAS
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LEITURA COMPLEMENTAR
Marlene Guirado
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UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
Por currículo e por lei, ora mais e ora menos contraditoriamente, o ensino
e a atuação profissional vão produzindo o desenho de uma Psicologia que não
parece querer ficar à margem das reflexões filosóficas e sociológicas, feitas nas
salas de aula, ou à margem de ações políticas das agremiações estudantis e dos
movimentos sociais e comunitários em geral.
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
● Para a Psicologia Institucional, não é possível atuar somente com a ideia inicial
de transferência, posto que o psicólogo institucional tem pouca margem de
liberdade com relação aos seus incômodos e pontos de angústia, e o paciente
ou analisando se apresenta de maneira bem diferente daquele paciente que
procura um terapeuta em seu consultório.
CHAMADA
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AUTOATIVIDADE
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3 A Análise Institucional (A.I.) tem inspirado muitos movimentos no Brasil.
A influência vai desde a clínica psicológica, as práticas em saúde coletiva, as
intervenções no território da gestão em saúde ou na pesquisa universitária;
seus conceitos são constantamente revisitados e usados. Ela criou um corpo
de conceitos que é bastante utilizado por psicólogos brasileiros. Acerca dos
principais conceitos da Análise Institucional, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
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REFERÊNCIAS
ALTOÉ, S. Menores em tempo de maioridade: do internato-prisão à vida social.
Rio de Janeiro: Editora Universitária Santa Úrsula, 1993.
TAVARES, E.E. Abrigados do Mundo. In: COSTA, A.; BACKES, V.; RILHO, L.
F. L. OLIVEIRA (Orgs.). Adolescência e experiências de borda. Porto Alegre,
Editora da UFRGS, 2004.
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