Linguistica Bantu
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Linguistica Bantu
Turma:
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Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
Capa 0.5
Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
Exploração dos
2.0
dados
Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Indice
1. Introdução.................................................................................................................................5
3. Conclusão...............................................................................................................................16
4. Referências Bibliográficas.....................................................................................................17
1. Introdução
A reduplicação, “um processo de repetição de uma parte ou de todo o tema3” (Ngunga 1998:1),
que pode ocorrer em todas as categorias (Furtune 1957) e posições morfológicas (Bauer 1988,
Spencer 1991), tem sido objecto de estudo de muitos linguistas (Matthews 1974, Bybee 1985,
Bauer 1988, Spencer 1991, Katamba 1993, Ngunga 1998, 2001) de entre outros.
A reduplicação pode ser total (completa) ou parcial. É completa “quando todo o morfema é
reduplicado e parcial quando apenas uma parte é reduplicada” (Jensen 1962: 68). Este processo
tem implicações semânticas diferentes conforme os diferentes materiais lexicais envolvidos
(Matthews 1974, Wiesmann & De Matos 1980, Bybee 1985, Bauer 1988, Katamba 1993), pois
dependendo da língua particular pode significar: Iteração, frequência, repetição (Changana);
Marca de pretérito (Latim); Forma do plural (Kaingang); Atenuação, intensidade (Tagalog);
Aumentativo (Turco e Thai); Diminutivo (Thai).
(2)
-famba ' andar'
-hundza 'passar'
-khoma ' pegar
-tlanga ' brincar'
Estes mostram que os constituintes da reduplicação total são independentes desta visto se
comportarem como itens lexicais autónomos.
Os verbos uma vez reduplicados, comportam-se como morfemas lexicais que formam um bloco
que não pode ser quebrado ou decomposto em unidades morfológicas
por isso são sujeitos às mesmas regras morfológicas (derivação, flexão) como qualquer verbo na
língua, como se pode ver nos exemplos (3) que se seguem:
(3)
- tlanga-tlangile „ brincou repetidamente‟ cf. - tlanga-tlangisa „fazer brincar repetidamente‟
-famba-fambile „andou repetidamente‟ cf. - famba-fambisa „fazer andar repetidamente‟ -
hundza-hundzile „passou repetidamente‟ cf. - hundza-hundzisa „fazer passar repetidamente‟
-khoma-khomile „ pegou repetidamente‟ cf. - khoma-khomisa „fazer pegar repetidamente‟
-tsama-tsamile „sentar repetidamente‟ cf. -tsama-tsamisa „fazer sentar repetidamente‟
Os exemplos acima, mostram a flexão do sufixo do tempo passado (-ile) na posição sufixal dos
temas verbais, a única de que a língua dispõe para acomodar os morfemas da marca do tempo
passado nesta língua e a derivação do sufixo derivacional (-is-) na mesma posição.
*-biha-biha
*-chona-chona
*-enta-enta
*-guga-guga
Os exemplos em (5) embora potencialmente existentes, pois cada uma delas também existe em
dicionários isoladamente conforme : - biha „ser feio‟; -chona „ser noite‟; -enta „ser profundo‟; -
guga „ser velho‟; não são totalmente reduplicáveis. Esta impossibilidade de reduplicação pode
justificar-se tendo em conta duas explicações: A primeira é a de que estes verbos exprimem
estados, posturas ou qualquer outra situação que seja diferente de uma acção que possa ser
repetida pelo mesmo sujeito. Só para dar alguns exemplos, um buraco profundo só o é uma única
vez, algo velho só tem essa qualidade uma única vez, etc. A segunda explicação é a de que estes
verbos funcionam como qualificadores4 na língua, que de facto são, e por não poderem ocupar o
núcleo de sintagma verbal na estrutura sintáctica, não podem ser reduplicados por falta de
motivação na lógica semântica da língua. Esta análise elimina a primeira explicação.
Sendo o objectivo da reduplicação em Xichangana expressar o aspecto iterativo das acções
descritas pelos verbos, não podemos, por isso, re-reduplicar os temas verbais reduplicados se
visarmos esse fim iterativo como mostram os exemplos que se seguem:
(6) * -pfala-pfala-pfala-pfala
* -bala-bala-bala-bala
*-chumayela-chumayela-chumayela-chumayela
*-cinama-cinama-cinama-cinama
Estas constatações permitem-nos concluir que tal como em Ciyao (Ngunga 1998), o termo
reduplicado em Changana não aceita ser reduplicado. Podemos também concluir que a condição
para a efectivação da reduplicação total depende da estrutura do verbo,
que deve ser do tipo - CVC- ou mais longa. Do ponto de vista morfológico, os constituintes da
reduplicação (o reduplicante e o reduplicado), são dependentes uma vez que só admitem uma
única posição, para acomodar as morfologias, o que não acontece
em termos semânticos. Os verbos da estrutura acima podem ser totalmente reduplicados contudo,
existem alguns verbos com as mesmas características morfológicas mas que, mesmo
semanticamente expressando iteractividade, não têm as partes correspondentes não reduplicados
ou, nos casos em que existam, a sua morfologia e semântica não é de todo igual ao expresso pela
reduplicação total - é o caso do que podemos considerar de reduplicação fossilizada como
podemos ver nos exemplos que se seguem:
(7) -bzata-bzata „tentar dizer qualquer coisa e falhar por falta de palavra‟
-cadza-cadza „ruído dos pés ao chapinhar‟
-daka-daka „orfar, ofegar‟
-svata-svata „arrastar os pés‟
-daba-daba „simplório, pateta‟
Os exemplos em (7), embora sejam de origem ideofónica5, apresentam o caso da reduplicação
fossilizada pois apresentam a mesma estrutura morfológica que os vistos anteriormente, porém
apresentam-se diferentes daqueles em dois pontos: (i) A semântica do verbo não reduplicado é
diferente da do reduplicado, o caso de –bzata ‘produzir estalidos com a mão contra o pilão ao
pilar’ e -svata ‘desaparecer’; (ii) alguns verbos totalmente reduplicados não têm a sua
correspondente não reduplicado, constituíndo desse modo “lacunas acidentais” ou “lexicais” na
língua uma vez que seria de esperar que existissem, é o caso de *-daka e *-bada .
Este comportamento permite-nos não perder de vista o requisito segundo o qual a reduplicação
deve satisfazer à condição morfológica e semântica. Da não observância de uma destas
condições resulta na agramaticalidade da palavra reduplicada. Estas características fazem com
que, contrariamente à reduplicação total normal, os constuíntes do verbo (as partes reduplicante e
reduplicada) não estejam separadas por um hífen (Ngunga 1998).
Discutida a reduplicação total, passaremos, em seguida, a considerar a reduplicação parcial.
Os exemplos em (9) mostram que os temas verbais parcialmente reduplicados aceitam ser
totalmente reduplicados para dar a ideia de quantidade de vezes em que o conjunto das “micro–
acções” descritas pelo verbo é repetido. Portanto, uma vez totalmente reduplicados, comportam-
se como temas verbais normais com as mesmas restrições morfológicas que as dos verbos
normalmente reduplicados. Contudo, não podemos “re-reduplicar” o constituinte ou sílaba
reduplicada. Uma tentativa de assim se proceder resulta em palavras “reduplicadas” agramaticais
como podemos observar nos exemplos que se seguem:
(10) * -mpompompompola
* -rherherherhemela
* -jojojojometa
* -fofofoforha
Os exemplos em (10) mostram a impossibilidade de re-reduplicação da sílaba reduplicada.
Embora a reduplicação vise expressar o aspecto iterativo, esse objectivo não se alcança através
deste tipo de estruturas na medida em que ela só ocorre em núcleos lexicais.
Veremos, na subsecção que se segue, a reduplicação em raízes verbais de estruturas do tipo -C- .
As raízes verbais parcialmente reduplicadas, admitem a reduplicação total, desde que a parte
reduplicada não seja novamente reduplicada devendo, depois, seguir as mesmas restrições
morfológicas que aqueles (os totalmente reduplicados).
Os verbos de raízes verbais de estrutura de tipo -C-, não aceitam a reduplicação por meio da
repetição de parte ou da totalidade do tema verbal e para exprimir iteractividade usam o
mecanismo de adição da extensão verbal -etel- ou a estratégia lexical que se é a mais produtiva.
As duas estratégias (morfológica e lexical) na expressão de iteractividade não podem co-ocorrer.
Uma restrição que se pode justificar pela necessidade de evitar a redundância semântica.
4. Referências Bibliográficas