Analise Das Demonstraçoes
Analise Das Demonstraçoes
Analise Das Demonstraçoes
contábeis
Carlos Roberto Souza Carmo
Universidade de Uberaba
Reitor:
Marcelo Palmério
Assessoria Técnica:
Ymiracy N. Sousa Polak
Editoração:
Supervisão de Editoração
Equipe de Diagramação e Arte
Capa:
Toninho Cartoon
Edição:
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
ISBN 9788577773633
E, por fim, de posse de todas essas técnicas, você será levado a fazer
a Integração das técnicas de análise das demonstrações contábeis, no
Capítulo 4.
Introdução
Até este ponto do curso, além de aprender como registrar as
operações que alteram o Patrimônio das entidades como um
todo, você também foi preparado para elaborar os demonstrati-
vos contábeis que podem ser considerados como básicos para a
maioria das entidades, ou seja, o Balanço Patrimonial e a Demons-
tração do Resultado do Exercício.
Além disso, você teve acesso a informações gerais que lhe permiti-
ram conhecer e compreender outros relatórios contábeis. Demons-
tração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), a Demons-
tração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) e, ainda, a
Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC) requeridos pela legisla-
ção pertinente, como forma de evidenciar a situação e a evolução
patrimonial das entidades que estão obrigadas a publicar tais
demonstrativos.
Objetivos
Ao final desse capítulo, você deverá ser capaz de:
Esquema
PARADA OBRIGATÓRIA
(1) Por exemplo, caso você estivesse de posse dos demonstrativos contábeis
da empresa para a qual você trabalha e se interessasse em saber qual
o numerário disponível nos caixas e bancos da empresa, onde você
encontraria tal dado?
(2) Digamos que você fosse um credor de uma empresa que publicou seus
demonstrativos contábeis em um jornal de grande circulação da sua
cidade, onde você encontraria o montante das dívidas dessa empresa?
4 UNIUBE
PARADA OBRIGATÓRIA
PARADA OBRIGATÓRIA
SAIBA MAIS
Tente se lembrar daqueles grupos de contas que têm por objetivo ajustar os
saldos das contas de Ativo, Passivo e o Resultado do Exercício: eles não
necessariamente representam efetivamente entrada ou saída de recursos.
8 UNIUBE
Apesar de figurar no Ativo Circulante com saldo credor, este tipo de título
(endossado para desconto) é muito mais uma obrigação do que um ativo.
Por esse motivo, o saldo dessa conta deve ser reclassificado para o
passivo, para fins de análise.
IMPORTANTE!
Você acredita que seja possível julgar algo como bom ou ruim sem que
exista um parâmetro para comparação? Ou ainda, é possível julgar algo
como “bom” sem associar o próprio conceito de “bom” com o conceito de
“ruim”?
SAIBA MAIS
É notório que $ 1,00 não tem o mesmo poder de compra que $ 1,00 de
dois ou três anos atrás. Logo, não estaria correto comparar os demons-
trativos contábeis de dois e três anos atrás com os demonstrativos deste
ano. Assim, deve-se ajustar os montantes constantes dos demonstrati-
vos contábeis de anos anteriores para a moeda do exercício social mais
recente.
= Índice de Dez /19 x3 xValores constantes no
Índice Jan /19 x 2 + ÍndiceDez /19 x 2 Balanço de 19x1
2
UNIUBE 15
= Índice de Dez /19 x3 xValores constantes no
Índice Jan /19 x 2 + ÍndiceDez /19 x 2 Balanço de 19x1
2
CE – Composição do endividamento
Indica quanto da dívida total,
Passivo Circulante para com terceiros, vence no
CE= curto prazo (circulante).
Capital de Terceiros
Índices de Liquidez
Ativo Circulante
LC=
Passivo Circulante
Índices de rotação
Estoques
PMRE= x360
Custo das Mercadorias Vendidas
Duplicatas a Receber
PMRV= x360
Vendas Anuais
CMV = EI + C – EF
CMV – EI = C – EF
C= CMV – EI + EF
IMPORTANTE!
Índices de rentabilidade
São três índices desta família, dentre vários, que serão submetidos à
avaliação:
b) Margem Líquida (ML) - Este índice indica qual foi o Lucro Líquido
em relação à Receita Operacional Líquida. O índice calculado mostra
que, após descontado todos os custos, despesas e tributos (impostos
e taxas), sobrará a ML% (índice calculado) das vendas líquidas da
empresa.
Análise vertical
Análise horizontal
IMPORTANTE!
Resumo
Como você pôde ver ao longo dos estudos desenvolvidos nesse capítulo,
o ponto de partida do processo de análise de balanços é o tratamento
dos demonstrativos contábeis publicados em conformidade com a legisla-
ção societária. Esses ajustes têm por objetivo tornar as demonstrações
contábeis mais usuais à luz da análise de balanço.
Leituras
Para ampliar sua visão do assunto estudado e consolidar sua aprendi-
zagem sugerimos a leitura da obra de MORANTE, Antônio Salvador.
Análise das demonstrações financeiras básicas que você recebeu
junto a esse material:
Atividades
Atividade 1
Todavia, o presidente da Empresa Bibi S/A não está contente com a Liquidez
Corrente de $ 1,20. Ele determina ao seu contador que a liquidez corrente
deverá ser igual a $ 2,0.
Agora, com base nos estudos que você realizou e após analisar criterio-
samente a situação proposta, leia atentamente cada uma das alternativas
a seguir e assinale aquela que apresenta a solução mais correta para
28 UNIUBE
Atividade 2
Ativo $ Passivo + PL $
Circulante 180 Circulante 400
Realizável a Longo Prazo 320 Exigível a Longo Prazo 200
Permanente 700 Patrimônio Líquido 600
Total 1200 Total 1200
Atividade 3
Atividade 4
Atividade 5
Analise atentamente as fórmulas propostas pelas letras “A”, “B”, “C” e “D”
a seguir e, com base nos estudos que você realizou sobre prazos médios
e ciclos operacional e financeiro, faça a correspondência entre as fórmulas
da primeira coluna com os conceitos fornecidos na segunda coluna.
Estoques
(A) = x360
Custos das Mercadorias Vendidas
Fornecedores a Pagar
(B) = x360
Compras Anuais
Duplicatas a Receber
(C) = x360
Vendas Anuais
a.( ) A,B,D,C.
b.( ) A,D,C,B.
c.( ) C,A,D,B.
d.( ) C,B,D,A.
e.( ) A,C,D,B.
Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque
econômico-financeiro. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1998.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de balanços. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
Introdução
Esse capítulo tem por objetivo geral estudar as ferramentas de
análise e dimensionamento do capital de giro das entidades. Você
já deve ter percebido que a compreensão dos elementos estruturais
das demonstrações contábeis estudadas anteriormente, notada-
mente o Balanço Patrimonial (BP) e Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE), é de fundamental importância para o seu aperfei-
çoamento enquanto estudante desse componente curricular.
Objetivos
Ao final desse capítulo, você deverá ser capaz de:
• desenvolver análises que lhe permitam avaliar o correto di-
mensionamento do capital de giro de empresas em geral;
• identificar e quantificar a Necessidade de Investimento em
Giro (NIG) de uma organização, em montante;
• identificar e quantificar o saldo financeiro (SD) disponível na
empresa para o financiamento da sua Necessidade de Inves-
timento em Giro - NIG;
• utilizar os conceitos e técnicas de dimensionamento do ciclo
operacional e financeiro da entidade para quantificar a sua
Necessidade de Investimento em Giro (NIG) em dias.
Esquema
UNIUBE 35
IMPORTANTE!
Fórmulas de rotatividade:
• PMRV = (Duplicatas a receber/vendas) x 360
• PMRE = (Estoques / CMV) x 360
• PMPF = (Fornecedores / compras) x 360
EXEMPLIFICANDO!
SAIBA MAIS
Metodologia de Cálculo
EXEMPLIFICANDO!
EXEMPLIFICANDO!
Em função do que foi exposto até esse momento, você pode perceber
que duas variáveis são de suma importância para o estudo da análise
dinâmica do capital de giro. São elas:
EXEMPLIFICANDO!
Agora, vamos aprender como realizar projeções de NIG. Para isso, mais
uma vez, vamos nos valer de um exemplo. Observe atentamente os
dados propostos para nossa simulação.
UNIUBE 45
EXEMPLIFICANDO!
Agora, com base na formulação proposta para cálculo dos Prazos Médios
dos Ciclos Operacional e financeiro, e, ainda, levando em conta os dados
da simulação proposta inicialmente, calcularemos o investimento médio em
estoques, o investimento médio em vendas, financiamento médio propor-
cionado por fornecedores e o financiamento médio proporcionado pelas
despesas operacionais.
46 UNIUBE
PMRE = (Estoques/CMV) x 90
70 = (Estoques/1.000) x 90
Investimento Médio em Estoques = $ 777,78
PMRV = (Clientes/Vendas) x 90
30 = (Clientes/1.500) x 90
Investimento Médio em Clientes = $ 500,00
Resumo
Bom, chegamos ao final de mais uma etapa. Agora que você teve o seu
segundo contato com as ferramentas de análise econômico-financeira
dos demonstrativos contábeis, com certeza, você ampliou um pouco
mais aqueles conhecimentos que desenvolveu mediante os estudos já
realizados inicialmente.
Por sua vez, a análise combinada desses dois ciclos permite identificar
a Necessidade de Investimento em Giro (NIG) em dias.
Leituras
Para ampliar sua visão do assunto estudado e consolidar sua aprendi-
zagem sugerimos a leitura dos textos do livro que você recebeu anexo
a esse material.
Nesse sentido, você terá em vista, que por meio desses relatórios,
podemos calcular, em número de dias, o quanto a empresa terá que
aguardar para receber de seus clientes dentre outros prazos médios
(ciclo operacional). Você verá como as demonstrações contábeis podem
gerar amplas e profundas informações sobre o ciclo de caixa, em dias
necessários a investimento em giro, partindo de uma visão do conjunto
de relatórios contábeis.
Atividades
Passemos, então, às nossas atividades. Vamos desenvolvê-las, para que
possamos consolidar os conhecimentos que estamos construindo. A seguir,
são enumeradas algumas palavras-chave e abreviaturas para realização
das atividades propostas para autoavaliação da aprendizagem:
50 UNIUBE
Atividade 1
Atividade 2
Atividade 3
PMRE = 76 dias
PMRV = 77 dias
PMPF = 86 dias
a) ( ) 87 dias
b) ( ) 120 dias
c) ( ) 67 dias
d) ( ) 80 dias
e) ( ) 90 dias.
52 UNIUBE
Atividade 4
Atividade 5
a) ( ) Ciclo de vendas.
b) ( ) Ciclo de vida do produto.
c) ( ) Ciclo operacional.
d) ( ) Ciclo financeiro líquido.
e) ( ) Ciclo de caixa.
UNIUBE 53
Atividade 6
a) ( ) Ciclo financeiro.
b) ( ) Ciclo econômico.
c) ( ) Ciclo operacional.
d) ( ) Ciclo de giro dos estoques.
e) ( ) Ciclo de giro líquido de caixa.
Atividade 7
SAIBA MAIS
Assim, teremos:
7.000 + 15.000
2
a) PMRE = 50.000
x 360 = 79,20 dias
1.000 + 4.000
2
b) PMRV = 120.000
x 360 = 7,50 dias
2.450 + 4.000
c) PMPF = 2 x 360 = 20,01 dias
58.000
Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2005.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de balanços. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços: abordagem básica
e gerencial: livro de exercícios. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1994.
Introdução
Vamos dar continuidade ao seu aprendizado sobre a análise das
demonstrações financeiras?
Objetivos
Ao final desse capítulo, você deverá ser capaz de:
Esquema
Por exemplo, caso você precisasse comprar um veículo para uso no seu
trabalho e no seu dia a dia, qual seria a sua primeira providência se lhe
faltassem os recursos financeiros necessários para tal aquisição?
LucroLíquido
Lucro Líquidodo
doExercício
Exercício
ML==
ML
Re ceita Operacional
Receita Operacional Líquida
Líquida
Vendas líquidas
Giro do ativo =
ativo total
UNIUBE 63
Desdobrar ou
Retorno do ativo desdobramento
= margem X giro Ato ou efeito de fracionar
( retorno do investimento )
ou dividir em grupos
menores. Detalhar
a composição de
determinada formulação
Assim, ao desdobrarmos a formulação propos- em, pelo menos, duas
outras fórmulas
ta, anteriormente, teremos:
Perceba que uma variação de 50% nas receitas (no volume das atividades
de vendas) implica em 100% de variação no resultado operacional. Isto em
ambos os sentidos. Ou seja, um aumento de 50% no volume de atividade
faz com que o resultado operacional cresça mais que proporcionalmente,
entretanto, uma redução em igual proporção na receita operacional faz
com o resultado operacional decresça, mais que proporcionalmente.
Diante do que você acabou de ver, é correto afirmar que uma empresa
mais alavancada tem uma carga de custos fixos maiores e, por isso, ela
leva vantagem econômica em relação a uma empresa menos alavancada?
100%
50% = 2
IMPORTANTE!
Conforme exposto até aqui, você pôde ver que os custos de despesas
fixos impulsionam o resultado operacional toda vez que existe uma
variação no volume de receitas da entidade, produzindo a chamada
alavancagem operacional. Este mesmo efeito pode ser obtido sobre o
lucro líquido em relação às variações ocorridas no resultado operacional
das entidades, caso as despesas financeiras mantenham-se fixas.
EXEMPLIFICANDO!
27,2%
20% = 1,36
IMPORTANTE!
EXEMPLIFICANDO!
Resultado operacional
GAF =
Resultado operacional − despesas financeiras
EXEMPLIFICANDO!
CMPC =
( P x CP ) + ( PL x CPL )
P + PL
EXEMPLIFICANDO!
A. No caso do exemplo dado no Quadro 13, o ROA é maior que CMPC (15%
> 12%). Assim, se mantida essa estrutura de financiamento, investimento
e taxas, o EVA® seria de $9,00. Veja:
Demonstrando:
Exemplificação 1: $300 x (15% 12%) = $9,00
Exemplificação 2: $300 x (10% 12%) = ($6,00)
UNIUBE 75
Resumo
Nesse capítulo, iniciamos nossos estudos abordando a Formulação
Dupon. Constatamos que essa ferramenta de análise desdobra o Retorno
do Ativo (Resultado Líquido / Ativo), ou retorno do investimento, em dois
componentes de análise básicos (Margem Líquida e Giro do Ativo). Por
isso, essa ferramenta permite identificar se uma empresa que apresenta
um baixo retorno dos seus investimentos tem problemas de giro do
montante investido ou problemas de margem de lucratividade líquida.
Dessa forma, o analista pode direcionar sua atenção para a análise dos
investimentos realizados pela empresa e/ou para sua estrutura de custos.
Bom estudo!
76 UNIUBE
Atividades
Para a resolução das cinco atividades, utilize os demonstrativos contábeis
(Balanço Patrimonial e Demonstrativo de Resultado do Exercício), a seguir:
Atividade 1
Atividade 2
Atividade 3
Atividade 4
Atividade 5
Referências
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços:
abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
Capítulo
Integração das
técnicas de análise das
4
demonstrações contábeis
Introdução
Vamos realizar uma rápida recordação sobre tudo o que foi estuda-
do até esse momento!
Objetivos
Ao final desse capítulo, você deverá ser capaz de:
• compreender o relacionamento e a interação entre os vários
índices/indicadores utilizados no processo de análise das
demonstrações financeiras;
• conhecer o processo de modelagem dos índices/indicadores
empregados pela análise das demonstrações financeiras
com o objetivo de identificar as tendências futuras de com-
portamento desses índices/indicadores;
UNIUBE 81
Esquema
IMPORTANTE!
Por exemplo, uma vez avaliada a liquidez da empresa com base nos
procedimentos já sugeridos, pode-se estabelecer uma tendência desses
indicadores para o próximo período a partir do comportamento de um
índice ou indicador em, pelo menos, três períodos passados.
IMPORTANTE!
Esta é apenas uma das sistemáticas mais simples para se analisar tendên-
cias de comportamento de índices! Existem técnicas bem mais elaboradas
e, estatisticamente, mais precisas.
DICAS
Resumo
Chegamos ao final de mais um capítulo. Sendo que, essa será nossa
última etapa nesse processo de construção do seu conhecimento acerca
do processo de análise das demonstrações financeiras.
92 UNIUBE
Bom estudo.
Leituras
Para ampliar sua visão do assunto estudado e consolidar sua aprendiza-
gem realize a leitura do livro: MORANTE, Antonio Salvador. Análise das
demonstrações financeiras: aspectos contábeis da demonstração de
resultado e do balanço patrimonial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
Atividades
Para a confecção das atividades de autoavaliação da aprendizagem,
utilize os demonstrativos contábeis (Balanço Patrimonial e Demonstrativo
de Resultado do Exercício), a seguir:
Atividade 1
Atividade 2
Atividade 3
Atividade 4
Atividade 5
Referências
BRAGA, Roberto; NOSSA, Valcemiro; MARQUES, José Augusto
Veiga da Costa. Uma proposta para análise integrada da liquidez e da
rentabilidade das empresas. In:________. Revista de Contabilidade &
Finanças da USP. São Paulo, Edição Especial, p. 51–64, 30 de junho de
2004. Disponível em: <http://www. eac.fea.usp.br/cadernos/completos/
ed_comemor2/ec2_parte4_ pg51a64.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2008.