Apocalipse Cap. 4

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO EBENÉZER

Athus Vermeulen Meira Freitas

CURITIBA
2022
SEMINÁRIO TEOLÓGICO EBENÉZER

Trabalho apresentado ao Prof.


Romar Machado, à disciplina
de Apocalipse do
Seminário Teológico
Ebenézer.

CURITIBA
2022
Síntese Do Cap. 4 De Apocalipse
João escreveu o livro do Apocalipse em Éfeso após seu retorno do exílio na
ilha de Patmos entre os anos 90-96 d.C. Ele teve as visões em Patmos e a
primeira visão consta entre os capítulos 1-3. A expressão “Depois destas
coisas” indica o início de sua segunda visão. Sabemos que João recebeu a
primeira visão no “Dia Do Senhor” que, a maioria dos teólogos afirmam ser o
domingo, mas, em contrapartida, levando em consideração o contexto geral
bíblico, o único dia do Senhor é o sábado (Mc 2:28). Na segunda visão,
diferentemente da primeira, não especifica nem cita o dia da semana em que
João foi arrebatado em espírito.
No cap. 4, inicia-se relatando uma “porta aberta no céu”. Essa não era a porta
do Céu, pois no original grego a ideia é a mesma desta tradução, de que João
viu uma porta que pertencia ao céu. Segundo Ellen White, a porta que João viu
era a porta do lugar Santíssimo no santuário celestial, sendo esta a mesma
visão de Daniel 7:9-13 e Apocalipse 3:7-8 na transição entre o período de
Filadélfia e Laodiceia. No livro Primeiros Escritos na página 42, White dá mais
detalhes a esta porta do lugar Santíssimo que foi aberta em 1844. Interessante
lembrar que João não entrou nesta porta, ele apenas a viu e relatou. O restante
da visão, entendemos que João está descrevendo o primeiro compartimento do
santuário, onde Jesus permaneceu durante 18 séculos entre a sua ascensão
no ano 31 d.C. e o início da purificação do segundo compartimento em 1844. E
a voz que João ouviu dizendo: “Sobe até aqui” provavelmente indica um
convite para João entrar na visão, afastando seus sentidos dos entornos
terrenos e os concentrando nas coisas celestiais. Esta explicação do “Sobe até
aqui” está relacionada com o verso 2 do capítulo 4 que diz: “Imediatamente eu
me achei no Espírito”, ou seja, antes de João receber o convite para subir, ele
ainda não tinha adentrado totalmente na visão do Céu, mas apenas havia visto
aquela porta, como Estêvão viu Jesus em pé a direita do Pai.
No verso 2, João vê um trono armado no céu, mais especificamente, no
primeiro compartimento do Santuário Celestial. Com essa informação, parece
que o trono de Deus pode ser desarmado e armado em outro lugar, pois no
início da purificação do Santuário o trono foi armado no segundo
compartimento, conforme Daniel 7:9 que diz: “Foram postos uns tronos”,
indicando que o trono estava em outro lugar, ou seja, estava no santo. No
verso 3, vemos que João recorre às pedras preciosas para descrever cores
brilhantes, pois a luz do sol reluzindo nas pedras fazia transparecer algumas
das cores mais brilhantes que ele conhecia e tinha condições de associar. Em
todo o Apocalipse, o discípulo não consegue descrever o que viu em sua
plenitude, pois os elementos celestiais não podem ser descritos corretamente
com elementos terrenos.
No trono de Deus, algo como um arco-íris semelhante a esmeralda rodeia o
trono e sobre a cabeça de Cristo. Essa visão é relatada também em Ezequiel
1:26-28. Ellen White comenta sobre o significado deste arco-íris, este
fenômeno é a união entre a luz do sol e a chuva, da mesma forma, o arco-irís
que é visto no trono representa as bases do governo de Deus: a justiça e a
misericórdia, esses dois atributos não se misturam e formam um perfeito
equilíbrio que só o divino pode realizar. É esta união destes dois atributos que
torna completa a salvação oferecida por Cristo. Este arco-íris no céu é também
um sinal do concerto de paz entre Deus e Seus seguidores, como aconteceu
com Noé e sua família quando saíram da arca. Outro significado deste arco
que circunda o trono é o emblema da misericórdia divina para com o mundo
caído.
Ao redor do glorioso trono de Deus, foi visto 24 tronos que estavam assentados
os 24 anciãos. Não foi revelada a identidade destes anciãos, mas conclui-se
que eram santos de todas as épocas que Deus escolheu para ocuparem estas
posições. Subentende-se que os 24 anciãos são “ajudantes” que assistem
Deus na administração do universo. Em Mateus 27:50-53, é visto que Jesus
morreu e muitas sepulturas se abriram, após a ressurreição de Cristo no
domingo, Ele chamou aqueles santos favorecidos de volta a vida e levou ao
céu com Ele em sua ascensão. Os componentes dos 24 tronos são compostos
por esta classe que ressuscitou com Jesus.
Foi vista lâmpadas de fogo que faz clara referência ao castiçal de ouro que
havia no santuário terrestre, mas o que foi visto no céu é perfeito e serviu como
base na fabricação do terrestre, sendo um antítipo. Esta descrição permite a
conclusão de que a visão de João está ocorrendo dentro do primeiro
compartimento, o lugar santo. Em seguida, o discípulo amado contempla o mar
de vidro que está diante do trono de Deus, é evidente que João não viu um mar
feito propriamente de vidro, mas essa foi a linguagem mais próxima que ele
usou para descrever um belíssimo manancial com águas cristalinas.
Após isto, o profeta vê quatro seres viventes que, em algumas traduções
apresentam como “animais”, mas esta última tradução é a pior. No original
grego, a palavra utilizada é zoon, que a melhor tradução é: ser vivo, sendo bem
mais abrangente que animal. Os seres viventes de Apocalipse são muito
similares aos vistos pelos profetas Ezequiel (Ezequiel 1:3-14) e Isaías (Isaías
6:1-4). As descrições feitas por João indicam que estes seres eram serafins,
devido às seis asas (Apocalipse 4:8). Os seres viventes são representados por
três animais e um semelhante a um homem, estas representações são usadas
metaforicamente para descrever o poder e qualidade dos mesmos. Estes seres
estão no meio e à volta do trono, podendo ser eles os mesmos anjos que
acompanharam e guardaram a arca enquanto ela esteve com o povo de Israel.
O capítulo finaliza exaltando somente a Deus, por mais que os 24 anciãos tem
a sua devida importância e autoridade bem como os quatro serafins, o único
que merece a adoração é o criador deles e de tudo que existe. Todos nós
somos criados e mantido por Ele, o mínimo que podemos fazer é agradecê-lo
mediante a adoração e o reconhecimento. Ao fazermos isso, Ele ainda
concede mais um presente: uma transformação de caráter, tornando-nos
semelhantes àquele que é digno de receber toda a glória, honra e poder.

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