Conheça Os Sintomas de Intoxicação Pelo Uso Excessivo de Vitaminas

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Conheça os sintomas de intoxicação pelo uso

excessivo de vitaminas

Todos sabemos que as vitaminas são fundamentais para o bom funcionamento


do corpo. O que muitos nem imaginam é que não apenas a falta de suplementos pode
trazer riscos para a saúde como, também, o seu consumo excessivo.

A correria do dia a dia nos impede, muitas vezes, de realizar refeições


equilibradas e manter hábitos de vida saudáveis. Surge então a fraqueza e o cansaço,
interferindo diretamente na nossa rotina. A ingestão de legumes, frutas e verduras fica
reduzido e optamos ingerir, por conta própria, as vitaminas em forma de pílula. Essa
substituição e o uso inadequado de suplementos podem acarretar problemas para a
saúde.

As vitaminas estão divididas em treze tipos: A; complexo B (B1, B2, B3, B6,
B9, B12, ácido pantotênico e niacina); C; D; E; e K. Os suplementos são considerados
medicamentos e, por isso, devem ser prescritos por um médico.

Tanto a falta quanto o excesso de vitaminas pode ser nocivo ao organismo.


Vitaminas consumidas em excesso podem provocar quadros de intoxicação. É que elas
podem interferir em importantes processos do corpo humano, já que agem como
cofatores de reações químicas, ou até mesmo diretamente no material genético de certos
tecidos.

Conheça os sintomas de intoxicação pelas vitaminas:

 O abuso de vitamina A pode causar: pele seca, áspera e descamativa;


fissuras nos lábios; dores de cabeça, tonturas; queda de cabelo; câimbras; lesões
hepáticas e interrupções de crescimento.
 O abuso de vitamina D pode causar: hipercalcemia (nível elevado de
cálcio no sangue? causado pelo aumento da absorção de cálcio pelo intestino);
pressão alta; perda de apetite; náuseas e vômitos.
 O abuso de vitamina C pode causar: cólicas estomacais, diarreia e,
possivelmente, cálculos renais.

É importante lembrar que a suplementação deve ser sempre realizada com a


orientação de um especialista. O diagnóstico é importantíssimo para estabelecer a
quantidade adequada de vitaminas que o seu organismo necessita. Outra dica é investir
em uma alimentação que seja equilibrada e que forneça todos os nutrientes necessários à
saúde.
AS CONSEQUÊNCIAS DA INTOXICAÇÃO POR VITAMINAS EM
EXCESSO

As consequências da intoxicação por vitaminas em excesso

Fundamentais para o bom funcionamento do organismo, quando consumidas em


excesso as vitaminas podem causar diversos males à saúde. Tem até nome para isso:
hipervitaminose, que é a intoxicação decorrente da ingestão excessiva de vitaminas,
conforme o Jornal da USP. Consulta e prescrição farmacêutica podem evitar o consumo
exagerado, dizem especialistas.

“As vitaminas desempenham papel fundamental na constituição, elaboração e


resposta das células que constituem nosso organismo, principalmente no que diz
respeito às enzimas, substâncias que adiantam ou retardam uma reação orgânica.
Organismo sem vitamina é organismo falido, não funciona de forma adequada. Por isso,
as vitaminas presentes nos alimentos naturais são fundamentais para a sobrevivência
humana”, assinala o médico Alberto de Macedo Soares em entrevista ao blog do Dr.
Drauzio Varella.

Embora sejam essenciais para a sobrevivência humana, a suplementação


vitamínica é quase sempre desnecessária. Os alimentos naturais fornecem a quantidade
que o organismo precisa. “A grande maioria das pessoas, com ingestão diária de frutas e
verduras, não precisa acrescentar nenhum tipo de vitaminas vendida nas farmácias”, diz
Soares.

Entretanto, a pretexto de prevenir doenças ou aumentar a imunidade,


especialmente em tempos de pandemia, muitas pessoas têm recorrido ao consumo
indiscriminado de suplementos vitamínicos, sem atentar para os riscos que isso pode
causar à saúde.

“As vitaminas são fundamentais para o bom funcionamento do nosso organismo


e para a manutenção da saúde, mas quando ingeridas em excesso podem causar diversos
danos também, muitas vezes graves”, alertou ao Jornal da USP a acadêmica Giovanna
Bingre, orientada pela professora Regina Andrade, da Faculdade de Ciências
Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP.

Varella lembra em seu blog que o apelo para o consumo de vitaminas é forte,
vem de longe e acabou criando uma cultura, que poderia ser chamada de
vitaminocultura, em função da qual muitas pessoas tomam desnecessariamente e sem
critério grande quantidade desses micronutrientes todos os dias que, em alguns casos,
pode levar à hipervitaminose.

Segundo Giovanna, dificilmente a hipervitaminose ocorre pelo consumo de


alimentos ricos em vitaminas. A maioria dos casos vem do consumo indiscriminado de
suplementos vitamínicos, que só devem ser usados com indicação médica, “para que
sejam ingeridos na quantidade certa e também no tempo certo”.
Intoxicação

As intoxicações mais frequentes e mais graves estão relacionadas a níveis altos


de vitaminas A e D. A hipervitaminose A pode apresentar sintomas agudos, crônicos e
também os teratogênicos. Entre os agudos, destaca-se a visão embaçada, perda de
apetite, pigmentação anormal da pele, perda de cabelo e pelos, pele seca e dor nos
ossos. Pode causar ainda hepatite com necrose celular e icterícia, além de estar
associada com a carotenemia (aumento dos níveis de betacaroteno no sangue).

Quando a hipervitaminose A se torna crônica, diz Giovanna, a evolução pode


chegar à doença óssea e aumento das fraturas. Já os efeitos teratogênicos ocorrem em
gestantes no primeiro trimestre da gestação, podendo levar a abortos espontâneos e
malformações fetais.

Também a hipervitaminose D pode trazer diversos danos à saúde, com destaque


para a hipercalcemia. A explicação, segundo a acadêmica da USP, é o fato de a vitamina
D apresentar papel importante na regulação do cálcio; desta forma, seu excesso “acaba
gerando perda da função renal, além de poder ainda levar à perda óssea”. A
hipervitaminose D pode acarretar vários outros problemas, que incluem sintomas
neuropsiquiátricos, gastrintestinais, cardiovasculares e diversas complicações renais.

Giovanna alerta ainda para o uso indiscriminado de outras vitaminas, com


sintomas como reações alérgicas, no caso da vitamina B12, ou queda na frequência
respiratória e convulsões, para a vitamina B1, e até mesmo neuropatias no excesso de
vitamina B6, “fazendo com que o paciente tenha os nervos danificados, causando dor e
dormência nos pés e nas pernas”.

Há alguns anos, algumas correntes da medicina como a ortomolecular atribuem


às vitaminas papel antioxidante no organismo, sendo responsáveis por ajudar a eliminar
radicais livres de oxigênio que ‘sujam’ as células. Contudo, Alberto de Macedo Soares
não acredita que isso funcione como se esperava e que as vitaminas em excesso podem
até aumentar a produção de radicais livres.

“Testes in-vitro revelaram que as vitaminas exercem função inibitória na


produção excessiva de radicais livres. Porém, quando se tentou aplicar essa experiência
em seres humanos, verificou-se que o resultado não é o mesmo. Ao contrário: a
possibilidade de as pessoas produzirem radicais livres aumenta com o uso de vitaminas.
Isso mostra que o organismo humano é muito mais complexo do que qualquer ensaio
laboratorial”, diz Soares.

O médico lembra de uma pesquisa que confirma sua avaliação. “Estudo


científico realizado com betacaroteno, um precursor da vitamina A, para prevenir câncer
de pulmão em fumantes, apontou que seu consumo fez crescer o número de casos da
doença nos usuários”.

Soares rebate também uma crença popular de que a vitamina ‘se não fizer bem,
mal também não faz’. “Essa história não procede. Antigamente, a tripulação dos navios
tinha carência de vitamina C e desenvolvia escorbuto, uma doença que provoca
sangramentos, porque os marinheiros passavam muito tempo em alto mar sem ingerir
alimentos frescos. Hoje, porém, trabalhos mostram que a retirada abrupta de megadoses
de vitamina C pode provocar um quadro semelhante ao de escorbuto, além de cálculo
nos rins e distúrbios gastrintestinais”.

Giovanna Bingre concorda que a suplementação vitamínica nem sempre é


necessária e pode até ser prejudicial quando consumida em excesso. Segundo ela, “uma
alimentação balanceada é capaz de fornecer todos os nutrientes que o organismo precisa
para funcionar bem”.

Apenas em alguns casos específicos o suplemento vitamínico é aconselhado,


lembra Soares. “Existem algumas situações em que as vitaminas devem ser indicadas. É
o caso da carência da vitamina B12, que pode provocar déficit de memória. Outro
exemplo é o da indicação de vitamina D para os portadores de osteoporose. Sabemos
que a associação de vitamina D e cálcio altera a densidade dos ossos, pois ajuda a
fabricar tecido ósseo”.

Toxicidade de algumas vitaminas

Vitamina D

Segundo o Manual MSD, a toxicidade de vitamina D é decorrente da ingestão


excessiva. Nesse caso, a reabsorção do osso e a absorção intestinal de cálcio é maior,
resultando em hipercalcemia. O tratamento consiste em suspender a vitamina D,
restringir o cálcio na dieta, restabelecer o déficit intravascular e, se a toxicidade for
grave, administrar corticoides ou bifosfonatos.

Vitamina C

A ingestão diária de mais de 2g de vitamina C, segundo o Manual MSD, pode


causar náuseas e diarreia, interferir no equilíbrio fisiológico entre antioxidantes e pró-
oxidantes e, nos pacientes com talassemia ou hemocromatose, promover sobrecarga de
ferro.

Vitamina E

Quantidades relativamente altas de vitamina E não costumam fazer mal, segundo


o Manual MSD, mas em alguns casos ocorre fraqueza muscular, fadiga, náuseas e
diarreia. O risco mais importante é o de sangramento, principalmente com doses
maiores que 1000mg por dia.

‘Empurroterapia’ e o excesso de consumo de vitaminas

Prática antiga que consiste na indicação comercial de medicamentos e vitaminas


a clientes em troca de comissões, a ‘empurroterapia’ voltou a ficar em evidência por
conta de uma reportagem exibida no Fantástico, da TV Globo, do último domingo
(16/5).

No programa, foi mostrado que os laboratórios – que faturaram R$ 76,9 bilhões


em 2020, conforme dados da consultoria IQVIA – pagam comissões de até 30% e dão
viagens internacionais para que balconistas de farmácias indiquem medicamentos e
vitaminas aos clientes desses estabelecimentos.

Mas essa forma de incentivar o consumo vai muito além da praticada no interior
das farmácias. “A empurroterapia acontece diariamente em consultórios, outdoors, nos
discursos políticos, nas redes sociais e na televisão, principalmente, em propagandas e
merchandisings veiculados em noticiários e programas de entretenimento. Apontar
apenas a farmácia é hipocrisia”, revela o fundador do ICTQ, Marcus Vinicius Andrade.

Ela acontece também na internet. Não são poucos os ‘influencers’, como são
chamados os influenciadores digitais, que aproveitam sua fama – e os milhares ou
milhões de seguidores – para vender vitaminas. Como fez Gabriela Pugliesi, que tem
cerca de 4,5 milhões de seguidores no Instagram, com uma vitamina para cabelos.

Para fugir da ‘empurroterapia’, um dos caminhos mais seguros é seguir as


recomendações dos profissionais farmacêuticos, por meio da consulta farmacêutica,
como lembra a coordenadora acadêmica dos cursos de pós-graduação do ICTQ –
Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, e especialista em
farmácia clínica e prescrição farmacêutica, Juliana Cardoso.

“Vitaminas, nutracêuticos ou qualquer outro medicamento isento de prescrição


médica, ao ser prescrito pelo farmacêutico, necessita atender as demandas para que a
prescrição seja realizada de forma personalizada à necessidade do paciente”, diz Juliana.

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Para isso, segundo ela, a consulta farmacêutica se faz necessária. “Durante a


consulta, o farmacêutico desenvolverá o prontuário do paciente, com sua queixa
principal, histórico médico atual, história pregressa e outros fatores que serão extraídos
durante a anamnese e semiologia farmacêutica, em que o profissional analisará sinais e
sintomas e, se necessário, complementará com solicitação de exames laboratoriais para
melhor análise da saúde do paciente”, completa.

Segundo ela, esses dados contribuirão para que o farmacêutico projete o plano
de cuidado ao paciente, que prevê medidas farmacológicas como a prescrição de
vitaminas, sais minerais e medidas não farmacológicas – alimentação saudável, por
exemplo.

“No ato da consulta, pedimos que o paciente nos fale dos medicamentos que ele
faz uso. Isso implicará no que será prescrito e até mesmo na posologia indicada. Em
casos de hipervitaminose, exames laboratoriais são importantes para nortear o prescritor
da necessidade do paciente”, destaca Juliana.

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