Aula 02 - 22 - Instalações Prediais

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INSTALAÇÕES PREDIAIS

O que são instalações hidráulico – sanitárias


de um edifício?
• Conjunto de tubulações, conexões, peças, aparelhos sanitários,
acessórios e dispositivos que:
• Permitam levar água da rede pública até os pontos de consumo ou utilização dentro
de uma edificação.
• Permitam o escoamento rápido dos despejos e sua fácil desobstrução, devendo
garantir a interrupção de passagem de animais para o interior das edificações, a
exalação de maus odores e a contaminação da água.
O que são instalações hidráulico – sanitárias
de um edifício?
• Conjunto de tubulações, conexões, peças, aparelhos sanitários,
acessórios e dispositivos que:
• Garantam o afastamento conveniente de águas de chuva para a rua ou coletores
públicos, evitando inundações de terraços e quintas, umidade nas paredes e
desconforto aos transeuntes e moradores.
• Garantam a proteção e combate a incêndio em imóveis abrangidos pela legislação
em vigor.
• Evitem a contaminação da água e do solo, sem prejuízo aos moradores, na ausência
total ou parcial de serviços públicos de esgotamento sanitário.
O que são instalações hidráulico – sanitárias
de um edifício?
• Onde ficam instaladas?
• Na maior parte dos casos ficam “disfarçadas” ou “escondidas” nas paredes, tetos
falsos, etc. da edificação por questões funcionais e estéticas.
Um pouco de história das IPHS
• A organização da utilização de água nas edificações passou a ser feita a partir da
Primeira Guerra Mundial. Foram estabelecidos critérios para implantação dos ambientes
sanitários e dos aparelhos nele contidos.
• Até 1972, os conhecimentos das IPHS eram baseados em princípios empíricos, altamente
dependentes da experiência e julgamento dos profissionais da área.
Um pouco de história das IPHS
• Desde 1996, o Brasil segue a “política de incentivo de uso racional da água”, em que se
trabalha para o desenvolvimento de tecnologia e equipamentos de consumo reduzido
de água, visando atender ao maior número de pessoas, reduzir consumo energético e
demais custos envolvidos e o porte das ETAs e ETEs. Por exemplo: torneiras de
fechamento automático, bacias sanitárias com vácuo, etc.
• As válvulas com fechamento gradativo ou lento também foram incluídas por
contribuírem positivamente com o funcionamento do sistema (redução da
sobrepressão/golpe de aríete). Válvulas de descarga tem sido substituídas por caixas de
descarga.
Compatibilização de projetos
• Projetos de um edifício:
• Projeto arquitetônico.
• Projeto estrutural e de fundações.
• Projeto de instalações elétricas.
• Projeto de instalações hidráulico – sanitárias e de prevenção e combate a incêndios.
Compatibilização de projetos
• Preocupa-se fundamentalmente com os aspectos funcionais e
estéticos do edifício, tendo em vista o tipo de ocupação e as
características socioeconômicas e culturais dos usuários.
• Deve visar comodidade, saúde, conforto e bem-estar dos usuários,
considerando uma estética agradável.
Compatibilização entre projetos
• Principais instalações hidráulico – sanitárias a serem compatibilizadas
com as demais partes de um edifício:
• Instalações prediais de água fria.
• Instalações prediais de água quente.
• Instalações prediais de esgotos sanitários.
• Instalações prediais de águas pluviais.
• Instalações de combate a incêndio.
• Instalações de gás.
Previsão de espaço para instalações prediais
– aparelhos
• Não existem regras definitivas mas sim algumas soluções genéricas e
especificações mínimas
• Dica: consultar o livro “Neufert – Arte de projetar em Arquitetura”.
• Exemplos: recomendações em cozinhas:
Previsão de espaço para instalações prediais
– aparelhos
• Exemplos: recomendações em banheiros:

No box, o espaço deve ser


suficiente para movimentos
livres, sem ocorrer o risco de
bater nas paredes. Para um bom
jato de água, a altura do
chuveiro deve ser próxima a 200
mm.
Previsão de espaço para instalações prediais
– aparelhos
• Exemplos: recomendações em banheiros:
Previsão de espaço para instalações prediais
– aparelhos
• Colunas de água e tubos de queda
Previsão de espaço para instalações prediais
– aparelhos
Previsão de espaço para instalações prediais
– aparelhos
Compatibilização das instalações
hidráulicas com a estrutura dos
edifícios
• Evitar: “solidarização” de tubulações com a estrutura (deformação,
retração e impossibilidade de reparos)
• Lajes: deixar as “passagens” previstas para decida de tubulações.
Compatibilização das instalações
hidráulicas com a estrutura dos
edifícios
• Aberturas verticais em vigas:
• Devem ser evitadas. As larguras usuais são pequenas (10 a 25 cm) para
receberem, por exemplo, um tubo de queda (diâmetro > 100 mm).
• Aberturas horizontais em vigas:
• Não deve interceptar nenhuma armadura.
• Quanto mais próximas do centro da viga, melhor.
• Preferir aberturas circulares.
Compatibilização das instalações
hidráulicas com a estrutura dos
edifícios
• Pilares:
• Evitar tubulações embutidas: difícil instalação e impossibilidade de reparos.
• Pilares destinados a receber tubulações:
Instalações de água fria em
edificações
materiais e dimensionamentos
INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA (NBR-5626/1998)

O abastecimento de água para o consumo humano foi sempre preocupação de todos os povos em todas as
épocas.
As civilizações, desde a mais remota Antiguidade, sempre se desenvolveram próximas de cursos d’água; é fato
conhecido que, sem água, não pode existir vida humana, pois 70% do nosso corpo é constituído de água,
exigindo constante renovação através da ingestão oral.

Creder, Hélio. Instalações Hidráulicas e Sanitárias, 6ª edição . Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2006.
INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA (NBR-5626/1998)

Na época moderna, qualquer grupamento humano não prescinde de abastecimento de água canalizada e
tratada, assim como de redes de esgotos que permitem melhorar os índices sanitários das coletividades.
Para ser considerada potável, a água deve ter, entre outras, as seguintes características:
— incolor, inodora e insípida;
— turbidez máxima: 5 mg/l de SiO2;
— dureza total: 200 mg/l de Ca CO3;
— pH e alcalinidade máxima: pH = 6 e isenção de alcalinidade;
— sólidos totais: máximo de 1000 mg/l.

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INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA (NBR-5626/1998)

Para que a água chegue ao consumo com estas características, passa por um processo, desde a sua captação na
fonte, sejam rios, lagos, represas ou poços, em um sistema de tratamento, armazenagem e distribuição até
alcançar os pontos de consumo.
As presentes instruções serão baseadas na Norma de Instalações Prediais de Água Fria NB-92/80, NBR- 5626,
que estabelece as exigências técnicas mínimas quanto a higiene, segurança, economia e conforto a que devem
obedecer as instalações prediais de água fria.

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INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA (NBR-5626/1998)

Na elaboração dos projetos de instalações hidráulicas, o projetista deve estudar a interdependência das
diversas partes do conjunto, visando ao abastecimento nos pontos de consumo dentro da melhor técnica e
economia.
De maneira geral, um projeto completo de instalações hidráulicas compreende:

a) planta, cortes, detalhes e vistas isométricas (perspectiva a cavaleira), com dimensionamento e traçado
dos condutores;
b) memórias descritivas, justificativas e de cálculo;
c) especificações do material e normas para a sua aplicação;
d) orçamento, compreendendo o levantamento das quantidades e dos preços unitário e global da obra

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INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA (NBR-5626/1998)

Para a elaboração do projeto, são imprescindíveis as plantas completas de arquitetura de prédio, bem como
entendimentos indispensáveis com o autor do projeto e o calculista estrutural, a fim de se conseguir a solução
mais estética dentro da melhor técnica e economia.
Deve ficar clara a localização das caixas-d’água, da rede de abastecimento do prédio, das bombas e dos diversos
pontos de consumo.
A escala de projeto mais usual é a de 1/50, podendo, em alguns casos, ser de 1/100; porém, os detalhes devem
ser feitos em escalas de 1/20 ou 1/25.

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INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA (NBR-5626/1998)

De acordo com a Norma, as instalações de água fria devem ser projetadas e construídas de modo a:
a) “garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade suficiente, com pressões e velo- cidades
adequadas ao perfeito funcionamento das peças de utilização e dos sistemas de tubulações”;
b) “preservar rigorosamente a quantidade de água do sistema de abastecimento”;
c) “preservar o máximo conforto dos usuários, incluindo-se a redução dos níveis de ruído”.

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Sistemas de Distribuição

a) Sistema Direto de Distribuição

Quando a pressão da rede pública é suficiente, usa-se o


sistema direto de distribuição (ascendente), sem
necessidade do reservatório, desde que haja continuidade
no abastecimento.

Sistema direto ascendente

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Sistemas de Distribuição

a) Sistema Indireto de Distribuição, sem Bombeamento

Quando a pressão é suficiente, mas sem continuidade, há


necessidade de prevermos um reservatório superior e a
alimentação do prédio será descendente.
É o caso comum em residências de até dois pavimentos.

Sistema indireto descendente, sem bombeamento

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Sistemas de Distribuição

a) Sistema Indireto de Distribuição, com Bombeamento

Quando, além de a pressão ser insuficiente, há


descontinuidade, somos forçados a ter dois reservatórios,
um inferior e outro superior, além da necessidade do
bombeamento.
A distribuição será descendente.
É o caso mais usual nos grandes edifícios, nos quais se
exigem grandes reservatórios de acumulação (cisternas), Sistema indireto (com bombeamento)
sendo imprescindíveis as bombas de recalque.

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Sistemas de Distribuição

a) Sistema Hidropneumático de Distribuição

Há ainda o sistema hidropneumático de abastecimento,


que dispensa o reservatório superior, mas sua instalação é
cara, só sendo recomendada em casos especiais (gabarito
crítico ou para aliviar a estrutura)

Sistema hidropneumático

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Consumo Predial
Para fins de cálculo do consumo residencial diário, estimamos cada quarto social ocupado por duas pessoas e
cada quarto de serviço, por uma pessoa.
Na falta de outra indicação, consideramos a seguinte taxa de ocupação para os prédios públicos ou comerciais

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Consumo Predial
Conhecida a população do prédio,
podemos calcular o consumo,
utilizando a seguinte tabela:

Creder, Hélio. Instalações Hidráulicas e Sanitárias, 6ª edição


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Capacidade dos Reservatórios

Como em quase todas as localidades brasileiras há deficiência no abastecimento público de água, é pouco
usual a distribuição direta, ou seja, com pressão do distribuidor público (ascensional); então, somos levados a
construir reservatórios superiores.
É de boa norma prevermos reservatórios com capacidade suficiente para uns dois dias de consumo diário,
tendo em vista a intermitência do abastecimento da rede pública; o reservatório inferior deve armazenar 3/5 e
o superior, 2/5 do consumo.
Devemos prever também a reserva de incêndio, estimada em 15 a 20% do consumo diário

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Capacidade dos Reservatórios

EXEMPLO
Edifício de apartamentos de 10 pavimentos, com quatro apartamentos por pavimento, tendo cada
apartamento três quartos sociais e um de empregada, mais o apartamento do zelador.
Qual a capacidade dos reservatórios superior e inferior?
Cada apartamento - 7 pessoas
Cada pavimento - 28 pessoas
Zelador - 4 pessoas
População do prédio - 284 pessoas

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Capacidade dos Reservatórios

EXEMPLO
De acordo com a tabela, devemos computar 200 litros por pessoa:
— consumo diário: 200 x 284 = 56.800 litros
— reserva de incêndio: 20% = 11.360 litros
Total 68.160 litros
Se quisermos armazenar o consumo de dois dias = 136.320 litros
o reservatório inferior deverá ter capacidade de 136.320 x 3/5 = 85.000 litros aproximadamente
e o superior, 136.320 x 2/5 = 50.000 litros aproximadamente.

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Vazão das Peças de Utilização

As peças de utilização são


projetadas para funcionar
mediante certa vazão, que
não deverá ser inferior à
seguinte tabela:

Na terceira coluna, temos o


peso correspondente a cada
peça, necessário à aplicação
do método de Hunter, que
veremos adiante.

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Consumo Máximo Provável

Como é fácil de imaginar, salvo em instalações cujos horários de funcionamento são rígidos, como quartéis,
colégios etc., nunca há o caso de se utilizarem todas as peças ao mesmo tempo.
Há uma diversificação, que representa economia no dimensionamento das canalizações.
Assim, por exemplo, se uma pessoa utiliza um quarto de banho, poderá haver consumo de água na banheira,
enquanto outra pessoa utiliza o vaso sanitário, o bidê ou o lavatório, mas nunca todas as peças
simultaneamente.
A expressão seguinte, extraída da Norma NBR-5626 dá uma idéia da vazão provável em função dos “pesos”
atribuídos às peças de utilização:

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Consumo Máximo Provável

De posse desses dados, podemos organizar um ábaco que forneça as vazões em função dos pesos.
Conhecidas as vazões, podemos fazer um pré-dimensionamento dos encanamentos pela “capacidade de
descarga dos canos”, de acordo com o ábaco, de modo semelhante ao que se faz em instalações elétricas
(capacidade de corrente dos condutores).

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Consumo Máximo Provável
Instalações de água fria. Ábaco para cálculo das
tubulações.

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Consumo Máximo Provável
EXEMPLO
Queremos dimensionar um encanamento (ramal) que alimenta um banheiro, com as seguintes peças: vaso
sanitário, um lavatório, um bidê, uma banheira e um chuveiro.
Os pesos correspondentes às peças

Vaso sanitário (com válvula) 40,0


Lavatório 0,5
Bide 0,1
Banheira 1,0
Chuveiro 0,5
Soma 42,1

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Consumo Máximo Provável
EXEMPLO
Entrando com esses dados no ábaco,
temos:
Q = 0,30l/s (42,1) = 1,95
Q = 1,95 l/s, o que corresponde ao
cano de 1 1⁄4 (32 mm)
Devemos levar em conta, também,
que a descarga do vaso sanitário com
válvula é de uns poucos segundos de
jato, o que pouco afetará a descarga
de outros aparelho

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Exercício

Pegando como base uma residência com 4 dormitórios, sendo 1 suíte do casal, 01 banheiro que atenda aos
dois dormitórios, para uma família composta de 01 casal, mais uma filha e um filho. Esta residência se situa
numa cidade com serviço regular de abastecimento de água e esgoto, calcule:
1. Qual o consumo médio diário a ser considerado no cálculo?
2. Qual a capacidade do reservatório que esta residência deverá possuir?
3. Faça uma tabela com a vazão e os pesos de todas as peças hidráulicas da casa.
4. Dimensione o ramal que alimenta cada compartimento hidráulico da casa.

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