Aula 14 Processo Legislativo Ordinario Fase Final Pos Votacao em Plenario
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DO SENADO
Processo Legislativo Ordinário – Fase
Final (Pós-Votação em Plenário)
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
REGIMENTO INTERNO DO SENADO
Processo Legislativo Ordinário – Fase Final (Pós-Votação em Plenário)
Gabriel Dezen
Sumário
Processo Legislativo Ordinário – Fase Final (Pós-Votação em Plenário) . . ......................... 3
1. Notas Iniciais. . ............................................................................................................................... 3
2. Rejeição do Projeto.. .................................................................................................................... 3
2.1. Arquivamento do Projeto por Rejeição. . ............................................................................... 3
2.2. Princípio da Irrepetibilidade.. ................................................................................................. 4
3. Aprovação do Projeto sem emendas....................................................................................... 5
3.1. Autógrafos à Presidência da República.. .............................................................................. 6
3.2. Autógrafos à Câmara dos Deputados.................................................................................. 6
3.3. Autógrafos à Mesa do Congresso Nacional. . ...................................................................... 7
3.4. Autógrafos à Presidência do Senado Federal.................................................................... 7
3.5. Autógrafos................................................................................................................................. 7
3.6. Correção de Autógrafos........................................................................................................ 10
3.7. Erro Formal quanto à Proposição. . ...................................................................................... 14
4. Aprovação do Projeto com Emendas. . ....................................................................................15
4.1. Redação para o Turno Suplementar.. ...................................................................................15
4.2. Redação Final...........................................................................................................................16
4.3. Processamento da Redação Final. . ......................................................................................19
5. Aprovação de Substitutivo.. ..................................................................................................... 20
6. Prejudicialidade......................................................................................................................... 22
7. Sobrestamento do Estudo de Proposições.......................................................................... 24
Exercícios......................................................................................................................................... 25
Gabarito.............................................................................................................................................31
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Vamos ver essas hipóteses uma a uma, e sua regência e consequências regimentais.
2. Rejeição do Projeto
A rejeição do projeto opera, de plano, dois efeitos imediatos:
• o arquivamento do projeto;
• a incidência do princípio da irrepetibilidade.
Para prova:
• Publicação de todas as proposições decididas pelo Senado ou em curso: ao início de
cada Sessão Legislativa Ordinária;
• publicação da resenha das matérias rejeitadas e aprovadas: mensalmente.
Essa resenha tem a finalidade de registro das ações do Senado e controle de encerramento
de tramitação.
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Essa nova proposição não poderá ser votada na mesma SLO, contudo, por conta da preju-
dicialidade:
Art. 334. O Presidente, de ofício ou mediante consulta de qualquer Senador, declarará prejudicada
matéria dependente de deliberação do Senado:
I – por haver perdido a oportunidade;
II – em virtude de seu prejulgamento pelo Plenário em outra deliberação.
- Rejeição da medida
provisória ou do projeto
Medida provisória Art. 62, § 10 de lei de conversão.
- perda de validade da
medida provisória
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Para prova:
• Princípio da irrepetibilidade em caso de proposta de emenda à Constituição: é absoluto;
• Princípio da irrepetibilidade em caso de projeto de lei: é relativo, pois admite a reapre-
ciação da matéria do projeto rejeitado, em novo projeto, na mesma sessão legislativa em
que houve a rejeição, a requerimento da maioria absoluta do Senado.
Veja, desde agora, que o princípio da irrepetibilidade é absoluto para a PEC e relativo para
projeto de lei.
O caso da PEC será visto em aula própria, à frente.
No caso de projeto de lei, temos o seguinte: se o projeto de lei for votado e rejeitado, será
irremediavelmente arquivado. A matéria que nele constava, como regra, só poderá voltar a
deliberação, em novo projeto, em outra sessão legislativa.
De forma gráfica:
Projeto Arquivamento
Matéria do
Novo projeto em SLE
projeto rejeitado
Para que se possa submeter a Plenário, em novo projeto, a mesma matéria constante de
projeto de lei já rejeitado na SLO em curso, será necessário requerimento da maioria absoluta
do Senado.
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Esses projetos são enviados à Presidência da República na forma de autógrafos, que es-
tudaremos ainda nesta aula.
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Apesar de constar nesse inciso XXVIII a competência do Presidente do Senado para “pro-
mulgar...decretos legislativos”, essa não é competência dessa autoridade, mas do Presi-
dente da Mesa do Congresso Nacional, como já decidiu o STF.
Embora sejam a mesma pessoa, as autoridades e as competências são em tudo distintas.
3.5. Autógrafos
Os autógrafos, tantas vezes referidos nos itens anteriores desta aula, são, em palavras di-
retas, a versão final da proposição aprovada pelo Senado Federal.
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Art. 328. A proposição, aprovada em definitivo pelo Senado, será encaminhada, em autógrafos, à
sanção, à promulgação ou à Câmara, conforme o caso.
DICA!
Para você entender bem essa parte final, que faz referência ao
envio dos autógrafos “à sanção, à promulgação ou à Câmara,
conforme o caso”, veja o que estudamos nos tópicos anterio-
res deste item 3.
Art. 329. Os autógrafos reproduzirão a redação final, aprovada pelo Plenário, ou o texto da Câmara,
não emendado.
Para prova:
• Proposição originada no Senado: os autógrafos reproduzirão o texto integral da proposi-
ção, como aprovado, já incorporada das emendas aprovadas e com os aperfeiçoamen-
tos de técnica legislativa necessários;
• Proposição originada na Câmara dos Deputados: os autógrafos serão limitados às
emendas aprovadas pelo Senado, não as incorporando ao texto.
A referência final a “texto da Câmara, não emendado”, é relativa às situações em que o Senado
aprovou de forma integral e sem alterações o texto recebido da Câmara dos Deputados (PEC,
PLC ou PDL), e, portanto, já pode enviá-lo à promulgação ou à sanção.
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Se a aprovação dessas proposições vindas da Câmara dos Deputados se deu com alterações,
será aplicado o art. 331, que está comentado no item a seguir.
Art. 329. Os autógrafos reproduzirão a redação final, aprovada pelo Plenário, ou o texto da Câmara,
não emendado.
Para prova:
• Autógrafos de texto originário da Câmara dos Deputados, não emendado: reproduzirão
o texto integral;
• Autógrafos de texto originário da Câmara dos Deputados, emendado: reproduzirão ape-
nas as emendas aprovadas pelo Senado, sem incorporá-las ao texto da proposição.
Sobre o significado dessa parte final, repito o destaque que fiz acima:
A referência final a “texto da Câmara, não emendado”, é relativa às situações em que o Senado
aprovou de forma integral e sem alterações o texto recebido da Câmara dos Deputados (PEC,
PLC ou PDL), e, portanto, já pode enviá-lo à promulgação ou à sanção.
Se a aprovação dessas proposições vindas da Câmara dos Deputados se deu com alterações,
será aplicado o art. 331.
Já se esse texto recebido da Câmara dos Deputados foi aprovado pelo Senado com altera-
ções de mérito, incide o referido art. 331:
Art. 331. Quando a proposição originária da Câmara for emendada, será remetida à Casa de origem,
juntamente com os autógrafos referidos no art. 329, cópia autenticada do autógrafo procedente
daquela Casa, salvo se houver segunda via, caso em que será devolvida.
Para entender melhor o que está aqui é necessário juntar a isso outro artigo do RISF:
Art. 319. Nos projetos da Câmara emendados pelo Senado, a redação final limitar-se-á às emendas
destacadamente, não as incorporando ao texto da proposição.
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Ou seja, os autógrafos do Senado, nesse caso, não reproduzirão todo o texto recebido da
Câmara, incorporado das emendas aprovadas pelo Senado, mas limitar-se-ão exclusivamente
às emendas aprovadas, “não as incorporando ao texto da proposição”.
DICA!
Para você fixar bem isso, então:
- no caso de proposição recebida da Câmara dos Deputados
e aprovada SEM emendas, os autógrafos reproduzirão o texto
integral da proposição.
- no caso de proposição recebida da Câmara dos Deputados e
aprovada COM emendas, os autógrafos reproduzirão apenas
as emendas aprovadas pelo Senado, que serão devolvidas à
Câmara em separado, e não incorporadas ao texto original da
proposição.
Art. 325. Verificada a existência de erro em texto aprovado e com redação definitiva, proceder-se-á
da seguinte maneira:
I – tratando-se de contradição, incoerência, prejudicialidade ou equívoco que importe em alteração
do sentido do projeto, ainda não remetido à sanção ou à Câmara, o Presidente encaminhará a matéria à
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comissão competente para que proponha o modo de corrigir o erro, sendo a proposta examinada
pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania antes de submetida ao Plenário;
II – nas hipóteses do inciso I, quando a matéria tenha sido encaminhada à sanção ou à Câmara,
o Presidente, após manifestação do Plenário, comunicará o fato ao Presidente da República ou à
Câmara, remetendo novos autógrafos, se for o caso, ou solicitando a retificação do texto, mediante
republicação da lei;
III – tratando-se de inexatidão material, devida a lapso manifesto ou erro gráfico, cuja correção não
importe em alteração do sentido da matéria, o Presidente adotará as medidas especificadas no
inciso II, mediante ofício à Presidência da República ou à Câmara, dando ciência do fato, posterior-
mente, ao Plenário.
Para prova:
• Correção de autógrafo que importe alteração de mérito: precisa ser submetida ao Ple-
nário e aprovada antes da alteração do autógrafo;
• Correção de autógrafo que não importe alteração de mérito: é determinada pelo Presi-
dente do Senado, e após informada ao Plenário.
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DICA!
Em uma eventual questão de prova sobre isso, você deverá
ficar atento a duas informações fundamentais:
- se os autógrafos ainda estão no Senado ou se já foram en-
viados;
- se a correção implica alteração de mérito ou é apenas corre-
ção de erro formal.
Veja, também, que em todos os procedimentos a parte inicial
é sempre a mesma:
1º - O Presidente do Senado manda que a Comissão compe-
tente sugira como corrigir o erro;
2º - A sugestão dessa Comissão é mandada à CCJ, para ser
avaliada, em parecer;
O que muda é partir deste ponto:
- se a correção resulta em alteração de mérito, a questão deve
passar pelo Plenário.
- se a correção não importa alteração de mérito, o Presidente
manda elaborar novos autógrafos, sem precisar submeter à
votação do Plenário, mas deve informar o problema e a solu-
ção ao Plenário, para ciência deste.
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No caso de o erro ter sido na Câmara dos Deputados, em autógrafos enviados ao Senado,
o procedimento é o seguinte:
Art. 326. Quando, em autógrafo recebido da Câmara, for verificada a existência de inexatidão mate-
rial, lapso ou erro manifesto, não estando ainda a proposição aprovada pelo Senado, será sustada
a sua apreciação para consulta à Casa de origem, cujos esclarecimentos serão dados a conhecer
ao Senado, antes da votação, voltando a matéria às comissões para novo exame se do vício houver
resultado alteração de sentido do texto.
Parágrafo único. Quando a comunicação for feita pela Câmara, proceder-se-á da seguinte maneira:
I – lida no Período do Expediente, será a comunicação encaminhada à comissão em que estiver a
matéria;
II – se a matéria já houver sido examinada por outra comissão, a Presidência providenciará a fim de
que a ela volte, para novo exame, antes do parecer do órgão em cujo poder se encontre;
III – ao ser a matéria submetida ao Plenário, o Presidente o advertirá do ocorrido;
IV – se a matéria já houver sido votada pelo Senado, a Presidência providenciará para que seja obje-
to de nova discussão, promovendo, quando necessário, a substituição dos autógrafos remetidos à
Presidência da República ou à Câmara.
Para prova:
• Erro em autógrafo da Câmara dos Deputados verificado antes da deliberação da propo-
sição pelo Senado: o Presidente do Senado determinará a sustação do processo legisla-
tivo e demandará da Câmara os esclarecimentos necessários. Se já houver sido aprecia-
da por alguma Comissão do Senado, a proposição a esta retornará para reexame;
• Erro em autógrafo da Câmara dos Deputados verificado após a deliberação pelo Sena-
do: a deliberação é repetida, com substituição dos autógrafos com erro, cientificado o
Plenário.
Em resumo:
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Art. 327. Quando, após a aprovação definitiva de projeto de lei originário do Senado, for nele verifi-
cada a existência de matéria que deva ser objeto de projeto de decreto legislativo ou de resolução,
a Presidência providenciará, ouvida a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, o desdobra-
mento da proposição.
Parágrafo único. Seguir-se-á igual orientação quando se trate de projeto de decreto legislativo ou de
resolução que contenha matéria de lei.
Se houver, em um tipo de proposição, matéria que deve ser tratada por outra, a situação, como
regra, é de inconstitucionalidade formal.
A única exceção ocorre no caso de matéria de projeto de lei que esteja em projeto de lei dele-
gada (em delegação condicionada) ou em medida provisória.
De maneira simples, nesses casos a matéria estranha à proposição aprovada será retirada
deste a transformada na proposição correta, que terá tramitação autônoma.
Art. 133. Todo parecer deve ser conclusivo em relação à matéria a que se referir, podendo a conclu-
são ser:
IV – pelo destaque, para proposição em separado, de parte da proposição principal, quando originá-
ria do Senado, ou de emenda;
Art. 312. O destaque de partes de qualquer proposição, bem como de emenda do grupo a que per-
tencer, pode ser concedido, mediante deliberação do Plenário, a requerimento de qualquer Senador,
para:
I – constituir projeto autônomo, salvo quando a disposição a destacar seja de projeto da Câmara;
Em ambos os casos, o novo projeto iniciará o processo legislativo desde o começo, como
proposição nova.
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A expressão “redação do vencido” foi ALTERADA em JANEIRO DE 2019 para redação para o
turno suplementar, quando da publicação da edição consolidada no novo RISF.
DICA!
Em síntese:
- a reconstrução do texto do projeto entre turnos (1º para o 2º,
ou turno único para o turno suplementar, chama-se redação
para o turno suplementar.
- a reconstrução do projeto do texto do com vistas à elabora-
ção dos autógrafos chama-se redação final.
Art. 317. Terminada a votação, com a aprovação de substitutivo, o projeto irá à comissão competen-
te a fim de elaborar a redação para o turno suplementar.
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A redação deste art. 317 foi ALTERADA em JANEIRO DE 2019, quando da publicação da versão
consolidada e atualizada do novo RISF.
Art. 350. O turno suplementar de matéria em regime de urgência será realizado imediatamente após
a aprovação, em turno único, do substitutivo, podendo ser concedido o prazo de vinte e quatro horas
para a elaboração da redação para o turno suplementar.
A redação deste art. 350 foi ALTERADA em JANEIRO DE 2019, quando da publicação da versão
consolidada e atualizada do novo RISF.
Como já referido quando você estudou comigo os autógrafos, no caso de projetos vindos da
Câmara e aprovados com emendas no Senado, os autógrafos – e portanto a redação final
– não serão sobre o texto total resultante, mas apenas sobre as emendas do Senado, des-
tacadamente.
É isso que consta no art. 319:
Art. 319. Nos projetos da Câmara emendados pelo Senado, a redação final limitar-se-á às emendas
destacadamente, não as incorporando ao texto da proposição.
Parágrafo único. A redação final dos projetos de lei da Câmara destinados à sanção será dispensa-
da, salvo se houver vício de linguagem, defeito ou erro manifesto a corrigir.
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O parágrafo único deste art. 319 foi deslocado do art. 317 pela consolidação do texto atu-
alizado do RISF, feita em JANEIRO DE 2019.
Essa competência geral da Comissão Diretora é excepcionada pelo próprio RISF:
Art. 318. É privativo da comissão específica para o estudo da matéria elaborar a redação para o
turno suplementar e a redação final nos casos de:
I – reforma do Regimento Interno;
II – proposta de emenda à Constituição;
III – projeto de código ou sua reforma.
A redação do caput desse art. 318 foi alterada em JANEIRO DE 2019, pela consolidação e atu-
alização do novo texto do RISF.
Essa “comissão específica” encarregada da elaboração da redação final nos casos das
proposições citadas será:
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Nos projetos de lei originados na Câmara dos Deputados, a redação final, como regra, só
será necessária se tais projetos foram aprovados com emendas, como consta no novo pará-
grafo único do art. 319:
Art. 319. Nos projetos da Câmara emendados pelo Senado, a redação final limitar-se-á às emendas
destacadamente, não as incorporando ao texto da proposição.
Parágrafo único. A redação final dos projetos de lei da Câmara destinados à sanção será dispensa-
da, salvo se houver vício de linguagem, defeito ou erro manifesto a corrigir.
O parágrafo único constava no art. 317, e foi deslocado para este art. 319 em JANEIRO DE
2019, quando da publicação do texto consolidado e atualizado do RISF.
DICA!
Tenha muito cuidado com exceções embutidas na redação.
Numa questão de caráter geral como “( ) O RISF não admite
a elaboração de redação final a projeto de lei da Câmara dos
Deputados aprovado sem emendas”, a resposta é FALSA, pois
a redação final poderá ser necessária se houver “vício de lin-
guagem, defeito ou erro manifesto a corrigir”.
Perceba, também, uma sutileza interessante do RISF: quando o
art. 317, parágrafo único diz “projetos de lei da Câmara destina-
dos à sanção”, onde está a afirmação que faz presumir que foi
aprovado SEM emendas? Simples: se o projeto de lei da Câma-
ra fosse aprovado no Senado COM emendas, não seria “desti-
nado à sanção”, mas retornaria à Câmara dos Deputados, para
nova deliberação sobre as emendas aprovadas pelo Senado...
Art. 322. Quando a redação final for de emendas do Senado a projeto da Câmara, não se admitirão
emendas a dispositivo não emendado, salvo as de redação e as que decorram de emendas aprovadas.
Regra Exceção
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Isso quer dizer que, na discussão e votação da redação final das emendas que o Senado
tenha aprovado a projeto de lei da Câmara, só poderão ser oferecidas emendas para corrigir a
redação final das emendas aprovadas.
Por exceção, é possível que a redação final percorra dispositivo não emendado pelo Sena-
do, quando se tratar de mera emenda de redação, não afetando o mérito.
Ainda, é possível que a redação final atinja dispositivo não emendado, se dispositivo emen-
dado pelo Senado impuser essa modificação correlata.
Art. 320. Lida no Período do Expediente, a redação final ficará sobre a mesa para oportuna inclusão em
Ordem do Dia, após publicação, no Diário do Senado Federal e em avulso eletrônico, e interstício regimen-
tal.
Parágrafo único. Quando, no decorrer da sessão em que for aprovada a matéria, chegar à mesa a
redação final respectiva, poderá o Plenário, por proposta do Presidente, permitir se proceda à sua
leitura após o final da Ordem do Dia.
Regra Exceção
A redação final, uma vez concluída pela Se a redação final for concluída ao longo
comissão competente, ficará sobre a da sessão em que o projeto foi aprovado, o
Mesa aguardando a oportuna inclusão na Plenário poderá autorizar sua imediata leitura
Ordem do Dia. e deliberação, por proposta do Presidente.
E ainda:
Art. 321. A discussão e a votação da redação final poderão ser feitas imediatamente após a leitura,
desde que assim o delibere o Senado.
Art. 323. As emendas de redação dependem de parecer da comissão que houver elaborado a reda-
ção final, sem prejuízo do disposto no art. 234, parágrafo único.
Art. 324. Figurando a redação final na Ordem do Dia, se sua discussão for encerrada sem emendas
ou retificações, será considerada definitivamente aprovada, sem votação, a não ser que algum Se-
nador requeira seja submetida a votos.
As “emendas de redação” a que se refere o art. 323 referem-se a emendas à redação final, e
não ao projeto.
Regra Exceção
A redação final será discutida e votada. Não haverá votação se à redação final
Durante o período de discussão, é possível o não forem oferecidas emendas ou
oferecimento de emendas à redação final. retificações durante a discussão.
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Ao Plenário,
Comissão Parecer À Mesa Publicação
para decisão
Apesar de o RISF (art. 324) considerar aprovada SEM votação a redação final que não tenha
sofrido emendas, esse mesmo dispositivo autoriza que essa votação ocorra mesmo assim, a
requerimento de qualquer Senador.
Com a redação final aprovada, serão elaborados os autógrafos e estes, enviados à sanção,
à Câmara dos Deputados ou à promulgação, conforme o caso.
5. Aprovação de Substitutivo
Sempre, sem exceção, que o Senado aprovar substitutivo a projeto, ocorre turno suplementar.
Veja o que consta no art. 282:
Art. 282. Sempre que for aprovado substitutivo integral a projeto de lei, de decreto legislativo ou de
resolução em turno único, será ele submetido a turno suplementar.
Regra Exceção
Se aprovado substitutivo ao projeto em turno único, será realizado
Não há.
o turno suplementar.
Note que esse turno suplementar poderá ocorrer mesmo no caso de aprovação de proposi-
ções sujeitas a turno único, como projetos de lei, de resolução e de decreto legislativo.
Como regra, nas proposições sujeitas a tramitação ordinária, não há um prazo específico
para a realização do turno suplementar. Para as proposições sujeitas a prazo (como no caso
de projeto sob urgência constitucional), consta no art. 282:
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Art. 282. Sempre que for aprovado substitutivo integral a projeto de lei, de decreto legislativo ou de
resolução em turno único, será ele submetido a turno suplementar.
§ 1º Nos projetos sujeitos a prazo de tramitação, o turno suplementar realizar-se-á dois dias úteis
após a aprovação do substitutivo, se faltarem oito dias, ou menos, para o término do referido prazo.
Regra Exceção
A realização do turno suplementar em dois dias úteis após a aprovação do substitutivo não é
imposta a TODOS os projetos sujeitos a prazo de tramitação, mas apenas àquelas situações
nas quais faltem oito dias, ou menos, para o término do prazo.
Art. 282, § 2º Poderão ser oferecidas emendas no turno suplementar, por ocasião da discussão da
matéria, vedada a apresentação de novo substitutivo integral.
Para prova:
• Emendas à proposição em turno suplementar: poderão ser individuais, de redação ou
de mérito;
• Emendas apresentadas durante a discussão no turno suplementar: vão a exame pelas
comissões competentes, sendo vedado a estas a apresentação de novo substitutivo.
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6. Prejudicialidade
A prejudicialidade é um instrumento importante no que toca o processo legislativo
regimental.
Diz o art. 334:
Art. 334. O Presidente, de ofício ou mediante consulta de qualquer Senador, declarará prejudicada
matéria dependente de deliberação do Senado:
I – por haver perdido a oportunidade;
II – em virtude de seu prejulgamento pelo Plenário em outra deliberação.
§ 1º Em qualquer caso, a declaração de prejudicialidade será feita em plenário, incluída a matéria em
Ordem do Dia, se nela não figurar quando se der o fato que a prejudique.
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Para prova! Declaração de prejudicialidade: será, em qualquer caso, feita em Plenário, pelo
Presidente.
Como esse dispositivo veicula muitos elementos importantes, vamos trabalhar a matéria
de forma esquemática, em parte:
Competência
para declarar a Exclusiva do Presidente do Senado
prejudicialidade
O Presidente pode agir:
Procedimento - de ofício, constatando diretamente a existência de proposição
para a prejudicada.
declaração de -em resposta a demanda feita por qualquer Senador, por consulta,
prejudicialidade sobre a existência eventual de proposição prejudicada.
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DICA!
Veja que a declaração de prejudicialidade produz um efeito
importantíssimo relativamente à deliberação de proposta de
emenda à Constituição.
Diz o art. 373:
Art. 373. A matéria constante de proposta de emenda à Cons-
tituição rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser obje-
to de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Ou seja: a prejudicialidade de PEC atrai os efeitos da irrepetibi-
lidade (CF, art. 60, § 5º), e impede o Plenário do Senado de, na
mesma SLO, votar outra PEC sobre a mesma matéria de PEC
nela já rejeitada ou APROVADA.
Art. 335. O estudo de qualquer proposição poderá ser sobrestado, temporariamente, a requerimento
de comissão ou de Senador, para aguardar:
I – a decisão do Senado ou o estudo de comissão sobre outra proposição com ela conexa;
II – o resultado de diligência;
III – o recebimento de outra proposição sobre a mesma matéria.
Parágrafo único. A votação do requerimento, quando de autoria de Senador, será precedida de pare-
cer da comissão competente para o estudo da matéria.
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EXERCÍCIOS
001. (INÉDITA/2021) O encaminhamento de declaração de voto para publicação deve ocorrer
durante a discussão da proposição.
Conforme consta no art. 316, o encaminhamento da declaração de voto deve ocorrer quando
proclamado o resultado da votação, ou seja, ao final da deliberação.
Errado.
003. (INÉDITA/2021) No caso de votação secreta, poderá ocorrer declaração de voto, mas
essa não será publicada.
No caso de votação secreta, o art. 316, parágrafo único, veda declaração de voto.
Errado.
004. (INÉDITA/2021) No caso de aprovação de substitutivo pelo Plenário, deverá ser feita a
redação final antes da deliberação em turno suplementar.
005. (INÉDITA/2021) Não haverá redação final a projetos de lei da Câmara dos Deputados
quando destinados à sanção.
Poderá ocorrer, na forma do art. 317, parágrafo único, no caso de vício de linguagem, defeito
ou erro manifesto que se pretenda corrigir.
Errado.
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007. (INÉDITA/2021) No caso de projeto de Código, tanto a redação do vencido quanto a re-
dação final incumbem à CCJ.
No caso de projeto de código, a competência tanto para a redação do vencido (se aprovado
substitutivo em Plenário) quanto para a redação final, será da comissão temporária interna,
como comanda o art. 374, caput e XIII.
Errado.
008. (INÉDITA/2021) Como regra, a competência para elaborar a redação final é da Comis-
são Diretora.
Nesse caso, a redação final limita-se às emendas aprovadas pelo Senado, destacadamente,
como consta no art. 319.
Errado.
010. (INÉDITA/2021) O RISF determina, como regra, que a redação final deva ser publicada no
Diário do Senado e em avulso eletrônico, e que sua deliberação apenas ocorra após o interstício.
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011. (INÉDITA/2021) É possível a leitura da redação final na mesma sessão em que foi apro-
vado o projeto.
Isso ocorre quando a redação final é apresentada na mesma sessão em que aprovado o proje-
to com emendas, como consta no art. 320, parágrafo único.
Certo.
012. (INÉDITA/2021) Como regra, a discussão e votação da redação final serão feitas imedia-
tamente após a leitura.
A deliberação, como regra, ocorre após o interstício, como determina o art. 320. A deliberação
imediata depende de decisão do Plenário, na forma do art. 321.
Errado.
Embora por exceção, são admitidas emendas de redação e as que decorram de dispositivos
emendados, como no caso de remissões, na forma do art. 322.
Errado.
014. (INÉDITA/2021) Há hipótese regimental de ocorrer a discussão de redação final sem que
ocorra a votação, de forma a que essa seja considerada aprovada.
Como autoriza o art. 324, se, na discussão da redação final, não houver emendas ou ressalvas,
ela será dada por aprovada definitivamente, sem votação.
Certo.
A ocorrência de erro na redação final, antes da deliberação desta, deve ser corrigida por emen-
da, na forma do art. 324. A disciplina da correção de erro, do art. 325, refere-se a problemas
com os autógrafos.
Certo.
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017. (INÉDITA/2021) O RISF não distingue, para fins de correção de erro em autógrafos, se as
inconsistências referem-se a projetos ainda no Senado ou já enviados à Câmara ou à sanção.
O art. 325, II, rege especificamente a hipótese de os autógrafos já terem saído do Senado.
Errado.
018. (INÉDITA/2021) No caso de correção de autógrafos que não importe alteração de mérito
do projeto, incumbe ao Presidente do Senado proceder as alterações.
A sugestão da redação corretiva deve ser feita pela Comissão competente e avaliada pela CCJ,
como determina o art. 325, III.
Errado.
Deverá ser sugerida pela comissão técnica com maior afinidade de mérito com a matéria,
como manda o art. 325, I.
Errado.
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023. (INÉDITA/2021) Não serão elaborados autógrafos se o projeto aprovado pelo Senado
destinar-se à sanção do Presidente da República.
Todo projeto que sair do Senado, quer para a Câmara dos Deputados, quer para o Presidente da
República, quer para a Mesa do Congresso, terá a forma de autógrafos, como consta no art. 328.
Errado.
024. (INÉDITA/2021) O RISF não oferece instrumento para a correção de erro formal em
autógrafos.
025. (INÉDITA/2021) A redação final de projeto aprovado pelo Senado, uma vez aprovada,
converter-se-á em autógrafos.
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Gabriel Dezen
Os autógrafos originados da Câmara ficarão arquivados no Senado, como determina o art. 330.
Errado.
A PEC aprovada no Senado será enviada à Câmara dos Deputados na forma de autógrafos,
como qualquer proposição aprovada em definitivo por essa Casa.
Errado.
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GABARITO
1. E 11. C 21. C
2. C 12. E 22. E
3. E 13. E 23. E
4. E 14. C 24. E
5. E 15. C 25. C
6. C 16. E 26. E
7. E 17. E 27. C
8. C 18. E 28. E
9. E 19. E
10. C 20. C
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Gabriel Dezen
Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. Especialista em Direito Constitucional é,
atualmente, consultor legislativo concursado do Senado Federal. Foi, sempre por concurso público, dele-
gado de polícia federal e analista de Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. É professor de Direito
Constitucional e conferencista e parecerista nessa área jurídica. É autor de diversas obras sobre esse ramo
do Direito Público, a principal delas: Constituição Federal Interpretada (Editora Impetus).
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