Kendall Ryan The Two Week Arrangement
Kendall Ryan The Two Week Arrangement
Kendall Ryan The Two Week Arrangement
The
TWO-WEEK
ARRANGEMENT
SÉRIE
THE PENTHOUSE AFFAIR 01
01 02
Sinopse
Cara estagiária Sexy AF,
Não sabe que sou pai solteiro e tenho filhas gêmeas, ou que essas
duas meninas são mais importantes para mim do que esta rede de
hotéis inteira.
Embora você seja disciplinada demais para agir sobre isso, eu não
sou. E na noite em que você entrou na minha limusine, todas as
apostas foram canceladas.
limusine, todas as apostas foram canceladas.
Prólogo
Presley
— Você sabe que não tenho tempo para namorar — digo, mais do
que um pouco exasperado por repetir essa conversa cerca de seis mil
vezes.
— Vamos lá, cara. Você sem boceta é como macarrão sem queijo.
Ele faz uma pausa para olhar para mim, suas sobrancelhas
levantadas em diversão, como se estivesse prestes a me contar uma
piada interna.
Mais uma vez, ele leu minha mente. Apesar das minhas dúvidas
sobre o sucesso do programa, preciso de um novo diretor de operações.
Desesperadamente. Este estágio, com alguns ajustes, me ajudará a
encontrar um candidato fresco e faminto, não alguém tão determinado
em seu próprio caminho que se recuse a fazer as coisas do meu jeito.
— Estou feliz que meu pai não se sentiu assim quando contratou
você como consultor recém-saído da faculdade.
Eu sorrio.
Ping.
Um e-mail chama a minha atenção. É a nossa diretora de
marketing, propondo a marca de mídia social atualizada para minha
aprovação. O examino com um olhar crítico – cada uma das fontes,
cada pigmento de cor. É clássica, porém ainda de alguma forma nova
e não se afasta da nossa marca. Decido que gosto e envio um e-mail
dizendo isso a ela.
Oliver está tão recostado na cadeira, que preciso olhar para a tela
para fazer contato visual.
— Para você, talvez. — Oliver franze a testa. — Não tenho luxo nem
energia para desfrutar da companhia de jovens atraentes.
— Como assim?
— Quando foi a última vez que você teve uma mulher em sua
cama? — ele pergunta.
— E quando foi a última vez que conversou com uma mulher que
não estivesse pagando?
Clássico.
Minha mãe ficaria orgulhosa de nós dois. Meu pai, nem tanto. Ele
odiaria o homem que meu irmão se tornou.
Eu rio e reviro os olhos. Bianca é boa para o meu ego. Cada vez
que trazia para casa uma prova com um A, cada boletim que
apresentava uma média de nota perfeita de 4,0, cada bolsa que recebia
e cada estágio que obtinha, Bianca apenas me dava um olhar de
cumplicidade. Era o equivalente a dizer “viu, eu te disse”.
Contudo, esse estágio é diferente. Ela sabe disso tão bem quanto
eu. Em vez de pegar a rede de segurança de um emprego estável
quando nós nos formamos no mês passado, mantive a esperança de
ganhar uma das cobiçadas vagas nos Hotéis Aspen.
Odeio parecer mais jovem do que meus vinte e dois anos. Meus
amigos dizem que isso se tornará uma vantagem mais tarde na vida,
porém, por enquanto, ter uma cara de bebê é chato, para dizer o
mínimo. Principalmente quando não quero nada além de ser vista como
uma mulher de negócios profissional.
Minha voz interior soa muito como minha mãe, e isso me faz abrir
um sorriso. Honrar a memória dela rebentando minha bunda é
praticamente meu único passatempo nos dias de hoje.
Apesar do meu nervosismo, sei que estou pronta para isto. Vestida
com uma calça preta, uma camisa de botão branca e um par de saltos
pretos, estou pronta para qualquer coisa que joguem no meu caminho.
Que venha!
•••
Quando entro, sou saudada por uma mulher que parece estar na
casa dos cinquenta. Ela é baixa e atarracada e tem um sorriso pronto
quando me vê.
Duvido que terei muito tempo livre para nadar – ouvi dizer que nos
esperam noventa horas de trabalho por semana nos próximos três
meses, presumindo que serei a escolhida para esta posição – contudo,
isso não me incomoda. Estou aqui para uma coisa e somente uma
coisa. E pretendo vencer.
Beth faz uma pausa e levanto meu olhar para a frente da sala.
Meu Deus, ele poderia engarrafar essa coisa e vendê-la. Faria uma
fortuna.
A maneira como o terno feito sob medida se estende sobre seu peito
musculoso e ombros largos é uma distração, para dizer o mínimo, e
não posso evitar meu olhar de vagar, avaliando-o. Porém o cara é um
bilionário de 26 anos. Tenho certeza de que pode pagar pelo melhor
personal trainner, alfaiate e nutricionista que o dinheiro pode comprar.
No entanto não se pode comprar confiança, e esse cara tem muita.
Que isso?
Não tenho ideia de quem será meu mentor, porém mal posso
esperar para descobrir. Então percebo que, se o próprio Sr. Aspen está
aqui, isso significa que ele é um dos mentores?
— Vai azul — diz ela a ele, e Aarav sorri. Elas devem compartilhar
a mesma alma matriz.
Quando sua voz profunda se lança sobre mim, abro a boca para
responder, porém nada sai. Felizmente, Beth continua sem perder o
ritmo.
— Está pronta? Irei lhe mostrar seu espaço de trabalho. — Sua voz
é tão profunda e rica, que meus braços se arrepiam.
— Não quis fazer isso. Só quis dizer, sim, vamos subir. Não para o
seu lugar ou qualquer coisa. — Gaguejo, certa de que meu rosto está
vermelho como um tomate.
— Por aqui.
Presley realmente parece jovem. Ela não pode ter muito mais que
a idade legal para beber. Pego o currículo dela no meu computador e
leio pela segunda vez hoje.
Beth:
Reinstale Presley até novo aviso. Não é o ajuste certo. Talvez negociar
com Oliver?
Dom
— Terminei.
Antes que eu pudesse clicar em ENVIAR, Presley está parada na
minha porta, esperando minha resposta.
Ela terminou?
— Já?
— Sim.
Uau.
Quando ela se inclina sobre minha mesa para pegar uma pasta
com o seu nome, fico impressionado com o cheiro do seu xampu,
baunilha e amêndoa. É clássico, simples, discreto. Igual a ela.
— Dominic?
— Ótimo.
Perfeito.
— Você deveria passar mais tempo com elas. Está perdendo muito
da infância delas — Francine me disse isso na noite anterior, quando
cheguei depois da hora de dormir.
— Você tem sorte que meus filhos estão fora do estado e meu
marido faleceu — disse ela com um sorriso irônico. — Não tenho nada
melhor para fazer do que amar aquelas meninas.
No elevador, meu coração se contrai de emoção, ainda que
brevemente. Mesmo que eu tenha brincado com Fran sobre o ponto da
minha agenda, sei que ela está certa.
— Obrigado — agradeço.
— Que bom que você chegou cedo, para variar — ela diz com
aquela voz maternal dela – uma influência que não tenho há tantos
anos. — O jantar está na mesa.
Ela está certa. Esta é a primeira vez que sorrio desde... já que
Presley me divertiu esta manhã. Parece que foi há muito tempo.
Com certeza nunca pensei que seria pai aos vinte e seis anos.
Nunca pensei que seria um pai solteiro. Mas sou, e espero ser um bom
pai. O melhor que posso ser.
1
É uma bebida popular de café expresso servida em cafeterias. Consiste em uma dose de café expresso
misturado em um "chá chai" temperado (ou masala chai).
— Estive muito ocupado levando uma surra na aula de teoria
musical. — Ele geme, embora ainda esteja sorrindo. — Por que, e você?
Suspiro profundamente.
— Ei, preste atenção. Não estou dizendo isso apenas porque você
é minha irmã mais velha. Você realmente é o pacote total.
— Obrigada, irmãozinho. — Forço um sorriso.
Devo soar totalmente não convencida – porém ele deixa para lá, e
franze a testa
Que diabos é uma taxa de campus? É esse o preço que paga para
poder assistir às aulas nas dependências da escola? O que a
mensalidade paga se tudo isso não for coberto?
— Quanto?
Quase dois mil malditos – quando mal posso pagar uma xícara
extra de café por semana.
— V... você não tem que pagar o valor total. Algumas delas são
opcionais.
— Opa.
Ele aponta para a minha mesa, ainda com todas as minhas coisas
nela.
— A propósito, aquele adesivo no seu laptop é da Delinquent
Story? Eu amo essa web comic.
Seus olhos castanhos enrugam nos cantos quando sorri para mim,
seu cabelo castanho bagunçado caindo sobre um olho quando balança
a cabeça.
Aponta para uma mesa para duas pessoas com uma bolsa carteiro
em uma cadeira.
— Claro, obrigada.
2
São histórias em quadrinhos cuja publicação é veiculada exclusivamente pela Internet, apesar de existirem muitos
quadrinhos consagrados à moda tradicional que são disponibilizados de forma digital.
— Não se preocupe, eu estava realmente interessado no que você
estava dizendo. Sou Austin.
Não sei por que estou dizendo tudo isso. Praticamente acabei de
conhecer esse cara e estou despejando minhas inseguranças.
Entretanto é um ouvinte tão bom, parece que posso dizer a ele o que
está em minha mente.
•••
Por que nos colocar juntos? Não importa, não importa. Dominic
me deu minhas próprias funções, porém se o vice-presidente da Aspen
quer que eu faça algo, é isso que farei.
Sigo Jordan até o seu cubículo, onde ele puxa um longo e-mail de
Oliver e me deixa lendo-o, enquanto encontra uma segunda cadeira.
Por volta das onze, meu estômago ronca tão alto que juro que ecoa
pelas paredes. Corando, eu digo:
— Que ele paga por sexo — Jordan sorri torto, ao saber que sabe
algo que eu não.
— S... sério?
— Eu sei, ok? Ele não parece o tipo. Ouvi direto de Oliver, então
não acho que seja apenas um boato vazio. — Jordan engole algumas
batatas fritas e mastiga ruidosamente.
— Bem, ouvi, acho que poderia dizer isso. Ele estava atendendo
um telefonema pessoal quando, por acaso, entrei em seu escritório para
nossa reunião.
— Ei, Dom. Não sabia que você ainda estava aqui. — Oliver joga
sua pasta na minha mesa. — Olha, cara, se você não quer falar de
trabalho, não falaremos de trabalho. De qualquer maneira, essa é a
última coisa de que quero falar.
— Que tal conversarmos sobre como tem estado tenso desde que
contratou sua estagiária gostosa?
Merda.
— Eu tenho um acordo.
— Não entendo.
— Porém aceito.
•••
Ah... sério?
Teddy.
Depois que Fran entrou na sala de estar para se sentar com seu
tricô, tiro os sapatos e caminho para o quarto das minhas filhas as
encontrando aninhadas juntas na cama de Lacey.
Porém não consigo. Tenho que me vestir. Tenho que colocar minha
cara de jogo e impressionar este cliente.
— Me chame de Dominic.
Claro que ele tem uma. Um homem lindo como ele. Afinal, é sexta
à noite. Sou a única estranha sem planos. Inclino a cabeça, olhando
para os meus sapatos gastos.
Antes que possa processar seu pedido, meu corpo está obedecendo
e me sento no banco do bar.
— Meu encontro foi cancelado esta noite — diz ele com a minha
confusão óbvia.
— Oh. Sinto muito por ouvir isso. — Meu coração bate mais rápido.
— Eu também sinto.
Ele parece um pouco irritado com isso e olha para o copo agora
vazio. Não posso deixar de notar que não pediu outra bebida para si
mesmo. Talvez porque precise estar lúcido para o seu jantar de
negócios.
Ele acena com a cabeça uma vez, me observando tomar outro gole
do meu champanhe.
Parte de mim está lisonjeada por ele ter dito nós em vez de eu,
como se tivéssemos o mesmo papel em impressionar esse importante
investidor. Contudo, não posso deixar de me perguntar se Dominic
esperaria algo mais de mim... presumindo que seu par também era
alguém com quem planejava dormir.
Eu tenho que dizer sim. E não tem nada a ver com quão
maravilhosamente atraente é o homem sentado ao meu lado. Ou como
sua voz profunda reflete sobre mim, fazendo meu estômago torcer de
nervosismo.
Talvez seja por isso que ele estava olhando para mim. Para
determinar se conseguiria andar quatro quarteirões sem quebrar o
tornozelo com o salto alto.
— Eu posso andar.
— Perfeito.
— Deus, não.
— Eles têm um pinot gris que é muito bom. Pedirei um copo para
nós dois. — Com um tom mais suave, ele acrescenta: — Você está indo
bem, a propósito.
A neta de Roger tem cinco anos e sua esposa fica com ela depois
da escola nos dias de semana. Pelo que ele nos contou, ela é um terror.
Correndo pela casa, quebrando coisas acidentalmente e de propósito.
— Enquanto isso, me sinto cada vez com menos energia dia após
dia. Não que vocês, jovens, possam se identificar. — Ele levanta o copo
para nós. — Não precisa se preocupar com crianças por anos — diz ele
com um suspiro melancólico.
— Você terá que me contar mais. — Ele se inclina para trás contra
a cabine adornada. — Em que tipo de parceria você está pensando?
— Estou ouvindo.
— Isso poderia ser verdade na época. Porém não sou tão míope
quanto o meu pai — digo com um sorriso. — Papai tinha metas,
entretanto não as executou fora da sua zona de conforto.
•••
— Não, só não tinha certeza de como seria. Fingir com você, quero
dizer — ela diz, torcendo as mãos. — Me desculpe, não deveria ser tão
tagarela neste assunto com você. Duh.
— Bem, obrigada. Estou feliz que você foi meu primeiro. — Ela cora
imediatamente. — Eu não quero dizer nisso, tipo, sexualmente. Eu
nunca tive uma primeira... quer dizer... merda.
Ela enterra o rosto em sua bolsa com um gemido. Sua voz está
abafada quando ela diz: — Você pode fingir que não acabei de dizer
isso?
— Certo.
Digo uma coisa, contudo, como sempre, meu corpo faz outra. Meu
pau com certeza não pode esquecer aquele pequeno pedaço precioso de
conhecimento.
Presley nunca fez sexo? A menos que a tenha entendido mal, acho
que ela apenas insinuou que é virgem. Nunca fodeu ninguém? Nunca foi
fodida?
Com cada pergunta desenfreada, meu pau pulsa.
Bem, merda.
— Tenha uma boa noite — ela diz baixinho, quase sem fôlego.
— Oh, eu não…
É quase um sussurro. Ela não está mais olhando nos meus olhos,
porém seu olhar está em meus lábios.
Interessante.
Sua mão ainda está na minha, e eu a levanto aos lábios que está
olhando para dar um beijo casto nas costas da sua mão. Juro que
posso senti-la respirar. Com meus lábios ainda a tocando, encontro
seus olhos.
•••
— Cutuque.
— Eu o fiz.
— Novamente.
Eu rio enquanto as sigo. Deus, elas são fofas pra caralho. Mesmo
que ainda não esteja pronto para acordar.
Panquecas, é isso.
Ela sempre foi a mais artística. Foi sua ideia passar nossa
preguiçosa tarde de sábado bebendo vinho barato em um estúdio de
pintura próximo que oferece aulas. Não que eu tenha feito objeções –
depois da semana que tive, a voz hipnoticamente calma do instrutor é
mais do que bem-vinda, e o ato de pintar também é reconfortante,
apesar do quanto sou péssima. Além disso, a mãe de Bianca deu para
ela um cartão-presente aqui no Natal passado, então essa pequena
excursão não prejudicou minha carteira.
Agora é a vez de Bianca fazer uma pausa. Ela encara sua pintura,
franzindo a testa cada vez mais profundamente, então olha para mim.
— O... ok, entendo como isso soa ruim, no entanto não foi
realmente um encontro, por si só, ele apenas…
— Bem... contanto que isso não seja uma coisa de assédio sexual
grosseiro, acho que não tenho que matá-lo.
— Ótimo, porém ainda estou cética sobre essa ser a melhor ideia
— diz Bianca.
— O…o quê? Claro que não. — Quase derrubei meu copo de água
com tinta para então perceber o que acabei de admitir. — Quer dizer,
eu não.
— Besteira, querida, você fala sobre ele sem parar. E agora está
buscando… como você disse… acesso extra?
Ei, estive pensando em você. Ainda quer beber alguma coisa em breve?
•••
Pensei errado.
Ela é tão determinada, tão séria, mesmo quando tudo está prestes
a mudar entre nós.
Presley acena com a cabeça, seu olhar passando por mim para
examinar meu espaço. Embora já tenha estado no meu escritório antes,
suponho que esta seja a primeira chance que teve de realmente
observar. Eu a mantive bastante preocupada com as atribuições em
sua primeira semana, e ela as abordou como uma profissional.
Deus, essa boca. Eu poderia fazer coisas ruins, muito ruins com
aquela boca.
Concentre-se, Dom.
— Me desculpe, eu…
Eu não a culpo. Para mim, isso é óbvio, porém para Presley parece
rebuscado.
— Roger sabe muito bem que sou jovem para ser o chefe dos Hotéis
Aspen. Preciso convencê-lo de que estou falando sério. Nós precisamos.
Se ele me vir em um relacionamento sério com uma mulher brilhante
e inteligente, ele me levará mais a sério.
— Namorando?
— É claro.
— Não, diga.
Pensei que poderia confiar nele. Talvez não seja o caso, afinal.
— Não dormirei com você. Está claro? — Sua voz é baixa, firme e
eu acho isso incrivelmente sexy.
Seus olhos ainda estão fixos nos meus como se ela estivesse
procurando uma pista de alguma mentira.
— Por quê?
— Porque...
— Por quê?
— Você está atraída por mim — eu digo, minha voz suave e baixa.
Mantenho minha expressão calma e controlada, embora possa
realmente ouvir meu coração batendo forte em minhas veias.
Ou isso é o dela?
Ela está completamente imóvel, com os olhos arregalados. Suas
bochechas ficando rosadas. Em seguida, ela puxa o lábio inferior em
sua boca, mordendo por um momento antes de deixá-lo saltar de volta.
Esse pequeno movimento faz meu pau empurrar dolorosamente contra
as restrições da minha calça. Não consigo desviar os olhos.
— Presley...
Ela coloca uma das mãos no meu peito como se para se firmar.
Caso contrário, nosso único ponto de conexão é esse beijo.
Meu coração está batendo tão forte que estou quase sem fôlego.
Coloco as mãos contra a superfície fria da minha mesa e respiro
profundamente.
— Ei, Presley. Oliver disse que nossa proposta parece ótima, porém
algumas informações novas vieram da construtora e ele quer que
revisemos nossa estimativa.
— O quê? — Merda, não processei uma única palavra que ele
acabou de dizer. Não adianta – meu cérebro está muito cheio agora. Eu
me viro para encará-lo. — Desculpe, você pode repetir?
— Algo está errado? Você está pálida. — Ele inclina a cabeça para
mim.
Enquanto Jordan divaga sobre alguma festa que foi, respondo com
monossílabos, porém não consigo evitar que meus pensamentos voltem
para Dominic e rezo para que Jordan não perceba, porque não há
chance no mundo que eu possa contar a qualquer um dos outros
estagiários sobre isso.
•••
— Não, vovó, juro que você pode ouvir seus próprios pensamentos.
Porém ele é gracioso sobre minha gafe. Sem hesitar, sorri e aperta
a mão de Bianca calorosamente,
— Prazer em conhecê-la.
3
Marca de cerveja.
— Apenas uma página. Não é grande coisa — eu digo, sentindo um
pequeno rubor de orgulho tímido. — Meu chefe disse que quer colocar
minhas habilidades de programação em uso no back-end, porém isso
ainda não aconteceu.
Isso continua por mais quase dez minutos. Cada vez que eu
respondo, Austin imediatamente responde com outra pergunta. Por
mais animada que esteja por trabalhar em Aspen, e por mais que adore
falar sobre meu trabalho, isso está começando a parecer menos um
interesse amigável e mais um interrogatório.
— Acho que é a sua vez de nos contar sobre você. Tem algum
passatempo? — Bianca se inclina para a frente e dá um sorriso tenso
para Austin.
Eu não teria dito exatamente assim, porém estou cada vez mais
estranhando a mente limitada dele. Honestamente, estou aliviada por
sair deste tópico.
Bianca não teria mais que me aturar no seu sofá – ela sempre
insiste que está tudo bem, porém tenho certeza de que ela prefere sua
privacidade. Minhas costas doloridas também gostam do som de uma
cama de verdade. Além disso, não teria que viver com o que cabe numa
mala...
Posso dizer que Fran está de mau humor hoje, antes mesmo de
abrir a boca.
É uma ótima pergunta, porém não tenho tempo para isso. É sexta-
feira de manhã e tenho que sair em menos de cinco minutos para o
escritório.
Que idiota.
A tez de Presley fica pálida logo antes das suas bochechas ficarem
rosadas. No entanto ela não está envergonhada ou nervosa, eu percebo.
Parece furiosa pra caralho.
Ele diz isso, fingindo um tom casual, entretanto ela não tira o olhar
de mim por tempo suficiente para dar a ele um adeus convincente.
— Venha comigo.
Presley está no meu encalço. Posso praticamente senti-la
explodindo de frustração e posso me relacionar com essa sensação.
Embora minha frustração seja por uma coisa totalmente diferente. Ela
me pegou em sua mira antes mesmo da porta fechar.
— Envolvidos? — pergunto.
Mas ela está certa. É uma mulher, uma bela jovem, e sou um
homem, e as pessoas falam. Infelizmente. Isso é apenas um triste fato
dos negócios.
Interessante.
— Você vem comigo esta noite? Tenho sido mais do que paciente.
— Eu sei. E sim.
— Sim, o quê?
•••
— Jesus, Fran!
Como uma mulher que usa a porra de um tênis New Balance se
aproxima de mim com tanta facilidade?
•••
Como esperado, a presença de Presley é uma virada de jogo.
Roger está com o rosto quase vermelho de tanto rir, devorando cada
segundo da atenção dessa mulher.
No início, pensei que ele estava apenas animado para ter a atenção
de uma mulher mais jovem. No entanto agora estou bastante
convencido de que ele realmente gosta dela como pessoa.
— Não, você está ótima. E se ficar com frio, te darei meu casaco.
•••
— À espontaneidade.
— Fazendo o quê?
— Me tocando.
— Não, não está. Não farei isso de novo sem a sua permissão.
Não importa que eu seja o chefe e ela seja minha empregada. Por
que agora? Nunca estive mais ciente do fato de que sou um homem e
ela é uma mulher.
Posso?
— Fui super nerd até chegar à puberdade — Ele faz uma pausa,
com o queixo apoiado na mão enquanto considera minha pergunta.
— Sinto muito — Dominic diz, sua voz ficando séria. — Para ser
honesto, você não é nada parecida com qualquer estagiária que já
conheci. Você é...
— É assim?
— Estou tão feliz que vocês dois puderam vir. Este é o meu local
favorito para passar o fim de semana.
— Lamento dizer que Monica não pôde vir neste fim de semana.
Entretanto, acho que ainda nos divertiremos.
Roger nos conduz pelo corredor até uma suíte estilosa que parece
ter metade do tamanho do apartamento inteiro de Bianca, então diz:
Seu olhar passa rapidamente por mim, porém ele está quieto.
Dominic nos leva a uma sala de estar dominada por uma lareira
de pedra, onde Roger e dois homens de cabelos grisalhos estão
sentados em poltronas de couro, tomando coquetéis em copos de
cristal.
— Agora — ele diz — o que será? Posso preparar o que você quiser,
mesmo que seja um Negroni. — Ele pisca para mim.
Se isso fosse possível. Esta poderia ser uma casa de férias, porém
estou definitivamente em horário de trabalho. Eu acho que…
Ele tem toda essa vibração de garoto rico mimado e taciturno que
deveria ser irritante. Em vez disso, é cativante. Observando a maneira
como ele se comporta, ouvindo-o conversar sobre tópicos complexos
com tanta facilidade, você sabe instantaneamente que ele foi criado nos
melhores colégios internos que o dinheiro pode comprar. Não só isso,
se olhar de perto, também pode dizer que lhe foi negado o carinho
afetuoso dos seus pais desde uma idade muito tenra. Quero apertá-lo
em um abraço tão inapropriado quanto parece. Ou poderia ser apenas
o álcool subindo à minha cabeça.
4
Se refere a uma sobremesa congelada, feita, basicamente, como são preparados os mousses.
o mais educadamente que posso. Já estou embriagada e ainda não
terminei meu copo de vinho importado de sobremesa.
— Aqui.
— Esse vestido não é feito para uma noite fria de verão — diz ele.
— Entretanto não posso negar que fica incrível em você.
Decido não contar a ele que tive que o pedir emprestado a Bianca.
— Você é muito mais natural com eles — digo em vez disso. Afinal,
ele nasceu para um estilo de vida poderoso.
Dominic ri.
— Você está dizendo que eu sou um… como disse… uma “super
nerd”? É isso que está acontecendo aqui? — Arqueio minhas
sobrancelhas para ele de brincadeira.
— Teddy?
— Meu irmão, o protegido do meu pai. Ele esperou a vida toda por
isso.
— Às vezes.
— Então fico com tanta raiva dele por dirigir bêbado naquela noite,
ao invés de pedir um carro, que não sinto falta dele.
— Isso não é verdade. Não diga isso. Você pode ficar bravo, porém
não diga isso.
Sobre o que foi tudo isso? Eu pensei que estávamos nos abrindo
um para o outro, e de repente ele puxou aquela máscara controlada
sobre o rosto e saiu correndo. Nunca vi Dominic tão abalado. Foi quase
como... fosse pego em um segredo.
Considerando tudo o que descobri sobre sua vida, presumi que ele
fosse solteiro, no entanto será que poderia realmente estar em um
relacionamento? Casado infeliz? Eu com certeza espero que não,
considerando que passei quase duas horas beijando-o hoje.
Porra, ela fica ainda mais quente quando está com raiva.
— Por que não? — ela pergunta, suas mãos caindo para os lados.
Ela parece genuinamente perplexa. Porém de jeito nenhum lhe direi
que estava falando ao telefone com minhas duas filhas pequenas.
— Confie em mim — peço a ela, sem ter certeza do que quero dizer.
— Não tem qualquer relação com o nosso acordo. — Dou um passo em
sua direção, e seus olhos brilham nos meus.
— Não sou tão pura — ela diz em voz baixa, e foda-se se eu não
sinto todo o meu sangue correr da minha cabeça para o meu pau
extremamente negligenciado. — Já fiz coisas antes.
Tá falando sério?
— Amor.
— Então você tem o coração partido — diz ela, sua voz como a de
uma enfermeira pouco antes de administrar uma injeção.
— Passo.
Ela revira os olhos. Esta pode ser uma conversa casual para ela,
no entanto é muito chocante para mim. Percebo que tenho os punhos
cerrados ao meu lado. Lutando pelo controle, relaxo minhas mãos.
— Deus, Presley, claro que não. — Meus olhos piscam para os dela.
— Você realmente acha que o que aconteceu na limusine teria
acontecido se eu fosse casado?
— Uau, aí…
— Oh, cale a boca. — Ela revira os olhos. — Já sei que não sou
nada parecida com suas acompanhantes chiques.
Seu rosto estremece, mas então levo sua mão aos lábios e
pressiono um beijo suave que lembra o nosso primeiro encontro. Ela
suga uma respiração silenciosa, seu peito subindo excitada.
Porém, Presley não está com vontade de ser provocada. Ela puxa
minha gravata, seus lábios entrando em contato com minha garganta
enquanto beija uma pequena linha através do meu pomo de adão.
— E… dizer o quê?
Ela mal consegue falar, está tão excitada.
— Que tipo de coisas você fez antes? — Deslizo meus dedos pelas
costas do seu vestido, sobre a pele de uma coxa lisa, e alcanço a pele
perigosamente macia dos seus quadris e cintura. Brinco com o elástico
da sua calcinha, tirando-o do osso do quadril e puxando para baixo,
bem devagar. Do meu ponto de vista, posso ver seu peito subindo e
descendo.
Paciência, Presley.
Foda-se a paciência.
Eu a separo com minha língua, provando-a com um movimento
confiante. Ela geme, empurrando-se contra a minha boca. Entre beijos
suaves em seu doce centro, me encontro gemendo. As vibrações a
enviam cambaleando, seus dedos encontrando apoio no meu cabelo.
Agora que tenho o gosto dela na minha língua, não consigo parar.
Pressiono a língua no seu calor e quase gozo na porra das minhas
calças. Ela é tão doce. Tão apertada e tentadora. Seus dedos arranham
meu couro cabeludo e ela faz ruídos necessitados de prazer.
Presley.
Deslizo uma das mãos pelo seu corpo para encontrar seu seio,
puxando um mamilo entre o indicador e o polegar. Com os sons de
choramingo mais enlouquecedores e suaves que já ouvi, Presley se
esfrega contra o meu rosto, e eu estou perdido.
14
Presley
Santo Inferno!
Com meus olhos e mãos, devoro cada novo centímetro da sua pele
exposta. Seu corpo nu é perfeito, todos os ângulos e músculos
esculpidos por um artista clássico. E quando ele tira sua boxer e seu
comprimento rígido se solta, meu corpo dá um aperto involuntário.
— Tem certeza? — Ele acaricia meu cabelo. — Não faça nada com
que você não se sinta confortável...
Quando chupo com mais força, ele geme alto e áspero, sua
liberação espessa e quente pulsando sobre a minha língua. Eu engulo,
chocada com quão intensamente amargo é, contudo, ainda ansiando
por cada gota.
Quem sabe, talvez seja por esse motivo que ele disse isso?
Ele parece saber lidar com a maioria das situações sociais. Até o
momento embaraçoso depois de você ter acabado de fazer sexo oral
espontâneo com uma funcionária, quer dizer, estagiária.
•••
Esfrego meus olhos com uma das mãos e tateio meu telefone com
a outra.
Uau, quase nunca durmo até tão tarde. Acho que ele me cansou
ontem à noite.
Um incidente?
Não tenho ideia do que ele quis dizer, porém sinto que agora não é
hora de fazer mais perguntas. Rolo sobre meus pés, então me visto e
arrumo as malas o mais rápido que posso.
A voz do outro lado soa como uma mulher, contudo, não consigo
entender as palavras dela.
— OK. Vou para casa então. Mas, primeiro, você pode me explicar
mais uma coisa? — Uma pausa silenciosa. — Quando ela caiu, onde
diabos você estava?
Eu quase vacilo com o aço em sua voz. Quem quer que esteja do
outro lado, ela está na merda.
Quem diabos é Emília? Sei pela minha pesquisa que Dominic tinha
um pai e um irmão mais velho. Sua mãe faleceu quando ele era um
bebê, e nunca ouvi falar de nenhuma outra mulher importante em sua
vida. A queda de Emília deixou Dominic em pânico, então, a menos que
ela despencasse de um prédio ou algo assim, ela provavelmente é muito
jovem ou muito velha. Uma irmãzinha? Uma avó? Uma tia idosa?
Fran me ligou para dizer que a menor das minhas gêmeas havia
caído e bateu a cabeça no chão de mármore da cozinha. Ela ligou para
o consultório do pediatra imediatamente. Aparentemente, não é nada
importante. Isso não significa que não perdi a cabeça só de pensar na
minha filha de dois anos de idade tendo um ferimento na cabeça.
Ela se vira para mim, sua expressão séria e calma. — Qual andar?
— Doze.
— Papai!
— Não chore. — Lacey soluça, um sinal claro de que logo cairá aos
prantos depois da sua irmã.
Quem é esta linda jovem que você trouxe para casa com você?
Para mim, ela diz com uma piscadela: — Irei embora, então. Muitos
cozinheiros na cozinha.
•••
5
É um tipo de produção de palco de comédia musical.
Lacey segue o exemplo, como sempre faz.
Trago duas tigelas com uvas para a mesa, entregando a cada uma
delas. Minhas garotas tentam pegá-las com dedos gananciosos e logo o
suco escorre por seus queixos. Eu uso o canto da minha manga para
limpar a boca de Lacey. Quando olho para cima, Presley está olhando
para mim com um olhar de... fascinação? Admiração? Não tenho
certeza.
Boa menina.
— Vejo vocês de novo, macacos — diz, colocando uma mecha de
cabelo atrás da orelha de Emília e piscando para Lacey. — Ok?
Você é pai?
Ela puxa uma respiração aguda com a minha crueza. Mesmo com
minha visão periférica, posso ver sua expressão atordoada.
Presley levanta o queixo, olha para fora da porta e, sem dizer mais
nada, sai.
16
Presley
Meus olhos queimam por motivos que não têm nada a ver com a
privação de sono, e a tela do meu computador fica borrada. Pisco
rapidamente para afastar as lágrimas iminentes.
Controle-se, Pres.
Bem, para ser justa, ele não é cem por cento um idiota. Ontem à
tarde, parecia um ótimo pai. A maneira como ele se preocupou com
suas filhas foi muito adorável. Observando seus fortes antebraços
enquanto as levantava. Mexendo no lanche e cortando as uvas ao meio.
Foi totalmente desarmante ver um lado tão diferente dele....
Eu irei.
Envio uma mensagem rápida para dizer a ele que estou dentro e,
em seguida, volto para a minha agitação diária.
•••
— O que é isto?
— Se é tão pequeno, por que quer tanto que eu o libere? O que isso
fará?
— Isso provará a ele que não é o deus que pensa que é. Ele não
está imune; seus sistemas também podem ser corrompidos, e nosso
software não é a merda que afirmava ser.
— Por favor, Presley. Preciso que você faça isso para mim. É a coisa
certa a fazer.
Eu me esquivo da sua tentativa de colocar a mão no meu braço.
Eu não preciso pensar sobre isso. Porém antes que possa jogar sua
merda de volta para ele, Austin já se foi, me deixando sozinha com a
pasta sobre a mesa e o drive queimando na minha mão.
— Não.
— Droga.
— O que você acha disso? — Quero saber se ele acha que cometi
um erro. Inferno, quero saber se cometi um erro. Há uma razão para
não ter tornado público sobre minhas filhas. Não quero a atenção da
mídia.
•••
— Quem? Quem?
— Um hematoma.
— De quê?
— Eu caí.
— Por quê?
Oliver faz sucesso com as crianças, sempre fez, sempre será assim.
Não.
Não é isso que eu quero. Essas meninas são a minha vida agora.
Eu não aceitaria de outra maneira.
Você.
Sem resposta.
Eu disse alguma merda estúpida. Faço isso quando estou com medo.
Certo.
OK.
— Uau, muito obrigado — diz ele com uma risada. — Vejo vocês
em breve, ok? Continuaremos esta festa do chá. Metade dos convidados
ainda nem chegou.
Nós três acompanhamos o tio Oliver até a porta. Quando ele sai,
levo as meninas para a banheira do banheiro principal para um dos
seus rituais favoritos – a hora do banho. Há um mínimo de respingos
esta noite; Oliver as manteve felizes e cansadas. Quando estão de
pijama de futebol e aconchegadas em suas camas, eu só tenho que ler
algumas páginas de Goodnight Moon para elas embarcarem em seus
sonhos.
Foda-se.
— Ei. — Eu engulo.
— Sim.
Eu posso ouvir seu sorriso pelo telefone. Bom. Ela ainda pode
sorrir ao falar comigo. Talvez nem toda esperança esteja perdida.
— Eu interrompi?
— Para que eu possa falar com você a noite toda, é isso que você
está dizendo?
— De quê?
— Desculpas aceitas.
— Só jantar?
— Eu poderia jantar.
— Não, uma noite de folga com você — ele diz, parecendo muito
sério
— Sobre o quê?
— Sobre o que é isso, Presley. Tudo o que eu disse antes ainda se
aplica. Não tenho tempo para relacionamentos, nem mesmo o conjunto
de habilidades para ter um relacionamento, para ser honesto. Não
importa quão incrível você seja como mulher, não estou procurando
por nada sério. Contudo, gosto dessa coisa entre nós. Acha que pode
ficar casual?
— Oh, Deus, você já tem uma tatuagem com meu nome na sua
bunda, não é? — Em seguida, o canto da sua boca se curva.
Considero seu convite por um minuto. Nunca fiz nada assim antes
– não apenas sexo, mas qualquer coisa imprudente e “apenas para me
divertir".
Pela primeira vez na minha vida, quero tentar fazer algo diferente.
Ser alguém diferente.
Nunca estive tão confusa.
Isso se perdeu.
•••
— Eu.
Seus lábios roçam minha orelha e sua risada quente envia arrepios
pelo meu pescoço
Ou eu era realmente tão óbvia sobre isso? Será que passei todos
os dias no trabalho com um letreiro néon FODA-ME, DOMINIC
piscando na minha testa?
Bastardo presunçoso.
Ele me beija.
Com este, posso sentir que estou esticando, porém não há dor,
apenas a fome de mais.
De repente, percebo que vou gozar. Abro a boca para dizer a ele,
falar alguma coisa, por que as pessoas não fazem isso? Porém é muito
tarde. Já estou choramingando e tremendo, meu corpo apertando em
torno dele em onda após onda de êxtase pulsante.
— Essa foi uma das coisas mais excitantes que já vi. — Seus
dentes tocam seu lábio inferior. — Porra, eu te quero tanto.
Por um minuto, nós apenas ficamos ali como uma pilha úmida e
emaranhada. Não sei sobre ele, entretanto estou exausta e ainda
bêbada de sexo.
Percebo então que não sou mais virgem, porém não me sinto nem
um pouco em conflito com isso.
— É claro.
— Já trago.
Isso não pode acontecer. Não quero ter que explicar sua presença
para Fran pela manhã, ou lidar com a possibilidade de acordar uma
das garotas, enquanto levo Presley para fora. Tentar fazer uma criança
dormir de novo a essa hora da noite não é minha ideia de diversão pós-
coito.
Presley se mexe sob o meu lençol, seu cabelo grosso espalhado nos
meus travesseiros. Ela fuça no material sedoso. Ocorre-me que ela
provavelmente não tem dinheiro para as coisas frívolas que considero
naturais, como lençóis de algodão egípcio de oitocentos fios.
Ela é tão dedicada, com uma ética de trabalho que rivaliza com a
minha. E parece que tem muito trabalho a fazer. Há uma pasta saindo
da sua bolsa, provavelmente solta em nossa ânsia de chegar à porra da
parte da noite.
Eu fico olhando para ela, pensando. Não dei uma tarefa a ela
recentemente. Em uma extremidade da pasta está rabiscado um nome.
— O que eu penso?
— Não é minha pasta.
— É isso que você faz? Transar com quem acha que ajudará na
sua carreira?
Porra.
— Eu não o ajudaria.
Eu quero.
Realmente quero.
— Aqui.
— O que é isso?
— Dom… Dom.
Presley pula de pé, arrastando as roupas sobre os membros em
uma luta para se vestir.
Eu me viro em direção à porta para não ter que ver a dor em seus
olhos.
Além disso, tem o fato não tão pequeno de que ainda preciso de
dinheiro, independente do que aconteça com meu estágio.
Meu peito está tão apertado que sinto que poderia quebrar em um
milhão de pedaços a qualquer momento.
Não é típico arriscar toda a minha carreira por uma aventura com
um homem mais velho taciturno. Não tenho ideia do que deu em mim.
Talvez não seja tão ruim quanto estou imaginando. Talvez consiga
um show onde tudo o que tenho que fazer é ser um braço doce, como
fiz com Dominic? Uma cortesã. É uma profissão tão antiga quanto o
tempo.
Não quero mais pensar em Dominic. Preciso agir, sentir que sou a
única no controle novamente. No canto superior direito do site, clico
em um botão que diz APLICAR. Sempre posso mudar de ideia mais
tarde, se não parecer certo.
•••
A mensagem é curta:
Cara Presley,
Obrigada,
Gia
De jeito nenhum.
— Está tudo bem. Só, uh, eu tenho que fazer algumas coisas de
trabalho esta manhã.
Eu a sigo pelo corredor com carpete cor de vinho até uma porta de
carvalho que não pareceria deslocada nos escritórios da Aspen. Ela
bate, espera que o ocupante grite “Entre” e abre a porta.
— Universidade Brown.
— Não, eu pego.
Pisco para ele e depois me movo na cadeira para que suas mãos
errantes não possam mais me alcançar.
— Hum, obrigada.
Se meu tom soar monótono, ele não parece notar. Empurra uma
taça de vinho tinto para mim.
Por que não estou surpresa em saber que ele é divorciado? Já estou
feliz por ter escrito um pseudônimo para Gia dar aos clientes. Em vez
de revelar mais detalhes pessoais, tento brincar:
— Obrigada.
Assim que o cheque atinge nossa mesa, eu pulo como uma cobra
mordendo minha bunda.
Antes que ele possa dizer mais alguma coisa, estou indo para a
porta. Se eu me apressar, posso pegar o último ônibus para casa e não
terei que gastar vinte dólares em um Uber.
Eu me viro e pulo tão rápido que meus saltos altos quase me fazem
tropeçar no asfalto áspero.
Agora que não estou mais correndo em terror cego, noto o ar frio e
o fedor rançoso do beco. Parte de mim quer apenas sentar aqui e se
esconder, para ter certeza de que Dale não me seguiu. Mas eu me
levanto e continuo andando.
Ando por ali, com os pés doendo, até ver a placa iluminada de um
posto de gasolina 24 horas. Abro a porta com um tilintar e pergunto ao
caixa adolescente:
— Muito obrigada — Nunca fui tão grata por parecer uma bagunça
total.
•••