Normasdo Cubosde Corsiparapopulaoadulta
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Resumo
A habilidade visuoespacial é importante para a vida dos indivíduos ao longo do desenvolvimento. Prejuízos nesta
habilidade podem comprometer a funcionalidade do indivíduo e esta é uma função importante em diversos casos clínicos,
como desenvolvimento atípico, envelhecimento patológico e lesões cerebrais. A avaliação neuropsicológica pode auxiliar
no desenvolvimento de estratégias para melhor adaptabilidade dos indivíduos. A elaboração de normas adequadas para
instrumentos que buscam avaliar funções cognitivas na população é importante devido as características socioeconômicas
diversas entre regiões, que são fatores que podem impactar no desempenho do indivíduo em diversas funções cognitivas.
Este estudo tem por objetivo apresentar a normatização do teste Cubos de Corsi para população adulta. O estudo foi
desenvolvido no estado da Bahia-Brasil e foi avaliado as diferenças no desempenho da tarefa de Cubos de Corsi na
população adulta (idade média = 33,89; desvio-padrão = 13.49), utilizando como critérios a faixa etária, escolaridade e
nível socioeconômico. Foi observado diminuição no desempenho com o avanço da idade, e aumento no desempenho à
medida que também se aumenta o nível de escolaridade e socioeconômico. Este estudo fornece um banco de dados
normativo para essa medida amplamente utilizada de memória visuoespacial.
Palavras-chave: cubos de corsi, normatização, testes neuropsicológicos, memória operacional, testes de memória e
aprendizagem.
Resumen
La habilidad visuoespacial es importante para la vida de los individuos a lo largo del desarrollo. Déficits en esta habilidad
pueden comprometer la funcionalidad del individuo y esta es una función importante en diversos casos clínicos, como
desarrollo atípico, envejecimiento patológico y lesiones cerebrales. La evaluación neuropsicológica puede auxiliar en el
desarrollo de estrategias para mejor adaptación de los individuos. La elaboración de normas adecuadas para instrumentos
que buscan evaluar funciones cognitivas en la población es importante debido a las características socioeconómicas
diversas entre regiones, que son factores que pueden impactar en el desempeño de los individuos en diversas funciones
cognitivas. Este estudio tiene por objetivo presentar la normalización del test Cubos de Corsi para población adulta. El
estudio fue desarrollado en el estado de Bahía-Brasil y fueron evaluadas las diferencias en el desempeño de la tarea de
Cubos de Corsi en la población adulta (edad media = 33,89; desviación estándar = 13.49), utilizando como criterios el
grupo etario, escolaridad y nivel socioeconómico. Fue observado disminución en el desempeño con el avance de la edad, y
aumento en el desempeño en la medida que también aumenta el nivel de escolaridad y socioeconómico. Este estudio ofrece
un banco de datos normativos para esa medida ampliamente utilizada de memoria visuoespacial.
Palavras clave: cubos de corsi, normalización, pruebas neuropsicológicas, memoria operacional, test de memoria y
aprendizaje.
L’habileté visuo-spatiale est fondamentale pour la vie des individus tout au long de leur développement. Des déficits dans
cette compétence peuvent compromettre la fonctionnalité d'un individu et il s'agit d'une fonction importante à évaluer dans
divers conditions cliniques, tels que le développement atypique, le vieillissement pathologique et les lésions cérébrales.
L'évaluation neuropsychologique peut contribuer à l'élaboration de stratégies pour faciliter une meilleure adaptation chez
les individus. L’élaborations de normes appropriées pour les outils d’évaluations des fonctions cognitives est
particulièrement important s’il on considère que les différences socioéconomiques entre les régions sont des facteurs
pouvant avoir un impact sur la performance des individus dans les tests qui évaluent les diverses fonctions cognitives.
Cette étude vise à présenter la standardisation du test de Blocs de Corsi pour la population adulte. L'étude a été développée
dans l'état de Bahia-Brésil et a évalué les différences de rendement sur le test de Blocs de Corsi dans la population adulte
(âge moyen = 33,89 ; écart-type = 13,49), en utilisant comme critères le groupe d'âge, la scolarité et le niveau socio-
économique. On a observé une diminution de la performance avec l'âge, et une augmentation avec la scolarité et le statut
socio-économique. Cette étude fournit une base de données normative pour cette mesure largement utilisée de la mémoire
de travail visuo-spatiale.
Mots clés : blocs de corsi, normalisation, tests neuropsychologiques, mémoire de travail, tests de mémoire et
d'apprentissage.
Abstract
The visuospatial ability plays an important role in the life of individuals throughout development. Impairments in this
ability can compromise the individual's functionality and this is an important function in several clinical cases, such as
atypical development, pathological aging and brain injuries. Neuropsychological assessment can give support in the
development of strategies for better adaptability of individuals. The development of adequate standards for instruments that
seek to assess cognitive functions in the population is important due to the different socioeconomic characteristics between
regions, which are factors that can impact the individual's performance in several cognitive functions. This study aims to
present the standardization of the Corsi block-tapping task for adults a. The study was developed in the state of Bahia-
Brazil and it assessed the differences in performance of the Corsi block-tapping task in the adult population (mean age =
33.89; standard deviation= 13.49), using as criteria the age group, education and socioeconomic level. A decrease in
performance was observed with advancing age, and an increase in performance as the level of education and
socioeconomic level also increased. This study provides a normative database for this widely utilized measure of
visuospatial memory.
Key words: corsi block-tapping task, normative data, neuropsychological tests, working memory, memory and learning
tests.
A tarefa de Cubos de Corsi utiliza nove cubos acordo com critérios (Kaplan & Saccuzzo, 2017). O
colocados em uma superfície retangular de madeira, que visa instrumento necessita ser validado, ter fidedignidade, e ser
avaliar a memória operacional visuoespacial (de Paula et al., padronizado para um grupo determinado, portanto devem ser
2016). Para a aplicação, o avaliador toca na parte superior de especificadas normas adequadas a este grupo, já que o espaço
alguns cubos, utilizando uma ordem sequencial previamente social, a experiência e a linguística são ímpares em cada
estabelecida. Após a conclusão de cada sequência, o região. Estes critérios são determinados por meio da
participante deve, assim como o avaliador, tocar na parte normatização do teste dentro de um contexto específico, em
superior dos cubos, repetindo a sequência. O número de itens que os escores recebidos pelos indivíduos sejam interpretados
aumenta progressivamente começando com séries de dois e (American Educational Research Association AERA et al.,
terminando com séries de nove cubos, o número de itens 2014). Para que um teste seja considerado apropriado para a
aumenta após a realização de duas sequências com o mesmo avaliação de um indivíduo, é necessário que o mesmo
número de cubos. A tarefa possui duas ordens, a direta, no apresente normas para sua interpretação. A normatização para
qual o participante repete a mesma sequência que o avaliador uma população específica é justificada por uma mensuração
realizou. Esta parte avalia a capacidade de retenção de mais apropriada da função avaliada na população alvo
informações visuoespaciais e apresenta um maior (Mitrushina et al., 2005). De acordo com Pasquali (2013), a
envolvimento com a memória de curto prazo. Na ordem normatização refere-se a padrões de interpretação do escore
inversa, o participante faz a sequência com a ordem inversa de um testando em um teste. A partir dela, pode-se determinar
que o avaliador executou. A tarefa possui uma regra de a posição do indivíduo na função avaliada pelo teste, bem
interrupção, o erro do participante em duas sequências com o como comparar o seu escore com outro sujeito. Para tanto, os
mesmo número de itens (Antunes et al., 2017). critérios de referência sugeridos para a geração de normas de
O instrumento tem sido vastamente utilizado para interpretação são: o nível de desenvolvimento do indivíduo,
mensurar a memória operacional visuoespacial (Higo et al., expresso por normas relacionadas a idade e escolaridade; e
2014; Mello, 2016; Siquara et al., 2014). O Teste do Cubos de normas intragrupo, nas quais o critério é baseado na
Corsi é amplamente utilizado nas mais diversas populações, população em que o teste se destina avaliar (Pasquali, 2013).
desde crianças saudáveis para avaliação da memória Apesar da tarefa de Cubos de Corsi apresentar alguns
operacional e habilidade visuoespacial (Lehmann et al., 2014; estudos normativos em algumas regiões no Brasil, há carência
Lima et al., 2020), adolescentes (Carbia et al., 2017), adultos de normas para outras regiões. A promoção de normas de
(Del Gatto et al., 2015) e idosos (Piccardi et al., 2013). Além referência para diferentes contextos específicos é importante
dos casos com determinados comprometimentos por lesões ou para diminuir discrepâncias socioeconômicas que podem
doenças degenerativas (Galera et al., 2013; Pedroso et al., interferir no desempenho em testes padronizados (Kaplan &
2018). Sacuzzo, 2017). Portanto, este estudo teve por objetivo
Existem diversos artigos que apresentam normas apresentar normas da tarefa do Cubos de Corsi para uma
para a tarefa de Cubos de Corsi. Farrell Pagulayan et. al. população adulta.
(2006) realizaram um estudo de normas desenvolvimentais do
desempenho de crianças em idade escolar do 1º (M=7 anos)
ao 8º ano (M=14 anos) e uma amostra de jovens adultos 2. MÉTODO
(M=21 anos). O estudo de Kessels et. al. (2000) apresentou
normas para dois grupos, população saudável e grupo de 2.1 Participantes
pacientes com lesões cerebrais (hemisfério esquerdo, direito e
bilateral), sem especificações de idade. Saggino et. al. (2004) Os participantes da amostra foram voluntários
tornaram públicas normas para população idosa italiana, com selecionados por conveniência em instituições de ensino
200 participantes de 65 a 100 anos). Monaco et al. (2012) superior e instituições religiosas no estado da Bahia (Brasil).
elaboraram normas para população saudável, avaliando 362 O estudo apresentou uma amostra composta por 260
italianos entre 20 e 90 anos. participantes, que possuíam idades entre 18 e 75 anos. O
No Brasil, Santos et. al. (2005) realizaram um estudo critério de inclusão foi idade acima de 18 anos e o critério de
com 127 crianças com idades variando de 7 a 10 anos de exclusão foi autorrelato de diagnóstico neuropsiquiátrico. A
regiões rurais e urbanas dos estados de São Paulo e Minas média de idade geral da amostra foi de 33.89 anos
Gerais. O estudo de de Paula et. al. (2010) sugeriu normas (dp=13.49). A amostra foi composta por 61.2% mulheres,
para a população geriátrica com idades entre 65 a 78 anos no correspondendo a 159 participantes, conforme pode ser
estado de Minas Gerais. Mello (2016) separou 107 adultos em observado na Tabela 1.
dois grupos do estado do Paraná promovendo normas para
este público-alvo. O primeiro grupo foi formado por pessoas Tabela 1.
de 18 a 29 anos e o segundo de 30 a 49 anos. Nas regiões Características da amostra
norte e nordeste, o estudo de Lima et. al. (2020) apresentou Faixa etária N Média de idade (dp) Porcentagem (%)
normas para o público infantil, a partir da avaliação de 569
crianças com idades de 7 a 12 anos que cursaram em escolas Homens 101 34.55 (13.82) 38.8
privadas na cidade de Salvador, escolas públicas de Simões
Filho, ambas cidades da Bahia, e escolas públicas da região Mulheres 159 33.47 (13.30) 61.2
metropolitana de Porto Velho em Rondônia.
Um teste psicológico é um procedimento ordenado Total 260 33.89 (13.49) 100
utilizado para obtenção de amostras, a serem avaliadas de
Para a avaliação dos aspectos sociodemográficos da Para a análise dos dados foi utilizado o programa
amostra, foi utilizado o questionário da Associação brasileira JASP (Jeffrey’s Amazing Statistics Program) versão 0.10.2.
de empresas de pesquisa (ABEP, 2016). Este identifica o Estatísticas descritivas foram utilizadas para uma
estrato socioeconômico do indivíduo baseado em critérios de caracterização da amostra tanto por um ponto de vista de
bens de consumo e escolaridade do principal responsável frequência, quanto na análise de média e desvio padrão de
econômico pela família. Os estratos socioeconômicos são variáveis escalares.
denominados nesta escala por: a classe A apresenta renda Foi realizado um teste de normalidade para amostra
familiar média equivalente a US$ 49 997.37; a classe B1 (Shapiro-Wilk, p<0,001). Para comparação das faixas etárias
apresenta renda média de US$ 22 150.31; a classe B2 foi utilizado o teste Kruskal Wallis e o teste post-hoc do tipo
possuem renda média de US$ 11 613.71; a classe C1 Dunn, com correções de Bonferroni para comparação entre
apresentam média de renda familiar de US$ 6 474.67; a classe duas faixas etárias. Para a apresentação dos dados em cada
C2 possui renda média de US$ 3 889.59; e a classe D/E grupo, optou-se por uma exposição de uma medida de
correspondem a uma renda familiar média de US$ 1 838.28 tendência central e o desvio padrão das variáveis.
(ABEP, 2016; informações baseadas na cotação US$ 1 = R$ O tamanho do efeito aplicado para Kruskal-Wallis
5.01, valores anuais). foi ômega ao quadrado (ω2) e seus critérios de interpretação
A tarefa do Cubos de Corsi consiste em uma base foram baseados no estudo de Goss-Sampson (2020), no qual:
retangular com nove blocos idênticos distribuídos em uma ω2<0,01 é insignificante; ω2 = 0,01 é pequeno; ω2 = 0,06 é
ordem específica (Milner, 1971). O indivíduo é instruído a médio; e ω2 = 0,14 é grande. O tamanho do efeito para o teste
repetir uma sequência de movimentos realizada pelo post-hoc de Dunn-Bonferroni foi d de Cohen e seus critérios
examinador, tocando os cubos. A sua aplicação se divide em de interpretação foram baseados em Goss-Sampson (2020),
duas etapas. A primeira é chamada de ordem direta, no qual o no qual: d<0,2 é insignificante; d = 0,2 é pequeno; d = 0,5 é
testando deve repetir de maneira precisa sequências médio; e d = 0,8 é grande.
executadas pelo avaliador. A segunda fase, nomeada de
ordem inversa, exigirá do testando reter as sequências
expostas pelo avaliador e executá-las no sentido contrário. O 3. RESULTADOS
participante deve realizar duas tentativas por número de
sequência de blocos (2 a 9). Caso não apresente acerto em Em relação às características socioeconômicas dos
duas tentativas no mesmo número de itens de uma sequência, participantes, observou-se que a amostra foi composta por
o teste é interrompido (Kessels, 2000). indivíduos de todas as classes econômicas, baseados por uma
Os escores resultantes da tarefa podem ser analisados escala de nível socioeconômico (ABEP, 2016). Verificou-se
da seguinte maneira: escore de acerto, quando se utiliza o que 78 pessoas (30%) foram classificadas no nível C1,
total de acertos nas sequências executadas de maneira correta enquanto 74 indivíduos (28.5%) foram distribuídos na classe
da ordem direta e da ordem inversa; escore de amplitude C2, i.e., 58.5% dos participantes estão dentro do nível
(span), em que se analisa o número de máximo de alcance de socioeconômico C1 ou C2, correspondendo a uma renda
itens (span) da última sequência executada corretamente pelo familiar média entre 3889.59 a 6474.67 dólares americanos
testando; e o escore composto, que é calculado pela por ano (ABEP, 2016; informações baseadas na cotação
multiplicação do número de acertos obtidos pela US$ 1 = R$ 5.01, valores anuais). Foi possível verificar outras
amplitude(span) (Antunes et al., 2017; Kessels, 2000). classes socioeconômicas na Tabela 2.
Tabela 3.
Características de escolaridade da amostra
Escolaridade N Porcentagem (%) Faixa etária Total
Analfabetismo 11 4.2 4 2 5 0 11
Fundamental I 10 3.8 2 4 4 0 10
Fundamental II 19 7.3 6 1 8 4 19
Superior 75 28.8 46 21 8 0 75
Pós-Graduação 16 5.8 5 3 6 1 15
Tabela 4.
Dados da pontuação no Cubos de Corsi por faixa etária
Idade Kkruskal Dunn-Bonferroni
Wallis
Ordem Direta - Média 8.19 8.15 7.83 8.50 8.10 1.33 (0.722) Não ocorreram diferenças
Acertos (DP) (2.00) (2.02) (2.13) (3.01) (2.05) entre os grupos
Ordem Inversa - Média 8.35 7.38 7.06 7.83 7.82 13.01 (0.005) 1>2; 1>3
Acertos (DP) (2.32) (2.33) (2.75) (2.92) (2.49)
Ordem Direta – Média 5.39 5.02 5.03 5.50 5.23 1.88 (0.59) Não ocorreram diferenças
Span (DP) (1.39) (1.73) (1.60) (1.38) (1.52) entre os grupos
Ordem Inversa - Média 5.44 4.88 4.90 5.17 5.18 6.44 (0.09) Não ocorreram diferenças
Span (DP) (1.42) (1.52) (1.80) (1.47) (1.55) entre os grupos
Ordem Direta – Média 45.47 42.37 41.47 47.50 43.90 2.11 (0.55) Não ocorreram diferenças
Escore composto (DP) (19.97) (21.96) (21.34) (26.15) (20.85) entre os grupos
Ordem Inversa – Média 47.70 38.53 38.85 44.00 43.49 10.59 (0.014) 1>2; 1>3
Escore composto (DP) (22.32) (20.86) (25.48) (26.14) (23.13)
Em relação ao nível socioeconômico e a faixa etária, C2, enquanto nove participantes estavam no nível D/E
observou-se que na faixa etária de pessoas entre 18 e 30 anos, (US$ 1838.28 por ano de renda familiar).
uma pessoa estava no nível A, sete indivíduos apresentam o Com base nos dados de escolaridade da amostra,
nível B1, 42 pessoas foram classificadas no nível B2, 45 verificou-se que 130 pessoas possuíam Ensino Médio,
participantes eram do nível socioeconômico C1, 31 do nível representando 50% da amostra. Observou-se que 75 pessoas
(28.8%) completaram o Ensino Superior, enquanto apenas 10
pessoas concluíram o Ensino Fundamental I, representando analisar o resultado do participante nos três critérios e
3.8% da amostra. As características de escolaridade da pontuações.
amostra são apresentadas na Tabela 3. Quanto à escolaridade A Tabela 4 apresenta as normas de desempenho na
e faixa etária da amostra, 130 pessoas concluíram o Ensino tarefa do Cubos de Corsi nas ordens direta e inversa,
Médio, dentre essas 72 pessoas tinham de 18-30 anos, 29 de considerando as faixas etárias da amostra. Observou-se que o
31-45 anos, 28 de 46-59 anos e apenas 1 com 60 ou mais desempenho de adultos mais jovens foi superior aos demais
anos, totalizando 50% da amostra. Quanto às outras idades e grupos etários. De acordo com a análise de Kruskal-Wallis,
escolaridade, é possível observar as informações na amostra apenas no desempenho na ordem inversa foram verificadas
na Tabela 3. diferenças entre os grupos, com um tamanho de efeito
Houve diferença no desempenho do Cubos de Corsi pequeno no total de acertos (p = 0.005; ω2 = 0.041) e no
entre as faixas etárias compostas na amostra, conforme escore composto (p = 0.014; ω2 = 0.026). Os dados presentes
descrito nas Tabelas 4, 5 e 6. Estas estatísticas foram na Tabela 4 sugeriram que o grupo 1 (18 a 30 anos)
realizadas com a finalidade de apresentar normas que apresentou diferenças significativas em seu desempenho
permitam a comparação do Cubos de Corsi em indivíduos quando comparados ao grupo 2, no total de acertos (p =
com características próximas a população estudada. Os dados 0.027; d = 0.42) e no escore composto (p = 0.028; d = 0.42), e
apresentados foram baseados na faixa etária, nível com o grupo 3, no total de acertos (p = 0.005; 0.52) e no
socioeconômico e escolaridade, utilizando o total de acertos, escore composto (p = 0.024; d = 0.38).
total de span e o escore composto, para que o aplicador possa
Tabela 5.
Dados da pontuação no Cubos de Corsi por nível socioeconômico
Nível socioeconômico Kkruskal Dunn-
Wallis Bonferroni
Ordem Média 8.00 8.66 8.23 8.39 7.90 7.08 8.10 11.18 4>6
Direta – (DP) (2.82) (1.58) (1.93) (2.06) (2.05) (2.37) (2.05) (0.048)
Acertos
Ordem Média 5.00 8.73 8.28 8.29 7.27 6.41 7.82 18.39 3>6; 4>6
Inversa – (DP) (1.41) (2.12) (2.20) (2.35) (2.57) (2.85) (2.49) (0.002)
Acertos
Ordem Média 5.00 5.87 5.45 5.23 5.08 4.67 5.23 7.50 (0.186) Não ocorreram
Direta – (DP) (1.14) (0.99) (1.26) (1.67) (1.54) (1.79) (1.52) diferenças entre
Span os grupos
Ordem Média 3.50 5.73 5.52 5.27 4.96 4.46 5.18 13.18 3>6
Inversa – (DP) (0.71) (0.88) (1.33) (1.63) (1.66) (1.53) (1.55) (0.022)
Span
Ordem Média 42.00 51.80 45.84 45.60 41.12 36.71 43.90 9.68 (0.085) Não ocorreram
Direta – (DP) (25.46) (16.98) (19.32) (22.05) (19.46) (25.54) (20.85) diferenças entre
Escore os grupos
composto
Ordem Média 18.48 51.67 48.04 46.32 39.00 32.46 43.49 17.61 3>6
Inversa – (DP) (8.48) (21.40) (21.40) (23.93) (22.54) (22.76) (23.13) (0.003)
Escore
composto
Nota. Para todos os resultados, significativo em p<0,05.
0.002; ω2 = 0.062), total de span (p = 0.022; ω2 = 0.037) e desempenho na ordem inversa, foi verificada diferença
escore composto (p = 0.003; ω2 = 0.044) do instrumento. significativa, com tamanho de efeito médio, entre os grupos
Após detecção desta diferença, foi realizada uma B2 e D/E, em total de acertos (p = 0.039; d = 0.78), total de
análise post hoc entre os níveis socioeconômicos. Os span (p = 0.038; d = 0.77) e escore composto (p = 0.021; d =
indivíduos da amostra apresentaram diferenças significativas 0.72), e na comparação do total de acertos dos grupos C1 e
quando comparado o desempenho no total de acertos da D/E (p = 0.003; d = 0.76).
ordem direta entre os grupos C1 e D/E (p = 0.023; d = 0.62),
indicando um tamanho de efeito médio. Quando analisado o
Tabela 6.
Dados da pontuação no Cubos de Corsi por escolaridade
Nível socioeconômico Kkruskal Dunn-
Wallis Bonferroni
Ordem Média 6.90 5.30 7.47 8.14 8.64 8.66 8.10 30.99 2<4; 2<5;
Direta - (DP) (2.54) (1.56) (1.98) (1.87) (2.12) (1.23) (2.05) (<0.001) 2<6
Acertos
Ordem Média 7.27 4.40 6.84 7.92 8.34 8.33 7.82 22.23 2<4; 2<5;
Inversa - (DP) (3.71) (1.71) (2.73) (2.32) (2.32) (1.83) (2.49) (<0.001) 2<6
Acertos
Ordem Média 3.00 (1.18) 3.60 (1.35) 5.26 (1.15) 5.65 4.96 5.60 5.23 35.67 1<3; 1<4;
Direta - (DP) (1.21) (1.79) (0.83) (1.52) (<0.001) 1<5; 1<6;
Span 2>4; 2>5;
2>6
Ordem Média 3.00 (1.00) 3.00 (0.94) 5.16 (1.42) 5.50 5.19 5.53 5.18 41.72 1<3; 1<4;
Inversa - (DP) (1.39) (1.60) (1.06) (1.55) (<0.001) 1<5; 1<6;
Span 2>3; 2>4;
2>5; 2>6
Ordem Média 20.00 (9.38) 20.30 (12.20) 41.21 (19.79) 47.84 43.39 48.93 43.90 36.99 1<3; 1<4;
Direta – (DP) (20.56) (20.88) (12.34) (20.85) (<0.001) 1<5; 1<6;
Escore 2<4; 2<5;
composto 2<6
Ordem Média 18.48 (8.48) 51.67 (21.40) 48.04 (21.40) 46.32 39.00 32.46 43.49 33.48 1<4; 1<5;
Inversa – (DP) (23.93) (22.54) (22.76) (23.13) (<0.001) 1<6; 2>3;
Escore 2>4; 2>5;
composto 2>6
Na Tabela 6, há a comparação entre todas as fundamental I e o grupo com ensino médio (p<0.001; d =
escolaridades presentes, sendo utilizado o teste não 1.53), o grupo com fundamental I e o grupo com ensino
paramétrico Kruskal-Wallis. Desta análise foi possível superior (p<0.001; d = 1.61), e o grupo com fundamental I e o
observar que os indivíduos da amostra apresentaram grupo com pós-graduação (p<0.001; d = 2.45). Já para o total
diferenças significativas no desempenho da ordem direta, em de acertos na ordem inversa, os dados sugeriram diferenças
total de acertos (p<0.001; ω2 = 0.10), total de span (p<0.001; entre o grupo ensino fundamental I e o grupo ensino médio
ω2 = 0.17) e no escore composto (p<0.001; ω2 = 0.11). A (p<0.001; d = 1.54); o grupo fundamental I e o grupo ensino
análise comparativa também permitiu observar diferenças superior (p<0.001; d = 1.74); e o grupo ensino fundamental I
significativas no desempenho da ordem inversa, em total de e o grupo pós-graduação (p = 0.002; d = 2.20). A comparação
acertos (p<0.001; ω2 = 0.08), total de span (p<0.001; ω2 = do desempenho no total de span da ordem direta entre os
0.17) e no escore composto (p<0.001; ω2 = 0.10). A análise grupos de escolaridade sugeriram diferenças na ordem direta
post-hoc indicou diferenças significativas relacionadas ao entre os grupos: analfabetismo e fundamental II (p = 0.01; d
total de acertos na ordem direta entre o grupo com = 1.95); analfabetismo e ensino médio (p<0.001; d = 2.19);
analfabetismo e ensino superior (p = 0.001; d = 1.13); de sua pequena amostra, influenciando na medida de
analfabelo e pós-graduação (p<0.001; d = 2.62); ensino tendência central.
fundamental I e ensino médio (p = 0.002; d = 1.67); ensino Quando observados os resultados referentes ao nível
fundamental I e ensino superior (p = 0.041; d = 0.78); ensino socioeconômico, verificou-se que, com exceção do grupo 1,
fundamental I e pós-graduação (p = 0.018; d = 1.88). i.e, classe A, quanto mais alta a renda, maior o desempenho
Foram observadas diferenças significativas no span tanto na retenção de informações visuais, quanto na utilização
da ordem inversa, indicadas entre os grupos: analfabetismo e do esboço visuoespacial da memória operacional. Embora
fundamental II (p = 0.004; d = 1.67); analfabetismo e ensino este crescimento do desempenho seja observado na média,
médio (p<0.001; d = 1.83); analfabetismo e ensino superior apenas houve diferenças significativas quando comparados os
(p<0.001; d = 1.42); analfabetismo e pós-graduação (p = grupos 3 e 6 e, 4 e 6, com tamanhos de efeitos médios. Uma
0.001; d = 2.45); ensino fundamental I e ensino fundamental possível explicação para a falta de diferenças significativas
II (p = 0.006; d = 1.68); ensino fundamental I e ensino médio em muitos grupos pode ser pelo fato do tamanho da amostra
(p<0.001; d = 1.83); ensino fundamental I e ensino superior para alguns grupos ser pequeno, sugerindo distorções na
(p<0.001; d = 1.42); ensino fundamental I e pós-graduação (p medida de tendência central. Entretanto, este resultado está de
= 0.002; d = 2.49). acordo com o que foi sugerido pelo estudo de Engel de Abreu
Em relação ao escore composto do cubos de corsi, (2015), no qual fatores socioeconômicos teriam um papel
foram observadas diferenças significativas na ordem direta importante na expressão do desempenho cognitivo da
entre os grupos: analfabetismo e fundamental II (p = 0.03; d = população brasileira seja em tarefas, seja nas atividades do
1.26); analfabetismo e ensino médio (p<0.001; d = 1.39); cotidiano. Estudos que indicam que desempenho cognitivo
analfabetismo e ensino superior (p<0.001; d = 1.18); pode ser influenciado por características socioeconômicas,
analfabelo e pós-graduação (p<0.001; d = 2.58); ensino ligados a fatores como exposição a conteúdos, incentivos
fundamental I e ensino médio (p<0.001; d = 1.37); ensino favorecedores, qualidade educacional e condições ambientais,
fundamental I e ensino superior (p = 0.004; d = 1.15); ensino que estimulam a cognição (Engel de Abreu et al., 2015;
fundamental I pós-graduação (p = 0.001; d = 2.33). Diamond, 2016; Chen et al., 2019; Jean et al., 2019; Schibli et
Semelhantemente, as diferenças entre grupos do escore al., 2017; Oshri et al., 2019; Jesus et al., 2018; Scott et al.,
composto do Cubos de corsi na ordem inversa foram: 2019).
analfabetismo e ensino médio (p = 0.003; d = 1.10); A partir dos presentes resultados foi possível
analfabetismo e ensino superior (p = 0.007; d = 1.01); observar que nos níveis socioeconômicos B1, B2 e C1, as
analfabetismo e pós-graduação (p = 0.015; d = 1.55); médias estão mais semelhantes, enquanto nos níveis C2 e D/E
fundamental I e fundamental II (p = 0.002; d = 2.79); ensino ocorreu um decaimento progressivo na média. Enquanto no
fundamental I e ensino médio (p<0.001; d = 1.49); ensino nível A, a média de acertos na ordem inversa foi similar ao
fundamental I e ensino superior (p<0.001; d = 1.34); ensino nível C2, e na ordem inversa apresentou menor desempenho
fundamental I e a pós-graduação (p<0.001; d = 2.18). entre os níveis. É importante observar que de um total de 260
pessoas, apenas duas foram caracterizadas no nível A, o que
resulta em maiores possibilidades de distorções na média.
4. DISCUSSÃO Em relação à escolaridade, foi observado um
crescimento progressivo na média da ordem direta do
Os resultados indicaram que houve um decaimento fundamental I até a pós-graduação, assim como na ordem
progressivo da média nas faixas etárias de 18 a 30, 31 a 45 e inversa do Cubos de Corsi. Porém observa-se que a média do
46 a 59 tanto na ordem direta quanto inversa, enquanto na grupo de pessoas analfabetas foi oscilante, apresentando
faixa etária de pessoas acima de 60 anos, os resultados de média maior quando comparado ao grupo fundamental I, na
acertos na ordem direta e inversa são maiores se comparados ordem direta, e média maior que o grupo fundamental II, na
às anteriores. A análise comparativa do desempenho entre as ordem inversa. Uma possível explicação para este dado é que
faixas etárias, indicou diferença significativa apenas na ordem os valores mínimo e máximo desse grupo foram muito
inversa. Na análise post-hoc, observou-se diferença no variados, apresentando um desvio padrão maior do que todos
desempenho do grupo 1 com os grupos 2 e 3. Quando os grupos com outros níveis de escolaridade. Também foi
comparados os grupos 2 (31 a 45 anos), grupos 3 (46 a 59 possível analisar que não houve diferenças significativas entre
anos) e grupo 4 (60 anos ou mais), não foram encontradas alguns grupos. Uma possível explicação para este dado é que
diferenças significativas. A falta de diferença significativa a maior parte da amostra foi concentrada nos grupos com
entre os outros grupos analisados pode ser explicada pelo escolaridade média e superior (205 pessoas; 79% da amostra),
número reduzido de indivíduos de outras faixas etárias na o que pode sugerir distorções na medida de tendência central.
amostra. Foi verificado também que o nível de escolaridade
Os resultados da ordem inversa sugerem do participante pode influenciar no desempenho do
parcialmente uma diminuição do escore em memória instrumento. Este dado observado corrobora com o estudo de
operacional visuoespacial com o aumento da idade. Os Zarantonello et. al. (2019), que apresentaram um estudo que
estudos de Tromp et. al. (2015) e Dias et. al. (2018) sugeriram indica que fatores como o nível educacional podem
que idade apresenta influência no desempenho de funções influenciar o desempenho em memória operacional
cognitivas como por exemplo: a memória visuoespacial, visuoespacial ao longo dos anos.
funções executivas e a atenção. Entretanto, salienta-se que,
muito provavelmente, o grupo 4, o dos mais idosos,
apresentou um desempenho acima dos grupos 2 e 3 por conta
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Baddeley, A., Eysenck, M. W., & Anderson, M. C. (2015). Memory
(2nd ed.). Psychology Press.
O objetivo do presente estudo foi apresentar normas Bessa, J. R. C., (2019) Desenvolvimento e investigações
do instrumento Cubos de Corsi para população adulta. A psicométricas do Teste do Desempenho Atencional em
adultos Dissertação de mestrado, Universidade Federal da
partir da análise dos dados, foi possível observar que houve
Bahia, Salvador, Brasil.
uma diferença significativa entre as faixas etárias na ordem
Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. (2016). Critério de
inversa do Cubos de Corsi, com um desempenho menor nas Classificação Econômica Brasil.
faixas etárias mais velhas. Este dado corrobora com estudos http://www.abep.org/criterio-brasil
anteriores que observaram que o desempenho em tarefas que Carbia, C., Cadaveira, F., López-Caneda, E., Caamaño-Isorna, F.,
envolvem memória operacional e a atenção decai ao longo do Rodríguez Holguín, S., & Corral, M. (2017). Working
envelhecimento (De Beni & Palladino, 2004; Donolato et al., memory over a six-year period in young binge drinkers.
2017; Gilsoul et al., 2018; Bessa, 2019; Santana, 2019). Alcohol, 61, 17–23.
Também foi possível observar que o desempenho na ordem http://doi.org/10.1016/j.alcohol.2017.01.013
direta do Cubos de Corsi, i e, a capacidade de retenção de Chen, C.-C., Ryuh, Y., Hardwick, H., Shirley, R., Brinkley, B., Lim,
S., Lee, Y., & Kim, M.-L. (2019). Psychological Benefits
curto prazo a estímulos visuais decai ao longo das faixas
of Inclusive Soccer Program in Young Adults with and
etárias, porém esta diferença não foi significativa. without Intellectual Disabilities. J Dev Phys Disabil, 31,
É preciso ressaltar que este estudo apresentou 847–861. http://doi.org/10.1007/s10882-019-09677-1
algumas limitações. O número de participantes da amostra Corsi, P. M. (1973). Human memory and the medial temporal region
não está distribuído equitativamente entre as faixas etárias, of the brain. Dissertation Abstracts International, 34(2-B),
apresentando um grande número de participantes na faixa 891.
etária de 18 a 30 anos, porém poucos indivíduos na faixa De Beni, R., & Palladino, P. (2004). Decline in working memory
etária de maiores de 60 anos. Assim como não houve uma updating through ageing: Intrusion error analyses.
distribuição equiparada no nível socioeconômico, com poucos Memory, 12(1), 75-89.
de Paula, J. J., Malloy-Diniz, L. F., & Romano-Silva, M. A. (2016).
participantes no nível A. Uma outra limitação que pode ser
Reliability of working memory assessment in
verificada é que a amostra foi de residentes apenas do estado neurocognitive disorders: a study of the Digit Span and
da Bahia, porém não foi possível uma discriminação dentro Corsi Block-Tapping tasks. Brazilian Journal of
da região, como população de zona rural e urbana. É Psychiatry, 38(3), 262-263. http://doi.org/10.1590/1516-
importante ressaltar que o Brasil, pela grande dimensão 4446-2015-1879
territorial e variação socioeconômica e cultural, pode de Paula, J. J., Schlottfeldt, C. G., Moreira, L., Cotta, M., Bicalho,
apresentar diferentes resultados em instrumentos M. A., Romano-Silva, M. A., Corrêa, H., Moraes, E. N., &
neuropsicológicos. Salienta-se que o uso destes dados requer Malloy-Diniz, L. F. (2010). Propriedades psicométricas de
cautela quanto a generalização a outras populações do um protocolo neuropsicológico breve para uso em
populações geriátricas. Archives of Clinical Psychiatry
nordeste brasileiro, ainda que a região apresente
(São Paulo), 37(6), 251-255.
aproximações de características sociodemográficas e Del Gatto, C., Brunetti, R., & Delogu, F. (2015). Cross-modal and
culturais. Por outro lado, o estudo buscou oferecer aos intra-modal binding between identity and location in
profissionais uma nova possibilidade de norma de referência spatial working memory: The identity of objects does not
para os três tipos de escores da tarefa do Cubos de Corsi help recalling their locations. Memory, 24(5), 603–615.
(acertos, span e escore composto) com os critérios de idade, http://doi.org/10.1080/09658211.2015.1034137
de escolaridade e de classificação socioeconômica. Espera-se Diamond, A. (2016). Why improving and assessing executive
que o estudo colabore na promoção de normas que estejam functions early in life is critical. In J. A. Griffin, P.
condizentes com os aspectos sociodemográficos da população McCardle, & L. S. Freund (Eds.), Executive function in
preschool-age children: Integrating measurement,
adulta investigada. Deve-se considerar assim a proximidade neurodevelopment, and translational research (pp. 11–43).
geográfica, cultural e socioeconômica representada entre este American Psychological Association.
e outros estados do nordeste brasileiro, sugerindo que os http://doi.org/10.1037/14797-002
dados possam estender-se para uso em populações com perfil Dias, B. F., Rezende, L. O., Malloy-Diniz, L. F., & Paula, J. J. de.
similar. Sugere-se que no futuro sejam realizados outros (2018). Relationship between visuospatial episodic
estudos de normatização com amostras maiores e mais memory, processing speed and executive function: are they
homogêneas para promoção de normas adequadas para as stable over a lifespan? Arquivos de Neuro-Psiquiatria,
diversas características da população brasileira adulta. 76(2), 89–92. http://doi.org/10.1590/0004-282x20170186
Donolato, E., Giofrè, D., & Mammarella, I. C. (2017). Differences in
Verbal and Visuospatial Forward and Backward Order
Referências Recall: A Review of the Literature. Frontiers in
Psychology, 8, 663.
American Educational Research Association, American http://doi.org/10.3389/fpsyg.2017.00663
Psychological Association, & National Council on Engel de Abreu, P. M. J., Tourinho, C. J., Puglisi, M. L., Nikaedo,
Measurement in Education. (2014). Standards for C., Abreu, N., Miranda, M. C., Befi-Lopes, D. M., Bueno,
educational and psychological testing. O. F. A., & Martin, R. (2015). A Pobreza e a Mente:
Antunes, A. M., Costa, A. J., & Haase, V. G. (2017). Tarefa de Perspectiva da Ciência Cognitiva. The University of
Cubos de Corsi. In: Costa, A. J., Moura, R. J., & Haase, V. Luxembourg.
G. (Ed.), Compêndio de Testes Neuropsicológicos: Farrell Pagulayan, K., Busch, R. M., Medina, K. L., Bartok, J. A., &
Atenção, Funções Executivas e Memória (pp. 136-148). Krikorian, R. (2006). Developmental Normative Data for
Editora Hogrefe. the Corsi Block-Tapping Task. Journal of Clinical and