Apostila Parasito Fisma
Apostila Parasito Fisma
Apostila Parasito Fisma
PARASITOLOGIA HUMANA
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GENERALIDADES SOBRE PARASITISMO
Algumas doenças (leishmanioses, malária, chagas, etc) que em nosso meio nos anos anteriores a
1970 eram típicas de ambiente rural (endemias rurais) hoje também são urbanas e periurbanas,
caracterizando-se como “endemias urbanas”.
DEFINIÇÕES:
Ex.: Piolho.
ORIGEM DO PARASITISMO:
Esta associação deve ter sido ao acaso, mas com o decorrer de milhares de anos houve uma
evolução para o melhor relacionamento com o hospedeiro. Esta evolução feita à custa de adaptações
tornou o invasor, mais dependente do outro ser vivo.
São diversos os fatores que regulam esses fenômenos individuais e populacionais, que procuram
permitir a cada indivíduo a melhor forma de obtenção de alimento e abrigo.
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Para tal fim muitas espécies passam a conviver num mesmo ambiente, gerando associações ou
interações que podem ou não interferir entre si. Essas associações podem ser:
Modernamente acredita-se que espécies que são parasitas ou que foram parasitas no passado
tendem a se tornar comensais. Esta mudança seria um modo evolutivo de se conseguir uma relação
duradoura.
No exemplo clássico dos líquens temos os fungos fazendo o papel de absorção e das algas fazendo
o papel de fotossíntese, sendo que se houver separação dos dois indivíduos nenhum dos dois pode
sobreviver.
A competição difere do predatismo, pois neste caso, podem estar competindo duas espécies de
herbívoros ou duas espécies de carnívoros sem que necessariamente uma devore a outra.
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PARASITISMO – no parasitismo há a espoliação de um indivíduo chamado de hospedeiro. Nestes
casos o parasito é geralmente menor que seu hospedeiro e quando ataca o hospedeiro habitando o lado
externo é chamado de ectoparasito (carrapatos) e quando se fixa ao hospedeiro internamente é chamado
de endoparasita (E. histolytica).
Sua definição é muito semelhante a do predatismo, porém neste caso é geralmente necessário um
grande número de parasitos para matar um hospedeiro.
Parasitismo é a associação entre seres vivos, onde existe unilateralidade de benefícios, ou seja, o
hospedeiro é espoliado pelo parasito, pois fornece alimento e abrigo para este.
Esta associação tende para o equilíbrio, pois a morte do hospedeiro é prejudicial para o parasito,
assim, algumas espécies vem mantendo esta associação há milhares de anos. Dessa forma, vemos o tatu,
que é o hospedeiro natural do Trypanosoma cruzi, raramente morrer devido a esse parasitismo; já o
homem, o cão ou o gato freqüentemente morrem quando adquirem a doença de Chagas.
NOMENCLATURA ZOOLÓGICA:
A nomenclatura das espécies deve ser latina e binominal, ou seja, a espécie é designada por duas
palavras: a primeira representa o gênero (deve ser escrita com a primeira letra maiúscula), a segunda a
espécie considerada (deve ser escrita com letra minúscula, mesmo quando for nome de pessoa). Estas
palavras devem ser sempre grifadas ou escritas em itálico.
A IMPORTÂNCIA DA NOMENCLATURA.
Sem um nome científico universal, ditado segundo regras aceitas por toda a comunidade científica,
que caracteriza cada espécie estudada e catalogada, ficaria difícil a comunicação entre os diversos
campos da biologia. Quem dita tais regras é o código de nomenclatura zoológica. Tal código é universal,
ele rejeita nomes que possam causar confusão ou ambigüidade, o que garante a universalidade dos
nomes científicos, fazendo com que estes sejam reconhecidos por cientistas de qualquer nacionalidade.
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De 1895 até 1934 várias foram às tentativas para a erradicação do mosquito. A partir desta última
data o problema começou a ser solucionado pelos entomólogos da época, que descobriram que
Anopheles maculipennis, na verdade, formava um complexo de pelo menos sete espécies, das quais
apenas algumas eram transmissoras da malária.
Em geral os distúrbios que ocorrem são de pequena monta, pois há uma tendência de haver um
equilíbrio entre a ação do parasito e a capacidade de resistência do hospedeiro.
- AÇÃO TÓXICA algumas espécies produzem enzimas ou metabólitos que podem lesar o
hospedeiro.
- AÇÃO IRRITATIVA deve-se à presença constante do parasito que, sem produzir lesões
traumáticas, irrita o local parasitado.
CELULARES:
No local onde se encontra o parasita. É desencadeada por macrófagos; ocorre atrofia ou hipertrofia
do tecido lesado, aumentando ou diminuindo o número de células para regeneração.
HUMORAIS:
É geral; há produção de anticorpos em decorrência das toxinas produzidas pelo parasita; servem
para imunização na reinfecção e provas imunológicas.
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DOENÇAS PARASITÁRIAS:
É também possível classificar as doenças por suas características epidemiológicas e, muitas vezes,
esta classificação apresenta algumas vantagens na identificação de medidas preventivas.
EPIDEMIAS
A TERRA É O PARAÍSO
CENÁRIO: para os vírus e bactérias, a destruição da natureza e a vida moderna formam o cenário
perfeito de proliferação.
SUPERPOPULAÇÃO:
POPULAÇÃO MUNDIAL
1,65 BI 6 BI 7 BI
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CIDADES INCHADAS: cidades com mais de 10 milhões de habitantes
Nº DE CIDADES
1900 2005
0 25
TEMPO TEMPO
1900 2005
1918: O vírus da gripe espanhola levou um mês para sair do seu reduto original, os EUA, e chegar
ao segundo país atingido pela doença, a Espanha.
2003: Depois do registro do primeiro caso, na China, em apenas duas semanas a SARS já estava
em dezesseis países.
Vírus altamente letal pode matar até 80% dos infectados, por febre hemorrágica. Surgiu em 1967
na Alemanha e na Sérvia.
COMO SE PROPAGOU: Em 1999, o vírus saiu de seu reduto natural e ganhou os EUA. Nos
últimos anos, sua transmissão tem sido facilitada pelo aquecimento global, o que propicia a proliferação
de mosquitos
Revisando...
BACTERIÓFAGO
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MORFOLOGIA VIRAL
Bartonella bacilliformis:
Transmitida pelos mesmos mosquitos da Leishmaniose. A bactéria causa a febre de La Oroya, cuja
letalidade pode chegar aos 90%. Surgiu em 1871 no Peru.
COMENTÁRIOS: Se a Bartonella chegar ao Brasil, sua disseminação poderá ser acelerada. Além
de abrigar o mosquito transmissor da doença, o país não possui profissionais de saúde treinados para
contê-la.
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HIV:
O vírus da AIDS é muito mutável, o que dificulta o seu combate. Surgiu em 1959 no Congo.
COMO SE PROPAGOU: Acredita-se que a epidemia tenha tido início com o hábito africano de
comer carne de chimpanzé.
SARS:
Infecção virótica, a Síndrome Aguda Respiratória é de fácil transmissão. Surgiu em 2003 na China.
COMENTÁRIOS: A SARS é um bom exemplo da rapidez com que um vírus pode se alastrar. Em
duas semanas, a doença atingiu dezesseis países.
H5N1 OU GRIPE DAS AVES O vírus é a grande ameaça atual. Ele pode matar 6 em cada 10
infectados. Surgiu em 2003 em Hong-Kong.
COMO SE PROPAGOU: é o único vírus circulante que salta diretamente das aves para os
humanos.
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COMENTÁRIOS: O grande medo é que H5N1 se combine com o vírus humano da gripe e passe a
ser transmitido de pessoa para pessoa. Há indícios de que o vírus já saiu da Ásia e avança em direção a
Europa.
ORIGEM DO VÍRUS: Tudo indica que a gripe das aves tenha se originado em codornas.
# Consumo de carne de aves cruas. # Contato com esterco sólido ou líquido. # Pessoas que
trabalham em aviários. # Caminhões de transporte e roupas de funcionários # Pessoa
a pessoa não está ainda comprovado.
TRATAMENTO:
Os pacientes podem ser tratados com medicamentos antivirais, como o TAMIFLU. Ainda não há
vacinas contra o vírus H5N1.
NÚMEROS DA EPIDEMIA:
Desde que surgiu em 2003, a gripe das aves se expandiu de 7 países, para 38 países e territórios até
início do mês de março/2007. O caso mais recente foi registrado na Sérvia e Montenegro. Entre
humanos, os casos divulgados pela OMS foram de 174, dos quais 94 resultaram em morte.
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EBOLA:
Vírus altamente letal. Mata cerca de 90% dos infectados. Suas vítimas morrem em decorrência de
hemorragias intensas. Surgiu em 1976 na África.
COMO SE PROPAGOU: Acredita-se que o Ebola tenha se espalhado entre os humanos a partir do
contato de caçadores com gorilas contaminados, em áreas até então inexploradas.
COMENTÁRIOS: O hospedeiro do vírus ainda não foi identificado, o que dificulta o controle da
doença.
PESTE NEGRA:
Causada pela bactéria Yersinia pestis, ela foi transmitida ao homem por ratos. Matou um terço dos
europeus no século XIV. Surgiu em 1333 na China.
COMO SE PROPAGOU: Sua proliferação deve ter ocorrido por meio de uma tropa de nômades
mongóis.
GRIPE ESPANHOLA:
PARASITOLOGIA
- Hospedeiro definitivo – ( H.D.) – organismo que possui parasita em sua forma adulta. O homem
é o H.D. em relação a Taenia Solium.
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- Hospedeiro intermediário – ( H.I.) – organismo que possui formas intermediárias do parasita. O
porco, por exemplo, é o H.I da Taenia Solium.
- A transmissão de um parasito do interior de um hospedeiro para outro, pode ser direta ou indireta.
- Quando o parasito necessita passar uma das fases de seu ciclo no meio externo ou no organismo
de outro animal, a transmissão é dita indireta, que poderá ser feita através de um vetor ou transmissor
que transportará o parasito para o corpo de outro hospedeiro e será direta, quando não houver hospedeiro
intermediário. Pode ser passiva, por ingestão dos ovos ou embriões ou ativa por penetração de larvas
pela pele.
PORTADOR É a pessoa que, sem apresentar doença, abriga o agente infeccioso em condições
de transmiti-lo a uma pessoa susceptível. O portador é uma fonte de infecção.
CICLO EVOLUTIVO Período compreendido entre seu estágio larvar e sua fase
reprodutivamente madura.
A – Quanto à ocorrência
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-Animal x animal ( zoozoótico ); -Vegetal x vegetal ( Fitofítico );
* Quanto à ocorrência:
Ex.: certos fungos e bactérias apenas saprofitas, isto é, vivem da matéria orgânica putrefata e
podem, ocasionalmente, atingir feridas de animais ou lesões em vegetais, infectando os tecidos dos
mesmos. As micoses, não raramente, são ocasionadas por esse tipo de parasitas.
B – Facultativos ou condicionais – são os que praticam habitualmente a vida parasitária, mas que,
em certas circunstâncias, assumem outro modo de vida.
Ex.: algumas bactérias e fungos que parasitam seu hospedeiro, cuja morte os obriga ao
saprofitismo que se inicia pela putrefação do cadáver, que até ajudam a completar.
Parasitismo Permanente:
É aquele em que o parasita tem necessidade de passar todos seus ciclos. É o que ocorre com os
piolhos que só podem viver, de modo permanente, associados aos seus hospedeiros, morrendo quando
deles são afastados.
O mesmo acontece com numerosos outros parasitos do homem e animais como, por exemplo, as
Taenias que necessitam de um ou mais de um hospedeiro para sua existência.
Parasitismo Temporários:
Parasitismo Periódico:
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QUANTO À REGIÃO DO PARASITISMO EM RELAÇÃO AO HOSPEDEIRO,
CLASSIFICAM-SE EM ECTOPARASITOS E ENDOPARASITOS.
Ectoparasitos:
Vivem à superfície do corpo dos hospedeiros, como exemplo, os piolhos, os carrapatos, pulgas,
etc.
Endoparasitos:
O parasitismo conforme ocorre entre os indivíduos dos dois reinos (animal e vegetal), é chamado
de:
Aqui podemos destacar como podem ser transmitidas as ditas “doenças transmissíveis”,
destacando também seus principais veículos de transmissão, qual o nome específico (mais comum) da
doença e o (micro) organismo causador.
Alimentos
Fômites
-Actinomyces
-Aspergillus
-Candida
-Klebsiella
-Pseudomonas
-Staphylococcus
-Salmoneloses – Salmonella
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-Shigeloses – Shigella
Ar atmosférico
-Caxumba – Paramyxovirus
-Rubéola – Rubivirus
-Sarampo – Morbillivirus
Para fins médicos, os protozoários podem ser subdivididos em quatro grupos: - Sarcodina
(amebas), - Sporozoa (esporozoários), - Mastigophora (flagelados) e – Ciliata (ciliados).
O sub-reino Platelminto contém duas classes de importância médica: - Cestoda (vermes em fita) e
Trematoda (fascíolas).
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HELMINTOS:
CESTÓIDES
Filo Platelmintos (“plati” significa plano; helminto significa verme) são divididos em duas classes:
Cestódas (tênias) e Trematoda (fascíolas).
Didaticamente, a teníase e a cisticercose são duas entidades mórbidas distintas, causadas pela
mesma espécie, porém com fase de vida diferente. A teníase é uma alteração provocada pela presença da
forma adulta da Taenia solium ou da T. saginata no intestino delgado do hospedeiro definitivo, os
humanos; já a cisticercose é a alteração provocada pela presença da larva (vulgarmente denominada
canjiquinha) nos tecidos de hospedeiros intermediários normais, respectivamente suínos e bovinos.
Hospedeiros anômalos, como cães, gatos, macaco e humanos, podem albergar a forma larvar da T.
solium.
Essas patologias são conhecidas desde a Antiguidade pensando-se, durante muito tempo, que eram
causadas por fenômenos ou espécies diferentes. Daí os nomes específicos para a forma adulta e para a
forma larvária. Em 1697, Malpighi verificou que o agente da canjiquinha, ladrária ou pedra, era um
verme. Werner, em 1786, e Goeze, em 1789, verificaram que as formas encontradas nos suínos e nos
humanos eram idênticas. Em 1758, Linnaeus descreveu T. solium e T. saginata. Em 1800, Zeder cria o
gênero Cysticercus para o agente da canjiquinha e, finalmente, Kuchenmeister, em 1885, fazendo
infecções em humanos e em suínos, demonstrou que o cisticerco dos suínos originava o verme adulto
nos humanos.
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TENÍASE E CISTICERCOSE
Apesar dos escassos relatos, a Região Nordeste apresenta condições favoráveis para a ocorrência e
manutenção do complexo teníase cisticercose. Em Mulungu do Morro (BA) foram registradas em 2001
altas soro prevalências de cisticercose (1,6%) e teníase (4,5%). Agapejev (2003), com objetivo de
mostrar as características da neurocisticercose humana no Brasil, realizou análise crítica após extensa
revisão da literatura nacional abrangendo o período de 191 5 a 2002, relatando a incidência de 1,5% nas
necropsias, 2,3% em estudos soro epidemiológicos, 3,0% nos estudos clínicos, correspondendo a 0,3%
das admissões em hospitais gerais. O estudo revelou que a letalidade gira em tomo de 15% e que na
população psiquiátrica a incidência de neurocisticercose é cinco vezes mais elevada que na população
geral.
MORFOLOGIA
Colo: porção mais delgada do corpo onde as células do parênquima estão em intensa atividade de
multiplicação, é a zona de crescimento do parasito ou de formação das proglotes.
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Estróbilo: é o restante do corpo do parasito. Inicia-se logo após o colo, observando-se
diferenciação, que permite o reconhecimento de órgãos internos, ou da segmentação do estróbilo. Cada
segmento formado denomina-se proglóte ou anel, podendo ter de 800 a 1.000 e atingir 3 metros na T.
solium, ou mais de 1.000 proglótes, atingindo até 8 metros na T: saginata. A estrobilização é
progressiva, ou seja, a medida que cresce o colo, vai ocorrendo a delimitação das proglótes e cada uma
delas inicia a formação dos seus órgãos. Assim, quanto mais afastado do escólex, mais evoluídas são as
proglótes.
Após fixação e coloração, podem ser visualizados os órgãos genitais masculinos e femininos,
demonstrando ser a tênia hermafrodita.
As proglótes grávidas, são mais compridas do que largas e internamente os órgãos reprodutores
vão sofrendo involução enquanto o útero se ramifica cada vez mais, ficando repleto de ovos. A proglote
grávida de T. solium é quadrangular, e o útero formado por 12 pares de ramificações do tipo dendrítico,
contendo até 80 mil ovos, enquanto a de T. saginata é retangular, apresentando no máximo 26
ramificações uterinas do tipo dicotômico, contendo até 160 mil ovos. Entretanto, apenas 50% dos ovos
são maduros e férteis.
Cisticerco: o cisticerco da T. solium é constituído de uma vesícula translúcida com líquido claro,
contendo invaginado no seu interior um escólex com quatro ventosas, rostelo e colo. O cisticerco da T.
saginata apresenta a mesma morfologia diferindo apenas pela ausência do rostelo. A parede da vesícula
dos cisticercos é composta por três membranas: cuticular ou externa, uma celular ou intermediária e uma
reticular ou interna. Estas larvas podem atingir até 12 mm de comprimento, após quatro meses de
infecção.
No sistema nervoso central humano, o cisticerco pode se manter viável por vários anos. Durante
este tempo, observam-se modificações anatômicas e fisiológicas até a completa calcificação da larva:
Estágio coloidal: líquido vesicular turvo (gel esbranquiçado) e escólex em degeneração alcalina.
Estágio granular: membrana espessa, gel vesicular apresenta deposição de cálcio e o escólex é
uma estrutura mineralizada de aspecto granular.
CICLO DE VIDA
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CISTICERCOSE
O problema realmente sério, que provoca lesões graves no paciente, é a cisticercose. Não está bem
estabelecido grau o de alteração que a cisticercose provoca nos animais.
A cisticercose das glândulas mamárias é uma forma rara. Clinicamente pode-se apresentar sob a
forma de um nódulo indolor com limites precisos, móvel, ou ainda, como uma tumoração associada a
processos inflamatórios provavelmente devido ao estágio degenerativo da larva.
Na cisticercose ocular sabe-se que o cisticerco alcança o globo ocular através dos vasos da coróide,
instalando-se na retina. As conseqüências da cisticercose ocular são: reações inflamatórias exsudativas
que promoverão opacificação do humor vítreo. Essas alterações, dependendo da extensão, promovem a
perda parcial ou total da visão e, as vezes, até desorganização intra-ocular e perda do olho.
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A cisticercose no sistema nervoso central pode acometer o paciente por três processos: presença do
cisticerco no parênquima cerebral ou nos espaços liquóricos; pelo processo inflamatório decorrente; ou
pela formação de fibroses, granulomas e calcificações.
PROFILAXIA
Sendo o porco coprófago por natureza, medidas de controle dirigidas no sentido de impedir o
contato destes animais com fezes do único hospedeiro definitivo (os humanos) são extremamente
desejáveis. De acordo com os relatórios da OPAS/OMS, a teníase é uma doença infecciosa
potencialmente erradicável.
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PROTOZOÁRIOS
Habitam a água e o solo. É uma única célula que, para sobreviver, realiza todas as funções
mantenedoras da vida: Alimentação, Respiração, Reprodução, Excreção e Locomoção.
Quanto a sua morfologia, os protozoários apresentam grandes variações, conforme sua fase
evolutiva e meio a que estejam adaptados. Podem ser ovais, esféricos ou mesmo alongados. Alguns são
revestidos de cílios, outros possuem flagelos, e existem ainda os que não possuem nenhuma organela
locomotora especializada.
Dependendo da atividade fisiológica, algumas espécies possuem fases bem definidas. Assim
temos:
REPRODUÇÃO:
Temos a assexuada e a sexuada, esta pode ser por conjugação, onde é uma união temporária com
troca mútua de materiais nucleares; Fecundação é uma união onde forma ovo ou zigoto.
DIGESTÃO:
Em espécies de vida livre há formação de vacúolos digestivos. Engloba uma partícula alimentar,
no interior da célula ocorre digestão dos resíduos sólidos, os resíduos não digeridos são expelidos.
RESPIRAÇÃO:
Dois tipos fundamentais. Aeróbicos: são os protozoários que vivem em meio rico em oxigênio.
Anaeróbicos: quando vivem em ambientes pobres em oxigênio.
LOCOMOÇÃO:
A movimentação dos protozoários é feita com auxílio de uma ou associação de duas ou mais
organelas: Pseudópodes, Flagelos, Cílios.
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DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS:
- Muitos protozoários causam doenças nos seres humanos. Entre elas, está a amebíase ou disenteria
amebiana, a doença de chagas, a úlcera de Bauru, a giardíase e a malária.
- Amebíase ou disenteria amebiana: ao ingerir água ou alimentos contaminados por uma ameba, a
Entamoeba histolytica.
- Doença de Chagas é causada pelo tripanossomo (Trypanosoma cruzi), protozoário que vive no
intestino de um percevejo sugador de sangue (barbeiro).
- Úlcera de Bauru, doença que ataca a pele e as mucosas dos lábios e do nariz produzindo muitas
feridas; é provocada pela Leishmania brasiliensis, protozoário parecido com o tripanossomo.
- Giardíase: provocada pela Giárdia lamblia, flagelado que parasita o intestino humano, a doença
causa fortes diarréias, levando o doente à desnutrição.
- Toxoplasmose, doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, transmissão por contato
com animais domésticos.
Dentro do trato intestinal, três organismos – a ameba Entamoeba histolytica, o flagelado Giárdia
lamblia e as espécies esporozoárias de Cryptosporidium – são os mais importantes.
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Entamoeba
O ciclo de vida da E. histolytica tem dois estágios: a ameba móvel (trofozoíto) e o cisto que não é
móvel.
O cisto tem quatro núcleos, importante critério diagnóstico. Após a ruptura do cisto no trato
intestinal, liberando uma ameba com quatro núcleos, que divide para formar oito trofozoítos; este
maduro tem um núcleo simples com revestimento uniforme. Anticorpos são formados contra antígenos
trofozoíticos na amebíase, mas não são protetores, só são úteis para diagnóstico sorológico.
Abscesso amebiano do fígado é caracterizado por dor no quadrante superior direito, perda de peso,
febre e um fígado macio aumentado. Abscessos no lobo direito podem causar doença pulmonar.
CICLO:
A. Infecção não-invasiva.
B. Doença intestinal
C. Amebíase extra-intestinal.
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Diagnóstico: é baseado no achado de trofozoítos em fezes diarréicas ou cistos em evacuações
normais.
Prevenção: evitar a contaminação fecal de alimentos e água, observar boa higiene pessoal, como a
lavagem das mãos. Purificação da água de reservatório.
Trichomonas vaginalis
Causa tricomoníase; É uma célula polimorfa, são ovais e algumas vezes esféricos. Não possui
forma cística, somente a forma trofozoítica.
REPRODUÇÃO:
A multiplicação se dá por divisão binária. Muitos autores têm descrito estruturas arredondadas, que
lembram um cisto, imóveis aparentemente sem flagelos, como formas de repouso, pseudocistos ou
mesmo formas degenerativas.
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TRANSMISSÃO:
É uma doença venérea. O organismo é transmitido por contato sexual e, conseqüentemente, não há
necessidade de uma forma cística durável. As localizações principais são a vagina e a próstata. É uma
das infecções mais comuns em todo o mundo. Aproximadamente 25 a 50% das mulheres nos EUA
abrigam o organismo. Por ser uma DST, a freqüência de doença sintomática é maior em mulheres
sexualmente ativas entre 30 e 40 anos e menor em mulheres pós-menopausa.
CASOS CLÍNICOS:
Em mulheres ocorre um corrimento aquoso, amarelo-esverdeado e com odor fétido; ou seja, é uma
vaginite que se caracteriza por corrimento abundante, bolhoso e odor fétido.
DIAGNÓSTICO:
Homens Devem ir até o Laboratório, pela manhã, sem ter usado remédio para tricomoníase e
sem ter urinado. O material é colhido com uma alça de platina ou com swab de algodão não absorvente
ou de poliéster. O organismo é mais fácil de ser encontrado no sêmem, sendo assim, pode-se obter uma
amostra fresca pela masturbação, colhida em recipiente limpo e estéril.
Mulheres Não deverão realizar a higiene vaginal durante um período de 18 a 24 horas, antes do
exame. Não deverão ter feito uso de medicamento tricomonicida. O material é coletado na vagina com
swab de algodão não absorvente ou de poliéster, com o auxílio de um especulo não lubrificado.
Realizada a coleta, a análise do exame deve ser feita logo em seguida. Devido ao quadro clínico
apresentado pela infecção, tanto no homem como na mulher, o controle depende do diagnóstico da
doença no pacientes sintomáticos.
TRATAMENTO:
CICLO BIOLÓGICO:
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TRANSMISSÃO:
Giárdia lamblia
É o protozoário flagelado causador da giardíase. Essa doença possui distribuição mundial, porém é
mais comum em climas temperados e em crianças nos primeiros anos de vida.
A giardíase é muito prevalente em países em desenvolvimento, como o Brasil, pois está relacionada a
uma precariedade de condições de saneamento. É uma doença de grande importância para a área da
pediatria pois a prevalência é maior em crianças que em adultos.
BIOLOGIA DO PARASITO
A Giardia é um parasito que se apresenta em duas formas: cisto e trofozoíto. Ambas formas
podem ser eliminadas nas fezes, sendo que nas fezes diarréicas são encontrados trofozoítos, e nas
formadas são encontrados cistos. O cisto constitui a forma infectante. Os cistos ou trofozoítos são
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ingeridos pelo homem através da água ou de alimentos contaminados, e a ação das enzimas digestivas
provoca o desencistamento, dando origem aos trofozoítos, que podem ficar livres na luz intestinal ou se
fixarem na parede duodenal pelo disco suctorial. Se o protozoário aderir à mucosa intestinal, a absorção
de nutrientes fica comprometida, principalmente de gorduras e de vitaminas lipossolúveis.
O parasito se multiplica por divisão binária no intestino delgado, sendo que a gravidade da doença
é proporcional ao número de parasitos. Os trofozoítos vivem no duodeno e nas primeiras porções do
jejuno, e a atividade dos flagelos lhes confere rápido e irregular deslocamento. Quando vai ocorrer o
encistamento, o trofozoíto reduz o seu metabolismo e o seu tamanho, fica globoso, perde o disco
suctorial e os flagelos e secreta uma parede cística ao seu redor. Dentro do cisto o núcleo se duplica, por
isso quando o homem ingere um cisto, infecta-se com dois trofozoítos.
PATOGENIA
O intervalo entre a infecção e o aparecimento dos sintomas de giardíase costuma ser de duas
semanas, mas pode durar vários meses.
As manifestações clínicas variam, mas aqueles que são observados mais freqüentemente são:
evacuações líquidas ou pastosas, número aumentado de evacuações, mal estar, cólicas abdominais e
perda de peso. Além das formas agudas, a giardíase pode evoluir para formas subagudas ou crônicas.
Doença diarréica causada por um protozoário Giardia intestinalis (mais conhecido como Giardia
lamblia); nas infecções sintomáticas apresenta um quadro de diarréia crônica, esteatorréia, cólicas
abdominais, sensação de distensão, podendo levar a perda de peso e desidratação. Pode haver má
absorção de gordura e de vitaminas lipossolúveis. Normalmente não há invasão extraintestinal, porém,
às vezes, os trofozoítos migram pelos condutos biliares ou pancreáticos e ocasionam inflamações.
Algumas infecções são assintomáticas.
O diagnóstico é feito por visualização de cistos ou trofozoítos nas fezes, sendo que para a detecção
da parasitíase devem ser feitas três coletas de fezes com intervalo de dois a três dias, pois na fase aguda
a eliminação de cistos é menor e o resultado pode ser falso negativo.
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OCORRENCIA
As giardíases possuem distribuição mundial. A infecção acomete mais crianças do que adultos. A
prevalência é maior em áreas com saneamento básico deficiente e em instituições de crianças que não
possuem controle de seus esfíncteres. Nos Estados Unidos, a transmissão de Giardia lamblia através da
água é mais freqüente em comunidades montanhosas e de pessoas que obtém água de fontes sem
tratamento de filtração adequado. A giardíase prevalece em alguns países temperados e também nos
países tropicais, e há infecções freqüentes de grupos de turistas, que consomem água tratada
inadequadamente.
RESERVATÓRIO
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Os seres humanos atuam como importante reservatório da doença e, possivelmente, animais
selvagens e domésticos podem atuar como reservatórios da giardíase. Os cistos presentes nas fezes dos
seres humanos são mais infectantes do que os provenientes dos animais.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
Depois de um período de incubação que varia de 5 a 25 dias, com uma média de 7 a 10 dias,
podem aparecer infecções sintomáticas típicas.
TRANSMISSÃO
A transmissão de Giardia lamblia de pessoa a pessoa ocorre por transferência dos cistos presentes
nas fezes de um indivíduo infectado, através do mecanismo mão-boca. É provável que as pessoas
infectadas, porém assintomáticas (situação muito comum), são mais importantes na transmissão do
agente do que aquelas pessoas que apresentam diarréia (infecção sintomática).
A transmissão ocorre quando há a ingestão de água contaminada com fezes contendo o cisto, e
com menor freqüência, por alimentos contaminados pelas fezes. As concentrações de cloro utilizadas
para o tratamento da água não matam os cistos da Giardia, especialmente se a água for fria; água não
filtrada proveniente de córregos e rios expostos a contaminação por fezes dos seres humanos e dos
animais constitui uma fonte de infecção comum. A Giardia não é transmitida através do sangue. Pode
ser transmitida também através da colocação de algo na boca que entrou em contato com fezes
contaminadas; da ingestão de água contaminada por Giardia; água de piscinas, lagos, rios, fontes,
banheiras, reservatórios de água que possam estar contaminado por fezes de animais e/ou seres humanos
infectados ou através da ingestão de alimentos mal cozidos contaminado por Giardia.
RESISTÊNCIA
A taxa de portadores assintomáticos é alta e a infecção costuma ser de curso limitado. Não existem
fatores específicos do hospedeiro que influenciam na resistência.
DIAGNÓSTICO
A giardíase é diagnosticada pela identificação dos cistos ou trofozoítos nas fezes. É muito
importante que seja feito o diagnóstico diferencial com outros patógenos que podem causar um quadro
semelhante. A suspeita de casos de Giardia e outras diarréias devem ser notificadas à vigilância
epidemiológica local, regional ou central, para que a investigação epidemiológica seja desencadeada na
busca dos fatores causadores e medidas de controle sejam tomadas. O serviço de saúde deve registrar o
quadro clínico do paciente e sua história de ingestão de água e alimentos suspeitos nas últimas semanas,
bem como, solicitar os exames laboratoriais necessários para os casos suspeitos.
TRATAMENTO
O tratamento deve ser feito com metronidazol ou tinidazol. Apesar da doença infectar todas as
pessoas, crianças e mulheres grávidas podem ser mais susceptíveis a desidratação causada pela diarréia,
portanto, deve-se administrar fluiodoterapia se necessário. Furazolidona é também utilizada no
tratamento de amebíases.
PREVENÇÃO
A prevenção se faz pela higiene pessoal e dos alimentos, pelo saneamento básico e pela fervura ou
filtração da água, pois ela é o principal veículo da Giardia (sua cloração não inativa os cistos). A
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infecção é prevenida evitando-se ingerir água ou alimentos que possam estar contaminados com as
fezes; educação sanitária desempenha um importante papel na prevenção da doença; a água proveniente
de abastecimentos públicos localizados em áreas de risco devem ser filtradas; etc.
CONCLUSÃO
Cryptosporidium parvum
Protozoário coccídio, sem organelas de locomoção por ser intracelular. É o parasito causador da
criptosporidíase, que constitui uma das principais causas de diarréia em crianças pré-escolares e
pacientes com imunodeficiência por vírus HIV, não possuindo esquema terapêutico definido.
BIOLOGIA DO PARASITO
O oocisto constitui a forma infectante da criptosporidíase, pois é eliminado nas fezes e possibilita a
infecção por via fecal-oral. O ciclo assexuado tem início quando o oocisto é formado e eliminado, sendo
que após a sua eliminação se dá a esporulação. A esporulação é caracterizada pelo aumento de volume
do parasito e pela produção de esporozoítos no seu interior. Após a ingestão, o oocisto esporulado rompe
no intestino liberando os esporozoítos que invadem os enterócitos. No fim do crescimento do
esporozoíto o núcleo começa a se dividir várias vezes, de forma assexuada, o que resulta em uma forma
multinucleada, o esquizonte. Depois da formação do esquizonte, ocorre uma repetição da etapa anterior,
processo que passa a se denominar esquizogonia. Sua função é produzir merozoítos, permitindo a
invasão de novas células hospedeiras. A partir desses merozoítos pode recomeçar outro ciclo assexuado
ou iniciar um processo de reprodução sexuada (esporogonia).
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esporozoítas, que é o que caracteriza o oocisto infectante. No caso do cryptosporidium, o processo de
esporulação deve produzir, no interior do oocisto, quatro esporozoítos.
PATOGENIA E PREVENÇÃO
A criptosporidíase é uma zoonose que tem sua fonte de infecção no gado, nos animais domésticos
e nos de laboratório. Em pessoas saudáveis, a patogenia provoca enterocolite aguda e autolimitada, ou
seja, que se cura espontaneamente e em imunocomprometidos, como aidéticos, ela se torna importante,
visto que as evacuações provocadas pelo parasito tornam-se freqüentes e volumosas, causando
considerável perda de peso. A infecção dura de poucos dias a duas semanas em imunocompetentes e
pode se tornar crônica em estados de imunodeficiência. Há casos de portadores de Cryptosporidium
assintomáticos, embora isso seja menos freqüente em aidéticos. O diagnóstico é feito através da
visualização do oocisto nas fezes, através de coloração por álcool-ácido resistência, ou
imunofluorescência. Sorologia por métodos imunoenzimáticos pode ser realizada concomitantemente.
A prevenção se dá, principalmente, com cuidados com a qualidade da água bebida, usando a
fervura ou a filtração como forma de inativar os oocistos, e também através da higiene pessoal e dos
alimentos (oocistos resistentes a desinfetantes nas condições atuais). Além disso, profissionais da área
da saúde devem ter cuidados especiais quando lidam com pacientes aidéticos que têm criptosporidíase,
pois eles são grandes eliminadores de oocistos.
O QUE É CRIPTOSPORIDIOSE?
Tem sido demonstrado com relativa freqüência em pacientes com a Síndrome de Imunodeficiência
Adquirida (AIDS). Foi detectada em mais de 40 espécies de animais domésticos e silvestres. Muitas
pessoas estão expostas a este agente, mas as que possuem o sistema imunológico saudável normalmente
livram-se do parasita sem que apresentem qualquer sintoma ou fiquem doentes. Seu médico pode
solicitar um exame de fezes para descobrir se você tem essa doença. Existe uma outra doença chamada
meningite criptocócica, completamente diferente da criptosporidiose.
Os oocistos, de 4 a 5 mm, são ingeridos pelo homem através da água e dos alimentos
contaminados; no intestino, os esporozoítos, de 3 mm, infectantes, penetram os enterócitos e, no seu
interior (sem mergulhar no seu citoplasma), desenvolvem-se por esquizogonia (ciclo assexuado) a
merozoítos, de 5 a 7 mm; estes podem realizar mais ciclos esquizogônicos ou passar para gametogonia
(ciclo sexuado) levando à produção de oocistos, que são então eliminados nas fezes, contaminando o
ambiente.
Período de transmissibilidade: várias semanas, a partir do início dos sintomas e enquanto houver
eliminação de oocistos nas fezes. Fora do organismo humano, em ambientes úmidos, o oocisto pode
permanecer infectante por até seis meses.
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QUAIS SÃO OS SINAIS DE CRIPTOSPORIDIOSE?
Portadores de criptosporidiose normalmente têm diarréia aquosa, escura e fétida, com muco e
raramente sangue, mais de 4 vezes por dia. Perda de peso, náusea, vômito, cólica, dor de estômago,
distensão abdominal, flatulência e febre também são sintomas comuns, que podem se desenvolver
lentamente. Na mucosa intestinal, ocorre infiltração de leucócitos, interferindo com a absorção de
nutrientes, sódio e cloro. A infecção dura de poucos dias a duas semanas em imunocompetentes e pode
se tornar crônica em estados de imunodeficiência. Se você estiver com diarréia por muito tempo, é bem
provável que esteja perdendo importantes líquidos, vitaminas e sais minerais necessários à vida. Se
estiver com diarréia crônica ou qualquer um dos outros sintomas, você deve procurar seu médico
imediatamente.
A criptosporidiose é muito contagiosa, sendo difícil evitar o contato com o germe. A melhor forma
de evitar essa doença é estar sempre limpo, lavar as mãos com freqüência (principalmente após a relação
sexual e após ir ao banheiro) e evitar a presença de fezes nas mãos e na boca.
Modo de transmissão via fecal-oral (ingestão de água contaminada, recreações aquáticas em áreas
abertas ou fechadas, água que se bebe - por isso é aconselhável tomar água filtrada ou fervê-la antes de
beber - alimentos contaminados pelos oocistos esporulados resistentes e infectantes, eventualmente por
inalação ou, ainda, por auto-infecção pela rotura dos oocistos na luz intestinal), dentro da mesma espécie
e entre as diferentes espécies, ou seja, o parasita não é espécie-específico e pode ser facilmente
transmitido de um mamífero para outro, ou de um animal para o homem. Este parasita foi isolado em
muitos hospedeiros diferentes, incluindo mamíferos, aves e répteis. O oocisto de Cryptosporidium é
eliminado infectante nas fezes, não necessitando portanto de um período no meio ambiente para
esporular.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é difícil e requer identificação diminuta, do indistinto oocisto nas fezes. A biópsia
gástrica e o exame histológico de amostra tecidual, nem sempre são suficientes para diagnosticar a
criptosporidiose subclínica. Usualmente realiza-se a identificação do estágio de transmissão do patógeno
(oocistos) nas fezes. A criptosporidiose clínica pode ser diagnosticada pela identificação de oocistos em
materiais derivados do trato digestivo (fezes, alimento regurgitado, ou secreções das mucosas); através
de visualização nas fezes (coloração para organismos álcool-ácido resistentes), métodos
imunoenzimáticos (ELISA) pela detecção do antígeno nas fezes ou através de anticorpo monoclonal
marcado com fluoresceína, PCR e biópsia intestinal, quando necessária.
TRATAMENTO
Não existe um medicamento que mate o germe completamente, mas há alguns que ajudam a
controlar a diarréia. O medicamento mais comumente usado nos casos de criptosporidiose é a
espiramicina e a paramomicina. A azitromicina também pode ser útil. Um medicamento experimental
testado atualmente contra a criptosporidiose é o letrazuril. Às vezes, os sintomas da criptosporidiose
podem diminuir sem qualquer medicação. Não se sabe exatamente por que isso acontece, mas pode estar
relacionado a melhorias no sistema imunológico, decorrente de drogas anti-retrovirais, como o AZT, ou
de outras causas desconhecidas
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Ascaris lumbricoides
COMO SE CONTRAI
No intestino das pessoas, os vermes acasalam-se e as fêmeas põem ovos. Uma só pessoa pode ter
até 600 lombrigas. Os ovos são expelidos com as fezes e, como são muito pequenos, só pode ser vistos
através de microscópio. Quando as pessoas têm o hábito de defecar no chão, deixam milhares desses
ovos misturados à terra.
No chão úmido e sombrio, os ovos das lombrigas podem durar de seis a dez anos, à espera de
serem engolidos por uma pessoa. Num exame de microscópio, pode-se detectar a presença de ovos e
lombrigas em um pouco de terra do quintal, na poeira da varredura da casa e em cascas de banana ou de
goiaba.
As lombrigas, quando pouco numerosas, não causam tantos malefícios ao ser humano, porém,
quando a infestação é grande, estes aumentam. Os vermes têm de 15 a 25 cm de comprimento e, em
grande número, formam verdadeiros novelos, que entopem o intestino, causando sua obstrução. Podem
também sair pela boca e nariz ou localizar-se na traquéia, ocasionando, muitas vezes, asfixia e morte,
especialmente em crianças - são os chamados ataques de vermes.
É através da terra, da poeira, dos alimentos mal lavados e das mãos sujas que os ovos das
lombrigas são levados à boca e engolidos. Depois de engolidos, os ovos rebentam, soltando larvas no
intestino. Essas larvas, levadas pelo sangue, passam pelo fígado, coração, pulmões, brônquios, sendo
novamente engolidas. Retornam ao intestino, onde se tornam adultas, para se acasalar e pôr ovos. No
organismo humano, o ovo leva de 2,5 a 3 meses para se transformar em larva e depois em verme adulto.
O verme adulto vive no intestino geralmente menos de seis meses, nunca mais de um ano.
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As pessoas que têm lombrigas ficam freqüentemente irritadas, sem apetite e apresentam náuseas,
vômitos, diarréia, cólicas e dor abdominal.
TRATAMENTO:
Para combater essa verminose, é preciso primeiramente fazer um exame de fezes: peça ao seu
médico uma requisição de EPF e vá até um laboratório ou posto de saúde. Muitas vezes, as mães sabem
que os filhos têm lombrigas porque já viram os vermes saírem com as fezes ou pela boca.
Mas, mesmo assim, é importante que se façam os exames: há diversos tipos de vermes e, para cada
um deles, o tratamento é diferente. Com o resultado do exame de fezes, retorne ao médico, que lhe
indicará o tratamento e as providências necessárias para acabar com as lombrigas.
PROFILAXIA:
• Fazer com que todos usem a privada. Se for usado penico, especialmente por crianças pequenas,
jogar as fezes na privada;
• Proteger também os utensílios domésticos: talheres, copos, pratos, panelas etc. e principalmente
os objetos de uso dos bebês, como bicos, mamadeiras e outros. Os alimentos e os objetos devem ser
conservados cobertos ou dentro de armários;
• Lavar todas as frutas e verduras antes de comê-las (alface, tomate, laranja, goiaba, manga etc);
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• Cuidar da alimentação, principalmente das crianças, usando alimentos fortes, que ajudem seu
crescimento e aumentem sua resistência a doenças.
TRICHURIS TRICHIURA
As larvas das espécies de Trichuris não migram após desenvolver-se, mas movimentam-se e
amadurecem no intestino. Os adultos não são tão grandes quanto o A. lumbricoides. Os sintomas variam
da aflição digestiva vaga e inaparente ao emagrecimento com pele seca e diarréia (geralmente com
muco). Os sintomas tóxicos ou alérgicos também podem ocorrer.
Os seres humanos do mundo inteiro são infectados pelo Ascaris lumbricoides e pelo Trichuris
trichiura; os ovos destas lombrigas são "pegajosos" e podem ser carregados para a boca pelas mãos, por
outras partes do corpo, pelos fomites (objetos inanimados), ou pelos alimentos.
Ocorre ingestão dos ovos infectantes, que são larvados. Eclodem no intestino e as larvas se
desenvolvem nas criptas cecais. Há acasalamento e liberação dos ovos (operculados). Eles ficam
mergulhados na mucosa e podem causar reação inflamatória. O período pré-patente é de cinco a sete
semanas.
Há ação tóxica/irritativa dos tecidos, podendo levar a necroses focais. Em geral a infecção é
assintomática, mas pode haver febre, náuseas, dor abdominal e prolapso retal (grave em crianças com
grande número de parasitos).
MORFOLOGIA:
MACHO: 4 cm. Extremidade posterior enovelada ventralmente. FÊMEA: 3 cm. “reta”. OVO:
Possui espessamento mucóide transparente nas extremidades. São geo helmintos, precisam ir ao solo.
HABITAT
CICLO BIOLÓGICO
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3. Migração das larvas para o ceco e desenvolvimento das mesmas (quatro mudas), com posterior
transformação em vermes adultos (machos e fêmeas);
5 e 6. Desenvolvimento dos ovos embrionados no ambiente, originando ovos larvados, que podem
contaminar água e alimentos;
Ciclo Monoxênico:
A pessoa ingere ovos com larvas (L2 - infectante). Esses ovos embrionados liberam as larvas no
intestino delgado e depois as larvas migram para o ceco. Durante esse trajeto a larva sofre metamorfoses
até virar adulto. O verme pode viver no organismo humano por 5 a 8 anos.
Os ovos são expelidos com as fezes e permanecem viáveis durante vários meses ou anos em solo
húmido e quente, e são infecciosos assim que se desenvolve a larva no seu interior, o que demora
algumas semanas. Se ingeridas, as larvas saem dos ovos no lúmen do intestino, migram para o ceco e
penetram na mucosa intestinal. Aí se desenvolvem, maturando em formas adultas depois de alguns
meses, que permanecem com a cauda no lúmen do intestino e a cabeça penetrando a mucosa. Se houver
um macho e uma fêmea, pelo menos, no mesmo individuo, acasalam e a fêmea põe mais de 3000 ovos
por dia, excretados nas fezes. As formas adultas podem sobreviver durante vários anos. Alimentam-se
do bolo intestinal, mas também de sangue.
Como os ovos são muito resistentes no meio ambiente, podem ser disseminados pelo vento, água e
contaminar alimentos. Obs.: Não faz ciclo pulmonar!!
PATOGENIA e SINTOMATOLOGIA
Ação espoliativa, lítica e tóxica. A extremidade afilada do verme entra na mucosa duodenal,
podendo causar úlceras, abscessos, permitindo invasão bacteriana. Pode levar a anemia (devido à
espoliação de sangue), prolapso retal (devido à irritabilidade nas terminações nervosas do reto e ceco) e
diarréia, devido a mudanças no peristaltismo. Os demais sintomas são iguais às outras parasitoses.
Somente uma infecção maciça causa os sintomas de dor abdominal e diarréia. Infecções muito
mais intensas podem causar sangramento intestinal, anemia, perda de peso e apendicite.
Ocasionalmente, pode ocorrer prolapso retal (exteriorização do reto através do ânus), especialmente em
crianças e em mulheres em trabalho de parto. Os ovos apresentam uma forma de barril e geralmente são
visíveis ao exame microscópio de amostras de fezes.
DIAGNÓSTICO
* CLÍNICO: Difícil
TRATAMENTO
PROFILAXIA
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Educação sanitária, saneamento básico; construção de fossas sépticas nas áreas rurais ou naquelas
onde não haja rede pública de esgoto; tratamento em massa da população em determinadas situações e
proteção dos alimentos contra poeira e insetos. O tratamento específico pode ser feito com Mebendazole
ou Albendazole, sendo contra-indicados na gravidez.
O povo cronicamente debilitado pela doença era facilmente dominável por uma classe de
guerreiros que, uma vez que não praticavam a agricultura irrigada, não contraíam a doença, mantendo-se
vigorosos. Estas condições permitiram talvez a cobrança de impostos em larga escala com excedentes
consideráveis que revertiam para a nova elite de guerreiros, uma estratificação social devida à doença
que se transformaria nas civilizações.
A doença foi descrita cientificamente pela primeira vez em 1851 pelo médico alemão T. Bilharz,
que lhe dá o nome alternativo de bilharzíase.
_______x______
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Nas condições de subvida causada pela esquistossomose, existem hoje no Brasil mais de oito
milhões de pessoas. Essa legião de doentes ocupa extensas regiões brasileiras, desde o Maranhão até o
norte do Paraná.
Para que surja a esquistossomose numa localidade, são necessárias várias condições: a primeira é a
existência de caramujos que hospedam o Schistosoma mansoni. Nem todos servem para o parasita, só
algumas espécies. Esses caramujos vivem em córregos, lagoas, valas de irrigação e canais onde haja
segurança e boa alimentação. A temperatura média de muitas regiões do Brasil é favorável à
proliferação de caramujos.
COMO SE CONTRAI?
O Schistosoma mansoni ora vive livre, ora, protegido dentro de seus hospedeiros. Na primeira fase
de sua vida livre, é um miracídio. Veio para o mundo exterior protegido por um ovo, que é então
abandonado em contato com a água. Nada então apressadamente em busca de um caramujo.
Tem apenas algumas horas de vida para encontrá-lo. Nesse hospedeiro, sofrem uma série de
transformações, dividindo-se e multiplicando-se em centenas de milhares de cercárias, capaz de atacar e
de infestar o homem. As cercárias abandonam o caramujo doente em busca de um animal de sangue
quente e têm aproximadamente dois dias de vida livre. Nesse tempo, procuram atacar o homem, em cujo
organismo poderão viver, acasalar-se e produzir ovos.
No caramujo, o miracídio se desenvolve, dando origem a cercárias. Um miracídio pode dar origem
a 100.000 cercárias. Na água, as cercárias parasitam o homem, penetrando-lhe a pele. Depois da
penetração, as cercárias passam a se chamar esquistossômulos. Esses ganham a circulação venosa,
chegam ao pulmão, coração, artérias mesentéricas e sistema porta. A maturação sexual ocorre nesse
local após cerca de 30 dias da penetração, originado machos e fêmeas de 1 a 1.5 cm de comprimento. Há
reprodução e ovipostura. Os ovos, após passarem da submucosa para a luz intestinal, são eliminados nas
fezes. O tempo entre a penetração cutânea e o aparecimento dos ovos nas fezes é de 3 a 4 semanas.
Na fase aguda da infecção, ocorre a dermatite cercariana (inflamação aguda da pele no local da
penetração da cercária). Na fase crônica, ocorre embolia pulmonar; hepatite granulomatosa (infiltrado
mononuclear, gigantócitos, eosinófilos) provocada pela presença dos ovos; fibrose do sistema porta,
com conseqüente ascite e hepatoesplenomegalia.
Provou-se que evitar banhos em locais onde possa existir o hospedeiro intermediário
(especialmente no crepúsculo), erradicar o caramujo hospedeiro, elaborar campanhas de
conscientização, investir em saneamento básico, destinar adequadamente as fezes, além de tratar
corretamente os doentes é suficiente para controlar tanto a proliferação como a cronificação da doença.
COMO EVITAR?
Contra o caramujo:
• observar bem as águas usadas para tomar banho, pescar, nadar, lavar roupa, regar plantações etc.,
a fim de verificar se existe o caramujo;
• fazer tudo que prejudique o caramujo: pequenas obras de engenharia, de retificação de valas,
canais, aterro de pequenas lagoas;
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• criar nas águas seres vivos prejudiciais ao caramujo, sejam plantas, sejam animais, como patos e
gansos;
• diminuir a poluição das águas nos meses que se seguem à estação chuvosa, quando as águas
começam a diminuir e os caramujos a proliferar em grande quantidade;
• fazer exame de fezes ou outro exame de laboratório para verificar se a pessoa tem
esquistossomose e proceder a um tratamento médico;
• repetir o exame quatro meses depois, para verificar se o tratamento foi eficiente e se não há ovos
de Schistosoma nas fezes;
• construir privadas e fossas para que as fezes não sejam despejadas nas águas nem no solo dos
quintais, forma segura de impedir que os ovos do Schistosoma alcancem os córregos e se transformem
em miracídio;
• usar botas e luvas de borracha em regiões alagadiças, a fim de evitar contaminação pela cercária.
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PROGRESSÃO E SINTOMAS
A fase de penetração é o nome dado a sintomas que podem ocorrer quando da penetração da
cercária na pele, mas mais frequentemente é assintomática, exceto em indivíduos já infectados antes.
Nestes casos é comum surgir eritema (vermelhidão), reação de sensibilidade com urticária (dermatite
cercariana) e prurido ou pápulas na pele no local penetrado, que duram alguns dias.
O período de incubação, entre infecção e sintomas, é de dois meses. Na fase inicial ou aguda, a
disseminação das larvas pelo sangue e a divisão nos pulmões e depois no fígado ativa o sistema
imunológico surgindo febre, mal estar, cefaléias (dores de cabeça), astenia (fraqueza), dor abdominal,
diarréia sanguinolenta, dispnéia (falta de ar), hemoptise (tosse com sangue), artralgias, linfonodomegalia
e esplenomegalia, um conjunto de sintomas conhecido por síndrome de Katayama. Nas análises
sanguíneas há eosinofilia (aumento dos eosinófilos, células do sistema imunitário anti-parasitas). A
produção de anticorpo pode levar à formação de complexos que causam danos nos rins. Estes sintomas
podem ceder espontaneamente ou podem nem sequer surgir, mas a doença silenciosa continua.
Os sintomas crônicos são quase todos devidos à produção de ovos imunogênicos. Estes são
destrutivos por si mesmos, com os seus espinhos e enzimas, mas é a inflamação com que o sistema
imunológico lhes reage que causa os maiores danos. As formas adultas não são atacadas porque usam
moléculas self do próprio hóspede para se camuflar. Os sintomas desta fase crônica resumem-se a
hepatopatias/enteropatias com hepatomegalia, ascite, diarréia... e patologias urinárias como
disúria/hematúria, nefropatias, cancro da bexiga...
DIAGNÓSTICO
Os ovos podem ser encontrados no exame parasitológico de fezes, mas nas infecções recentes o
exame apresenta baixa sensibilidade. Para aumentar a sensibilidade podem ser usados de coproscopia
qualitativa, como Hoffman ou quantitativo como Kato-Katz. A eficácia com três amostras chega apenas
a 75%. O hemograma demonstra leucopenia, anemia e plaquetopenia.
Ocorrem alterações das provas de função hepática, com aumento de TGO, TGP e fosfatase
alcalina. Embora crie a hipertensão portal, classicamente a esquistossomose preserva a função hepática.
Assim, os critérios de Child-Pught, úteis no cirrótico, nem sempre funcionam no esquistossomótico que
não tem associado hepatite viral ou alcoólica. A ultra-sonografia em mãos experientes pode fazer o
diagnóstico, sendo patognomônico a fibrose e espessamento periportal, hipertrofia do lobo hepático
esquerdo e aumento do calibre da mesentérica superior.
PROFILAXIA
Saneamento básico com esgotos e água tratada. Erradicação dos caramujos que são hospedeiros
intermediários da inscrição. Proteção dos pés e pernas com botas de borracha com solado anti
derrapante. Informar a população sobre a doença e servindo água de qualidade a população. Não entrar
em águas que tenham caramujos.
Medida profilática será evitar o contato com águas em zonas endêmicas. As medidas
epidemiológicas para além do saneamento básico terão que haver programas de controle com
distribuição de água potável; controle do HI através de moluscicidas, drenagem de terrenos, etc;
tratamento massivo em zonas endêmicas; educação sanitária, entre outros.
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TRATAMENTO
As duas únicas drogas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde são a oxamniquine e o
praziquantel, que podem ser contra-indicadas devido ao quadro clínico grave do paciente. Pelo menos
até que haja melhora.
Ancilostomíase (amarelão)
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde relativos a 2002, 1,3 bilhão de pessoas no
planeta (sobretudo nas regiões tropicais e subtropicais) estão infectadas pelo ancilostoma e 65 mil
morrem devido à anemia associada à doença. Popularmente conhecida como amarelão, a enfermidade
tornou-se célebre graças a Monteiro Lobato, quando este criou o personagem Jeca Tatu - caipira
considerado por todos preguiçoso e idiota, mas que ao se descobrir doente de amarelão, trata-se, cura-se
e torna-se fazendeiro rico.
A ancilostomose é causada por três tipos de vermes: o Necator americanus e outros dois do gênero
Ancylostoma, o A. duodenalis e o A. ceylanicum. As espécies se diferenciam pelas estruturas formadas
por quitina (mesma substância das conchas dos caracóis), semelhantes a dentes. A fêmea, de acordo com
a espécie, põe entre quatro e 30 mil ovos por dia. Esses ovos são liberados nas fezes, se as condições
climáticas forem propícias, eclodem e entre cinco e dez dias tornam-se larvas infectantes.
A infecção ocorre quando a larva atravessa a pele do indivíduo por meio do contato direto com
solo contaminado (por exemplo, ao se andar descalço na terra). De ciclo complexo, o verme se
estabelece no intestino delgado, onde prende seus "dentes" na parede intestinal e passa a sugar o sangue
de sua vítima. O parasito também pode ser ingerido com água ou alimentos contaminados, o que facilita
o seu ciclo.
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A melhor maneira de evitar a ancilostomose se dá por meio de medidas sanitárias e de educação,
tais como construir redes de saneamento básico, evitar contato direto com solos onde a incidência da
doença é alta, lavar bem e com água potável frutas, verduras e legumes e beber somente água tratada.
COMO SE CONTRAI?
Os parasitas (vermes) produzem ovos que são eliminados pelas fezes. Depois de alguns dias, os
ovos se rompem, surgindo as larvas. Estas ficam no solo durante uma semana e são atraídas pela luz e
pelo calor, que as fazem subir à superfície, onde se agarram às plantas, ao lixo etc.
Os quintais sombreados, cheios de bananeiras ou outras plantas, onde o lixo é amontoado próximo
às plantações, às roças etc., são lugares propícios para esse verme. Em pessoas que andam descalças, as
larvas penetram rapidamente através da pele. Atravessando a pele, as larvas caem no sangue e vão até o
coração, pulmões, brônquios, estômago e intestinos. Durante essa migração, sofrem transformações até
chegar a vermes adultos, cujos ovos são eliminados pelas fezes.
CICLO EVOLUTIVO
Os vermes adultos vivem no intestino delgado do homem. Depois do acasalamento, os ovos são
expulsos com as fezes (a fêmea do Ancylostoma duodenale põe até 30 mil ovos por dia, enquanto que a
do Necator americanus põe 9 mil). Encontrando condições favoráveis no calor (calor e umidade),
tornam-se embrionados 24 horas depois da expulsão.
A larva assim originada denomina-se rabditóide. Abandona a casca do ovo, passando a ter vida
livre no solo. Depois de uma semana, em média, transforma-se numa larva que pode penetrar através da
pele do homem, denominada larva filarióide infestante.
Quando os indivíduos andam descalços nestas áreas, as larvas filarióides penetram na pele, migram
para os capilares linfáticos da derme e, em seguida, passam para os capilares sangüíneos, sendo levadas
pela circulação até o coração e, finalmente, aos pulmões.
Depois, perfuram os capilares pulmonares e a parede dos alvéolos, migram pelos bronquíolos e
chegam à faringe. Em seguida, descem pelo esôfago e alcançam o intestino delgado, onde se tornam
adultas.
Outra contaminação é pela larva filarióide encistada (pode ocorrer o encistamento da larva no solo)
a qual, se é ingerida oralmente, alcança o estado adulto no intestino delgado, sem percorrer os caminhos
descritos anteriormente.
SINTOMAS
No local da penetração das larvas filarióides, ocorre uma reação inflamatória (pruriginosa). No
decurso, pode ser observada tosse ou até pneumonia (passagem das larvas pelos pulmões). Em seguida,
surgem perturbações intestinais que se manifestam por cólicas, náuseas e hemorragias decorrentes da
ação espoliadora dos dentes ou placas cortantes existentes na boca destes vermes. Estas hemorragias
podem durar muito tempo, levando o indivíduo a uma anemia intensa, o que agrava mais o quadro.
Poderão ocorrer algumas complicações, tais como: caquexia (desnutrição profunda), amenorréia
(ausência de menstruação), partos com feto morto e, em crianças, transtornos no crescimento.
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PREVENÇÃO E TRATAMENTO
Além do tratamento dos portadores, é necessária uma ampla campanha de educação sanitária. Caso
contrário, o homem correrá sempre o risco de adquirir novamente a verminose.
No tratamento dos doentes, o remédio clássico é o befênio; também são eficazes o pirantel,
mebendazol e tiabendazol.
A oxiurose ou enterobiose é uma parasitose intestinal causada por um pequeno verme, cujo nome
científico é Enterobius vermicularis ou Oxyuros.
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A fêmea apresenta cauda reta e afilada e atinge 10 milímetros; já o macho, com cauda recurvada,
atinge 4 milímetros são brancos, finos como fios de linha. O Oxyuros é de distribuição ampla, sendo
provavelmente o mais comum e disseminado dos helmintos que parasitam o homem, ocorrendo mesmo
em populações que apresentam condições sanitárias satisfatórias.
Os Oxyuros são vermes do tipo cilíndrico (nematelmintos) do tipo árcaris, porém muito pequenos,
medem de 5 a 12 mm de comprimento, brancos, com a cabeça obtusa e vesicular. Normalmente vivem
no intestino grosso (ceco e apêndice), mas também são encontrados na vagina, no útero e na bexiga das
mulheres. Ocupam a parte final do reto, causando intenso prurido anal, dores abdominais e irritabilidade.
Os oxyuros encontram-se ocasionalmente nas crianças e nos jovens.
À noite as fêmeas saem para o ânus, onde deixam milhares de ovos ao redor do ânus, causando
coceira e prurido. As crianças coçam-se e os ovos e os vermes introduzem-se nas unhas; e se levam, por
hábito, os dedos à boca, facilmente os engolem e assim se reinfectam.
Outros sintomas: sono agitado, palidez, falta de apetite, dor de estômago e corrimento vaginal com
intensa coceira se os vermes conseguirem migrar para a vulva.
Não se faz exame de fezes para oxiúros; o teste é feito com uma fita adesiva – apertar um pedaço
da fita sobre o ânus durante alguns segundos; retirar, colar na lâmina e olhar no microscópio. Usar um
plástico na mão para evitar (re) infecção.
Se alguém da casa tem oxiúros, é provável que todos tenham. O tratamento deve ser coletivo, e é
importante fazer uma higiene radical no banheiro, bem como em lençóis, toalhas, assentos e roupas.
Como sempre, é fundamental lavar as mãos antes de comer, usar unhas curtas, não roê-las...
São usados como medicamentos o mebendazol, o albendazol, o pamoato de pirantel, todos com
altos índices de cura ( 95% ).
As heteroinfecções são evitadas pelo tratamento conjunto. Apesar dos altos índices de cura a
terapêutica deve ser repetida após 2 semanas.
Observação dos hábitos de higiene. Manutenção das mãos limpas. Unhas bem aparadas.
Roupas de cama limpas e trocadas freqüentemente. Proteção dos alimentos
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