Trabalho Pratico

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE VISEU

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO DE VISEU

MESTRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA E GESTÃO INDUSTRIAL

UNIDADE CURRICULAR: Energia II

2º Ano – 2º Semestre

Trabalho prático: Dimensionamento da rede de distribuição de energia para


aquecimento urbano

Pedro Persson, nº

Virgílio, nº

Tiago Pinto, nº 21182

Edson Gomes da Silva, nº 19465

Viseu, 30 de maio de 2022


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Índice
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Objetivos

A razão para a realização deste trabalho prático é convergir os conhecimentos de


produção de energia, com aplicação de projeto e gestão administrativa/contábil. Tendo isto
em mente o trabalho prático de Energia II está definido como a produção de água quente
por caldeira de biomassa, localizada em Mundão freguesia do distrito de Viseu e sua
distribuição local. Alguns valores para produção de energia já estão estipulados e serão mais
bem explanados a seguir.

Ao consumidor será planeado as condições mínimas necessárias para funcionamento, a


estimativa de consumo médio, pico e sazonal.

Sendo esse “produto” algo inédito na região é necessário especular através dos dados
de serviços similares já presentes na região e com isso encontrar os custos aos consumidores
e o período de retorno financeiro.

O resultado esperado é um projeto viável na prática.


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Produção de energia (água aquecida)

Introdução: Descrição da produção de água quente

Intervenções nos sistemas técnicos de produção de água quente sanitária, através da


otimização dos sistemas existentes ou da sua substituição por sistemas de elevada eficiência
(e.g., instalação de bombas de calor destinadas ao aquecimento de águas de uso doméstico;
instalação de equipamentos de queima de biomassa ou de biogás, de elevado desempenho
ambiental, destinados quer ao aquecimento de águas sanitárias; instalação de caldeiras de
elevada eficiência destinadas à alimentação de sistemas de aquecimento de águas sanitárias,
incluindo a instalação de condutas de distribuição).

Recomenda-se a seleção de soluções adequadas às condições da habitação, privilegiando


o aproveitamento de energias renováveis, nomeadamente energia solar, e a escolha de
equipamentos de classe energética A ou de sistemas até A+++, que correspondem a
soluções mais eficientes do ponto de vista energético. A etiqueta energética inclui também
outras características dos produtos e é uniforme dentro de cada categoria, pelo que permite
uma fácil comparação entre o mesmo tipo de equipamentos.

Tipologia de intervenção

Cientes da necessidade de água aquecida sanitária e de aquecimento, e da crescente


elevação dos preços sobre energia (gás, elétrica, biomassa etc.), a implementação de uma
usina de água aquecida é um investimento deverás interessante, já que o coletivo ajuda na
redução dos custos de produção num todo para a comunidade, gerando qualidade de vida e
economia no consumo de energias elétrica e gás.

População do projeto

Para a determinação da população do referido projeto em questão, foi utilizado os dados


do site oficial do distrito de Viseu:

O último censo de 2011 informa – “Mundão é uma freguesia com 15,79 km² de área e 2
385 habitantes (censos 2011)”.
5

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mund%C3%A3o

Dados de consumo

Para o cálculo do consumo foram realizadas pesquisas sobre o consumo médio de


gás em (𝑚3) e consumo médio de eletricidade em (𝐾𝑊ℎ), Per Capita, depois de obtidos,
admitimos que cada família em média é constituída por quatro pessoas. Para termos uma
ideia do uso do gás natural que se destina ao uso doméstico foi obtida uma percentagem de
30,70%.

Gás natural
Consumo de Gás per Capita (m³) (2020) 0.205417949
Consumo de Gás por Família (m³) (2020) 0.821671795
Percentagem uso doméstico 30.70%
Uso de Gás por habitação (m³) 0.252232255
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Eletricidade
Consumo Eletricidade per capita (2020) [kWh] 1796.91
Consumo Eletricidade por Família (2020)
[kWh] 7187.64
Energia (€/KWh) 0.1927
Preço anual por habitação 1,385.06 €
AQS 124.66 € 9%
Aquecimento 41.55 € 3%

O cálculo de consumo é feito através da equação:

- consumo (m³) x FCV x PCS = consumo (kWh)

É preciso converter a unidade de medida do gás natural (m³) para kWh à fim de obter
as faturações e o consumo total.

Fator de correção de volume (FCV)

A correção do volume de gás natural medido nas condições de escoamento (m 3) para


as condições de referência (m3 (n)) realiza-se mediante uma das seguintes formas:

Uso de DECVG que realiza a correção de forma contínua, integrando os sinais de


pressão e temperatura medidos nos correspondentes transmissores. Neste caso, para
efeitos de leitura e faturação são recolhidos diretamente do DECVG os valores corrigidos.

Com recurso a um fator de correção de volume (FCV) calculado de acordo com a


seguinte fórmula:

Sendo:

FCT – Fator de correção de temperatura.

FCP – Fator de correção de pressão.

O fator de correção de temperatura é calculado da seguinte forma:


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Sendo:

Tgás - Temperatura do gás natural no ponto de medida, em função da região onde se


situa a instalação, de acordo com a tabela seguinte:

Temperatura do gás natural no ponto


Rede de distribuição FCT
de medida (Tgás)
Lisboagás 17ºC 0,941419
Setgás 16ºC 0,944665
Lusitaniagás 16ºC 0,944665
Medigás 18ºC 0,938176
Paxgás 15ºC 0,947944
Dianagás 16ºC 0,944665
Duriensegás 11ºC 0,961288
Beiragás 13ºC 0,954569

O fator de correção de pressão é calculado da seguinte forma:

Sendo:

Pc - Pressão relativa de fornecimento (bar).

A pressão relativa de fornecimento (Pc) é a pressão de calibração do redutor situado


imediatamente a montante do equipamento de medição de gás natural, ou a transmitida
pela sonda correspondente caso exista um DECVG (do tipo PTZ).

Os Operadores de Rede de Distribuição/ORD e os Comercializadores estão obrigados


a garantir o arquivo e o registo auditável da informação e dos procedimentos associados ao
registo e comunicação da pressão relativa de fornecimento, por prazo não inferior a 3 anos.

Poder Calorífico Superior


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A conversão do volume de gás natural em energia considera o valor do PCS do gás


natural como sendo medido nas condições de referência, neste caso é:

Jornal Oficial da União Europeia.

Como podemos ver na figura abaixo, sendo que a publicação é baseada na


informação comunicada pelos Estados-Membros em conformidade com o artigo 4.o,
nº1, do Regulamento (UE) 2016/426 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo
aos aparelhos a gás e que revoga a Diretiva 2009/142/CE.

Tendo essas informações, buscamos um valor médio para fins de cálculo:

PCS [𝑀 𝑗∕𝑚³ ] [KWh/m³]


Minimo 35.88 9.97
Máximo 48.25 13.40
Média PCS [KWh/m³] 11.685

Escalões tarifários

De acordo com o Regulamento tarifário, a atualização de preços é efetuada


anualmente, a cada ano gás (um ano gás completo decorre de 1 de julho a 30 de junho do
ano seguinte), para os clientes com consumo até 10.000 m 3/ano. Findo cada ano gás, a ERSE
aprova os preços a vigorar para o ano gás seguinte.

Tabela de Escalões Tarifários:


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Escalões Nacionais (m3/ano)


1 2 3 4
20 221-500 501-1.000 1.001-10.000

O enquadramento tem em consideração o histórico de consumo dos últimos 12


meses, sendo aplicada a correspondente tarifa de venda a clientes finais aprovada pela ERSE.

Conclusão dos dados de consumo

Com esses dados e informações, o consumo médio familiar:

Preço médio por habitação (gás


0.25 €
natural euros/kWh)
AQS 0.12 € 47%
Aquecimento 0.06 € 23%

Preço anual por habitação


1,385.06 €
(eletricidade)
124.66
AQS 9%

41.55
Aquecimento 3%

Ao fazer o cálculo ponderado dos respetivos consumos com as percentagens


afetadas e multiplicado pelo custo, obtemos um custo médio euros/kWh de 0,25 € para um
consumo de gás natural e 0,19 euros/kWh por família portuguesa a um custo ponderado de
0,22 €/kWh, este valor não resulta da divisão direta do custo pelo consumo total anual, mas
sim pela ponderação que leva em conta a sazonalidade do consumo de energia, o que nos
parece um valor bastante adequado e enquadrado com a realidade.

Sazonalidade do consumo

Tentámos fazer uma aproximação da sazonalidade do consumo de energia ao


assumir que entre os meses de abril a setembro não há consumo de energia para fins de
aquecimento, e foi a partir dos consumos dos meses de inverno que realizámos a
dimensionalização do nosso projeto.
Mais à frente iremos explorar a diferença entre consumo médio e potência
consumida uma vez que se formos calcular o número de habitações que conseguimos
abastecer pela média anual de consumo o número de habitações que podemos bastecer
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será muito superior ao que é possível na prática isto deve-se ao facto de existirem horas de
pico de consumo dos recursos, os quais a rede de distribuição a implementar tem de ter a
capacidade de os suprimir.

Na tabela abaixo podem-se verificar os consumos médios por mês bem como
discriminar a fonte (média nacional) e o seu fim, para além disso também se encontram aqui
os custos ponderados da energia que variam entre os meses mais quentes e os mais frios
isto deve-se ao facto de nos meses mais quentes a eletricidade que é uma fonte de energia
mais cara ganhar uma maior importância no consumo médio, isto apesar do consumo total
descer devido à não necessidade de aquecimento.
Setembr
  Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto o Outubro Novembro Dezembro
Número de
dias 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31
Consumo em KWh 
AQS Gás
(kWh) 0.18 0.16 0.18 0.17 0.18 0.17 0.18 0.18 0.17 0.18 0.17 0.18
Aquecimento
Gás (kWh) 0.18 0.16 0.18             0.18 0.17 0.18
AQS
Eletricidade
(kWh) 54.94 49.62 54.94 53.17 54.94 53.17 54.94 54.94 53.17 54.94 53.17 54.94
Aquecimento
Eletricidade
(kWh) 36.73 33.17 36.73             36.73 35.54 36.73
Consumo
total [kWh] 92.02 83.12 92.02 53.34 55.12 53.34 55.12 55.12 53.34 92.02 89.05 92.02
Consumo
Diário [kWh] 2.97 2.97 2.97 1.78 1.78 1.78 1.78 1.78 1.78 2.97 2.97 2.97

Consumos Em Euros
AQS Gás 0.01 0.01 0.01 0.01 0.01 0.01 0.01 0.01 0.01 0.01 0.01 0.01
Aquecimento
Gás 0.01 0.01 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01 0.01 0.01
Mens. Taxa
diária (gás) 2.40 2.16 2.40 2.32 2.40 2.32 2.40 2.40 2.32 2.40 2.32 2.40
AQS
Eletricidade 10.59 9.56 10.59 10.25 10.59 10.25 10.59 10.59 10.25 10.59 10.25 10.59
Aquecimento
Eletricidade 7.08 6.39 7.08 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 7.08 6.85 7.08
Mens. Taxa 13.09 11.83 13.09 12.67 13.09 12.67 13.09 13.09 12.67 13.09 12.67 13.09
2

diária
(Eletricidade)
Custo Mensal
Total
(AQS+Aque.) 33.17 29.96 33.17 25.25 26.09 25.25 26.09 26.09 25.25 33.17 32.10 33.17
Custo
energético
[€/kWh] 0.36 0.36 0.36 0.47 0.47 0.47 0.47 0.47 0.47 0.36 0.36 0.36

   
% de Energia 59.90
59.90% 59.90% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 59.90% 59.90% 59.90%
para AQS %
% de Energia
40.10
para 40.10% 40.10% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 40.10% 40.10% 40.10%
%
Aquecimento
Dimensionamento da rede primária

Como primeira concepção, decidiu-se por implantar uma Caldeira alimentada por gás
natural que por sua alimentará/distribuirá a água aquecida ao permutador. A medição e
necessidades da linha/rede serão feitas com base na vazão (mecânica dos fluídos) e na
entalpia devido as leis da termodinâmica.

A rede primária e seus sistemas irão alimentar a rede secundária, simulada aqui na
freguesia de Mundão que possui cerca de 2.2 km lineares com um relevo de terreno entre a
central de Biomassa e Mundão de aproximadamente de 50 metros de relevo descendente
como mostrado nos mapas a seguir e arredores com cerca de 10.7 km lineares como
possíveis clientes futuros (Cavernães) viabilizando o projeto a longo prazo, devidos aos
custos de implementação que iremos discutir adiante.

Fonte: Mundão to Central de Biomassa de Viseu, R - Google Maps


2

Fonte: Mapa topográfico Portugal, altitude, relevo (topographic-map.com)

Fonte: Mundão to Central de Biomassa de Viseu, R - Google Maps

Fluído da rede primária

O tipo de fluido a usar depende, entre outros fatores, da sua utilização específica e
do nível de temperatura desejado. Um bom fluido deve:
3

• permitir a armazenagem de quantidades elevadas de energia por unidade de


massa, ser barato, e ter uma apreciável estabilidade térmica, para não se degradar, no caso
de ter que ser recirculado.

Assim sendo, o fluído escolhido será basicamente água com aditivos para melhorar
suas propriedades e gerar menos “resíduos e desgaste na tubulação”.

Processo de produção, distribuição e utilização de energia térmica a partir de uma


caldeira

A energia produzida na caldeira é transportada através do referido fluido


intermediário (neste caso água), ao longo de tubagens até aos equipamentos utilizadores,
nesses equipamentos processa-se uma segunda permuta entre a energia contida no fluido
e o meio a aquecer, na maior parte dos casos aquele deve ainda regressar ao gerador,
permitindo assim aproveitar a energia que ainda contém, e o próprio meio que foi
aquecido pode por vezes ainda ceder parte da energia que recebeu.

Fluxograma da rede primária

Fonte: iiSE Academic demo, Gabriel Silveira de Campos


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Ponto 1: Rede de alimentação do gás natural fornecido pela distribuidora;

Ponto 2: Saída/fornecimento de água aquecida à 95°C com pressão de 150 kPa e


caudal de 29.7 kg/s em direção a bomba pré permutador;

Ponto 3: Permutador e distribuição para a rede secundária foi calculado tendo por
base um balanço de energia elaborado com o auxílio da planilha de Excel, onde é possível
alterar os valores e verificar o melhor desempenho mexendo nas configurações e com isso
determinando o dimensionamento das tubulações, temperatura e perdas de carga, estando
num cenário ideal. Entretanto, estamos considerando o consumo médio, pois a não
utilização da água aquecida no seu retorno irá impor consequências ao sistema primário
gerando perda de eficiência já que é necessário o sistema operando e por um período para
ser melhor regulador as necessidades locais;

Ponto 4, 5 e 6: Retorno, Bomba e válvula de controle, devido às perdas de calor ao


longo do trajeto e para não incorrer em dependências circulares na folha de cálculo, a água
que retorna à caldeira está em temperatura ambiente, permitindo a escolha de uma bomba
e sistema de válvulas “mais simples”, sem os problemas gerados por cavitação se
considerarmos o retorno com a água aquecida ou mesmo misturada fazendo com que os
sistemas trabalhem com múltiplas variações de temperatura.

Dimensionamento da tubulação

Segundo os conteúdos lecionados na Unidade Curricula (UC) de Máquinas Térmicas,


no que diz respeito aos critérios de dimensionamento de condutas, sabemos que, por
norma, pelo critério da velocidade a água quente que viaje dentro de condutas deve
deslocar-se a uma velocidade média entre os valores de 1 e 2 m/s.

Foi com base neste critério da velocidade média, que nos baseamos para fazer o
dimensionamento das tubagens a utilizar na linha primária. O cálculo do diâmetro máximo e
mínimo.

δ.Q
D – diâmetro [cm] Q = ρ.D.V → D = √
0,283.V

Q – Caudal [kgf/h] equação do diâmetro da tubulação

V – velocidade [m/s]
5

δ – volume específico [m³/kg] (=1/ρ)

Tendo por base as propriedades termodinâmicas da água nas condições descritas


acima, as quais foram definidas por nós, e sabendo que a central de biomassa desperdiça
10MW que se podem reaproveitar, tendo em consideração a eficiência dos permutadores,
a determinação do caudal de água necessário é relativamente simples, com um simples
balanço de energia.

𝑄𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 = 𝑄𝑠𝑎𝑖 ⟺ 𝑄𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 = 𝑚̇ (ℎ𝑠𝑎𝑖 − ℎ𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎) ⇔ 𝑄𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 = m.cp.ΔT

Os valores tabelados do calor específico da água foram dispostos sobre a forma de


um gráfico tendo-lhe de seguida sido atribuída uma linha de tendência que tinha por base
uma equação polinomial de 6º grau, a qual utilizamos para extrapolar o valor do calor
específico para valores de temperatura intermédios. Esta extrapolação de valores permitiu-
nos adicionar um grau de automatização à folha de Excel.

Perda de carga e seleção de bomba

A perda de carga é a perda de energia (pressão) por atrito das moléculas de fluido
com as paredes da tubagem. A perda de carga aumenta com o aumento da viscosidade,
velocidade do fluido, rugosidade das paredes do tubo, comprimento da tubagem e perdas
pontuais (válvulas, curvas etc.). Esse tipo de perda de carga ocorre em trechos de tubulação
retilíneos e de diâmetro constante.
Ela se dá porque a parede dos dutos retilíneos causa uma perda de pressão
distribuída ao longo de seu comprimento que faz com que a pressão total vá diminuindo
gradativamente, daí o nome perda de carga distribuída.
Expressão usando a fórmula universal

Δh - perda de carga distribuída (m); Δh=f.(L/D).(v²/2g)


f - fator de atrito (adimensional); equação da perda de carga
L- comprimento da tubulação (m);
D - diâmetro da tubulação (m);
v - velocidade média do escoamento (m/s);
g - aceleração da gravidade (m²/s).
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O transporte de fluidos (líquidos e gases) é uma operação básica em muitas


indústrias de processamento e para que um fluido escoe ao longo de uma tubulação, ou seja
introduzido em um equipamento de processo, é necessária a ação de uma força impulsora.
Em geral, não é possível contar com a ação da gravidade como força potencial nesse
escoamento, sendo necessária a instalação de uma ou mais bombas para aumentar a
energia mecânica do fluido. O dimensionamento adequado da operação de bombeamento
requer a seleção de uma bomba que opere a um custo mínimo com máxima eficiência.
Como comentado, a bomba é uma máquina que transfere energia mecânica ao fluido, que
deve ser entendido como fluido incompressível, pois a máquina que transporta fluídos
compressíveis é conhecida como compressor.

Na folha de cálculo anexada a determinação do diâmetro normalizado é automática


devido à utilização de um simples algoritmo criado com as funções disponíveis na versão
base do Excel.

Dados de saída da água do permutador na


Unidade
central (líq.)
 
Pressão 150 [kPa]
Temperatura 95 [°C]
Cp 4.275 [kJ/kg*K]
Caudal 29.721 [kg/s]
Volume específico 1.0497 [cm^3/g]
Volume específico 0.001050 [m^3/kg]
Massa específica 952.69 [kg/s]
Volume em l 1.0496591 [l]
Volume 31.197285 [l/s]
Velocidade máxima do fluído 2 [m/s]
Velocidade mínima do fluído 1 [m/s]
Diâmetro Máximo 199.21243 [mm]
Diâmetro Mínimo 9999999 [mm]
Diâmetro Comercial 8 [in]
Diâmetro Comercial 203.2 [mm]
Velocidade real 0.9620098 [m/s]
Viscosidade cinemática 0.0003034 [mPa s]
Viscosidade dinâmica 3.153E-07 [m^2/s]
Nº de Reynolds 620003.52 -
7

Nº de Reynolds 613795.72 -
Regime
Nº de Reynolds médio 616899.62 turbulento
Rugusidade Aço inox 0.00254 [mm]
e/D 0.0000125 -
f (fator de atrito) 0.0129729 -
Distancia da Linha(L) 10.7 [Km]
g 9.81 [m/s^2]
hf 34.817656 [m]
Pbomba 10151.66 [W]
Legenda de Cores Valor Alterável Valor Calculado Valor Imposto Valor Referenciado

Valores de dimensionamento para a linha primária


Expressão para o fator de atrito

No caso do escoamento laminar (Re < 2000), o fator de atrito é calculado por:

f=64/Re
Onde:

 Re é o número de Reynolds (adimensional).
Já se o escoamento for turbulento (Re > 4000), o fator de atrito é calculador por
interação da seguinte forma:

f - fator de atrito (adimensional);


ε/D - rugosidade relativa (adimensional);
Re - número de Reynolds (adimensional).

Para facilitar, o gráfico abaixo permite determinar o fator de atrito em função do


número de Reynolds e da rugosidade relativa para tubulações comerciais que transportam
qualquer líquido.
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A determinação deste fator não é possível ser feita de modo automático no Excel,
deste modo recorremos à função Solver do Excel. Com o objetivo de tornar este processo
menos moroso foram criadas “Macros” com a utilização do programador do Excel o que
agiliza este processo e faz o acerto dos fatores de atrito tanto na linha primária como na
linha secundária. Este recurso encontra-se disponível na página “Painel de Controlo” da
folha de cálculo do Excel anexado.
Todas as variáveis já foram descritas anteriormente à exceção da distância que pode
ser obtida a partir da imagem do Google Earth com o perfil de elevações com a especial
atenção de ter de ser considerada a dobrar.

As perdas de carga localizadas consideraram-se desprezáveis uma vez que em redes


com uma longa extensão, como é o caso desta, o fator predominante é sem dúvida a perda
de carga por atrito por efeito cumulativo.
Munidos com a perda de carga e com o caudal de água, já se têm os requisitos que
são necessários de se cumprir pela bomba a selecionar, desta maneira também já nos foi
possível determinar a potência da bomba, esta pode ser determinada ao multiplicar a
altura, resultado do cálculo das perdas de carga, pelo caudal [kg/s] e pela aceleração
gravítica [m^2/s]. Os valores aqui mencionados podem ser consultados na tabela acima e
são calculados de forma automática na folha de cálculo do Excel.
9

O posto de distribuição é localizado num ponto central da distribuição populacional


e é neste lugar que se encontraram os permutadores de distribuição e é aqui que se vão
iniciar todas as linhas de distribuição ou linhas secundárias. É a partir daqui que será
distribuída energia térmica e aonde se localizam os restantes equipamentos.
Caldeira e permutador
Para a escolha dos equipamentos em primeiro lugar foi necessário atender à
exigência do projeto (10 MW) e em segundo os dados coletados com os cálculos de caudal,
pressão, demanda de fornecimento etc. Assim sendo foi escolhido o modelo Xingfu Boiler
Thermopower e permutador BTL de calor linear em aço inoxidável. Ambos detalhados na
folha de cálculo no Excel.
Os modelos em questão estão (De acordo com definições das ITC do Despacho nº 22
332/2001 (2ª série)):
 Gerador de água quente – gerador de calor em que o fluido de transporte é a
água a temperatura inferior ou igual a 110 °C;
A decisão na escolha desses equipamentos foram suas vantagens, fluido barato,
mesmo quando exige tratamento, elevado coeficiente de transferência de calor, com a
entalpia específica de evaporação (por unidade de massa) a ser a mais elevada, enorme
versatilidade - utilização direta como meio de aquecimento, fornecendo tanto o seu calor
latente como o seu calor sensível, ou indireta, fornecendo apenas o seu calor latente com a
respetiva recuperação de condensados, conceção simplificada das instalações / Tubagens de
menor diâmetro, distribuição e controlo fácil, sem necessidade de bombas de circulação
e/ou de balanceamento de caudais, fluido assético, não tóxico e não inflamável, boa
estabilidade térmica, boa relação pressão/temperatura. Porém, em contrapartida os
condensados devem ser separados do vapor (purgadores) e retornar ao gerador, pois caso
contrário verificam-se importantes perdas energéticas, vapor saturado a altas temperaturas
corresponde a pressões elevadas, com os inerentes custos de investimento e de operação
acrescidos. fazendo-se a sua distribuição sob pressão, isso significa que fugas no sistema dão
origem a custos bastante significativos se nada for feito ou persistir uma má manutenção, e
o mesmo se verifica com outras anomalias, como por exemplo mau funcionamento de
purgadores, podendo mesmo criar problemas de segurança, mais corrosivo do que a água e
exige tratamento químico e exige presença de fogueiro, bem como exames periódicos à
caldeira.
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Fluxograma da Rede Secundária

Ponto 1: Representa o fluxograma da rede primária;


Ponto 2: Ramal principal de alimentação, integrado com uma central de bombas para
compensar as perdas de carga e pressão, e manter o caudal;
Ponto 3: Representação esquemática de como pode ser uma instalação doméstica ou
predial/comercial de pequeno porte;
Ponto 4: Retorno da água suspostamente em temperatura ambiente após o uso nos casos de
abastecimento de água aquecida para controle da temperatura ambiente (piso aquecido, por exemplo);
Pontos 5 e 6: Ramal de retorno da água “fria” e central de bombas para retorno ao sistema
primário, assim como um sistema de válvulas de ligação para projetos futuros.

Bibliografia:
Revista Hidráulica, junho 2017, editora Caleffi.
Livro Floresta, água e clima, primeira edição, autores ELIANE BEÊ BOLDRINI, LILIANE LACERDA,
MURILO FERNANDES CASSILHA, editora Ademadan Antonina.
Projeto final de conclusão de engenharia civil ênfase em recursos hídricos, estudo de
concepção da rede de abastecimento de água para a Vila Joaniza/Ilha do Governador, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, setembro de 2012 – Escola Politécnica, autores Daniel Barbosa Okumura e
Luís Roberto Lima Ramírez.
11

https://www.sgcie.pt/wp-content/uploads/2019/07/Apresenta%C3%A7%C3%A3o-Workshop-
Caldeiras_26.06.2019.pdf
https://web.fe.up.pt/~sereno/OT0102.htm
https://www.guiadaengenharia.com/perda-carga/ autora: Dandara Viana
https://casaeficiente2020.pt/media/1200/8b.pdf
Dimensionamento da rede de distribuição de energia para aquecimento urbano, DEMGI,
autores Álvaro Almeida e Gonçalo Coelho.

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