Linguistica Bantu

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância

A Reduplicação verbal nas línguas moçambicanas: O caso do estudo da lingua Changana

Ernesto Samuel Nguiraze

Código do estudante: 708216879

Licenciatura em Ensino de Lingua Portuguesa

Cadeira: Linguística Bantu

Ano de frequência: 2º Ano

Turma:

Docente:

Beira, Setembro de 2022


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Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Indice
1. Introdução.................................................................................................................................5

1.2. Objectivo geral......................................................................................................................6

1.2.1. Objectivos especificos.......................................................................................................6

1.3. Metodologia de pesquisa......................................................................................................7

1.3.1. Pesquisa bibliográfica.......................................................................................................7

2. A Reduplicação verbal nas línguas moçambicanas: O caso do estudo da lingua Changana. . .8

2.1. Reduplicação total....................................................................................................................8

2.3. Reduplicação Parcial..........................................................................................................12

2.4. Reduplicação verbal de estruturas do tipo - C-...................................................................13

3. Conclusão...............................................................................................................................16

4. Referências Bibliográficas.....................................................................................................17
1. Introdução

Reduplicação é o processo de repetição da totalidade de uma palavra ou de parte dela para


exprimir um determinado significado que de outra maneira não seria possível a nível
morfológico (Jensen 1942, Katamba 1993, Ngunga 2000). Nesta comunicação pretendemos
descrever a reduplicação verbal em Xichangana, uma língua bantu falada maioritariamente no
sul de Moçambique. Nela preocupa-nos verificar se este fenómeno (Ex: -famba-famba „andar
repetidamente‟ ou -mbombomela „afundar‟) tem motivações de carácter morfológico ou
semântico. Através da análise dos dados, argumenta-se que a reduplicação naquela língua deve
obedecer à condição morfológica e semântica uma vez que a não observância de uma destas
condições resulta na agramaticalidade do verbo reduplicado.
1.2. Objectivo geral

Analisar a reduplicação verbal da lingua changana

1.2.1. Objectivos especificos


 Definir o termo reduplicação;
 Identificar tipos de reduplicação;
 Descrever a reduplicação verbal da lingu changana.
1.3. Metodologia de pesquisa
Para a efectivação deste trabalho usou-se o método Analítico que consistiu no uso de técnica de
pesquisa bibliográfica.

1.3.1. Pesquisa bibliográfica


Segundo (LAKATOS 1991:98) abrange toda literatura já tornada publica em relação ao tema em
estudo.

A pesquisa bibliográfica consistiu basicamente na recolha de informações em manuais, livros e


artigos publicados que abordam sobre os conteudos pesquisados.
2. A Reduplicação verbal nas línguas moçambicanas: O caso do estudo da lingua
Changana

Reduplicação em linguística é um processo morfológico pelo qual o radical de uma palavra (ou


parte dela) é repetida de forma exata ou com pequena modificação.
Reduplicação é usada como uma flexão para indicar uma função gramatical, tais como
pluralidade, intensidade, etc, em derivação de léxicos para criar novas palavras. É com
frequência usada quando quem fala usa um tom mais expressivo ou figurativo do que numa
conversação normal, também quando se trata de algo icônico em seu significado. A reduplicação
é encontrada em diversas línguas e grupos linguísticos, com seu nível de produtividade
linguística variando em cada caso.
Reduplicação é a denominação padrão desse fenômeno na literatura linguística, havendo porém
outros termos que podem ser usados, tais como, clonagem, duplicação, repetição e tautônimo.

A reduplicação, “um processo de repetição de uma parte ou de todo o tema3” (Ngunga 1998:1),
que pode ocorrer em todas as categorias (Furtune 1957) e posições morfológicas (Bauer 1988,
Spencer 1991), tem sido objecto de estudo de muitos linguistas (Matthews 1974, Bybee 1985,
Bauer 1988, Spencer 1991, Katamba 1993, Ngunga 1998, 2001) de entre outros.
A reduplicação pode ser total (completa) ou parcial. É completa “quando todo o morfema é
reduplicado e parcial quando apenas uma parte é reduplicada” (Jensen 1962: 68). Este processo
tem implicações semânticas diferentes conforme os diferentes materiais lexicais envolvidos
(Matthews 1974, Wiesmann & De Matos 1980, Bybee 1985, Bauer 1988, Katamba 1993), pois
dependendo da língua particular pode significar: Iteração, frequência, repetição (Changana);
Marca de pretérito (Latim); Forma do plural (Kaingang); Atenuação, intensidade (Tagalog);
Aumentativo (Turco e Thai); Diminutivo (Thai).

Reduplicação Verbal em Changana

2.1. Reduplicação total


Reduplicação total “é um processo morfológico em que o reduplicante e a base são idênticos (a
nível segmental)” (Ngunga 1998:2, Liphola 2000:46), como se pode ver nos seguintes dados:
(1)
-gogomai - gogomai 'andar repetidamente'
Cindau : Kucenguera «mastigar» PM cenguererar PE «mastigar»

Os exemplos em (1), ilustram o caso da reduplicação total normal em que o reduplicante,


sublinhado, é repetido completamente a nível segmental na forma reduplicada. O objectivo desta
reduplicação é exprimir a frequência em que a acção descrita pelo verbo ocorreu. É usada para
expressar acções iterativas segundo um ponto de vista de um observador que vê ou assiste
alguém ou algo a exercer repetidamente a mesma acção. Estas formas têm a sua correspondente
não reduplicada na língua por isso têm registo no dicionário.

(2)
-famba ' andar'
-hundza 'passar'
-khoma ' pegar
-tlanga ' brincar'
Estes mostram que os constituintes da reduplicação total são independentes desta visto se
comportarem como itens lexicais autónomos.
Os verbos uma vez reduplicados, comportam-se como morfemas lexicais que formam um bloco
que não pode ser quebrado ou decomposto em unidades morfológicas

por isso são sujeitos às mesmas regras morfológicas (derivação, flexão) como qualquer verbo na
língua, como se pode ver nos exemplos (3) que se seguem:

(3)
- tlanga-tlangile „ brincou repetidamente‟ cf. - tlanga-tlangisa „fazer brincar repetidamente‟
-famba-fambile „andou repetidamente‟ cf. - famba-fambisa „fazer andar repetidamente‟ -
hundza-hundzile „passou repetidamente‟ cf. - hundza-hundzisa „fazer passar repetidamente‟
-khoma-khomile „ pegou repetidamente‟ cf. - khoma-khomisa „fazer pegar repetidamente‟
-tsama-tsamile „sentar repetidamente‟ cf. -tsama-tsamisa „fazer sentar repetidamente‟
Os exemplos acima, mostram a flexão do sufixo do tempo passado (-ile) na posição sufixal dos
temas verbais, a única de que a língua dispõe para acomodar os morfemas da marca do tempo
passado nesta língua e a derivação do sufixo derivacional (-is-) na mesma posição.

ocorrências destes materiais nos dois membros da reduplicação provoca agramaticalidade.


Vejam-se os seguintes exemplos:
(4)
*- tlangile-tlangile cf. *- tlangisa-tlangisa
*-fambile-fambile cf. *-fambisa-fambisa
*-hundzile-hundzile cf. *-hundzisa-hundzisa
*-khomile-khomile cf. *-khomisa-khomisa
Os exemplos em (3) mostram a impossibilidade de ocorrência de processos morfológicos nos
dois termos, o reduplicante e o reduplicado. Isto prova que a reduplicação origina uma nova
palavra e que tem disponível as mesmas posições que aquelas na acomodação dos morfemas
gramaticais. Se bem que em (1) notamos que a reduplicação dá a ideia de frequência das acções
ou o aspecto iterativo, a agramaticalidade dos exemplos em (5), mostra que não aceitam ser
reduplicados.

*-biha-biha
*-chona-chona
*-enta-enta
*-guga-guga
Os exemplos em (5) embora potencialmente existentes, pois cada uma delas também existe em
dicionários isoladamente conforme : - biha „ser feio‟; -chona „ser noite‟; -enta „ser profundo‟; -
guga „ser velho‟; não são totalmente reduplicáveis. Esta impossibilidade de reduplicação pode
justificar-se tendo em conta duas explicações: A primeira é a de que estes verbos exprimem
estados, posturas ou qualquer outra situação que seja diferente de uma acção que possa ser
repetida pelo mesmo sujeito. Só para dar alguns exemplos, um buraco profundo só o é uma única
vez, algo velho só tem essa qualidade uma única vez, etc. A segunda explicação é a de que estes
verbos funcionam como qualificadores4 na língua, que de facto são, e por não poderem ocupar o
núcleo de sintagma verbal na estrutura sintáctica, não podem ser reduplicados por falta de
motivação na lógica semântica da língua. Esta análise elimina a primeira explicação.
Sendo o objectivo da reduplicação em Xichangana expressar o aspecto iterativo das acções
descritas pelos verbos, não podemos, por isso, re-reduplicar os temas verbais reduplicados se
visarmos esse fim iterativo como mostram os exemplos que se seguem:
(6) * -pfala-pfala-pfala-pfala
* -bala-bala-bala-bala
*-chumayela-chumayela-chumayela-chumayela
*-cinama-cinama-cinama-cinama

Estas constatações permitem-nos concluir que tal como em Ciyao (Ngunga 1998), o termo
reduplicado em Changana não aceita ser reduplicado. Podemos também concluir que a condição
para a efectivação da reduplicação total depende da estrutura do verbo,
que deve ser do tipo - CVC- ou mais longa. Do ponto de vista morfológico, os constituintes da
reduplicação (o reduplicante e o reduplicado), são dependentes uma vez que só admitem uma
única posição, para acomodar as morfologias, o que não acontece
em termos semânticos. Os verbos da estrutura acima podem ser totalmente reduplicados contudo,
existem alguns verbos com as mesmas características morfológicas mas que, mesmo
semanticamente expressando iteractividade, não têm as partes correspondentes não reduplicados
ou, nos casos em que existam, a sua morfologia e semântica não é de todo igual ao expresso pela
reduplicação total - é o caso do que podemos considerar de reduplicação fossilizada como
podemos ver nos exemplos que se seguem:
(7) -bzata-bzata „tentar dizer qualquer coisa e falhar por falta de palavra‟
-cadza-cadza „ruído dos pés ao chapinhar‟
-daka-daka „orfar, ofegar‟
-svata-svata „arrastar os pés‟
-daba-daba „simplório, pateta‟
Os exemplos em (7), embora sejam de origem ideofónica5, apresentam o caso da reduplicação
fossilizada pois apresentam a mesma estrutura morfológica que os vistos anteriormente, porém
apresentam-se diferentes daqueles em dois pontos: (i) A semântica do verbo não reduplicado é
diferente da do reduplicado, o caso de –bzata ‘produzir estalidos com a mão contra o pilão ao
pilar’ e -svata ‘desaparecer’; (ii) alguns verbos totalmente reduplicados não têm a sua
correspondente não reduplicado, constituíndo desse modo “lacunas acidentais” ou “lexicais” na
língua uma vez que seria de esperar que existissem, é o caso de *-daka e *-bada .
Este comportamento permite-nos não perder de vista o requisito segundo o qual a reduplicação
deve satisfazer à condição morfológica e semântica. Da não observância de uma destas
condições resulta na agramaticalidade da palavra reduplicada. Estas características fazem com
que, contrariamente à reduplicação total normal, os constuíntes do verbo (as partes reduplicante e
reduplicada) não estejam separadas por um hífen (Ngunga 1998).
Discutida a reduplicação total, passaremos, em seguida, a considerar a reduplicação parcial.

2.3. Reduplicação Parcial


Matthews (1974) diz haver a reduplicação parcial quando uma parte da base é reduplicada ou
repetida, por outras palavras, pode-se dizer que a reduplicação parcial são palavras autónomas
que expressam um valor iterativo embora este não seja expresso na íntegra morfologicamente.
Considerem-se os seguintes exemplos:
(8) -dedereka 'andar aos tropeções'
- phepherha 'peneirar'
-phuphurhuka 'falar coisas sem cabimento'
-mbombomela 'afundar-(se)'

Os exemplos em (8) mostram a reduplicação parcial onde o sublinhado indica a parte


parcialmente reduplicada. Segundo Ngunga (1998:8) do ponto de vista semântico, “as formas
parcialmente reduplicadas indicam micro-repetições da acção ou evento a nível interno do tema
verbal. Isto é, a acção ou evento que externamente pode ser vista como um dado único,
internamente constitui um conjunto de repetições.” Sob este prisma de análise, e reparando para
os exemplos em (8), podemos ver que todos os temas verbais embora explicitamente não
descrevam aspecto iterativo à semelhança da reduplicação total normal, são psicologicamente
iterativos. Só para dar algum exemplo kuphepherha „peneirar‟, esta acção é uma sucessão de
acções do mesmo nome, se considerarmos que o gesto de peneirar não se faz uma única vez se
pretendemos, de facto, esse fim. O mesmo se pode dizer de kumbombomela „afundar-(se)‟, pois
o acto de afundar não é pontual, mas representa um acto contínuo e progressivo, por mais rápido
que ele seja, da mesma acção. Essa continuidade e progressividade dá psicologicamente uma
ideia de “micro–repetições” como diria Ngunga (ibd.).
Desta forma, esta reduplicação dá subjectivamente uma ideia iterativa, porém não é totalmente
expressa a nível “morfológico”. Diferentemente dos temas verbais totalmente reduplicados, os
parcialmente reduplicados, em (8), aceitam ser re-reduplicados totalmente.
(9) -mpompola-mpompola 'observar repetidamente‟
-reremela-reremela 'estremecer repetidamente'
-jojometa-jojometa 'emergir algo repetidamente'
-foforha-foforha 'arrepiar arduamente repetidamente'

Os exemplos em (9) mostram que os temas verbais parcialmente reduplicados aceitam ser
totalmente reduplicados para dar a ideia de quantidade de vezes em que o conjunto das “micro–
acções” descritas pelo verbo é repetido. Portanto, uma vez totalmente reduplicados, comportam-
se como temas verbais normais com as mesmas restrições morfológicas que as dos verbos
normalmente reduplicados. Contudo, não podemos “re-reduplicar” o constituinte ou sílaba
reduplicada. Uma tentativa de assim se proceder resulta em palavras “reduplicadas” agramaticais
como podemos observar nos exemplos que se seguem:
(10) * -mpompompompola
* -rherherherhemela
* -jojojojometa
* -fofofoforha
Os exemplos em (10) mostram a impossibilidade de re-reduplicação da sílaba reduplicada.
Embora a reduplicação vise expressar o aspecto iterativo, esse objectivo não se alcança através
deste tipo de estruturas na medida em que ela só ocorre em núcleos lexicais.
Veremos, na subsecção que se segue, a reduplicação em raízes verbais de estruturas do tipo -C- .

2.4. Reduplicação verbal de estruturas do tipo - C-


Os temas, as raízes verbais total e parcialmente reduplicados acima descritos apresentam
estrutura - CVC- ou mais longas. Vejamos, em seguida, o que acontece quando a raiz tem
estrutura do tipo –C-:

-ba -ba c.f. -b-


*-wa -wa c.f. -w-
*-nwa -nwa c.f. -nw-
*-cha - cha c.f. -ch-
Os exemplos em (11) mostram o que seria a reduplicação total de raízes verbais de estrutura de
tipo - C-. Como se vê, o resultado da simples prefixação ou sufixação de uma forma à outra é
sempre agramatical. Para expressar a ideia iterativa nestas estruturas a língua recorre a outros
mecanismos, como seja, o uso de (-etel-)6, um sufixo gramatical que indica frequência como se
pode ver nos seguintes exemplos:
(12) -betetela „bater repetidamente‟
-wetetela „cair repetidamente‟
-nwetetela „beber repetidamente‟
-chetetela „bater, golpear repetidamente‟
Os exemplos em (12) mostram o uso do sufixo verbal em raízes ou bases verbais de estrutura do
tipo -C- para expressar a ideia de iteractividade. Aquilo que é expresso semanticamente através
de meios morfológicos, pode ser expresso lexicalmente como em (13) :
(13) kuba kanyingi „bater muitas vezes‟
kuwa kanyimgi „cair muitas vezes‟
kunwa kanyingi „beber muitas vezes‟
kucha kanyingi „jogar muitas vezes‟

Estes exemplos mostram a adopção da estratégia lexical na expressão da iteractividade dos


verbos de estrutura do tipo -C- em Changana. Esta estratégia consiste na construção de um
sintagma em que o verbo é modificado por uma palavra que a ela se junta para exprimir o
aspecto iterativo. Esta forma é a mais produtiva porque pode-se juntar também a formas verbais
de estrutura do tipo -CVC- ou mais longas conforme mostram os seguintes exemplos:
(14) a. vadlile kanyingi „comeram muitas vezes‟
vabile kanyingi „bateram muitas vezes‟
b. kufamba kanyingi „andar muitas vezes‟
kuyetlela kanyingi „dormir muitas vezes‟
c. varherhemelile kanyingi „estremeceram muitas vezes
vambombomelile kanyingi „afundaram-se muitas vezes‟
Nos exemplos em (13a) temos verbos de radical de estrutura -C- , em (13b) de radical de
estrutura -CVC- e em (13c) de radical de estrutura -CVCVC-. Note-se que em todos casos a
reduplicação é apenas semântica que é expresso lexicalmente. Daqui, podemos ter mais uma
evidência de a reduplicação não tem que exclusivamente ser expresso em morfológicos, pois
também pode ser expresso por meios lexicais. Além disso a reduplicação pode ser
exclusivamente semântica podendo isso ser expresso por outros meios que não envolvem
repetição de parte ou totalidade do tema verbal. Esta é a característica de reduplicação de verbos
de raízes de estrutura do tipo -C-. Com este tipo de verbos só se pode ter reduplicação semântica
que, por um lado, pode ser expresso lexicalmente como se pode ver nos exemplos em (13), por
outro lado pode ser expresso através da adição do sufixo (-etel-) à base verbal como se pode ver
em (12).
3. Conclusão

Feito o trabalo, conclui-se que a reduplicação em linguística é um processo morfológico pelo


qual o radical de uma palavra (ou parte dela) é repetida de forma exata ou com pequena
modificação.
Reduplicação total só ocorre com categorias gramaticais que podem ocupar a posição nuclear do
sintagma verbal e pode ser fossilizada quando não tem as correspondentes formas não
reduplicadas, nos casos que tenha a sua semântica não é todo igual à expressa pela reduplicação
total.

As raízes verbais parcialmente reduplicadas, admitem a reduplicação total, desde que a parte
reduplicada não seja novamente reduplicada devendo, depois, seguir as mesmas restrições
morfológicas que aqueles (os totalmente reduplicados).
Os verbos de raízes verbais de estrutura de tipo -C-, não aceitam a reduplicação por meio da
repetição de parte ou da totalidade do tema verbal e para exprimir iteractividade usam o
mecanismo de adição da extensão verbal -etel- ou a estratégia lexical que se é a mais produtiva.
As duas estratégias (morfológica e lexical) na expressão de iteractividade não podem co-ocorrer.
Uma restrição que se pode justificar pela necessidade de evitar a redundância semântica.
4. Referências Bibliográficas

Matthews, P.H. (1974). Morphology: An Introduction to the Theory of Word – Structure.


CUP. Cambridge. Ngunga, A. (2000). Phonology and Morphology of the Ciyao Verbs. CSLI
Publications. Leland Stanford Junior University. Stanford, California

Ngunga, A. (1998). Reduplicação do Tema Verbal em Ciyao. V Conferência Luso-Afro-


Brasileira. CD-ROM. Maputo Sitoe & Ngunga (eds).(2000). II Seminário Sobre A Padronização
da Ortografia das Línguas Moçambicanas. Editora Escolar, Maputo

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