Pitágoras e A Sua Filosofia
Pitágoras e A Sua Filosofia
Pitágoras e A Sua Filosofia
O filsofo grego Pitgoras, que deu seu nome a uma ordem de pensadores, religiosos e cientistas, nasceu na ilha de Samos no ano de 582 a.C. A lenda nos informa que ele viajou bastante e que, com certeza, teve contato com as idias nativas do Egito, da sia Menor, da ndia e da China. A parte mais importante de sua vida comeou com a sua chegada a Crotona, uma colnia Drica do sul da Itlia, ento chamada Magna Grcia, por volta de 529 a.C. De acordo com a tradio, Pitgoras foi expulso da ilha de Samos, no mar Egeu, pela tirania de Polycrates. Em Crotona ele se tornou o centro de uma organizao, largamente difundida, que era, em sua origem, uma irmandade ou uma associao voltada muito mais para a reforma moral da sociedade do que uma escola de filosofia. A irmandade Pitagrica tinha muito em comum com as comunidades rficas que buscavam, atravs de prticas rituais e de abstinncias, purificar o esprito dos crentes e permitir que eles se libertassem da roda dos nascimentos . Embora o seu objetivo inicial tenha sido muito mais fundar uma ordem religiosa do que um partido poltico, a Escola de Pitgoras apoiou ativamente os governos aristocratas. A verdade que esta Escola chegou a exercer o controle poltico de vrias colnias da Grcia Ocidental, principalmente as existentes no sul da Itlia. Foi tambm a sua influncia poltica que levou ao desmembramento e dissol uo da Escola de Pitgoras. A primeira reao contra os Pitagricos foi liderada por Cylon e provocou a transferncia de Pitgoras de Crotona para a cidade de Metaponto, onde residiu at sua morte, no final do sc. VI ou no incio do sc. V a.C. Na Magna Grcia, isto , nas colnias fundadas pelos gregos na Itlia, a Ordem Pitagrica se manteve poderosa at metade do sc. V a.C. A partir da foi violentamente perseguida, e todos os seus templos foram saqueados e incendiados. Os Pitagricos remanescent es se refugiaram no exterior: Lysis, por exemplo, foi para Tebas, na Becia, onde se tornou instrutor de Epaminondas; Filolaus, que segundo a tradio, foi o primeiro a escrever sobre o sistema Pitagrico, tambm se refugiou em Tebas. O prprio Filolaus, junto com mais alguns adeptos de Pitgoras, retornou mais tarde Itlia, para a cidade de Tarento, que se tornou a sede da Escola Pitagrica. Entre eles estava Archytas, amigo de Plato, figura proeminente da Escola, no s como filsofo como tambm como homem de estado, na primeira metade do sc. IV a.C. No entanto, j no final deste sculo, os Pitagricos tinham desaparecido, como Escola Filosfica.
A ESCOLA PITAGRICA Parece que, por volta da metade do sc. V a.C., houve uma diviso dentro da Escola, De um lado, estavam os matemticos , representados por nomes do peso de Archytas e Aristoxenus, que estavam interessados nos estudos cientficos, especialmente em matemtica e na teoria musical; de outro lado estavam os membros mais conservadores da Escola, que se concentravam nos conceitos morais e religiosos, e que eram chamados de akousmatikoi (plural de akousmata, os adeptos das tradies orais). Estes elementos religiosos e cientficos estavam j presentes nos ensinamentos de Pitgoras. As doutrinas ensinadas por Pitgoras so as seguintes: 1. - Em primeiro lugar, e acima de tudo, estava a crena de Pitgoras na existncia da alma. Ele tambm acreditava na transmigrao das almas dos indivduos, mesmo entre diferentes espcies. Esta transmigrao poderia ocorrer em seres mais ou menos evoludos. Se um indivduo tivesse uma vida virtuosa, o seu esprito poderia inclusive se libertar da carne, isto , deixaria de reencarnar. Este conceito filosfico foi atribudo a Pitgoras por Plato, em sua obra Fdon (que relata os momentos que antecederam a morte de Scrates pela ingesto de cicuta). No se pode deixar de ressaltar a importncia deste conceito na histria das religies. 2. - Levar uma vida virtuosa consistia em obedecer a certos preceitos, muito s deles vistos hoje como tabus primitivos, como, por exemplo, no comer feijo ou no remexer no fogo com um pedao de ferro. Estritamente morais eram as trs perguntas que cada um devia se fazer ao final do dia, e que eram: Em que que eu falhei hoje? O que de bom eu deveria ter feito hoje? O que que eu no fiz hoje e deveria ter feito? Um dos principais meios externos que ajudavam a purificar o esprito era a msica. 3. - A fascinao da Escola pelos nmeros deve-se ao seu fundador. A maior descoberta de Pitgoras foi a dependncia dos intervalos musicais de certas razes aritmticas existentes entre cordas de comprimentos diferentes, igualmente esticadas. Por exemplo, uma corda com o dobro do comprimento de outra emite a mesma nota musical, mas uma oi tava acima, isto , mais aguda. Tal fato contribuiu decisivamente para cristalizar a idia de que todas as coisas so nmeros, ou podem ser representadas por nmeros . Este princpio foi a pedra de toque da filosofia de Pitgoras. Em sua obra Metafsica, Aristteles afirma que os nmeros representavam na filosofia de Pitgoras o que os quatro elementos Terra/Ar/Fogo/gua representaram no simbolismo de outros sistemas religiosos. De acordo com este princpio, todo o universo poderia ser reduzido a uma escala musical e a um nmero . Assim, coisas como a razo, a justia e o casamento, poderiam ser identificadas com diferentes nmeros. Os prprios nmeros, sendo mpares e pares, ou limitados e ilimitados, de acordo
com Aristteles, se constituam na primei ra definio das noes de forma e de matria. Os nmeros um e dois encabeavam a lista dos dez primeiros pares de opostos fundamentais, dos quais os oito pares seguintes eram um e muitos , direita e esquerda , masculino e feminino , repouso e movi mento , reto e curvo , luz e escurido , bom e mau e quadrado e oblongo . Esta era a filosofia do dualismo metafsico e moral, atravs da qual se chegou ao princpio que via o universo como a harmonia dos opostos, no qual o um gerou toda a serie de nmeros existentes. Assim, a msica e a crena no paraso estelar, (originalmente associados Astrologia da Babilnia) so os pontos de unio entre o contedo religioso da filosofia de Pitgoras com os estudos matemticos e cientficos realizados mais tarde pela ala cientfica de sua Escola. O primeiro a apresentar um sistema compreensivo foi Filolaus, um de seus discpulos. A ARITMTICA PITAGRICA Para Pitgoras a Divindade, ou Logos, era o Centro da Unidade e da Harmonia. Ele ensinava que a Unidade, s endo indivisvel, no um nmero. Esta a razo porque se exigia do candidato admisso na Escola Pitagrica a condio de j haver estudado Aritmtica, Astronomia, Geometria e Msica, consideradas as quatro divises da Matemtica. Explica -se tambm assim porque os Pitagricos afirmavam que a doutrina dos nmeros, a mais importante do Esoterismo, fora revelada ao Homem pela Divindade, e que o Mundo passara do Caos Ordem pela ao do Som e da Harmonia. A unidade ou 1 (que significava mais do que um nmero) era identificada por um ponto, o 2 por uma linha, o trs por uma superfcie e o quatro por um slido. A Tetraktys, pela qual os Pitagricos passaram a jurar, era uma figura do tipo abaixo: . . . .... . .
representando o nmero triangular 10 e most rando sua composio como sendo 1 + 2 + 3 + 4 = 10. Adicionando -se uma fileira de cinco pontos teremos o prximo nmero triangular de lado cinco, e assim por diante. Mostrando que a soma de qualquer srie de nmeros naturais que comece pelo nmero 1 um nmero triangular. A soma dos nmeros de qualquer srie numrica composta por nmeros mpares e que comece por 2 um nmero quadrado. E a soma dos nmeros de qualquer srie numrica de nmeros pares que comece pelo nmero 2 um nmero oblongo, ou retangul ar. Este o princpio matemtico que levou 47 Proposio de Euclides, o matemtico grego que divulgou o Teorema de Pitgoras, pelo qual o quadrado
da hipotenusa de um tringulo retngulo igual soma dos quadrados dos dois outros lados, ou catetos. A demonstrao deste teorema a Jia do ExVenervel mais recente de uma Loja Manica, em homenagem a Pitgoras, e que simboliza a doutrina cientfica e esotrica de sua Escola de Filosofia. O mesmo raciocnio usado na formulao do teorema acima, quando o tringulo retngulo issceles, (com catetos ou lados iguais) levou os Pitagricos a descobrir os nmeros irracionais, como, por exemplo, a raiz do nmero 2, que igual a 1,4142,,,, (dzima peridica). A GEOMETRIA PITAGRICA Em Geometria no se pode obter uma figura totalmente perfeita, nem com uma, nem com duas linhas retas. Mas trs linhas retas em conjuno produzem um tringulo, a figura absolutamente perfeita. Por isso que o tringulo sempre simbolizou o Eterno a primeira perfeio, o Grande Arquiteto do Universo. A palavra que designa a Divindade principia, em todas as lnguas latinas, por um D, e em grego por um delta , ou tringulo, cujos lados representam a natureza divina. No centro do tringulo est a letra Yod , inicial de Jehovah o Criador, expresso nos idiomas teuto -saxnicos pela letra G, inicial de God, Got ou Gottam, cujo significado filosfico gerao. Numerosas e valiosas foram as contribuies da Escola de Pitgoras no campo da Geometria. Assim, por exemplo, a demonstra o de que a soma dos ngulos internos de um tringulo igual a dois ngulos retos, ou 180 graus. Tambm formularam a teoria das propores e descobriram as mdias aritmtica, geomtrica e harmnica. Foi ainda Pitgoras quem descobriu a construo geomtrica dos cinco slidos regulares, isto , o tetraedro ou pirmide de quatro lados, o octaedro, o dodecaedro e o icosaedro. A construo do dodecaedro requer a construo de um pentgono regular, tambm conhecida dos Pitagricos, que usavam o Pentagrama ou E strela Pentagonal ou Flamgera, como smbolo de reconhecimento entre os seus membros. Em resumo, a Geometria Pitagrica cobriu todos os assuntos da obra de Euclides, que compilou e registrou todo o conhecimento existente nesta rea, na antiga Grcia. A ASTRONOMIA PITAGRICA Pitgoras foi o primeiro a afirmar que a Terra e o Universo tinham forma esfrica. Ele tambm anteviu que o Sol, a Lua e os Planetas ento conhecidos possuam um movimento de translao, independente do movimento de rotao dirio. A Escola de Pitgoras desenvolveu tambm um sistema astronmico, conhecido como sistema Pitagrico. A ltima verso deste sistema, atribuda aos discpulos Filolau e Hicetas de Syracusa, deslocava a Terra do centro do Universo, e fez dela um planeta do mesmo modo que os
planetas ento conhecidos, que giravam em torno do fogo central o Sol. Este sistema, elaborado cerca de 400 a.C., antecipou em cerca de 2.000 anos os mesmos princpios defendidos por Galileu Galilei, pelos quais foi condenado pela Santa Inquisio. Galileu demonstrou a base cientfica do sistema, a partir da qual Coprnico e Kepler iriam comprovar que era o Sol e no a Terra o centro da Via Lctea a nossa Galxia. A MSICA PITAGRICA Pitgoras no s utilizava a msica para criar uma ine fvel aura de mistrio sobre si mesmo, como tambm para desenvolver a unio na sua Escola. A msica instrua os discpulos e purificava suas faculdades psquicas. Na educao, a msica era vista como disciplina moral porque atuava como freio agressividade do ser humano. Pitgoras considerava a msica o elo de ligao entre o homem e o cosmos. O Cosmos era para ele uma vasta razo harmnica que, por sua vez, se constitua de razes menores, cujo conjunto formava a harmonia csmica, ou harmonia das esferas, que s ele conseguia ouvir. . Pitgoras, avatar do deus Apolo, compunha e tocava para seus discpulos a sua lira de sete cordas. Deste modo ele refreava paixes como a angstia, a raiva, o cime, anseios, a preguia e a impetuosidade. A msica era uma ter apia que ele aplicava no s para tranqilizar as mentes inquietas, mas tambm para curar os doentes de seus males fsicos. Pitgoras foi o descobridor dos fundamentos matemticos das consonncias musicais. A partir da, ele visualizou uma relao mstica entre a aritmtica, a geometria, a msica e a astronomia, ou seja, havia uma relao que ligava os nmeros s formas, aos sons e aos corpos celestes. A Tetraktys era o smbolo da msica csmica, e Pitgoras, como o deus da Tetraktys, era a nica pessoa que podia ouvi-la. A teoria da msica csmica, ou harmonia das esferas foi descrita por Plato, no Timeu. Filolau, outro notvel discpulo de Pitgoras tambm faz descrio minuciosa da teoria que resulta na msica csmica e na harmonia das esferas (ou plane tas). A HERANA DE PITGORAS A histria posterior da filosofia de Pitgoras se confunde com a da Escola de Plato, discpulo de Scrates e mestre de Aristteles, e que foi tambm ardente admirador e discpulo de Pitgoras. Plato herdou, de um lado, as do utrinas de seu mestre e, de outro, bebeu a sua sabedoria nas mesmas fontes do filsofo de Samos. Segundo Amnio Sacas, toda a Religio -Sabedoria estava contida nos Livros de Thot (Hermes), onde Pitgoras e Plato beberam os seus conhecimentos e grande parte de sua filosofia. Desde os primeiros sculos da era crist que comprovada a existncia, em Roma, das prticas e doutrinas religiosas de Pitgoras, principalmente as
relacionadas com a imortalidade da alma. Pitgoras disputava ento, com outras religies, um lugar predominante no panteo da Roma Imperial. A comprov-lo as capelas pitagricas descobertas pela arqueologia, nas quais os iniciados aprendiam os mistrios de Pitgoras, e onde eram introduzidos no culto de Apolo. . Os afrescos encontrados no sub-solo da Porta Maggiore, em Roma, mostram temas Pitagricos. O nacionalismo romano tambm est ligado a Pitgoras atravs da obra Metamorfoses, de Ovdio, que nela relatou a teoria da reencarnao, defendida pelo filsofo de Samos. Os discpulos diretos de Plato tambm retornaram aos princpios Pitagricos; e os neo -Platnicos, com Jmblico, no sc. IV d.C. tambm os adotaram, juntamente com os mais recentes escritos Pitagricos, isto , os Hinos rficos. Do sc. I d.C. ao sc. VI d.C. a doutrina de Pit goras influenciou grandes filsofos que escreveram e divulgaram a sua filosofia. Alguns deles foram Apolnio de Tiana, Plotino, Amlio e Porfrio. Depois que os cristos conquistaram, no sc. IV d.C. o controle do Estado, os Pitagricos tornaram-se, gradualmente, uma minoria perseguida. No entanto, as idias de Pitgoras continuaram a ser pregadas na antiga escola de Plato, a Academia de Atenas, e em Alexandria, at que no sc. VI d.C. Justiniano, imperador do Oriente, fechou a Academia e proibiu a prega o da filosofia e das doutrinas consideradas pags pelo catolicismo. A partir desta poca prevaleceu a era do obscurantismo da Idade Mdia. Mas as doutrinas de Pitgoras foram abertamente pregadas por um perodo de 1.200 anos, que se estende do sc. VI a.C. ao sec. VI d.C. Apesar de perseguido pela religio oficial Pitgoras foi, para grandes figuras do Catolicismo, como Santo Ambrsio, uma figura de referncia por ter sido visto como intermedirio entre Moiss e Plato, No sc. XVI, de acordo como o interesse do autor, Pitgoras era apresentado como poeta, como mgico, como autor da Cabala, como matemtico, ou como defensor da vida contemplativa. Rafael, famoso pintor italiano, retratou Pitgoras como um homem idoso, de longas barbas, entre filsofos, no quadro Escola de Atenas . Embora remotamente, no podemos deixar de registrar a existncia de pontos comuns entre a filosofia de Pitgoras e o sistema Positivista de August Comte. Pitgoras, racionalista, procurou explicar a cosmogonia universal atravs da cincia. Comte trilhou caminho semelhante. Antes de tudo, Pitgoras buscou o conhecimento da Verdade e s por isso j deve ser reverenciado por toda a Humanidade
BIBLIOGRAFIA
Pitgoras Amante da Sabedoria - Ward Rutherford - Editora Mercrio - So Paulo Pitgoras Uma Vida - Peter Gorman - Editora Pensamento - So Paulo A Doutrina Secreta -Volumes II e V - H.P.Blavatsky - Editora Pensamento - So Paulo Grande Dicionrio Enciclopdico de Maonaria e Simbologia Nicola Aslan Artenova Rio A Simblica Manica - Jules Boucher - Editora Pensamento - So Paulo Maonnerie Occulte et L Initiation Hermtique J.M.Ragon - Cahiers Astrologiques Paris Dilogos Plato Abril Cultural So Paulo
FADISTA
PLATO (427 a. C. - 347 a. C.) A semelhana entre os pensamentos platnico e pitagrico talvez seja, em parte, basilarmente, provinda dos ensinamentos egpcios e babilnicos que ambos conheciam. O que parece ser indiscutvel, entretanto, que
Plato sofreu benfazeja influncia de seu predecessor. De qualquer forma, como disse Raymond Bernard, Plato um TRANSMISSOR no sentido mais sagrado do vocbulo. Entendese que Pitgoras tambm. Plato e Pitgoras (KH o Ilustre) foram ambos Altos Iniciados das Antigas e Arcanas Escolas de Mistrios. No livro VII de A Repblica, Plato discutiu a importncia da aritmtica, da geometria, da astronomia e da harmonia, que considerou pilares indispensveis e insubstituveis do processo educativo e dialtico, cuja finalidade o conhecimento do BEM, tendo admitido que sem o conhecimento do clculo e da aritmtica, a VERDADE no poder ser alcanada. E o filsofo, para atingir a essncia (o NMENO), deve conhecer aprofundadamente aquelas cincias. O maior mathema, segundo Plato, era (e continua sendo) a IDIA DE BEM. O aprendizado do clculo, para este fim especfico, deve acontecer pela contemplao da natureza dos nmeros exclusivamente pelo pensamento, de tal sorte a facilitar a passagem da prpria alma da mutabilidade verdade e essncia.[1] Quando os sentidos no tm capacidade e confiana para fazer um juzo adequado, a alma deve usar o clculo e a inteligncia para saber se os objetos dos sentidos so um ou dois, e, ao surdir o conceito de pluralidade, a alma haver de questionar: Que unidade absoluta? Assim, a apreenso intelectual da UNIDADE do UM
incita a mente contemplao do SER, quando ento alcana o conhecimento de que UM UM E ILIMITADO EM MULTIPLICIDADE. Esse conhecimento, segundo Plato, impe ao homem que eleve poderosamente a alma para o alto |forandoa| a discorrer sobre os nmeros em si.[2] Este conhecimento, esta experincia, estritamente pessoal e intransfervel. Neste instante, propese uma breve pausa, para se refletir sobre uma curta declarao de Nietzsche (1844-1900), a quem muitos ainda hesitam em reconhec-lo como mstico: Ningum pode extrair mais das coisas/Inclusive dos livros que j conhece./O homem no tem ouvidos para aquilo,/que a experincia no lhe deu acesso. Por isso, s pela experincia pessoal, ntima e solitria, no santurio interno de seu IMACULADO TEMPLO (In Imo Corde), poder o ser, como recomendou Plato, contemplar os mistrios do Universo, e reconhecer realizando que UM UM E ILIMITADO EM MULTIPLICIDADE. Fora, no. A experincia, assim, gera conhecimento. Todavia, o conhecimento em si nada se no for adequadamente utilizado. SABEDORIA A CORRETA APLICAO DE UM CONHECIMENTO ADQUIRIDO POR ESFORO E EXPERINCIA PESSOAIS. Caridade! Caridade! Caridade! Humildade! Humildade! Humildade! Solidariedade! Fraternidade! Amor! PAZ! O filsofo no pode prescindir da aritmtica, devendo compelir a alma a raciocinar sobre
nmeros abstratos, senda segura e conducente passagem do vir-a-ser ao Ser e Verdade (ainda que sempre relativos). Nesse nvel, o mundo material subordina-se e reflete o plano das energias espirituais. A geometria, apesar de prtica, na sua parte central e mais adiantada, tende a impulsionar e a ascensionar a alma para a IDIA DE BEM, e a fazer irromper o prprio esprito da filosofia, sendo esta o conhecimento do que existe sempre.[3] Por isso, segundo Plato, so diferentes aqueles que estudaram geometria daqueles que a ela no deram ateno. No portal da Academia que fundou na Ilha de Egina estava escrito: NO ENTRE AQUI QUEM NO FOR GEMETRA. A astronomia, por seu turno, obriga as almas a contemplarem o cu estrelado, elevando e transportando a conscincia das coisas terrenais s celestiais. O firmamento, propugnou Plato, deve ser utilizado como modelo de um conhecimento superior, para que a parte inteligente da alma, de intil torne-se til e produtiva, compreendendo que o Demiurgo tudo criou da forma mais perfeita. Esse conhecimento esposado por Plato, j era professado por Pitgoras, que advertiu que a contemplao dos corpos celestes (ordem celestial), purificava lentamente o ser, acabando por libert-lo do ciclo compulsrio de nascimentos, imortalizando-o. Na verdade, a imortalidade s poder ser
alcanada pela construo consciente do prprio Mestre Interior. Aqui cabe a advertncia de que a contemplao, qual aludiu Pitgoras, induz meditao, estado alterado de conscincia oposto concentrao. Hodiernamente, costuma-se confundir essas duas instncias da mente. Enquanto a concentrao utiliza mecanismos mentais de ordem racional, o estado meditativo (contemplao) propicia experincias em um plano, por assim dizer, TRANSRACIONAL, melhor, TRANSNOTICO. H, como se pode depreender, no pensamento de Pitgoras, de Plato e de outros filsofos um certo hermetismo de decifrao obscura e labirntica. Entretanto, entende-se, indubitavelmente, inclusive por vrias afirmaes de cariz hermtico, que tanto Pitgoras quanto Plato, quando se referiram ao termo CONTEMPLAO, usaram-no no sentido de MEDITAO. Possivelmente a contemplao induza preliminarmente a vivncias e a experincias em um PLANO TRANSNOTICO. Posteriormente, a razo decodifica tais experincias no nvel racional. De qualquer forma, o retirar-se para meditar vem de longe. O filsofo chins Lao Ts enfatizava: Evita a ao, permanece em silncio, o resto so comentrios. O retiro de Jesus foi semelhante ao de Orfeu nos montes da Trcia. Moiss retirou -se no Sinai, Zoroastro isolou-se no Bordjah, e Manu escolheu as montanhas ao longo do Ganges. Entretanto, subir a montanha, esotericamente, significa
elevar o Eu espiritual interior a uma altura na qual a COMUNHO CSMICA possa ser plena e definida. Subir a montanha entrar em contato com o D'US INTERNO o MESTRE INTERIOR construdo por nossa prpria volio. Esses contatos, a bem da verdade, independem de montanhas, e subir a montanha em busca da iluminao, como ensinou Harvey Spencer Lewis, na obra A Vida Mstica de Jesus, to-s uma frase simblica. O importante o isolamento, o propsito, o mrito e a disponibilidade interna. A mais alta montanha que cada ser singular poder vir a subir est em seu prprio interior, no SANCTUM SANCTORUM que se encontra sempre aberto, iluminado e preparado para receb-lo. Os martinistas referem-se SENDA CARDACA. E a nica vestimenta adequada para essa cerimnia ntima o despojo de vaidades, de preconceitos e de pr-condies mentais, pois, nessa hora iluminante e mpar da vida, o ser aprender e realizar coisas que, em sua maioria, so incompatveis com os critrios e com os conceitos que a sociedade, os cdigos e a prpria razo estabeleceram e vm estabelecendo ao longo do tempo. a MSICA DAS ESFERAS, que mais do que msica! Kepler, no Harmonices Mundi, afirmou: Os movimentos dos cus no so mais que uma eterna polifonia. o JARDIM, que mais florido e exuberante do que todos os jardins. o BELO que no se compara ao belo vivenciado no Plano
Terra. a PAZ. a VIDA. o BEM sem igual. a sensao mltipla (que apenas uma) de segurana, de certeza, de confiana e de participao na UNIDADE que move e anima o TODO. o comeo de algo que promete o inconcebvel, porque o concebvel que realizado, em si s, j extraordinrio e inexprimvel por simples palavras. Assim relatam, resumidamente, aqueles que se puseram em caminho, atravessaram o deserto, subiram a montanha e conquistaram o CASTELO. o incio da verdadeira compreenso e realizao do VERBUM DIMISSUM. No princpio era a PALAVRA com a qual os Elohim criaram das Divinas Potncias a essncia do Cu e da Terra. Hoje e amanh a PALAVRA IMPRONUNCIVEL e continuar sendo. Farei aqui um parntesis para, rapidamente, abordar um assunto que poucos conhecem. Somos profundamente influenciados pelos sons externos. Isto bvio. Assim, se escutarmos msicas que tendam ao caos e desordem, o nosso corpo fsico e os outros seis corpos constitutivos do nosso ser, pela Lei da Correspondncia, sero levados tambm desorganizao e, portanto, a um estado desarmnico e doentio. Isto conhecido como vibrao por simpatia. Histeria, depresso, alergias, desequilbrio na produo de hormnios pelas glndulas endcrinas, atrofia do organismo, aumento na presso sangnea, esterilidade, comprometimento das ondas
cerebrais alfa, confuso mental, inverso de comportamento, distress, insegurana psicolgica, cncer e at ataques cardacos fatais por alterao dos ritmos naturais do corao podem ocorrer como resultado de danos fisiolgicos e psicolgicos. Um ex-msico de rock recomenda enfaticamente que, por nenhum motivo, sejam escutadas as seguintes classes de rock: Heavy Metal, Acid Rock, Rock Satnico, Punk, Dark, Porn Rock e Rock Assassino. Sobre esse tema, convido voc, Meu Irmo, que leia o trabalho que escrevi gua: m da Vida (Algumas Propriedades Teraputicas da gua e Alguns Exerccio Msticos), que roda em:
http://www.rdpizzinga.pro.br/livros/agua/agua.html
No que concerne harmonia, Plato repreendeu os que colocam os ouvidos frente do esprito, no labor improfcuo de medir acordes harmnicos e sons uns com os outros. Para Pitgoras que descobriu que os principais intervalos musicais podem ser exprimidos em propores numricas simples entre os quatro nmeros da Tetractys (a Pitgoras atribuda a descoberta do intervalo de uma oitava 2:1, uma quinta 3:2, uma quarta 4:3, e um tom 9:8) e para Plato, astronomia e harmonia so cincias irms, e o que a primeira para os olhos, a segunda para os ouvidos, havendo nelas uma perfeio que todo conhecimento deveria se esforar por tentar alcanar. O estudo da harmonia, enfim, ensinou Plato, deve proporcionar
a compreenso e a observao de quais so os nmeros harmnicos e quais no o so, e por que razes diferem[4]. Segundo tal compreenso, a msica aparentemente proporciona o deleite da alma. A MSICA DAS ESFERAS CELESTIAIS (a Msica Eterna), intrinsecamente constitutiva da ALMA DO MUNDO, s pode ser conhecida pelo esprito em sua energia indefinvel e em grau de harmonia semelhante prpria harmonia desse som inaudvel. Plato, em vrios trechos da Repblica, determinou que essa harmonia musical deve refletir-se tanto na sade psquica do ser, quanto na ordem pblica da prpria Repblica. Enfim, desde a Antiga Grcia at o Renascimento, as Sete Artes Liberais estavam divididas em dois gupos: Trivium (saberes humanos) e Quatrivium ou Matemticas (saberes exatos). O Trivium era composto da Gramtica, da Dialtica e da Retrica. O Quatrivium estudava o imutvel: Geometria, Aritmtica, Msica e Astronomia. A compreenso desses princpios e o estudo metdico e comparado de todas essas cincias facultaro a que se alcance um ponto de intercomunho e que se constate suas mtuas afinidades. Este curriculum proposto por Plato visava, em ltima instncia, a dois aspectos principais: disciplina mental e desenvolvimento do pensamento abstrato. A filosofia platnica passa, assim, da investigao horizontal para a dialtica vertical, esforo do pensamento no sentido de alcanar a Verdade. A verdadeira
Dialtica fome e sede de VERDADE, que s pode ser alcanada e conquistada assintoticamente. No Timeu, obra outonal de Plato e com profunda conotao alqumica, o Filsofo, j na primeira fala, referiu-se ao QUATERNRIO, vocbulo que denota o nvel do criado dentro do Universo, no qual todas as foras so produto da dinmica dos quatro elementos: FOGO, AR, GUA e TERRA. H uma bvia relao com a quaternidade inferior do ser neste plano: CORPO FSICO, CORPO ETRICO, CORPO ASTRAL E EU. Entretanto, apesar de a obra comear com a descrio da Atlntida e seu desaparecimento, seu contedo prevalecente versa sobre a criao e a natureza do Universo. E assim, tudo que nasce, nasce necessariamente pela ao de uma causa, pois impossvel que seja l o que for possa nascer sem causa[5]. E a melhor das causas o CRIADOR, ser eterno, no-nascido, ao qual Plato chamou de MESMO, por associ-lo imobilidade e eternidade da perfeio, em contraposio ao Outro, ser efmero, imperfeito e associado mobilidade e descontinuidade da matria. O MESMO representa, portanto, a permanncia, e est relacionado idia de ilimitabilidade; o Outro representa a impermanncia e est associado ao conceito de limitao. Mas, ainda que limitado, o Outro tem, segundo Plato, sua origem no SER ILIMITADO, cuja meta deve ser ultrapassar as limitaes da prpria mutabilidade e se alar, assintoticamente, ao plano essencial no qual
permanente, imutvel e eternamente convizinham a VERDADE e a PERFEIO, vale dizer, o SVMMVM BONVM. Desejando que todas as coisas fossem como ELE mesmo, Plato entendeu que DEUS formou o devir e o Universo da maneira que segue: ...aps ter colocado o Intelecto na Alma, a Alma no Corpo, formou o Cosmos, para dele executar uma obra que essencialmente fosse a mais bela e a melhor... o Cosmos, que verdadeiramente um ser vivo provido de Alma e de Intelecto, e assim gerado pela ao da Providncia de um Deus[6]. E para que a obra fosse essencialmente a melhor e mais bela, continua Plato, Deus tornou o todo em forma esfrica e circular, comeando a construo do mundo pelo FOGO e pela TERRA. Mas como duas coisas devem possuir uma terceira para lig-las, e como o mundo no plano, mas slido, Deus colocou GUA e AR entre a TERRA e o FOGO, dando-lhes a mesma proporo, de tal modo que, ALQUIMICAMENTE, o que o fogo para o ar, o ar o foi para a gua, e o que o ar para a gua, a gua o foi para a terra[7]. O OVO ALQUMICO simboliza esotericamente este conceito. A alma, indivisvel e imutvel, estabelecida no meio do corpo do Todo, formou-a Deus antes do corpo, e, sendo em origem e em excelncia mais antiga e virtuosa do que o corpo foi criada para comand-lo. A alma, portanto, rege, o corpo
obedece. Pelo menos a ordem deveria ser essa. Alis, a ordem csmica dever acabar por se cumprir desta forma. Mas ainda no acontece assim, pois o Tringulo Superior da constituio setenria do ente pouca influncia tem sobre a Quaternidade Inferior. Ao se completarem as SETE RONDAS, isto, talvez, possa vir a acontecer. A cada um cabe despender herculano esforo para cumprir sua reintegrao, e auxiliar a todos a encontrarem as chaves que abrem as portas desse conhecimento. preciso ser compreendido hiperbolicamente, entretanto, que a reintegrao singular falaz e tambm ilusria. O Universo UM. Plato, certamente, conhecia e, privativamente, discutia e ensinava estes princpios. Uma TERCEIRA ESSNCIA intermediria foi tambm criada, segundo a filosofia platnica, participando da natureza das duas primeiras, tendo sido interposta entre o indivisvel e o material (divisvel). No estar aqui a indicao clara de que Plato teve acesso a um conhecimento alqumico transcendental? No se constituir essa TERCEIRA ESSNCIA no FOGO dos Alquimistas? Mercrio e Enxofre s podem realizar a OBRA pela intermediao do FOGO, a TERCEIRA ESSNCIA. E assim, Enxofre, Mercrio e Sal formam o Tringulo Perfeito da Criao com seus TRS PLANOS, a TETRACTYS dos pitagricos e a manifestao espiritual trinitria platnica. Na Alquimia, essa essncia espiritual que agir sobre o Mercrio oriunda do prprio
Enxofre e, assim, da unio do Enxofre com o Mercrio, produzido um mercrio modificado MERCRIO DOS FILSOFOS - ponto de convergncia ou terceira manifestao, vale dizer, Sal. sobre esse Sal que todas as operaes alqumicas so efetuadas. Esta , iniciaticamente, a ALQUIMIA INTERIOR de construo do MESTRE DO TEMPLO INTERIOR, qual se dedicam os Rosacruzes. De qualquer modo, sabia Plato que, sem o concurso dessa TERCEIRA ESSNCIA, a criao no se poderia ter realizado. Essa TERCEIRA ESSNCIA equivalente (cabalisticamente) a KeTheR que estabelece a unio entre os dois sephiroth inferiores: ChoKMaH e BINaH. Combinou Deus essas trs substncias em uma e dividiu esse todo, composto pelo MESMO, pelo Outro e por essa TERCEIRA ESSNCIA, em tantas pores quantas achou conveniente, de acordo com as etapas seguintes:
ETAPAS
PORES 1 2 3 4 9 8 27
Primeira uma parte do todo Segunda dobro da primeira Terceira trs vezes a primeira Quarta dobro da segunda Quinta triplo da terceira Sexta oito vezes a primeira Stima vinte e sete vezes a primeira
*
A diviso apresentada por Plato no Timeu da mistura do MESMO, do Outro e da TERCEIRA ESSNCIA pode ser visualizada e esquematizada conforme mostra a Figura 1 abaixo.
1
2 4 8 crescei em acrscimo multiplicai em multido 3 9 27
*
Depois, os intervalos duplos e triplos foram preenchidos por retirada de pores da mistura, de modo que em cada um houvesse duas espcies de elementos ou meios. A partir da, Deus, segundo Plato, dividiu como um X toda essa composio, fazendo com que seus meios coincidissem, e modelou, ligou, imps movimento e quando terminou de moldar a alma, formou no seu interior o Universo corpreo. A seguir, juntou os dois e os uniu centro com centro, criando, nesse sentido, primeiro o ARQUTIPO e depois o TIPO. Girando a alma em torno de si mesma, foi iniciado o princpio da vida racional. E assim, Plato entendeu que a diversificao do Cosmos foi engendrada segundo o mais perfeito padro de ordem e de beleza. Leibniz viria a pensar de forma semelhante a Cosmognese. Para tornar Sua criao mais perfeita, Deus resolveu ter uma imagem movente da eternidade, pondo o Cu em ordem de acordo com os NMEROS. A essa imagem o homem chama tempo que nada mais do que o duramento da percepo da conscincia. NO MBITO DA ATUALIDADE CSMICA TEMPO E ESPAO INEXISTEM. NO MBITO DA REALIDADE E DA CINCIA O TEMPO PODE SE APRESENTAR DILATADO OU CONTRADO.
Em resumo, Plato entendeu que o Universo constitudo por uma trade: INTELIGNCIA, ALMA E CORPO. E, por outro lado, h o ARQUTIPO que corresponde ao PAI; h a IMITAO correlacionada ao FILHO; e h, ainda, o RECEPTCULO DE TODO O CRIADO que equivale ME. Ser, gerao, espao. Assim, o Universo contempla e contm toda a criao. O corpo do Universo consiste de Fogo e Terra, tendo como liga o Ar e a gua, em um amlgama belo, perfeito, harmnico e trino. A perfeio (Tringulo) est presente neste conceito, no qual a estabilidade (Quadrado) dada pelos quatro elementos, ficando ntida, por esta combinao, a presena e a influncia do Teorema de Pitgoras e as Leis da Alquimia na obra platnica. A obra O Universo dos Nmeros apresenta, resumidamente, os atributos ou correlaes entre o ARQUTIPO e o TIPO[8], que esto transcritas abaixo, na Tabela 2:
Sem movimento
Em movimento
A hierarquia do Universo pode ser, finalmente, compreendida na obra platnica da seguinte forma: o Misto Total Unitrio do Intelecto Transcendente de harmonia absoluta e entropia nula; o Mundo Binrio da Alma caracterizado pelo movimento e pela contraposio de energias entropizantes e antientropizantes; e o Ternrio, composto de Intelecto, Alma e Corpo[9]. Sobre a totalidade da filosofia platnica, compreende-se que sua mais sublime inteno foi auxiliar o homem a se compreender e a se libertar da CAVERNA. E o aprendizado s poder comear realmente com a libertao do no-material das necessidades ilusrias do corpo material. A criao msticoinicitica do Mestre Interior no compatvel com as iluses do Plano Terra. E, medida que o ser avana em uma dialtica filosfica ascensional, aprende e compreende que s MORRENDO QUE NASCER. E filosofar, ainda que possa parecer absurdo e ilgico, APRENDER A MORRER. E ao aprender a morrer, ao morrer e ao renascer na LLUZ, o ser (servidor incgnito) volta Caverna para transmitir aos cegos a LUZ da LLUZ que contemplou do lado de fora, LUZ que mais do que luz, porque LUZ da LLUZ. LUZ que o promover simbolicamente do
primeiro sephirah cabalstico ao segundo ou seja, do Reino ao Fundamento. LUZ, enfim, que ele no deseja s para si, porque sabe que no pode ser s sua, porque venceu o egosmo, porque compreendeu que patrimnio inerente toda Humanidade, que sem saber, em seu mago, anseia por Ela. LUZ, que alm de libertar, confirma que enquanto um nico ser no Universo no vislumbr-La, relativamente, este mesmo Universo no ser livre. LUZ da LLUZ que, ao mesmo tempo em que liberta, contraditoriamente (apenas na aparncia) escraviza. Escraviza o Portador do Archote a prazenteiramente, altruisticamente e fraternalmente iluminar seus irmos. Assim, o Outro se realiza e se integra no MESMO, mas, tambm, irredutivelmente, nos Outros. MESMO, Outro e Outros so, enfim, constitutivos da UNIDADE CSMICA, DO BEM ABSOLUTO, DA NECESSIDADE GLOBAL, DO VERBO PERDIDO, DO JARDIM UNIVERSAL, EM UMA PALAVRA, DO PRPRIO D US, QUE DEVER SER CONSTRUDO POR TODOS NS EM NOSSO INTERIOR. CONSIDERAES FINAIS Todavia, ainda que o pensamento platnico tenha estabelecido dois planos fundamentais da Existncia Global (MESMO e Outro), admite-se que Plato concebia que o destino ou caminho final do Outro s poderia ser no reencontro com o MESMO. A verdade ltima, que Plato
provavelmente sabia, mas, que no a divulgou explicitamente, que MESMO e Outro so UM. As mais Altas Iniciaes que recebeu nas Escolas de Mistrio do Antigo Egito, autorizam que se possa admitir que Plato, alm de ter divulgado seu pensamento de forma profundamente hermtica e cifrada, no tenha propagado (publicamente) todo o conhecimento de que foi depositrio. De qualquer sorte, sua obra inviolvel. DADOS SOBRE O AUTOR
Mestre em Educao, UFRJ, 1980. Doutor em Filosofia, UGF, 1988. Professor Adjunto IV (aposentado) do CEFET-RJ. Consultor em Administrao Escolar. Presidente do Comit Editorial da Revista Tecnologia & Cultura do CEFET-RJ. Professor de Metodologia da Cincia e da Pesquisa Cientfica e Coordenador Acadmico do Instituto de Desenvolvimento Humano - IDHGE.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 1. Cs. A Repblica, Plato, 5 ed., p. 336. Plato entendia que o ser, pelo processo dialtico, ao dialogar silentemente consigo, acaba por apreender a essncia de cada coisa. Este mtodo denominado de MEDITAO. 2. Id. 3. Ibid., p. 338. 4. Ibid., p. 346. 5. Timeu e Crtias ou a Atlntida, Plato, p. 78. 6. Ibid., pp. 80 e 81. 7. Ibid., p. 83.
8. Op. cit., p. 58. 9. Cs. a Introduo de Timeu e Crtias ou a Atlntida, de Plato, por Norberto de Paula Lima, passim. Cs. tb. A Doutrina Secreta de Helena P. Blavatsky. Acrescenta-se, para elucidao, que entropia uma funo termodinmica de estado que d a medida de desordem de um sistema. A entropia de um sistema depende to-s dos seus estados inicial (S1) e final (S2), e a variao entrpica ( S) pode ser expressa pela frmula: S = S2 - S1. Xencrates dividiu o mundo em trs regies, cada uma correspondendo a um modo de conhecimento: Mundo Sublunar (percepo), Cu (representao) e Mundo Supraceleste (pensamento). Enfim, como consideraes derradeiras de todas estas especulaes, entende-se que: O UNIVERSO HARMNICO; A DESARMONIA CAUSADA PELA IGNORNCIA HUMANA. NO H ENTROPIA NAS OITAVAS MAIS ELEVADAS DO TECLADO UNIVERSAL. A ENTROPIA S EXISTE NAS OITAVAS MAIS BAIXAS DESTE MESMO TECLADO. O UNIVERSO CAMINHA PARA UM TLOS. O UNIVERSO ; OS SERES HUMANOS, SE DESEJAREM, TAMBM PODERO SER CONSCIENTEMENTE.
BIBLIOGRAFIA ORDEM ROSACRUZ - AMORC. Introduo simbologia/Symbols: their nature and function. Trad. 1 ed. Curitiba: Grande Loja do Brasil, 1982, 298 p. ______. O universo dos nmeros/Number systems and correspondences. Trad. 2 ed. Curitiba: Grande Loja do Brasil, 1983, 240 p. PLATO. A repblica. Introduo, traduo e notas de Maria Helena da Rocha Pereira. 5a ed. Lisboa: Fundao Calouste Gulbenkian, 1987, 513 p. ______. Defesa de Scrates. In: Os Pensadores -
Histria das Grandes Idias do Mundo Ocidental. Traduo de Jaime Bruna. 3 ed. So Paulo: Abril Cultural, 1985, pp. 3-27. ______. Dilogos (Fdon, Sofista, Poltico). Traduo de Jorge Paleikat e Joo Cruz Costa. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d., 359 p. ______. Dilogos I: Mnon; Banquete; Fedro. Traduo de Jorge Paleikat. [s.l.], Editora Tecnoprint S.A., s.d., 183 p. ______. O banquete. Traduo de Albertino Pinheiro. So Paulo: Edies Cultura Brasileira, s.d., 148 p. ______. Timeu e Crtias ou a Atlntida. Traduo, introduo e notas de Norberto de Paula Lima. So Paulo: Hemus, s.d., 215 p. ROOB, Alexander. O museu hermtico: alquimia e misticismo. Traduo de Teresa Curvelo. Itlia: Taschen, 1997, 711 p. SITES CONSULTADOS
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PAZ PROFUNDA