Apostila de Batismo Lagoinha Global

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G L O B A L

L A G O I N H A

A P O S T I L A DE B A T I S M O
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ÍNDICE
01 O que é Fé? 3/12

02 Conhecendo a Trindade 13/23

03 Eu fui salvo do quê? 25/31

04 Não olhe para trás 33/37

05 Oração e a Leitura da Palavra de Deus 39/45

06 Práticas e Ordenanças 47/51

07 A comunidade dos Santos 53/61

08 A visão da Lagoinha 63/70

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A P O S T I L A DE B A T I S M O

O QUE É FÉ?
O QUE É FÉ?
Fé está relacionado a crer. É verdade que a palavra fé tem muitos
significados por aí, e quando se trata das religiões de modo geral,
o conceito de fé é muito utilizado. Nas religiões monoteístas
(religiões que creem na existência de apenas um deus), por
exemplo, a fé pressupõe uma relação pessoal com Deus, ou seja,
Deus é um ser relacionável, uma pessoa. De modo mais específico, no
cristianismo a fé não é tratada como uma força ou poder interno.
Ela não nasce por vontade do ser humano, é um presente, um dom da
parte de Deus para aqueles que querem se relacionar com Ele
(Ef 2.8).
Observe o que diz Colossenses 2.6-7: “Ora, como recebestes Cristo
Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e
confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações
de graças”. A fé, além de estar presente no início da caminhada
cristã, também está presente ao longo de todo o caminho (Hb 12.2).
Ela é a raiz e o fundamento de nossa relação com Jesus. Recebemos
Cristo pela fé, vivemos e somos plantados nEle pela fé. Tudo o que
é feito nEle é pela fé.

O MESTRE DA FÉ

Quem seria um bom modelo de fé para nós? Tem que ser alguém como
a gente e por meio de quem Deus iniciou seu projeto de salvação.
O nome desse homem é Abraão, ou melhor, como antes era chamado,
Abrão.

Abraão é conhecido como pai da fé. Isso significa que ele é o mode-
lo, ou melhor, aquele que inaugura a relação de fé com Deus. Isso
significa que a espiritualidade da fé é a espiritualidade abraâmica
e, portanto, devemos ter em mente como foi a construção da fé de
Abraão, como ela começou e como se desenvolveu.

Aparentemente, percebemos uma inconstância na fé de Abraão por


causa de suas atitudes. E assim como enxergamos nossas vidas,
temos a tendência de enxergar a vida de Abraão da seguinte forma:

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No entanto, não é assim que deveríamos enxergar a fé do
patriarca. Nos pontos em que Abraão falhou, Deus atuou para ele
seguir crescendo. Isso nos mostra que o nosso crescimento em fé
permanece mesmo nos momentos difíceis, afinal, é Deus quem atua em
nós. Sendo assim, devemos enxergar nossos altos e baixos na vida
de fé não como topo e vale, e sim como uma progressão, mesmo que
não seja constante:

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O que acontece é que Deus não nos deixa regredir na fé, apesar dos
nossos percalços. Por isso, devemos manter firme a nossa confiança
nEle. Contudo, existem algumas características na fé cristã que
precisamos ter sempre em mente, e para isso continuaremos usando
Abraão como exemplo.
Leia Romanos 4, versículos 1 a 8. A primeira coisa que percebemos
na fé de Abraão é que ela exclui o mérito. Isso mesmo, a justifica-
ção que Abraão recebeu não foi por causa de suas obras, e sim por
causa da graça de Deus. Faltava justiça à Abraão, e essa justiça
foi acrescentada a ele por meio da fé.
Agora observe o que diz Romanos 4.19-21: “E, sem enfraquecer na
fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido,
sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara, não duvidou, por
incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se
fortaleceu, dando glória a Deus, estando plenamente convicto de
que ele era poderoso para cumprir o que prometera”.
Outro elemento presente na fé de Abraão é que ele confiou que Deus
era fiel ao que prometera. Isso tem dois aspectos: primeiro, que
Deus é fiel às suas promessas. Ele é fiel a si mesmo, fiel ao seu
caráter imutável, e, por isso, a relação de fé também é uma rela-
ção de graça. Ou seja, Abraão, sem merecer, recebeu a promessa de
Deus, e ainda sem merecer foi que Deus cumpriu essa promessa. Ela
fazia parte do plano divino, e, portanto, seria cumprida indepen-
dente de obras humanas.
Outro aspecto para considerarmos é que a fé traz ideia de
verdade e realidade. Verdade e realidade são aquilo que Deus diz e
realiza, independentemente, das circunstâncias. Por exemplo: Deus
nos disse que estaria conosco todos os dias (Mt 28.20), mas, de
vez em quando, as tempestades estão tão fortes e a
escuridão tão densa, que não sentimos Deus segurando a nossa mão
e muito menos o vemos conosco. Mesmo assim, podemos crer que Deus
está presente, porque Ele disse que estaria conosco nos
amparando (como de fato está). Essa é a base da relação de fé que
Abraão tinha com Deus: uma relação de confiança.

FÉ É CONFIAR

A palavra fé, no grego, é pistis. Essa palavra varia seu signifi-


cado de acordo com o objeto da relação: quando ela estabelece uma
relação do homem para com Deus, o significado apresentado é de con-
fiança. E quando ela apresenta a relação de Deus para com o homem,
seu significado se altera para fiel, confiável, leal.
Mas, afinal, em que a gente confia? O objeto da nossa fé é o próprio
Deus, e não a nossa fé. Assim, a nossa fé, em um primeiro momento,
é o reconhecimento de que Deus está presente e a constatação da
realidade do seu amor.

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Quando dizemos que confiamos em Deus, temos que ter em mente que
isso tem a ver com Ele mesmo, com seu caráter confiável e sua leal-
dade. E o fato de Deus ser confiável faz com que tenhamos a certeza
que sua Palavra também é confiável.
Se confiarmos no que Deus diz, algumas coisas afirmadas na Bíblia a
nosso respeito são bem pesadas: não queremos Deus (Rm 3.11), não
podemos fazer nada por nós mesmos (Jo 15.5), somos criaturas com-
pletamente perversas (Rm 3.10-18). Por isso, há essa necessidade
de desistência e, consequentemente, humilhação diante dEle.
A confiança trará a desistência de fazermos algo a nosso favor. Com
nossa mente caída, sempre pensamos que temos que fazer algo para
merecermos a Deus. Mas como a relação é de confiar na obra e nos mé-
ritos de Cristo, isso significa que temos que desistir da ideia de
fazer por merecermos as bênçãos de Deus. E essa desistência de nós
mesmos será aquilo que chamamos de autonegação ou arrependimento.
Em outras palavras, é reconhecer que não podemos fazer nada, e que
Ele mesmo tomou a iniciativa de romper todas as barreiras e nos
alcançar em salvação. Se confiarmos nisso, temos fé!

FÉ É CONHECER

Examinando novamente a história de Abraão, percebemos que foi Deus


que se revelou a ele. É impossível conhecer e alcançar Deus sem
que Ele mesmo tome a iniciativa de se revelar a nós. Junte a isso
nossa indisposição de buscá-lo (Rm 3.11).
Para permitir que o homem perceba Deus, é necessária a intervenção
do próprio Deus agindo com plena liberdade e decidindo soberana-
mente. Entregue às nossas próprias forças, poderemos no máximo,
segundo o grau de nosso entendimento e intuição, reconhecer a
existência de um ser supremo e absoluto.
Para conhecermos Deus, além dEle se revelar, precisamos também es-
tar habilitados para isso. É impossível o ser humano se aproximar
de Deus sem que Ele providencie o meio para isso. Jesus, além de
nos revelar o Pai, é também o meio, o caminho (Jo 14.6), a habili-
tação para nos relacionarmos com Deus. Jesus é quem nos introduz
na relação que Ele tem com o Pai. Assim, se quisermos crescer em
conhecimento cristão, precisamos viver na verdade de Jesus Cristo.

Isso, no entanto, não tem nenhuma relação com o próprio Deus. Ela
é fruto das intuições e das possibilidades – limites do pensamento
e esforço do homem, que pode, com certeza, imaginar um ser supremo
sem que, apesar disso, tenha encontrado Deus. O risco de acharmos
que somos nós quem buscamos a Deus é de criarmos um deus à nossa
imagem e chamá- lo de Jesus.

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A linha divisória entre o verdadeiro Deus e os falsos deuses se
estabelece claramente a partir do problema do conhecimento. Para
Abraão, cuja família era fabricante de ídolos (Js 24.2), só foi
possível conhecer o Deus Vivo a partir do momento que Deus decidiu
se revelar a ele. Esse processo de revelação de Deus é chamado na
teologia de iluminação (2Co 4.6). É em Cristo que temos essa ilu-
minação, e Jesus é quem nos revela o Pai (Jo 14.9).

Para conhecermos Deus, além Dele se revelar, precisamos também


estar habilitados para isso. É impossível para o ser humano se
aproximar de Deus, sem que Ele providencie o meio para isso. As-
sim, Jesus, além de nos revelar o Pai, é também o meio, o caminho
(Jo 14.6), a habilitação para nos relacionarmos com Deus. Jesus é
quem nos introduz na relação que Ele tem com o Pai.

FÉ É CONFESSAR

Observe o que diz Romanos 10.9-10: “Se, com a tua boca, confessa-
res Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o res-
suscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se
crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação”.
A fé produz efeitos, ações em nossa vida. Em um primeiro momento,
a fé é a abertura para Deus, e quanto mais ela se torna presen-
te, mais produz um impacto em nossa vida. E é aqui que entra a
confissão da fé. Confessar é se comprometer publicamente. Existe a
necessidade do ato público que autentique e efetive a fé. O ato de
confessar, ou seja, falar, traz um impacto interno, traz comprome-
timento e assimilação do que estamos fazendo. Quando há confissão,
a fé deixa de ser particular e se torna operosa (1Ts 1.3). O fato
da fé ser operosa significa que ela é visível externamente. Uma fé
que permaneça como sendo algo privado, que não se manifesta para
o exterior, não é mais do que uma incredulidade escondida, uma
falsa fé.

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DÚVIDA E INCREDULIDADE

Observe o que diz Hebreus 11.1: “Ora, a fé é a certeza de coisas


que se esperam, a convicção de fatos que se não veem”.
Ter fé não significa que não teremos dúvidas. Devido à nossa
finitude, há um tipo de dúvida decorrente de não sabermos tudo nem
podermos controlar tudo. Esse tipo de dúvida é pecaminosa em si
mesma. Também é possível ter fé genuína e não ter a certeza da
salvação – isso pode ocorrer devido a ensinos falsos, pressões
sociais ou dificuldades emocionais. Porém, há uma dúvida que é
decorrente da queda. A dúvida que decorre da suspeita de que Deus
não é bom, por exemplo, é pecaminosa.
De fato, essas dúvidas levam para o lado da descrença ou incre-
dulidade. A incredulidade é o contrário da fé. A descrença não é
a causa, mas o resultado da desconfiança. Quando nos convertemos,
a restauração da crença e da confiança em Deus acontecem de forma
simultânea. Declaramos: “Agora eu sei que há uma redenção em
Cristo, sei que há um futuro, sei do amor de Deus!”
A certeza da fé é decorrente da confiança na bondade de Deus, a qual
se fundamenta na gratidão diante de sua revelação. A compreensão,
ou seja, a certeza, alimenta e é alimentada pela confiança, sendo
ambas fundamentadas na gratidão. Em outras palavras, a convicção é
fundamentada na confiança absoluta (Rm 4.20,21), e, por essa razão,
a fé subsiste na escuridão da incerteza (Gn 12.1,4).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A fé é um presente de Deus, e temos que acreditar que do princípio


ao fim o Senhor atua em nós para a nossa salvação. A fé cristã não
é uma adesão passiva, é obediência, e obedecer é uma escolha.
É escolhermos todos os dias a fé, e não a incredulidade.
É decidirmos confiar quando a dúvida bater à nossa porta.
Lembre-se: a fé é um ato de obediência e decisão que agrada o cora-
ção de Deus, o nosso Pai. O conhecimento de Deus é baseado no ouvir
(cf. o caso de Abraão e Rm 10.17), pois a “Voz” é a força original,
que dá existência ao mundo (Hb 11.3).

A compreensão (certeza) alimenta e é alimentada pela confiança,


sendo ambas fundadas na gratidão. Ou seja, essa convicção é fun-
damentada na confiança absoluta (Rm 4.20,21) e essa confiança é
expressa por um símbolo (Hb 11.6), em que devemos nos aproximar
de Deus reconhecendo que Ele é dadivoso.

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CONHECENDO A
DE

TRINDADE
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CONHECENDO A TRINDADE
Houve um período importante da história que foi denominado
patrístico. Ele representa um dos períodos mais
empolgantes e criativos da história do pensamento
cristão. Ao longo do período patrístico, o estudo teológico foi
explorado com especial empenho, e foi nesse período da
teologia cristã que a doutrina da trindade começou a tomar corpo.

A característica básica dessa doutrina concentra-se na


existência do Deus trino - Pai, Filho e Espírito Santo - e que cada
um deles deve ser considerado igualmente divino e de importância
equivalente. A palavra trindade não se encontra na Bíblia, embora a
ideia representada pela Palavra seja ensinada em muitos trechos das
Escrituras. Ela é usada para resumir o ensinamento bíblico de que
Deus é três pessoas, porém, um só Deus.

A TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO

Embora a doutrina da trindade não se ache explicitamente no Antigo


Testamento (AT), várias passagens dão a entender ou até implicam
que Deus existe como mais de uma pessoa.

Em Gênesis 1.26, Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança”. Alguns estudiosos sugerem que o
verbo usado na primeira pessoa do plural trata-se de um termo ma-
jestático, uma forma de falar que os reis costumam usar. Outros
ainda afirmam que Deus estivesse falando com anjos. Porém, ambas
as afirmações não encontram evidências que as sustentem, pois no
AT não se encontram outros exemplos em que um monarca use o verbo
ou pronome no plural referindo-se a si mesmo. E, também, é certo
que os anjos não participaram da criação do homem, nem foi o homem
criado à imagem e semelhança de anjos.

A melhor explicação é que já nos primeiros capítulos de Gênesis


temos uma indicação da pluralidade de pessoas no próprio Deus. O
texto não indica quantas são, e nada temos que se aproxime de uma
doutrina completa da trindade, mas implica-se que há mais de uma
pessoa. O mesmo se pode dizer de Gn 3.22, Gn 11.7 e Is 6.8.

A TRINDADE NO NOVO TESTAMENTO

Quando começa o Novo Testamento (NT), entramos na história da


vinda do Filho de Deus à terra. Era de se esperar que esse
grande acontecimento se fizesse acompanhar de ensinamentos mais
explícitos sobre a natureza

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trinitária de Deus e, de fato, é isso que encontramos.

No batismo de Jesus (Mt 3.16,17), ao mesmo tempo temos os três


membros da trindade realizando três ações distintas: Deus Pai
fala de lá do céu; Deus Filho é batizado, e depois ouve a voz de
Deus Pai vinda do céu; e o Deus Espírito Santo desce do céu para
pousar sobre Jesus e dar-lhe poder para o seu ministério. Ao final
do seu ministério terreno, Jesus diz aos discípulos que eles devem
batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.19).
Os próprios nomes “Pai” e “Filho”, baseados na família, a mais
comum das instituições humanas, indicam com muita força a
distinção das pessoas do Pai e do Filho. E se o “Espírito
Santo” é inserido na mesma frase e no mesmo nível das outras duas
pessoas, é difícil evitar a conclusão de que o Espírito Santo é,
também, tido como pessoa e de posição igual á do Pai e Filho.

Em certo sentido, a doutrina da trindade é um mistério que jamais se-


remos capazes de entender plenamente. Podemos, contudo, compreender
parte da sua verdade resumindo o ensinamento bíblico em três afirmações:

1. Deus é três pessoas

Deus é uma trindade de pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.


A Trindade é definida como o Deus que existe nessas três pessoas
eternas, simultâneas e distintas. O Pai não é a mesma pessoa que
o Filho; o Filho não é a mesma pessoa que o Espírito Santo e o
Espírito Santo não é a mesma pessoa que o Pai. Eles são pessoas
distintas, mas, ainda assim, são todos o mesmo único Deus. Eles
estão em perfeita harmonia de relacionamento, consistindo de uma
única substância. Eles são coeternos, coiguais e copoderosos. Se
qualquer um deles fosse retirado, então não haveria Deus.

1.1 Deus pai:


DEUS NA CRIAÇÃO

“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).


O verbo “criar” (no hebraico original bara), nesse famoso
texto sagrado é especial. É um verbo exclusivo de Deus, pois
tem um significado profundo de criar a partir do nada, trazer à
existência o que não existe. Nas Escrituras, ele só faz referência
a Deus. Só Deus pode bara, demonstrando, assim, sua onipotência.
“Disse Deus: Haja luz, e houve luz” (Gn 1.3).
A expressão “disse Deus” demonstra a vontade soberana do Criador
e, como consequência, a transformação dessa vontade na própria
criação. Ele criou todas as coisas por meio de seu desejo soberano.
Deus se preocupa não somente com o homem, mas com toda a criação.
Não somente o ser humano será redimido, mas toda a criação.

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O universo não é uma máquina com leis inflexíveis e que escravizam
o Deus que as criou. Como Senhor de sua criação, Ele governa todas
as coisas.

O CARÁTER DE DEUS

Justiça

• Deus é justo: a justiça divina não é igual à justiça humana,


que pune para pagar pelos erros. Quando Deus pune, Ele visa o
resgate.
• Deus vem em nosso resgate: nenhum ser humano é capaz de salvar
a si próprio, então, o próprio Deus vem e salva o ser
• humano, reconciliando-o Consigo mesmo.
• Deus nos confere a posição de justos: a partir do momento que o
ser humano é resgatado por Deus, o próprio Deus o declara justo
diante de Si.
• O evangelho revela a justiça de Deus: Ele enviou Jesus para
resgatar o homem.

Amor e Ira

• Do céu se revela a ira de Deus: “abandono” da criação à sua


própria obstinação.
• A ira é vista na corrupção do homem e da sociedade e o remédio
para o pecado é visto no evangelho.
• Deus é um Deus de amor e de ira: ambas características, no en-
tanto, não são contraditórias e nem se anulam, antes estabele-
cem uma espécie de paradoxo divino.

Onipotência

• Deus pode todas as coisas: onipotente.


• Porém, seu poder está limitado a si mesmo: Deus não é
• totalitário e arbitrário.
• Ele não pode negar a si mesmo e fazer o mal: Ele sempre escolhe
fazer o bem de acordo com seu caráter e desejo, que são per-
feitos.

Soberania

• Como Criador: Deus criou todas as coisas, poderes, seres e ele-


mentos.
• Como Senhor: Tudo que Ele criou está sob seu domínio e
• controle.
• Como Redentor: Ele é o único capaz de resgatar sua criação e
redimi- la das consequências do pecado.

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1.2 Deus Filho : JESUS
Você sabia que o tema central de toda Bíblia é a pessoa de Jesus
Cristo?

“E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-


lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras” (Lc 24.27).

“A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei,
estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim
está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lc 24.44).

“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna,


e são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5.39).

Já que as Escrituras apontam para Jesus, podemos resumir os 66


livros da Bíblia da seguinte forma:

• Preparação: todo o Antigo Testamento trata da preparação do


mundo para a vinda de Cristo.
• Manifestação: os evangelhos tratam da manifestação de Cristo ao
mundo, como rei e redentor.
• Propagação: Atos dos apóstolos trata da propagação de Cristo
por meio da Igreja.
• Explanação: as Epístolas esclarecem Cristo, dando detalhes de
seus ensinos e aplicação na vida prática das comunidades de fé.
• Consumação: o Apocalipse trata do relacionamento de Cristo com
a Igreja e a consumação de todas as coisas.

Jesus é a suprema manifestação de Deus pelo fato de ser o


próprio Deus encarnado. Por meio de Jesus, de sua vida, morte e
ressurreição, Deus reconcilia o mundo consigo mesmo (2Co 5.19).
Jesus é o único caminho de volta para Deus (Jo 14.6 e 1Tm 2.5)

DIVINDADE E HUMANIDADE DE JESUS

Quando estudamos a pessoa de Cristo, podemos afirmar que Ele é


uma pessoa com dois tipos de atributos: divino e humano. Algumas
passagens na Bíblia afirmam ou implicam tanto a divindade quanto
a humanidade de Cristo. Por exemplo: João 5.18 diz que os judeus
procuravam matar Jesus porque ele “estava dizendo que Deus era
seu próprio Pai, igualando-se a Deus”. Eles o viram como um homem,
mas ele reivindicava ser Deus. João 8.56-59 descreve outro confli-
to semelhante a esse: “Abraão, pai de vocês, regozijou-se porque
veria o meu dia; ele o viu e alegrou- se. Disseram-lhe os judeus:
Você ainda não tem cinquenta anos, e viu Abraão?

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Respondeu Jesus: Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu
Sou! Então, eles apanharam pedras para apedrejá-lo, mas Jesus
escondeu- se e saiu do templo”.
As pessoas reconheceram que em sua vida humana, Jesus não tinha
ainda cinquenta anos de idade e afirmava conhecer pessoalmente
Abraão. Aqueles que o ouviram não contestaram sua humanidade, mas
entenderam que suas palavras continham uma reivindicação de divindade.

Mateus 22.41-45 também afirma que Jesus é tanto Deus quanto homem:
“Estando os fariseus reunidos, Jesus lhes perguntou: O que vocês
pensam a respeito do Cristo? De quem ele é filho? É filho de Davi,
responderam eles. Ele lhes disse: Então, como é que Davi, falando
pelo Espírito, o chama Senhor? Pois ele afirma: O Senhor disse ao
meu Senhor: Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus
inimigos debaixo de teus pés. Se, pois, Davi o chama Senhor, como
pode ser ele seu filho?” Os fariseus reconheceram que Jesus deveria
ser descendente de Davi, e como filho de Davi, Cristo deveria ser
humano.
Separamos para você algumas referências bíblicas sobre a divindade
de Jesus:

Antigo Testamento: Sl 2.6-12; Is 9.6; Dn 7.13 e Ml 3.1.

Novo Testamento: Mc 2.5, Mt 25.31-46, Jo 1.1-3,14,18; 2.24-25;


20.28;
Rm 9.5; Cl 2.9; Hb 1.1-3, 5, 8; 4.14.

E algumas referências bíblicas sobre a humanidade de Jesus:

Jo 4.6; Mt 21.18; Jo 19.28; At 2.22, Rm 5.15; 1Co 15.21; 1 Jo 4.2;


Mt
26.26; Lc 24.39; Lc 2.40, 52 e Hb 2.9, 10, 18; Jo 11.35.

É muito importante afirmar a realidade e a integralidade da huma-


nidade de Jesus, admitindo o seu desenvolvimento humano e suas
limitações humanas. Jesus chamou-se homem a Si próprio, e foi
chamado por outros.

Mas quem sabe você esteja se perguntando: afinal, por que Cristo
tinha as duas naturezas?

Desde que o homem pecou, era necessário que ele sofresse a penali-
dade. Além disso, o pagamento da pena envolvia sofrimento de corpo
e alma, somente cabível ao homem (Jo 12.27 e Hb 2.14).
Era necessário que Cristo assumisse a natureza humana, não somente
com todas as suas propriedades essenciais, mas também com todas as
debilidades a que está sujeita depois da queda.

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Sendo assim, devia descer às profundezas da degradação que o
homem havia caído (Hb 2.17,18). Ao mesmo tempo, era preciso que
fosse homem sem pecado, pois um homem que fosse pecador e estivesse
privado de sua própria vida, certamente, não poderia fazer
expiação por outros (Hb 7.26). Somente um mediador verdadeira-
mente humano, que tivesse conhecimento experimental das misérias
da humanidade e se mantivesse acima de todas as tentações, é que
poderia entrar em todas as experiências, provações e tentações do
homem (Hb 4.15; 5.2), e ser um perfeito exemplo humano para seus
seguidores (Mt 11.29; Mc 11.39, Hb 12.2-4).

Ao mesmo tempo, no plano divino de salvação, era absolutamente


essencial que o mediador fosse verdadeiramente Deus.
Era necessário que Ele pudesse apresentar um sacrifício de valor
infinito e prestar perfeita obediência à lei de Deus. Era preciso que
pudesse sofrer a ira de Deus redentoramente, isto é, para livrar os
outros da maldição da lei e para que pudesse aplicar os frutos da sua obra
consumada aos que o aceitassem pela fé. O homem, com sua vida
arruinada, não pode nem
cumprir a pena do pecado, nem prestar perfeita obediência a Deus,
afinal, ele está
condenado pela eternidade. Mas pela graça salvadora
provinda de Deus, foi dada ao homem, por meio de seu filho Jesus, a
oportunidade de se livrar da condenação eterna.

Jesus é o Filho de Deus. Ele é a suprema manifestação de Deus pelo


fato de ser o próprio Deus encarnado. Por meio de sua vida, morte
e ressurreição, Deus reconciliou o mundo consigo mesmo (2Co 5.19).

1.3 Espírito Santo:

Veja o que o apóstolo Paulo nos escreve em 2Coríntios 1.21-22:


“Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus,
que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso co-
ração”. E em Efésios 1.13-14:

“Em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade,


o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes
selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da
nossa herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua
glória”. O apóstolo diz que fomos selados pelo Espírito e que o
Espírito é o penhor da nossa herança. O selo daquela época era
o selo real, aquele selo oficial que era colocado em uma carta
ou documento importante. Esse selo garantia a autenticidade do
documento, pois apenas o dono ou o destinatário da
carta era quem poderia removê-lo, ninguém mais.
Era como se fosse uma assinatura reconhecida em cartório.

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Em outras palavras, quando o Espírito Santo nos “sela”, Ele
mesmo está garantindo que você nunca será extraviado do seu
destino, que é estar na presença de Deus. Você agora tem a
assinatura de Deus em você, é o Espírito Santo na sua vida.
E ninguém tem o poder de removê-lo de você. Ele é o penhor,
o próprio Espírito é a garantia. Ele intercede por nós, vive
conosco e nos guia em toda a verdade. Em outras palavras,
o Espírito Santo é o próprio mensageiro que nos leva como
cartas autênticas para Deus. É Ele quem nos entregará para Deus.
Vejamos um último texto:
“Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se
desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por
mãos, eterna, nos céus. E, por isso, neste tabernáculo, gememos,
aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial;
se, todavia, formos encontrados vestidos e não nus. Pois, na
verdade, os que estamos neste tabernáculo gememos
angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o
mortal seja absorvido pela vida. Ora, foi o próprio Deus quem nos
preparou para isto, outorgando-nos o penhor do Espírito” (2Co 5.1-5).

Habitamos numa “casa terrestre”, onde existem dores e sofrimento.


No entanto, esperamos por uma “casa celestial”, que é eterna e
perfeita. E foi exatamente para essa morada celeste que Deus nos deu o
seu Espírito como penhor, como garantia que temos essa morada celestial.

O Espírito é um ser pessoal, sendo distinto do Pai e do Filho. Algumas


heresias o colocam como uma força impessoal, apenas a manifestação do
poder de Deus. Mas isso não é correto. O fato é que o Espírito
Santo é uma pessoa:

Possui os elementos essenciais à personalidade:


• a) Inteligência (mente, intelecto): ls 40.13-14; Jo 14.26;
15.26; At 15.28; Rm 8.27; 1Co 2.10-12.
• b) Vontade: Sl 106.32-33; Is 34.16; At 13.2; 16.7; 21.11; 1Co
• 12.11; 1Tm 4.1.
• c) Sentimentos: Mq 2.7 (irritação); Rm 15.30 (amor); Is 63.10
e Ef 4.30 (tristeza).
Atos pessoais são atribuídos ao Espírito: trabalha (1Co 12.11),
intercede (Rm 8.26-27), proíbe (At 16.7), decide (At 15.28), fala
(At 13.2; Ap 2.7), testifica (At 5:32; Rm 8.16), ensina (Ne 9.20;
1Co 12.3), consola (At 9.31), regenera (Tt 3.5), ora (Rm 8.26),
guia à verdade (Rm 16.13), glorifica a Cristo (Rm 16.14), chama os
homens ao trabalho, dirigindo-os nessa atividade (ls 61.1;
At 13.2-4; 16:6-7; 20.28), etc.

20
O ESPÍRITO SANTO É DEUS

O Espírito não é apenas uma pessoa. Ele é uma pessoa divina.

• A. O Espírito é chamado Deus (At 5.3-4).


• B. Perfeições divinas são atribuídas a Ele: santidade (Jo 14.26;
Is 63.10), onipresença e imensidão (SI 139.7-10; Jr 23.24),
onipotência (Lc 1.35; Rm 15.19), onisciência (Is 40: 13-14; Rm
11.34; 1Co 2.10- 11; Jo 16.13; 2Pe 1.21), liberdade soberana
(ls 40.13; 1Co 12.11; Hb 2.4), eternidade (Hb 9.14; Gn 1:2),
glória (1Pe 4.14), graça (Hb 10.29), vida (1Co 15.45; Rm 8.11).
• C. Realiza obras divinas: o Espírito Santo como ser pessoal é
o agente executivo da Trindade: Na criação (Gn 1.2-3; Jó 33.4;
Sl 33.6), na preservação e no governo (Jó 26.13; 33.4; Sl
104.30), na inspiração das Escrituras (2Pe 1.20-21; 2Tm 3: 16),
na regeneração (Jo 3.5- 6; Tt 3.5), na revelação de eventos
futuros (Lc 2.26; Jo 16.13; At 11:28; 1Tm 4:1), na ressurrei-
ção (Rm 8.11; 1Pe 3:18), na concessão de dons (1Co 12.4-11),
no governo da Igreja e na tomada de decisões (At 15.28), na
vocação de servos (At 13.2; 20.28), na iluminação (Ef 1.17-18),
na santificação (2Ts 2.13; 1Pe 1.2), nos milagres (Mt 12.28),
etc.
• D. É adorado (Lc 2.25-29; At 4.23-25; At 1.16,20; Ef 2.18). O
culto deve ser prestado a Deus (o Pai), ao Filho e ao Espírito
Santo.
• E. É posto em igualdade com o Pai e o Filho (Mt 28.19; 2Co
13.13). O fato da Bíblia relacionar as três pessoas da Trin-
dade no batismo e na bênção apostólica, atesta a igualdade da
Trindade em poder e glória. Quando o nome de Deus se junta com
o do Filho e do Espírito Santo, assume o caráter de perfeição
e plenitude (Mt 28.19).
• F. Peca-se contra o Espírito (Mt 12.31-32). A imperdoabilidade
desse pecado envolve o fato do Espírito Santo ser Deus. Se o
Espírito fosse apenas uma força, não se pecaria contra Ele. Se,
em contrapartida, fosse apenas um ser pessoal finito, o pecado
contra Ele não seria imperdoável. (Is 63: 10; At 5.3).
• G. O templo do Espírito é o templo de Deus (Rm 8.9-10; 1Co 3.16;
6.19). O que nos qualifica como “templos de Deus” é a habitação
do Espírito Santo em nós. Logo, somos “templo do Espírito”,
porque Deus habita em nós.

21
SUA ATUAÇÃO

- Na salvação

• A. Convence-nos do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7-11).


• B. Regenera-nos, concedendo-nos vida. O Espírito é vida (Rm
8.2; Jo 6.63; 2Co 3.6; Gl 6.8).
• C. Justifica-nos (1Co 6.11). Jesus Cristo cumpriu a lei. Ele é
nossa justiça (1Co 1.30). O Espírito aplica em nós a justiça de
Cristo, por isso, somos declarados justos diante de Deus (Rm
3.4; 4.25; Tt 3.6-7; 1Co 6.11).
• D. Faz-nos reconhecer e confessar o senhorio de Cristo. Somen-
te pelo Espírito podemos de fato reconhecer e confessar Cristo
como Senhor de nossa vida, vivendo de forma coerente com essa
confissão (Mt 22.43; 1Co 12.3; Rm 10.9-10).
• E. Ilumina-nos. O Espírito nos capacita a entender a Palavra de
Deus para que possamos cumpri-la. (1Co 2.9-12; Tg 1.22-25).
• F. Santifica-nos. (2Ts 2.13).
• G. Dá-nos a vida eterna. Quando vivemos sob a direção do Espí-
rito, temos a certeza de que Ele nos dará a vida eterna. Paulo
escreve aos gálatas: “Porque o que semeia para a sua própria
carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Es-
pírito do Espírito colherá vida eterna” (Gl 6.8; Fp 1.6).

- Na Igreja

• A. O Espírito Santo é o nosso intercessor espiritual (Rm 8.26-


27).
• B. O Espírito Santo é quem nos dá vitória sobre o pecado (Gl
5.16,24). 3. O Espírito Santo é quem nos dá poder (Lc 3.16;
3.21-22; 4.1; 4.14; 4.17-18; 24.49; At 1.3-5,8; 2.4; 4.8; 4.31;
1Co 2.3-5; 1 Ts 1.5). Precisamos do revestimento do poder para
testemunhar, para viver, para morrer, para perdoar, enfim, para
fazer a obra (Zc 4.6).
• C. O Espírito Santo é quem nos concede dons. Em 1Coríntios 12.7,
Paulo chama os dons espirituais de “manifestações do Espírito”.
E depois diz que, quando usamos os dons, é o mesmo Espírito que
realiza todas as coisas conforme sua vontade (1Co 12.11).
• D. O Espírito Santo nos leva constantemente para perto de Cris-
to (Jo 16.13,14).

22
2. Há um só Deus

A Bíblia deixa bem claro que só existe um único Deus. As três di-
ferentes pessoas da trindade são um não apenas em propósito e em
concordância no que pensam, mas um em essência, um na sua natureza
essencial. Em outras palavras, Deus é um só ser. Não existem três
deuses, só existe um Deus.

O teólogo C.S.Lewis costumava dizer que o nível humano é um nível


simples, ou seja, uma pessoa é um ser e duas pessoas são dois se-
res separados. Já no nível divino, existem personalidades que en-
contramos combinadas de maneiras novas, maneiras que nós, que não
vivemos nesse nível, não podemos imaginar. Na dimensão de Deus,
por assim dizer, encontramos um ser que são três pessoas sem dei-
xar de ser um único ser.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A doutrina da trindade foi e continua sendo fundamental para nós,


cristãos. Ela se ocupa em definir quem é Deus, como Ele é, como Ele
trabalha e a forma pela qual nós temos acesso a Ele.

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DO QUÊ?
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EU FUI SALVO DO QUÊ?

O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.27).


Ele é o ápice da sua criação. Adão e Eva desfrutavam de um perfeito
relacionamento com Deus (Gn 3.8), em um mundo livre de deficiências
e doenças (Rm 5.12), contudo, o pecado entrou no jardim do Éden:
“Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos
olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto
e comeu e deu também ao marido, e ele comeu” (Gn 3.6).

O PECADO

Adão e Eva cobiçaram a fruta. Porém, havia um princípio de


ordem e “conhecimento do bem e do mal” (Gn 2.17). Comer não é
errado, mas, naquele momento, seria. Comer o fruto naquele momento
representava outra coisa: desejar ser como Deus. Não comer o fruto
era permanecer sob a ordem e dependência de Deus. Representava
obediência do homem perante o seu Criador.

Era Deus quem deveria ensinar ao homem tudo o que está relaciona-
do ao bem e ao mal. Contudo, o homem se precipitou, desejou ser
independente e conhecer por si só. O que ele não tinha consciência
era que, como consequência disso, passaria a experimentar o mal e
suas consequências para só então perceber o bem que ele perdeu.

É interessante observarmos as raízes do pecado que surgiram nesse


relato da queda. A primeira raiz era a incredulidade de não confiar
na palavra de Deus ou ignorá-la, deixando a mente ser corrompida.
Em seguida, temos a raiz da cobiça se alastrando, os maus desejos
tendo espaço e, por fim, a corrupção das emoções. A terceira raiz
é o orgulho de querer experimentar por si só as coisas de modo
independente de Deus. Assim, pelo pecado original, podemos inferir
que todo pecado possui estas três raízes: incredulidade, cobiça
e orgulho.

A partir do momento em que Adão pecou, ou seja, fez o que era mal
aos olhos de Deus, toda a humanidade descendente dele passou a
ter a natureza pecaminosa (Rm 5.12-14). O pecado foi imputado a
todos os homens e não há nenhum que não peque. Essa herança trou-
xe consigo malefícios incalculáveis, de maneira a desequilibrar
completamente a liberdade de decidir e escolher.

26
O ser humano passa a sofrer uma pesada pressão para fazer o mal.
É claro que isso não quer dizer que ele não tenha a capacidade de
fazer o bem, mas, normalmente, sua tendência será sempre buscar
satisfazer os seus interesses, ser mesquinho e egoísta.

Em Adão todos os homens se tornaram pecadores:


• Toda humanidade está envolvida e afetada pela desobediência de
Adão;
• A queda afetou o caráter moral do ser humano, e todas as
deficiências morais (como, luxúria e ganância, por exemplo) são
atribuídas ao pecado original;
• A predisposição da natureza humana para o pecado possui um
grande peso em relação ao pecado original.

A própria sociedade dita “civilizada” já demonstra as consequên-


cias do pecado. As leis aparecem porque não é possível confiar no
ser humano. Uma promessa não basta, é necessário contrato. Portas
não bastam, precisa- se de trancas e alarmes. Apenas a lei e a
ordem não são suficientes, precisa-se da polícia para garanti-las.

A própria cruz do Calvário demonstra o quão terrível é o nosso


pecado diante de Deus. O pastor Ariovaldo Ramos diz que “o pecado
é como uma bomba de antimatéria lançada no universo, onde tudo
desintegraria se não fosse o sangue do Cordeiro”. As consequên-
cias do pecado para toda a humanidade foram desastrosas. Cada vez
mais o que vemos são as pessoas mais egoístas e mais longe de Deus
(2Tm 31.9).

AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO

• Depravação: significa que a capacidade mental, moral, social,


criativa e espiritual foram distorcidas pelo pecado. A verda-
deira imagem de Deus em nós foi distorcida e, por isso, ela deve
ser refeita nos seres humanos.
• Enfraquecimento da consciência: a consciência se tornou equi-
vocada ou adormecida. Criou-se a necessidade dela ser educada
pela Palavra de Deus e despertada pelo seu Espírito. A natureza
pecaminosa distorceu, mas não a destruiu.

27
• O “eu” dividido: somos prisioneiros de uma natureza
corrupta. Somos, em parte, resultado da criação (imagem de
Deus) e, em parte, resultado da queda (imagem desfigurada).
Tudo o que faz parte da criação (racionalidade, senso moral,
masculinidade e feminilidade, anseio por amor e comunhão com o
próximo, senso de administração do meio ambiente, senso divino
e ímpeto de adoração a Deus) deve ser afirmado. Cristo veio para
redimir essa natureza, porém, tudo o que faz parte da queda
(irracionalidade, perversão moral, perda da identidade sexual,
nossa poluição e destruição do meio ambiente, nosso egoísmo e
individualismo, nossa negligência para com Deus) deve ser ne-
gado. Cristo veio para destruir essa natureza.
• A sociedade imperfeita: em todo lugar onde há o ser humano,
haverá imperfeição. Não há como erradicar todo o mal, tam-
bém não devemos parar de nos esforçar para deixar a sociedade
mais agradável a Deus. Mas não devemos nos iludir achando que
chegaremos lá por nosso esforço. Antes, a sociedade será per-
feita quando Cristo vier em glória erradicar o mal e estabele-
cer a justiça para sempre.
• A morte: a morte veio com o pecado. Ela é a punição para
o pecado. A morte é também um rebaixamento, uma degradação,
como se o ser humano fosse apenas mais um dos animais criados
(Sl 49.12; Ec 3.19). Além da morte física, temos a morte espi-
ritual. Além de degenerar progressivamente em sua vida, o ser
humano está morto espiritualmente por causa do pecado (Ef 2.1).

A SALVAÇÃO
Resumindo, no jardim do Éden o conceito de pecado foi introduzi-
do. O homem desobedeceu a Deus, trazendo assim a necessidade de
salvação. A salvação é a liberdade do justo julgamento de Deus por
nossos pecados, da culpa e de nossa consciência culpada para que
nos tornemos filhos reconciliados e perdoados de Deus. Por meio
dela, nos relacionamos com Ele, reconhecendo-o como nosso Pai.
A salvação se fundamenta na vida, morte e ressurreição de Jesus.

O QUE EU PRECISO PARA SER SALVO?

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de
vós; é dom de Deus” (Ef 2.8).

Percebemos, então, que a salvação não tem a ver com algo nosso,
tem a ver com algo de Deus. Contudo,

28
o que é essa graça que Paulo falou aqui? Para entendermos a
amplitude da graça e, consequentemente, da redenção, precisamos
de um panorama um pouco maior da história da redenção.

• At 17.28: “Pois nele (em Deus) vivemos, e nos movemos, e


existimos”.
• Rm 3.12: “(de Deus) todos se extraviaram”.

Se é em Deus que temos a existência, pular para fora de Deus é


pular para o nada, para a não existência. Assim, quando Adão pe-
cou, era como se ele tivesse pulado para fora de Deus, para um
lugar onde tudo deveria ter deixado de existir. E por que tudo?
Porque toda a criação estava “pendurada” no homem. Deus deu a ele
autoridade sobre toda a Sua criação (Gn 1.28), por isso o universo
inteiro deveria ter sido eliminado com a queda.

E por que não foi? Se Deus é Santo, se somos pecadores e nada


existe fora de Deus, como um Deus Santo carrega em si pecadores?
Era para a santidade de Deus ter nos lançado para a inexistência.
E seja lá o que for que tenha mantido a nossa existência, não há
nada a ver conosco. É dom de Deus.

Sim, a nossa salvação começou a partir dessa disposição de Deus,


que manteve e mantém toda a criação. A essa disposição o apóstolo
Paulo chama de graça. Entender graça por apenas “favor imerecido”
nem chega perto do seu real sentido e significado.

Por meio da graça, Jesus, o Filho de Deus, veio nos redimir (Jo
1.29). Pense naquela ideia de comprar um escravo ou prisioneiro
de guerra e conceder a ele a liberdade novamente. Éramos escravos
do pecado (Rm 6.20) e, por consequência, do maligno (Cl 1.13), e
fomos libertos de ambos por meio de Jesus Cristo (Cl 1.14).

O PREÇO PAGO NA CRUZ NOS TROUXE

• Regeneração: é a ação do Espírito Santo em nós, produzindo a


capacidade de crermos na obra de Deus (Tt 3.4-7). A partir do
momento que cremos, o Espírito passa a atuar em nossa vida
progressivamente sobre a nossa mente e vontade, imprimindo em
nós o caráter de Cristo (graça) (Ez 36.25-27; Hb 12.14-17).

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• Justificação: só havia uma forma do ser humano ser justificado:
pagando o salário do pecado (Rm 6.23). De fato, morremos - não
na nossa pessoa, mas na pessoa de Jesus (graça). Unidos a Ele em
fé na morte, também ressuscitamos na sua ressurreição. A vida
de pecado termina, pois estamos mortos para ele e a nova vida
dos pecadores justificados se inicia (Rm 6.4-7). Nesse momento,
Deus nos declara justos a partir do comprometimento em absoluta
confiança com Jesus Cristo (Rm 4.23-25).
• Reconciliação: é o ato voluntário que Deus (graça), por meio
de Jesus, nos reconcilia consigo mesmo e, com isso, nos torna
também reconciliáveis com todos os seres humanos (Cl 1.20; 2Co
5.18, 19; Rm 5.8-11).
• Santificação: quando uma pessoa se converte, ela é
santificada pelo Espírito Santo (graça) (1Co 1.2; 2Ts 2.13).
Mas a santificação também envolve uma resposta humana (Rm 6.19;
2Co 7.1). Não somos nós que nos santificamos, é Deus quem nos
santifica. Mas cabe a nós buscarmos de Deus essa santificação.
• Glorificação: é a restauração da imagem inicial (Gn 1.26) de
forma progressiva na vida cristã. É Cristo quem nos glorifica
(graça) à medida que nossa busca por Ele se intensifica. Duran-
te toda a nossa vida deve ser assim, dia após dia. Até o dia
em que estaremos totalmente com Ele e totalmente transformados
(2Co 3.18).

Sendo assim, ser salvo quer dizer ter a vida modelada por Cristo.
A pessoa tem em Cristo um exemplo de relacionamento ideal com Deus
e com o próximo, e se esforça para reproduzir em sua vida esse
tipo de relacionamento.
A vida cristã é um processo em que somos conformados (tomamos
a forma) à imagem de Cristo em nós (2Co 5.17). Deus, além de
expandir a consciência (o que chamamos de metanoia, traduzido
apenas por arrependimento) dos que envolve, abre também um leque
extraordinário de possibilidades. Deus permite ao homem ser gente,
como gente deve ser. Não só o salva como o possibilita desenvolver
a sua salvação:

• Dizer não à natureza caída


• Dizer sim à natureza de Cristo
• Andar nas boas obras que ele, de antemão, preparou pare que
andássemos nelas.

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Deus nos deu condições de caminhar na direção de ser tudo o que Ele
quer que sejamos: gente como Jesus de Nazaré. O segredo é o quanto
cremos (fé = confiança) em Deus. Deus não conta com a nossa força,
pois o poder dEle se aperfeiçoa em nossa fraqueza (dependência).

Simplesmente nos basta a graça de Deus. Ela é um presente divino.


Crer é tomar como fonte da verdade para si e sobre si tudo o que
Deus diz, de modo que tudo o que nos aproxima de ser como Jesus é
aceito, e tudo o que disso nos afasta é rejeitado. Essa é a fé que
agrada a Deus. Assim, essa fé produz as boas obras que Deus quer
que andemos nelas (Ef 2.10):

1. Amar a Deus acima de todas as coisas:


• Sempre decidir por Deus, no pensamento, no sentimento e nas
obras que é oferecer o corpo por sacrifício vivo (Rm 12.1-2).
• Sempre pensar com as categorias de Deus (Cl 3.2; Fp 4.8).

2. Amar o próximo como a si mesmo:


• Tratar o outro como você gostaria da ser tratado (Mt 7.12).

E QUEM PODERÁ SER SALVO?

• Aquele que crê em Jesus (Jo 3.16);


• Aquele que se arrepende dos seus pecados (1Jo 1.9);
• E passa a cumprir a vontade de Deus (1Jo 2.4).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Você, que agora crê em Jesus, foi salvo do pecado e de todas as


suas consequências. Por meio da graça, o nosso relacionamento com
Deus foi restaurado e hoje podemos ter uma nova vida modelada por
Cristo.

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NÃO OLHE PARA


DE

TRÁS
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NÃO OLHE PARA TRÁS
Agora que você acredita em Jesus, tem uma nova vida e um novo
Senhor, por isso o inimigo não tem mais o direito de agir em você.
Contudo, para viver essa nova vida, você precisa abrir mão da sua
antiga forma de viver. Isso implica em quebrar certos vínculos com
o seu passado. Observe o que a Bíblia diz em 1 Coríntios 6.9-11:

“Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus?


Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros,
nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem
bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.
Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes
santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus
Cristo e no Espírito do nosso Deus”.

Para avançarmos, precisamos encerrar o nosso antigo modo de viver.


Em Lucas 19, vemos que Zaqueu, depois de crer em Jesus, compreen-
deu que havia extorquido muitas pessoas no seu passado e tinha uma
atitude mesquinha e avarenta com relação ao dinheiro. Então, ele
disse a Jesus que se tivesse tomado algo de alguém indevidamente,
restituiria quatro vezes mais. Além disso, estava disposto a dar
a metade de seus bens aos pobres. Dessa forma, ele abandonou o
seu passado e começou a sua vida em Deus. Os irmãos em Éfeso, de-
pois de convertidos, reuniram seus livros de magia e os queimaram
diante de todos: “Também muitos dos que haviam praticado artes
mágicas, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos”
(Atos 19.19).

Nova vida significa novos hábitos, portanto, abandone o seu


passado e se desfaça de qualquer coisa que ainda o prenda a ele.
Mas, afinal, quais práticas necessitam ser encerradas?

A. IDOLATRIA

Quando compreendemos o plano redentor de Deus, compreendemos tam-


bém que somente Cristo deve ser adorado. Observe o que a Bíblia
diz sobre esse assunto:

“(...) Deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes


o Deus vivo e verdadeiro” (1 Tessalonicenses 1.9).

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“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 João 5.21).

“Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do


que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo
da terra”
(Deuteronômio 5.8).

Que todas as áreas da nossa vida sejam transformadas de acordo com


a Palavra de Deus. A sua sorte não é mais governada por algum tipo
de acontecimento, objeto, número ou cor. Por isso, afaste-se dos
ídolos e rejeite qualquer ensino maligno.

B. COISAS INJUSTAS

Se você, por exemplo, roubou de alguém mil reais antes de se


converter, provavelmente agora, depois de convertido, você
encontrará dificuldade para pregar o evangelho para essa pessoa
se a fraude não for resolvida. Você já foi perdoado por Deus,
mas a sua imagem de cristão ficará comprometida se isso não for
resolvido.

C. COISAS IMPRÓPRIAS

Coisas impróprias são diferentes de coisas ilegais ou injustas.


Há coisas que são impróprias para um filho de Deus, mas que são
permitidas legalmente. Morar junto antes de casar, embriaguez,
cigarros e jogos de loteria são legais perante a lei, contudo,
são práticas que não estão de acordo com a Palavra, sendo assim,
impróprias para um cristão.

D. RELAÇÕES SEXUAIS ILÍCITAS

O pecado de natureza sexual, como a fornicação, o adultério e


a homossexualidade, traz consequências negativas sobre a nossa
vida. Leia a história de Davi e veja os efeitos que uma vida se-
xual fora do propósito de Deus trouxe para a sua vida e família (2
Samuel 12.4-6, 14; 15.30; 16.22; Provérbios 26.2).

35
E. FALTA DE PERDÃO

Em Mateus, capítulo 18, versículos 23 a 27, Jesus ensina que a


nossa capacidade em perdoar está baseada no perdão total que nos
foi oferecido por Deus em Cristo Jesus. A cruz e a ressurreição de
Jesus são o próprio Deus assumindo a nossa dívida e o nosso lugar.
Ele nos perdoa mediante o seu espontâneo amor.

Muitos acreditam que perdoar é esquecer. Isso não é verdade.


Há pessoas que realmente perdoam, mas não conseguem esquecer
mentalmente, achando assim que realmente nunca perdoaram. Por
isso, é necessário fazer distinção entre esquecimento emocional e
mental. Lembrar a ofensa de tal modo que ela continue a afetar o
relacionamento emocional, não é perdoar. Porém, lembrar a ofensa
como um fato consumado, sem significância ou efeito negativo em meu
relacionamento, é perdoar.

Na maior parte do tempo, não sentimos vontade de perdoar. Contudo,


o perdão não é um sentimento. Mesmo com o nosso orgulho tentando
impedir, a direção de Deus precisa ser obedecida (Cl 3.13). É uma
decisão proposital, que nos leva a ter atitudes e comportamentos
que demonstrem nosso perdão.

Perdoar também não é voltar ao passado. Há pessoas que elaboram


uma lista negra de ofensas que foram cometidas contra ela e, na
hora certa, em uma situação estratégica, usam a referida lista.
Trazer o passado de volta é uma força destrutiva, porque não há
nada que você possa fazer para mudar algo que já aconteceu. Não se
desligar do passado e prosseguir tentando fingir que nada aconteceu
também não é saudável. Leia o que está escrito em Salmos 31. 2-5.
Observe como Davi descreve seus sentimentos enquanto ainda não
havia confessado a Deus o seu pecado de adultério.

Perdoar é ter um espírito perdoador como Deus teve para conosco.


É considerar o outro, é tirar os olhos de si mesmo, de sua dor e
autocomiseração. É dar amor quando se espera ódio. É dar compre-
ensão quando se espera raiva e vingança. É dar liberdade quando
o outro merece punição. É recusar buscar a sua própria vontade.

Jesus dará a você a força necessária para fazer isso, pois Ele
quer que você perdoe quem te feriu (Colossenses 3.13; Efésios
4.32; Mateus 18.12- 35). Você pode orar assim: “Deus,

36
o Senhor sabe que não posso perdoar por minha própria força, mas
estou me colocando à sua disposição. Perdoe por meio de mim e me
encha de amor por essa pessoa”.
Perdoar é um ato de fé. A restauração da alma pode levar algum
tempo, mas espere no Senhor. Liberte a pessoa que te ofendeu e dê
liberdade a si mesmo. Permita que o Espírito Santo faça a sua obra
de restauração e preencha o seu coração da graça generosa de Deus.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não olhe para trás. O padrão humano é lembrar, mas o padrão de


Deus é esquecer. Como alguém que nasceu de novo, saiba que, a par-
tir de agora, os erros, as falhas e os pecados do passado foram
apagados diante de Deus. Ele não se lembra dos pecados confessa-
dos, e você não precisa lembrá-lo daquilo que Ele já esqueceu.
“Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor
de mim e dos teus pecados não me lembro” (Isaías 43.25).
“(...) mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás
ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o
alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”
(Filipenses 3.13-14).

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ORAÇÃO E A
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DE

LEITURA DA
PALAVRA DE DEUS
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ORAÇÃO E A LEITURA DA PALAVRA DE DEUS:

1. ORAÇÃO:

A. MOTIVAÇÃO (MT 6.5-6):

Nós precisamos aprender a orar do jeito certo. Jesus começa o seu


ensino sobre oração deixando claro para os seus discípulos que
existem maneiras erradas de orar: “Quando vocês orarem não sejam
como os hipócritas”. Ao contrário do que possamos pensar, orar do
jeito certo não tem a ver com a escolha perfeita de palavras ou
a elaboração de frases rebuscadas. Jesus nos ensina que orar do
jeito certo é orar com a motivação correta.

B. RECOMPENSA (MT 5.5-6)

Ainda nos mesmos versículos, Jesus nos mostra que a motivação


da nossa oração determina a recompensa que receberemos por ela.
“Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e aquele que
bate, a porta será aberta” (Mt 7.8). Se buscamos impressionar as
pessoas com a nossa oração, é isso que vamos alcançar e nada mais.
“Eu lhes asseguro que eles já receberam sua plena recompensa”.
A oração funciona, mas só encontraremos aquilo que realmente es-
tivermos buscando.

C. VÁ PARA O SEU QUARTO E FECHE A PORTA (MT 5.5-6)

Quando Jesus nos diz que o Pai está em secreto, não significa que
Deus está escondido em alguma outra dimensão e que só por meio de
muita meditação alcançaremos esse “esconderijo secreto” de Deus.
O que Jesus quer dizer é que o Pai não está só na igreja, nem só no
seu GC ou nas reuniões de oração. Deus está também no seu quarto.

Crie o hábito de orar sozinho também. Escolha um horário que for


mais fácil para você. Não se preocupe demais com o tempo. Você,
provavelmente, terá dificuldade de começar orando duas horas por
dia. Não tem problema. Ore quinze minutos ou dez. Se preocupe mais
com a constância e qualidade do que com a duração. Dez minutos

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de oração intensa são melhores do que uma hora de enrolação.
Quinze minutos diários são melhores do que uma hora hoje e outra
no mês que vem.

D. ORAÇÃO NÃO É FALATÓRIO (MT 6.7-8)

O segundo tipo de oração errada que Jesus destaca é a dos


pagãos: “que pensam que por muito falarem serão ouvidos”.
Pagãos são pessoas que seguem outras religiões. Provavelmente, era
uma referência específica à religião politeísta greco-romana. Os
deuses da mitologia grega e romana não eram com o nosso Deus. Eles
não eram, em sua maioria, muito generosos ou benevolentes. Por
essa razão, os pagãos tinham que tentar convencer os seus deuses
a atendê-los.

O motivo que Jesus nos dá para não imitarmos os pagãos é que


o nosso Pai sabe do que precisamos antes mesmo de pedirmos.
Se Deus já sabe, não precisamos ficar refrescando a sua memória.
Se Deus é nosso Pai, não precisamos convencê-lo a nos abençoar.
Deus responde à oração feita com fé (Mc 11.24); portanto, aprenda
a confiar no amor do Pai. Deus te ama e quer cuidar de você. Ele
ouve cada uma das suas palavras e não as esquece. Não é preciso um
falatório para convencê-lo. Uma oração feita em fé agrada muito
mais a Deus do que cem orações feitas mecanicamente (Hb 11.6).

2. LEITURA DA PALAVRA DE DEUS:


Sim, é verdade que a Escritura é grande. Contudo, não se
desespere. Como dissemos, é uma nova vida, é o começo de uma
nova jornada. Você não precisa aprender tudo da noite para o dia.
Na verdade, você perceberá que, mesmo depois de cinquenta anos
de conversão, ainda haverá muito o que aprender. O importante
é que você saiba que toda a Bíblia é relevante para a sua vida
espiritual. Não se contente em conhecer apenas um ou dois Salmos
ou algumas histórias do livro de Gênesis. Esforce-se para conhecer
a Palavra de Deus por completo.

O primeiro passo nessa jornada de conhecimento é a leitura. Leia a


Bíblia toda. Obviamente, não precisa ler tudo de uma vez. Leia aos
poucos. Leia todo dia um pouco. Talvez você queira fazer um dos
planos bíblicos de leitura anual que existem. Assim, lendo ape-
nas uma média de três capítulos por dia, você terá lido a Bíblia
inteira em um ano. Converse com o seu pastor ou seu líder de GC,

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com certeza ele terá vários desses para te mostrar.

Não é obrigatório, porém, que você leia a Palavra de Deus toda,


de uma vez, em único ano. Você pode começar pelos livros que mais
gosta. Talvez queira iniciar pelas narrativas, que são mais fáceis
de ler em sequência, ou pelas epístolas, que contêm mais conselhos
práticos. Não tem problema. Só não se esqueça de voltar mais tarde
para ler os textos que você pulou ou os livros bíblicos que deixou
para depois. Toda a Bíblia é importante!

Também não se preocupe se você não estiver entendendo tudo. Na


sua primeira leitura o mais importante é que você continue
lendo. Escolha uma versão mais fácil de entender e não pare de
ler. O objetivo da leitura bíblica é ter uma noção geral das
Escrituras, um conhecimento abrangente. Isso não quer dizer que
os detalhes não importam ou que eu não devo buscar compreender
o texto. Contudo, esse não é foco da leitura bíblica. Por isso
que, para que eu desfrute de tudo que a Bíblia pode me oferecer,
a leitura é o primeiro passo.

ESTUDE A BÍBLIA

“Dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda”


(Js 1.7c).

Se a frase anterior requeria um conhecimento abrangente


(para obedecer toda a lei, preciso conhecer tudo que ela diz),
esse mandamento exigia um conhecimento preciso. Para não se
desviar nem para a direita, nem para esquerda, Josué precisava
saber exatamente o que a lei dizia. O conhecimento superficial,
adquirido por meio da leitura bíblica, é um passo extramente
importante, mas não é o suficiente. Precisamos ir mais fundo.

Talvez você não tenha o hábito de estudar sozinho, e isso não é


um problema. O estudo não precisa ser particular. Essa é uma das
razões pelas quais frequentamos os GCs, para que possamos estudar
a Bíblia juntos. A cada culto que você participa, pode aprender um
pouco mais por meio da pregação do seu pastor. Além disso, existem
também inúmeros cursos que você pode frequentar em nossa igreja,
que vão te ensinar sobre o que a Bíblia diz em relação a diversos
assuntos: família, louvor, finanças, oração... Temos até um curso
que foi pensado, especificamente,

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para você que acabou de se converter e quer conhecer mais a Deus.
O nome dele é Deep (antes conhecido como Maturidade) e você pode
começar a cursá-lo logo depois que for batizado.

Contudo, é importante lembrar que estudar em grupo, seja no GC,


no culto ou em um dos cursos, não significa simplesmente sentar e
deixar que a informação entre em você. “Vede, pois, como ouvis”
(Lc 8.18a). A maneira como ouvimos a Palavra de Deus, pregada ou
ensinada, é muito importante. Não podemos ser ouvintes passivos.

Em primeiro lugar, precisamos ouvir atenciosamente:


“Meu filho, escute o que lhe digo; preste atenção às minhas
palavras” (Pv 4.20). Apenas se sentar no banco da igreja ou na
cadeira da sala de aula não é o suficiente. Saiba que aquilo que
está sendo ensinado é a Palavra de Deus, por isso, decida receber
o máximo que você puder de cada mensagem, de cada aula, de cada
estudo (1Ts 2.13).

Também precisamos ouvir analiticamente: “Os bereanos eram mais


nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com
grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para
ver se tudo era assim mesmo” (At 17.11). Uma vez que a Palavra de
Deus está sendo ensinada por homens e mulheres, falhos como nós, é
muito importante que façamos a nossa parte para examinar todas as
coisas e reter apenas o que é bom (1Ts 5.20-22). O estudo coletivo
é sempre mais proveitoso quando acompanhado pelo estudo pessoal.

Anote as referências bíblicas que foram usadas na mensagem e


confira depois. Veja se estava escrito daquele jeito mesmo.
Essa é, aliás, uma boa maneira de criar o hábito do estudo
pessoal. Se você tiver uma Bíblia de estudo, melhor ainda. Ela
pode vir com comentários que vão te ajudar a esclarecer versículos
mais difíceis, com um dicionário que explica termos que você não
conhece ou com uma lista de outros versículos que falam do mesmo
assunto para você comparar. Enfim, quanto mais estiver disposto a
investir no estudo bíblico, tanto no pessoal quanto no coletivo,
mais aprenderá

MEDITE NA BÍBLIA

“Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele
dia e noite” (Js 1.8a).

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Além de ler e estudar a Bíblia, para que eu realmente me
aprofunde na Palavra de Deus e para que ela entre em meu coração,
preciso meditar nela. Perceba que foi uma ordem que Deus deu a
Josué: “medita nesse livro dia e noite”.

Quando pensamos na palavra meditação, muitas vezes nos lembramos


do yoga e dos mantras das religiões orientais, meditações que
visam esvaziar a mente. Contudo, a meditação Bíblica faz exatamen-
te o caminho oposto, ela tem tudo a ver com encher a nossa mente
com a Palavra de Deus.

“Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios,


não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos
zombadores! Ao contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e
nessa lei medita dia e noite” (Sl 1.1-2).

O problema da mente vazia, e a razão pela qual o ditado afirma que


ela vira oficina do diabo, é que não conseguimos mantê-la vazia por
muito tempo. Por isso, se você não encher sua mente com aquilo que
é certo, o diabo se encarregará de enchê-la para você (Lc 11.24-
26). Por isso que o homem feliz do Salmo 1 não apenas abandona o
conselho dos ímpios, o exemplo dos pecadores e a companhia dos
zombadores. Feliz é aquele que substitui os conselhos ímpios pelos
conselhos bíblicos, que abandona o jeito mundano de andar para
seguir a Palavra de Deus.

Meditar, segundo o dicionário, é “refletir, ponderar, pensar


sobre”. Depois de ler e estudar um determinado texto, reflita
sobre ele. Pense nas consequências desse texto para sua vida
pessoal. Leia, releia, leia em voz alta, fique repetindo o texto
na sua mente enquanto você anda pela rua ou trabalha com suas
mãos. Imagine que você está mastigando o texto mentalmente. Quebre
cada pedacinho, pense em cada palavra. Assim como a mastigação é
essencial para digerirmos bem o alimento e extrairmos todos os
nutrientes dele, a meditação nos auxilia a digerir as verdades
espirituais contidas na Palavra de Deus.

Se o objetivo da leitura era ser superficial e o mais abrangente


possível, o alvo da meditação é ser o mais profundo e específico
possível. Não tente meditar em vários capítulos de uma vez, esco-
lha textos curtos (geralmente, um versículo só é mais do que sufi-
ciente) e se concentre neles. Um bom caminho é pegar uma parte do
texto que você leu naquele dia, uma parte que chamou sua atenção,

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e passar o resto do dia se lembrando desse trecho. Sempre
que puder, leia-o de novo. Se for suficientemente curto, tente
memorizar esse texto. Deixe Deus falar com você tudo o que Ele tem
para falar nessa passagem bíblica.

Mastigue o texto e não pare até você conseguir engolir. Ao


contrário da leitura, que você não entende e segue em frente,
na meditação você pondera até entender tudo. Claro que a Bíblia
é sempre mais profunda do que imaginamos e sempre haverá mais
para aprender. Contudo, não pare de meditar em um texto enquanto
existir algo nele que você ainda não entendeu. Leve mais de um dia
se for preciso. Não tem nada de errado meditar por dias ou semanas
em uma mesma passagem bíblica.

A meditação, de todas as formas de se aproximar da Bíblia, é


aquela que precisa ser feita de maneira mais constante. Nos dois
textos que vimos, fala-se de meditar dia e noite. Se você não
conseguiu ler os três capítulos do seu plano de leitura bíblica
em um determinado dia, tudo bem, retome no dia seguinte. Se não
deu para estudar a Bíblia direito esta semana, sem problemas.
Mas não deixe, nem um dia sequer, de meditar na Palavra. Ela é o
alimento do seu espírito (Mt 4.4). O almoço da semana passada não
está mais provendo energia para o seu corpo hoje. Alimente-se da
Bíblia diariamente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Existem várias e importantes disciplinas espirituais, inclusive
indicamos o livro “Celebração da Disciplina” de Richard Foster
para conhecer as principais delas. Mas no início de sua jornada as
primeiras que você deve investir com intensidade são as duas que
estudamos na lição de hoje: Oração e leitura da Palavra. Então,
vamos começar?

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PRÁTICAS E ORDENANÇAS

Aceitar Cristo como o Senhor da nossa vida é a experiência mais


maravilhosa que o ser humano pode experimentar. Por causa da
salvação, podemos nos relacionar com Deus, reconhecendo-o como o
nosso Pai.
Agora que somos discípulos de Cristo, queremos responder ao seu
amor por meio de nosso compromisso e afeição. Isso implica em obe-
diência às suas ordenanças. Ordenanças, por sinal, são mandamentos
específicos dados por Jesus aos seus discípulos, com um significado
a ser lembrado pela igreja até a sua volta. Nesta lição, aborda-
remos duas ordenanças: batismo e ceia do Senhor.

BATISMO

Em Mateus 28.19, Jesus deixa uma ordem aos seus discípulos antes
de subir aos céus: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo”.
O batismo é para todos os que creem em Jesus como Senhor e Salvador
de suas vidas. Batizar é o ato pelo qual anunciamos publicamente
que, mediante a fé, nos unimos a Cristo. Sepultamos em sua morte a
nossa antiga vida e começamos, pelo poder da sua ressurreição, uma
nova vida. João Batista veio para preparar o caminho do Senhor.
Em Marcos 1.3- 5, ele pregava que as pessoas deviam ser batizadas
para demostrar que tinham se arrependido de seus pecados, selando
essa decisão com o testemunho público de mudança por meio do ba-
tismo no rio Jordão.
É importante lembrar que o batismo em si mesmo não tem poder para
salvar. As pessoas são batizadas não para serem salvas, mas por-
que já foram salvas. Quem salva é só Jesus. Nós nos batizamos em
obediência a uma ordenança e como público testemunho de nossa fé.
As condições para ser batizado são:

1. Crer: para ser batizado, é preciso crer de todo o coração.


“(…) que impede que eu seja batizado? E disse Filipe:
“É lícito, se crês de todo o coração” (At 8.36-38).

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2. Arrepender-se: é uma palavra de origem grega (metanoeo), que
significa mudança de mente, conversão. Isso implica em deixar para
trás os maus hábitos que desagradam o coração de Deus.
“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do
Espírito Santo” (At 2.38).

CEIA

A ceia do Senhor foi instituída pelo próprio Jesus na noite em que


foi traído. É um memorial do sacrifício substitutivo de Cristo na
cruz. Em 1Coríntios 11.23-28, aprendemos que o pão simboliza o
corpo de Cristo, e o vinho simboliza o sangue. É verdade que esses
elementos não se transformam em corpo e sangue de Jesus e nem nos
levam à presença do corpo e do sangue de Cristo. Pão e vinho apenas
representam, de modo simbólico, a morte de Cristo em nosso favor.
A ceia do Senhor é a celebração da comunhão e deve ser realizada
com frequência. Ao participarmos dela, devemos sempre examinar o
nosso coração, confessando qualquer falha ao Senhor.

DÍZIMOS

Além das ordenanças, queremos ensinar a você algumas práticas


importantes para a vida cristã. São elas: dízimos, ofertas e
celebração coletiva (culto).
Em Gênesis 14.18-24, encontramos a primeira referência
bíblica sobre dízimos. A naturalidade da narrativa nos leva a
crer que esse era um costume já estabelecido. Ele foi espontanea-
mente oferecido por Abraão, que reconheceu a prosperidade divina
sobre seus bens.
Quando o dízimo é entregue em espírito de culto e adoração a Deus,
ganha um profundo significado para a nossa alma.
Algumas referências bíblicas:
Números 18.20-32: uma das finalidades do dízimo é o sustento
do sacerdócio. A tribo de Levi não recebeu nenhuma porção da
terra quando esta foi dividida. Eles deveriam ser sustentados
pelas demais tribos para que se dedicassem inteiramente ao serviço
sagrado.

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Deuteronômio 14.22-29: o dízimo também deve ser destinado à
beneficência, ao amparo dos necessitados, estrangeiros, órfãos e
viúvas.
Malaquias 3.8-10: Deus diz aos que estavam sob a lei de Moisés que
eles deveriam trazer à Casa do Tesouro os dízimos e as ofertas.
Isso nos mostra que o dízimo deve ser direcionado e bem adminis-
trado para que a igreja realize a obra de Cristo da melhor maneira
possível.

OFERTAS

Jesus falou sobre dinheiro noventa vezes ao longo da Bíblia.


Dos cento e sete versículos do Sermão do Monte, vinte e dois se
referem a dinheiro, e vinte e quatro das quarenta e nove parábolas
de Jesus mencionam o dinheiro.

Ao lermos esses versículos, observamos que os valores do reino de


Deus são inversos aos valores do mundo. Para a sociedade em geral,
quanto mais você ajuntar, mais você terá. Contudo, Jesus nos diz:
“Mais bem- aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). O
apóstolo Paulo completa: “Aquele que semeia pouco, pouco também
ceifará” (2Co 9.6). Se esperamos realizar uma grande colheita,
precisamos aprender a semear boas e abundantes sementes. E, aci-
ma de tudo, que o nosso ato de semear seja realizado com muita
alegria (2Co 9.7).
Precisamos reajustar o nosso foco. Contribuir para a causa do
evangelho não deve ser visto como uma obrigação, e sim como
um privilégio (1Cr 29.17). Em 2 Coríntios, capítulos 8 e 9,
Paulo encoraja a igreja de Corinto a ajudar cristãos necessita-
dos. Primeiro, o apóstolo aponta para o exemplo das igrejas da
Macedônia. Elas se deram primeiramente a Deus e depois a ajudar
aqueles que necessitam. O nosso maior exemplo de liberalidade
encontra-se na pessoa de Jesus, que sendo rico, se fez pobre por
amor a cada um de nós (2Co 8.9).

CELEBRAÇÃO COLETIVA

Uma vez que Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana, os cris-


tãos escolheram o domingo como o dia de celebração. O culto é um
momento para ouvirmos a Palavra de Deus, louvarmos a Ele e termos
comunhão uns com os outros. Nessa ocasião, também podemos ofertar
e celebrar a ceia do Senhor.

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“Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de
alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais
quando vocês veem que se aproxima o Dia” (Hb 10.25).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta lição abordamos algumas práticas que irão te acompanhar ao


longo da sua caminhada. O cristão é aquele que reconhece que em
Cristo ele vive e existe. Ele testemunha publicamente a sua fé por
meio do batismo e, por meio dos dízimos e das ofertas, aprende a
ser um bom mordomo dos bens que o Senhor tem dado a ele (Dt 8.18;
Jr 27.5). Que toda a nossa vida seja dedicada a Cristo!

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A COMUNIDADE DOS SANTOS

Não existe nenhuma igreja perfeita enquanto instituição.


Isso porque em todas as igrejas existe o ser humano. Onde
existir o ser humano, sempre haverá erros, falhas e frustrações.
A igreja perfeita é uma utopia nesta existência. Sempre haverá
uma em que as pregações são muito boas, porém deslizam no amor.
Outras são zelosas para com os irmãos, mas tolerantes demais ao
pecado. Outras, ainda, são santas e amorosas, mas falta um ensino
coerente. Enfim, todas são falhas, todas pecam, todas carecem da
glória de Deus.

Mas foi exatamente por essa igreja falha, muitas vezes negligente
e sem rumo coerente, que Jesus entregou sua preciosa vida. Ele a
ama e a aperfeiçoa.

OS PILARES DA IGREJA

“Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir


do pão e às orações” (At 2.42).

Existem três pilares básicos, mas apenas um alicerce:



“Porque ninguém pode colocar outro alicerce além do que já está
posto, que é Jesus Cristo” (1Co 3.11).

O alicerce, ou seja, o fundamento da igreja, é o próprio Senhor


Jesus
- sua encarnação, vida, morte e ressurreição. Não há outro
caminho, outro meio. Ele é o fundador da graça e da salvação eter-
na, da fé e da esperança, da paz e da alegria.

1. O PILAR DO ENSINO

O ensino ou a doutrina dos apóstolos é a própria doutrina de


Cristo. Sem o ensino não há o conhecimento de Deus. Sem o conhe-
cimento não há fé, não há salvação, não há vida (Rm 10.12-17).

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É pelo conhecer a Palavra de Deus que somos transformados, que
tomamos a forma de Cristo. É pelo conhecer da Bíblia Sagrada que
somos confrontados e o que está errado em nós é trazido à tona. Não
foi à toa que Jesus disse em João 8.32: “E conhecerão a verdade, e
a verdade os libertará”. Sem ensino, a Igreja é levada “por todo
vento de doutrina” (Ef 4.14).

2. O PILAR DA COMUNHÃO

A comunhão é a maior prova para o mundo que Cristo é real.

“Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os
amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão
que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”
(Jo 13.34,35).

A comunhão é um sinal, é o maior e mais eficaz testemunho para


um mundo cada vez mais egoísta e individualista de que Jesus tem
agido. Na comunhão não há barreiras, raça, país. Todos somos de
Deus. Nela há cura para a alma, há aceitação incondicional, há
sorrisos e satisfação. É apenas na comunhão que o mandamento de
amar ao próximo é cumprido. Não há outra forma de obedecer esse
mandamento divino, não há outro modo, não há outra saída. É apenas
na comunhão que você pode deixar de ser você para ser o próximo.
Contudo, bem mais que apenas singelos momentos no culto, a
comunhão é um chamado a servir. João entendeu bem o que é comunhão
e retratou na sua carta:

“Sabemos que já passamos da morte para a vida porque amamos nossos


irmãos. Quem não ama permanece na morte. Quem odeia seu irmão é
assassino, e vocês sabem que nenhum assassino tem a vida eterna
em si mesmo. Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a
sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos”
(1Jo 3.14-16).

“Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus.


Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama
não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4.7,8).

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“Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus
permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós”
(1 Jo 4.12).

“Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar seu irmão, é
mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a
Deus, a quem não vê. Ele nos deu este mandamento: Quem ama a Deus,
ame também seu irmão” (1 Jo 4.20,21).

3. O PILAR DA ORAÇÃO

A oração é o meio que Deus escolheu para nos relacionarmos com


Ele. Se com uma pessoa você cria intimidade quando se abre para
ela, muito mais é com Deus, que sonda todos os corações. Contudo,
a oração é mais que um relacionamento individualizado com Deus.
É claro que a oração individual é necessária, mas devemos também
estar juntos, orando em comunhão para que sejam criadas raízes,
para que se aprofundem os relacionamentos, para que a igreja se
fortaleça como comunidade e sejamos instrumentos na vida dos ir-
mãos.

“Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns


pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa
e eficaz” (Tg 5.16).

“Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica;


tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por
todos os santos” (Ef 6.18).

“Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações,


intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e
por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida
tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isso é bom
e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que todos
os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade”
(1Tm 2.1-4).

A oração é um importante elemento na vida da igreja. Nesse


último versículo, vemos que devemos orar por todos os homens, não
só pelos santos.

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A IGREJA E A ADORAÇÃO

Adoração não é meramente uma questão de estar em um templo durante


um momento religioso. Adoração é o todo da vida.

“Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se


ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o
culto racional de vocês” (Rm 12.1).

Depois de tudo que Deus fez por nós (nos criou, nos manteve
apesar da nossa traição e nos salvou da condenação), e tudo isso
por sua livre vontade graciosa, nossa resposta e o sentimento que
devemos ter é o de gratidão. Tudo o que Deus precisava fazer (e
só Ele podia fazer), Ele fez para que o evangelho nos alcançasse.
É interessante que a origem da palavra gratidão vem exatamente da
palavra graça. Recebemos uma graça e somos gratos.

Sendo assim, nossa gratidão se manifesta a Deus da seguinte forma:


oferecer ou apresentar o nosso corpo como sacrifício vivo. Esse
corpo é também santo e agradável a Deus, o que seria equivalente
a ser moralmente sem defeito e de aroma agradável. E justamente
essa oferta é o nosso culto, a nossa adoração.

Culto racional é dizer que a única resposta sensata, racional e


lógica diante da grandeza das misericórdias de Deus por nós é nos
oferecermos completa e irrestritamente a Ele. Assim, nosso culto
é de coração e mente, oferecido a Deus, de modo diferente de um
culto cerimonial (que é apenas liturgia). Nosso culto é um estilo
de vida. Cultuamos quando fazemos mortificar nossos atos errôneos
(Rm 8.13) e cultuamos também quando servimos ao próximo em amor.

Isso é o que as Escrituras chamam de adoração: a resposta a Deus


por tudo o que Ele é para nós. Ela é a resposta a Deus pelo
conhecimento, é o louvor a Deus pela vida dos irmãos e é a comu-
nhão com Deus por meio das orações.

Para cada um dos pilares bem estruturados na igreja, deve haver


uma resposta ao próprio Deus. Isso é adoração.

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• Do ponto de vista do ensino: “Nossa adoração é fraca porque
nossos conhecimentos de Deus são fracos, nossos conhecimentos de
Deus são fracos porque nossa pregação é fraca” (John Stott). Essa
frase resume a indissolubilidade do relacionamento entre adoração
e ensino. Toda adoração é uma reação à revelação de Deus. Quando
há ensino, coisas novas são descobertas, maior é o conhecimento da
glória, da grandeza e do nome de Jesus. A isso, todos se curvam
em temor reverente e admiração jubilosa diante do Senhor. Mas sem
ensino, é tudo superficial, artificial e, pior, com aparência de
espiritual.

“Eu te louvarei de coração sincero quando aprender as tuas justas


ordenanças” (Sl 119.7).

• Do ponto de vista da comunhão: sendo a igreja uma comunidade,


não pode haver apenas momentos de adoração individual. A adoração
deve ser também uma representação de comunhão uns com os outros.
Você deve adorar, mas levar o seu irmão junto também. Deus não
escolheu um povo para que cada um se preocupe com o que tem a
oferecer, mas para que todos ofereçam, juntos, o melhor para Ele
(Ef 2.19-22).

“Bendirei o Senhor o tempo todo! Os meus lábios sempre o louva-


rão. Minha alma se gloriará no Senhor; ouçam os oprimidos e se
alegrem. Proclamem a grandeza do Senhor comigo; juntos exaltemos
o seu nome” (Sl 34.1-3).

• Do ponto de vista da oração: mais do que pedidos (coletivos ou


individuais), a oração é um momento de adoração. Devemos exaltar
a Deus, louvar a sua glória e estar com um grande temor em sua
presença. E uma das formas diretas de nos portarmos assim diante
do Criador é na oração.

“Que eles deem graças ao Senhor por seu amor leal e por suas
maravilhas em favor dos homens. Que o exaltem na assembleia do
povo e o louvem na reunião dos líderes” (Sl 107.31,32).

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A IGREJA E A UNIDADE

“Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo reino


dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa
dividida contra si mesma não subsistirá” (Mt 12.25).

“Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim
como nós somos um: eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados
à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os
amaste como igualmente me amaste” (Jo 17.22,23).

Mais do que simples momentos, a unidade deve ser um estilo de vida.


A unidade da igreja depende diretamente da unidade com Cristo. Na
verdade, a unidade da igreja é o retrato de cada cristão no seu
relacionamento com Cristo. Se não há unidade na comunidade cristã,
provavelmente a comunhão com Jesus também está superficial.

Em sua oração, Jesus pede pela unidade, pois ela é prova de que
Ele veio. Uma igreja cuja marca são os interesses próprios, a
cobiça por cargos ou o querer levar vantagem sobre o irmão, por
mais sutil e aparente que seja, aponta um relacionamento fraco,
artificial e incoerente com nosso Deus.

A IGREJA E O AMOR

Onde não há amor, não há vida e nem conhecimento de Deus. O fato


de Deus ser amor exige de todo cristão e, consequentemente, da
Igreja, amar. Mas, afinal, como amar?

Podemos ver o amor em três formas práticas:

• Servir uns aos outros: tudo que o Senhor te deu (sua capaci-
dade e dons) deve ser disponibilizado para a comunidade cristã
(1Pe 4.10). Nada que você possui como talento deve ser para
você mesmo.

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• Levar as cargas uns dos outros: todo cristão deve ser receptivo
e ser “um ombro amigo”. Em todo momento e em todo lugar, sempre
haverá alguém precisando de consolo e conselho. Essa também é
uma forma de manifestar o amor de Deus. Saber ouvir e falar
sabiamente deve fazer parte de cada irmão. Quando a igreja está
pronta dessa forma, o mundo, por mais que a critique e a chame
de louca por causa do evangelho, será o primeiro a recorrer a
ela em pedido de socorro, pois sabe que é na igreja que se en-
contra o amor. O melhor caminho para que a igreja se torne, de
fato, um “hospital” pronto para tratar as doenças da alma, é
praticando com os próprios irmãos da fé (Gl 6.2).
• Disciplina para que haja restauração: a disciplina também é uma
forma de cuidado e também de amor. Deus nos disciplina porque
Ele nos ama (Hb 12.1-13). Da mesma forma, a disciplina na igre-
ja deve ser aplicada com amor e sempre com o objetivo de trazer
a pessoa disciplinada de volta para o caminho correto. Não se
deve usar disciplina sem misericórdia e sem amor.

A IGREJA E A MISSÃO

Toda a igreja que está andando coerente com a Palavra do Senhor


Jesus é uma igreja que se ocupa de missões. O “Ide” (Mc 16.15) é
uma ordem direta para a igreja. Ela é responsável por ir por todo
o mundo e pregar o evangelho.

Na Bíblia, do início ao fim vemos Deus se ocupando da missão.

• Deus é um missionário: no início chamou um homem para que,


a partir dele, sejam abençoadas todas as famílias da terra.
• Cristo é um missionário: pregou e comissionou a igreja para
que desse testemunho dEle.
• O Espírito é um missionário: Ele não só usou a igreja para
pregar em Jerusalém, mas a levou até Roma.
• A igreja das cartas é uma missionária: uma comunidade
mundial de uma vocação mundial que levou o evangelho a todas as
partes.
• O fim de Apocalipse é um fim missionário: “Pois virão povos
de todas as tribos, raças, línguas e nações clamando em grande
voz que: ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro,
pertencem a salvação”.

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Se a igreja segue a Bíblia e proclama o evangelho de fato, ela
tem que ser missionária. Se um cristão da mesma forma segue o
evangelho, ele deve ser um missionário onde estiver plantado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O reino de Deus parte da vontade do próprio Deus (Mc 4.26-29).


É um lugar que sempre vai abrigar quem necessitar (Mc 4.30-34).
Para fazer parte desse reino, é necessário abrir mão de si mesmo,
de suas vontades, de seus pecados (Mc 9.47). É necessário ser sem
malícia e dependente como uma criança (Mc 10.14,15). É um reino
que pertence aos pobres de espírito (Mt 5.3) e aos perseguidos por
causa da justiça (Mt 5.10). É um reino cuja justiça não é igual à
nossa, pois os últimos serão os primeiros (Mt 20.1-16).

Ser reino é ser igreja. É ser a comunidade dos santos.

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A VISÃO DA
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LAGOINHA
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A VISÃO DA LAGOINHA

QUEM SOMOS

A Igreja Batista da Lagoinha foi fundada em Belo Horizonte e,


em dezembro de 2017, completou sessenta anos atuando de forma
relevante na expansão do evangelho. Reunimos 83.155 membros (dados
de maio de 2018) na Sede, em Belo Horizonte, em outras cidades de
Minas Gerais, no Brasil e no mundo.

Nossa missão é ser uma inspiração e propagar o evangelho a


todas as pessoas. Temos como visão alcançar até 2020, 10% da
população de cada cidade em que estamos. O propósito como igreja é
estar sempre perto de cada membro. Acreditamos ser uma comunidade
sem fronteiras, que busca alcançar e conectar pessoas. Tudo que
fazemos é para o Senhor Jesus.

NOSSA HISTÓRIA

Em 20 de dezembro de 1957, nasceu a Sexta Igreja Batista, que fi-


cou conhecida como Igreja Batista da Lagoinha. Um grupo inicial
de 32 pessoas eram lideradas pelo pastor José Rêgo do Nascimento.
A partir de 1972, ano em que a igreja tinha cerca de 300 membros,
passou a ser liderada pelo pastor presidente Márcio Roberto Vieira
Valadão, que até hoje está à frente da congregação.

Atualmente, em um processo de expansão dinâmico, inúmeras


igrejas são plantadas em diferentes lugares do Brasil e do mundo.
Em paralelo ao trabalho de expansão, a igreja promove e contri-
bui com o desenvolvimento pessoal e social por meio de projetos
destinados à ressocialização, ao atendimento jurídico gratuito,
à capacitação profissional, assistência espiritual, psicológica e
familiar, dentre outros.

Lagoinha é uma igreja que está sempre em movimento, trabalhando e


expandindo o seu contato com o público de forma pessoal, relevante
e saudável.

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NOSSA VISÃO DE VOLUNTARIADO

A nossa meta é que todos os membros de Lagoinha sirvam e se en-


volvam em alguma área do voluntariado. Os pilares do voluntariado
na Lagoinha são:

SER MEMBRO DA IGREJA

Seja por aclamação (ficha) ou por batismo. Ninguém pode fazer parte
do Corpo de Cristo sem fazer parte da igreja, afinal, ela é o Corpo
do Senhor.

“Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas


individualmente somos membros uns dos outros” (Romanos 12.5).

TER TEMPO PARA SERVIR

O voluntariado requer tempo, por isso não basta só querer servir,


é preciso disponibilizar tempo para isso. À medida do possível,
sempre trabalharemos com a disponibilidade das pessoas, mas não
desprezaremos a necessidade de alguma missão.

Jesus chamou homens dispostos a servir, não desocupados. Às vezes,


teremos que abrir mão de algumas coisas. Isso não quer dizer que
vamos ser negligentes com a família ou com o trabalho, mas que, em
alguns momentos, será necessário abrir mão de alguma coisa.

“Não, respondeu Davi, quero comprá-lo pelo seu inteiro valor em


dinheiro; não tomarei o que te pertence para dar ao Senhor, e não
oferecerei um holocausto que não me custe nada” (1Crônicas 21.24).

Sendo assim, sempre que houver uma missão e/ou uma necessidade, o
voluntário Lagoinha deve se prontificar para cumprir tal missão.
Se eu amo a minha igreja e concordo com a sua visão, o serviço fica
muito mais leve e prazeroso. Mas, para concordar com algo, antes
é preciso conhecer, ter acesso, contato e, muitas vezes, experi-
mentar. Sendo assim, o voluntário Lagoinha precisa se envolver,
estar nos cultos, congressos e conferências.

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NOSSA VISÃO DE VOLUNTARIADO

A nossa meta é que todos os membros de Lagoinha sirvam e se en-


volvam em alguma área do voluntariado. Os pilares do voluntariado
na Lagoinha são:

SER MEMBRO DA IGREJA

Seja por aclamação (ficha) ou por batismo. Ninguém pode fazer parte
do Corpo de Cristo sem fazer parte da igreja, afinal, ela é o Corpo
do Senhor.

“Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas


individualmente somos membros uns dos outros” (Romanos 12.5).

TER TEMPO PARA SERVIR

O voluntariado requer tempo, por isso não basta só querer servir,


é preciso disponibilizar tempo para isso. À medida do possível,
sempre trabalharemos com a disponibilidade das pessoas, mas não
desprezaremos a necessidade de alguma missão.

Jesus chamou homens dispostos a servir, não desocupados. Às vezes,


teremos que abrir mão de algumas coisas. Isso não quer dizer que
vamos ser negligentes com a família ou com o trabalho, mas que, em
alguns momentos, será necessário abrir mão de alguma coisa.

“Não, respondeu Davi, quero comprá-lo pelo seu inteiro valor em


dinheiro; não tomarei o que te pertence para dar ao Senhor, e não
oferecerei um holocausto que não me custe nada” (1Crônicas 21.24).

Sendo assim, sempre que houver uma missão e/ou uma necessidade, o
voluntário Lagoinha deve se prontificar para cumprir tal missão.
Se eu amo a minha igreja e concordo com a sua visão, o serviço fica
muito mais leve e prazeroso. Mas, para concordar com algo, antes
é preciso conhecer, ter acesso, contato e, muitas vezes, experi-
mentar. Sendo assim, o voluntário Lagoinha precisa se envolver,
estar nos cultos, congressos e conferências.

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AMAR AS PESSOAS

Uma das expressões do caráter de Deus em nossa vida é o amor.

“Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês
se amarem uns aos outros” (João 13.35).

Amar é uma escolha, uma opção. Amar é zelar, cuidar, respeitar,


contribuir. Jesus nos deixou esse mandamento pois sabia que, com
a ajuda do Espírito Santo, seria possível.

“E Jesus disse-lhe: amarás o Senhor teu Deus de todo o teu cora-


ção, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o
primeiro grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é:
amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22.37-39).

Quando confessamos Jesus Cristo como único Senhor e Salvador da


nossa vida, Deus introduz o Espírito Santo em nossos passos,
em nossa caminhada. O Espírito Santo se encarrega da edifica-
ção do amor em nossa vida, fazendo-nos agir de forma a colocar
os interesses e necessidades de outra pessoa à frente dos
nossos. Sem o Espírito Santo, não haveria quem pudesse nos livrar
do egocentrismo, ou seja, diríamos sempre: “eu”, “meu”, “pra mim”.
Mas, se abrirmos o nosso coração, Ele sussurrará em nosso ouvido:
“Demonstre o seu amor colocando os outros antes de você”.

SER FLEXÍVEL

Precisamos ser flexíveis. Tudo que é muito rígido tende a quebrar


com facilidade. Ser flexível é ajudar um irmão de outro departa-
mento ou ministério mesmo que não seja a nossa “função”. É relevar
e entender quando um irmão com problemas nos trata mal por estar
chateado e nervoso, é perdoar sempre. É estar disposto a servir
em qualquer área que precise de você.

“Depois disso, derramou a água numa bacia e começou a lavar os pés


dos seus discípulos, enxugando-os com a toalha que estava em sua
cintura” (João 13.5).

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TER UM CORAÇÃO ENSINÁVEL

“Antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Sal-


vador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como
no dia da eternidade. Amém” (2 Pedro 3.18).

O voluntário precisa estar disposto a aprender e ser corrigido.


Precisa ser submisso à Palavra de Deus e à sua liderança. Deve ser
interessado e estar disposto a ser treinado. Infelizmente, muitos
não gostam de correção, acham que já sabem tudo e não precisam
aprender mais nada, são negligentes com o estudo da Palavra. Pes-
soas que têm essas atitudes não estão aptas para servir ao Reino.

TER COMPROMETIMENTO

1º) com a Palavra de Deus: ser obediente aos ensinamentos contidos


na Palavra;

2º) com a igreja: estar envolvido de forma direta com os projetos


da igreja; entender que é parte de tudo que o Senhor deseja fazer
por meio dela; estar disposto a fazer sua parte e ser fiel;
3º) com o ministério que escolheu servir: ser pontual, servir com
paixão e dar o seu melhor.

“Disse-lhe o seu senhor: bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco
foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”
(Mateus 25.23).

SERVIR COM EXCELÊNCIA

A excelência tem sido uma marca da Lagoinha. Em tudo que fazemos,


buscamos fazer o melhor. E a excelência no servir não está ligada
ao quanto o seu ministério é visto pelos outros ou não. A exce-
lência está ligada a um coração grato, que reconhece seu lugar no
Corpo de Cristo.

Alguns ministérios são visíveis, outros ficam por trás das corti-
nas. Contudo, todos são, igualmente, valiosos. E aqui o importante
é servir, não ser visto. Quando sirvo ao meu próximo,

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sirvo a Deus. Quando faço pelas pessoas, faço para Deus.

“Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me


destes de beber; era estrangeiro, e hospedastes; Estava nu, e me
vestistes; adoeci, e me visitastes; estive na prisão, e me fostes
ver. Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando
te vimos com fome, e te demos de comer? Ou com sede, e te demos
de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? Ou nu
e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos
ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que
quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim
o fizestes” (Mateus 25.35-40).

Ora, se eu entendo que fazendo ao meu irmão, faço para Cristo,


farei sempre com a excelência que Ele merece. Nenhum ministé-
rio é independente. Uma vez que nenhum ministério pode realizar
sozinho tudo o que a igreja é chamada a fazer, devemos depender e
nos juntar uns aos outros. Quando uma parte do corpo não funciona
bem, as outras partes também não funcionam.

Esperamos que, ao final de cada culto, o resultado sejam vidas


rendidas no altar e a igreja alimentada e edificada. Mas, para
que alcancemos esse resultado, é preciso que cada um de nós
entenda que somos um time, e que o serviço e a posição de cada um
são fundamentais para que o nosso time vença.

SER PROATIVO

Jesus alertou os seus discípulos sobre tudo o que Ele passaria,


afinal, já sabia que seria difícil para os discípulos também:
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o
espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26.41). Ele
simplesmente não disse: “Espere para orar quando for tentado, ou
até você ser entregue à tentação, ou quando já estiver cheio até
o pescoço de pecado e perversão!”

Jesus nos ensina a sermos proativos. Essa palavra é definida no


dicionário como: “que visa antecipar futuros problemas, necessi-
dades ou mudanças”.

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SER SUBMISSO

Ser submisso é uma escolha, é entender que está sob uma missão e
se sujeitar a ela. Ser submisso é ser dependente, obediente, ser
servo. Para ser um voluntário excelente é preciso ser submisso. O
contrário de ser submisso é ser altivo, arrogante e soberbo.

“Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a


vontade daquele que me enviou” (João 6.38).
Lembre-se: Jesus, o nosso mestre, estava debaixo de uma missão e
se submeteu a ela.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Seja muito bem-vindo à Lagoinha! A nossa vocação é ser uma igre-


ja que inspira, por isso temos ensinado a respeito da cultura do
voluntariado. Queremos fazer a obra de Deus com amor para que a
Igreja cumpra o seu papel da melhor forma possível. Nossa missão
é amar e servir às pessoas!

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Nossas Redes Sociais
Fique por dentro de todas as programações da igreja por meio das nossas redes sociais.

IGREJABATISTADALAGOINHA IGREJABATISTADALAGOINHA LAGOINHA_COM (31) 98402-8070

Se você quiser saber mais sobre nossa igreja, programações, trabalhos e


ministérios, acesse o site www.lagoinha.com ou entre em contato conosco
pelo telefone: (31) 3429-9450.

Se você precisa de oração, ajuda ou orientação, ligue para o


Telefone da Paz Fixo: (31) 3429-9550
Claro (31) 98309-0064 / 98414-8185
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Oi (31) 98878-0054 / 98878-0056

2022 IGREJA BATISTA DA LAGOINHA

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