LEI ORGANICA DA SAUDE
Art. 1º Esta lei regula, em todo o TERRITÓRIO NACIONAL, as ações e
serviços de saúde, executados ISOLADA OU CONJUNTAMENTE, em
caráter PERMANENTE OU EVENTUAL, por PESSOAS NATURAIS OU
JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO OU PRIVADO.
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o
ESTADO prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e
execução de POLÍTICAS ECONÔMICAS E SOCIAIS que visem à redução
de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de
condições que assegurem acesso UNIVERSAL E IGUALITÁRIO às ações e
aos serviços para a sua PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO.
§ 2º O dever do Estado não EXCLUI o das PESSOAS, DA FAMÍLIA, DAS
EMPRESAS E DA SOCIEDADE.
Art. 3o OS NÍVEIS DE SAÚDE expressam a organização social e econômica
do País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a
ALIMENTAÇÃO, A MORADIA, O SANEAMENTO BÁSICO, O MEIO
AMBIENTE, O TRABALHO, A RENDA, A EDUCAÇÃO, A ATIVIDADE
FÍSICA, O TRANSPORTE, O LAZER E O ACESSO AOS BENS E
SERVIÇOS ESSENCIAIS.
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e
instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração
direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o
Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas
federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e
produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e
hemoderivados, e de equipamentos para saúde.
§ 2º A INICIATIVA PRIVADA poderá participar do Sistema Único de
Saúde (SUS), em CARÁTER COMPLEMENTAR.
Art. 5º São OBJETIVOS do Sistema Único de Saúde SUS:
I - A IDENTIFICAÇÃO E DIVULGAÇÃO dos fatores condicionantes e
determinantes da saúde;
II - A FORMULAÇÃO DE POLÍTICA DE SAÚDE destinada a promover,
nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º
desta lei;
III - A ASSISTÊNCIA ÀS PESSOAS por intermédio de ações de
promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada
das ações assistenciais e das atividades preventivas.
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados
contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde
(SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da
Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis
de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e
contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e
coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do
sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua
integridade física e moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de
qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de
saúde e a sua utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades,
a alocação de recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em
cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e
saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e
humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na
prestação de serviços de assistência à saúde da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de
assistência; e
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade
de meios para fins idênticos.
XIV – organização de atendimento público específico e especializado
para mulheres e vítimas de violência doméstica em geral, que garanta,
entre outros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias
plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de
agosto de 2013. (Redação dada pela Lei nº 13.427, de 2017)
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de
Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar
da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e
hierarquizada em níveis de complexidade crescente.
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo
com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada
esfera de governo pelos seguintes órgãos:
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou
órgão equivalente.
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver
em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam.
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio
da direção única, e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua
observância.
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá
organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas
e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional,
subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e
órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil.
Parágrafo único. As COMISSÕES INTERSETORIAIS terão a finalidade
de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja
execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único
de Saúde (SUS).
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das
comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades:
I - alimentação e nutrição;
II - saneamento e meio ambiente;
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
IV - recursos humanos;
V - ciência e tecnologia; e
VI - saúde do trabalhador.
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração
entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e
superior.
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor
prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação continuada
dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera
correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica
entre essas instituições.
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são
reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre gestores,
quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde
(SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
Art. 16. A DIREÇÃO NACIONAL do Sistema Único da Saúde (SUS)
COMPETE:
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição;
II - participar na formulação e na implementação das políticas:
a) de controle das agressões ao meio ambiente;
b) de saneamento básico; e
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
III - definir e coordenar os sistemas:
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
b) de rede de laboratórios de saúde pública;
c) de vigilância epidemiológica; e
d) vigilância sanitária;
IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com
órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que
tenham repercussão na saúde humana;
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle
das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde
do trabalhador;
VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância
epidemiológica;
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos,
aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos
Estados, Distrito Federal e Municípios;
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da
qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso
humano;
IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização
do exercício profissional, bem como com entidades representativas de
formação de recursos humanos na área de saúde;
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política
nacional e produção de insumos e equipamentos para a saúde, em
articulação com os demais órgãos governamentais;
XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional
para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde;
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de
interesse para a saúde;
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação
institucional;
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de
Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de assistência à saúde;
XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas e para
os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respectivamente, de
abrangência estadual e municipal;
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de
Sangue, Componentes e Derivados;
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde,
respeitadas as competências estaduais e municipais;
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS,
em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a
avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território Nacional em
cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal. (Vide
Decreto nº 1.651, de 1995)
§ 1º A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e
sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos
inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual
do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de
disseminação nacional. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº
14.141, de 2021)
§ 2º Em situações epidemiológicas que caracterizem emergência em
saúde pública, poderá ser adotado procedimento simplificado para a
remessa de patrimônio genético ao exterior, na forma do
regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.141, de 2021)
Art. 17. À direção ESTADUAL do Sistema Único de Saúde (SUS)
COMPETE:
I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das
ações de saúde;.
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema
Único de Saúde (SUS);
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar
supletivamente ações e serviços de saúde;
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) de vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição; e
d) de saúde do trabalhador;
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do
meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana;
VI - participar da formulação da política e da execução de ações de
saneamento básico;
VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos
ambientes de trabalho;
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a
política de insumos e equipamentos para a saúde;
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas
públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional;
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e
hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua organização
administrativa;
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e
avaliação das ações e serviços de saúde;
XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de
procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias de
consumo humano;
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de
portos, aeroportos e fronteiras;
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de
morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada.
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde
e gerir e executar os serviços públicos de saúde;
II - participar do planejamento, programação e organização da rede
regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em
articulação com sua direção estadual;
III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às
condições e aos ambientes de trabalho;
IV - executar serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição;
d) de saneamento básico; e
e) de saúde do trabalhador;
V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e
equipamentos para a saúde;
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que
tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos
municipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las;
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância
sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e
convênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem
como controlar e avaliar sua execução;
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de
saúde;
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de
saúde no seu âmbito de atuação.
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos
Estados e aos Municípios.
LEI ORGÂNICA DA SEGURIDADE SOCIAL
Art. 1º A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de
ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a
assegurar o direito relativo à SAÚDE, À PREVIDÊNCIA E À ASSISTÊNCIA
SOCIAL.
Parágrafo único. A seguridade Social obedecerá aos seguintes
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES:
a) universalidade da cobertura e do atendimento;
b) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais;
c) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e
serviços;
d) irredutibilidade do valor dos benefícios;
e) eqüidade na forma de participação no custeio;
f) diversidade da base de financiamento;
g) caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa com
a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários
e aposentados.
Art. 2º A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.
Parágrafo único. As atividades de saúde são de relevância pública e sua
organização obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes:
a) acesso universal e igualitário;
b) provimento das ações e serviços através de rede regionalizada e
hierarquizada, integrados em sistema único;
c) descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
d) atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas;
e) participação da comunidade na gestão, fiscalização e
acompanhamento das ações e serviços de saúde;
f) participação da iniciativa privada na assistência à saúde, obedecidos
os preceitos constitucionais.
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 3º A Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários
meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade
avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de
família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam
ECONOMICAMENTE.
Parágrafo único. A organização da Previdência Social obedecerá aos
seguintes PRINCÍPIOS E DIRETRIZES:
a) universalidade de participação nos planos previdenciários, mediante
contribuição;
b) valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário-de-
contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado, não inferior ao
do salário mínimo;
c) cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição,
corrigidos monetariamente;
d) preservação do valor real dos benefícios;
e) previdência complementar facultativa, custeada por contribuição
adicional.
Art. 4º A Assistência Social é a política social que provê o atendimento das
necessidades básicas, traduzidas em proteção à família, à maternidade,
à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiência,
independentemente de contribuição à Seguridade Social.
Parágrafo único. A organização da Assistência Social obedecerá às
seguintes diretrizes:
a) descentralização político-administrativa;
b) participação da população na formulação e controle das ações em
todos os níveis.
Art. 5º As ações nas áreas de Saúde, Previdência Social e Assistência
Social, conforme o disposto no Capítulo II do Título VIII da Constituição
Federal, serão organizadas em Sistema Nacional de Seguridade Social, na
forma desta Lei.
Art. 6º Fica instituído o Conselho Nacional da Seguridade Social, órgão
superior de deliberação colegiada, com a participação da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de representantes da
sociedade civil.
§ 1º O Conselho Nacional da Seguridade Social terá dezessete membros
e respectivos suplentes, sendo: (Redação dada pela Lei n° 8.619, de 5.1.93)
a) 4 (quatro) representantes do Governo Federal, dentre os quais, 1 (um)
da área de saúde, 1 (um) da área de previdência social e 1 (um) da área de
assistência social;
b) 1 (um) representante dos governos estaduais e 1 (um) das
prefeituras municipais;
c) oito representantes da sociedade civil, sendo quatro trabalhadores,
dos quais pelo menos dois aposentados, e quatro empresários; (Redação
dada pela Lei n° 8.619, de 5.1.93)
d) 3 (três) representantes dos conselhos setoriais, sendo um de cada
área da Seguridade Social, conforme disposto no Regimento do Conselho
Nacional da Seguridade Social.
§ 2º Os membros do Conselho Nacional da Seguridade Social serão
nomeados pelo Presidente da República.
§ 3º O Conselho Nacional da Seguridade Social será presidido por um dos
seus integrantes, eleito entre seus membros, que terá mandato de 1 (um)
ano, vedada a reeleição, e disporá de uma Secretaria-Executiva, que se
articulará com os conselhos setoriais de cada área.
§ 4º Os representantes dos trabalhadores, dos empresários e
respectivos suplentes serão indicados pelas centrais sindicais e
confederações nacionais e terão mandato de 2 (dois) anos, podendo ser
reconduzidos uma única vez.
§ 5º As áreas de Saúde, Previdência Social e Assistência Social
organizar-se-ão em conselhos setoriais, com representantes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e da sociedade civil.
§ 6º O Conselho Nacional da Seguridade Social reunir-se-á ordinariamente
a cada bimestre, por convocação de seu presidente, ou,
extraordinariamente, mediante convocação de seu presidente ou de um
terço de seus membros, observado, em ambos os casos, o prazo de até 7
(sete) dias para a realização da reunião.
§ 7º As reuniões do Conselho Nacional da Seguridade Social serão
iniciadas com a presença da maioria absoluta de seus membros, sendo
exigida para deliberação a maioria simples dos votos.
§ 8º Perderá o lugar no Conselho Nacional da Seguridade Social o membro
que não comparecer a 3 (três) reuniões consecutivas ou a 5 (cinco)
intercaladas, no ano, salvo se a ausência ocorrer por motivo de força maior,
justificado por escrito ao Conselho, na forma estabelecida pelo seu regimento.
§ 9º A vaga resultante da situação prevista no parágrafo anterior será
preenchida através de indicação da entidade representada, no prazo de 30
(trinta)dias.
§ 11. As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores em
atividade, decorrentes de sua participação no Conselho, serão abonadas,
computando-se como jornada efetivamente trabalhada para todos os fins e
efeitos legais.
Art. 7º Compete ao Conselho Nacional da Seguridade Social:
I - estabelecer as diretrizes gerais e as políticas de integração entre as
áreas, observado o disposto no inciso VII do art. 194 da Constituição Federal;
II - acompanhar e avaliar a gestão econômica, financeira e social dos
recursos e o desempenho dos programas realizados, exigindo prestação de
contas;
III - apreciar e aprovar os termos dos convênios firmados entre a
seguridade social e a rede bancária para a prestação dos serviços;
IV - aprovar e submeter ao Presidente da República os programas
anuais e plurianuais da Seguridade Social;
V - aprovar e submeter ao Órgão Central do Sistema de Planejamento
Federal e de Orçamentos a proposta orçamentária anual da Seguridade
Social;
VI - estudar, debater e aprovar proposta de recomposição periódica dos
valores dos benefícios e dos salários-de-contribuição, a fim de garantir, de
forma permanente, a preservação de seus valores reais;
VII - zelar pelo fiel cumprimento do disposto nesta Lei e na legislação que
rege a Seguridade Social, assim como pelo cumprimento de suas
deliberações;
VIII - divulgar através do Diário Oficial da União, todas as suas
deliberações;
IX - elaborar o seu regimento interno.
Art. 8º As propostas orçamentárias anuais ou plurianuais da Seguridade
Social serão elaboradas por Comissão integrada por 3 (três) representantes,
sendo 1 (um) da área da saúde, 1 (um) da área da previdência social e 1 (um)
da área de assistência social.
Art. 9º As áreas de Saúde, Previdência Social e Assistência Social são
objeto de leis específicas, que regulamentarão sua organização e
funcionamento.
LEI ORGÂNICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 1º A previdência social organizada na forma desta lei, tem por fim
assegurar aos seus beneficiários os meios indispensáveis de manutenção,
por motivo de idade avançada, incapacidade, tempo de serviço, prisão ou
morte daqueles de quem dependiam econômicamente, bem como a
prestação de serviços que visem à proteção de sua saúde e concorram para o
seu bem-estar.
Art. 2º Definem-se como beneficiários da previdência social:
(Redação dada pela Lei nº 5.890, de 1973)
I - segurados: todos os que exercem emprego ou qualquer tipo de
atividade remunerada, efetiva ou eventualmente, com ou sem vínculo
empregatício, a título precário ou não, salvo as exceções expressamente
consignadas nesta lei. (Redação dada pela Lei nº 5.890, de
1973)
II - dependentes: as pessoas assim definidas no art. 11.
Art. 3º São excluídos do regime desta lei:
I - os servidores civis e militares da União, dos Estados, dos Municípios, dos
Territórios e do Distrito Federal, bem como os das respectivas autarquias, que
estejam sujeitos a regimes próprios de previdência, salvo se forem
contribuintes da Previdência Social Urbana;
II - os trabalhadores rurais, assim definidos na forma da legislação própria.
Art. 52. A ASSISTÊNCIA COMPLEMENTAR compreenderá a ação pessoal
junto aos beneficiários, quer individamente, quer em grupo, por meio da
técnica do Serviço Social, visando à melhoria de suas condições de vida.
§ 1º A assistência complementar será prestada diretamente ou
mediante acordo com os serviços e associações especializadas.
§ 2º Compreende-se na prestação da assistência complementar a de
natureza jurídica, a pedido dos beneficiários ou "ex-officio" para a habilitação
aos benefícios de que trata esta lei e que deverá ser ministrada, em juízo ou
fora dêle, com isenção de selos, taxas, custas e emolumentos de qualquer
espécie.
Art. 76. Entende-se por SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO: (Redação
dada pela Lei nº 5.890, de 1973)
l - a remuneração efetivamente percebida, a qualquer título, para os
segurados referidos nos itens I e Il do artigo 5º até o limite de 20 (vinte)
vezes o maior salário-mínimo vigente no País; (Redação dada pela Lei
nº 5.890, de 1973)
II - o salário-base para os trabalhadores autônomos e para os
segurados facultativos; (Redação dada pela Lei nº 5.890, de 1973)
III - o salário-base para os empregadores, assim definidos no item III
do artigo 5º.
Art. 5º São obrigatoriamente segurados:
I - como empregados: (Redação dada pela Lei nº 6.887, de 1980)
a) os que trabalhem nessa condição no Território Nacional, inclusive os
domésticos; (Incluída pela Lei nº 6.887, de 1980)
b) os brasileiros e estrangeiros domiciliados e contratados no Brasil
para trabalharem como empregados nas sucursais ou agências de
empresas nacionais no exterior;