LIVRO - Potencial de Ação Neural

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 7

O potencial de ação é uma mudança grande e rápida no potencial da A segui segue esquema da condução de potenciais de ação.

Ocorrendo a
membrana, produzida pela despolarização da membrana plasmática de uma entrada constante de Na+ ao longo do axônio enquanto os canais de sódio
célula excitável - nervos e músculos - em resposta aos potenciais graduados se abrem e cria um sinal elétrico:
que atingiram o limiar.
DEVE-SE INICIALMENTE ENTENDER O FUNCIONAMENTO DO
NEURÔNIO

Neurônios são responsáveis pela recepção, transmissão e processamento


de estímulos (na forma de impulsos nervosos). O neurônio é a unidade
estrutural e funcional do sistema nervoso. Os neurônios são células
excitáveis, ou seja, reagem a estímulos disparando o potencial de ação que
é propagado ao longo do neurônio na forma de impulso nervoso.

Veja no esquema abaixo as etapas do potencial de ação: 1. O potencial graduado (que são alterações em um ponto da membrana)
chega acima do limiar que é -55 mV, onde atinge a zona de gatilho, tal
zona é responsável por gerar esse potencial.

2. Os canais de sódio, que são dependentes de voltagem acabam abrindo-


se, assim a membrana do axônio fica mais permeável a entrada do Na+.

3. Com a abertura dos canais de sódio, cargas positivas passam para


regiões adjacentes do neurônio em decorrência do fluxo local. Ou seja,
é dado o início ao processo de despolarização da célula neuronal.
4. No repentino fluxo de sódio, local esse que ativa segmentos da
membrana para dentro da célula, acontece a despolarização, uma vez
que a célula altera a carga elétrica dentro da célula, de negativa para
positiva, fazendo também com que o exterior mude de positivo para
negativo.
5. Enquanto no período refratário (período em que a célula se encontra em
momento de repolarização) acontece o impedimento de uma condução
retrógada do desencadeamento dos potenciais de ação, ou seja, a perda
de K+ do citoplasma repolariza a membrana.
SOBRE O PROCESSO DE CONDUÇÃO SALTATÓRIA

Sabe-se que o processo de condução saltatória acontece quando o impulso


nervoso/potencial de ação percorre o axônio alternando entre um nódulo
(que são espaços entre as bainhas de mielina) e outro. Esse processo se
torna mais rápido em axônios mielinizados, ou seja, aqueles que são
recobertos por uma bainha de Mielina, visto que, em neurônios
mielinizados, apenas os nódulos necessitam de canais de NA+, devido a uma
das principais propriedades da bainha de mielina que é a de isolante. Deste
modo, quando o potencial de ação salta de um nódulo para o outro, essa
condução não vai ser atrasada pela abertura de canais, fato que ocorre nos
neurônios não mielinizados, em que essa abertura de canais reduz
levemente a condução, tornando o processo mais lento. Com isso, em geral,
a condução saltatória é uma alternativa eficaz para os axônios de grande
diâmetro e permite a condução rápida de potenciais de ação nos neurônios
pequenos.

⚠ CURIOSIDADE ⚠
Em doenças desmielinizantes a perda da Mielina dos neurônios dos
vertebrados pode ter efeitos negativos. Isso porque, prejudica a condução
de sinais nos nervos afetados, causando prejuízos na sensação, movimento,
cognição e outras funções dependendo dos nervos envolvidos. Outrossim,
nos sistemas nervosos central e periférico, a perda da mielina retarda a
condução das potências de ação. Um exemplo disso seria a esclerose
A imagem demonstra a condução de um potencial de ação.
múltipla que é uma doença autoimune caracterizada pela desmielinização
A velocidade de condução do impulso nervoso é maior nos axônios com progressiva dos neurônios, causando fadiga, fraqueza muscular, dificuldade
bainha de mielina (mielinizados). Isso porque a mielina é um eficiente ao caminhar e perda de visão.
isolante elétrico, que não permite a troca de cargas elétricas entre o líquido
extracelular e a célula. Essa troca ocorre apenas nos nódulos de Ranvier sem
mielina. A onda então, “salta” diretamente de um nódulo para outro, não
acontecendo em toda a extensão da região mielinizada. Fala-se em
condução saltatória e com isso há um considerável aumento da velocidade
do impulso nervoso nas fibras mielínicas, em relação às fibras amielínicas.

Conforme segue na demonstração a seguir:


A velocidade com que o portão de um canal abre e fecha muda entre os LIMIAR EXCITATÓRIO E O PERÍODO REFRATÁRIO
diferentes tipos de canais. Os canais de sódio e potássio presentes nos
Nem todo estímulo gera o potencial de ação. Só estímulos com intensidade
axônios são ambos ativados pela despolarização celular. O canal de Na+ abre
capaz de atingir o limiar excitatório do neurônio, podem provocar impulsos.
rapidamente, mas os canais de K+ são lentos. O resultado é um fluxo inicial
Se o estímulo for muito fraco, com intensidade menor que o limiar
de Na+ pela membrana, posteriormente seguido pelo fluxo de K+.
excitatório, não haverá impulso nervoso. Acima do limiar, o potencial de
ação será sempre o mesmo, qualquer que seja a intensidade do estímulo.
Isso quer dizer que o neurônio obedece à lei ou princípio do tudo ou nada,
isto é, ou responde ao estímulo com capacidade máxima ou não há resposta.

Como o organismo distingue um estímulo forte de um fraco? Quando o


estímulo é fraco, o número de neurônios estimulados é menor que quando
o estímulo é forte. Dessa forma, a intensidade das sensações vai depender
do número de neurônios despolarizados e da frequência dos estímulos.
Exemplo: Imagine uma queimadura no dedo. Quanto maior a área
queimada, maior a dor, pois mais receptores serão estimulados e mais
neurônios serão despolarizados.

Após a despolarização e o potencial de ação, os canais de sódio ficam


temporariamente inativados e o neurônio não pode responder a um novo
estímulo gerando outro potencial de ação: é o período refratário.

O período refratário é o período durante o qual outro potencial de ação


normal não pode ser produzido em uma célula excitável. Assim, pode-se ter
dois tipos: absoluto e relativo.
A hiperpolarização, representada no gráfico pelo tempo de 3 a 4
 Período refratário absoluto: Período no qual outro potencial de ação não
milissegundos, ocorre por causa do efluxo excessivo de íons de potássio e
pode ser produzido (tempo necessário para que as comportas do canal
também por causa da demora do fechamento da comporta de inativação da
de Na+ voltem a posição de repouso).
proteína transportadora de potássio.
 Período refratário relativo: A maioria dos canais de Na+ já se encontram
na posição de repouso, ou seja, já é possível gerar um novo potencial de
ação. No entanto, é necessário um estimulo mais forte, pois neste do neurônio, inicia-se o potencial de ação) ou hiperpolarizações que
momento a condutância do K+ ainda é alta. ocorrem nos dendritos e no corpo celular.

POTENCIAL GRADUADO
Potenciais graduados são sinais de força variável - acontecem em um
determinado ponto da membrana do neurônio - onde percorrem distâncias
curtas e perdem força à medida que percorrem a célula. Eles são utilizados
para a comunicação por distâncias curtas.

Dessa forma, entende-se que os potenciais graduados são despolarizações


Refletem a intensidade do estímulo, nos neurônios são despolarizações (se
ou hiperpolarizações devido ao fato de seu tamanho ou força (amplitude)
o despolarizante for forte o suficiente quando atingir a região integradora
ser diretamente proporcional à intensidade do evento que os inicia. Em
síntese, um grande estímulo causa um grande potencial graduado e um
estímulo pequeno vai resultar em um potencial graduado fraco.

PROCESSO DE SINAPSES

A transmissão do impulso nervoso de um neurônio para outro ou ás outras


células depende de estruturas altamente especializadas, as sinapses, o
ponto de contato entre dois neurônios. As sinapses são classificadas em
químicas ou elétricas dependendo do tipo de sinal que passa da célula pré-
sináptica à célula pós-sináptica.

A sinapse química é o tipo mais comum. Nesse tipo de sinapse, ao atingir as


ramificações finais do axônio, o impulso nervoso provoca o esvaziamento
(exocitose) de várias vesículas sinápticas, com a liberação de
neurotransmissores,
substâncias químicas que se
difundem pela sinapse e se
ligam a proteínas da
membrana (receptores) de
outro neurônio, a célula pós-
sináptica que pode ser
estimulada ou inibida pelo
mensageiro químico.
Noradrenalina, acetilcolina,
dopamina e serotonina são
exemplos famosos de
neurotransmissores.

Nas sinapses elétricas os neurônios estão unidos por junções comunicantes


ou nexos, e os íons podem passar entre as duas células por canais de
proteínas, levando o impulso nervoso diretamente de uma célula para
outra. Sinapses elétricas ocorrem também entre células da musculatura lisa
e entre células da musculatura cardíaca.

Você também pode gostar