7793-Texto Do Artigo-30302-30091-10-20201208
7793-Texto Do Artigo-30302-30091-10-20201208
7793-Texto Do Artigo-30302-30091-10-20201208
RESUMO
A emergência da pandemia de COVID-19 ocorre no contexto em que quase 1 bilhão de
pessoas estão subalimentadas. As projeções divulgadas por organismos multilaterais apontam
para um crescimento considerável desse montante, até o final de 2020, como um dos efeitos
da propagação pandêmica. Em face do exposto, o artigo tem como propósito analisar
criticamente a questão da fome em meio à disseminação da COVID-19. Considera-se que o
sistema alimentar global, sob a mundialização do capital, e pautado nos monopólios e nas
commodities, priva a classe trabalhadora, sobretudo, dos países periféricos, do acesso regular
aos alimentos, deixando-a mais vulnerável ao vírus e à fome.
ABSTRACT
The COVID-19 pandemic emergency takes place in the context in which almost one billion
people are undernourished. The projections released by multilateral organizations suggest a
considerable growth of this amount by the end of 2020, among the effects of the pandemic
spread. In that regard, the article serves the purpose of critically analyzing the issue of hunger
amidst COVID-19 dissemination. Considering that the global food system under the
mundialization of capital and based on monopolies and commodities deprive the working
class, especially from peripheral countries, of the regular access to food, leaving it more
vulnerable to the virus and hunger.
RESUMEN
El surgimiento de la pandemia de COVID-19 ocurre en un contexto en el que casi mil
millones de personas están subalimentadas. Las proyecciones publicadas por los organismos
multilaterales apuntan a un crecimiento considerable de esta cantidad hasta finales de 2020,
como uno dos los efectos de la propagación pandémica. Por lo brevemente expuesto, el
artículo tiene como objetivo analisar criticamente la cuestión del hambre en el medio de la
1Professor Adjunto da Universidade Federal de Alagoas (UFAL – Campos Sertão). Doutor em Geografia pela
Universidade Federal de Sergipe.
INTRODUÇÃO
capital e pautado nos monopólios e nas commodities, priva a classe trabalhadora do acesso
regular aos alimentos e potencializa a fome. Salientamos, porém, que são os trabalhadores
localizados nos países periféricos que estarão mais vulneráveis às consequências da
pandemia, em face da precarização laboral que lhes acomete e das contradições do vigente
sistema alimentar global.
O conteúdo do texto se vale de dados secundários, provenientes do exame das
projeções de organismos multilaterais, majoritariamente, vinculados à Organização das
Nações Unidas (ONU) e de reportes estatísticos oficiais de Estados e empresas. Também
lança mão de matérias jornalísticas que abordam o tema da fome em meio à pandemia.
Autores da Geografia e de outros ramos das Ciências Humanas servem como referência para
a consecução do esforço reflexivo.
O artigo possui duas partes. Na primeira é realizada uma contextualização da fome
antes da COVID-19, elencando os principais informes acerca dos impactos da disseminação
do vírus sobre os subalimentados. Na segunda é produzida uma análise sobre algumas das
determinações da fome na atualidade, dando destaque às contradições imanentes a um
sistema alimentar global, sob a mundialização do capital.
Por fim, esperamos que o texto contribua na identificação e adequada análise das
contradições do vigente sistema alimentar global, que recrudesce a vulnerabilidade da classe
trabalhadora no contexto da expansão pandêmica da COVID-19.
A epígrafe que inaugura a presente reflexão foi extraída de uma das matérias do jornal
estadunidense, The New York Times, publicada em 22 de abril de 2020. A familiaridade com
os estarrecedores relatos dos impactos da fome, suscitados por Davis (2002) e Caparrós
(2016), em seus famosos opúsculos, não se trata de eventual e infeliz coincidência. A fome
continua a atormentar a vida de milhões no mundo e tende a se agravar à medida que a
COVID-19 se dissemina nas fileiras da classe trabalhadora, sobretudo, dos países periféricos.
820
821,6
810
811,7
800
796,5
790
785,4
780
770
760
2015 2016 2017 2018
2 A ONU lançou em 2015, durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a
Agenda 2030, na qual elenca, dentre outras metas, a eliminação da pobreza e da fome até 2030 (UN, 2015).
3 A fome aguda é uma subalimentação severa.
saltado de 113 milhões para 135 milhões, a maior marca dos últimos quatro anos, como
consta no gráfico 2.
140
120 135
124
108 113
100
80
60
40
20
0
2016 2017 2018 2019
Fonte: FSIN, 2020. Organização: Autor, 2020.
60
50
43
40
30
18,5
20
10
0,5
0
África Oriente Médio e América Latina e Europa
Ásia Caribe
Fonte: FSIN, 2020. Organização: Autor, 2020.
IBGE (2020) publicou uma pesquisa dando conta de que a informalidade batera recorde,
alcançando 41,1% da população ocupada, o maior percentual desde 2016.
Com o advento da COVID-19 está cada vez mais evidente que o Brasil deverá até o
final de 2020 ter seu nome listado, mais uma vez, no Mapa da Fome. Em recente entrevista,
concedida ao jornal Estado de São Paulo (2020), Daniel Balaban, chefe do Escritório
Brasileiro do WFP, afirmou que o país possui um alto número de pessoas na extrema pobreza
e que caminha em meio aos efeitos econômicos da COVID-19 para voltar a figurar no Mapa
da Fome. Esta avalição é compartilhada pelo ex-diretor da FAO/ONU, José Graziano, que
em entrevista ao jornal Brasil de Fato (2020) afirmou que a pandemia e o desmonte da política
de segurança alimentar empurram o Brasil para seu retorno à desprestigiada lista da fome.
Os trabalhadores brasileiros, residentes nas periferias urbanas e comunidades rurais,
já se deparam com o espectro da fome. Em Heliópolis, maior favela da cidade de São Paulo,
vários moradores relatam que o auxílio emergencial de R$ 600,00, oferecido pelo governo
federal durante a pandemia, é insuficiente para aquisição dos alimentos necessários, por
conseguinte, dependem da doação solidária de alimentos por parte de organizações não
governamentais (DW, 2020). Situação similar é enfrentada por muitos moradores dos bairros
da Levada e do Vergel, na capital alagoana, Maceió. Sem emprego fixo e amargando a
compulsória instabilidade do trabalho informal, dependem, sobretudo, da ajuda de terceiros
para se alimentarem durante a pandemia (UOL, 2020).
7Lenin não escreveu sobre a mundialização do capital – pois suas condições objetivas não estavam postas –
mas foi um dos pioneiros no estudo marxista do imperialismo, em que a discussão sobre os monopólios goza
de centralidade.
8Existem outras que não serão objeto de análise desse artigo, a exemplo da extinção de programas de apoio à
produção e aquisição de alimentos da agricultura camponesa e fim de empresas públicas assistência técnica e
extensão rural.
2020). A Somália, país classificado pela FAO/ONU (2019) como altamente dependente da
importação de commodities, foi capaz de produzir seus próprios alimentos até meados da
década de 1970, quando tiveram início as medidas de desregulamentação do comércio, muito
bem aproveitadas pelos monopólios (STEVE, 2017). Na Argentina, por seu turno, a
privatização da Junta Nacional de Grãos na década de 1990, operada pelo então presidente
Carlos Menem, levou a brutal liberalização dos preços dos alimentos (JUÁREZ, 2020). Hoje,
o país produz alimentos para mais de 400 milhões de argentinos, número quase 10 vezes
superior ao tamanho de sua população, mas a fome é um problema candente para os
trabalhadores (SILVA, 2019).
Além da privatização das provisões de alimentos, o sistema alimentar global está
profundamente imbricado com o capital financeiro. Parcela importante dos alimentos foi
convertida em commodities, mercadorias com preços fixados em escala global e que são objetos
da alavancagem financeira: trata-se da financeirização da agricultura global (RUBIO, 2008;
LIMA, 2015; 2019; PRASHAD, 2020). Em outras palavras, há um complexo arranjo
institucional em escala global, por meio do qual os players (tradings, fundos de investimento,
fundos de pensão, etc.) especulam em bolsas de valores com os alimentos produzidos
(SILVA, 2008). Um dos indicadores dessa imbricação entre o sistema alimentar global e o
capital financeiro é o índice de preços das commodities, divulgado mensalmente pela
FAO/ONU e medido em pontos.
No gráfico 4 consta o índice de preços das commodities entre 2016 e junho de 2020.
Há uma queda de quase dois pontos entre 2019 e 2020, saindo, respectivamente, de 95,0 para
93,2. Este novo valor se aproxima do registrado em 2016, a saber, 91,9. Entretanto, a citada
queda, em meio à pandemia de COVID-19, não pode ser tomada como um sinal positivo. É
preciso reconhecer que a dinâmica bursátil é bem mais complexa, pois ainda que se verifique
uma tendência declinante do índice de preços, este fato não necessariamente corresponde a
maior capacidade de oferta ou de compra de alimentos: em síntese, muitas pessoas
continuarão privadas do acesso à alimentação.
fracassar com oscilações súbitas na demanda, afinal, os algoritmos que regem seu
funcionamento são programados para economizar custos das corporações empresariais
(HUBER, 2020). Em segundo lugar, como advertiu Madeley (2003, p. 67), “mais comércio
de alimentos não significa mais alimento produzido ou mais comida para os famintos”. Pelo
contrário, a “perversa consequência da integração global de mercados é a exportação da
privação” (MCMICHAEL, 2016, p. 84), já que a oferta de alimentos é controlada pelos
monopólios que, imperativamente, determinam os fins e as rotas e, quando conveniente,
interrompem a distribuição e/ou a comercialização dos gêneros. É forçoso lembrar que “as
leis do mercado fazem com que unicamente a demanda solvável seja atendida” (ZIEGLER,
2013, p. 277), ou seja, o que pode ser comprado. Não é a superação da fome que serve como
guia para os monopólios, mas a infindável medida dos lucros.
Ilustrativamente, cabem três exemplos aqui. O relatório do primeiro trimestre de
2020 da PepsiCo, uma das gigantes corporações empresariais do setor de alimentos, registra
que a empresa reúne “esforços” para levantar 50 milhões de dólares em alimentos e
equipamentos para vítimas da COVID-19, mas anuncia também que tem uma estimativa de
lucros para seus acionistas de 7,5 bilhões de dólares (PEPSICO, 2020). Essa possível
remuneração dos acionistas da PepsiCo é um montante bem superior aos recursos
disponíveis ao WFP para o combate à fome durante a pandemia de COVID-19, que
alcançaram pouco mais de 4,1 bilhões de dólares até 14 de junho de 2020 (WFP, 2020a). A
Nestlé, uma outra gigante empresarial, realizou assembleia geral, em abril de 2020, na qual
divulgou a remuneração em mais de 8 bilhões de dólares a seus acionistas9 (NESTLÉ S.A.,
2020), quase o dobro das contribuições recebidas pelo WFP. De forma mais “modesta”, a
norteamericana ADM, uma das quatro maiores comercializadoras de grãos do mundo 10,
publicou um reporte em que informa um retorno, em 2019, de 940 milhões de dólares aos
seus acionistas (ADM, 2020a), valor nove vezes maior que o total de recursos doados por
fundos privados ao WFP no mesmo ano e mais de doze vezes superior aos recursos doados
pelos fundos privados até junho de 2020, em plena pandemia de COVID-19 (WFP, 2019;
2020a). Mais recentemente, a empresa divulgou relatório do primeiro trimestre de 2020 no
qual informa um retorno aos acionistas quase 10% maior que o trimestre de 2019 (ADM,
2020b).
9 O maior acionista da Nestlé é o fundo mútuo de investimento BlackRock que, por sua vez, é o maior fundo
do mundo, detentor de ações de outras empresas (TOUSSAINT, 2020), vinculadas ao sistema alimentar global.
10 A Archer Daniels Midland (ADM) forma junto com suas concorrentes Bunge, Cargill e Louis Dreyfus, o
acrônimo ABCD, que se refere ao quarteto que hegemoniza o comércio global de commodities agrícolas.
Vale destacar que o WFP tem seu orçamento anual formado majoritariamente por
recursos doados pelos Estados nacionais. Valores de fundos privados, como corporações
empresariais, costumam corresponder, em média, a menos de 5% do montante recebido pelo
programa (WFP, 2020d). Em 2020, o valor proveniente de contribuições privadas não
alcançou sequer 2% do total acumulado, como consta no gráfico 5. Mais de 90% dos recursos
disponíveis derivaram de doações estatais. Portanto, o combate à fome para os monopólios
é mera bravata, um exercício de retórica funcional aos seus interesses. Como disse Ziegler
(2013, p. 157), eles atuam como “inimigos jurados do direito à alimentação”.
7,31%
Estados Nacionais
Uma questão não menos importante e que se relaciona com o sistema alimentar
global é a imposição de hábitos alimentares e a uniformização de códigos genéticos por parte
dos monopólios. Como estes aspiram controlar e acelerar o processo de rotação do capital
(P-D-C-C) usam variados expedientes a fim de disseminar um consumo dependente de seu
portfólio. O aumento da comercialização de proteína animal, a difusão de sementes
transgênicas e de agrotóxicos e a circulação de alimentos ultraprocessados, estes
denominados de “junk foods” ou “comida chatarra” – que são excessivamente calóricos e
pobres em nutrientes – estão entre suas principais ações (ESTEVE, 2017), impactando
culturas alimentares e colapsando a agrobiodiversidade (LIMA; SANTOS, 2018).
É preciso mencionar que a imposição de hábitos alimentares possui relevância no
âmbito da reflexão sobre a COVID-19 e a questão da fome. Além de serem provenientes de
11 A respeito da manipulação científica, Nestle (2019) revela que a conhecida Hershey Company pagou a
pesquisadores para que publicassem um suposto estudo científico no qual havia a recomendação de
incorporação de chocolate amargo para a redução do risco de doenças coronarianas.
12 A Organização Mundial da Saúde não possui dados estatísticos globais para diferenciar a prevalência dos dois
tipos de diabetes.
13 Doenças que podem ser transmitidas de animais para humanos.
14 A FAO/ONU (2020b) não descarta que o vírus da COVID-19 tenha relação com a crescente perda de área
florestal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ADM. 2020 Letter to Stockholders Proxy Statement. 2019 Form 10-K. 2020a Disponível
em: <https://assets.adm.com/Investors/Shareholder-Reports/2019/ADM-Proxy-
Materials.pdf> Acesso em: 31 mai. 2020.
ADM. ADM Reports First Quarter Earnings of $0.69 per Share, $0.64 per Share on an
Adjusted Basis. 2020b. Disponível em: <https://investors.adm.com/news/news-
details/2020/ADM-Reports-First-Quarter-Earnings-of-069-per-Share-064-per-Share-on-
an-Adjusted-Basis/default.aspx> Acesso em: 20 jul. 2020.
ARBOLEDA, Martín. The free market can’t prevent Latin America’s coming food
crisis. Disponível em: <https://www.jacobinmag.com/2020/06/latin-america-covid-19-
food> Acesso em: 20 jul. 2020.
BBC. Coronavirus: Most Africans ‘will go hungry in 14-day lockdown’. Disponível em:
<https://www.bbc.com/news/world-africa-52557464> Acesso em: 16 mai. 2020.
robos-saqueos-cdmx-coyoacan-proteccion-civil-guia-prevencion-coronavirus-mexico/>
Acesso em: 25 mai. 2020.
ESTADO DE SÃO PAULO. Brasil está voltando ao Mapa da Fome, diz diretor da
ONU. Disponível em: <https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-esta-
voltando-ao-mapa-da-fome-diz-chefe-de-agencia-da-onu,70003299359> Acesso em: 13 mai.
2020.
ESTEVE, Esther Vivas. O negócio da comida: quem controla nossa alimentação? São
Paulo: Expressão Popular, 2017.
FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations. 2020a. FAO Food Price
Index. Disponível em: <http://www.fao.org/worldfoodsituation/foodpricesindex/en/>
Acesso em: 20 jul. 2020.
FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations. The state of food security
and nutrition in the world 2019. Disponível:
<http://www.fao.org/3/ca5162en/ca5162en.pdf> Acesso em: 13 mai. 2020.
FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations. 2020b. The state of the
world’s forests. Disponível em: <http://www.fao.org/3/ca8642en/CA8642EN.pdf>
Acesso em: 7 jun. 2020.
FAO; CELAC. 2020 Seguridad Alimentaria bajo la Pandemia de COVID-19.
Disponível em: <http://www.fao.org/fileadmin/user_upload/rlc/docs/covid19/Boletin-
FAO-CELAC.pdf> Acesso em: 16 mai. 2020.
FREIRES, Thaís Chaves; FERNANDES, Gislane Barbosa; SOUZA, Suzane Tosta. A fome
na produção desigual do espaço – de Josué de Castro à atualidade: algumas
considerações. In: Simpósio Internacional de Geografia Agrária, 8., 2017, Curitiba. Anais
eletrônicos... Curitiba: UFPR, 2017. Disponível em:
<https://singa2017.files.wordpress.com/2017/12/gt17_1506866884_arquivo_trabalhoco
mpletodosinga.pdf > Acesso em: 30 mai. 2020.
FIEBRIG, Immo; BOMBARDI, Larissa; NEPOMUCENO, Pablo. Sars-CoV-2,
suinocultura intensiva e a agricultura industrializada. Disponível em:
<https://diplomatique.org.br/sars-cov-2-suinocultura-intensiva-e-a-agricultura-
industrializada/> Acesso em: 2 jun. 2020.
FSIN. Global Report on Food Crisis 2020: joint analysis for better decisions.
Disponível em: <https://www.fsinplatform.org/global-report-food-crises-2020> Acesso
em: 12 mai. 2020.
<http://otim.fct.unesp.br/alimentar-as-massas-se-tornou-um-ato-revolucionario-
coronavirus-o-virus-do-bolsonarismo-e-a-luta-ecocomunista/> Acesso em: 30 mai. 2020.
OXFAM. COVID-19: 50 million people threatened by hunger in West Africa.
Disponível em: <https://www.oxfam.org/en/press-releases/covid-19-50-million-people-
threatened-hunger-west-africa> Acesso em: 16 mai. 2020.
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. A mundialização do capital e a crise do neoliberalismo:
o lugar mundial da agricultura brasileira. In: Geousp - Espaço e Tempo (online), v. 19, n.
2, p. 229-245, 2015.
PATEL, Raj. Obesos y famélicos: globalización, hambre y negocios en el nuevo
sistema alimentario mundial. Buenos Aires: Marea Editorial, 2008.
PEPSICO. PepsiCo Reports First-Quarter 2020 Results; Provides 2020 Business
Update. Disponível em: <https://investors.pepsico.com/docs/album/investors/q1-
2020/q1-2020-earnings-release_gsc7s3aspin1n6tc.pdf> Acesso em: 29 mai. 2020.
POLLAN, Michael. O dilema do onívoro: uma história natural de quatro refeições. Rio
de Janeiro: Intrínseca, 2007.
POLLAN, Michael. The sickness in our food supply. Disponível em:
<https://michaelpollan.com/articles-archive/the-sickness-in-our-food-supply/> Acesso
em: 21 jul. 2020.
PRASHAD, Vijay. Hunger gnaws at the edges of the World. Disponível em:
<https://mronline.org/2020/05/15/hunger-gnaws-at-the-edges-of-the-world/> Acesso
em: 20 jul. 2020.
RIBEIRO, Silvia. Coronavirus, agronegocios y estado de excepción. Disponível em:
<https://www.jornada.com.mx/ultimas/economia/2020/02/29/coronavirus-
agronegocios-y-estado-de-excepcion-silvia-ribeiro-9431.html> Acesso em: 3 jun. 2020.
RUBIO, Blanca. De la crisis hegemónica e financiera a la crisis alimentaria. Impacto sobre el
campo mexicano. In: Revista Argumentos, Cidade do México, v. 21, n. 57, p. 35-52, 2008.
SALAMA, Pierre. A pandemia como um indicador. Disponível em:
<https://www.americalatina.net.br/a-pandemia-como-um-indicador-por-pierre-salama/>
Acesso em: 13 mai. 2020.
SANTOS, Ricardo Menezes. A soberania alimentar como alternativa às formas destrutivas
do capital. In: CONCEIÇÃO, Alexandrina Luz; SANTOS, Fabrícia de Oliveira. A natureza
imperialista do capital e a falácia do fim da crise. São Cristóvão: Editora UFS, 2015. p.
357-400
esmis/files/5q47rn72z/q524jp231/qz20ss890/worldag-production-01-01-2003.pdf>
Acesso em: 7 jun. 2020.
USDA. United States Department of Agriculture. World Agricultural Production 2020.
Disponível em: <https://downloads.usda.library.cornell.edu/usda-
esmis/files/5q47rn72z/z890sd52n/hd76sk58s/production.pdf > Acesso em: 7 jun. 2020.
WALLACE, Rob. De onde veio o coronavírus, e por que se espalhou? Disponível em:
<https://editoraelefante.com.br/de-onde-veio-o-coronavirus-e-por-que-se-espalhou/>
Acesso em: 30 mai. 2020.
WFP. Contributions to WFP in 2019. 2019. Disponível em:
<https://www.wfp.org/funding/2020> Acesso em: 29 mai. 2020.
WFP. Contributions to WFP in 2020. 2020a. Disponível em:
<https://www.wfp.org/funding/2020> Acesso em: 29 mai. 2020.
WFP. Millones en riesgo de inseguridad alimentaria en America Latina y el Caribe.
2020b. Disponível em: <https://es.wfp.org/noticias/millones-en-riesgo-de-inseguridad-
alimentaria-en-america-latina-y-el-caribe> Acesso em: 1 jun. 2020.
WFP. Risk of hunger pandemic as Covid-19 set to almost double acute hunger by end
of 2020. 2020c. Disponível em: <https://insight.wfp.org/covid-19-will-almost-double-
people-in-acute-hunger-by-end-of-2020-59df0c4a8072> Acesso em: 11 mai. 2020.
WFP. Strategic Evaluation of Funding WFP’s Work. Evaluation Report: Volume I.
2020d. Disponível em: <https://docs.wfp.org/api/documents/WFP-
0000116029/download/?_ga=2.159091066.1583886765.1590944971-
468622415.1589376775> Acesso em: 31 mai. 2020.
WHO. Global Report on Diabetes 2016. Disponível em:
<https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/204871/9789241565257_eng.pdf;jses
sionid=AC936DC9287C6BDE2D3C638A2261E8A8?sequence=1> Acesso em: 7 jun.
2020.
WHO. Obesidad y sobrepeso. Disponível em: <https://www.who.int/es/news-
room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight> Acesso em: 6 jun. 2020.
WORLD BANK. How nutrition can protect people’s health during COVID-19.
Disponível em: <https://blogs.worldbank.org/voices/how-nutrition-can-protect-peoples-
health-during-covid-19> Acesso em: 6 jun. 2020.
ZIEGLER, Jean. Destruição em massa geopolítica da fome. São Paulo: Cortez, 2013.
ZIZEK, Slavoj. Pandemia: covid-19 e a reinvenção do comunismo. São Paulo:
Boitempo, 2020.