Modulo de Epistemologia Das Ciencias Sociais
Modulo de Epistemologia Das Ciencias Sociais
Modulo de Epistemologia Das Ciencias Sociais
Ciências Sociais
Curso de Licenciatura em Ensino de História
Departamento de História
Universidade Pedagógica
Rua João Carlos Raposo Beirão nº 135, Maputo
Telefone: (+258) 21-320860/2 ou 21 – 306720
Fax: (+258) 21-322113
Primeira Edição
© Todos os direitos reservados. Não pode ser publicado ou reproduzido em nenhuma forma ou meio –mecânico ou
eletrónico- sem a permissão da Universidade Pedagógica.
Índice
Visão Geral do Módulo i
Unidade 3: 112
i
Objectivos do Módulo
Ao completar as lições deste módulo o prezado estudante
deverá possuir três competências básicas:
Adquirir noções básicas sobre teorias e métodos das
ciências sociais;
Propósito do módulo.
ii
A quem se destina o Módulo
Caro estudante e futuro professor de História tem à sua disposição
um módulo elaborado na perspectiva de combinar material de raiz e
a bibliografia básica, visando guiar e não limitar sua aprendizagem,
na perspectiva polissémica e probabilística da pesquisa social
sempre aberta a novas fontes e interpretações. Prezado colega, este
é um guia para aqueles que são confrontados com a exigência que
caracteriza o estudo universitário, onde o carácter académico
contraria a indicação de receitas únicas.
Métodos de estudo.
Estudo individual: Grande parte da sua aprendizagem,
realiza sozinho, a ler e a pensar em silêncio. Caro estudante
o módulo apresenta quatro (4) elementos estruturantes: os
apontamentos de indução, a indicação das leituras
obrigatórias, as actividades visando a realização dos
objectivos das lições e os exercícios de aplicação.
Grupos de estudo informais: Naturalmente, você não
precisa de estudar este módulo apenas individualmente. Os
materiais podem e devem ser usados por si com outros
estudantes deste curso e professores do seu grupo de
disciplina.
iii
Avaliação
Caro estudante, a avaliação obrigatória consistirá de dois (2)
testesescritos e exame final. Contudo, a sua calendarização e
oportunidade dependerá da planificaçãoa ser feita pelo tutor de
especialidade ou orientador, que poderá identificar outras
modalidades de avaliação e estratégias de condução do módulo.
Organização do Módulo
Estruturalmente o módulo comportatrês unidades de
aprendizagem, apresentados no sinopse que segue:
iv
1.6. Peculiaridades das ciências sociais
7 4h
2.2. Etnometodologia,
9 2
Fenomenologia, Racionalismo
III
Métodos de procedimento
30
Métodos de abordagem
Total 80
v
Ícones de Actividades
[peneira]
[colher de pau com alimento
[enxada em actividade] para provar]
4. Exemplo/estudo de caso 5. Debate 6. Trabalho em
grupo
[Jogo Ntxuva]
[fogueira]
[mãos unidas]
7. Tome nota/Atenção 8. Objectivos 9. Leitura
[batuque
soando] [estrela cintilante] [livro aberto]
vi
10. Reflexão 11. Tempo 12. Resumo
[sentados à volta da
fogueira]
[sol]
[embondeiro]
13. Terminologia 14. Video/Plataforma 15. Comentários
Glossário
[Dicionário] [computador]
[Balão de fala]
vii
7. Tome nota/Atenção – Chamada de atenção
8. Objectivos – orientação para organização do seu estudo e daquilo
que deverá aprender a fazer ou a fazer melhor
9. Leitura adicional – O livro indica que é necessário obter
informações adicionais através de livros ou outras fontes.
10. Reflexão – O embondeiro é robusto e forte. Indica um momento
para fortalecer as suas ideias, para construir o seu saber.
11. Tempo – O sol indica o tempo aproximado que deve dedicar á
realização de uma tarefa ou actividade, estudo de uma unidade ou
lição.
12. Resumo – Representado por pessoas sentadas à volta da fogueira
como é costume fazer-se para se contar histórias. É o momento de
sumarizar ou resumir aquilo que foi tratado na lição ou na unidade.
13. Terminologia/Glossário – Representado por um livro de consulta,
indica que se apresenta a terminologia importante nessa lição ou
então que se apresenta um Glossário com os termos mais
importantes.
14. Vídeo/Plataforma – O computador indica que existe um vídeo
para ser visto ou que existe uma actividade a ser realizada na
plataforma digital de ensino e aprendizagem.
15. Balão com texto – Indica que existem comentários para lhe ajudar
a verificar as suas respostas às actividades, exercícios e questões de
auto-avaliação.
viii
Conteúdos
Introdução à
Unidade 1: Introdução à Epistemologia de Ciências Sociais Epistemologia de Ciências
Sociais
Lição n° 1: Conceitos eoperacionais da disciplina de
Epistemologia de Ciências Sociais
UNIDADE
Lição n° 2: Conceitos operacionais da disciplina epistmologia de
Ciências Sociais (conclusão)
1
Lição n° 3: Classificação geral das ciências e lugar das Ciências
Sociais
Pág. 10 - 78
9
Unidade 1: Introdução à Epistemologia de Ciências Sociais
Introdução
Nesta1ª unidade de aprendizagem apresentam-se seteliçõesque
correspondem ao estudo dos conceitos operacionais, a identificação do
lugar das Ciências Sociais no campo dos estudos científicos e as
particularidades da pesquisa social. Assim, nesta unidade, o focoestá nos
aspectos introdutórios do plano do módulo, conforme indiciam as metas
que seguem.
Objectivos da unidade
Ao terminar esta unidade deverá ser capaz de:
Descrever os conceitos operacionais da disciplina;
30 horas.
Tempo
10
Lição n° 1: Conceitos eoperacionais da disciplina de Epistemologia
de Ciências Sociais
Introdução
Bem-vindoà lição inaugural de Epistemologia de Ciências Sociais, ela
habilita-lhe a compreender a polissemia e o carácter provisório dos
conceitos estruturantes da epistemologia da ciência e da ciência social,
mormente as características do método científico e as peculiaridades da
pesquisa social. Os conceitos e actividades seleccionadas para esta aula,
exige muita leitura e constituem o fundamento para estudar o resto do
módulo.
Objectivos
Tempo
11
Conceitos de Epistemologia, Conhecimento, Verdade, Lógica,
Pesquisa e Ciência.
Terminologia
a) Epistemologia
Caro estudante, este é um conceito central da filosofia do conhecimento
que indaga as leis científicas, ele integra três aspectos centrais:
possibilidade de conhecer, relação subjectiva entre sujeito e objecto do
conhecimento e a validade e aplicabilidade do conhecimento.
12
Caro estudante, leia o conceito de epistemologia em Gomes
(1988:351/362) ou na Verbo Enciclopédia Luso-brasileira de
Cultura1e, no seu bloco de notas, estabeleça a relação
epistemológica, relacionando o que leu e a situação hipotética do
Actividade exemplo que segue: Se entregarum apagador a uma criança de 2
anos, ela pode estabelecer uma relação particular como se de um
brinquedo de viatura se tratasse e o mesmo apagador diante de
um adolescente de 16 anos a relação entre ambos muda
totalmente.
1
O prezado estudante poderá consultar outra enciclopédia disponível na biblioteca mais
próxima. Contudo, tem ao seu dispor na Web a Enciclopédia Verbo Edição Século XXI,
sucessora da Verbo Enciclopédia Luso-brasileira de Cultura (ambas disponíveis
emhttps://pt.m.wikipedia.org e https://www.olx.pt)
13
b) Conhecimento
Partamos da convicção deque o conhecimento, emergindo da totalidade da
vida psíquica, em que se insere, impõe-se como fenómeno originário e
irredutível. Objecto de uma experiência universal e constante, permanece
intraduzível na sua misteriosa complexidade, daí ser compreensível o
recurso a analogias e imagens mais ou menos sugestivas para melhor o
aproximar e descrever. Numa análise elementar, o conhecimento aparece
como acto imanente pelo qual a consciência abre-se para o mundo
circundante, tornando-o intencionalmente presente na consciência.
Inicialmente o conhecimento é um fenómeno consciente – conhecer é
ter consciência de alguma coisa, onde o conhecimento e a consciência
constituem uma unidade indissolúvel, não existindo um sem outro. Em
todo o caso conhecer é presente, pelo menos implicitamente, a reflexão
(consciência do eu) que opõe um sujeito a um objecto, relação
necessáriapois não há conhecimento sem sujeito que conhece ou sem um
objecto conhecido. O sujeito deve apreender o objecto, acolhê-lo, torná-lo
presente; enquanto ao objecto compete deixar-se apreender e especificar,
o conhecimento dando-lhe um conteúdo.
14
intervenção de um excitante para que haja sensação e a própria vida
intelectual depende da sensibilidade. O sujeito é incapaz de produzir ou
criar o objecto, mas deve esperar que este se lhe manifeste, sendo o
sujeito de algum modo passivo, deixando-se medir e determinar pelo
objecto. O conhecimento não se pode definir como pura subjectividade,
nem como pura objectividade, é ao mesmo tempo activo e passivo,
constitutivo e receptivo, promoção interior e informação exterior, ele vive
e alimenta-se da tensão dialécticaentre o sujeito e o objecto, expressa em
termos de isolamento e comunhão, identidade e diversidade, coincidência
e distância, passividade e liberdade (Verbo Enciclopédia Luso-brasileira
de Cultura, Vol. 5, pp.1391-1395).
c) Verdade
Retenha, antes de tudo, que por verdade pode referir-se ao pensamento, ao
ser e à palavra. Na experiência humana a verdade afecta primeiro o
pensamento, este é sempre sobre alguma coisa, ele possui verdade
quando apreende o que uma coisa é, portanto, a verdade estabelece uma
relação entre o pensamento e o ser das coisas. Por outro lado, o ser das
coisas refere-se à inteligência, de outro modo não poderia por ela ser
apreendido, pois o ser das coisas é inteligível.
15
conhecimentos, estatelando-se uma rede de relações de inteligências, ser e
palavra. Diz-se que há verdade na inteligência ou entendimento
quando ela conhece o que uma coisa é, quando há correspondência ou
adequação entre a inteligência e o ser; quando o que a inteligência diz
que é ou não é, se verifica na realidade: a verdade é lógica, porque ela
está na mente, no logos (razão). Para que a inteligência conheça o ser
das coisas, estas devem ser inteligíveis (verdade ontológica). De facto, a
relação de verdade é recíproca: A inteligência pode conhecer as coisas e
estas podem ser conhecidas, a inteligência conformando-se com o ser das
coisas e este conformando-se com a inteligência (Ex: o artista – verdade
ontológica e interprete – verdade lógica). Quando há acordo entre o que se
pensa e se diz dá-se a verdade moral (veracidade - mentira), esta é
compatível com a falsidade lógica. São disciplinas que se ocupam do
problema da verdade: Lógica/filosofia analítica da linguagem; a
lógica/coerência do pensamento/correcção do raciocínio; crítica ou teoria
do conhecimento (Gnosiologia, Epistemologia), a Ontologia, Ética,
Moral, etc.
16
d) Lógica
Termo de origem grego, etimologicamente significa ciência do logos-
razão (Ciência da palavra ou do pensamento), mas a expressão pode ser
tomada em muitos sentidos. Aristóteles não usou a palavra lógica, mas
seu equivalente mais próximo naqueles tempos é analítica. Crisipo dividiu
a filosofia em Lógica, Ética e Física. Para os estóicos a Lógica
compreende a Retórica e a Dialéctica. Para Cícero, Alexandre de
Afrodisia e Beócio, o termo lógica parece designar, unicamente a
dialéctica dos estóicos. No começo da escolástica o termo mais usado foi
dialéctica, mas entre os séculos XIII-XV e XVII predomina o termo
lógica.
e) Pesquisa
Caro estudante, apreciemos Richardson (1999:15), para quem não existe
uma fórmulamágica e única para realizar uma pesquisa ideal, talvez não
existe uma pesquisa perfeita. A investigação é um produto humano, e seus
produtores são seres falíveis, pois os conceitos e princípios fundamentais
da ciência são invenções livres do espírito humano (Albert Einstein). Isto
é algo importante que o principiante deve ter em mente: fazer pesquisa
não é privilégio de alguns poucos génios. Precisa-se ter conhecimento da
realidade, algumas noções básicas de metodologia e técnicas de pesquisa,
seriedade e, sobretudo trabalho em equipa e consciência social.
Evidentemente é desejável chegar a um produto acabado, mas não é
17
motivo de frustração um produto imperfeito. É melhor ter trabalho de
pesquisa imperfeito a não ter trabalho nenhum.
18
Como ferramenta para adquirir conhecimento, a pesquisa pode ter os
seguintes objectivos: Resolver problemas específicos, gerar teorias e
avaliar ou testar teorias existentes. Retenha que nenhum destes três
objectivos é superior aos outros, e os três podem complementar-se.
19
1. Com esta actividade pretendo reafirmar que a pesquisa científica
é o objecto central deste módulo e acautelar-lhe que no mundo
real irá enfrentar a dificuldade de recursos para a pesquisa social
e estimular-lhe a começar a idealizar o campo que poderá
20
identificação dos elementos que conduzem ao resultado esperado.
f) Ciência
Caro estudante, a ciência nada mais é que uma das maneiras de explicar o
universo no qual vivemos, este corpo de conhecimentos inclui aspectos
teóricos e práticos. Pode ser definida como a acumulação de
conhecimentos sistematizados, ela aborda o mundo que é possível ser
experimentado pelo Homem no seu quotidiano [mundo empírico].
2
O conhecimento científico é objectivo porque descreve a realidade independentemente
dos caprichos do pesquisador [?]; é racional porque se vale da razão e não de sensações
ou impressões, para chegar a seus resultados; é sistemático porque se preocupa em
construir sistemas de ideias organizadas racionalmente e em incluir os acontecimentos
parciais em totalidades cada vez mais amplas; é geral porque seu interesse se dirige à
elaboração de leis ou normas gerais, que explicam todos os fenómenos de certo tipo; é
verificável porque sempre possibilita demonstrar a veracidade das informações; é fiável
porque , ao contrário de outros sistemas de conhecimento, reconhece sua própria
capacidade de errar (Gil,1999:20).
21
é dona da verdade, toda verdade científica tem carácter probabilístico
(Richardson,1999:17).
A priori, não há base para afirmar que a ciência é melhor que a revelação,
depende da cultura e das crenças das pessoas, alguns pressupostos serão
mais convincentes que outros. Contudo, pode-se aceitar que a ciência é
uma forma de adquirir conhecimento, compreensão, crença da falsidade
ou veracidade de uma proposição.
Resumo da lição
Os conceitos operacionais e/ou estruturantes deste módulo,
tratados nesta aula inaugural, são cinco, designadamente:
Epistemologia, conhecimento, verdade, lógica e pesquisa. O
primeiro discute a relação entre o sujeito e objecto do
conhecimento e mobiliza o debate recorrente em ciências
sociais, o da objectividade,comummente vista como a ambiciosa
separação do pesquisador com seus valores; quanto ao conceito
de conhecimento retenha-se que ele emerge da experiência e
22
revela a abertura da consciência ao mundo à volta, já a verdade,
sempre em renovação, revela a correspondência entre a
inteligência e o ser das coisas, ela é racional (produto da mente);
já a lógica é a ciência da palavra, um exercício fundamental na
pesquisa ou busca metódica da verdade dos fenómenos e factos
da natureza e da sociedade.
Bibliografia da Lição
DUVERGER, M.Sociologia política, Coimbra:
Almedina, 1983
GIL, António Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa
social, 5ª Edição, São Paulo: ATLAS, 1999.
GOMES, Rodrigues Raul. Introdução ao pensamento
histórico, Lisboa: Livros Horizonte, 1988.
GRESSLER, Lori Alice. Pesquisa educacional:
Importância, modelos, validade, variáveis, hipóteses,
amostragem e instrumentos, São Paulo: Layola, 1979.
LOPES, J. Marques, Curso de Filosofia, sl: Didáctica
editora, 1970
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social:
Métodos e técnicas, 3ª Edição, São Paulo: Atlas, 1999.
Verbo Enciclopédia Luso-brasileira de Cultura.
23
Lição n° 2: Conceitos operacionais da disciplina epistmologia de
Ciências Sociais (conclusão)
Introdução
Bem-vindoà 2ª lição, ela conclui o tema em apreço, visando habilitar-lhe a
compreender a polissemia e o carácter transitório e dinâmico dos
conceitos da ciência e da ciência social, mormente as características do
método científico e as peculiaridades da pesquisa social. Os conceitos e
actividades seleccionadas para esta aula, como na 1ª aula, constituem o
fundamento para estudar o resto do módulo
Objectivos
Tempo
Terminologia
24
g) Método científico
Caro estudante, repare que a ideia de método é antiga, na Grécia
Arquimedes se preocupou com o método de cálculo de áreas planas e
Aristóteles formulou o método dedutivo para inferir logicamente as
características gerais de um fenómeno, mas foi Galileu (1564-1642) que
deu os primeiros passos para o método científico moderno ao insistir na
necessidade de elaborar hipóteses e submetê-las a provas experimentais.
Contudo, o conceito de método como procedimento para chegar a um
objectivo, começa a consolidar-se com o nascimento da ciência na Idade
Moderna, no século XVII: Francis Bacon entrou na história como criador
do método indutivo, que consiste em concluir o geral do particular,
obtido através da experiência e observação. Para ele, o método científico é
um conjunto de regras para observar fenómenos e inferir conclusões; por
seu turno, René Descartes defendia a dedução, para ele qualquer
conhecimento deve ser rigorosamente demostrado e inferido de um
principio único e fidedigno [do pressuposto geral aos particularismos].
Para ele, toda a ciência deve ter o rigor matemático e o critério para que o
conhecimento seja verdadeiro é a clareza e a evidência.
25
1. Caro estudante mobilize todo o seu saber e experiência
para definir a ciência histórica, considerando que os
aspectos da vida humana que ele persegue são: a
organização para produzir, as actividades económicas e
h) Teoria
Caro estudante repare que muita gente usa este termo: Na linguagem
popular a teoria é identificada com a especulação, mas para a ciência é,
segundo Braithwaite apud Gil (1999:36) o conjunto de hipóteses que
formam um sistema dedutivo, ou seja, um sistema organizado de maneira
que, considerando como premissas algumas hipóteses, destas decorram
logicamente todas as outras. A importância das teorias na pesquisa social
reside em permitir uma adequada definição de conceitos, estabelecimento
de sistemas conceptuais, indicar lacunas no conhecimento, auxiliar na
26
construção de hipóteses, explicar/generalizar e sintetizar os
conhecimentos e sugerir a metodologia adequada para a investigação3.
3
Quanto ao papel metodológico das teorias Karl Popper apudGil (1999:36) as considera
redes estendidas para capturar o que chamamos o mundo, para realizá-lo, explicá-lo e
dominá-lo
27
todo. Há teorias perfeitas, saturadas, inacabadas (…) porque são possíveis
séries translimites de teoremas e novas extensões. O limite de uma teoria
dedutiva é função de potência de generalizações do grupo de axiomas,
mas aparecem antinomias que são limites; o limite de uma teoria indutiva
é função do princípio da verificação, se a lei geral enunciada engloba
todos os fenómenos da experiência ou não. Segundo o Teorema de Gödel,
o único limite absoluto da teoria é a metateoria.
i) Sociologia -
É o estudo da vida social humana, grupos e sociedades. A Sua esfera, é
muito abrangente indo desde a análise de encontros casuais entre
indivíduos na rua, até processos sociais globais. Revela a necessidade de
adoptar uma perspectiva mais abrangente do nosso modo de ser e das
razões pelas quais agimos; ensina que o que se pode considerar natural,
inevitável, bom e verdadeiro, pode não ser, e que o que se toma como
dano na nossa vida é fortemente influenciado por forças históricas e
sociais e permite compreender as maneiras ao mesmo tempo subtis,
complexas e profundas, pelas quais as nossas vidas individuais reflectem
os contextos da nossa experiência social.
j) Ciências sociais
Foi demonstrado que a ciência tem como propósito oferecer uma
explanação objectiva, factual e útil do universo, uma explanação
28
verificável dos fenómenos naturais e sociais, diferente da abordagem
artística e religiosa.
Resumo da lição
Os conceitos operacionais e/ou estruturantes deste módulo,
tratados nesta aula, encerrando a ideia da aula anterior são
quatro, designadamente: método científico, teoria, sociologia e
ciência social. O primeiro integra o conjunto de regras para
observar fenómenos e tirar conclusões, onde o ideal básico é que
qualquer conhecimento deve ser rigorosamente demonstrado;
quanto ao conceito de teoria entenda-se como o conjunto de
hipóteses de um sistema dedutivo que permite a definição
adequada de conceitos e indica as lacunas do conhecimento
nesse sistema, já a sociologia é a abordagem quantitativa
pioneira do facto social e o termo genérico de ciências sociais
integra as ciências do espírito humano. Estas duas lições
inaugurais revelam que a ciência não é a única forma de
produção do conhecimento mas, através da aplicação do método
científico, a mais credível e tem as teorias como esforço de
sistematização e universalização que, não obstante ser
problemática nas ciências sociais, foi o ponto de partida com a
sociologia ou física social, que permite abordagem quantitativa
na pesquisa social.
29
Bibliografia da Lição
GIL, António Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa
social, 5ª Edição, São Paulo: ATLAS, 1999.
GRESSLER, Lori Alice. Pesquisa educacional:
Importância, modelos, validade, variáveis, hipóteses,
amostragem e instrumentos, São Paulo: Layola, 1979.
Verbo Enciclopédia Luso-brasileira de Cultura.
Auto-avaliação
Agora pretendemos encerrar o tema sobre os conceitos operacionais
e não teríamos melhor forma de fazê-lose não verificarmos oque se
conseguiu retere que podemos aplicar em situações da realidade
social. Então, veja se sabe:
I. Defina Epistemologia de Ciências Sociais?
30
CONHECIMENTO: A VERDADE: Relação entre o
consciência abre-se ao pensamento e o ser das coisas, este
mundo circundante, é inteligível:
tornando-o intencionalmente
presente em si
31
Lição n° 3: Classificação geral das ciências e lugar das Ciências
Sociais
Introdução
Bem-vindo à 3ª lição, ela tem como suporte os conceitos das duas lições
anteriores e o seu objectivo é compreender o lugar das Ciências Sociais
nas formas de conhecimento e, particularmente, no conhecimento
científico. Estude os apontamentos e realize zelosamente as actividades
com vista uma realização eficaz dos objectivos desta lição.
Objectivos
Tempo
32
Principais formas de conhecimento e classificação do
conhecimento científico
33
equívocos porque o homem é mau observador dos fenómenos
mais simples; as religiões por serem variadas oferecem
informaçõescontraditórias; a poesia e o romance são subjectivos; o
argumento da autoridade deixa transparecer a sua fragilidade de
querer manter o poder e os filósofos habitualmente avançam para
explicações metafísicas e absolutistas, que não possibilitam a
verificação (Gil,1999:20).
34
autoridade.
35
1. Considere a sua anterior definição de história e a taxonomia das
ciências descrita no texto anterior como uma síntese de uma
longa evolução do esforço de classificação.
1.1. Nomeie oito diferentes tipos de ciências e, a seguir,
Retornando ao nosso foco, as Ciências Sociais, sabe que elas não gozam
do mesmo prestígio das Ciências Naturais, havendo autores que defendem
a sua não inclusão nas verdadeiras ciências e apresentam uma série de
objecções que induzem ao atendimento das peculiaridades das Ciências
Sociais:
Os fenómenos humanos não obedecem uma ordem semelhante à
do universo físico, o que torna impossível sua previsibilidade;
As Ciências Humanas lidam com entidades não quantificáveis,
oque dificulta a comunicação dos resultados das investigações;
36
O método experimental, fundamento da ciência, exige o controlo
de variáveis que podem interferir no fenómeno estudado, ao passo
que as Ciências Sociais envolvem uma grande variedade de
factores que inviabilizam uma pesquisa rigidamente
experimental [veja fontes comuns de erros].
Gil (1999:22) entende que são objecções sérias e não emocionais, daí que
a melhor defesa das ciências sociais não está em demostrar a falácia
destas argumentações, mas antes em demonstrar que mesmo nas Ciências
Naturais, não se observa a rigorosaobservância dos itens considerados, tal
como ilustra Duverger (1983:13), para quem as Ciências Sociais:
4
A obra de Lopes (1970) depois de apresentar a classificações das ciências em
Aristóteles, Bacon, Ampere, Comte e reconhecer divisão das ciências em Matemáticas,
físicas, biológicas e humanas, aborda a filosofia incluindo o que chama ciências de
espírito (sociais ou humanas), incluindo a História entre as pp.124-153.
37
reduzido a um número; não se pode tratar o homem como um
conjunto de traços quantitativos …), são afirmações emocionais
que não devem ser atendidas pelos pesquisadores; 2º reconhecer
que a mensuração de fenómenos intangíveis ou o comportamento
humano (inteligência, emoções, atitudes, nível de aculturação,
mobilidade social…) é complexo porque muito mais mutável que
o comportamento de rochas, metais ou gases, oque não significa
que seja impossível o tratamento científico dos fenómenos sociais,
oque acontece é que os fenómenos humanos não podem ser
quantificados com o mesmo grau de precisão das Ciências
Naturais5.
Considera-se um obstáculo o facto de o pesquisadorestar
envolvido com o fenómeno que investiga, de facto os valores
permeiam as pesquisas sociais. Hegenberg apud Gil (1999:23)
esclarece esta questão classificando os problemas científicos em
teóricos6 (tratados mediante hipóteses e observações), técnicos
(conduzem à verificação do que é e não do que deve ser, não
envolvendo juízos de valor) e de acção (envolvendo considerações
valorativas). Gil (1999:25) reitera que as ciências sociais não
devem relegar todas as questões de valor, mas antes considerá-
lopara que cumpram um de seus mais importantes papéis –
auxiliar a promoção do ser humano.
Reconheça-se que nos experimentos em Ciências Sociais o
pesquisador não tem o poder de introduzir modificações nos
fenómenos que estuda, devendo decidir se experimento
5
Os fenómenos sociais são mensurados mediante escalas menos sofisticadas- nominais e
ordinais: nas escalas nominaissão atribuídos números a categorias que se distinguem
apenas por serem mutuamente exclusivas, por exemplo a classificação de populações
segundo traços como sexo, cor da pele e nacionalidade, enquanto as escalas ordinais
deixam implícito algum tipo de ordenação, por exemplo, a ordenação dapopulação
segundo ela seja, mais ou menos agressiva, ou apresentem diferentes níveis
socioeconómicos.
6
Ora um mesmo assunto pode ser enfocado sob o ponto de vista teórico e do ponto de
vista de acção. Por exemplo numa pesquisa sobre a privatização da terra, no que respeita
à sua conveniência alguns estarão a favor e outros contra (problema acção, envolve oque
deve ser), mas no que respeita a suas consequências estarãode acordo que aumentariam o
poder do estado (problema teórico).
38
controlado é indispensável para a obtenção de resultados
cientificamente aceitáveis. Lembre-se que disciplinas das Ciências
Naturais como Astronomia, Embriologia,Física Relativista e
Geologia não são respeitadas pelo uso de experimentos, para além
de que a Psicologia Social e a Sociologia revelam sucesso
deexperimentos no campo social, por exemplo em pesquisas de
Sociologia Industrial aplicam-se situações laboratoriais parecidas
com as das naturais, implantando-se sistemas democráticos e
ditatoriais entre grupos de operários, sem incluir exemplos mais
amplos em pesquisas sobre migrações, comportamentopolítico e
variações de índices de natalidade que, embora não rigidamente
experimentais, possibilitam razoável grau de controlo das
variáveis envolvidas.
Resumo da lição
Esta lição ofereceu-lhe mais elementos que mostram que a ciência não
é a única forma de conhecer o mundo natural e social (empírico,
religioso, artístico, autoritário e científico) e as ciências podem ser
classificadas com base em várias taxonomias, sendo a mais conhecida
a que divide as ciências em empíricas e formais. Contudo, o exercício
apresentado permite-lhe visitar outras taxonomias e tomar uma
posição crítica sobre elas. Por outro lado, os exemplos das
designações das faculdades da UP, considerados ao longo do texto,
revelam seu carácter teleológico e, por isso, contingencial.
Bibliografia da Lição
DUVERGER, M.Sociologia política, Coimbra:
Almedina, 1983
GIL, António Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa
social, 5ª Edição, São Paulo: ATLAS, 1999.
LOPES, J. Marques, Curso de Filosofia, sl: Didáctica
editora, 1970.
39
Auto-avaliação
Agora pretendemos encerrar esta 3ª lição e não teríamos melhor
forma de fazê-lose não verificarmos oque se conseguiu retere que
podemos aplicar em situações da realidade social. Então, veja se
sabe:
I. Analise a expressão: A ciência, ao contrário de outros
sistemas elaborados pelo homem, reconhece sua
capacidade de errar.
40
Lição n° 4: Evolução histórica das Ciências Naturais às Ciências
Sociais
Introdução
Bem vindo à 4ª lição, ela aprofunda a aula anterior ao recuperar o
momento histórico em que surge o conhecimento científico e a evolução
das Ciências Sociais, a partir das Ciências Naturais. Estude os
apontamentos e realize zelosamente as actividades com vista o alcance
eficaz dos objectivos da lição:
Tempo
41
a) Contexto da transição à modernidade em que emerge o
método científico
O absolutismo (s. XV/XVI) como transição política, no contexto da
luta da burguesia emergente contra o feudalismo;
Reforma protestante (s. XVI), como transição religiosa ao liberalismo;
Evolução do Jusnaturalismo7 ao renascimento humanista, daqui ao
iluminismo e revoluções (científica e técnica/I e IIRI e
burguesa/política e o comunismo), germes e desenvolvimento europeu;
Enquanto a revolução francesa (1789) foi o triunfo das ideias e valores
como liberdade e igualdade, sobre a ordem social tradicional, o
comunismo marxista foi o triunfo de ideias de solidariedade e justiça
distributiva;
A exaltação das nacionalidades europeias e o chauvinismo justificam o
imperialismo, que provoca o colonialismo, neste período de
transformações ou evolução das instituições políticas das monarquias
ao liberalismo e repúblicas;
Transformações nas ciências (Revolução Científica):
Naturais e tecnologia, onde a experimentação culmina com
o Darwinismo, alargado à interpretação da sociedade e da
relação entre Estados (Darwinismo político e social);
As humanas, conferem uma visão rica do Homem, com três
grandes conquistas: Psicologia, Sociologia e Antropologia, fruto
das preocupações da economia que inquere as instituições
políticas. Ora, o desenvolvimento industrial provocou a
sociologia, nascida do empirismo para vender produtos ou seja
ciência das teorias de produção e comercialização baseada no
7
O direito natural moderno liberalizou-se com Grotius, substituindo a acção e a vontade
pessoal e transcendente de Deus pela ordem imanente à natureza humana, portanto a
razão vê-se confrontada consigo própria, abstraindo de Deus e da revelação e com
Cromwell difundiu-se pela Inglaterra. Por seu turno, John Locke (Pai do liberalismo)
tentou associar o direito natural à liberdade individual, para ele, o estado de natureza,
visto como estado de guerra, e o consenso social, visto como uma espécie de
capitulação incondicional, conduziram ao absolutismo; mas o estado de natureza,
considerado como estado de paz, e o consenso social, considerado uma convenção
limitada, condicional e revogável, podem levar à liberdade: A lei da natureza é de
obrigação porque é de liberdade (Raymond Polin apud Prelot II, 2001:37).
42
método quantitativo (soma os factos, analisa-os e infere o
caminho da sociedade).
43
Filosofia estuda todos os fenómenos, humanos, naturais e divinos para
encontrar e explicar suas causas últimas ou profundas, a Sociologia estuda
e aprofunda o comportamento do homem no seu contexto político,
económico e cultural, usando o método quantitativo, fruto da experiência
da Escola de Chicagopreocupada no marketingde electrodomésticos, em
que era importante saber quem poderia os comprar, pois se não
interessassem os potenciais destinatários não valeriam a pena, contudo,
não se deve confundir sociologia com materialismo, ela parte do Homem
e não de matéria. Portanto, a Sociologia surge da necessidade de
compreender e de actuar sobre a sociedade industrial.
44
A Epistemologia ao questionar as leis científicas, sua validade e
aplicabilidade suscita o problema de relevância da ciência, como
conjunto de leis que o homem cria para qualificar objectos
exteriores a ele. Como domínio do saber ela começou pela validação
das ciências naturais, desemboca na teoria da relatividade do físico
judeu Albert Einstein, para quem as teorias não são definitivas, mas
aquilo que a mente alcança. A nível individual provoca o problema
da participação, pois a ciência vale quando a vivo. Esta validade
individual, suscita o problema de me relacionar com o aprendido e o
deficit epistemológico.
45
Espírito das leis de Charles de Secondat, o barão de Montesquieu
(2005:19-29), para compreender o contributo do Jus-naturalismo no
desenvolvimento das ciências sociais e consulte os conceitos de
renascimento, positivismo, humanismo e iluminismo na Enciclopédia
Verbo, para descobrir sua implicação com o desenvolvimento das
Ciências Sociais.
8
Max Weber e Émile Durkheim são os clássicos europeus e William James e, seu aluno,
John Dewey são os expoentes na América.
9
Hegel tinha escrito no passado a Fenomenologia do espírito agora parte-se sim do
Homem concreto, não das ideias gerais ou espírito das coisas que se entendia estarem
antes das coisas.
10
David Hume, publicou “A percepção é o início do ser”, pondo em causa a filosofia
escolástica, foi perseguido pala inquisição e morreu de ataque cardíaco quando tentava
fugir para a América.
46
Combinando as linhas favoráveis da sociologia e da fenomenologia
emerge na década de 1920 a Escola de Frankfurt que investigou como os
políticos lidam com a pobreza no seu discurso, identificando-se com a
crítica à modernidade na sua sociologia do comportamento humano
(Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse,
Leo Löwenthal, Franz Neumann, Friedrich Pollock, Erich Fromm, Jürgen
Habermas, Oskar Negt e Axel Honneth).
11
Existencialismo é uma corrente filosófica e literária que destaca a liberdade individual,
a responsabilidade e a subjectividade. O existencialismo considera cada homem com um
ser único que é mestre dos seus actos e do seu destino, afirmando o primado da
existência sobre a essência, segundo Sartre: A existência precede a essência. Definição
que funda a liberdade e a responsabilidade do homem, visto que esse existe sem que seu
ser seja definido. A palavra "existencialismo" vem de "existência". Sartre, após ter feito
estudos sobre fenomenologia na Alemanha, cria o termo utilizando a palavra francesa
"existence" como tradução da palavra alemã "Dasein", termo empregado por Heidegger
em Ser e tempo. Após a Segunda Guerra Mundial, a corrente literária existencialista
contou com Albert Camus e Boris Vian, além de Sartre. É de se notar que, do ponto de
vista filosófico, Albert Camus era contra o existencialismo, e Vian era um patafísico
47
Se nas notas que fez conseguiu identificar elementos caracterizadores
das duas correntes, então está no caminho certo, agora descubra de
que modo estimularam a pesquisa social, mas se não conseguiu volte a
ler e faça notas. Pode ainda consultar a enciclopédia Verbo ou outra
disponível na tua região
48
Em 1854 é proclamado o dogma da Imaculada Conceição da Bem-
Aventurada Virgem Maria.
Em 1869 o Papa Pio IX convoca o Concílio Vaticano I12, que
reafirma o dogma da Infalibilidade Pontifícia que determinou a
discriminação e mesmo a perseguição de católicos na Prússia,
onde Bismarck havia lançado a sua kulturkampf.
O Concílio também adopta a Constituição Apostólica Dei Filius
que consolida a doutrina da Igreja sobre as relações entre fé e
razão.
12
Por seu turno, o Concílio Vaticano II foi convocado por João XXIII, em 25 de
Dezembro de 1961. Os trabalhos foram abertos oficialmente em 11 de Outubro de 1962
e foi encerrado em 8 de Dezembro de 1965.
49
Racionalidade liberal Racionalidade marxista
Critica negativa
Critica positiva
Resumo da lição
Esta lição ofereceu-lhe mais elementos para compreender a evolução
histórica das Ciências Naturais às Ciências Sociais, onde o papel dos
ideais renascentistas, iluministas, com correntes essência de abordagem é
a dignidade da pessoa humana, de modo que não só catapultaram as
Ciências Sociais, como impuseram a adequação da doutrina e instituições
católicas. Este movimento caracterizou o triunfo da racionalidade
burguesa que seria contraposta pela racionalidade marxista e a teoria
crítica da escola de Frankfurt traria a mais elaborada versão da
racionalidade, sem combater o marxismo.
Bibliografia da Lição
Carta encíclica Rerum Novarumdo Papa Leão XIII, sobre a
condição dos operários (15 de Maio de 1891).
HOBSBAWM, Eric. A época das revoluções, Lisboa:
Presença, 1996.
HOBSBAWM, Eric. A era do capital, Lisboa: Presença,
1979.
MONTESQUIEU, Charles de Secondat, Baron de. O espírito
das leis, 3ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
50
Auto-avaliação
Agora pretendemos encerrar esta 4ª lição e não teríamos melhor
forma de fazê-lose não verificarmos oque se conseguiu retere que
podemos aplicar em situações da realidade social. Então, veja se
sabe:
I. As Ciências Sociais devem o seu método às Ciências
Naturais, mas não são auxiliares destas. Fundamente.
51
Lição n° 5: Carateristicas e métodos científicos em Ciências
Sociais
Introdução
Bem vindo à 5ª lição, ela aprofunda a caracterização do método científico,
aliás o objectivo único desta lição consiste em resumir tais características
que foram sendo trazidas desde a 1ª lição. Realize zelosamente a
actividade de sistematização com vista uma aprendizagem eficaz deste
objectivo da lição.
Tempo
52
Principais características do método científico
Numa perspectiva de democratização do saber, Richardson (1999:18/9),
reconhece as seguintes características do método científico:
As regras do método científico são arbitrárias, existindo muitos
pressupostos para trabalhar cientificamente, o mais importante é a
indução como fonte de informação que permite o conhecimento de
muitas coisas, observando apenas algumas, enquanto o método
dedutivo enfatiza a lógica e o raciocínio matemático;
A ciência supõe que todos os fenómenos têm alguma causa, não
existem fenómenos caprichosos, pressuposto que actualmente
levanta grande discussão filosófica;
Confia na capacidade da observação dos cientistas, portanto na
percepção do pesquisador, em sua sensibilidade e memória;
Supõe que para estudar um fenómeno cientificamente, este deve
ser medido, isto é perceptível, sensível e classificável, ainda que o
cientista social possa trabalhar com conceitos teoricamente
abstractos como amor, aprendizagem, qualidade de vida (…),
antes de estudá-los empiricamente deve procurar comportamentos,
estímulos, características ou factos que representem tais conceitos
abstractos. Deste modo, a definição de um conceito são as
operações (instrumentos, medições ou códigos) realizadas para
medir a presença ou ausência do fenómeno simbolizado por dito
conceito.
53
Possibilita os exames e verificações de seus resultados por outros
pesquisadores, passando assim ao domínio do consenso geral.
54
Apesar do desacordo dos estudiosos da filosofia da ciência quanto
à cientificidade das Ciências Sociais, algumas práticas de
pesquisa conferem a necessária objectividade e rigor.Depois do
estudo atento desta lição, descubra as características do método
Actividade científico que não constando neste resumo foram referidas na 1ª,
2ª, 3ª e 4ª lição.
Resumo da lição
O resumo desta lição está facilitado por ela própria ser a
sistematização do conteúdo tratado até aqui (cf. atrás em síntese, as
principais características do método científico), as regras do método
científico são arbitrárias, existindo muitos pressupostos para trabalhar
cientificamente, o mais importante é a indução como fonte de
informação que permite o conhecimento de muitas coisas, observando
apenas algumas. Tal como referimos na segunda lição, o método
científico permite observar fenómenos e tirar conclusões, na
convicção básica de que qualquer conhecimento deve ser
rigorosamente demonstrado.
Bibliografia da Lição
GRESSLER, Lori Alice. Pesquisa educacional:
Importância, modelos, validade, variáveis, hipóteses,
amostragem e instrumentos, São Paulo: Layola, 1979.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social:
Métodos e técnicas, 3ª Edição, São Paulo: Atlas, 1999.
55
Auto-avaliação
Agora pretendemos encerrar esta 5ª lição e não teríamos melhor
forma de fazê-lose não verificarmos oque se conseguiu reter e que
podemos aplicar em situações da realidade social. Então, veja se sabe:
I. Seleccione quatro das que considera as principais
características do método científico e justifique a escolha.
56
Lição n° 6: Método quantitativo e qualitativo: Caraterísticas,
crítica e complementaridade
Introdução
Bem-vindo à 6ª lição, ela busca a compreensão das potencialidades das
abordagens quantitativas e qualitativas na pesquisa social. Realize
zelosamente as actividades recomendadas com vista uma realização eficaz
dos objectivos da lição:
Tempo
57
A qualificação e a quantificação em Ciências Sociais.
58
de rendimento e consumo, do efectivo de mão-de-obra,
levantamento da opinião e atitudes da população acerca de
determinada situação, caracterização do funcionamento de
organizações, identificação do comportamento de grupos
minoritários.
Se primariamente o estudo descritivo representa o nível de análise
que permite identificar as características dos fenómenos, sua
ordenação e classificação, por outro lado, com base neles surgem
estudos que buscam explicar os fenómenos segundo uma nova
óptica: analisar o papel das variáveis que influenciam ou causam o
aparecimento dos fenómenos – estudos que investigam a
correlação entre variáveis, fundamentais em Ciências Sociais, por
permitirem controlar simultaneamente grande número de variáveis
e, por meio de técnicas estatísticas de correlação, especificar o
grau relacional de diferentes variáveis permitindo que o
pesquisador compreenda o modo como as variáveis operam;
O estudo de correlaçãoé feito para obter melhor entendimento do
comportamento de diversos factores e elementos que influem
determinado fenómeno, podendoainda indicar possíveis factores
causais a serem depois testados em estudos experimentais. Mas, o
primeiro passo consiste em identificar as variáveis especificas que
parecem importantes para explicar complexas características de
um problema ou comportamento, onde pesquisas as anteriores e os
conhecimentos teóricos sobre a área em estudo ajudam o
pesquisador na escolha de tais variáveis;
Outro passo é a forma de colectar os dados como questionários,
testes estandardizados, entrevistas e observações. Instrumentos
usados em outros tipos de estudo, mas no caso de estudos de
correlação, as respostas devem ser quantificadas para tratamento
estatístico que servirá para testar a consistência das hipóteses;
59
situação constante, a maioria dos experimentos emprega o modelo
clássico baseado na análise de uma variável. Todo experimento que
envolve manipulação de uma variável é seguido da observação de efeitos
dessa manipulação em uma ou mais variáveis dependentes, considerando
a quase impossibilidade de se controlar rigorosamente muitas variáveis
independentes, os estudos de correlação entre variáveis e o comparativo
causal prestam grande auxílio na escolha de variantesindependentes
testadas nos estudos experimentais.
A pesquisa social defronta-se com o dilema de que o rigor que tenha sido
imprimido no controlo das variáveis durante o experimento não assegura,
necessariamente, a transferência dos resultados de um experimento a
outras situações sociais, por outro lado não se podem generalizar as
conclusões além do período em que o experimento ocorreu. Embora
muitos experimentos em Ciências Sociais estejam limitados pelas próprias
características dos sujeitos, pelos instrumentos de avaliação empregues,
pelo factor tempo, pela disposição das pessoas envolvidas e pela natureza
do experimento, há, todavia, grande tendência de pesquisadores em fazer
generalizações com base nos resultados dos experimentos, o que implica
grave incorreção quanto à aplicabilidade dos experimentos.
60
1.2. Segundo Richardson (1999:72), as variáveis dos estudos de
correlação são apresentadas em uma das seguintes formas:
escorre contínuo, dicotomia artificial, dicotomia verdadeira e
categórica. Caracterize-as.
6.1.2. Crítica
A insistência na aplicação dos modelos das Ciências Naturais às
Ciências Sociais (concepção positivista de ciência, sua redução ao
observável, separa os factos e seus contextos e concebe o mundo
como um conjunto de factos interligados) negligenciou que o
objectivo destas é os ser humano com suas crenças e práticas e
não a explicação de um fenómeno conforme determinadas leis;
Os métodos quantitativos aperfeiçoaram-se e sofisticaram-se para
poder explicar e predizer o comportamento humano, chegando
a casos extremos de esquecer os problemas reais da maioria da
população;
A enfâse no empirismo pressupõe dados teoricamente neutros,
quando nas Ciências Sociais os dados consistem em significados
sociais e sua interpretação e compressão não pode ser assimilada
ou reduzida a descobertas e avaliação de dados observáveis;
Por outro lado, a enfâse no empirismo pressupõe dados objectivos,
logicamente possíveis apenas por meios quantitativos;
A insistência de uma ciência livre de valores que podem distorcer
ou prejudicar assuntos explicáveis “objectivamente”. Assim,
valores políticos e morais do pesquisador são vistos como
irrelevantes, conceitos como exploração, marginalização, camadas
populares (…) são tidos como reflexo de não cientificismo. Mas é
difícil demonstrar que os conceitos básicos de qualquer marco
61
teórico, nas ciências sociais [e não só], expressam atitudes
específicas em relação ao homem, à organização da sociedade, às
relações entre indivíduos e grupos. Trabalhar qualquer marco
teórico implica aceitar o posicionamento e comprometer-se com os
valores políticos e morais implícitos nesse marco teórico;
As Ciências Naturais vêem o mundo físico como um objecto que
deve ser controlado tecnologicamente pelo homem [?], modelo
que não pode ser utilizado nas Ciências Sociais porque as pessoas
não se podem considerar como objectos manipuláveis nem à
organização da sociedade como um problema de engenharia.
62
qualitativos embora não como domínio próprio e exclusivo, pelo menos,
três situações:
Caro estudante, note que, estudos comparativos como renda per capita,
esperança de vida, pobreza absoluta e sistemas de governo estão bem
desenvolvidos que permitem, através de informações estatísticas situar a
posição de certos grupos com base em parâmetros estabelecidos que
servem como indicadores do nível cultural e do estágio de
desenvolvimento. Mas, ao adoptarmos uma abordagem funcionalista para
explicar aspectos culturais de um grupo, aqueles aspectos devem ser
percebidos na relação complexa com o sistema social global, por isso os
dados quantitativos não explicam por si só o nível de profundidade em
que se situam os problemas [o camponês de Magude que não gasta
1dólar/dia é pobre absoluto? Sim de acordo com estatística oficial, enão
segundo a forma como a pobreza é socialmente percepcionada em
Magude].
63
Esta tarefa diz respeito à vinculação entre aspectos psicológicos e a cultura,
uma constante na pesquisa social: Elabore uma ficha de resumo ou de
conteúdo do tema factores de cultura, enfatizando os conceitos antropema,
Actividade etnema e personalidade base.
6.2.2. Crítica
Muita crítica foi feita na perspectiva positivista e não interessa retomá-la,
o que resta é chamar a atenção sobre operigo de pesquisadores pouco
experientes ou tendenciosos tenderem a enaltecer seus valores, pontos de
vista e interesses próprios.Daí a importância da confiabilidade e validade
64
dos instrumentos de medição e insistênciana necessidade de uma pesquisa
qualitativa crítica e válida.
65
proximidade entre pesquisador e informante possibilita o detalhe. Na
abordagem quantitativa, as perguntas do questionário devem ser claras e
com detalhe, mantendo o anonimato para evitar distorções nas respostas.
6.3.1. Complementaridade
66
Para transformar dados qualitativos em elementos quantificáveis os
pesquisadores utilizam critérios, categorias e escalas de atitudes para
identificar com que intensidade ou grau, um conceito, uma atitude ou uma
opinião se manifesta. Lamentavelmente, os imperativos da quantificação
limitam o modo de colecta de dados, comprometendo os objectivos que se
deseja atingir, para além deque a natureza ou nível de complexidade de
alguns dados impossibilita sua apresentação com exactidão, além disso, a
própria medida é relativa.
Na planificação da pesquisa.
67
estudado e a informação colectada, permitindo identificar casos
representativos ou não em nível grupal ou individual.
Na análise da informação.
68
Resumo da lição
A quantificação e a qualificação, não obstante corporizarem um
debate conflituoso nas peculiaridades da pesquisa social, sua
combinação enriquece os resultados das pesquisas.
Frequentemente, o pesquisador social é chamado a desembaraçar-se
dos seus valores em nome da objectividade, o que é objectivamente
impossível mesmo nas Ciências Naturais. O que deve acontecer é
uma pesquisa crítica.
Bibliografia da Lição
BERNARDI, B. Introdução aos estudos etno-
antropológicos, Lisboa, Edições 70, 1992
ECO, Humberto.Como se faz uma tese em ciências
humanas, Lisboa: Editorial Presença, 1998.
69
Auto-avaliação
Agora pretendemos encerrar esta 6ª lição e não teríamos melhor
forma de fazê-lose não verificarmos oque se conseguiu reter e
que podemos aplicar em situações da realidade social. Então, veja
se sabe e pode se inspirar em Richardson (1999:73):
I. Embora o estudo quantitativo de correlação, possibilite
verificar a influência de grupos de variáveis no
aparecimento de um fenómeno, ou mesmo a importância
dessas para entender e explicar um problema, este tipo de
estudo não se aplica à análise de causa-efeito entre
variáveis. Porquê?
70
Lição n° 7: Peculiaridade que desafiam a pesquisa nas ciências
sociais
Introdução
Bem-vindo à 7ª lição, ela busca realizar essencialmente o objectivo de
resumir esta primeira unidade de aprendizagem, ao descrever as
particularidades da pesquisa social. Realize zelosamente as actividades
recomendadas com vista uma realização eficaz daquele objectivo da lição:
Tempo
71
Peculiaridades das Ciências Sociais
72
d) A relação entre as características do objecto investigado e os
valores do investigador
73
É possível a objectividade13 nas ciências? Frequentemente assume-
se que, se os nossos valores não entrarem na nossa pesquisa, ela é
objectiva e acima de críticas. Como pesquisadores sociais e
membros da sociedade é possível e desejável que suspendamos o
nosso sentimento de pertencimento? Esta é a questão central do
debate das várias escolas que dão o suporte filosófico às ciências.
e) A função final que deve cumprir a investigação científica de
acordo com o modelo escolhido para a construção das Ciências
Sociais.
Por seu turno, Pedro Demo apud Richardson (1999:30) faz uma síntese
das características próprias das Ciências Sociais que exigem pressupostos
e metodologias especificas:
13
Entendida, segundo Bernstein apud May Tim (2004:23) como a convicção básica de
que há ou deveria haver uma matriz ou estrutura permanente à qual podemos apelar em
última instância para determinar a natureza da racionalidade, do conhecimento, da
verdade, da realidade, da bondade ou da correcção. Decorre disto que muitas pessoas
aceitem como verdade o que os cientistas dizem.
74
O sujeito das Ciências Sociais, o Homem, é racional [e por isso]
muito mais complexo e [imprevisível] que outros sistemas físicos;
O objecto das Ciências Sociais é histórico [por isso] a realidade
está em permanente transição e a característica fundamental desta
realidade histórica é a situação de estar e não de ser;
Existe uma consciência histórica [como pressuposto que influencia
o ser e o devir dos grupos e o comportamento individual];
Existe uma identidade entre o sujeito e o objecto da pesquisa
[Homem];
O objecto das Ciências Sociais [relações humanas] é
intrinsecamente ideológico;
Existe imbricação entre teoria e prática – a práxis.
Resumindo:
Dicotomia entre o estudo da sociedade em geral e de pequenos
grupos,
A bifurcação entre a escolha de um enfoque qualitativo e
quantitativo,
A relação instável entre as características do objecto (Homem)
investigado e os valores do investigador,
A dicotomia sobre a finalidade da pesquisa social, considerando
que suas respostas são uma alternativa: Se deve explicar os
fenómenos e dar respostas teleológicas ou se visam só a
interpretação dos fenómenos investigados;
75
O sujeito das Ciências Sociais, o – Homem - é racional e por isso
muito mais complexo e imprevisível que outros sistemas físicos;
O objecto das Ciências Sociais é histórico, por isso, a realidade
está em permanente transição e a característica fundamental desta
realidade histórica é a situação de estar e não de ser;
Existe uma consciência histórica [como pressuposto que influencia
o ser e o devir dos grupos e o comportamento individual];
Existe uma identidade entre o sujeito e o objecto da pesquisa -
Homem;
O objecto das Ciências Sociais (relações humanas) é
intrinsecamente ideológico;
Existe imbricação entre teoria e prática – a práxis.
Resumo da lição
O cerne do debate, nesta lição, é em torno da possibilidade ou não de
busca da objectividade nas ciências. Entendida, como a convicção
básica de que há ou deveria haver uma matriz ou estrutura permanente
à qual podemos apelar em última instância para determinar a natureza
da racionalidade, do conhecimento, da verdade, da realidade, da
bondade ou da correcção, deque decorreria que as pessoas aceitassem
como verdade o que os cientistas dizem. Assim, assume-se
frequentemente que, se os nossos valores não entrarem na nossa
pesquisa, ela é objectiva e acima de críticas. Como pesquisadores
sociais e membros da sociedade não é possível, nem desejável que
suspendamos o nosso sentimento de pertencimento. Esta questão é
retomada como central do debate das várias escolas que dão o suporte
filosófico às ciências, objecto da segunda unidade de aprendizagem, a
seguir.
76
Bibliografia da Lição
BRIONES, Guillermo. Epistemologia de las ciencias
sociales, Colombia: Arfo editores, 2002.
MAY, Tim. Pesquisa social: Questões, métodos e
processos, 3ª Edição, Porto Alegre: ARTMED, 2004.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social:
Métodos e técnicas, 3ª Edição, São Paulo: Atlas, 1999.
Auto-avaliação
da Unidade 1
1. Defina sucintamente os conceitos de epistemologia,
conhecimento, verdade, lógica, pesquisa, ciência, método
científico, teoria, sociedade e Ciências Sociais.
77
Se leu atentamente o texto desta lição as suas notas permitem-lhe
responder esta questão de repetição, então está de parabéns, caso
contrário releia o texto, faça anotações novas
78
Conteúdos
Suportes filosóficos ou
Unidade 2: Suportes filosóficos ou quadro de referência de quadro de referências de
Ciências Sociais 80
Ciências Sociais
Lição n° 8: Positivismo, Funcionalismo e Estruturalismo 81
UNIDADE
Lição n° 10: Empirismo, Realismo e Idealismo 94
2
Lição n° 11: Materialismo histórico, Hermenêutica e Filosofia
analítica da linguagem 100
Pág. 80 - 110
79
Unidade 2: Suportes filosóficos ou quadro de referência de
Ciências Sociais
Introdução
Bom dia, boa tarde, boa noite conforme a hora em que iniciamos o estudo
da II unidade de aprendizagem, em seguida apresento-lhe quatro lições
que correspondem ao agrupamento dos 12 quadros de referência 14 em
grupos de três, para obviar sua comparação. O espírito desta unidade
reside na necessidade de você, como pesquisador particular das Ciências
Sociais, posicionar-se epistemologicamente ante o objecto ou fenómeno
que deseja estudar.
Objectivos da unidade
Ao terminar esta unidade deverá ser capaz de:
Explicar a perspectiva da pesquisa social do Positivismo,
Funcionalismo, Estruturalismo, Etnometodologia, Fenomenologia,
Racionalismo, Empirismo, Realismo, Idealismo, Materialismo e
Materialismo Histórico, Hermenêutica e Filosofia da Linguagem,
Reconhecer os pontos fortes e fraquezas de cada quadro de
referência.
Tempo
14
Rede de pressupostos ontológicos e da natureza humana que definem o ponto de vista
que o pesquisador tem do mundo que o rodeia, fazendo que ele tenda a ver e a interpretar
o mundo de determinada perspectiva em relação ao Homem, a sociedade e o mundo em
geral. Essa perspectiva epistemológica orientará a escolha do método, da metodologia e
das técnicas a usar numa pesquisa.
80
Lição n° 8: Positivismo, Funcionalismo e Estruturalismo
Introdução
Bem-vindo à lição inaugural da unidade II cujo enfoque atrela-se a dois
objectivos específicos válidos a todos quadros de referência: o enfoque
perspectivado por cada quadro de referência para uma pesquisa social
objectiva e válida, bem como seus pontos fortes e fraquezas.
Tempo
Terminologia
81
8.1. Positivismo
Pressupostos
Esta corrente surgiu na atmosfera dos sucessos das Ciências Naturais no
século XIX, mostrando a fé absoluta do poder da investigação
experimental. Esta atracção pelos métodos de investigação empírica
originou a ideia deque todos os problemas científicos e sociais poderiam
resolver-se exclusivamente por métodos empíricos e que as técnicas das
Ciências Naturais deviam ser aplicadas pelas Ciências Sociais. O
positivismo, estabelece a distinção entre factos e valores e grande
hostilidade com a religião e com a metafísica.
Pesquisa social
Deste modo só podemos interpretar a natureza na medida em que, se
acreditamos que somos produto do nosso ambiente ao qual reagimos
como as moléculas se excitam diante o aumento do calor num líquido, não
temos que perguntar às próprias pessoas (quando à experimentação agem
diferente do mundo social, então aquelas não servem para explicar este)
pois podemos prever como se comportarão, referindo-nos só aos factos
ambientais.
8.2. Funcionalismo
Segundo Richardson (1999:29/30), no século XX as Ciências Sociais
fracassaram porque se dedicaram a seguir um fantasma que resultou da
transferência acrítica da metodologia das ciências físico-naturais ao
fenómeno humano. Até ao início dos anos 60, quase a totalidade dos
82
pesquisadores seguiam orientações funcionalistas e positivistas da Escola
Americana, onde a Universidade de Chicago era o coração e a alma do
funcionalismo, oque levou à deturpação total da meta fundamental das
Ciências Sociais: o desenvolvimento do homem e da sociedade.
Pressupostos
Esta corrente enfatiza as relações e o ajustamento entre diversos
componentes de uma cultura/sociedade, seus fundadores (Herbert
Spencer-1820/1903 e Émile Durkheim-1858/1917) procuraram analogias
entre as formas de organização cultural e social com a organização dos
seres vivos.
Pesquisa social
Apesar das críticas por ser identificado, em suas origens, com ideologias
conservadores continua a exercer influência na pesquisa social. As
crónicas greves dos chapeiros podem ser estudadas empiricamente como
um requerimento para formações sociais que satisfaçam efectivamente sus
necessidades, elas desempenham uma função e visam a suster estruturas
existentes (fenómeno social total). Portanto, fornece conhecimentos
empíricos úteis e potencialmente exploráveis.
83
8.3. Estruturalismo
Pressupostos
Para Gil (1999:37), este termo aplica-se para as correntes que têm suas
bases nos estudos do linguista Ferdinand Saussure (1857-1913) e do
antropólogo Claude Lévi-Strauss (1908- 2009). São as correntes de
pensamento que recorrem à noção de estrutura para explicar a realidade, o
pressuposto é que cada sistema é um jogo de oposições, presenças e
ausências, constituindo uma estrutura, onde o todo e as partes são
interdependentes, modificações num elemento implica modificação de
cada um dos outros e do próprio conjunto.
Pesquisa social
84
só reconhece coisas, a análise estrutural descreverá redes de relações, que
por sua vez constituem sistemas (políticos, de parentesco e filiação, de
transporte e comunicação…).
85
As teorias ou quadros de referência descritos, devem nos permitir
analisar sua adequação na pesquisa de factos e fenómenos sociais
particulares. Desenhe um esquema simbolizando a análise estruturalista
da greve dos chapeiros da sua cidade.
Actividade
Se nas suas notas conseguiu reunir elementos que lhe permitem elaborar
um quadro similar ao que consta a seguir sobre idealismo e realismo,
então está no caminho certo, caso contrário releia o texto, faça
anotações novas e, principalmente, siga os exemplos que apresento no
desfecho do idealismo e do realismo, que são bastante elucidativos.
Importância e crítica
86
Resumo da lição
Com o positivismo e com o funcionalismo, as Ciências Sociais
se dedicaram a seguir um fantasma que resultou da transferência
acrítica da metodologia das ciências físico-naturais ao fenómeno
humano, mas hoje devemos buscar estas correntes para oferecer
uma base quantitativa, sem a encarrarmos como receita de
objectividade.
Bibliografia da Lição
GIL, António Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa
social, 5ª Edição, São Paulo: ATLAS, 1999.
OLIVEIRA, Maria da Luz; Pais, M.J. & Cabrito B.G.
Sociologia, 4ª edição, Lisboa: Texto editores, 1989
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social:
Métodos e técnicas, 3ª Edição, São Paulo: Atlas, 1999.
87
Lição n° 9: Etnometodologia, Fenomenologia e Racionalismo
Introdução
Bem-vindo à 9ª lição cujo enfoque igualmente se atrela a dois objectivos
específicos válidos a todos quadros de referência: o enfoque
perspectivado por cada quadro de referência para uma pesquisa social
objectiva e válida, bem como seus pontos fortes e fraquezas.
Tempo
Terminologia
88
9.1. Etnometodologia
Pressupostos
Pesquisa social
9.2. Fenomenologia
Segundo Briones (2002:31-33), actualmente entende-se por
fenomenologia a doutrina desenvolvida por Edmund Husserl (l859-1938),
entendida como um método e maneira de ver a mundo. Husserl se opõe ao
positivismo e ao pragmatismo [realismo e empirismo], embora reconheça
um valor limitado à primeira escola, ele também rejeita a crença em uma
filosofia absoluta.
89
Para compreender o fluxo e conteúdo da consciência devemos nos
limitar a descrever o que nela se apresenta, sem ser condicionados
por teorias apriorísticas sobre esse conteúdo;
A exposição acima mostra que o fluxo da consciência ocorre,
isolado dos objectos concretos, mas mediante “essências ideais”.
Pesquisa social
90
do sentido dos fenómenos apreendidos ou reduzidos pela
consciência.
Crítica
9.3. Racionalismo
Pressupostos
91
mais destacados representantes do racionalismo: Descartes, Leibniz e
Spinoza. Por exemplo, Descartes provou a existência de Deus e do mundo
físico a partir da premissa racionalmente indubitável "penso, logo existo"
Pesquisa social
O racionalismo moderno tomou várias formas, longe das pretensões mais
extremas, expressas nos séculos XVII e XVIII. Permanece, é claro, a
importância da razão no conhecimento da realidade dentro dos vários usos
do termo "Racionalismo". A eles correspondem as posições
epistemológicas de Gaston Bachelard e Karl Popper que destacam tanto o
papel da razão e da experiência empírica na pesquisa científica.
Resumo da lição
O racionalismo moderno tomou várias formas, longe das
pretensões mais extremas dos XVII e XVIII, mas permanece, a
importância da razão no conhecimento da realidade. A
fenomenologia, por seu turno, se por um lado defende
energicamente o racionalismo, nos faz presumir que não quer
incluir na razão o entendimento. Por fim a etnometodologia,
admite a necessidade de uma volta à experiência, modificando
os métodos e técnicas de colecta de dados e de reconstrução
teórica, rejeita as hipóteses tradicionais da sociologia sobre a
realidade social, optando pela hipótese deque os fenómenos
92
quotidianos se deformam quando analisados por meio da grade
de descrição científica.
Bibliografia da Lição
BRIONES, Guillermo. Epistemologia de las ciencias
sociales, Colombia: Arfo editores, 2002.
93
Lição n° 10: Empirismo, Realismo e Idealismo
Introdução
Bem-vindo à 10ª lição cujo enfoque atrela-se igualmente a dois objectivos
específicos válidos a todos quadros de referência: o enfoque
perspectivado por cada quadro de referência para uma pesquisa social
objectiva e válida, bem como seus pontos fortes e fraquezas
Tempo
Terminologia
94
10.1. Empirismo
Pressuposto
10.2. Realismo
Pressuposto
95
O conhecimento que as pessoas têm do seu mundo social afecta o seu
comportamento e tal mundo não existe independente desse conhecimento.
Para o realismo ou pós-empirismo não há um mundo social além das
percepções das pessoas, ele reflecte as condições nas quais os estados
mentais das pessoas vivem, como as estruturas são reproduzidas os
desejos e necessidades das pessoas são frustrados.
96
10.3. Idealismo
Pressuposto
97
Estas teorias ou quadros de referência devem nos permitir
analisar sua adequação na pesquisa de factos e fenómenos sociais
particulares. Os exemplos que apresento no desfecho do
idealismo e do realismo, são elucidativos.
Actividade 18
Considerando o facto social greve dos chapeiros descreve no seu
bloco de notas a esperada postura de um pesquisador social que
busca objectividade tendo como referencial teórico a
Etnometodologia, Fenomenologia e o Racionalismo.
Resumo da lição
Enquanto o empirismo sustenta só o reflexo do quotidiano e não
as condições que o tornam possível, o positivismo, por sua vez,
defende a existência de um mundo lá fora que podemos registar
e analisar independente das variações de interpretações.
Contrariamente, para o realismo, o conhecimento que as pessoas
têm do seu mundo social afecta o seu comportamento e tal
mundo não existe independente desse conhecimento. Enquanto
para o idealismo, as nossas acções não são governadas por
mecanismos de causa – efeito, como nas ciências naturais, mas
pelas regras (escritas e não escritas; gerais e restritas) que
utilizamos para interpretar o mundo
98
Bibliografia da Lição
BRIONES, Guillermo. Epistemologia de las ciencias
sociales, Colombia: Arfo editores, 2002.
MAY, Tim. Pesquisa social: Questões, métodos e
processos, 3ª Edição, Porto Alegre: ARTMED, 2004.
99
Lição n° 11: Materialismo histórico, Hermenêutica e Filosofia
analítica da linguagem
Introdução
Bem-vindo à 11ª lição cujo enfoque atrela-se a dois objectivos
específicos, como vimos, válidos a todos quadros de referência: o enfoque
perspectivado por cada quadro de referência para uma pesquisa social
objectiva e válida, bem como seus pontos fortes e fraquezas.
Tempo
Terminologia
100
11.1. Materialismo histórico.
Pressuposto
Pesquisa social
15
O método ou materialismo dialéctico é a ideologia e ciência do marxismo, a única
corrente de interpretação de fenómenos sociais que apresenta princípios, leis e categorias
de análise, oposta ao positivismo. É materialismo porque sua interpretação da natureza,
sua concepção dos fenómenos naturais e sua teoria materialistas (sendo matéria aquilo
que exercendo influência nos nossos órgãos de sentido, isto é a realidade objectiva, o
mundo exterior que existe independentemente da consciência), enquanto a dialéctica
vincula-se ao processo dialógico de debate entre posições contrárias baseada no uso de
refutação ao argumento, por redução ao absurdo ou falso, a arte de chegar à verdade,
mostrando as contradições dos argumentos do oponente e superando as suas
contradições. Os argumentos da dialéctica se dividem em tese (argumento a ser
impugnado); antítese (oposição à tese) e síntese (fusão que revela as verdades de ambas e
introduz um ponto de vista superior).
101
Na interpretação dos fenómenos observados enfatizar a dimensão
histórica dos processos sociais, a partir da identificação do modo de
produção numa sociedade e sua relação com a organização política,
jurídica e social.
Importância e crítica
102
Escreva no seu bloco, as semelhanças e as diferenças entre o
funcionalismo e o estruturalismo.
Se nas suas notas conseguiu reunir elementos que lhe permitem elaborar
um quadro similar ao que consta a seguir sobre idealismo e realismo,
Actividade
então está no caminho certo, caso contrário releia o texto, faça
anotações novas e,, principalmente, seguir o exemplo da comparação,
que segue, entre o positivismo de August Comte e o materialismo
histórico de Karl Marx
Semelhanças
São quadros de referência porque definem o ponto de
vista que o pesquisador tem do mundo que o rodeia,
fazendo que ele tenda a ver e a interpretar o mundo de
determinada perspectiva,
Orientaram a escolha do método, da metodologia e
das técnicas a usar numa pesquisa.
Ambas enfatizam o peso do mundo exterior sobre as
ideias,
Diferenças
103
11.2. Hermenêutica
Pressupostos
104
horizonte mais amplo. Portanto, para Gadamer, o intérprete de um texto o
entende melhor do que seu autor.
Crítica
105
Descreva em que consiste a hermenêutica na aplicação do método
crítico na pesquisa histórica (crítica histórica).
O objectivo desta obra é estabelecer os limites do que pode ser dito com
significado. A linguagem tem como propósito principal estabelecer factos
que se pretende projectar uma imagem dos mesmos, processo que envolve
o estabelecimento de uma correspondência entre o plano real e o plano
linguístico, por outras palavras, é necessário estabelecer semelhança
estrutural. A tese central nessa relação é expressa por Wittgenstein com a
frase: “O que pode ser dito, pode ser dito com toda a clareza, e sobre
oque não se deve falar guarde-se silêncio”. O mundo não é a totalidade
das coisas, mas a totalidade dos factos, que são as figuras das coisas, dos
objectos. Tudo o que pode ser pensado pode ser expresso pela linguagem,
mas o único papel significativo da linguagem é descrever os factos.
106
2ª Concepção, está na obra, Investigações lógicas (l933).
Nas últimas obras deste filósofo, a língua não é mais considerada como
uma figura de realidade, mas como um instrumento, como uma
ferramenta. A tarefa do filósofo consiste em colocar as palavras do uso
quotidiano que expressam a “forma de vida da comunidade”. O resto da
sua obra é dedicado a aplicar o seu método linguístico a uma variedade de
problemas: toma conceitos da matemática ou da conversação ordinária,
separa as coisas paradoxais que dizemos de perplexidade filosófica, para
tentar dissipá-la, lembrando-nos o uso normal de conceitos, mediante os
usos reais e possíveis da linguagem em seus diversos contextos.
Crítica
107
minha lâmpada de mesa não é de modo algum qualquer luz real porque
não tem um limite preciso.
Resumo da lição
O método dialéctico exige ao pesquisador estudar o objecto em todos
seus aspectos e conexões, priorizando a essência do fenómeno, dar seu
quadro realista (realidade objectiva), mostrar tendências de
desenvolvimento e forças que o determinam; a análise completa dos
elementos e processos, suas propriedades, conexões e qualidades;
procurar as causas e motivos dos fenómenos e análise histórica concreta
108
dos fenómenos e processos sociais. Enquanto que a hermenêutica tem
enfoque sobre a compressão, sendo que uma das principais dificuldades
para formar uma filosofia hermenêutica é que não há uma única
hermenêutica, ou seja, uma forma única de interpretação de símbolos da
linguagem, pois o significado das palavras se define pelo seu uso,
somente quando se sabe como elas são usadas tanto para interrogar,
descrever objectos, nomes, etc., pode-se dizer que se conhece e pode-se
falar uma determinada língua. Portanto, Os jogos linguísticos expressam
o “estilo de vida” de uma comunidade.
Bibliografia da Lição
BRIONES, Guillermo. Epistemologia de las ciencias
sociales, Colombia: Arfo editores, 2002.
109
Auto-avaliação
da Unidade 2
1. Procure uma monografia de história já defendida e identifique os
métodos ou teorias utilizados na prossecução do trabalho (os
anunciados e os não anunciados na metodologia).
Se leu atentamente o texto desta lição as suas notas permitem-lhe responder
a esta questão de repetição, então está de parabéns, caso contrário releia o
texto e faça anotações novas.
110
Conteúdos
A construção
epistemológica das
Unidade 3: A construção Epistemologica das Ciências Ciências Sociais
Sociais
UNIDADE
Lição n° 13: A explicação nas Ciências Sociais 125
3
Lição n° 15: Confiabiliodade e validade das investigações Sociais
111
Unidade 3: A construção Epistemologica das Ciências Sociais
Introdução
Bom dia, boa tarde, boa noite conforme a hora em que iniciamos o
estudo da III unidade, em seguida apresento-lhe quatro lições sobre
a problemática da construção epistemológica das Ciências Sociais.
O espírito desta unidade é a necessidade de, você como pesquisador
particular das Ciências Sociais, depois de se posicionar
epistemologicamente ante o objecto ou fenómeno que deseja
estudar, escolher os métodos de procedimento e de abordagem
correspondentes e aprofundar o seu conhecimento sobre as
possibilidades de explicação, compressão, interpretação,
confiabilidade e validade da pesquisa social.
Objectivos da unidade
Ao terminar esta unidade deverá ser capaz de:
Descrever as regularidades da explicação nas Ciências Sociais
Tempo
112
Lição n° 12: Métodos das Ciências Sociais
Introdução
Bem-vindo à 12ª lição, cujo enfoque são os métodos a que correspondem
as correntes que estudou na II unidade. Os métodos que seguem, visam
conferir-lhe as bases lógicas da sua investigação e, por outro lado, indicar-
lhe os meios técnicos da sua investigação.
Objectivos
Tempo
113
Métodos que operacionalizam os quadros de referência na
pesquisa social.
16
Provém de silogismo, dedução analítica ou formal descoberta por Aristóteles, por isso
é também conhecida por dedução aristotélica, ele contrasta com a dedução sintética
porque nesta a proposição deduzida não está contida na primeira. Exemplo: todo o
polígono com 3 lados iguais tem, necessariamente, 3 ângulos iguais.
114
para deduções torna-se crítico porque estão envolvidos muitos factores
humanos formais e informais que reduzem sua infalibilidade.
17
Diferentemente da indução sintética, formal ou enumeração completa, que nada
acrescenta ao saber das premissas ao enunciar todos os seres ou objectos com uma
mesma propriedade e inferir o que está indicado nas premissas, a indução amplificante,
chamada indução científica ou baconiana, de um número limitado de observações induz
uma conclusão que se aplica a um número infinito [?], isto é, amplifica o saber das
premissas.
115
mortais. Como notas, a conclusão corresponde a uma verdade não contida
nas premissas, ela é verdadeira porque baseia-se em premissas também
verdadeiras e não apenas provável.
116
Segundo Kaplan apud Gil (1999:30), no método hipotético-dedutivo o
pesquisador, através de uma observação cuidadosa, hábeis antecipações e
intuição científica, alcança um conjunto de postulados que governam os
fenómenos que lhe interessam, de onde vai deduzir as consequências por
meio da experimentação e, assim, refutar os postulados, substituindo por
outros. O itinerário seria: 1) Surgimento do problema – quando os
conhecimentos disponíveis sobre certo assunto são insuficientes; 2)
Formulação de conjecturas ou hipóteses – para tentar explicar a
dificuldade expressa no problema; 3) Dedução de consequências – a
partir das hipóteses formuladas, estas consequências devem ser testadas
ou falseadas ou tornadas falsas.
117
Como estudou no capítulo II, a dialéctica marxista fornece as bases para
uma interpretação dinâmica e totalizante da realidade, já que estabelece
que os factos sociais não podem ser entendidos quando considerados
isoladamente, abstraídos de suas influências políticas, económicas,
culturais, etc. note que a dialéctica privilegia as mudanças qualitativas,
opondo-se a qualquer modo de pensar que considera a ordem quantitativa
como norma.
118
de causa e efeito, mas, oque emerge da intencionalidade da consciência,
voltada para o fenómeno – a realidade é o compreendido, o interpretado, o
comunicado, daí que, não há uma única realidade, mas tantas quantas
forem suas interpretações e comunicações (Bicudo apud Gil, 1999:33).
Dentre as várias críticas, de que é alvo, a mais importante é a que não
revela a historicidade dos fenómenos.
Experimental
119
Contudo, estes métodos podem ser aplicados com sucesso, tal como foi o
caso da realizada por Philip Zimbardo que montou uma prisão simulada,
atribuindo a alunos voluntários os papéis de guardas prisionais e
prisioneiros, querendo ver até que ponto o desempenho destes papéis
conduzia a mudanças de atitude e de comportamento. Teve que
interromper a experiência pelo alto nível de tensão resultante: os guardas
assumiam uma atitude autoritária, demostrando hostilidade aos presos,
dando-lhes ordens, agredindo-lhes verbalmente e maltratando-os e os
presos exibindo uma atitude de apatia e rebeldia. Concluiu que o
comportamento nas prisões [escolas] é mais influenciado pela natureza da
própria situação de estar preso do que pelas características individuais dos
envolvidos (Giddens,2004:652).
Observacional
120
Elabore um sinopse caracterizando a pesquisa documental, o inquérito, a
entrevista e a observação participante, onde assinale suas vantagens e
limitações.
AVALIAÇÃO
Pesquisa documental
Inquérito
Entrevista
Observação participante
Comparativo
121
Estatístico
Clínico
Monográfico
18
Um dos estudos particularizado dos testes na pesquisa social pertence a Gil
(1999:150/), cujos requisitos são a validade, precisão, padronização e aferição.
19
Giddens (2004:658/9) caracteriza alguns termos estatísticos mais usados na pesquisa
social.
122
eles individuas, instituições, grupos, comunidades, etc. Nele está
subjacente a ideia de generalização a partir de um caso particular.
Histórico
Resumo da lição
Prezado estudante retenha que os métodos de procedimento conferem as
bases lógicas da investigação, isto é, os procedimentos lógicos seguidos
numa pesquisa científica são desenvolvidos a partir de elevado grau de
abstracção para decidir acerca do alcance de sua investigação, das regras
de explicação dos factos e da validade de suas generalizações. Por outro
123
lado, os métodos de abordagem indicam os meios técnicos da
investigação, são visam proporcionar ao investigador meios técnicos
para garantir objectividade e precisão no estudo dos factos sociais,
fornecem a orientação necessária para a realização da pesquisa social,
no referente à obtenção, processamento e validação dos dados
pertinentes à problemática em estudo
Bibliografia da Lição
ADAM, Schaff. História e verdade, 3ª edição, Lisboa:
Editorial Estampa, 2000.
COLLINGWOOOD, R.G. A ideia de história, Lisboa:
Presença, 2001.
GIDDENS, Anthony. Sociologia, Lisboa: Callouse
Gulbenkian, 2004.
GIL, António Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa
social, 5ª Edição, São Paulo: ATLAS, 1999.
GOMES, Rodrigues Raul. Introdução ao pensamento
histórico, Lisboa: Livros Horizonte, 1988.
LOPES, J. Marques, Curso de Filosofia, sl: Didáctica
editora, 1970.
NOUSCHI, André, Iniciação às ciências históricas,
Coimbra: Almedina, 1986.
PASQUINO, Giafranco. Curso de ciência política, 2ª
edição, Portugal: Principia, 2010.
Auto-avaliação
Agora pretendemos encerrar esta 12ª lição e não teríamos melhor forma de
fazê-lo se não verificarmos o que se conseguiu reter e que podemos aplicar
em situações da realidade social. Então, veja se sabe:
I. Idealize um tema de história para sua monografia e identifique,
justificando, os métodos de abordagem e de procedimento que
seriam adequados.
124
Lição n° 13: A explicação nas Ciências Sociais
Introdução
Bem-vindo à 13ª lição, cujo enfoque são as lógicas da explicação de
factos e fenómenos sociais, na óptica de Comte, Marx, Durkheim,
Malinowski, Popper, Lazarsfeld e Merton.
Tempo
125
Modelos de explicação dos fenómenos sociais.
Para ele todas as ciências devem usar o mesmo método para explicar os
fenómenos que estudam, o método das ciências exactas físico-
matemáticas, formula uma série de leis invariáveis baseadas em meras
especulações, entre elas a lei dos três estágios, para a qual o
desenvolvimento da mente, o conhecimento e a história passavam pelos
estágios teológico, metafísico e positivo, neste os investigadores buscam
leis invariáveis em todos os ramos da ciência, obtidas mediante a
teorização abstracta, que irão progressivamente ser substituídas por leis
mais concretas. Considera uma concepção unificada das ciências, todas
provendo de um tronco comum, a saber: 1º Matemática, como a mais
geral; 2º Astronomia; 3º Física; 4º Química, 5º Biologia e, por fim, a
Sociologia ou Física Social.
126
A explicação, em Marx, distingue a realidade concreta do pensamento que
se projecta sobre essa realidade, ela está compreendida dentro do método,
no qual reconhece a primazia do real sobre o pensamento: o concreto não
é produto do pensamento, mas o objecto real que aparece na mente é
produto do pensamento que é a única maneira de apropriar-se a realidade
concreta. Na explicação marxista não é possível separar os valores do
investigador dos assuntos ou fenómenos sociais que ele estuda.
127
um dos elos pode ser a causa do outro e, por sua vez este pode actuar
sobre a sua causa (causalidade recíproca).
Para ele, os factos sociais devem explicar-se por outros factos sociais. A
explicação compreende tanto a causa que a produz como a função
que cumpre.
128
funcionalista e suas obras são “Enciclopédia britânica”
e “A teoria científica da cultura”
129
Os conceitos de consequências objectivas, isto é, as
funções e disfunções;
Unidades sociais afectadas pelas funções;
Conceito de pré-requisitos funcionais;
Conceito de mecanismos sociais pelos quais se exercitam
as funções;
Conceito de alternativas funcionais;
Obstáculos às funções;
Conceito de dinâmicas e trocas;
Conceito de validação das análises funcionais;
Problemas das implicações ideológicas da análise
funcional.
130
que dizem respeito), portanto, sempre escapam muitos fenómenos e
características da realidade em estudo. Enquanto, nas Ciências Sociais, ele
refuta o historicismo como método para prever o desenvolvimento da
sociedade (por exemplo. o marxismo), para ele, as Ciências Sociais não
podem formular profecias históricas de longo alcance. Sugere o método
dedutivo para propor soluções a problemas como pobreza, analfabetismo,
opressão política, etc., portanto uma metodologia que permita o
desenvolvimento de uma “ciência social tecnológica” (teleológica),
uma actividade de “engenharia social” que projectaria as instituições
sociais e reconstruiria as existentes.
131
Sobre o facto de prova ou variável antecedente, Lazarsfeld diz que se os
dados recolhidos numa investigação mostram que as pessoas com maior
informação política (variável independente) votam (variável dependente)
em maior proporção as que têm menor informação política, se pode dizer,
do ponto de vista estatístico que a informação explica a disposição de
votar. Porque é assim? As pessoas com maior informação têm também
maior educação (variável antecedente), esta cumpre uma função
explicativa ou causal se se cumprirem as condições seguintes:
As três variáveis devem estar relacionadas entre si;
Quando se controla a variável antecedente a relação
entre a variável independente e a variável dependente
não deve desaparecer;
Quando se controla a variável independente, a relação
entre a variável antecedente e a variável dependente
deve desaparecer.
132
Ora, isto não implica que renunciemos antecipadamente a regra de
Durkheim (todo o fenómeno social deve ser explicado pelo social e só
pelo social), mas, pelo contrário buscar uma explicação sociológica a todo
o facto social estudado, esgotando todas as possibilidades, evitando ser
tentado a buscar explicações biológicas ou fisiológicas como alternativas
para explicar o social.
Resumo da lição
A explicação de fenómenos sociais deve ser vista na sua
natureza polissémica, ela toma várias perspectivas em função da
natureza do problema, dos objectivos da pesquisa e da hipótese a
validar podendo variar desde explicação dialéctica, causal,
funcionalista, hipotético-dedutiva, estatística, sociológica ou
ruptura epistemológica e a posterior. Ora uma boa escolha e
combinação dos modelos explicativos deverá permitir uma boa
redacção. Ora, embora exista uma variação as propostas,
basicamente, concordam que a explicação deve ser feita na
identificação das causas associadas ao fenómeno ou sua dedução
133
a partir das proposições de uma teoria, excepto na explicação
funcionalista.
Bibliografia da Lição
ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico,
9ª edição, Portugal: Dom Quixote, 2010.
BARATA, Óscar Soares. Introdução às ciências sociais,
11ª edição, Viseu: Bertrand, 2004
Auto-avaliação
Agora pretendemos encerrar esta 13ª lição e não teríamos melhor
forma de fazê-lo se não verificarmos o que se conseguiu reter e que
podemos aplicar em situações da realidade social. Então, veja se
sabe:
I. Com o mesmo tema da hipotética monografia que
criaste na actividade da aula anterior, ensaie as
diversas possibilidades explicativas abordadas nesta
aula..
TEMA DA “MONOGRAFIA”:
__________________________________________________________________________________
134
Lição n° 14: A compreensão e Interpretação nas Ciências Sociais
Introdução
Bem-vindo à 14ª lição, cujo enfoque é a compreensão e a interpretação
dos fenómenos sócias
135
Tempo de estudo da lição: 10 horas.
Tempo
136
hermenêutica.
137
culturais? A resposta de Rickert é como se segue: é o método
individualizador ou método ideográfico. As ciências culturais ou
históricas, no geral, não procuram generalizações não se destinam a
formular leis :sua tarefa consiste na busca de singularidades, dos
aspectos particulares que individualizam um determinado fenómeno.
138
chefes designados);
139
pessoas), é a essência da intersubjectividade e significa que nela
capta a subjectividade do ego, ao mesmo tempo que vivo em mim
próprio fluo em consciência.
No que foi dito atrás, deve ficar claro que não é interesse de Schutz a
interacção física entre pessoas, se não como se compreendem
reciprocamente suas consciências, a maneira como se relacionam
intersubjetivamente umas com outras, como se estabelece o
significado e a compreensão no seio das pessoas, como decorrem os
processos de interpretação das condutas dos outros, e, finalmente,
como se processa a própria auto-interpretação. Na sequência do
exposto está o postulado segundo o qual todos os conceitos que
podem construir as Ciências Sociais [Naturais e Matemáticas
também], são baseados no conhecimento comum, não na experiência
realizada por uma pessoa singular, mas na riqueza de conhecimentos
e interpretações de nossos predecessores que nos entregaram como
um mundo organizado.
140
concepção teórica deste autor, é onde ocorre a intersubjectividade,
objecto central de suas preocupações. Tal mundo é caracterizado por
seis características principais:
141
conhecimentos estão as tipificações ou taxonomias, as crenças, os
conhecimentos científicos e técnicos (…), os quais se apresentam
“biograficamente articulados”, isto é, cada pessoa tem a sua
particular quantidade e diversidade de conhecimentos que constituem
o seu “conhecimento privado”. Como existem tantos conhecimentos
privados como os indivíduos, eles não podem ser objecto de estudo
científico.
142
Química.
143
a vida social, que é histórica, é um conjunto estruturado de
comportamentos individuais que ocorrem guiados pela consciência de
se é verdadeiro, falso, adequado ou inadequado em certos condições
do ambiente natural e social. Esses comportamentos, e os grupos nos
quais se realizam, tentam dar respostas à totalidade dos problemas
decorrentes em tais meios, na forma de um equilíbrio entre a praxis
do grupo e a sociedade total. Goldmann apud Briones (2002),
reafirma:
144
compreensão da acção humana só é possível quando compreendemos
a natureza das instituições que nos permitem identificar que a acção
(como acção política, por exemplo) e, isso significa compreender os
modos de vida e do comportamento governado por regras que estão
envolvidos nessa acção.
145
aquelas (seis), directamente relacionadas com a tarefa de construção
das Ciências Sociais.
146
14.8. A interpretação da interacção social
Para Herbert Blumer e outros sociólogos americanos, a Sociologia
deve estudar interpretações que os actores que interagem em uma
determinada situação atribuem às próprias condutas e às condutas dos
outros. Este objecto estudo é a base da teoria do interaccionismo
simbólico cuja pesquisa se realiza em pequenos grupos sociais, para
obter dos seus próprios actores a interpretação da realidade social em
que vivem.
147
Resumo da lição
Caro estudante, certamente percebeu que esta aula oferece um leque
variado de modelos de compressão e interpretação dos fenómenos
sociais, o nosso desafio, como pesquisadores, é tê-los em conta de
forma criativa e dinâmica no tratamento dos dados e fontes. Esta aula
chama-nos a atenção às singularidades da compressão das expressões
culturais; buscar as singularidades das ciências culturais e históricas;
compreender o mundo social sem eliminar a integridade subjectiva dos
actores; interpretar a intersubjectividade; compreender a particular
objectividade e o carácter totalitário na explicação do social;
reconhecer o nexo indispensável entre a linguagem, as ideias e os
conceitos com as relações sociais especificas; compreender a dupla
hermenêutica: por um lado, lidamos com um universo já construído
dentro de estruturas e significados e, por outro, interpretamos os factos
dentro de nossos próprios esquemas teóricos e culturais e, por ultimo,
devemos explicar o social através das interpretações que os actores
atribuem às suas próprias condutas e às condutas dos outros.
Bibliografia da Lição
BRIONES, Guillermo. Epistemologia de las ciencias
sociales, Colombia: Arfo editores, 2002.
GIL, António Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa
social, 5ª Edição, São Paulo: ATLAS, 1999.
148
Auto-avaliação
Agora pretendemos encerrar esta 13ª lição e não teríamos melhor forma
de fazê-lo se não verificarmos o que se conseguiu reter e que podemos
aplicar em situações da realidade social. Então, veja se sabe:
I. Em que consiste a explicação dialéctica, em Marx e Engels?
149
contrário releia o texto, faça anotações novas.
TEMA DA “MONOGRAFIA” (o
mesmo)_________________________________________________________________________
150
Lição n° 15: Confiabiliodade e validade das investigações Sociais
Introdução
Bem-vindo à 15ª lição, cujo enfoque é a busca de argumentos e
pragmatismo para uma pesquisa social válida e confiável, portanto
objectiva ao seu nível de desenvolvimento das Ciências Sociais e
características peculiares da relação entre seu objecto e sujeito.
Objectivos
Tempo
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15.1. Análise de conteúdo
Nenhuma norma rígida pode ser estabelecida para a obtenção
de uma análise adequada. Analisar é estabelecer conclusões e,
portanto, exige familiarização com o assunto pesquisado, bem
como um grande conhecimento sobre o processo seguido na
investigação científica. A análise pode ser feita através de
dois processos: estatístico e racional.
No estatístico, o desenho da pesquisa, através do número de
variáveis, número de grupos, nível dos dados (…) é que vai
determinar a técnica estatística que deverá ser empregue por
si.
152
resultados do meu estudo.
Hawtorne effect
Placebo effect
Demand characteristics
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em estudo percebe seu papel na investigação, passando a agir
de maneira diferente. Por exemplo o seu desempenho quando
for assistido pelo supervisor e avaliador não será o mesmo
que quando assistido pelo tutor.
Mortalidade experimental
História
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Maturação
Problemas de mensuração
Multitratamento
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trazendo assim um maior grau de diferença.
Minimizar o erro
156
Resumo da lição
Nesta lição ficou estabelecido que a análise de conteúdo pode
ser feita através de dois processos: estatístico e racional. Por
outro lado, toda a pesquisa social tem dois objectivos,
nomeadamente prover respostas para as questões sociais e, por
outro lado, controlar as variâncias, por isso foram consideradas
três formas de controlar as variâncias estranhas ao assunto em
estudo. Contudo, o assunto mais importante desta aula para
você, futuro estudioso do fenómeno social, foi estar acautelado
das principais fontes de erro resultantes do comportamento
humano, tanto seu como do seu objecto.
Bibliografia da Lição
GIDDENS, Anthony. Sociologia, Lisboa: Callouse
Gulbenkian, 2004.
GRESSLER, Lori Alice. Pesquisa educacional:
Importância, modelos, validade, variáveis, hipóteses,
amostragem e instrumentos, São Paulo: Layola, 1979.
157
Auto-avaliação
da Unidade 3
1. Descreva duas das principais regularidades da explicação nas
Ciências Sociais.
Se leu atentamente o texto desta lição as suas notas permitem-lhe
responder esta questão de repetição, então está de parabéns, caso
contrário releia o texto, faça anotações novas
158
Bibliografia do Módulo
ADAM, Schaff. História e verdade, 3ª edição, Lisboa: Editorial Estampa, 2000.
ADORNO, Theodor W. Epistemologia y ciências sociales, Madrid: Fronesis, 2001.
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BARATA, Óscar Soares. Introdução às ciências sociais, 11ª edição, Viseu: Bertrand, 2004.
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Vozes, 2004.
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BERTHELOT, Jean-Michel. Épistémologie des sciences sociales, Paris: Presses Universitaires de
France, 2001.
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1998.
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sobre restauração das ciências sociais, Lisboa: Europa-América, 2002.
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GIDDENS, Anthony. Sociologia, Lisboa: Callouse Gulbenkian, 2004.
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GOMES, Rodrigues Raul.Introdução ao pensamento histórico, Lisboa: Livros Horizonte, 1988.
GRESSLER, Lori Alice. Pesquisa educacional: Importância, modelos, validade, variáveis, hipóteses,
amostragem e instrumentos, São Paulo: Layola, 1979.
KUHN, Thomas.A estrutura das revoluções científicas. 5ª Edição. São Paulo: Editora Perspectiva,
1998.
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