Artigo - INTRO E RESIDUO

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Introdução

Este ano (2021), mesmo diante da pandemia ocasionada pela COVID-19,


líderes de diversos Estados em conjunto com grandes executivos, se reuniram com
líderes das Nações Unidas para debaterem possibilidades de desenvolvimentos
sustentáveis, visto as diversas mudanças climáticas, o aumento do aquecimento
global e da quantidade de resíduos produzidos pelos mais diversos países ao redor
do planeta Terra, que aumenta a cada ano. Ameaçando as condições de vida da
população humana, como da flora e fauna (OTTONI 2019), assim desestabilizando
meios ambientes ocasionando diversos desastres naturais.
No Brasil, tenta-se manter o controle da produção de resíduos, em especifico,
conforme as diretrizes dispostas na Lei Nº 12.305 e no documento intitulado Plano
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que categoriza os tipos de resíduos, quais
são cabíveis na reciclagem e quais são tratados como rejeitos, além de indicar os
passos para o tratamento e manutenção adequadas de tais materiais. Porém
mesmo havendo tais diretrizes, continua sendo produzidos grandes quantidades e
que são descartadas de maneira incorreta, sendo encaminhadas ao então chamado
“lixão” e não para os aterros sanitários, local que poderia ocorrer a devida
reciclagem ou descarte do que não é possível reciclar.
Neste intuito, este artigo possui como objetivo conceituar o que é chamado de
“resíduo sólidos”, assim como deve lidar com a gestão dos mesmos, tendo um
enfoque na relação com a segurança do trabalho. Para isso realizamos uma
pesquisa de cunho bibliográfica. Na qual tivemos como foco estabelecer as formas
de gerenciamento dos ditos resíduos, tornar possível suas classificações e
categorias e apresentar a forma que o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
é explorado no campo organizacional do trabalho.
O PNRS, é um documento central para que as indústrias, grandes empresas,
consigam produzir novas formas de organizações, sendo possível torna-las espaços
de desenvolvimento sustentável, tal documento estabelece com exatidão, de forma
descritiva os procedimentos necessários para que isso seja possível. Além de
apresentar os objetivos e a contribuição que tal feito trará para a situação ambiental
do nosso planeta.
Com este artigo, tratamos de um assunto que ocasiona impacto em toda a
população, a nível mundial, não apenas aos profissionais da engenharia ambiental
ou aos grandes empresários, assim como abordado nas reuniões com os grandes
líderes da ONU, devemos refletir sobre as produções de resíduos nos mais diversos
campos e nos questionarmos o que podemos fazer para contribuir para que haja
uma melhora nesse campo. Sendo assim, problematizar a implementação do PNRS
na forma organizacional do trabalho torna-se essencial para a construção de um
novo pensar sobre a forma que estamos lidando com o meio ambiente. Tais
justificativas, evidenciam a necessidade urgente das problematizações aqui
realizadas, assim como salienta a urgência da abordagem e exposição da temática.

Resíduos sólidos: Conceitos e gerenciamentos

Em dois de agosto de 2010, foi instaurada a lei N° 12.305, estabelecendo o


Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), dispondo de um conjunto de ações a
serem tomadas em relação as produções e tratamentos necessários para controle
de tais resíduos, além de explanar acerca dos objetivos, metas e da
responsabilidade que a população em geral e as grandes empresas possuem em
relação a criação e tratamento dos resíduos.
No Brasil, cerca de 60% dos municípios ainda utilizam dos então conhecidos
“lixões”, cerca de 70 milhões de toneladas de resíduos urbanos são levados para
esses locais, segundo o estudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas
de Tratamento de Resíduos Sólidos e Efluentes (Abetre) 1, em 2020. Isso apenas
tratando-se dos resíduos urbanos, um dos tipos que compõe os resíduos, segundo o
inciso XVI da Lei N° 12.305, o conceito de resíduo sólido é:

XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem


descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a
cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se
está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido,
bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso
soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da
melhor tecnologia disponível. (BRASIL, 2010)

1
Disponível em: https://abrelpe.org.br/panorama-2020/ Acesso: 18/07/2021
Sendo esse o conceito aplicado no Plano Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), popularmente chamado de “lixo”, visto que este termo não é científico e sim
originado na forma como a população geral reconhece tais resíduos, porém
salientamos que há aqueles resíduos que são passíveis de uma reutilização,
reciclagem, e os que não são. Estes são chamados de rejeito, sendo as sobras ou o
material que não é possível reaproveitar absolutamente nada dele, restando como
alternativa o envio para os aterros sanitários. Além da separação entre reciclável e
rejeitos, os resíduos sólidos possui as seguintes classificações 2:
(i) Resíduos Sólidos Urbanos: materiais recicláveis e matéria orgânica;
(ii) Resíduos da Construção Civil: gerado em construções e obras;
(iii) Resíduos com Logísticas Reservas Obrigatórias: baterias, pneus,
óleos lubrificantes, entre outros;
(iv) Resíduos Industriais: gerado pelas grandes indústrias, são
categorizados como de alta periculosidade;
(v) Resíduos Sólidos dos Transportes Aéreo e Aquaviário: gerados pelos
transportes;
(vi) Resíduos dos Serviços de Saúde: constituídos pelos materiais
descartados em espaços de saúde;
(vii) Resíduos Sólidos de Mineração: gerados por processos de mineração;
(viii) Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris: sendo orgânicos ou inorgânicos,
trata-se de resíduos associados as agroindústrias.
Essas são as tipologias apresentadas pelo Plano Nacional de Resíduos
Sólidos (2012), que além de detalhar todas as colocações instauradas na lei
N°12.305, apresenta possibilidades para o funcionamento da gestão e
gerenciamento dos resíduos. Ou seja, das medidas necessárias a serem tomadas
para reduzir, coleta e implementação de ações que tornem possível o trabalho com
os resíduos de forma consciente. Porém é nítido que grandes indústrias resultem em
colocar em prática tais decisões, pois como aponta Ottoni (2019):

A relação da economia circular com a gestão de resíduos


torna-se evidente, principalmente trazendo-se o entendimento
de uma lógica de redução da exploração de recursos pela

2
Informações disponíveis em:
https://sinir.gov.br/images/sinir/Arquivos_diversos_do_portal/PNRS_Revisao_Decreto_280812.pdf Acesso:
19/07/2021.
valorização de resíduos, com sua reutilização na cadeia
produtiva. Cabe aos gestores, nesse caso, estratégias voltadas
para evitar a geração de resíduos, e, quando gerados, destiná-
los às opções de destinação mais apropriadas à extração mais
adequada e eficiente de seu valor como novos insumos para
outras atividades, tal qual acontece nos ecossistemas naturais
em equilíbrio. (OTTONI, 2019, p. 15)

Indústrias que visam o lucro e produção exacerbada possuem uma


resistência maior a tais implementações, visto que se trata de algo que demandados
tempo e investimento, necessário para que se torne possível o gerenciamento de
forma correta dos resíduos, logo mesmo havendo possibilidade de multa ainda há
certa relutância. Porém, como apontado por Ottoni (2019), os gestores responsáveis
devem tomar soluções cabíveis para tais questões.
As etapas que os resíduos devem passar para o tratamento adequado, irão
partir da caracterização, na qual irá ser classificada dentro das categorias de
resíduos já apresentadas aqui, assim como o seu tipo (biológico vou não), para que
seja possível encaminhar para o destino adequado, a emissão da aprovação do
encaminhamento através do Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse
Ambiental (CADRI), para então chegar no acondicionamento dos resíduos, através
de embalagens autorizadas pelo INMETRO e por fim o descarte final, no qual ao
chegar no local deve-se conferir se todos os passos anteriores foram devidamente
cumpridos.
Através da implementação de tais técnicas e ações, busca-se o norteamento
para uma produção de resíduos mais consciente, quando se trata da possibilidade
de reciclagem e do descarte daqueles não é possível haver a reutilização, o
incentivo ao consumo sustentável é necessário para que seja possível haver uma
redução massiva no número de “lixões”, assim como no descarte de resíduos que
acumulam sem finalidade alguma, logo é imprescindível a busca pela preservação
do meio ambiente e da saúde da população.

Referências
BRASILa. Lei n° 12.305, 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos; altera a Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
OTTONI, Marianna de Souza Oliveira. Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
(PGRS) em Universidades Públicas Brasileiras: Panorama Nacional e Proposta de
Diretrizes para PGRS do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Orientador: Monica Pertel; Diego Luiz Fonseca. 2019. 106 p. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia) - Engenharia Ambiental da Escola
Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, [S. l.], 2019. Disponível em:
http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029222.pdf. Acesso em: 14 jul. 2021.

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