Piscologia Educacional

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
AS CONTRIBIÇÕES DA PSICOLOGIA EDUCACIONAL NA PERSPECTIVA DE
PIAGET E VIGOTSKI NA RELAÇÃO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DO ALUNO
ADOLESCENTE

Sandra Maria Straube1


Maysa Ricardo da Silva Figueira2

RESUMO

O presente Artigo visa compreender a partir da Formação continuada dos


professores quais as contribuições da Psicologia Educacional se estabelecem nas
práticas pedagógicas com o aluno adolescente. Dentro deste contexto, faz
necessário entender como se realiza a formação docente tendo como pano de fundo
as políticas neoliberais e as leis educacionais vigentes no País como a Lei 9394/96
bem como, situar a disciplina de Psicologia da Educação como aporte teórico para a
compreensão das teorias psicológicas de Piaget e Vigotski que trarão embasamento
para que os professores possam trabalhar com seus alunos as diversas práticas
pedagógicas. Apesar das muitas exigências que se fazem necessárias para a
formação do professor é preciso repensar o papel do ensino, da escola e dos
professores neste novo contexto. A escola não pode continuar a ser uma mera
reprodutora de conhecimentos e ou transmissora de informação. Esta nova
sociedade precisa de indivíduos que pensem e que aprendam a utilizar seu potencial
de conhecimento e de pensamento. Por isso, precisamos levar o aluno a pensar e
refletir sobre as graves questões que se põem na sociedade e deste modo atuar
sobre ela e transformá-la. É preciso então construir práticas pedagógicas junto aos
alunos que os levem a refletir e a se tornarem cidadãos participativos e críticos
dentro da sociedade. Porém, os resultados desse trabalho nos revelaram que os
professores ainda encontram-se despreparados para o trato com seus alunos e que
a Formação acadêmica precisa ser revista dentro das nossas Universidades, pois
ainda tem muitas falhas.

Palavras-chave:Formação de professores. Psicologia Educacional. Aluno


Adolescente.

1
Professora PDE graduada em Pedagogia pela Faculdade Integrada de Naviraí. Psicóloga
graduada pela Universidade Federal do Paraná. Pós –Graduação em Psicopedagogia pela
Faculdades Espirítas. Professora Pedagoga do Colégio Estadual Presidente Afonso
Camargo, Loanda, Paraná, Brasil.
2
Orientadora Mestre em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá. Professora do
Colegiado de Enfermagem da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), Campos de
Paranavaí/FAFIPA.
1 INTRODUÇÃO

Este trabalho objetivou evidenciar como a formação continuada dos


professores pode interferir nas praticas pedagógicas junto aos alunos adolescentes.
Tentando desvendar as relações professor-aluno e suas consequências para o
processo ensino aprendizagem.
Buscou-se tratar a problemática a partir de referencial acadêmico do
professor e de suas percepções e ações com os alunos adolescentes.
O trabalho foi elaborado para que os professores entendessem melhor o
universo do aluno e pudessem assim, melhorar suas práticas pedagógicas. Para
isso se faz necessário que o professor tenha uma formação acadêmica sólida que o
ajude no trato com esses problemas escolares e que tenha tido disciplinas
especificas no seu curso de graduação como a psicologia educacional e a psicologia
do desenvolvimento entre outras, que o levaram a refletir sobre este complexo
mundo infanto-juvenil, e fazendo que interligue conhecimentos, fatos, atitudes e
culturas.
Desta forma, no intuito de oferecer contribuições significativas ao
enfrentamento desta problemática surgiu a pergunta: Como uma formação
continuada com conteúdos sobre o desenvolvimento da aprendizagem poderá
contribuir com as práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula para alunos
adolescentes?
Guiados por esta problemática se evidencia o objetivo geral deste trabalho
que é o de compreender a partir da formação dos professores quais as contribuições
da Psicologia Educacional relacionadas as teorias de Piaget e Vigotski nas práticas
pedagógicas com o aluno adolescente.
Buscando intervir positivamente nesta formação continuada se procurou
elaborar uma unidade didática que favorecesse os professores do Colégio Estadual
Presidente Afonso Camargo junto ao seus alunos adolescentes abordando-se quatro
temáticas principais:
- O desenvolvimento do adolescente, aspectos físicos e emocionais;
- O processo ensino-aprendizagem do aluno adolescente;
- As contribuições da abordagem Piagetiana no processo ensino-aprendizagem do
aluno adolescente;
- O desenvolvimento histórico-cultural do psiquismo humano e o processo de ensino-
aprendizagem do aluno adolescente.
O trabalho foi restrito ao aluno adolescente pelo grau de dificuldade nos
relacionamentos e por ser um período muito complexo da vida, recheado de
mudanças, rebeldias, impulsividades e inseguranças que por isso deve acarretar
maior entendimento do professor para lidar com estes aspectos.
Para que fosse possível a elaboração deste trabalho foram analisadas
pesquisadoras com Facci, Almeida, Larocca no Projeto de Intervenção Pedagógica.
E para fundamentar os estudos sobre a Unidade Didática recorreu-se as teorias de
Piaget e Vigotski.
Para a apresentação desta proposta de intervenção pedagógica, o trabalho
está estruturado em três momentos. No primeiro discuti-se os pressupostos teóricos
que analisam a situação da Formação Docente no Brasil, juntamente, com a
compreensão do processo ensino-aprendizagem do aluno adolescente. Na segunda
apresenta-se os resultados da elaboração e aplicação da Unidade Didática para os
professores e funcionários do Colégio Estadual Presidente Afonso Camargo, como
também as discussões realizadas no Grupo de Trabalho em Rede – GTR. Na
terceira e última parte apresenta-se as conclusões finais do trabalho.

2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

2.1 A INFLUÊNCIA DAS POLIÍTICAS NEOLIBERAIS NA EDUCAÇÃO

O mundo contemporâneo está passando por profundas transformações


sociais. O novo panorama mundial nos revela as tecnologias como nova força para o
trabalho, libertando o homem do trabalho mecânico e repetitivo, aumentando a
produção e melhorando a qualidade de vida. Porém em contra partida também nos
têm trazidos inúmeras consequências trágicas como desemprego e a exclusão
social.
Além disso, é um tempo marcado por privatizações em diversas áreas como:
empresas públicas, escolas, entre outras. Existem muitas mudanças acontecendo e
também uma reorganização do capital entre os países. Enfim o mundo está
atravessando um processo de globalização que acaba alterando toda a sociedade e
nos remete a refletir sobre várias questões.
Estas mudanças estão relacionadas às políticas neoliberais implantadas que
por sua vez afetam o mundo do trabalho e principalmente o trabalhador, fazendo
que somente os mais qualificados consigam sua inserção no mercado de trabalho.
O Neoliberalismo provoca como enfatiza Facci (2004, p.13) “uma
transferência de responsabilidade do aspecto social para o individual na inserção
profissional dos indivíduos”.
Tudo isso afeta sobre maneira o contexto atual da educação. O mundo
neoliberal postula uma educação neoliberal, mesmo que ela nos cause muitos
entraves. Visto que o sistema capitalista só visa o bem de si mesmo.
Sobre essa questão Silva (1997, p.12) destaca que:

A escola é vista pela concepção liberal como um meio de


transmissão de ideias que defendem as excelências do livre mercado
e da livre iniciativa. Porém a escola não pode carregar em seus
ombros toda esta responsabilidade que deve ser imputada aos
governantes e as políticas públicas.

As políticas neoliberais apresentadas por Gentili (2001, p. 2):

Agravam o individualismo e a competição selvagem, quebrando os


laços de solidariedade e intensificam o processo antidemocrático de
seleção natural onde os melhores triunfam e os mais frágeis perdem.
Portanto reflexões são necessárias para que o homem não vire uma
mercadoria posta à venda, onde quem dá mais leva. O
neoliberalismo deixou os países mais pobres.

Ainda sobre Gentili (2001, p. 2):

Estas políticas deixaram nações mais pobres, mais excluídas e mais


polarizadas. Isto está a provocar um confronto de todos contra todos
para alcançar a sobrevivência numa sociedade dominada pela
economia, que favorece o excessivo pagamento dos interesses da
dívida externa, em prejuízo dos salários e da qualidade da vida da
população.

É preciso repensar e reorganizar ideias a fim de romper com estas políticas


incongruentes e excludentes que acentuam as mazelas sociais. Sobre a perspectiva
de Facci (2004), isso afeta a condução da formação de professores, a estruturação
da carreira e como o professor conduz a sua prática pedagógica e a interação com
os alunos e o coletivo escolar. Isto fica claro quando se analisa a estrutura do
Neoliberalismo e as suas relações com o capitalismo onde tudo é movido pelo
individualismo competitivo, ou seja, o homem vale por si mesmo.
É fundamental romper com essas ideias hegemônicas que naturalizam a
estrutura de classes da sociedade, compreendendo que o homem não pode se
tornar uma mercadoria, um objeto ou uma coisa que pode ser negociada.
É preciso pensar sobre tudo isso, de acordo com Meira (2002, p.2) que
afirma: “Em um contexto como este, a reflexão crítica impõe-se como uma
necessidade imperiosa para toda a sociedade, e muito mais particularmente, para
aqueles que têm a educação como seu espaço de atuação profissional”.
O professor é o profissional que mais tem sofrido com todas estas questões, é
nele que recaem todas as expectativas. É ele que é considerado o vilão de todos os
entraves da escola em muitas ocasiões. Entretanto é preciso reavaliar algumas
questões principalmente, as ligadas à formação profissional destes mestres. Pois
sua formação tem se revelado estar comprometida e influenciada por todas estas
políticas do mundo globalizado.

2.2. A FORMAÇÃO DOCENTE NO BRASIL: ALGUNS ASPECTOS

Segundo pesquisas de vários autores como Figueira e Facci e com base em


uma analise bibliográfica, desde 1950 já se constatava a precariedade dos cursos de
formação de professores. Desde então a situação não tem se modificado muito,
apesar das políticas educacionais terem evoluído bastante neste sentido. No
entanto, Observamos que na grande maioria das obras relacionadas ao assunto,
existem críticas sobre a educação brasileira foi mais norteada pelos interesses dos
governantes do que, pelos interesses educacionais que se impuseram nos marcos
legais ao longo dessa trajetória.
No estudo de Melo (2009, p.197):

O ensino superior no Brasil assim como nos outros níveis de ensino,


foi pontuado por diferentes fases políticas nem sempre favoráveis
aos interesses da comunidade educacional. As políticas de
consolidação e manutenção da educação pública no Brasil sempre
ocorreram de forma conflitante entre os objetivos educacionais e as
políticas educacionais.

Em vista disso é necessário realizar uma avaliação das leis que aparam a
docência superior no País. A legislação educacional em vigor é restrita no que se
refere a considerações diretas quanto às exigências para a docência na educação
superior. Somente nos artigos 61, 65 e 66 da Lei Federal N 9394/96 – atual Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – é que e encontramos tais referências:

Art. 61. A formação de profissionais da educação, de modo a atender


aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às
características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá
como fundamentos:
I – a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a
capacitação em serviço;
II – aproveitamento da formação e experiências anteriores em
instituições de ensino e outras atividades.
Art. 65. A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá
prática de ensino de, no mínimo, trezentas horas.
Art. 66. A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á
em nível de pós-graduação, prioritariamente em programas de
mestrado e doutorado.
Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por universidade com
curso de doutorado em área afim, poderá suprir a exigência de título
acadêmico. (BRASIL, 1996).

Também no artigo 52, incisos II e III da referida lei, pode ser encontrada
referência indireta às exigências quanto à formação docente, segundo a qual as
universidades “[...] instituições pluridisciplinares de formação dos quadros
profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do
saber humano” caracterizam-se, entre outros aspectos, por ter “[...] um terço do
corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado” e
“[...] um terço do corpo docente em regime de tempo integral” (BRASIL, 1996).
Já Carvalho (1998, p. 82) observa que:

A Nova LDB, neste momento de transição normativa, fixa, em


relação aos profissionais da Educação normas orientadoras: e
fundamentos da formação dos profissionais da educação; os níveis e
o lócus da formação docente e de “especialistas”; os cursos que
poderão ser mantidos pelos Institutos Superiores de Educação; a
carga horária da prática de ensino; a valorização do magistério e a
experiência docente.

Mediante a análise do contexto já apresentado, percebemos- que a Lei tenta


dar subsídios a Formação, mas o que se constata é o contrário, apesar do aumento
nos investimentos na educação brasileira, não existe uma preocupação efetiva com
a formação que garanta os requisitos mínimos de maneira contínua e competente
pedagogicamente para todos os níveis educacionais. O que vem provocando um
esvaziamento e uma desvalorização dos cursos de licenciatura.
É inconcebível que futuros professores saiam das Universidades e
Faculdades mal - preparadas e sem condições de enfrentar os alunos dentro da sala
de aula. Sobre esse assunto Almeida (1999, p.18) diz os alunos:

Ressaltam que a formação que recebem é excessivamente afastada


da prática escolar, sem nenhum valor e utilidade para o trabalho na
escola de ensino fundamental e médio, e que o estágio não favorece
o início de sua prática, sendo em geral mal conduzido, mal orientado
e mal supervisionado.

É importante destacar aqui que diversos tipos de pesquisa enfatizam o que já


foi salientado anteriormente. De acordo com Gatti (1997, p. 56-57):

a) os professores deveriam dar mais atenção às suas próprias aulas


e aos processos de ensino e de aprendizagem;
b) a revisão de conteúdos curriculares é importante, especialmente
para análise de problemas concretos da educação, dando mais
ênfase para a realidade educacional brasileira;
c) o dia-a-dia da sala de aula é fundamental;
d) a orientação geral dos cursos de formação deve ter caráter mais
prático, de forma a colocá-los diante de situações reais, participando
mais efetivamente dos trabalhos de classe das escolas, ou seja, que
o estágio supervisionado seja revisto.

Portanto, é imperioso que o professor perceba toda a sua realidade e se


posicione frente a sua função para que suas práticas docentes não fiquem
fragmentadas. É importante ter um posicionamento filosófico e pedagógico sobre
sua ação para que a relação teoria e prática se efetivem trazendo para os alunos
reflexões críticas que sejam significativas para este contexto educacional que se
impõe em nosso país.
Como podemos observar o novo contexto educacional está exigindo do
professor uma nova maneira de se trabalhar o processo ensino-aprendizagem. Uma
nova atitude frente ao conhecimento sobre a concepção histórico-social que nos
remete a considerar as relações entre sujeito e objeto sob outros referenciais. Os
cursos de formação devem se tornar mais dinâmicos e eficientes redirecionando
seus olhares para as novas concepções fazendo integrações entre disciplinas e
principalmente estabelecendo pontes entre a teoria e a prática.
Assim entendemos que a docência não deve se resumir ao processo ensino-
aprendizagem, mas sim um processo muito mais complexo, já que vivemos um
momento histórico onde é exigido do professor relacionar-se com uma nova
realidade, com práticas escolares que se distanciam das experiências produzidas
pela sociedade fora da escola.
É importante salientar aqui que algumas disciplinas dos cursos de licenciatura
deveriam rever sua carga horária, pois isso facilitaria o embasamento científico dos
conhecimentos para que o professor diante dos desafios impostos pela realidade
escolar possa intervir e transformar a sociedade juntamente com seus alunos e
comunidade escolar.
Uma das disciplinas que sugeríamos que fosse reavaliada quanto à carga
horária e conteúdos seria a Psicologia da Educação ou a Psicologia Educacional,
pois atualmente o tempo para administrá-la é muito pequeno, o que revela um
problema sobre o que priorizar nos programas. Ela é sem dúvida um referencial
importante na vida profissional do professor, pois fornecerá quase todo o
embasamento teórico sobre diversas questões fundamentais para o processo ensino
- aprendizagem.

2.3 A DISCIPLINA DE PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA FORMAÇÃO DE


PROFESSORES

A partir das considerações históricas realizadas durante este trabalho


percebemos que as relações entre Psicologia e educação nem sempre foram
amistosas, apesar de ambas se relacionarem intimamente. Os desajustes ocorreram
por razões políticas, históricas e culturais.
É preciso então situar a Psicologia dentro do contexto histórico e cultural em
que se desenvolveu o conhecimento psicológico. E este referencial foi consolidado
dentro da ideologia liberal onde os problemas sociais são vistos como problemas
individuais. Neste momento histórico o indivíduo é o problema e é ele que tem que
se adaptar às regras e normas da sociedade. Como a Psicologia surgiu sob a
influência do liberalismo a ênfase no fenômeno psicológico é centrada no indivíduo e
na individualidade não se levava em conta o fator social. O psicologismo na
educação decorrente dessa ideologia afetou a importância da Psicologia como
ciência que dá suporte para a educação. Mas é preciso reconhecer as contribuições
que esta ciência vem dando à prática educativa principalmente quando se fala da
formação de professores.
A ciência psicológica trata de várias questões dentro da educação, entre elas
a questão relativa aos processos de aprendizagem e desenvolvimento o que tem
ajudado muitos educadores a compreender o fenômeno educativo na sua totalidade.
Para Larocca (1999, p.18),

O potencial de contribuições da Psicologia da Educação está


marcado por duplo aspecto. O primeiro advém de sua condição
epistemológica, ou seja, do conhecimento científico que é o
conhecimento psicológico. O segundo, do fato de que este
conhecimento deve servir à Educação (como prática social
multifacetada), colocando-a no centro das análises e definindo,
portanto, o seu papel na construção de um projeto social.

Ou seja, além do conhecimento científico a Psicologia deve servir para


melhorar os aspectos sociais da nossa sociedade. Infelizmente a Psicologia
trabalhada como é atualmente, dificilmente, poderá dar conta da amplitude da
realidade atual.
Isto é comprovado ainda através da fala de Larocca (1999, p.18):

Se for admissível que a Psicologia tem contribuições a oferecer à


Educação, é preciso reconhecer que, para não se distanciar da
realidade precise atuar considerando a existência de uma dinâmica
escolar bastante complexa. A escola cresceu quantitativamente e os
problemas enfrentados em seu cotidiano cresceram na mesma
proporção, embora tal complexidade não possa ser unicamente
atribuída à multiplicação quantitativa de alunos. Observar seu interior
durante um dia é o bastante para presenciar um desenrolar infindável
de problemas que vão desde os tradicionais desentendimentos entre
professor-aluno as batidas ”carências afetivas”, as questões de
ensino, até as mais diversas manifestações da sexualidade, de
violência e tantas outras ocorrências que evidenciam os males da
sociedade e a emergência da mudança.

Não se pode ensinar uma Psicologia abstrata e modeladora que não faça a
articulação com a realidade escolar. É preciso fazer a sua aproximação com a
vivência do professor dentro da sala de aula. É necessário observar também a que
fim se destina estes conhecimentos e que estes sempre devem estar
contextualizados com o momento histórico vivenciado.
Outro problema apontado por vários autores é a questão do pouco
aprofundamento teórico dos conteúdos presentes nos cursos de licenciatura para
satisfazer Leis e Decretos que propagam as políticas Neoliberais onde o
pragmatismo impera para que o lucro advenha.
Moraes (2004, p. 351-352) ressalta:
Para o fato de que a celebração do ‘fim da teoria’ caminha pari passu
com a promessa de uma utopia educacional alimentada por um
indigesto pragmatismo que se evidencia nos critérios que tem
norteado a elaboração das prioridades educativas nas políticas de
formação, na elaboração de currículos, na organização escolar, em
suma, em projeto político que investe numa concepção
empobrecida de pesquisa e na formação de um docente pouco
adepto ao exercício do pensamento.

Dessa maneira, a formação fica assim reduzida ao contexto técnico,


depreciando o papel do profissional que deve ser sujeito de seu pensar e agir. Em
relação a isso Larocca (2007, p. 61) posiciona-se:

A necessidade de contrapor a perspectiva técnica uma perspectiva


reflexiva, crítica e emancipatória que conceba o papel do professor,
não com um técnico, nem simplesmente um prático, mas o de um
intelectual transformador da realidade em que vive.

O embasamento teórico do professor sem dúvida fará muita diferença na


formação do intelectual transformador que irá refletir e criticar a sociedade em que
vive. Tornar-se cidadão deve ser parte integrante deste processo profissional.
Outro problema que se apresenta frente à ciência psicológica é a questão dos
modismos, onde determinadas teorias viram “febre” em determinados momentos, na
maioria das vezes, muito mais por questões políticas do que sociais ou culturais.
Sobre essa questão Lima (2006, p. 31) revela que:

A psicologia ao voltar-se para a formação de professores não pode


correr o risco de flutuar de acordo com modismos que na maioria das
vezes, acabam por distorcer os pressupostos teóricos originais e
apresentam-se como soluções redentoras para os problemas da
Educação.

Diante disso é importante que o professor conheça todas as escolas e teorias


psicológicas, mas se faz necessário também saber em quais condições históricas
esses conhecimentos foram produzidos, além de saber para que ou quem servem e
como utilizá-los para interpretar ou modificar as práticas pedagógicas.
É fundamental ainda situar a Psicologia da Educação dentro de um contexto
histórico, crítico e social onde estes conhecimentos possam servir para melhorar e
transformar a sociedade em que vivemos. Além disso, essa concepção de
sociedade ao qual a pluralidade cultural e a diversidade já se tornaram parte
integrante do processo educativo. Exige professores mais flexíveis com práticas e
estratégias de ensino condizentes com uma nova postura que valorize essa
diversidade e seja sensível a heterogeneidade existe na nossa sociedade.
Sendo assim, é indispensável termos bons formadores para que os
professores possam realizar a atividade docente da melhor maneira possível. Para
tanto é necessário investimento, interesse, comprometimento e sobre tudo reflexão
sobre as práticas pedagógicas para que através dos erros possamos buscar os
acertos.
Destacamos que a Psicologia enquanto ciência pode contribuir para que o
professor supere o nível do senso comum e alcance os conhecimentos científicos
mais elaborados favorecendo assim a compreensão do fenômeno educativo em
diversas dimensões.
Ao concluirmos essa questão apresentaremos algumas sugestões para tornar
as políticas de formação docente mais efetivas, baseados em trabalhos
apresentados, em Conferências e Simpósios de Psicologia.
Esses trabalhos apontam para mudanças na estrutura e nos conteúdos da
formação inicial, aproximações entre teoria e prática, controle de qualidade da
formação, lócus na formação inicial, carreira melhor estruturada, melhores salários,
entre outras.
Muitos são os desafios que teremos que superar para conseguirmos alcançar
o êxito desejado, para isso será necessário darmos o primeiro passo e o mais
importante, lutarmos pelos nossos direitos de professor e pela melhoria da qualidade
educacional no nosso País.
Através de todos os aspectos que foram pesquisados anteriormente
percebemos que a formação profissional do professor deve levar em conta as
dificuldades encontradas dentro do contexto escolar. Sem dúvida nenhuma o
trabalho com adolescentes é uma delas. Compreender o adolescente nos mais
diferentes aspectos não é tarefa fácil. Dentro deste contexto é que a Psicologia da
Educação poderá auxiliar o nosso trabalho docente nos dando um aporte teórico
para o entendimento dessa fase a qual eles se encontram sobre o olhar de teorias
como as de Piaget e Vigotski.

2.4 COMPREENDENDO O ALUNO ADOLESCENTE


Passaremos ao aporte teórico deste trabalho, a ser investigado que se trata
da questão do aluno adolescente e suas relações com o processo ensino-
aprendizagem dentro da escola.
A adolescência não pode ser vista apenas como um fenômeno determinado
por fatores biológicos e psicológicos. É fundamentalmente um fenômeno
determinado histórico, social e culturalmente; as épocas, os lugares, o contexto em
que está inserido. Enfim, tudo pode influenciar e interferir nos comportamentos e
atitudes dos adolescentes. É necessário ter consciência disso quando nos
relacionamos com adolescentes. Não se pode ter um olhar reducionista, restrito,
discriminatório e preconceituoso sobre o tema. Precisamos ter cautela, criticidade,
ver além da pessoa, e observar os contextos aos quais ela se submete e é
submetida.
Para Bock (2003, p. 210):

A adolescência não existiu sempre, pois constituiu na história a partir


de necessidades sociais e todas as suas características foram
desenvolvidas a partir das relações sociais com o mundo adulto e
com as condições históricas em que se deu seu desenvolvimento.
Assim, a adolescência é uma fase de desenvolvimento na sociedade
moderna ocidental. Não é universal e não é natural dos seres
humanos. É histórica.

A nossa atual sociedade alimenta ideias sobre a adolescência que já estão


arraigadas e aculturadas nos próprios adolescentes. O adolescente aprendeu
através dos tempos que seu comportamento mais o menos agressivo, sua
motivação, sua determinação, seu estado de ânimo. Enfim, todos os seus
comportamentos bons ou ruins estão relacionados a essa fase da vida (são os
hormônios, eles dizem, nós dizemos!), desta maneira acaba-se por naturalizar todas
as atitudes e comportamentos relacionados a essa etapa da vida. O que é “anormal”
acaba virando “normal” para eles. Ou seja, comportamentos e atitudes que são
considerados repreensíveis em outras etapas da vida acabam por se tornarem
comportamentos aceitáveis no adolescente. Justamente, por se achar que na
adolescência existe um estado de conflito dinâmico entre o biológico, o sociocultural
e o psicológico, pois, ao se chegar à puberdade, as mudanças fisiológicas, que vão
desde as formas do corpo e a força física até as novas energias e capacidades
sexuais, exigem uma revisão e reconstrução da imagem do próprio corpo. É difícil
para o adolescente conviver com todas essas mudanças, com um corpo que se
transforma a cada dia de maneira disforme. Sua imagem corporal fica afetada e ele
precisa renovar frequentemente sua auto imagem. Nem sempre é fácil compreender
que estas transformações são passageiras e que isso lhe proporcionará a entrada
para a vida adulta.
Ao vivenciar esse movimento entre a infância e a adultez, o adolescente se
descobre se percebe enquanto indivíduo começa a ter consciência do mundo,
adquire um nível novo e superior de pensamento que vai lhe permitir ter outros
olhares sobre os diferentes fenômenos. Para Piaget eis aí a aquisição do estágio
das operações formais. Piaget busca entender a adolescência a partir de três
questões: o pensamento, a personalidade e a integralização à sociedade adulta.
O pensamento está relacionado ao estágio das operações formais que se
inicia aos 11-12 anos onde predomina o desenvolvimento do raciocínio e da lógica
para a resolução de todas das classes de problemas. O adolescente faz, portanto,
reflexões sobre as operações que pode realizar. Estas reflexões são como um
pensamento de segundo grau, ou seja, representações da representação de ações
possíveis (PIAGET, 1993, p.191).
Para o autor a integração na sociedade dos adultos é característica
fundamental da adolescência. E esta integração vai variar de sociedade para
sociedade. Ou seja, não se pode considerar o pensamento do adolescente
desvinculado da sociedade em que vive. Essa integração social e cultural também
influencia na formação da personalidade na qual, os aspectos afetivos e intelectuais
devem ser valorizados interdependentemente. A maturidade é adquirida pelas
estruturas cognitivas.
As aquisições intelectuais dessa fase ajudarão o adolescente a buscar a sua
identidade e autonomia, pensando através de hipóteses e abstraindo tudo que foi lhe
ensinado pela família e pela sociedade pode dessa maneira, refletir sobre estas
questões tirando suas próprias conclusões. Dessa forma definirá seu papel o que lhe
proporcionará o desenvolvimento da identidade pessoal.
Essa formação da identidade será o resultado de todas as identidades que
foram vivenciadas com os outros na sua vida infantil e da sua percepção sobre elas
modificando, criticando-as e adotando uma atitude criativa sobre elas. Nesta busca
incansável do Eu o adolescente busca um projeto para seu futuro junto com os
outros.
Nessa perspectiva Alves (1997, p.19), considera:
Que não pode ser desvinculada das relações estabelecidas pelo
sujeito nos espaços socializantes, como família, escola, grupo de
amigos, enfim, na sua participação e interação social. Portanto, a
formação da identidade do adolescente depende de circunstâncias
sociais e históricas, que podem prejudicar ou favorecer este
processo.

O modo como o adolescente lidará com esse período de transição entre a


infância e a idade adulta irá variar de um adolescente para outro, essa reação frente
aos conflitos está intimamente relacionada com as experiências que obteve na
infância.
Nos contextos familiar e escolar, o adolescente aprende as habilidades
sociais junto com a ampliação do conhecimento sobre os diferentes papéis que
fazem parte da vida dele.
Nesta pesquisa destacamos o fato de que a adolescência tem suas
particularidades sociais e culturais que diferenciam os adolescentes entre si, não
existindo o adolescente padrão, mas sim um sujeito em estágio peculiar no processo
de desenvolvimento e amadurecimento. Por isso, como educadores, precisamos
estar atentos para estas particularidades individuais, sociais e culturais que
distinguem as adolescências.
Conforme relata Lopes no seu estudo (2009, p.10):

Para os professores, entender esse período de transformação da


vida humana é fundamental para o bom relacionamento com os
alunos, bem como para a organização de novas práticas
pedagógicas. Essa percepção e compreensão do comportamento do
jovem auxiliarão os professores na criação de projetos inovadores
mais voltados para a cultura juvenil dos alunos.

É muito importante para os professores e a própria escola saber lidar com a


adolescência e o aluno adolescente favorecendo práticas pedagógicas que elevem o
aluno como um sujeito em constante construção, pois a partir das interações irá agir
e transformar o mundo, dando novos rumos e significados na história da
humanidade. Para tanto, mais uma vez devemos reconhecer o fundamental e
importantíssimo papel do professor enquanto sujeito articulador capaz de compor
estágios de encontro entre aquilo por que o aluno evidencia ter interesse e o que a
escola realmente precisa trabalhar.
Por conseguinte, impulsionar a mocidade estudantil, demonstrando-lhes a
importância e o valor de um envolvimento ativo no processo educativo é, sem
dúvida, reidealizar uma nova escola.

3 PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS

O professor deve ter compromisso com o aprendizado do aluno para que este
obtenha sucesso em sua vida acadêmica. Dessa maneira, o professor precisa ter
conhecimento não só do conteúdo que administra, mas a sua formação deve ser
voltada para outros aspectos que o ajudaram na formação do educando, sejam eles
quais forem tantos, físicos, emocionais, psicológicos, sociais, políticos ou culturais.
Com esse intuito é que se desenvolveu este trabalho, na tentativa de melhorar o
conhecimento sobre o desenvolvimento do aluno adolescente.
Diante disso foi desenvolvida uma Unidade Didática com o apoio da
Psicologia educacional buscando reavivar conteúdos já vistos pelo professor em sua
formação acadêmica, mas que são de suma importância no processo educativo.
A Unidade Didática teve como objetivo principal, fazer o professor refletir
sobre as transformações que ocorrem no aluno adolescente e suas relações com o
processo ensino-aprendizagem, revendo as contribuições das Teorias de Piaget e
Vigotski.
Elaborou-se também um curso de formação continuada para os professores e
funcionários do Colégio Estadual Presidente Afonso Camargo na cidade de Loanda-
Paraná com um total de 40 horas. O curso de formação continuada se constituiu de
quatro encontros presenciais com a duração de oito horas cada e de oito horas de
estudo a distancia para leitura dos textos, elaboração de questionamentos,
feeedbacks e avaliações.
Nos encontros foram trabalhados temas específicos interligados entre si para
que os cursistas estudassem, refletissem e discutissem sobre os conhecimentos
adquiridos.
Nos quatro encontros foram oportunizadas leituras de textos, dinâmicas de
grupo, vários filmes e vídeos, apresentados com o auxilio do multimídia, bem como
uma palestra com profissionais da área da psicologia e pedagogia para
conscientização dos participantes da importância de se conhecer mais a fundo o
processo ensino-aprendizagem do aluno adolescente sob a ótica das abordagens
Piagetiana e Histórico-cultural, relacionando a teoria com a prática dentro da sala de
aula.
Todos os encontros foram extremamente positivos levando os participantes a
questionamentos e reflexões acerca de sua formação acadêmica e a sua prática em
sala de aula. Confirmou-se a pouca importância que os cursos de graduação dão as
questões da Psicologia Educacional e ao embasamento teórico que este professor
deverá ter para o trabalho pedagógico com seus alunos.

3.1 GRUPO DE TRABALHO EM REDE

Os Grupos de Trabalho em Rede – GTR/2014 constituem uma das atividades


propostas pelo Programa de Desenvolvimento Educacional- PDE e caracteriza-se
pela interação a distância entre o professor PDE e os demais professores da Rede
Pública do Paraná participantes do curso. O GTR é um ambiente virtual onde o
professor PDE tem como objetivo socializar e por em discussão o Projeto de
Intervenção Pedagógica na escola, a Unidade Didática e a Implementação do
Projeto que acontece no colégio no qual o professor PDE pertence.
No GTR existem algumas ferramentas que contribuem para que ocorra a
socialização do material elaborado pelo professor PDE. Elas permitem que o
cursista reflita, se posicione perante os assuntos abordados além de contribuírem
com sugestões, e interagirem com os colegas trocando ideias e experiências.
O curso foi dividido em 3 temáticas: Na primeira foi oportunizado o Projeto de
Intervenção Pedagógica para os professores cursistas tomarem ciência do tema,
dos objetivos e problemática do objeto do estudo do professor PDE. Na segunda
temática foi a vez da socialização da Unidade Didática com o objetivo de levar os
participantes a uma maior fundamentação teórica que propicie a compreensão do
processo ensino-aprendizagem do aluno adolescente através das contribuições da
Psicologia Educacional. E finalmente na terceira temática abordou-se as ações de
implementação do Projeto na Escola, visando o acompanhamento dessas ações.
É importante ressaltar aqui que ao final de cada temática o professor PDE
elabora uma síntese sobre como foi cada temática discutida.
Os professores participantes posicionaram-se muito bem em relação as
temáticas cumprindo com todas as atividades propostas e trazendo contribuições
significativas para o processo. Todos os cursistas elogiaram e entenderam a
relevância do Projeto e se empenharam em entender os conceitos propostos. Muitos
manifestaram a vontade de levar o trabalho para dentro de suas escolas. A maioria
considerou o material excelente e todos contribuíram com sugestões e falando de
suas experiências dentro do contexto escolar.
Desta maneira o GTR foi uma oportunidade única de troca de experiências
extremamente gratificante entre tutora e cursistas onde a interação ocorreu de forma
harmoniosa e democrática e portanto, muito produtiva.
Dessa forma o GTR só acrescentou ações positivas a Proposta de
Intervenção revelando mais uma vez a importância desse trabalho dentro do
contexto educacional.

4 CONCLUSÃO

Ao finalizar esta Proposta de Intervenção é importante ressaltar alguns


aspectos que foram observados durante a execução e que se mostram essenciais
para possíveis pontos de partida para futuras reflexões.
O primeiro deles é que apesar de todo conhecimento tanto acadêmico quanto
prático o professor ainda tem problemas para perceber a adolescência como um
período de transformações, considerando simultaneamente as dimensões biológica,
psicológica e social. Assim sendo, professor tem uma visão pouco otimista em
relação aos adolescentes, percebem os adolescentes pouco preocupados com o
futuro, agressivos, desrespeitosos, agitados, desinteressados e dispersos. Além
disso, acham que eles não valorizam a escola e os estudos.
Perante estas constatações considerando a relação professor-aluno como um
elemento essencial para favorecer a aprendizagem dos alunos e que, para ser
efetivada exige o estabelecimento de vínculos entre professores e alunos e,
também, entre os alunos e o conhecimento, fica difícil o professor ter uma relação
efetivamente positiva e saudável se tem uma visão negativa a respeito do seu
aluno. Isso é um fator que foi percebido durante todo curso de formação, mesmo
com a consciência de que o aluno ainda está se formando enquanto cidadão.
O outro aspecto observado é que os professores realmente tem um deficit na
sua graduação acadêmica em relação as disciplinas que abordam o processo
ensino-aprendizagem, a Psicologia do desenvolvimento e as teorias psicológicas.
Percebe-se durante todo o trabalho o pouco conhecimento que os professores
revelam a respeito dos temas abordados e da falta de relacionarem a teoria com a
pratica pedagogia.
O curso revelou que os professores ainda encontram-se despreparados para
o trato com seus alunos e que a Formação acadêmica precisa ser revista dentro das
nossas Universidades, pois ainda tem muitas falhas.
Para que os cursos de formação consigam produzir professores realmente
integrados a sua profissão docente e a escola, é preciso rever concepções,
tendências, além de superar desafios relacionados à própria forma de organização
desses cursos. E, esta é uma discussão bastante antiga, porém muito presente e
necessária.
Este trabalho trás inquietações por todas as dificuldades encontradas e por
observar que o professor precisa, sim, acreditar nas suas possibilidades e
desenvolver práticas educativas direcionadas para alunos adolescentes, tendo uma
postura o acolhimento, deixando o aluno se expressar e favorecendo a vivência da
cidadania, com normas, regras, direitos e deveres estabelecidos democraticamente
e concretizados no dia a dia do fazer pedagógico da escola. É necessário repensar
sua prática, rever conhecimentos e estabelecer pontes entre eles para que
efetivamente o trabalho surta resultados.

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