Lúpus e Intervenção Psicológica

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Psicologia: Teoria e Pesquisa

Out-Dez 2011, Vol. 27 n. 4, pp. 485-490

Revisão da Literatura sobre a Eficácia da Intervenção Psicológica no


Tratamento do Lúpus Eritematoso Sistêmico
Sílvia Fernanda Lima de Moura Cal1
Fundação Baiana para o Desenvolvimento das Ciências

RESUMO - Manifestações neuropsiquiátricas são comuns no lúpus eritematoso sistêmico (LES), especialmente depressão,
ansiedade e psicose. O estresse psicológico e o uso de corticóide têm sido responsabilizados pelas manifestações psicopatológicas.
Objetivou-se realizar revisão de literatura sobre a eficácia da intervenção psicológica no tratamento do LES, utilizando-
se pesquisas em bases de dados, através dos descritores “psychotherapy” and “lupus”, incluindo-se os ensaios clínicos
randomizados e os estudos prospectivos. Foram encontrados seis artigos, sendo quatro ensaios clínicos randomizados e dois
estudos prospectivos. Cinco artigos encontraram evidências de acentuada melhora nos pacientes que tinham acompanhamento
psicológico e apenas um não encontrou tal evidência. Concluiu-se que a intervenção psicológica pode ser uma ferramenta
importante no tratamento do LES.

Palavras-chave: lúpus eritematoso sistêmico, psicoterapia, doença autoimune.

Literature Review of Efficacy of Psychological Interventions in the


Treatment of Systemic Lupus Erythematosus
ABSTRACT - Neuropsychiatric manifestations, especially depression, anxiety and psychosis, are common in systemic
lupus erythmatosus (SLE). The psychological stress and the use of corticoids have been blamed for these psychopathological
manifestations. A literature review was realized on the efficacy of psychological interventions in the treatment of SLE, using
research data bases, through the descriptors “psychotherapy” and “lupus”, including randomized clinical trials and prospective
studies. Six articles were found, of these, four were randomized clinical trials, and two prospective studies. Five articles related
evidence of pronounced improvement in patients that had psychological follow-up and one article did not found such evidence.
Psychological intervention can be an important tool in the treatment of SLE.

Keywords: systemic lupus erythemathosus, psychotherapy, autoimmune disease.

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença crô- levar à incapacitação, além de ser potencial causa de des-
nica e autoimune capaz de atingir vários órgãos, inclusive o figuração (Pájaro, 2005). O estresse emocional decorrente
sistema nervoso. As manifestações neuropsiquiátricas são co- dessa condição e o uso de corticóides utilizados no tratamento
muns no LES, variando amplamente de 5% a 83% (Ampelas, do LES têm sido responsabilizados por boa parte de suas
Wattiaux & Van Amerongen, 2001), 17% e 75% (Miguel et manifestações psicopatológicas (Miguel et al., 1994; Nery
al.,1994), e até 91% segundo outros estudos (Abdel-Nasser, et al., 2007).
Ghaleb, Mahmoud, Khairy & Mahmoud, 2008; Lessa, O fator etiológico das alterações psicopatológicas no
Santana, Lima, Almeida & Santiago, 2006), e entre elas a LES ainda não está suficientemente esclarecido, apesar do
depressão é a mais prevalente, mas também podem ocorrer aprimoramento das pesquisas nessa área, mas há consenso
psicose, convulsões, cefaléias, tonturas, meningite, estados entre a comunidade científica com relação à etiologia da
delirantes e transtorno de ansiedade (Nery et al., 2007). doença, como sendo de origem multifatorial, ou seja, fato-
Alguns estudos têm associado essas manifestações res hormonais (estrogênio), genéticos, ambientais (radiação
clínicas a anticorpos, como o anti Pribossomal, anti-SSA, ultravioleta, medicamentos), infecciosos (virais) e estresse
anti-DNA, anticardiolipina e antifosfolípides (Abdel-Nasser psicológico. Pesquisadores concluíram que os fatores psico-
at al., 2008; Ayache & Costa, 2005; Olsen et al., 1991), entre- lógicos, incluindo traços de personalidade, são codetermi-
tanto há trabalhos que mostram resultados divergentes (Eber, nantes, desencadeantes, exacerbadores ou patoplásticos do
Chapman & Shoenfeld, 2005; Nery et al., 2008). LES (Ayache & Costa, 2005).
O LES, devido a sua complexidade, afeta toda a vida A comorbidade psiquiátrica não tratada está associada à
pessoal e não apenas a dimensão física, mas também a morbidade, dificuldade de adesão ao tratamento e aumento
emocional e social, haja vista tratar-se de uma patologia que da utilização dos serviços médicos. Muitos desses casos têm
está associada à alta morbidade, mortalidade e cronicidade tratamento efetivo, e em relação à depressão, quando tratada
(Thumboo & Strand, 2007). Com prognóstico incerto, pode adequadamente, pode diminuir a taxa de morbi-mortalidade
em 70% (Fleck, 2003). Há ainda muitos casos de suicídio
1 Endereço para correspondência: Av. Tancredo Neves n° 909, Ed. André
Guimarães Business Center, sala 1203. Caminho das Árvores, Salvador,
entre os pacientes com LES, que possuem cinco vezes mais
BA. CEP: 41820.021. Fone: (71) 3341.2320. Email: silviacal@uol. chances de cometer suicídio quando comparados à população
com.br geral (Karassa, Magliano & Isenberg, 2003).

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Matsukawa, Sawada e Issenberg (1994) estudaram sete A auto-imagem corporal, assim como todas as sensações
pacientes com LES que cometeram suicídio e observaram que sinestésicas presentes na consciência fazem parte do comple-
todos os pacientes cometeram o ato próximo ao período da xo, e para sua formação entram contribuições anatômicas,
admissão (média de 20 dias), sendo a maior parte em uso de fisiológicas, neurológicas e sociológicas (Capisano, 1992).
esteróides, sugerindo que a atividade da doença não estava Torna-se importante compreender os fenômenos em nível
totalmente controlada quando do momento do suicídio. Não físico, buscando-se não só a causa dos sintomas, mas o pro-
havia, no entanto, sinais claros de iminente suicídio. Por fim, cesso de geração de sentido (Araújo, 2004).
os autores recomendaram que os pacientes fossem acompa- Há uma distinção entre sentido e significado; signifi-
nhados (após a admissão) por, no mínimo, dois meses para cado corresponde ao sistema de relações semânticas em
prevenir suicídio. que a construção ocorre no processo histórico, enquanto
Entre os fatores que poderiam levar uma pessoa do- que o sentido corresponde aos aspectos construídos pelo
ente fisicamente à psicopatologia estão o agravamento de indivíduo através de seu processo de socialização. Portan-
conflitos intrapsíquicos, a inadequação dos mecanismos to, somente a pessoa, através do processo de significação
de defesa, a diminuição da auto-estima, a alteração da próprio de seu contexto, pode definir o sentido que a
imagem corporal, a ruptura do ciclo sono-vigília, o uso de doença tem para si e quais as implicações que acarreta
medicamentos e de procedimentos que afetam o sistema em sua vida. Ainda que a doença seja a mesma, cada
nervoso central (Botega & Smaira, 2006). Por outro lado, pessoa constrói sentidos diferentes, e estes sentidos são
eventos de vida estressantes também podem influenciar dinâmicos, podendo mudar a depender da peculiaridade da
o início de doenças e a imunossupressão, acentuando a doença e da rede de significações que fazem parte de seu
vulnerabilidade do indivíduo. cotidiano (médicos, outros pacientes com LES, amigos,
A enfermidade não é somente uma mudança física, vizinhos, familiares etc (Araújo & Azucena, 2007).
mas uma quebra no curso normal da vida que modifica o O entendimento da relação da pessoa com sua própria
ritmo e a direção pessoal da existência (Araújo, 2004), o doença constitui uma contribuição importante da Psicologia
que, muitas vezes, corresponde a uma condição que retira na interface com a saúde, pois permite identificar recursos no
o indivíduo de um lugar estável, desestruturando seu modo campo psicossocial capazes de auxiliar o indivíduo doente a
de vida, refletindo ameaças que podem chegar a vivências lidar melhor com esse sofrimento (Araújo & Azucena, 2007).
catastróficas, uma vez que representam interrupções de O sintoma corporal pode ser visto como um símbolo que
planos, afastamento da família e trabalho e, consequente- expressa a relação psique-corpo. Compreender o significado
mente, mobilizando sentimentos como ansiedade, tristeza, desse símbolo inclui a busca da causa e de sua finalidade,
medo e angústia (Figueiredo, Giglio & Botega, 2006). Essa numa amplificação do significado que levará a uma maior
condição consiste, muitas vezes, numa ruptura que conduz integração de conteúdos inconscientes no ego (Ramos, 1994),
a pessoa a buscar um novo sentido para sua situação, a tarefa esta que exige um profissional especializado. A neces-
rever todos os seus valores anteriores e definir prioridades sidade de intervenção psicoterapêutica nas diversas unidades
em função desse momento, de suas limitações e possibi- de assistência médica tem sido cada vez mais reconhecida
lidades. Nesse sentido, a crise pode ser vivenciada como e aceita no campo da medicina psicossomática (Fritzche,
uma oportunidade de descobrir seu potencial de superação, Struss, Stein & Spain, 2003).
aproveitando a ressignificação que se processa a partir da As psicoterapias correspondem a um universo amplo
nova realidade e de suas limitações, mas também como de práticas discursivas, baseadas na comunicação e no
oportunidade de reconhecer-se como alguém responsável relacionamento sistematizado com finalidade terapêutica.
pelo desenvolvimento de sua enfermidade, ou seja, identi- Tal amplitude varia desde o apoio psicológico, numa escuta
ficando sua implicação em todo esse processo. acolhedora e de empatia com o sofrimento do paciente,
Considerando-se que a experiência de adoecer é algo a uma maior investigação do seu mundo subjetivo. A
muito subjetivo e dinâmico e que ela pode apresentar diversas abordagem psicoterápica feita num hospital não deve ser
formas de expressão, acredita-se que o sentido atribuído a confundida com a psicoterapia realizada por especialista
este processo poderá interferir no tratamento e na forma de num consultório, pois principalmente nessa situação, apoio
vivenciar esse momento de crise. Subjetividade diz respeito é fundamental, sendo necessárias técnicas mais rápidas,
ao sistema de significações e ao sentido subjetivo com os mais diretivas, de curta duração com metas mais definidas
quais se organiza a vida psíquica do indivíduo e tal conceito e estratégias específicas, respeitando-se mais do que nunca
não se esgota no campo intrapsíquico individual, mas inclui as defesas do paciente, devido à fragilização decorrente da
também os processos sociais (Rey, 2005). doença (Figueiredo et al., 2006).
Tanto na neurose como na psicose os sintomas de natu- A intervenção psicoterapêutica do paciente em crise,
reza somática ou psíquica são originados nos complexos. principalmente do paciente hospitalizado, deve ter como
Complexo é uma coleção de várias ideias mantidas juntas objetivo auxiliá-lo a retornar o funcionamento anterior à crise
por um tom emocional comum a todas. Assim, quando um e encontrar formas adaptativas para a nova situação, ou seja,
complexo se constela, não há apenas alteração fisiológica, enfocar o aqui e agora que corresponde à psicoterapia de
mas em toda a estrutura corporal, alteração esta que pode apoio, mas devem ser consideradas as limitações relacionadas
não ser percebida de imediato pela pessoa, sendo que muitas ao paciente, cuja personalidade deve ser bem estruturada,
vezes se apresenta como um mal-estar ou através de uma apresentar capacidade de abstração e de estabelecer alian-
sintomatologia mais definida (Ramos, 1990). ça terapêutica, além de ter motivação para a psicoterapia.

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Intervenção psicológica no LES

Nesse sentido, há que se considerar também as limitações ensaios clínicos randomizados e dois estudos prospectivos.
do terapeuta relativas a sua formação, vivência profissional, Foram excluídos os artigos de revisão e os estudos de casos.
disponibilidade e capacidade para suportar angústia, e empa-
tizar com determinados pacientes (Figueiredo et al., 2006).
Para a Organização Mundial de Saúde, a existência do Resultados e Discussão
sofrimento psíquico ou da doença mental e a motivação para
a psicoterapia são os aspectos mais importantes e determi- A Tabela 1 apresenta os artigos que foram incluídos nesta
nantes da necessidade da intervenção psicológica, podendo revisão. Mais especificamente, a tabela apresenta os autores,
interferir no desempenho da mesma (Spahn et al., 2002). o tipo de intervenção realizada, o desenho do estudo e os
O envolvimento dos aspectos psicológicos no adoecer do resultados alcançados.
paciente com lúpus foi evidenciado por diversas pesquisas As abordagens citadas foram divididas em intervenções
(Ayache & Costa, 2005; Nery et al., 2008; Cal, Borges & San- psicoeducacionais e acompanhamento psicoterápico, sendo
tiago, 2006), encontrando-se uma prevalência de depressão que as psicoeducacionais foram relativas a programas assis-
em 62% dos pacientes de ambulatório de Reumatologia (Cal tenciais focados em fornecer informação sobre os sintomas e
et al., 2006), utilizando-se como instrumento o PRIME-MD as abordagens terapêuticas, com maior ênfase nas respostas
(Spitzer, Kroenke & Williams, 1999). de coping definidas como o conjunto de estratégias utilizadas
A depressão, muitas vezes, não é diagnosticada pelos pelas pessoas para se adaptarem a circunstâncias adversas ou
médicos pelo fato deles acharem que os sintomas depres- estressantes (Antoniazzi, Dell’Aglio, & Bandeira, 1998), no
sivos são uma resposta natural à doença física, capaz de manejo diário do paciente no curso da doença, e foram reali-
ameaçar a vida de alguém, ou, numa posição oposta, é dado zadas por profissionais diversos, como médicos e enfermeiros.
o diagnóstico de depressão a pacientes com tristeza ou com As abordagens psicoterápicas incluíram apoio por telefone e
sintomas físicos causados pela doença de base (Botega, psicoterapias breves, sendo que um dos estudos utilizou as duas
Furlanetto & Fráguas Jr., 2006). Para evitar esse tipo de abordagens simultaneamente (Haupt et al., 2005).
confusão, Cavanaugh (conforme citado por Von Ammon, As intervenções psicoterápicas foram, na sua maioria, em
1995) sugeriu observar que sintomas como fadiga e alte- grupo e por um tempo reduzido, de seis sessões a nove meses, o
rações do sono, do apetite, do peso e da psicomotricidade que pode levar, em alguns casos, a uma abordagem mais super-
ajudam a corroborar o diagnóstico da depressão quando ficial das dificuldades emocionais do paciente. Se, por um lado
são excessivos em relação ao esperado para sua doença a proposta grupal oferece a oportunidade de reconhecimento do
ou tratamento, ou quando surgem associados aos sintomas caráter comum ao sofrimento do paciente, funcionando, muitas
cognitivos e afetivos da depressão (Von Ammon, 1995). vezes, como um espelho, pois os pacientes têm a oportunidade
Ansiedade e outras síndromes psiquiátricas são também de se verem refletidos em suas semelhanças, e de se solidarizar
comuns no LES (Nery et al., 2008). em torno de uma problemática comum, por outro lado pode
O apoio psicológico foi citado, embora de forma su- inibir pelo fato de falarem de coisas mais íntimas e pessoais.
perficial, entre as medidas gerais recomendadas por artigo Alguns autores indicam um acompanhamento individual para
científico de diretriz, elaborado por equipe conceituada estes pacientes, uma vez que vários deles têm sérios problemas
composta de oito reumatologistas, um nefrologista e um psicológicos, o que do ponto de vista funcional torna-se difícil
dermatologista que trabalham em grandes centros de aten- em se tratando de ambulatórios com um grande número de
dimento ao LES, vários deles com publicações científicas na pacientes (Nowicka-Sauer, 2007; Geiger & Langewitz, 2007).
área (Sato et al., 2006). Apesar de os resultados serem positivos, em sua maioria,
Apesar do reconhecimento da importância do acom- em relação à melhora na habilidade de coping e da qualidade
panhamento psicológico do paciente com LES, relatos de de vida (Haupt et al., 2005) e curso da doença menos agres-
intervenção nessa área são escassos. O principal objetivo sivo (Edworthy et al., 2003), não houve uma avaliação da
deste trabalho foi realizar revisão de literatura sobre a eficácia associação entre esses resultados e a atividade da doença e
da intervenção psicológica no tratamento do paciente com nem com os medicamentos que estavam em uso no período
LES, além de proporcionar uma reflexão sobre o papel do do acompanhamento psicológico, o que pode implicar na
psicólogo no ambulatório de Reumatologia. ocorrência de vieses. Novas pesquisas serão importantes
para avaliar estes aspectos.
A escassez de pesquisas e publicações que contemplem
Método uma visão psicodinâmica do LES pode ser reflexo da ausência
de política mais ampla quanto à inclusão do psicólogo nos
Trata-se de uma revisão sistemática, através de pesquisa ambulatórios de Reumatologia e de programas de assistên-
nas bases de dados Pubmed, Biblioteca Virtual de Saúde cia psicológica voltados para essa população, e mais ainda
(BVS), Pepsic (Periódicos eletrônicos em psicologia), LIS- no que se refere à consciência dos benefícios desse tipo de
-Psi (Localizador de informação em saúde), em que foram abordagem entre os médicos e os próprios pacientes.
buscados estudos publicados até junho de 2009, utilizando- O acompanhamento psicológico, independente da téc-
-se os descritores “psychotherapy” and “lupus”. Devido ao nica utilizada ou de sua fundamentação teórica, pode trazer
pequeno número de artigos publicados, foram incluídos todos benefícios para o paciente no sentido de maior adaptação ao
os principais artigos (ensaios clínicos randomizados e estudos LES, redução da dor e agravamento da doença, habilidades de
prospectivos) encontrados, num total de seis, sendo quatro coping, melhora da depressão e ansiedade, além de mudanças

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Tabela 1. Ensaios clínicos e estudos prospectivos que avaliaram o efeito da intervenção psicológica em pacientes com LES.

Autor Intervenção Desenho do estudo Resultados

Resultados positivos  

Edworthy, S. M. et al. Psicoterapia breve em Ensaio clínico randomizado (ECR) de Pacientes que receberam apoio psico-
(2003) grupo um grupo em tratamento médico con- terápico melhoraram na adaptação ao
vencional (n = 66) e outro que recebeu LES além de redução no agravamento da
também suporte psicoterápico em grupo doença. Benefícios se mantiveram após 6
por 3 meses (n = 58). e 12 meses.

Greco, C. M., Rudy, T. Terapia cognitivo- ECR e controlado de um grupo em trata- Redução da dor (p = 0,044) e melhora no
E. & Manzi, S. (2004) -comportamental mento médico usual e outro também em funcionamento psicológico (p < 0,001)
terapia cognitiva comportamental por 9
meses (n = 92).

Haupt, M. et al. Intervenção psicoedu- Estudo prospectivo. Pacientes partici- Melhora nos escores da maioria dos ins-
(2005) cativa e psicoterapia param de um grupo de orientação e um trumentos usados para avaliar depressão
grupo de psicoterapia por 6 meses e e ansiedade, e também nas habilidades
foram avaliados antes e depois da inter- de coping.No grupo controle não houve
venção (n = 34). melhora.

Ng P & Chan, W. Programa psicossocial Estudo prospectivo. Pacientes participa- Mudanças significativas nos escores da
(2007) em grupo ram de um grupo de apoio com 2,5 horas auto-estima (Rosenberg’s self-esteem
por semana durante 6 meses e foram Inventory) (p < 0,001), General Health
avaliados antes e depois da intervenção Questionnaire (GHQ-30)
(n = 56).
(p < 0,001) e na qualidade de vida.

Karlson, E. W. et al. Programa psicoedu- ECR controlado multicêntrico. Um Aumento nos escores para a comuni-
(2004) cativo em grupo e grupo de pacientes e seus companheiros cação do casal (p = 0,01) e coping (p =
aconselhamento por receberam orientações sobre LES, apoio 0,03) no grupo experimental comparado
telefone social e acompanhamento por telefone com o grupo controle. Maior escore no
(n = 64). O outro grupo recebeu uma status de saúde mental (SF = 36) compa-
atenção placebo através de um vídeo de rado com o grupo controle e diminuição
45 min sobre LES e telefonemas men- no escore da fadiga no grupo experimen-
sais, por 6 meses (n = 58). tal - 5.1 versus 6.3 (p = 0,02).

Resultados negativos  
Dobkin, P. L. et al. Psicoterapia de apoio ECR multicêntrico de psicoterapia e Ambos os grupos melhoraram o estresse,
(2002) em grupo acompanhamento médico (n = 64) ver- angústia e capacidade de coping. Autores
sus tratamento médico (n = 69) por 3 não encontraram evidências de que a me-
meses. lhora se deve à intervenção psicológica.

significativas nos escores da auto-estima e na qualidade de Ampelas, J. F., Wattiaux, M. J., & Van Amerongen, A. P. (2001).
vida do paciente e, portanto, pode ser uma ferramenta im- Psychiatric manifestations of lupus erythematosus systemic
portante, capaz de auxiliar de forma significativa o trabalho and Sjogren’s syndrome. L’Encephale 27, 588-599.
da equipe médica, o que reforça a importância da equipe Antoniazzi A. S, Dell’ Aglio D. D, & Bandeira D. R. (1998). O
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